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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Curso de Engenharia Elétrica Eletrônica de Potência Atividade Extra-Classe 3 - Estudo de Conceitos e Problema Atividade Extra-Classe 4 - RETIFICADORES E INVERSORES CONTROLADOS A FREQUÊNCIA DA REDE Allan Vinícius Pereira Machado - 201619100355 1- Leia as seções 5.1 a 5.9 da referência [1] e faça um mapa de memória. 5-1 Introdução aos Retificadores Objetivo dos Retificadores: Converter corrente alternada (CA) em corrente contínua (CC), ajustando as características da tensão e corrente para atender às necessidades da carga. Estrutura dos Sistemas de Retificação: ● Entrada: Fornecida pela rede elétrica (CA), com características como tensão e frequência variáveis. ● Controle: Determina a forma da saída por meio do ajuste da comutação e do controle dos dispositivos semicondutores. ● Saída: Consiste em corrente contínua (CC) com características variáveis de tensão e corrente. ● Controle da Saída: Adaptado à demanda da carga, garantindo a estabilização da tensão e da corrente. ● Feedback: O processo de feedback compara a saída com a referência desejada, ajustando o sistema para minimizar o erro. ● Avanços Tecnológicos: Melhoria contínua dos semicondutores e circuitos integrados, possibilitando retificadores mais eficientes e compactos. 5-2 Tipos de Retificadores Retificadores Monofásicos: ● Utilizam uma única fase da rede elétrica para gerar corrente contínua. ● Vantagens: Simples e barato para sistemas de baixa potência. ● Desvantagens: Maior distorção harmônica e fator de potência baixo, o que pode resultar em perda de eficiência. Retificadores Trifásicos: ● Usam três fases de energia para proporcionar uma conversão mais eficiente. ● Vantagens: Menor distorção nas formas de onda de corrente e maior eficiência de conversão. ● Desvantagens: Mais complexos e custosos devido à necessidade de componentes adicionais. 5-3 Funcionamento dos Retificadores Retificadores Monofásicos: ● A conversão de energia ocorre com a comutação de diodos, resultando em uma forma de onda de corrente contínua com ondulação. ● As formas de onda de tensão e corrente são mais distorcidas, o que leva a um fator de potência ruim. Retificadores Trifásicos: ● Funcionam de maneira similar, mas com a vantagem de usar três fases, o que resulta em uma onda de corrente mais suave e uma tensão de saída mais estável. ● O controle da corrente de entrada e a regulação da tensão são mais eficientes, proporcionando uma melhor performance em sistemas maiores. 5-4 Desafios e Soluções Harmônicas e Baixo Fator de Potência: ● Retificadores introduzem harmônicas na rede elétrica, que afetam a qualidade da energia e podem causar problemas em outros dispositivos conectados ao mesmo sistema. ● Para mitigar os efeitos, são usados filtros para reduzir as distorções e melhorar o fator de potência. Sobretensões e Correntes de Partida: ● Ao iniciar o funcionamento, os retificadores podem gerar sobretensões e correntes de partida altas, o que pode danificar os componentes. ● Soluções: A utilização de resistores limitadores de corrente e circuitos de proteção como tiristores ajuda a suavizar o processo de partida. 5-5 Comparação entre Retificadores Monofásicos e Trifásicos Monofásicos: ● Menor custo inicial, porém com maior distorção harmônica e menor eficiência. ● São mais adequados para cargas pequenas e simples, mas não recomendados para sistemas com alta demanda de energia. Trifásicos: ● Mais caros, mas oferecem uma conversão de energia mais estável e eficiente. ● Recomendados para sistemas industriais ou para aplicações que exigem alta potência e baixa distorção. 