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Manutenção Mecânica Lubrificação industrial © SENAI-SP, 1991 Trabalho elaborado pela Divisão de Currículos e Programas e editorado pela Divisão de Material Didático da Diretoria de Tecnologia Educacional, SENAI-SP, para o Departamento Nacional do SENAI, dentro do Acordo de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha para o curso de Formação de Supervisores de Primeira Linha. Coordenação geral Nacim Walter Chieco Walter Vicioni Gonçalves Equipe responsável Coordenação Cláudio Cabrera Marcos José de Morais Silva Elaboração Carlos Aparecido Cavichioli Equipe de editoração Coordenação Ciro Yoshisada Minei Edição de texto Maria Regina José da Silva Diagramação Roberto Rodrigues Composição Solange Aparecida Araujo Desenho José Luciano de Souza Filho Gilvan Lima da Silva Arte-final Lúcia Cukauskas Capa Marcos Luesch Reis Produção gráfica Victor Atamanov Digitalização Unicom - Terceirização de serviços Ltda. S471 SENAI SP. Lubrificação industrial. Por Carlos Aparecido Cavichioli. 1a ed. São Paulo, 1991. (Manutenção Mecânica, 7). 1. Manutenção mecânica. 2. Mecânica geral. I. CAVICHIOLI, Carlos Aparecido. II.t. III.s. 621 (CDU, IBICIT, 1976) SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Unidade de Gestão Corporativa SP Av. Paulista, 1313 Cerqueira Cesar São Paulo SP CEP 01311-923 Telefone Telefax SENAI on-line (0XX11) 3146 7000 (0XX11) 3146 7230 0800 - 55 1000 E-mail Home page senai@sp.senai.br http:// www.sp.senai.br Lubrificação industrial SENAI Sumário Conteúdos 5 Objetivos gerais 7 Noções básicas sobre lubrificação 9 Características dos lubrificantes 23 Aditivos 45 Graxas 57 Princípios fundamentais 77 Lubrificação de equipamentos 117 Produtos especiais 147 Planejamento da lubrificação 171 Lubrificação industrial SENAI Lubrificação industrial SENAI 5 Conteúdos Noções básicas sobre lubrificação 2 horas • Substâncias lubrificantes • Petróleo • Lubrificantes não minerais • Atrito e suas influências • Tribologia Características dos lubrificantes 2 horas • Viscosidade, densidade, cor • Ponto de fulgor, de névoa e de fluidez • Acidez e alcalinidade • Demulsibilidade • Corrosão • Oxidação • Espuma Aditivos 2 horas • Antioxidantes, anticorrosivos • Antidesgaste, antiespumante • Dispersantes, detergentes • Extrema pressão • Abaixadores do ponto de fluidez • Aumentadores do I.V. • Agentes de adesividade Lubrificação industrial SENAI 6 Graxas 3 horas • Composição e características • Aditivos • Ensaios de caráter geral • Ensaios especiais Princípios fundamentais da lubrificação 5 horas • Películas lubrificantes • Lubrificação hidrodinâmica • Lubrificação hidrostática • Lubrificação por esmagamento da película • Película limite e folgas • Armazenagem e aplicação dos lubrificantes Teste I 1 hora Lubrificação de equipamentos 6 horas • Mancais de deslizamento e de rolamento • Barramentos, réguas e guias • Engrenagens, correntes, cabos de aço • Sistema hidráulico • Compressores • Motores a combustão interna Produtos especiais 3 horas • Fluidos de corte • Óleos para transformadores • Óleos para tratamento térmico • Lubrificantes sólidos Planejamento da lubrificação 2 horas • Levantamento dos equipamentos • Programação • Controle • Codificação e identificação dos lubrificantes Teste II 1 hora Total 27 horas Lubrificação industrial SENAI 7 Objetivos gerais Objetivos Ao final deste programa o participante deverá: Conhecer Estar informado sobre: • Princípios que regem a lubrificação; • Características e usos dos produtos lubrificantes; • Classificação dos lubrificantes; • Planejamento da lubrificação. Saber Reproduzir conhecimentos sobre: • Mecanismos de formação da película lubrificante; • Tipos de lubrificação; • Composição e aplicação dos lubrificantes; • Unidades usadas nos ensaios para determinação de características e comportamento; • Lubrificação de equipamentos específicos; • Procedimentos para planejar, programar e controlar a lubrificação. Ser capaz de Aplicar conhecimentos para: • Identificar problemas causados por lubrificação deficiente; • Interpretar e fazer especificações de óleos e graxas; • Orientar aplicação e armazenagem dos lubrificantes; • Executar o planejamento da lubrificação. Lubrificação industrial SENAI 8 Lubrificação industrial SENAI 9 Noções básicas sobre lubrificação Objetivos Ao final desta unidade, o participante deverá: Conhecer Estar informado sobre: • Substâncias lubrificantes; • Petróleo, sua origem e refinação; • Atrito, suas causas e tipos; • Tribologia e desgaste. Saber Reproduzir conhecimentos sobre: • Óleo lubrificante e suas categorias; • Lubrificantes não minerais; • Atrito, seus tipos e influências; • Desgaste e suas leis; • Substâncias lubrificantes e seus tipos. Ser capaz de Aplicar conhecimentos para: • Identificar problemas causados por atrito; • Orientar a aplicação das substâncias lubrificantes. Lubrificação industrial SENAI 10 Introdução Os componentes dos equipamentos mecânicos possuem um grande número de superfícies em movimento relativo. Nessa movimentação, está presente o atrito, que gera desgaste e limita a velocidade desses componentes. Para reduzir os efeitos do atrito, são usados os lubrificantes. Teoricamente, qualquer fluido pode funcionar como lubrificante. Entretanto, a grande maioria dos lubrificantes é derivada do petróleo cujas propriedades são as mais adequadas para a lubrificação. Substâncias lubrificantes De acordo com seu estado de agregação, os lubrificantes são classificados em: • Gasosos; • Sólidos; • Pastosos; • Líquidos. Lubrificantes gasosos São usados em casos especiais, onde não é possível o emprego dos lubrificantes convencionais. Exemplo: ar, nitrogênio, etc. Lubrificantes sólidos Esses lubrificantes têm a finalidade de substituir a película fluida por uma película sólida. Os sólidos minerais mais usados são o grafite, o dissulfeto de molibdênio, a mica e o talco. Esses sólidos apresentam excelentes propriedades de untuosidade e resistem a elevadas temperatura e pressão. Lubrificação industrial SENAI 11 Lubrificantes pastosos São as graxas e as composições betuminosas. Lubrificantes líquidos Os líquidos são em geral preferidos como lubrificantes. Eles possuem excelente penetração entre as partes móveis e atuam, também, como removedores de calor. Os lubrificantes líquidos classificam-se em: • Óleos minerais (derivados do petróleo); • Óleos não minerais (óleos graxos, compostos e sintéticos). Petróleo O petróleo é um líquido extraído da terra, de cor que varia entre o verde-escuro, o marrom e o preto. Sua fluidez também é muito variável. Bolsão de petróleo na crosta terrestre O petróleo é formado basicamente por hidrocarbonetos, isto é, a combinação do carbono com o hidrogênio. Sua composição química é: • Carbono de 81 a 88 %; • Hidrogênio de 10 a 14 %; • Oxigênio de 0,01 a 1,2 %; • Nitrogênio de 0,002 a 1,7 %; • Enxofre de 0,01 a 5%. Lubrificação industrial SENAI 12 Origem No ano de 2.500 a.C., Noé calafetou sua arca com betume ou piche. Em 1.600 a.C., a mãe de Moisés, para salvar seu filho, colocou-o numa arca untada com piche. Os egípcios também usavam um derivado do petróleo para conservar as múmias. Para explicar a formação do petróleo, existem duas teorias: a vegetal e a animal. Teoria vegetal Imensas vegetações teriam sido cobertas, ocorrendo sua decomposição e fermentação. Após milhares de anos nesse processo, desses depósitos subterrâneos teria surgido o petróleo. Teoria animal Grande quantidade de animais e plantas marinhas teriam sido soterrados por cataclismas. Após milhares de anos em decomposição, esses depósitos subterrâneos teriam se transformado em petróleo. Atualmente, os geólogos aceitam um misto das duas teorias como o mais provável. Refinação Inicialmente, o óleo cru é levado a um reservatório para separar por gravidade a água e a areia. Em seguida, é bombeado para a torre de destilação, passando por um forno. Nessa fase, separa-se o óleo dos combustíveis. Logo após, o resíduo rico (óleo) passa por outro forno e é levado à torre de vácuo. Nessa fase, o óleo separa-se em leve, médio e pesado. Lubrificação industrial SENAI 13 Destilação primária Lubrificação industrial SENAI 14 Destilação a vácuo Lubrificação industrial SENAI 15 Esses óleos são chamados óleos básicos e, ainda, não servem como base para os lubrificantes sendo necessários para tanto os seguintes tratamentos: • Refinação por solvente; • Desparafinização; • Hidrogenação. Refinação por solvente É um tratamento que extrai o asfalto e compostos similares do óleo. Coloca-se o solvente no óleo e agita-se a mistura. Nesse momento, ocorre uma combinação química entre o asfalto e o solvente. Quando a agitação pára, ocorre a separação entre óleo e solvente o qual, por ser mais pesado que o óleo, aglutina-se no fundo do recipiente. Desparafinização Consiste em tirar as ceras