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Distribuição de Fármacos PUCRS - Faculdade de Farmácia 35306-04 - Ciências Farmacológicas e Toxicológicas I Distribuição de Fármacos Profa. Luciana Oliveira Distribuição • “Transferência do fármaco dos líquidos de circulação (sangue e linfa) para os diversos tecidos e órgãos do organismo” – Processo reversível;– Processo reversível; – Necessita obrigatoriamente de passagem através da membrana; – Permite que o fármaco atinja seu tecido-alvo e exerça sua ação terapêutica. • Aproximação fármaco-célula. Compartimentos Líquidos • Água corporal: – 50-70% do peso total do indivíduo. • Plasma (4,5%); • Meio intersticial (16%);• Meio intersticial (16%); • Água intracelular (35%); • Água transcelular (2%). – Feto. • Gordura. – 20% do peso total do indivíduo. – Pode variar na obesidade. Compartimentos Líquidos • Dentro de cada um destes compartimentos, as moléculas podem encontrar-se nas formas: – Livre; – Conjugada ou ligada às proteínas plasmáticas (PP).– Conjugada ou ligada às proteínas plasmáticas (PP). • Os fármacos podem se apresentar na forma não-ionizada ou ionizada : – depende do pH; • determina lipossolubilidade ou hidrossolubilidade. Distribuição nos compartimentos • Observa-se que a forma não-conjugada (livre) é capaz de atravessar atravessar membranas e, consequentemente, chegar ao local de ação para exercer seu efeito. Ligação a Proteínas Plasmáticas Fármaco + Albumina ⇔ Complexo Fármaco-Albumina Para fármacos ácidos Fármaco + glicoproteína ác α1 ⇔ Complexo Fármaco-GA Fração ligada = farmacologicamente inerte Fração livre = disponível para exercer o efeito farmacológico Fenômeno saturável!! Determinante de diversos casos de interações medicamentosas Para fármacos básicos Ligação a Proteínas Plasmáticas • A amplitude da ligação pode ser afetada por doenças: – Hipoalbuminemia (sec. a doença hepática); – Desnutrição grave;– Desnutrição grave; – Síndrome nefrótica • Diminui a ligação protéica e aumenta a fração livre do fármaco. Estudo de Caso: Varfarina • A Varfarina é um anticoagulante cumarínico que apresenta alto grau de ligação (>95%) às PP. – Que consequências pode ter a administração deste fármaco a pacientes desnutridos? – Qual a alternativa? Estudo de Caso • O mesmo paciente do caso anterior desenvolve infecção urinária, e o médico opta por tratar com sulfametoxazol-trimetroprim. • O trimetroprim apresenta um grau de ligação às proteínas plasmáticas superior a 95%. – Existe algum problema com a associação? – Quais as propostas de solução? Tecidos de Fácil Acesso • Tecidos com ampla perfusão sangüínea: – especialmente fígado, rins e pulmões. • Unidade Materno-Placentária-Fetal: – fármacos administrados à mãe chegam à – fármacos administrados à mãe chegam à circulação fetal, principalmente fármacos básicos. • Leite Materno: – alguns fármacos são capazes de se difundirem ao leite materno (ex.: cafeína, nicotina) Estudo de Caso • Imagine que uma lactante está utilizando os medicamentos carbonato de lítio e diazepam. • Você busca a bula do medicamento e verifica que ambos fármacos se distribuem no leite que ambos fármacos se distribuem no leite materno. – Qual o risco? – Esta situação será obrigatoriamente um erro de prescrição? Tecidos de Difícil Acesso • Músculo Esquelético em Repouso: – pobre perfusão sangüínea. • Sistema Nervoso Central: – apesar da grande perfusão sangüínea, apenas – apesar da grande perfusão sangüínea, apenas fármacos altamente lipossolúveis chegam ao SNC devido a existência da barreira hemato-encefálica. • Testículos: – junções íntimas entre as células da camada basal, formando uma barreira hemato-testicular. Estudo de Caso • Imagine que um paciente com pé diabético necessite receber receber antibioticoterapia para tratar uma úlcera infecionada. – Há risco de falha terapêutica? Por quê? Barreiras intransponíveis • Barreira hematoencefálica: – Paul Ehrlich elaborou o conceito de BHE ao administrar corantes por via IV e observar que este corava a maioria dos tecidos, mas não o este corava a maioria dos tecidos, mas não o cérebro. • O cérebro é inacessível para muitos fármacos. • Isto pode estar modificado em determinados processos patológicos. BHE • Linha vermelha: – concentração do fármaco no líquido cefalorraquidiano em coelhos saudáveis. • Linha roxa: – concentração do fármaco no líquido cefalorraquidiano em coelhos com meningite.coelhos com meningite. • Linha verde: – concentração do fármaco no plasma. • CONCLUSÃO: o processo inflamatório aumenta a