5-6 Retificadores Trifásicos de Ponte Completa: Análise de Funcionamento, Parâmetros de Desempenho e Simulação Prática Objetivo dos Retificadores Trifásicos: Converter a energia de corrente alternada (CA) trifásica em corrente contínua (CC), mantendo alta eficiência e controlando as ondulações da corrente. Estrutura do Sistema de Retificação: Entrada: Fornecida por uma rede elétrica trifásica, onde as tensões das três fases são combinadas para gerar uma saída contínua. Controle: A regulação da tensão e corrente de saída é realizada por dispositivos semicondutores, como diodos, que comutam em momentos específicos de acordo com a fase da rede. Saída: Produz corrente contínua com características como tensão média estável e baixa ondulação. Parâmetros de Desempenho: O retificador trifásico apresenta um fator de potência (PF) mais elevado e distorções harmônicas (THD) menores, o que resulta em maior eficiência comparado aos sistemas monofásicos. Simulação Prática: A análise de circuitos utilizando softwares como PSpice permite a verificação das formas de onda de tensão e corrente, ajustando os componentes, como o capacitor de filtro, para otimizar o desempenho. 5-7 Comparação de Retificadores Monofásicos e Trifásicos Objetivo da Comparação: Avaliar as diferenças entre retificadores monofásicos e trifásicos para determinar qual solução é mais adequada em termos de eficiência, complexidade e custo. Retificadores Monofásicos: ● Menor Custo Inicial: Ideal para aplicações de baixa potência. ● Maior Distorção Harmônica: A corrente de entrada apresenta maior distorção, resultando em um fator de potência inferior e mais perdas no sistema. ● Aplicações: Adequados para sistemas pequenos e menos exigentes em termos de eficiência. Retificadores Trifásicos: ● Maior Eficiência: Menos distorção na forma de onda de corrente, proporcionando um fator de potência mais alto e uma conversão mais eficiente de energia. ● Maior Complexidade e Custo: Exigem mais componentes, mas são recomendados para sistemas industriais e de alta potência. ● Aplicações: Indicados para sistemas com alta demanda de energia, como indústrias e grandes instalações. 5-8 Corrente de Entrada e Sobretensões na Ligação Objetivo da Análise: Compreender o comportamento dos retificadores durante a ativação, especialmente no que diz respeito às correntes de partida e às sobretensões geradas. Correntes de Partida e Sobretensões: ● Problema: Quando a tensão CA é aplicada ao circuito, pode ocorrer uma corrente de partida elevada e sobretensões significativas, especialmente se o capacitor de filtro estiver descarregado. ● Consequências: Sobretensões podem danificar componentes sensíveis da carga e causar falhas no sistema. ● Soluções: A utilização de resistores limitadores de corrente e circuitos de proteção, como tiristores, ajuda a reduzir as sobretensões e as correntes de partida, garantindo uma ativação suave e protegendo os dispositivos eletrônicos. 5-9 Preocupações e Soluções para Harmônicos e Baixo Fator de Potência Objetivo da Discussão: Analisar os problemas causados por harmônicas na corrente de linha e apresentar soluções para melhorar o fator de potência e reduzir as distorções. Harmônicas e Baixo Fator de Potência: ● Problema: Os retificadores geram correntes harmônicas que distorcem a forma de onda da tensão CA, afetando a qualidade da energia e causando sobrecarga na fiação do circuito. Além disso, a presença de harmônicas pode gerar perdas adicionais no sistema e ressonâncias elétricas, aumentando o risco de sobretensões. ● Soluções: Para mitigar os efeitos das harmônicas, filtros de harmônicas são frequentemente utilizados, ajudando a melhorar o fator de potência e reduzir a distorção na corrente de linha. Além disso, a adoção de técnicas de controle mais eficientes pode minimizar as perdas e otimizar o desempenho do sistema. 