parafínicas do óleo básico. Essas ceras provocam alta fluidez nos óleos. Esse método se utiliza de adição de um solvente, resfriamento e filtração. Hidrogenação Tem o objetivo de estabilizar quimicamente os óleos, eliminando os compostos de enxofre instáveis. Após a hidrogenação, o óleo fica mais claro e diminui sua tendência à oxidação. Óleo mineral lubrificante Após passar pelos tratamentos citados, o óleo é chamado de mineral puro, e já pode ser usado como base para os lubrificantes. Em função da origem do petróleo cru, dividem-se os óleos minerais puros em três categorias: • Naftênicos; • Parafínicos; • Mistos. Lubrificação industrial SENAI 16 Essas categorias apresentam propriedades peculiares que indicam os óleos para umas aplicações e contraindica-os para outras. Portanto, não há sentido em dizer que uma categoria é melhor que outra. Naftênico É obtido do petróleo rico em asfalto e praticamente não tem parafina. Parafínico É obtido do petróleo rico em resíduo ceroso (parafinas) e não contém asfalto. Misto É obtido do petróleo com resíduos asfálticos e parafínicos e não é adequado à lubrificação. Comparação entre as categorias Parafínico Naftênico • Sob frio intenso • Em presença de água • Cinza-se ao se queimar • Viscosidade com variação da temperatura • Oleosidade • Resistência à oxidação - congela - não mistura - muito - pouca alteração - pequena - grande - suporta - mistura - pouco - muita alteração - grande - pequena Óleos lubrificantes não minerais Os óleos orgânicos, vegetais e animais foram os primeiros lubrificantes a serem usados. Hoje, estão quase totalmente substituídos pelos minerais. Os óleos minerais, devido as suas limitações, provocaram o surgimento dos sintéticos. Os principais lubrificantes não minerais são os óleos graxos, os compostos e os sintéticos. Lubrificação industrial SENAI 17 Óleos graxos São óleos vegetais e animais. Têm como vantagem uma boa aderência a superfícies metálicas. Entretanto, são caros, não resistem à oxidação (ranço) e tornam-se ácidos e corrosivos com o uso. Os principais óleos graxos usados atualmente são o óleo de mamona e o óleo de baleia. Óleos compostos São misturas de óleos minerais com óleos graxos. A proporção de óleos graxos na mistura varia entre 1 e 25 %. A finalidade da mistura é conferir ao lubrificante maior oleosidade e mais facilidade para se emulsificar. Por isso, esses lubrificantes são encontrados em mecanismos de caldeira a vapor e na formulação de óleos solúveis. Óleos sintéticos São óleos obtidos em laboratório e com qualidades superiores às dos óleos minerais. Os principais óleos sintéticos são os ésteres de silicato, o silicone e os ésteres de poliglicol. Ésteres de silicato Agüentam altas temperaturas (200º C) mas, em presença de água, formam uma pasta abrasiva. São usados como fluidos de transferência de calor, fluidos hidráulicos para altas temperaturas e em graxas especiais de baixa volatilidade. Silicone É obtido do silício e possui mínima variação da viscosidade em função de mudança de temperatura. Sua volatilidade é muito baixa e a resistência à oxidação é alta, porém seu custo é muito elevado. Ésteres de poliglicol Esses óleos têm baixa volatilidade, boa estabilidade térmica, bom poder lubrificante e resistem a se inflamar. Lubrificação industrial SENAI 18 São usados como fluidos hidráulicos especiais. Podem aparecer, também, como compostos solúveis ou não, em água. Atrito Sempre que houver movimento relativo entre duas superfícies, haverá uma força contrária a esse movimento. Essa força chama-se atrito ou resistência ao movimento. O atrito é, em alguns casos, necessário e útil, como nos sistemas de freios. Em outros casos, porém, é indesejável porque dificulta o movimento, gera calor e consome energia motriz, sem produzir o correspondente trabalho. O atrito classifica-se em dois tipos: sólido e fluido. Atrito sólido Ocorre quando há o contato de duas superfícies sólidas entre si. O atrito sólido é subdividido em: atrito de rolamento e atrito de deslizamento. Atrito sólido Atrito de rolamento Ocorre quando o deslocamento de uma superfície se efetua através da rotação de corpos cilíndricos, cônicos ou esféricos, colocados entre essa superfície e outra. A oposição ao movimento, neste caso, é menor do que no atrito de deslizamento. Atrito de deslizamento Ocorre quando uma superfície se desloca diretamente em contato com a outra. Lubrificação industrial SENAI 19 Atrito fluido Quando existe uma camada fluida (líquida ou gasosa) separando as superfícies em movimento, tem-se o atrito fluido. Causas do atrito As superfícies sólidas, mesmo as mais polidas, apresentam asperezas e irregularidades. Tais irregularidades originam dois fenômenos: o cisalhamento e a adesão. Cisalhamento Ocorre quando picos de duas superfícies entram em contato entre si. O atrito é provocado pela resistência à ruptura que possuem os picos. Existem casos onde a dureza das duas superfícies é a mesma, então ocorre o cisalhamento em ambas as partes. Mas, quando as durezas das superfícies são diferentes, ocorre o cisalhamento predominantemente na superfície menos dura. Lubrificação industrial SENAI 20 Adesão Quando as superfícies em contato apresentam microáreas planas, ocorre uma adesão entre essas microáreas, provocando o atrito. A adesão é também chamada solda a frio e é a maior responsável pela resistência ao movimento.Tribologia No início da década de 60, estudiosos ingleses constataram que uma quantidade exagerada de máquinas estava com desgaste. Constataram também que o desgaste foi provocado predominantemente pelo atrito elevado e lubrificação inadequada. A partir disso, o governo inglês constituiu um grupo de trabalho para estudar o assunto. Os estudos contaram com a participação de institutos internacionais de normalização e pesquisa. Ao fim das pesquisas, em 1968, criou-se uma nova ciência: a tribologia. A palavra tribologia tem sua origem na língua grega tríbos (atrito). Tribologia é definida como a ciência que estuda as superfícies atuantes em movimento relativo e todos os fenômenos daí decorrentes. Atualmente, existem no mundo muitos institutos dedicados ao desenvolvimento da tribologia. Vários dos materiais usados, atualmente, para evitar o atrito foram desenvolvidos por esses institutos, tais como: • Plásticos autolubrificantes; • Revestimentos antiatrito para barramentos; • Óleos lubrificantes com aditivos especiais; • Materiais combinados como plástico com metais (teflon com bronze sinterizado). Lubrificação industrial SENAI 21 Em resumo, dar ao atrito a atenção necessária com o fim de aumentar a disponibilidade operacional das máquinas é tarefa da tribologia. Desgaste Muito embora o objetivo da lubrificação seja reduzir o atrito, pode-se considerar que sua finalidade última seja diminuir o desgaste. O conhecimento das leis do desgaste ajuda-nos a saber como evitá-lo e como fazer uma lubrificação correta; são elas: • A quantidade de desgaste é diretamente proporcional à carga; • A quantidade de desgaste é diretamente proporcional à distância deslizante; • A quantidade de desgaste é inversamente proporcional à dureza da superfície. Questionário resumo 1 Quais as teorias que procuram explicar a formação do petróleo? 2 Quais as categorias dos óleos minerais em função da origem do petróleo cru? 3 Quais são os lubrificantes não minerais? Cite exemplos. 4 O que é atrito sólido? Lubrificação industrial SENAI 22 5 O que é atrito fluido? 6 O que é solda a frio? 7 O que é tribologia? 8 Quais são as leis do desgaste? 