permeabilidade à fármacos! BHE • Outros fatores que aumentam a permeabilidade: – Estresse extremo; – Alguns peptídeos, como a bradicinina e – Alguns peptídeos, como a bradicinina e encefalinas. • Bradicinina: hormônio vasodilatador e broncoconstritor. • Encefalinas: opioides endógenos. Estudo de Caso • Um paciente necessita receber um medicamento que ultrapasse a BHE, mas este não apresenta nenhuma condição que modifique a permeabilidade da membrana à modifique a permeabilidade da membrana à fármacos. – Que estratégia pode se utilizar para garantir que o fármaco chegue ao líquido cefalorraquidiano? SNC • Algumas porções do SNC são constituídas por barreiras por barreiras permeáveis: – Zona de gatilho do vômito; • Domperidona Volume de Distribuição • Volume de distribuição aparente (Vd): – “volume de líquido Vd = D Cp – “volume de líquido necessário para conter a quantidade de fármaco Q, na mesma concentração presente no plasma, Cp” Fármacos Confinados • Alguns fármacos ficam confinados ao plasma e, portanto, terão Vd = 0,05L/kg; – Ex: heparina. • Proteína de alto PM, o que dificulta sua passagem • Proteína de alto PM, o que dificulta sua passagem através de barreiras. – Ex: varfarina. • Alto grau de ligação às PP, o que forma um complexo de alto PM, dificultando a passagem através de barreiras. – Ex: tacrolimos: • Alto grau de ligação aos eritrócitos. Estudo de Caso • Qual a melhor amostra para dosar os seguintes fármacos em um paciente: – Tacrolimos? – Varfarina?– Varfarina? – Sangue total, plasma ou soro? Fármacos Confinados • Os Vd são conhecidos para muitos fármacos; – A informação pode estar na bula. • Não se deve interpretar o Vd muito • Não se deve interpretar o Vd muito rigidamente, observando o valor e associando a determinado compartimento. – Ex: insulina. Vd = 0,05L/kg = plasma • Efeitos no músculo, tecido adiposo, fígado... Compartimento Extracelular • Volume extracelular = 0,2L/kg – Vd aproximado para muitos fármacos polares no pH plasmático.pH plasmático. • Forma mais hidrossolúvel, que impede o fármaco de atravessar barreiras. – Placentária, BHE • Ex: vecurônio, gentamicina. Estudo de Caso • Água total do organismo = 0,55L/kg – Adulto de 70kg: • 5L de sangue; • 12L de fluido extracelular;• 12L de fluido extracelular; • Volume corporal total de 42L. • Quando o volume de distribuição de um fármaco excede o limite da água do organismo, o que isto significa? – Alta lipossolubilidade ou tecido reservatório. Depósitos Teciduais • Tecido Adiposo: – reservatório de fármacos muito lipossolúveis. – Significativo quando o conteúdo de gordura é próximo ou superior a 50% do peso corporal.próximo ou superior a 50% do peso corporal. • Tecido Ósseo: – reservatório de fármacos que tenham propriedades quelantes. Hanley, 2010 a: fármaco hidrofílico b: fármaco lipofílico C=compartimento central P= compartimento periférico Efeito da obesidade sobre o Vd Efeito da obesidade sobre o Vd Efeito da obesidade sobre o Vd Efeito da obesidade sobre o Vd Efeito da obesidade sobre o Vd • O Vd de fármacos lipofílicos altera-se: – Difícil de prever a extensão. – Cada fármaco lipossolúvel tem um grau de afinidade diferente ao tecido gorduroso. • Alterações hemodinâmicas afetam a distribuição ; – Alterações na função e estrutura cardíaca na obesidade. • A perfusão tecidual pode estar diminuída na obesidade; • Grau de ligação à PP não parece se alterar na obesidade. Redistribuição • Passagem do fármaco de um tecido de armazenamento para o plasma, respeitando gradiente de concentração. – Ou seja, só haverá passagem do fármaco do tecido – Ou seja, só haverá passagem do fármaco do tecido de armazenamento para o plasma à medida em que a concentração plasmárica do mesmo diminuir. Estudo de Caso: Diazepam Ciclo enterohepático • Um fármaco pode ser metabolizado no fígado para a bile e armazenado na vesícula biliar. • No esvaziamento da vesícula biliar, particularmente insuzido por alimentos, a bile é por alimentos, a bile é excretada e o fármaco transferido ao intestino delgado. • Neste tecido ser novamente absorvido para a corrente sanguínea. – Ex: Micofenolato. Distribuição • Determinada por: – Características das membranas a serem transpostas; – Propriedades físico-químicas dos fármacos; – Fluxo sanguíneo nos diferentes órgãos (perfusão – Fluxo sanguíneo nos diferentes órgãos (perfusão tecidual); – Ligação dos medicamentos às PP e teciduais; – Ligação de medicamentos a eritrócitos; – Lipossolubilidade; – Gravidez.
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