2- Desenhe e explique os retificadores de meia onda a diodo e suas formas de onda de tensão e corrente com carga: (a) Resistiva, R; tensão na fonte tensão no carga já retificada tensão no diodo (b) Indutiva-Resistiva, RL;(c) Tipo Motor c.c., LE; 3- Explique porque, em Regime Permanente, a tensão média em um indutor é nula. Use também, desenhos e equações. Em regime permanente, especialmente em circuitos onde a corrente é alternada e periódica, a tensão média em um indutor ao longo de um ciclo completo é nula. Isso acontece porque a corrente no indutor oscila de forma periódica, retornando ao mesmo valor após cada ciclo. 1. Natureza da Corrente Periódica: Em um indutor, a corrente alterna de forma cíclica, aumentando e diminuindo ao longo do tempo de maneira repetitiva. Após um ciclo completo, a corrente volta ao mesmo valor inicial, sem variação líquida. 2. Tensão no Indutor: A tensão no indutor está relacionada à taxa de variação da corrente. Quando a corrente aumenta, a tensão é positiva; quando a corrente diminui, a tensão é negativa. 3. Média da Tensão ao Longo de um Ciclo: Ao longo de um ciclo completo, os períodos em que a tensão é positiva e negativa se compensam. Isso significa que a soma total das tensões positivas e negativas ao longo de um ciclo resulta em zero. 4. Energia Armazenada: O indutor armazena energia na forma de um campo magnético quando a corrente flui através dele. Em regime permanente, a quantidade de energia armazenada no início e no fim de um ciclo é a mesma, indicando que não houve transferência líquida de energia para o circuito. Conclusão: Em um regime permanente e periódico, a tensão média em um indutor é nula porque, ao longo de um ciclo completo, as variações de tensão para cima e para baixo se anulam. Isso resulta em nenhuma transferência líquida de energia. Ainda, temos que: Isolando iL (t); Logo; 4- Defina e explique o ângulo de comutação u. Obtenha uma expressão para seu cálculo. O ângulo de comutação uuu, também conhecido como ângulo de condução, é um parâmetro importante em circuitos retificadores controlados, como aqueles que utilizam tiristores (SCRs). Ele representa o intervalo angular durante o qual o tiristor permanece conduzindo corrente em um ciclo de alimentação AC. Quando um tiristor é usado em um circuito, ele começa a conduzir após receber um pulso de disparo (ou "gate pulse") em um determinado ponto do ciclo de tensão, definido pelo ângulo de disparo α\alphaα. O tiristor continua conduzindo até que a corrente que passa por ele caia abaixo de um valor mínimo necessário para mantê-lo ligado, que ocorre no próximo cruzamento por zero da corrente. O ângulo de condução uuu é, portanto, a diferença entre o ângulo em que o tiristor começa a conduzir e o ponto onde ele para de conduzir. Em circuitos retificadores, controlar esse ângulo permite regular a energia entregue à carga. Expressão para o Cálculo do Ângulo de Comutação Para um retificador de meia onda controlado: ● O tiristor começa a conduzir a partir do ângulo de disparo α\alphaα. ● Ele para de conduzir no próximo cruzamento por zero da corrente, que acontece em π radianos (ou 180 graus). Portanto, a expressão para o ângulo de comutação uuu é: u=π−α Essa fórmula mostra que o ângulo de condução uuu é inversamente proporcional ao ângulo de disparo α. Quanto maior α\alphaα, menor será o intervalo de condução do tiristor. 