9 As substâncias lubrificantes são classificadas em função do quê? Lubrificação industrial SENAI 23 Características dos lubrificantes Objetivos Ao final desta unidade o participante deverá: Conhecer Estar informado sobre: • Principais características dos óleos lubrificantes; • Métodos e aparelhos usados nos ensaios que identificam as características dos lubrificantes. Saber Reproduzir conhecimentos sobre: • Importância das características para aplicação prática dos óleos; • Unidades usadas nos diversos ensaios e seu uso industrial. Ser capaz de Aplicar conhecimentos para: • Interpretar especificações de óleos. Introdução Na fabricação de qualquer produto, são estabelecidos padrões. As características peculiares do produto são a base para serem estabelecidos esses padrões, cuja finalidade é a identificação ou reprodução desse mesmo produto. Num laboratório, são feitos testes para avaliar as condições dos diferentes lubrificantes, porém a palavra final virá do uso prático. Lubrificação industrial SENAI 24 A seguir, serão apresentadas as características e os testes feitos para identificar os lubrificantes. Viscosidade A viscosidade é a resistência oferecida por um fluido qualquer ao movimento ou ao escoamento. Pode-se dizer que a viscosidade é a propriedade principal dos lubrificantes, pois está ligada com a capacidade para suportar carga, ou seja, quanto mais viscoso for o óleo, mais carga pode suportar. A viscosidade é conseqüência do atrito interno dos fluidos. Resulta desse fato a grande influência da viscosidade do lubrificante na perda de potência do motor e na intensidade do calor produzido nos mancais. A viscosidade é inversamente proporcional a altas temperaturas. Assim, quanto maior for a temperatura, menor será a viscosidade do óleo. Relação viscosidade-temperaturas nos óleos Popularmente, a viscosidade é o corpo do lubrificante. Um óleo de grande viscosidade é chamado grosso e flui com dificuldade; um óleo de pouca viscosidade é chamado fino e escorre facilmente. Lubrificação industrial SENAI 25 Escalas de viscosidade Existem escalas físicas e escalas empíricas ou convencionais para medir a viscosidade cinemática; as escalas convencionais recebem os nomes de seus autores: Saybolt, Redwood e Engler. Viscosidade cinemática É definida como a razão entre a viscosidade absoluta (VA) e a densidade, ambas à mesma temperatura. Na prática, a viscosidade cinemática é medida com o viscosímetro de Ostwald. A tendência internacional é substituir os outros viscosímetros pelo de Ostwald. Os motivos dessa tendência são a simplicidade operacional, a rapidez e a boa precisão. O funcionamento de modo geral do viscosímetro de Ostwald é o seguinte: • Coloca-se uma quantidade de óleo suficiente para encher os bulbos A e B; • Coloca-se o aparelho dentro de um banho de aquecimento; • O óleo ao atingir a temperatura de 100º F (37,8º C) é aspirado até o ponto 3; • Em seguida, interrompe-se a sucção e registra-se o tempo (segundos) que o nível superior do óleo demora para descer de 4 até 5; • O tempo registrado é multiplicado por uma constante do aparelho e representa a viscosidade cinemática. Viscosímetro de Ostwald A unidade usada é o stoke (cm2/s). Como um stoke é muito grande para o uso convecional, usa-se o centistoke que é a centésima parte do stoke. Lubrificação industrial SENAI 26 Viscosidade absoluta É definida como a força (em dina) necessária para fazer deslocar uma superfície plana de 1 cm2 sobre outra, do mesmo tamanho, com velocidade de 1 cm/s. Estando as duas superfícies separadas por uma camada de fluido com 1 cm de espessura. Esquema de viscosidade cinemática Sua unidade é o poise, que tem as dimensões em gramas por centímetro vezes segundo. Também nesse caso emprega-se a centésima parte do poise: o centipoise. Origem das unidades As unidades para a escala física de viscosidade utilizam o sistema cgs (centímetro, grama, segundo) de grandezas. Assim, o poise e o stoke seguem as deduções abaixo. p = a t . F Onde: F t a p - - - - Força em dina (gf . cm/s2) Tempo em segundos Área em cm2 Poise Lubrificação industrial SENAI 27 p = cm . s g s = d VA Onde: s VA d - - - Stoke Viscosidade absoluta em poise Densidade em g/cm3 s = s cm2 Logo, o centistoke (cSt) é: cSt = 100 . s cm2 cSt = s mm2 Viscosidade convencional A viscosidade convencional ou empírica é medida por meio dos seguintes viscosímetros: • Saybolt usado na América do Norte; • Redwood usado no Reino Unido; • Engler usado na Europa. Todos esses aparelhos têm uma construção e um princípio de atuação semelhantes entre si. Todos compõem-se, basicamente, de um tubo de secção cilíndrica com um estreitamento na parte inferior. Lubrificação industrial SENAI 28 Coloca-se um determinado volume de óleo nesse tubo que fica mergulhado em um banho com temperatura controlada. A seguir, deixa-se escoar o óleo através do orifício inferior e registra-se o tempo de escoamento. A figura a seguir mostra o viscosímetro de Saybolt; os outros viscosímetrosdiferenciam-se deste, principalmente, pelo volume de óleo e temperatura utilizados (tabela seguinte). Existem ainda as variações saybolt furol e graus engler. Viscosímetro de Saybolt Lubrificação industrial SENAI 29 Viscosímetro Símbolo Volume de óleo Temperaturas universal SUS ou SSU 70º F, 100º F, 130º F, 210º F Saybolt furol SFS ou SSF 60 ml 77º F, 100º F, 122º F, 210º F I ou 1 (standard) I ou 1 77º F, 100º F, 140º F, 200º F Redwood II ou 2 (admiralty) II ou 2 50 ml 77º F, 86º F Engler segundos graus - oE 200 ml 20º, 50º C, 100º F Saybolt furol É um modelo quase idêntico ao saybolt universal, possuindo apenas o orifício inferior do tubo maior que o do universal. Destina-se a medir óleos de elevada viscosidade, tal como os óleos combustíveis. Graus engler Nesse caso, o tempo gasto para o óleo escorrer é dividido pelo tempo gasto, nesse mesmo ensaio, por um volume de água destilada igual ao volume de óleo a ser testado. Conversão de viscosidades A conversão entre os vários métodos pode ser feita considerando a mesma temperatura para os ensaios, ou considerando várias temperaturas para um único ensaio (Tabelas: Viscosidades cinemáticas aproximadas em várias temperaturas (baseadas num grupo representativo de óleos minerais) e Conversão de viscosidades à mesma temperatura). Classificação de viscosidade ISO A International Standardisation Organization (ISO) estabeleceu um sistema de classificação aplicável aos óleos industriais. Nesse sistema, a única característica considerada é a viscosidade. Lubrificação industrial SENAI 30 Tabela: Viscosidades cinemáticas aproximadas em várias temperaturas (baseadas num grupo representativo de óleos minerais) Viscosidade (cSt) 68º F (20º C) 70º F 100º F 122º F (50ºC) 130º F 140º F 200º F 210º F 212º F (100º C) 250º F 3,03 2,95 2 - - - - - - - 6,9 6,6 4 2,95 2,70 2,40 - - - - 11,2 10,6 6 4,3 3,85 3,38 - - - - 15,5 14,8 8 5,6 4,9 4,3 2,24 2,06 2,03 - 20,5 19,5 10 6,8 6 5,2 2,57 2,35 2,30 - 25,5 24 12 7,9 6,9 6 2,90 2,60 2,57 - 31 29 14 9,1 7,9 6,8 3,16 2,88 2,85 2,06 36 34 16 10,2 8,9 7,5 3,45 3,10 3,06 2,20 42 39 18 11,4 9,8 8,3 3,7 3,33 3,27 2,33 47 44 20 12,5 10,7 9 3,9 3,53 3,48 2,46 62 58 25 15,2 13 10,8 4,5 4,05 3,98 2,75 77 72 30 17,7 15 12,4 5 4,47 4,37 3 94 88 35 20,4 17 14 5,5 4,85 4,73 3,20 110 104 40 22,7 19 15,4 5,8 5,2 5 3,35 131 121 45 25 21 16,9 6,2 5,5 5,3 3,54 150 137 50 27,4 22,7 18,5 6,5 5,8 5,6 3,70 169 156 55 30 24,5 19,7 6,9 6,1 5,9 3,84 190 173 60 32 26,4 21 7,2 6,3 6,2 4 230 210 70 37 30 23,5 7,8 6,8 6,7 4,25 270 245 80 42 33 26,3 8,5 7,4 7,2 4,53 320 285 90 46 37 29 9,2 7,9 7,7 4,8 360 320 100 50 40 31 9,7 8,4 8,2 5,1 400 360 110 55 44 34 10,3 8,9 8,7 5,3 Lubrificação industrial SENAI 31 Tabela: Conversão de viscosidades à mesma temperatura Saybolt Redwood Engler Cinemática Saybolt Redwood Engler Cinemática 32 30 1,11 1,83 235 207 6,70 50,8 34 31,5 1,17 2,39 240 211 6,84 51,9 36 33 1,22 3,00 245 215 6,98 53,0 38 34,5 1,28 3,63 250 219 7,12 54,1 40 36 1,34 4,28 500 439 14,25 108,2 42 37,5 1,39 4,91 520 456 14,81 112,5 44 39 1,45 5,53 800 702 22,78 173,2 46 41 1,50 6,16 850 746 24,20 184,0 48 42,5 1,55 6,78 900 790 25,63 194,8 50 44 1,60 7,39 950 833 27,05 205,6 100 88 2,94 20,60 1.000 877 28,48 216,5 105 92 3,09 21,77 1.500 1.316 42,72 324,7 110 96 3,23 22,93 1.600 1.404 45,57 346,3 115 101 3,37 24,09 1.700 1.491 48,42 368,0 120 105 3,51 25,24 1.800 1.579 51,3 389,6 125 110 3,65 26,39 1.900 1.667 54,1 411 130 114 3,78 27,53 2.000 1.775 56,9 433 135 118 3,92 28,67 3.000 2.632 85,4 649 140 123 4,06 29,80 4.000 3.509 113,9 866 145 127 4,20 30,93 4.500 3.948 128,2 975 150 132 4,33 32,06 5.000 4.386 142,4 1.083 200 176 5,72 43,16 5.500 4.825 156,6 1.190 205 180 5,86 44,26 6.000 5.264 170,9 1.299 210 185 6,00 45,36 7.000 6.141 199,3 1.515 215 189 6,14 46,45 8.000 7.018 227,8 1.732 220 193 6,28 47,54 9.000 7.896 256,3 1.948 225 198 6,42 48,63 10.000 8.772 284,8 2.166 230 202 6,56 49,72 Lubrificação industrial SENAI 32 A classificação ISO de viscosidade expressa seus valores em graus de viscosidade cinemática a 40º C dos óleos. Tabela: Classificação ISO de viscosidade Limites de viscosidade cinemática (cSt a 40º C) Grau de viscosidade Viscosidade mediana (cSt a 40º C) Mínimo Máximo ISO VG 2 2,2 1,98 2,42 ISO VG 3 3,2 2,88 3,52 ISO VG 5 4,6 4,14 5,06 ISO VG 7 6,8 6,12 7,48 ISO VG 10 10 9,00 11,0 ISO VG 15 15 13,5 16,5 ISO VG 22 22 19,8 24,2 ISO VG 32 32 28,8 35,2 ISO VG 46 46 41,4 50,6 ISO VG 68 68 61,2 74,8 ISO VG 100 100 90 110 ISO VG 150 150 135 165 ISO VG 220 220 198 242 ISO VG 320 320 288 352 ISO VG 460 460 414 506 ISO VG 680 680 612 748 ISO VG 1.000 1.000 900 1.100 ISO VG 1.500 1.500 1.350 1.650 A nomenclatura usada nas especificações por esse sistema é: Índice de viscosidade O índice de viscosidade (IV) de um óleo é um valor empírico que estabelece uma relação entre a variação que sua viscosidade sofre com a alteração da temperatura, e as variações idênticas de dois óleos padrões. Lubrificação industrial SENAI 33 O método do IV foi criado em 1929 e tomou como padrões o óleo mais sensível e o menos sensível conhecidos na época. O mais sensível recebeu o índice 0 (IV = 0); o menos sensível recebeu índice 100 (IV = 100). Foram tomadas por padrões as viscosidades medidas às temperaturas de 100 e 210º F (37,8 e 99º C) e mais recentemente a 40 e 100º C. Atualmente, é possível produzir óleos mais sensíveis à temperatura do que os abrangidos pela referência IV = 0, e outros menos sensíveis do que os que figuram com a referência IV = 100. Portanto, encontramos no mercado óleos com IV abaixo de zero e outros com IV acima de 100. Em resumo, a viscosidade de todos os óleos diminui com o aumento da temperatura, mas a dos óleos com alto IV não varia tanto como a dos óleos que têm baixo IV. Interpretação do IV Pelo fato de as temperaturas de serviço às quais os óleos estão sujeitos serem muito variáveis, torna-se importante conhecer o IV. Esse valor é obtido por meio do catálogo do fornecedor. A altas temperaturas, a viscosidade de um óleo pode cair tanto que a película lubrificante pode se romper, provocando um sério desgaste das peças pelo contato de metal com metal. No caso oposto, a baixas temperaturas, o óleo pode tornar-se tão viscoso que não consiga circular; ou, ainda, pode gerar forças que dificultem a operação da máquina. Portanto, óleos sujeitos a considerável variação de temperaturas devem ter alto IV. É o caso dos automóveis, das máquinas-ferramentas e dos aviões. Cor Os produtos de petróleo apresentam variação de cor quando observados contra a luz. Essa faixa de variação atinge desde o preto até quase o incolor. Lubrificação industrial SENAI 34 Existem vários aparelhos para determinar a cor dos óleos lubrificantes, são os colorímetros. O mais usado para fins industriais e automotivos é o colorímetro Union. Colorímetro Union O colorímetro Union é recomendado pela ASTM (norma D-155). O aparelho possui um tubo com luneta que permite observação simultânea da amostra do óleo e do vidro na cor padrão. Esse vidro possui oito cores diferentes numeradas de 1 (cor mais clara) a 8 (cor mais escura). A cor é importante paraos óleos brancos, pois eles têm aplicação como lubrificantes de fibras têxteis sintéticas. Elas não podem sofrer manchas. Para os lubrificantes comuns, tem pouca importância a determinação da cor, salvo para o fabricante controlar a uniformidade do produto. Densidade Densidade ou massa específica de uma substância é o quociente de sua massa pelo seu volume. Como o volume varia com a temperatura, é necessário referir-se à temperatura de medição. Lubrificação industrial SENAI 35 A densidade dos lubrificantes em geral é comparada com a densidade da água. Ora, os lubrificantes, por serem mais leves que a água, possuem densidade inferior a 1. Isso, provavelmente pareceu incômodo aos técnicos do American Petroleum Institute (API), que fizeram uma escala própria. Essa escala dá o grau 10 para a água, e para líquidos mais leves dá graus superiores a 10. A densidade em graus API é dada pela fórmula: ºAPI = F 60º adensidade 5,141 - 131,5 O quadro abaixo mostra equivalência entre graus API e densidade. ºAPI 10 11 12 13 14 15 20 30 40 50 Densidade (kg/dm3) 1,000 0,993 0,986 0,979 0,972 0,966 0,934 0,876 0,825 0,780 O valor da densidade como fator de especificação dos lubrificantes é muito reduzido. Quando muito, pode-se eventualmente determinar o tipo de óleo cru do qual um óleo é proveniente. O único interesse prático em conhecer a densidade, ou melhor, a massa específica de um lubrificante é poder converter um valor de volume em massa, ou vice-versa. Esses cálculos são necessários para operações de frete e conferência de recebimento. Ponto de fulgor O ponto de fulgor é a temperatura em que o óleo, quando aquecido, desprende os primeiros vapores que se inflamam momentaneamente em contato com uma chama (flash). Lubrificação industrial SENAI 36 O aparelho mais usado para esse teste é o cleveland open cup, isto é, o cleveland vaso aberto. Aparelho cleveland vaso aberto O conhecimento do ponto de fulgor permite avaliar as temperaturas de serviço que um óleo pode suportar com absoluta segurança. Óleos com ponto de fulgor inferior a 150º C não devem ser empregados para fins de lubrificação. Produtos de petróleo, lubrificantes ou combustíveis, com ponto de fulgor abaixo de 70º C, são considerados, por lei, como de manuseio perigoso. O ensaio do ponto de fulgor é importante para avaliar as condições de contaminação por combustíveis em óleos de motor usados. Ponto de combustão É a temperatura a que o produto deve ser aquecido para inflamar de modo contínuo, durante um mínimo de cinco segundos. É também chamado de ponto de inflamação. O ponto de combustão é de 22 a 28º C acima do ponto de fulgor. O aparelho usado para esse ensaio é o mesmo da figura anterior. Lubrificação industrial SENAI 37 Ponto de fluidez e ponto de névoa São dois testes feitos em um óleo no mesmo aparelho. Por serem visuais, estão limitados aos produtos que apresentam a transparência necessária. Aparelho para teste de ponto de fluidez e névoa O teste consiste em colocar o óleo num tubo com termômetro e mergulhá-lo num ambiente frio. A cada queda de 5º F (3º C) no termômetro, a amostra é retirada e observada. Ponto de névoa É a temperatura na qual é observada uma névoa ou turvação da amostra. A névoa ocorre porque substâncias cerosas (parafinas), normalmente dissolvidas no óleo, começam a se separar formando minúsculos cristais que são responsáveis pela turvação do óleo. O conhecimento do ponto de névoa é importante somente nos casos onde a capilaridade é usada para conduzir o lubrificante às partes móveis, buchas de bronze sinterizado, por exemplo. Lubrificação industrial SENAI 38 Ponto de fluidez É a mais baixa temperatura na qual o óleo ainda flui nas condições normais do teste. É importante conhecer o ponto de fluidez de qualquer lubrificante exposto a temperaturas de serviço muito baixas (menores que 0º C). Acidez e alcalinidade O grau de acidez ou alcalinidade de um óleo pode ser avaliado pelo seu número de neutralização. O número de neutralização é a quantidade, em mg, de KOH (hidróxido de potássio) necessária para neutralizar os ácidos contidos em um grama de óleo. Nem sempre o óleo é ácido. Quando ele é básico, utiliza-se uma solução ácida como ácido clorídrico ou sulfúrico para neutralização. Nesse caso, a quantidade de solução ácida necessária para a neutralização do óleo é convertida em equivalentes miligramas de KOH. Assim a unidade de acidez ou alcalinidade é mgKOH/g. Ensaio para o número de neutralização O número de neutralização aparece sob nomes que veremos a seguir. Lubrificação industrial SENAI 39 Índice de acidez forte (SAN) É a quantidade de base, expressa em mg de KOH, necessária para neutralizar os ácidos fortes presentes em um grama de óleo. Índice de acidez total (TAN) É a quantidade de base, em mgKOH/g, necessária para neutralizar os ácidos presentes em um grama de óleo. Índice de alcalinidade total (TBN) É a quantidade de ácido, em equivalentes mg de KOH, necessária para neutralizar todos os componentes básicos presentes em um grama de óleo. Índice de alcalinidade forte (SBN) É a quantidade de ácido, em equivalentes mg de KOH, necessária para neutralizar as bases fortes de um grama de óleo. Aplicação do número de neutralização Os óleos minerais puros têm um número de neutralização inferior a 0,1 mgKOH/g. Os lubrificantes aditivados possuem valores bem maiores. A função principal desse número está no controle de óleos usados, pois nos ensaios pode-se verificar a variação desse número e saber se o óleo está deteriorado ou contaminado. Demulsibilidade É a capacidade que possuem os óleos de se separarem da água. O número de demulsibilidade (também chamado número de emulsão) é o tempo em segundos que a amostra de óleo leva para separar-se da água condensada proveniente de uma injeção de vapor. Esse ensaio é normalizado pela ASTM. Em geral, os óleos que oferecem menor resistência a se emulsificar são os de maior acidez que, entretanto, apresentam maior resistência da película. Por outro lado, o óleo oxidado se emulsifica mais facilmente que o novo. Lubrificação industrial SENAI 40 A demulsibilidade é muito importante em turbinas hidráulicas, pois se não houver separação rápida entre óleo e água, ocorrem sérios danos às partes metálicas. É desejável que exista a facilidade para emulsificar nos óleos para cilindros a vapor, compressores de ar e marteletes para facilitar a lubrificação das válvulas. Corrosão Os lubrificantes são submetidos a testes para determinar a tendência de virem a corroer metais. O ensaio de corrosão mais usado é o ensaio segundo ASTM D.130. O processo consiste em mergulhar uma lâmina de cobre bem polida numa amostra de óleo aquecida a 100º C. Ensaio de corrosão Lubrificação industrial SENAI 41 Após três horas, a lâmina é retirada e lavada. Então, sua cor é comparada com uma escala de padrões. O resultado é expresso pelos números de classificação de 1 a 4; havendo em cada classe estágios intermediários dados por letras (1a, 1b, etc.). A menor corrosão é expressa pelo número 1 e o maior pelo número 4. O óleo mineral puro, para lubrificantes, enquadra-se em 1a ou 1b no máximo. Oxidação Oxidação é a capacidade de o óleo combinar-se quimicamente com o oxigênio do ar. Essa combinação leva à formação de verniz e borra que corroem os mancais. Os ensaios de laboratório para determinar a resistência à oxidação atuam do seguinte modo: • Submetem o lubrificante a temperaturas maiores do que as atingidas na prática; • A oxidaçãodo óleo é ativada pelo uso de oxigênio puro sob pressão; • O resultado é expresso pelo número de neutralização da amostra após o ensaio. Espuma Os óleos lubrificantes quando agitados em presença de ar tendem a formar espuma. Ela é indesejável principalmente em sistemas hidráulicos e caixas de engrenagens pois a espuma impede a formação de uma película lubrificante contínua. Para evitar a formação de espuma, são usados aditivos nos óleos lubrificantes. Ponto de anilina É a temperatura mais baixa na qual um volume de um produto de petróleo é completamente miscível em igual volume de anilina. Lubrificação industrial SENAI 42 O ponto de anilina dá a idéia do poder solvente dos derivados do petróleo. Essa característica é indesejável nos lubrificantes pois indica a tendência de atacar peças de borracha. Quanto mais baixo for o ponto de anilina de um óleo, maior será seu poder solvente e maiores serão os danos causados à borracha. O principal desses danos é o aumento de volume da peça. O gráfico abaixo mostra a relação entre o aumento de volume das peças de borracha e o ponto de anilina. Relação entre o ponto de anilina e peças de borracha Cinzas Os lubrificantes puros e novos são compostos de hidrocarbonetos e algumas impurezas (compostos de enxofre, oxigênio e nitrogênio). Todos esses elementos químicos ao se queimarem, em presença de ar, produzem vapor dágua e gases, não deixando resíduos. Ao se queimar um óleo que contenha um aditivo de base metálica ou que já tenha sido usado e esteja contaminado, haverá formação de um resíduo, as cinzas. Lubrificação industrial SENAI 43 O ensaio que determina a quantidade de cinzas serve para determinar se um óleo possui aditivos ou se está contaminado por impurezas metálicas. Análise espectrográfica Para submeter um óleo à análise espectrográfica procede-se à combustão de uma determinada quantidade de amostra. A cinza obtida é misturada a um padrão normalizado (carbonato de lítio). Coloca-se uma pequena porção da mistura em um dos eletrodos de uma lâmpada de arco e fotografa-se o espectro resultante. Por esse método, determina-se a quantidade, em partes por milhão, de vários elementos: • Sílica que indica o índice de pó introduzido pelo ar; • Ferro que revela desgaste nos componentes de aço ou ferro fundido; • Estanho, chumbo, cobre que revelam desgaste de mancais; • Cromo que indica desgaste de camisas ou outras peças cromadas. Questionário resumo 1 Qual é a realização entre viscosidade e temperatura? 2 Qual é a unidade para viscosidade cinemática? 3 O que é índice de viscosidade? Lubrificação industrial SENAI 44 4 Qual é a importância de conhecer o ponto de fulgor? 5 Por que é importante conhecer o ponto de fluidez? 6 Qual é a importância do número de neutralização? 7 O que determina o teste de corrosão? 8 Qual é o efeito da oxidação dos óleos? 9 Qual é o principal dano causado pelos lubrificantes às borrachas? 10 O que determina a análise espectroscópica? Lubrificação industrial SENAI 45 Aditivos Objetivos Ao final desta unidade, o participante deverá: Conhecer Estar informado sobre: • Aditivos usados em lubrificantes; • Funções, composição, aplicação e testes dos aditivos. Saber Reproduzir conhecimentos sobre: • Função dos principais aditivos usados nos óleos lubrificantes; • Vários testes para lubrificantes com EP. Ser capaz de Aplicar conhecimentos para: • Listar aditivos necessários para óleos de uso comum. Introdução Com o extraordinário desenvolvimento mecânico dos últimos tempos, surgiu a carência de óleos especiais. Tendo em vista as limitações dos óleos minerais, foram desenvolvidas substâncias (aditivos) para serem adicionadas a eles. Esses aditivos dão ao óleo novas propriedades, melhoram as existentes ou eliminam as indesejáveis. A seguir serão estudados os principais aditivos. Lubrificação industrial SENAI 46 Extrema pressão A função principal dos lubrificantes é separar as superfícies em movimento. Com isso, reduz-se o atrito, o desgaste e a geração de calor. Existem, porém, situações onde a pressão exercida sobre a película lubrificante é tão elevada que ocorre o seu rompimento. Aí, o contato metal-metal é extremamente danoso. O contato metal-metal provoca escoriações e arranhaduras em engrenagens e mancais que, por sua vez, geram a soldagem e a deformação a frio. Essas são as ocorrências combatidas pelos lubrificantes possuidores da propriedade extrema pressão (EP), dada pelo aditivo EP. O comportamento dos óleos com e sem aditivos EP é semelhante até o momento da falha da película lubrificante. Nesse ponto o aditivo entra em ação. Composição e ação dos EP Os aditivos EP são feitos de compostos de cloro, enxofre e fósforo, ou combinações desses elementos. Esses compostos reagem quimicamente com o metal para formar películas finíssimas de sulfetos, cloretos e fosfetos aderentes ao metal. Tais compostos químicos têm baixa resistência ao cisalhamento e por isso evitam as escoriações, as soldagens, etc. A ação dos elementos citados ocorre assim: • O enxofre é de ação lenta e residual; • O cloro é de pronta ação e curta duração; • O fósforo forma fosfatos com o metal. Esses fosfatos ao sofrerem atrito provocam o polimento das partes em contato. Testes para lubrificantes com EP Existem diversos testes para avaliação do desempenho dos lubrificantes com EP. Todos, de modo geral, consistem em fazer atuar uma carga crescente sobre duas superfícies em movimento lubrificadas pelo produto em teste. Lubrificação industrial SENAI 47 A seguir, serão apresentados os principais testes para avaliação do desempenho dos lubrificantes com EP. Teste almen Uma barra cilíndrica é posta a girar, prensada entre dois semimancais. A cada intervalo de dez segundos, aumentam-se duas libras na carga. O resultado é expresso pela carga aplicada no início das escoriações. Teste tinken Um bloco de aço é impelido contra o anel de aço do cilindro rotativo durante dez minutos. O resultado é dado pela pressão mais alta aplicada sem que haja escoriações. Lubrificação industrial SENAI 48 Teste SAE Dois cilindros que giram com velocidades diferentes são impelidos um contra o outro. A carga é aumentada até que ocorre a falha. Esse aparelho difere dos dois anteriores devido ao fato de que os dois cilindros criam uma combinação de atritos de rolamento e escorregamento, enquanto os outros possuem apenas atrito de escorregamento. Teste falex Dois mancais duros pressionam crescentemente um eixo mais mole, no qual ocorre o desgaste. Lubrificação industrial SENAI 49 Teste four ball Uma esfera de aço de 1/2 polegada gira em contato com outras três esferas iguais fixas. Isso proporciona três pequenas áreas circulares de desgaste. O desgaste e o coeficiente de atrito são medidos periodicamente até que, devido ao atrito e ao aumento de pressão, as esferas soldam-se. Antioxidantes Os aditivos antioxidantes são elementos que têm maior afinidade com o oxigênio do que os hidrocarbonetos formadores do óleo, ou seja, são receptores preferenciais de oxigênio. Qualquer lubrificante se oxida, o que o aditivo faz é controlar a velocidade de oxidação por um tempo. Quando esse tempo se esgota, o óleo é considerado vencido. É o momento em que a formação de borras, gomas e vernizes ocorre em grande quantidade.Os efeitos de um óleo com borras e vernizes são: • Eliminação de folgas; • Prejuízo da dissipação de calor; • Diminuição do rendimento; • Falhas e defeitos em vários pontos do equipamento. Os aditivos antioxidantes são feitos em geral de compostos de enxofre e fósforo. Sua concentração nos lubrificantes é da ordem de 0,001 % a 0,1 %. Lubrificação industrial SENAI 50 Anticorrosivos Os aditivos anticorrosivos têm a função de proteger os metais contra: • Substâncias corrosivas presentes no óleo, tais como borras e produtos da queima de combustível; • Agentes atmosféricos. Para conseguir o primeiro tipo de proteção, adicionam-se ao óleo produtos que previnam o contato entre o metal e a substância corrosiva, e, ao mesmo tempo, neutralizem as substâncias ácidas presentes durante o serviço. Em resumo, é necessário que o aditivo seja alcalino e forme uma película impermeável sobre os metais. Para o segundo tipo de proteção, os aditivos recebem o nome de inibidores de ferrugem visto que se destinam à proteção dos metais ferrosos. Inibidores de ferrugem Esses aditivos são produtos que têm mais afinidade com o ferro do que com a água. Assim, aderem ao metal e deslocam a umidade da superfície. Esse deslocamento é conseguido por pequenos volumes de óleos graxos que envolvem as partículas de água numa película oleosa. Além dos óleos graxos, usam- se sulfonatos de petróleo. Os inibidores de ferrugem podem ser usados em qualquer tipo de óleo. Porém, torna- se necessário verificar se esses aditivos corroem os não ferrosos. Detergentes e dispersantes Os aditivos detergentes são compostos que auxiliam a manter limpas as superfícies metálicas, minimizando a formação de borras e lacas de qualquer natureza, por meio de realizações ou processos de solução. O uso de aditivos detergentes não significa propriamente uma enérgica ação de limpeza mas, uma redução na formação de depósitos. Lubrificação industrial SENAI 51 O aditivo dispersante busca dar aos óleos lubrificantes a propriedade de manter em suspensão, finamente divididas, quaisquer impurezas formadas no interior do sistema (ou que nele penetrem) até o momento de serem eliminadas por ocasião da troca ou purificação do lubrificante. Os principais produtos usados como aditivos detergentes dispersantes são os compostos organo-metálicos, cujas denominações químicas são: amina, hidroxila, éter fosforado, carboxila e anidrido. Antidesgaste São aditivos destinados a evitar ou controlar o desgaste resultante do atrito. O desgaste corrosivo, como já vimos, é combatido pelos antioxidantes, dispersantes e anticorrosivos. Lubrificação industrial SENAI 52 Assim, a função do aditivo antidesgaste é a mesma dos aditivos EP; alguns fabricantes chegam a englobar os aditivos antidesgaste sob a denominação de agentes EP leves. O principal elemento químico usado como antidesgaste é o fósforo. O uso principal do antidesgaste é como agente de untuosidade, isto é, melhorador do poder lubrificante. Embora esse aditivo seja usado em muitos tipos de lubrificantes, é indispensável em dois: • Em óleos para caixas de velocidade automáticas, para combater os ruídos característicos desses equipamentos. Tais ruídos são conhecidos como squawk e chatter; • Em óleos para barramentos, a fim de evitar as prisões seguidas de escorregamento (fenômeno conhecido como stick-slip). Antiespumantes Os óleos lubrificantes formam espuma quando agitados em presença de ar. Isso é indesejável pois a espuma diminui a espessura da película lubrificante. O silicone é o melhor e mais eficiente aditivo antiespuma. Ele atua de modo a desmanchar as bolhas de ar assim que elas atingem a superfície livre do óleo; sua ação é muito parecida com a de furar uma bexiga. Melhoradores do I.V. São polímeros adicionados aos lubrificantes sujeitos à intensa variação de temperatura. A função dos melhoradores do I.V. é não permitir aumento ou diminuição excessivos da viscosidade, durante trabalhos realizados em temperaturas baixas ou elevadas. Agentes de adesividade Certas aplicações dos óleos lubrificantes requerem óleos com alto poder de adesão, quais sejam: na indústria têxtil e na alimentícia, que precisam evitar o gotejamento de óleo sobre os produtos; ou, ainda, em componentes de máquinas com vazamentos, folgas ou sujeitos à centrifugação. Lubrificação industrial SENAI 53 Os aditivos chamados agentes de adesividade são constituídos por polímeros de alto peso molecular e hidrocarbonetos saturados. Esses compostos são altamente resistentes à oxidação. Os agentes de adesividade quando adicionados ao óleo, mesmo em pequenas quantidades, conferem-lhe alto poder de aderência aos metais. Essa aderência permanece inalterada nas condições normais de serviço, apesar de o movimento das peças forçar a expulsão do óleo. Abaixadores do ponto de fluidez São compostos químicos (polimetacrilatos e poliacrilamidas) que fazem o óleo suportar baixas temperaturas sem se congelar. Esses aditivos atuam impedindo que os cristais de cera se formem e se aglutinem impedindo a fluidez. Assim, a temperatura considerada ponto de fluidez para um óleo com esse aditivo passa a ser inferior àquela considerada ponto de fluidez para o óleo sem este aditivo. Aditivos especiais São basicamente de dois tipos: • Corantes sua finalidade é dar uma cor definida para identificação de um produto, por exemplo gasolina, álcool e fluidos de corte; • Antissépticos sua função é inibir o crescimento de fungos e bactérias e seu uso se restringe aos óleos de corte. Aplicação dos aditivos A próxima tabela mostra os óleos lubrificantes usuais, suas características, aplicações e os aditivos empregados. Para entender a tabela é necessário o código abaixo: • Antioxidante (1); • Melhoradores I.V. (2); • Abaixador do ponto de fluidez (3); • Agentes de adesividade (4); • Antiespumante (5); Lubrificação industrial SENAI 54 • Extrema pressão (6); • Antidesgaste (7); • Anticorrosão (8); • Detergente dispersante (9). Produto Aplicação Características Óleo básico Aditivos Óleo para lubrificação geral • Rolamento, engrenagem e fuso • Lubrificação por perda • Estabilidade à oxidação Naftênico ou parafínico 1, 3, 5 Óleo de circulação inibida • Sistema hidráulico, circulatório e mancais • Elevada estabilidade à oxidação • Alto I.V. • Boa demulsibilidade Parafínico 1, 3, 5, 6, 8 Óleo para engrenagens • Redutor de velocidade • Boa proteção contra desgaste e corrosão • Antiespumante Parafínico ou naftênico 1, 3, 5, 6, 7, 8, 2*, 4* Óleo para compressores • Cilindro e mancal • Elevada estabilidade à oxidação • Baixo depósito de impureza Parafínico ou naftênico 1, 2, 3*, 6*, 8, 9 Óleo hidráulico • Sistema hidráulico • Boa proteção contra ferrugem e corrosão • Boa estabilidade à oxidação • Alto I.V. • Bom resfriamento Naftênico ou parafínico 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 Óleo para transferência de calor • Aplicado até 150º C • Boa estabilidade à oxidação • Pouca borra • Médio I.V. • Bom resfriamento Naftênico, parafínico ou sintético 1 e aditivo especial para refrigeração Óleo contra ferrugem • Proteção de superfície metálica • Boa proteção anticorrosiva • Boa formação de película • Boa aderência Naftênico 3, 4, 6, 7, 8, 9 Óleo têxtil • Equipamento têxtil • Facilmente removido com água Naftênico 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 (*) Uso eventual Questionário resumo1 Qual é a função dos aditivos? Lubrificação industrial SENAI 55 2 Em que momento o aditivo EP entra em ação? 3 Qual é o modo de atuar dos vários testes para óleos com EP? 4 Quais são os efeitos de um lubrificante oxidado? 5 Qual é a função dos aditivos dispersantes detergentes? 6 Que tipo de desgaste é combatido pelo aditivo antidesgaste? 7 Por que é indesejável a espuma nos óleos lubrificantes? 8 Indique aplicações para os agentes de adesividade. Lubrificação industrial SENAI 56 9 Quais são os aditivos necessários para um óleo usado em mancais deslizantes de uma prensa excêntrica? 10 Quais são os aditivos necessários aos óleos para barramentos? Lubrificação industrial SENAI 57 Graxas Objetivos Ao final desta unidade, o participante deverá: Conhecer Estar informado sobre: • Composição das graxas; • Características e aplicações; • Ensaios de comportamento; • Vantagens e desvantagens em relação ao óleo lubrificante. Saber Reproduzir conhecimentos sobre: • Composição, características, aditivos e aplicações das graxas; • Ensaios gerais e especiais. Ser capaz de Aplicar conhecimentos para: • Identificar graxas; • Interpretar especificações de graxas. Introdução Define-se graxa como sendo um produto lubrificante obtido pela dispersão de um agente engrossador em um fluido lubrificante. Sua consistência pode variar desde o estado semifluido ao sólido. Lubrificação industrial SENAI 58 O termo original graxa era restrito a gorduras moles, encontradas nos tecidos dos animais. Essas gorduras, à temperatura ambiente, tornavam-se sólidas ou semifluidas. Assim, quando as graxas tornaram-se artigos comerciais, foram chamadas graxas duras. Antigamente, as graxas eram usadas apenas em lubrificações sem importância. Com o passar do tempo, as qualidades foram sendo aperfeiçoadas e hoje é um produto que representa 10 % do consumo de lubrificantes. Vantagens e desvantagens das graxas As vantagens das graxas, assim como as desvantagens, devem ser entendidas em comparação com os óleos lubrificantes. Vantagens • Devido a sua consistência, a graxa forma uma camada protetora na peça lubrificada, isolando-a de corpos estranhos; • A adesividade da graxa é particularmente vantajosa para peças deslizantes ou oscilantes; • Torna possível a fabricação de mancais ou sistemas de engrenagens selados; • No caso de rolamentos, permite a operação em várias posições; • No caso de mancais de deslizamento, permanece onde é necessário durante as partidas e operações intermitentes. Desvantagens • Menor dissipação de calor; • Menor resistência à oxidação; • Maior atrito fluido, isto é, em altas rotações o aquecimento é maior. Estruturas das graxas Observadas, ao microscópio eletrônico, as graxas apresentam uma fina trama de fibras de sabão (agente engrossador) retendo o óleo lubrificante. Essa estrutura assemelha- se a pêlos de uma escova retendo óleo. A trama de sabão mantém-se coesa pela ação de forças de atração fracas entre as fibras. Esta coesão é que dá à graxa sua consistência, ou corpo em repouso. Lubrificação industrial SENAI 59 Quando, em seu trabalho, a coesão é rompida, a graxa flui. Após cessar o trabalho, a trama original forma-se novamente restituindo à graxa sua consistência inicial. Esse comportamento permite que, na lubrificação com graxa, existam regiões com reserva de lubrificantes. É o caso dos rolamentos blindados, nos quais a graxa retida pelo espaçador e as placas de blindagem sofre menor modificação do que a porção que atua entre as esferas. Desse modo, esta graxa dos espaçadores e placas atua como reserva e vedação. Componentes das graxas Graxa é a soma dos seguintes elementos: • Agente espessante; • Lubrificante líquido; • Aditivo. Agentes espessantes O agente espessante, por sua natureza e concentração, é que dá às graxas suas características principais. O elemento mais usado como espessante é o sabão metálico. Os sabões metálicos não diferem muito, em sua essência, dos tradicionais sabões de lavar roupa. De modo simplista pode-se considerar que os sabões são obtidos pela reação química entre um ácido graxo (geralmente sebo) e um sabão alcalino. Exemplos: • A cal virgem dá sabão de cálcio; • A soda cáustica dá sabão de sódio; • O hidróxido de lítio dá sabão de lítio. A seguir serão apresentados os espessantes mais usados e suas respectivas graxas. Lubrificação industrial SENAI 60 Cálcio As graxas com sabão de cálcio são resistentes à ação da água; têm custo baixo; apresentam estrutura macia e amanteigada; não são indicadas para mancais de rolamento; têm aplicação limitada a 70º C de temperatura e são conhecidas como graxa para copo. As graxas de cálcio comuns são estabilizadas pela presença de 1 a 2 % de água. Quando, pela temperatura do serviço, a água se evapora, ocorre a separação entre o sabão e o óleo. Existem graxas de cálcio estabilizadas com acetato de cálcio. Isso evita a separação de óleo. Essas graxas são largamente empregadas em mancais de deslizamento operando a uma temperatura de 60º C com cargas leves e médias. Sódio As graxas com sabão de sódio têm boa resistência ao calor seco. Podem ser usadas até 150º C e resistem bem à ferrugem. Essas graxas não resistem à água e têm bombeamento mais difícil do que as de cálcio. O sabão de sódio, ao microscópio, apresenta fibras longas ou curtas, conforme sua fabricação. O sabão com fibras longas é usado em graxas para superfícies deslizantes. Enquanto o sabão com fibras curtas é usado em mancais de rolamento. Lítio As graxas com sabão de lítio possuem excelentes qualidades de aderência e não são laváveis por água. Têm ótima bombeabilidade e trabalham a temperaturas de 70º C a 150º C. As graxas de lítio substituem as graxas de cálcio e sódio e são chamadas graxas de aplicações múltiplas (multi purpose grease). Lubrificação industrial SENAI 61 O uso de uma graxa de aplicações múltiplas traz as seguintes vantagens: • Evita a possibilidade de enganos; • Simplifica os estoques; • Simplifica o equipamento necessário; • Diminui as perdas por aderência em diferentes utensílios. Alumínio As graxas feitas com estearato de alumínio são transparentes, resistentes à água e à oxidação e têm boa adesividade. Sua temperatura máxima de utilização é 70º C e seu bombeamento é regular. É usada em chassis de veículos, mancais e excêntricos. Espessante misto Para algumas aplicações particulares foram desenvolvidas as graxas com mistura de sabões. Exemplo: graxa de sódio com adição de pequena quantidade de sabão de cálcio. Essa mistura resulta numa graxa de consistência mais macia do que a graxa de sódio sem afetar sua resistência ao calor. Outras misturas de sabões usadas como espessantes para obtenção de graxas são sódio com alumínio e cálcio com lítio. As graxas com espessante misto têm uso muito restrito, pois são de obtenção delicada, tendem a engrossar em uso ou em contato com a água. Espessante não sabão Existem graxas nas quais o espessante não é um sabão metálico. Argilas modificadas (bentonita tratada) ou sílica-gel são os espessantes usados, normalmente, nesses casos. As graxas à base de argila são chamadas bentoníticas e têm as seguintes propriedades: • Resistência à água; • Oferece ótima proteção contra o desgaste; • Boa resistência ao calor; Lubrificação industrial SENAI 62 • Boaestabilidade mecânica; • Mau bombeamento; • Alto custo; • Oferece má proteção anticorrosão. As graxas de sílica-gel oferecem boa proteção contra o desgaste, resistem ao calor até 150º C, têm boa estabilidade mecânica, porém não resistem à água. Lubrificante líquido O lubrificante líquido que faz parte de uma graxa pode ser um óleo mineral ou óleo sintético. Tanto um óleo como o outro são empregados pelo fabricante tendo em vista o desempenho esperado da graxa. Assim, ao usuário basta tomar os cuidados com as especificidades da graxa sem se preocupar com o óleo que a compõe. Aditivo Como é difícil obter uma graxa com todas as qualidades desejadas pela simples seleção do espessante e do óleo, incluem-se os aditivos. Os mais importantes tipos de aditivos são: • Inibidor de oxidação; • Inibidor de corrosão; • Agente de untuosidade; • Modificador da estrutura; • Agente de extrema pressão; • Agente de adesividade; • Lubrificante sólido; • Corante e odorífero. Inibidor de oxidação É um produto químico da classe das aminas e dos fenóis. Sua presença é indispensável em graxas para rolamentos e em outras graxas onde o período de serviço é longo. Lubrificação industrial SENAI 63 Inibidor de corrosão É um composto químico denominado cromato, dicromato, sulfonato de petróleo ou sabão de chumbo; a água raramente remove esses compostos das superfícies metálicas. A presença do inibidor de corrosão é indispensável em todas as graxas insolúveis em água. Sua presença, entretanto, é desnecessária na graxas de sódio, pois, nesse caso, o espessante é lavável pela água e o aditivo não cumpriria sua função. Agente de untuosidade São gorduras e óleos vegetais com a função de melhorar o poder lubrificante das graxas. O agente de untuosidade é necessário em um pequeno número de graxas visto que a mistura óleo mineral e sabão, em geral, já proporciona um alto poder lubrificante às graxas. Modificadores de estrutura São compostos destinados a alterar a estrutura da fibra do sabão. Em algumas graxas, faz-se necessária essa mudança para evitar a tendência de separação do óleo. Agente de extrema pressão São os mesmos compostos usados para os óleos lubrificantes e com a mesma finalidade, estudados na unidade Aditivos. Agente de adesividade Quando a necessidade requer uma graxa mais pegajosa são adicionados polímeros orgânicos viscosos ou látex em solução aquosa. Lubrificantes sólidos São pós adicionados às graxas para dar-lhes qualidades especiais. O principal desses aditivos é o grafite, que é usado em graxas para trabalhos em temperaturas elevadíssimas; por exemplo: a lubrificação de moldes para fabricação de vidros. Nesse caso, o sabão e o óleo da graxa entram em combustão e o grafite permanece lubrificando. Lubrificação industrial SENAI 64 Outro aditivo do tipo lubrificante sólido é o bissulfeto de molibdênio. Esse aditivo oferece ótima resistência ao calor e pressões elevadas. Mica, asbestos, zinco e chumbo também são usados para evitar a grimpagem de peças, principalmente roscas. Corantes e odoríferos São produtos usados em geral com finalidades comerciais. Eles melhoram o aspecto da graxa e permitem sua identificação pela cor ou cheiro. Características das graxas As características das graxas importantes para uso industrial são determinadas por ensaios. Esses ensaios são empíricos e definem os padrões de uso e comercialização. As características mais importantes são: • Cor; • Viscosidade aparente; • Ponto de gota; • Teor de óleo mineral; • Teor de sabão; • Teor de água; • Número de neutralização; • Cargas. Cor A cor da graxa indica, de modo vago, o tipo de óleo que a compõe. Assim, as graxas escuras podem indicar que são feitas com óleos escuros ou possuem aditivos que lhes dão a cor preta esverdeada. Não existe escala para a cor das graxas. Portanto, esta é uma característica de pequena importância. Lubrificação industrial SENAI 65 Consistência Consistência é a propriedade dos materiais pastosos e sólidos a fluir quando submetidos a pressão. A consistência da graxa é determinada pelo ensaio D217 da ASTM. O ensaio consiste em fazer penetrar um cone padrão, durante cinco segundos, à temperatura de 25º C, em uma amostra de graxa. A penetração é medida em décimos de milímetros e o aparelho chama-se penetrômetro. Penetrômetro Lubrificação industrial SENAI 66 No caso de graxa muito dura, que não permita fazer a leitura usando-se o cone, lança- se mão de agulhas padronizadas. E no caso de graxa muito mole, substitui-se o cone de aço ou de latão por um de alumínio ou plástico. O ensaio pode ser feito de dois modos: • Penetração não trabalhada; • Penetração trabalhada. Penetração não trabalhada É o ensaio feito com amostra retirada do recipiente tal como se encontra, ou seja, ensaia-se uma amostra somente ajustando sua temperatura e mais nada. Penetração trabalhada Nesse caso, a graxa é submetida a um trabalho determinado, num aparelho chamado trabalhador de graxa. Trabalhador de graxa Lubrificação industrial SENAI 67 O trabalhador de graxa possui uma placa perfurada que penetra na graxa sessenta vezes. A graxa assim preparada é enviada ao penetrômetro. Isso permite avaliar a alteração da consistência do produto quando em serviço. Classificação da consistência Esta classificação foi estabelecida pela NLGI (National Lubrificating Grease Institute) e não leva em conta a composição nem as propriedades das graxas, isto é, considera apenas a consistência. A tabela abaixo mostra os graus NLGI em função da penetração. Grau NLGI Penetração trabalhada a 25º C em décimos de milímetros 000 445/475 00 400/430 0 355/385 1 310/340 2 265/295 3 220/250 4 175/205 5 130/160 6 85/115 Interpretação do ensaio Geralmente, dá-se mais valor ao teste de penetração trabalhada para avaliação do desempenho. A penetração não trabalhada, devido aos inúmeros fatores que nela influem, não costuma ser determinada. Exceção feita às graxas extremamente duras (block greases). As graxas de baixa consistência (NLGI 000 até 1) são recomendadas quando é necessário que a graxa volte às superfícies submetidas aos raspamentos. Lubrificação industrial SENAI 68 As graxas de consistência média (NLGI 2 e 3) são mais usadas em mancais de rolamento. Nessa aplicação, uma graxa de menor consistência provocaria vazamentos excessivos e comprometeria a vida do rolamento. Por outro lado, uma graxa mais consistente falharia na cobertura das partes móveis. As graxas de consistência alta (NLGI 4 a 6) são indicadas para atuarem como vedação, por exemplo, nas juntas de labirinto. Existem ainda as graxas em bloco (block greases) que não se enquadram na classificação NLGI, por serem mais consistentes que o número 6. Essas graxas são usadas em grandes mancais e funcionam por gotejamento, isto é, um bloco é colocado acima do mancal de modo que, sob ação do calor, a graxa goteje. Essas graxas são empregadas em fábricas de cimento e papel. Viscosidade aparente Quando se trata de fluidos sujeitos a Lei de Newton, o fluxo ocorre no momento em que lhe é aplicada uma força; o fluxo é proporcional à força. Com os fluidos não sujeitos a essa Lei, como é o caso das graxas, torna-se necessária uma certa força inicial antes de se conseguir o movimento. Devido a essa diferença das graxas em relação aos óleos, a viscosidade da graxa é denominada viscosidade aparente. A viscosidade aparente varia em função da temperatura. Entretanto, essa variação se dá de modo diferente de uma graxa para outra pois é influenciadapor: • Viscosidade do óleo; • Processo de fabricação; • Estrutura e concentração do sabão. A viscosidade aparente é medida em poises. Sua utilidade principal é na previsão de características de bombeamento. Lubrificação industrial SENAI 69 Ponto de gota É a temperatura na qual uma graxa torna-se suficientemente fluida para gotejar. Essa temperatura é determinada por meio de um dispositivo especial, segundo a norma ASTM D566. Dispositivo para ponto de gota As graxas apresentam ponto de gota variável em função dos seus componentes. Mas, de modo geral, elas podem ser classificadas conforme a tabela a seguir. Tabela: Ponto de gota Produto Ponto de gota ºC Graxas De cálcio 66 a 104 De alumínio 82 a 110 De sódio e cálcio 121 a 193 De sódio 148 a 260 De lítio 177 a 218 De bário 177 a 246 Sem sabão > 260 Especiais de cálcio 204 a 288 Lubrificação industrial SENAI 70 Interpretação do ensaio A determinação do ponto de gota é um dado importante para a fabricação, compra e venda de graxas. Em serviço, é comum utilizar-se uma graxa cujo ponto de gota esteja acima pelo menos 30º C da temperatura de trabalho. Note porém que, apesar desses padrões, é necessário obter do fabricante a temperatura máxima de trabalho. Isso é necessário pois os lubrificantes líquidos contidos nas graxas, em geral, possuem temperaturas de trabalho inferiores ao ponto de gota. Teor de óleo mineral É o percentual de óleo contido em determinada graxa. Esse valor é de grande importância para o fabricante determinar o rendimento de fabricação. É um valor que não consta das especificações técnicas comuns, embora alguns grandes consumidores especifiquem em suas encomendas os teores máximo e mínimo que desejam. Teor de sabão De modo análogo ao teor de óleo mineral, a porcentagem de sabão é um dado de muita importância para a produção da graxa. Para o uso das graxas é muito mais significativo conhecer o metal de que foi feito o sabão, pois esta informação indica as propriedades gerais da graxa. Teor de água É o percentual de água presente na graxa e auxilia na seleção do produto. As graxas de cálcio costumam ter de 1 a 3 % de água. Essa água age como estabilizante, isto é, permite que o sabão e o óleo fiquem juntos. Em razão disso, as graxas de cálcio não apresentam segurança em serviços à alta temperatura pois a água se evapora, permitindo a separação do óleo. Por outro lado, as graxas de sódio, alumínio e lítio não precisam conter água. Isso as torna confiáveis em temperaturas elevadas. Lubrificação industrial SENAI 71 Número de neutralização Esse número indica a quantidade (em miligramas) de hidróxido contido em um grama de amostra. A importância principal desse número está no controle da contaminação e na produção das graxas. Cargas Cargas são os lubrificantes sólidos colocados na graxa. São eles: grafite, mica, asbesto, dissulfeto de molibdênio, negro de fumo, lã de vidro, zinco, chumbo, etc. Para determinar os constituintes das cargas, a graxa é diluída em nafta especial e filtrada. Em seguida, o resíduo da filtragem é analisado quimicamente. Ensaios especiais Os ensaios descritos a seguir referem-se ao desempenho das graxas em serviço. Eles podem ser realizados ou não, dependendo da importância de utilização do produto. Os dados obtidos com os ensaios especiais são usados como modalidade de controle de fabricação. Ou, ainda, podem fazer parte das especificações do consumidor, quando somente as características gerais não bastam. Os ensaios especiais são: • Extrema pressão; • Resistência à água; • Estabilidade à oxidação; • Estabilidade ao trabalho; • Corrosão em lâmina de cobre; • Grau de contaminação. Extrema pressão Os ensaios para a qualidade extrema pressão das graxas são os mesmos usados para os óleos, ou seja, são os ensaios almen, four ball, falex, SAE e timken, já descritos na unidade Aditivos. O ensaio timken é o mais usado para graxas. Lubrificação industrial SENAI 72 Resistência à água De modo geral, uma graxa pode ser solúvel ou insolúvel em água. A solubilidade é determinada pelo sabão contido na graxa. As graxas de lítio, alumínio e cálcio são insolúveis em água, enquanto que as de sódio são solúveis. Existem alguns ensaios para determinar a resistência de uma graxa à água. Um deles consiste em aquecer um béquer com água, em seguida introduzir uma amostra de graxa e agitar. Após cessar a agitação, observa-se se houve emulsificação. Outro ensaio consiste em lubrificar, com a graxa a ser testada, um mancal de dimensões padronizadas. O mancal é posto a girar com velocidade controlada e injeta- se água com velocidade e temperatura determinadas, durante certo tempo. A perda de graxa verificada após o teste, fornece a indicação de sua resistência à lavagem por água. Estabilidade à oxidação Como todos os materiais orgânicos, as graxas tendem a se oxidar em contato com o ar. A velocidade de sua oxidação é proporcional à temperatura do ar ambiente. Um dos métodos usados para avaliar a estabilidade à oxidação é a norma hoffman bearing company. O método consiste em oxidar artificialmente a graxa em presença de oxigênio a 110 lb/pol2 de pressão e a 99º C de temperatura. A duração do ensaio é de cem horas Dispositivo para teste de oxidação Lubrificação industrial SENAI 73 O grau de oxidação é avaliado pela queda de pressão, uma vez que o oxigênio é consumido nas reações com a graxa. De modo geral, considera-se uma queda de pressão até 51 lb/pol2 como ótima estabilidade à oxidação. Uma queda de pressão entre 5 e 10 lb/pol2 indica uma boa estabilidade à oxidação. