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Aula 10-fundamentos da economia

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Aula 10- Fundamentos da economia.
Aula 10: Moeda; indicadores monetários e conceitos de criação ou destruição de moeda
Definição de Moeda
Conceitualmente, o termo “moeda” é usado para denominar tudo aquilo que geralmente é aceito como meio de trocas de bens e serviços. 
Significa dizer, portanto, que a condição necessária para que algo possa ser aceito.
Dificuldades da economia de escambo
É fácil imaginar as dificuldades para um razoável funcionamento dessa economia de escambo:
Primeiro, exige uma permanente  coincidência de interesses
(o indivíduo “A” dispõe de arroz e quer trocar por carne; para se realizar essa troca, é imprescindível que ele encontre um indivíduo “B” que tenha carne e queira arroz!).
Segundo, há a dificuldade de se estabelecer as relações ou preços de troca (valores entre dois bens bastante diferentes).
Por tudo isso, esse sistema, que vigorou na mais remota antiguidade, era claramente ineficiente. As mudanças requeridas se realizaram lentamente.
É importante perceber que mesmo às vezes constando na literatura como tal o escambo, tecnicamente, não pode ser considerado moeda pois representa uma troca direta.O próximo passo foi o surgimento de um sistema de trocas  indiretas: uma mercadoria qualquer, que tivesse aceitação geral, passa a ser usada como meio de pagamento. Tem-se aqui a introdução da moeda no sistema econômico e que, passando por um processo evolutivo natural, dá origem a todo o sistema  monetário moderno.No desenvolvimento desse novo sistema de trocas indiretas, a moeda assumiu as mais diferentes formas, nos mais diferentes países e épocas. Numa ordem quase cronológica de seu aparecimento, podemos registrar, sinteticamente, formas e tipos de moeda.
Vejamos a seguir.
Moeda mercadoria: 
Geralmente escolhia-se uma mercadoria  que fosse relativamente escassa e não facilmente perecível (nem sempre possível). A história registra que, em diferentes locais e épocas, foram usados como moeda: sal, peles, fumo, gado, trigo, rum, carne seca, ferro, cobre, dentre outros.
Moeda metálica:
Sem dúvida, de todas as mercadorias, a preferência  maior recaía, geralmente, sobre os metais, não só pela sua relativa escassez, mas, também, pela sua durabilidade e fácil divisibilidade. Muito embora o ferro, o cobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve uma predominância do uso dos metais preciosos, notadamente a prata e o ouro.
Moeda papel:
Com o crescimento do volume e valor das transações, o manejo de grandes quantidades de metais preciosos tornou-se problemático pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos. Pouco a pouco, nota-se o aparecimento de casas de custódia desses metais em diversos pontos. Essas casas passaram a receber em depósito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo ou certificado de valor correspondente. Esse certificado recebeu a denominação  de moeda papel e era generalizadamente  aceito nas transações. Sua característica principal era possuir lastro integral (100%) em ouro, isto é, a qualquer momento o possuidor  do certificado poderia  ir à casa de custódia emissora e reconvertê-lo em ouro ou prata. Daí sua crescente aceitabilidade como meio de pagamento em substituição aos próprios metais preciosos.
Papel moeda:
Com o tempo, e diante da crescente demanda por tais certificados, as casas de custódia passaram a emitir  certificados cujo valor global  em circulação excedia  o valor total dos metais preciosos ali depositados. A experiência acumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos os depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depósitos. Além do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seus certificados em ouro, outros vinham para depositar. Assim, com um encaixe metálico  menor, era possível garantir a liquidez dos certificados, isto é, garantir as reconversões que, em média, na semana ou no mês, correspondia a apenas uma fração do total dos certificados em circulação.
Ocorreu, assim, um novo marco histórico na evolução das formas de moeda: a passagem da moeda papel para os certificados emitidos  sem o correspondente lastro em ouro ou prata e que vieram  a ser chamados  de papel moeda. Pouco a pouco o papel moeda passou a ter uso generalizado como meio de pagamento nas transações pelo simples fato de que sua aceitação era geral, não se questionando sobre a possibilidade de convertê-lo ou não em ouro.
Num processo evolutivo normal, e com o intuito de evitar riscos de emissões exageradas, o passo seguinte foi a proibição de emissão de papel moeda pelos bancos privados (antigas casas de custódia), limitando-se o direito de sua emissão  a uma instituição oficial que, pouco a pouco, se transformou nos atuais bancos centrais de cada país
Tipos de moeda
Numa classificação didática, temos, hoje, as seguintes espécies  ou formas de moeda:
Moeda manual: Vem a ser aquela emitida pela Casa da Moeda, representada pelas cédulas e moedas metálicas em circulação.
Moeda escritural ou bancaria: Representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Vale lembrar que se trata das chamadas moedas fiduciárias (isto é, em que se tem fé ou se acredita), já que não possuem valor intrínseco, constituindo-se em moeda  simplesmente porque têm aceitação generalizada  nas transações econômicas.
Funções da moeda
De uma forma geral, a ciência econômica reconhece as seguintes funções desempenhadas pela moeda:
Instrumento de troca
Tendo aceitação generalizada como meio de pagamento nas transações, a moeda exerce sua função mais cristalina e fundamental – que é servir como instrumento ou intermediária de trocas entre os indivíduos  para satisfação de ambas as partes.
Padrão de referência de valor
Nesse caso, a moeda possibilita que todos os fatores de produção e os produtos (bens e serviços) possam ter seus valores expressos em unidades monetárias, propiciando a fácil avaliação e comparação de todos os recursos e produtos disponíveis na Economia.
Reserva de valor
A moeda desempenha, também, a função de reserva de valor no sentido de que o indivíduo pode manter sua riqueza (ou parte dela) sob a forma de moeda, por um período de tempo, sabendo que, amanhã ou depois, esse ativo será aceito em qualquer transação por ter liquidez absoluta. Trata-se, no entanto, de uma função  que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivíduo prefere manter sua riqueza sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar, pois a moeda em si não gera rendimentos ; segundo, e ao contrário, em períodos inflacionários o indivíduo perde com a desvalorização  da moeda.
Indicadores monetários
Diariamente, o Banco Central do Brasil divulga uma estatística da evolução do saldo de diversos conceitos de moeda, a saber:
Papel moeda emitido(PME):Trata-se do total de dinheiro “autorizado” (isto é, produzido ou fabricado) pelas Autoridades Monetárias.
Papel moeda em circulação(PMC): Equivale ao total do papel moeda emitido (PME) menos o dinheiro que se encontra no caixa do Banco Central.
Papel moeda em poder do publico(PMP): Deduzindo-se do papel moeda em circulação (PMC) o dinheiro em caixa dos bancos comerciais, tem-se o total de dinheiro em poder do público, isto é, todos os indivíduos e empresas (exclusive, claro, os bancos comerciais).
Meios de pagamento
Tecnicamente, consideram-se meios de pagamento (M) todos os haveres possuídos pelo setor não bancário e que podem ser utilizados a qualquer momento para liquidação de qualquer compromisso em moeda nacional. Ou seja, são haveres que possuem liquidez absoluta e imediata. Dois haveres preenchem essas condições: o papel moeda em poder do público (PMP) e a moeda escritural, representada pelos depósitos a vista nos bancos comerciais públicos e privados (DVBC).
Assim, o total de meios de pagamento (M) é definido pela expressão: M = PMP + DVBC (moeda escritural)
As estatísticas mostram que, no Brasil, o público vem mantendo cerca de 20% de seus meios de pagamento sob a forma de dinheiro no bolso (PMP) e os restantes 80% como depósitos em conta corrente nos bancos comerciais (DVBC).Conceito de criação e destruição de moeda
Diariamente, o público, isto é, os  indivíduos e as empresas, realiza operações com o setor bancário comercial, operações essas traduzidas em depósitos, saques, pagamentos diversos (luz, telefone), tomada ou quitação de empréstimo etc. Dependendo da natureza dessas operações, o total de meios de pagamentos poderá ou não se reduzir ou aumentar. Se o resultado for um aumento dos meios de pagamento, têm-se aí uma criação de moeda; se ocorrer uma redução dos meios de pagamento, tem-se uma destruição de moeda.
No processo de criação de moeda, o público entrega ao setor bancário um “haver não monetário” (por exemplo, uma nota promissória) e recebe deste um “haver monetário” (por exemplo, um empréstimo). No caso de destruição de moeda, o público entrega  ao banco um ativo monetário (digamos, dinheiro em espécie para pagamento da nota promissória) e recebe um ativo não monetário (a promissória vencida).
Importante notar que para que haja criação ou destruição de moeda a transação deverá ser feita entre um agente do setor bancário e outro do setor não bancário.

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