5- Explique o termo grupo catodo comum e anodo comum e os correlacione com as polaridades da tensão na carga. O termo grupo cátodo comum refere-se a uma configuração em circuitos de retificação onde os cátodos de todos os dispositivos semicondutores, como diodos ou tiristores, estão conectados a um ponto comum. Esse ponto comum geralmente é ligado ao terminal negativo da carga ou ao terra, dependendo do circuito. Em uma configuração de cátodo comum, durante a condução, os dispositivos permitem que a corrente flua do ânodo para o cátodo, resultando em uma tensão positiva aplicada à carga. Por outro lado, o grupo ânodo comum descreve uma disposição onde os ânodos de todos os dispositivos semicondutores estão ligados a um ponto comum. Esse ponto comum frequentemente se conecta ao terminal positivo da carga ou a uma fonte de tensão. Nesta configuração, quando os dispositivos conduzem, a corrente flui do ânodo comum para os cátodos, aplicando uma tensão negativa à carga. A polaridade da tensão na carga, portanto, depende da configuração do circuito. No cátodo comum, a carga recebe uma tensão positiva durante a condução dos dispositivos, enquanto no ânodo comum, a carga recebe uma tensão negativa. Essa diferença de polaridade é crucial no design de circuitos retificadores, pois determina como a energia é fornecida à carga em cada configuração. 6- Para um retificador monofásico a diodos, em ponte conectado à rede de tensão, com uma carga é equivalente a uma corrente c.c. e indutância de entrada nula, Ls = 0. Pede-se: (a) A consequência imediata da operação ideal e Ls = 0; Com Ls=0, não há indutância para suavizar as variações de corrente. Isso implica que a corrente alternada no circuito será pulsante e terá a mesma forma que a tensão retificada, o que pode causar altos picos de corrente e aumentar a distorção harmônica. Na operação ideal, os diodos conduzem sem queda de tensão significativa, permitindo a condução sempre que a tensão da fonte for positiva. (b) As condições que devem ser atendidas para fazer um diodo conduzir; Um diodo começará a conduzir quando a tensão anódica for maior que a tensão catódica (ou seja, quando a tensão direta aplicada ao diodo for positiva e exceder a tensão de condução mínima do diodo). (c) As condições para que o diodo pare de conduzir; O diodo para de conduzir quando a corrente que passa por ele se torna zero ou a tensão anódica é menor ou igual à tensão catódica, resultando em polarização reversa. (d) O desenho completo da topologia, incluindo fonte e carga; (e) A dedução da expressão para a tensão média na carga; A tensão na carga (Vd) é a forma retificada da tensão de entrada. Para uma onda senoidal de entrada vs(t) = Vp*sen(ωt), a tensão média na carga é: Vd = (2*Vp) / π Onde Vp é o valor de pico da tensão de entrada. (f) A dedução da expressão para o fator de potência de entrada; Onde Vp é o valor de pico da tensão de entrada. (f) Dedução da expressão para o fator de potência de entrada (FP): O fator de potência (FP) é definido como a razão entre a potência ativa (P) e a potência aparente (S): FP = P / S Para o retificador em ponte com Ls = 0, a corrente de entrada é uma onda quadrada. A potência ativa é dada por: P = Vrms*Irms1*cos(θ) Onde: ● Vrms é o valor RMS da tensão de entrada. ● Irms1 é o valor RMS da componente fundamental da corrente de entrada. ● θ é o ângulo de fase entre a tensão e a corrente fundamental. Como a corrente fundamental está em fase com a tensão (θ = 0), cos(θ) = 1. A potência aparente é: S = Vrms*Irms Onde Irms é o valor RMS da corrente total de entrada. Portanto: FP = Irms1 / Irms (g) Esboce as formas de onda para Vd(t), is(t) e is1(t), e indique quais e quando os diodos estão conduzindo; vS> 0 → D1e D2conduzem (D3 e D4 bloqueados) vS= √(Σ(Ih²/I1²)) para h = 3, 5, 7,... (j) Encontre o ângulo de fase entre is1(t) e vs(t). O ângulo de fase entre a componente fundamental da corrente de entrada e a tensão de entrada é zero (0°), pois a corrente fundamental está em fase com a tensão. (k) Para funções ímpares, os coeficientes de Fourier são dados para o h'ésimo harmônico como: Prove que o fator de potência FP para este retificador de diodo monofásico é 0,9. Por que a potência aparente é maior que a potência ativa, mesmo quando a corrente fundamental está em fase com a tensão da rede? O fator de potência para este retificador é de fato aproximadamente 0.9. A demonstração exata envolve a relação entre Irms e Irms1 que resulta desse valor. A potência aparente é maior que a potência ativa porque a corrente de entrada contém harmônicos. Apenas a componente fundamental da corrente contribui para a potência ativa. Os harmônicos contribuem para a corrente RMS total, aumentando a potência aparente, mas não transferem potência ativa para a carga. (l) Obtenha a expressão da potência ativa, P no lado c.c.; e P no lado c.a.. Lado cc: P = Vd*Id, onde Id é a corrente contínua na carga. Lado ca: P = Vrms*Irms1 (como θ=0). 7- Discuta os efeitos da indutância de entrada não nula, Ls ≠ 0, de um o retificador de meia onda com corrente de carga constante. Qual e por que, adaptação deve ser feita para seu funcionamento? Apresente as formas de onda e deduza as expressões que descrevem o funcionamento do circuito. 8 - Repita a questão 6 para indutância de entrada não nula, Ls ≠ 0. Por que a comutação da corrente não é mais instantânea, por exemplo, do diodo D2 para o diodo D1? A principal diferença introduzida por uma indutância de entrada não nula (Ls ≠ 0) em um retificador em ponte é a comutação não instantânea dos diodos. Em vez de a corrente pular abruptamente de um par de diodos para outro, há um período de sobreposição durante o qual dois pares de diodos conduzem simultaneamente, suavizando a forma de onda da corrente de entrada. Isso ocorre porque a indutância se opõe a mudanças bruscas na corrente. 9 - Discuta o funcionamento de um retificador monofásico a diodos, em ponte conectado à rede de tensão, com uma carga é equivalente a uma tensão c.c. e indutância de entrada não nula, Ls ≠ 0. Obtenha as expressões para id(), Id e os ângulos p, b e f . Vamos analisar o funcionamento de um retificador monofásico a diodos em ponte com indutância de entrada não nula (Ls ≠ 0) e uma carga equivalente a uma tensão CC (Vcc). Essa configuração é comum em aplicações onde se deseja alimentar uma carga com uma tensão CC relativamente constante, como em alguns tipos de conversores CC-CC. Funcionamento: A presença da indutância de entrada (Ls) tem um impacto significativo no comportamento do retificador. A principal diferença em relação ao caso ideal (Ls = 0) é a comutação não instantânea dos diodos. A indutância impede mudanças abruptas na corrente, resultando em um período de sobreposição (overlap) durante o qual dois pares de diodos conduzem simultaneamente. Etapas do Funcionamento (considerando vs(θ) = Vp*sen(θ) e θ = ωt): 1. 0as questões 6 e 8 para um conversor a diodos trifásico em ponte de Graetz. Explique porque esta topologia é denominada retificador de 6 pulsos. Característica Retificador Monofásico em Ponte Retificador Trifásico em Ponte (Graetz) Número de diodos 4 6 Número de pulsos 2 6 Tensão de saída média (Vd) (2*Vp)/π (3*√3*Vp)/π ou (3*√2*Vlinha)/π Frequência da ondulação 2*f (dobro da frequência da rede) 6*f (seis vezes a frequência da rede) Corrente de entrada Onda quadrada (idealmente) Forma escalonada (mais próxima de uma senoide) Fator de potência ≈ 0.9 (idealmente) Maior que o monofásico (mais próximo de 1) Conteúdo harmônico Maior Menor 12- Prove que para uma forma de onda não senoidal, seu valor eficaz é sempre maior que seu valor eficaz fundamental. Vamos provar que, para uma forma de onda não senoidal, seu valor eficaz (RMS) é sempre maior que o valor eficaz de sua componente fundamental. Conceitos Importantes: ● Decomposição em Série de Fourier: Qualquer forma de onda periódica não senoidal pode ser decomposta em uma soma de senoides (senos e cossenos) com diferentes frequências e amplitudes. Essa decomposição é conhecida como Série de Fourier. ● Componente Fundamental: A componente fundamental é a senoide com a mesma frequência da forma de onda original. ● Harmônicos: As senoides com frequências múltiplas inteiras da frequência fundamental são chamadas de harmônicos. ● Valor Eficaz (RMS): O valor eficaz de uma forma de onda é definido como a raiz quadrada da média do quadrado da forma de onda ao longo de um período. Matematicamente: Vrms = sqrt((1/T) * ∫[v(t)]² dt) (integrado de 0 a T) Onde: ○ Vrms é o valor eficaz. ○ T é o período da forma de onda. ○ v(t) é a função que descreve a forma de onda. Prova: Vamos considerar uma forma de onda não senoidal v(t) que pode ser representada por sua série de Fourier: v(t) = V1*cos(ωt + φ1) + V2*cos(2ωt + φ2) + V3*cos(3ωt + φ3) + ... Onde: ● V1 é a amplitude da componente fundamental. ● ω é a frequência angular fundamental. ● φ1 é a fase da componente fundamental. ● V2, V3, ... são as amplitudes dos harmônicos. ● φ2, φ3, ... são as fases dos harmônicos. O valor eficaz da forma de onda v(t) é dado por: Vrms² = (1/T) * ∫[v(t)]² dt Substituindo a série de Fourier na equação acima e expandindo o quadrado, obtemos: Vrms² = (1/T) * ∫[(V1*cos(ωt + φ1) + V2*cos(2ωt + φ2) + ... )²] dt Ao expandir o quadrado, teremos termos como: ● [V1*cos(ωt + φ1)]² ● [V2*cos(2ωt + φ2)]² ● 2*V1*cos(ωt + φ1)*V2*cos(2ωt + φ2) ● ... Ao integrar esses termos ao longo de um período (T), os termos cruzados (como 2*V1*cos(ωt + φ1)*V2*cos(2ωt + φ2)) resultam em zero, devido à ortogonalidade das funções seno e cosseno. Os termos quadrados resultam em: (1/T) * ∫[Vk*cos(kωt + φk)]² dt = Vk²/2 Portanto, a equação para Vrms² se simplifica para: Vrms² = V1²/2 + V2²/2 + V3²/2 + ... O valor eficaz da componente fundamental (Vrms1) é: Vrms1 = V1/√2 ou Vrms1²= V1²/2 Comparando Vrms² com Vrms1², vemos que: Vrms² = Vrms1² + V2²/2 + V3²/2 + ... Como V2², V3², ... são sempre positivos (ou zero, se não houver o harmônico correspondente), concluímos que: Vrms² ≥ Vrms1² e, consequentemente: Vrms ≥ Vrms1 Conclusão: A equação acima demonstra que o quadrado do valor eficaz da forma de onda não senoidal (Vrms²) é igual ao quadrado do valor eficaz da componente fundamental (Vrms1²) mais a soma dos quadrados dos valores eficazes de todos os harmônicos. Como a soma dos quadrados dos harmônicos é sempre um valor positivo (ou zero), o valor eficaz da forma de onda não senoidal é sempre maior ou igual ao valor eficaz de sua componente fundamental. O sinal de igualdade só se aplica quando não há harmônicos presentes, ou seja, quando a forma de onda é puramente senoidal. Em qualquer outro caso, Vrms é estritamente maior que Vrms1. 13- Liste as vantagens de um retificador trifásico em comparação com um retificador monofásico? Resumidamente, as vantagens de um retificador trifásico sobre um monofásico são: ● Maior tensão e potência de saída. ● Menor ondulação na tensão de saída (saída mais "suave"). ● Maior frequência de ondulação (facilita a filtragem). ● Melhor fator de potência (maior eficiência). ● Menor conteúdo harmônico na corrente de entrada (menos interferência). Isso os torna mais adequados para aplicações de média e alta potência, como em indústrias e acionamentos de motores. Atividade Extra-Classe 4 - RETIFICADORES E INVERSORES CONTROLADOS A FREQUÊNCIA DA REDE 1- Leia as seções 6.1 a 6.5 da referência [1] e faça um mapa de memória. 6. Princípios dos Conversores Monofásicos Controlados por Fase 6.1 Princípio Básico de Funcionamento ● 6.1.1 Controle de Fase: ○ O controle de fase é a técnica fundamental empregada nesses conversores para regular a potência entregue à carga. ○ Consiste em controlar o instante em que os tiristores são disparados, ou seja, quando eles começam a conduzir corrente. ○ Este instante é determinado pelo ângulo de disparo (α), medido a partir do cruzamento por zero da tensão CA de entrada. ○ Ao variar o ângulo α, modifica-se a forma de onda da tensão aplicada à carga, e consequentemente, a tensão média (Vd) e a potência entregue. ○ Um pequeno ângulo de disparo (α próximo de 0°) significa que o tiristor é disparado logo após o início do semiciclo positivo, resultando em uma maior tensão média na carga e maior potência. ○ Um grande ângulo de disparo (α próximo de 90° para retificação e entre 90° e 180° para inversão) significa que o tiristor é disparado mais tarde, resultando em uma menor tensão média e menor potência. 6.2 Modos de Operação ● 6.2.1 Modo Retificador (0°representa o intervalo de tempo durante o qual a corrente é transferida de um tiristor para outro. μ é diretamente proporcional a Ls e à corrente de carga Id. ○ A equação que considera o efeito de Ls na tensão média na carga é: Vd ≈ 0,9Vs * cos(α) - (2ωLsId / π), onde Vs é a tensão RMS da fonte CA e ω é a sua frequência angular. Esta equação mostra que a presença de Ls reduz a tensão média na carga em relação ao caso ideal (Ls = 0). ● 6.3.2 Condução Descontínua: ○ A condução descontínua ocorre quando a corrente na carga (Id) atinge zero durante uma parte do ciclo da tensão CA. Isso significa que a corrente não flui continuamente pela carga. ○ A condução descontínua é mais provável de ocorrer em cargas com baixa corrente nominal, com ângulos de disparo altos (próximos de 90° no modo retificador e maiores que 90° no modo inversor) ou quando a carga apresenta uma grande componente resistiva e pouca indutância. ○ Quando o conversor opera em condução descontínua, as equações simplificadas derivadas para o caso de condução contínua não são mais válidas, tornando a análise do circuito mais complexa. ○ A forma de onda da corrente na carga se torna descontínua, com intervalos de tempo onde a corrente é zero. Isso afeta a tensão média na carga e aumenta o conteúdo harmônico na corrente de entrada, prejudicando o fator de potência. 6.4 Conversores Trifásicos Controlados por Fase Esta seção detalha o funcionamento, as características e os efeitos não ideais dos conversores trifásicos controlados por fase, que são usados para controlar a transferência de energia entre uma fonte CA trifásica e uma carga CC. ● 6.4.1-6.4.9: Fundamentos e Operação Idealizada (Ls = 0): ○ Princípio Básico: O controle do ângulo de disparo (α) dos tiristores regula a tensão CC de saída (Vd). α representa o atraso no disparo dos tiristores em relação ao ponto de cruzamento zero da tensão CA. ○ Modos de Operação: ■ Retificação (αTensão e corrente positivas. A energia flui da fonte CA para a carga CC. ● 4º Quadrante (Inversão): Tensão negativa e corrente positiva. A energia flui da carga CC para a fonte CA. Isso requer uma fonte de tensão CC na carga (como uma bateria). ● 3- Desenhe e explique os retificadores de meia onda a tiristor e suas formas de onda operando com carga: (a) Resistiva, R; (b) Indutiva-Resistiva, RL; (c) Tipo Motor c.c., LE; ● Circuito: Um tiristor em série com a carga e a fonte CA. ● Formas de Onda: ○ (a) Carga Resistiva (R): A tensão na carga segue a tensão da fonte CA durante o período de condução do tiristor (após o disparo). A corrente tem o mesmo formato da tensão. ○ (b) Carga Indutiva-Resistiva (RL): A corrente continua a fluir após a tensão da fonte passar por zero, devido à energia armazenada no indutor. A corrente tem um formato mais suave. ○ (c) Carga Tipo Motor CC (LE): Semelhante à carga RL, mas a tensão na carga nunca fica negativa, pois a fonte E impede isso. 4- Desenhe e explique o diagrama de blocos do circuito de comando/disparo e suas formas de onda para os retificadores e inversores controlados a tiristores. Função: Gerar pulsos para acionar tiristores no momento certo, controlando a potência na carga. Blocos Principais: 1. Sincronismo: Detecta cruzamentos por zero da tensão CA. 2. Geração de Sinal (Rampa/Dente de Serra): Sinal que varia com o tempo. 3. Atraso (Controle α): Atraso do pulso em relação ao cruzamento por zero. 4. Comparador: Compara o sinal com uma referência (define α). 5. Geração de Pulso: Gera um pulso curto para o gate do tiristor. Formas de Onda (resumo): ● Tensão CA: Senoide. ● Sincronismo: Pulso nos cruzamentos por zero. ● Rampa: Sinal linear crescente. ● Controle (α): Tensão CC que define o atraso. ● Pulso de Gatilho: Pulso curto no instante de disparo. Diferença Retificador/Inversor: ● Retificador: α = 0° a 90°. ● Inversor: α = 90° a 180°. Em resumo: O circuito usa o sincronismo com a rede, uma rampa e um comparador para gerar um pulso de disparo atrasado (controlado por α) para o tiristor. 5- Para um retificador monofásico a tiristores, em ponte conectado à rede de tensão, com uma carga é equivalente a uma corrente c.c. e indutância de entrada nula, Ls = 0. Pede-se: (a) A consequência imediata da operação ideal e Ls = 0; (b) As condições que devem ser atendidas para fazer um tiristor conduzir; (c) As condições para que o tiristor pare de conduzir; (d) O desenho completo da topologia, incluindo fonte e carga; (e) A dedução da expressão para a tensão média na carga; (f) A dedução da expressão para a potência ativa, reativa, aparente e fator de potência de entrada; (g) Esboce as formas de onda para Vd(t), is(t) e is1(t), e indique quais e quando os tiristores estão conduzindo; (h) Para um valor de tensão de entrada eficaz Vs e média de carga de Vd, encontre o ângulo de disparo . (i) A dedução da expressão para os valores eficaz, Is, da corrente c.a. is(t), e de sua fundamental, is1(t). (j) Encontre o ângulo de fase entre is1(t) e vs(t). (k) Dado: O coeficiente de Fourier de uma função ímpar é: Calcule a potência aparente, S, e a potência ativa, P. 5. Retificador Monofásico em Ponte (Ls = 0): (a) Consequência de Ls = 0: Comutação instantânea da corrente entre os tiristores. Não há sobreposição na condução dos tiristores. (b) Condições para Condução: ● Tensão anodo-catodo positiva (Va-k > 0). ● Pulso de disparo aplicado ao gate (Ig > 0). (c) Condições para Bloqueio: ● Corrente anódica abaixo da corrente de manutenção (IH). ● Tensão anodo-catodo negativa (Va-k 90°). Requer uma fonte de tensão CC na carga (ex: bateria). ● Inversor Não Autônomo (ou Inversor Dependente da Linha): Depende da tensão da rede CA para comutar os tiristores. Não pode operar sem a presença da rede. Para a operação inversora, é necessário: ● α > 90°. ● Uma fonte de tensão CC na carga capaz de fornecer energia. 5-1 Introdução aos Retificadores 5-2 Tipos de Retificadores 5-3 Funcionamento dos Retificadores 5-4 Desafios e Soluções 5-5 Comparação entre Retificadores Monofásicos e Trifásicos 5-6 Retificadores Trifásicos de Ponte Completa: Análise de Funcionamento, Parâmetros de Desempenho e Simulação Prática 5-7 Comparação de Retificadores Monofásicos e Trifásicos 5-8 Corrente de Entrada e Sobretensões na Ligação 5-9 Preocupações e Soluçõespara Harmônicos e Baixo Fator de Potência Expressão para o Cálculo do Ângulo de Comutação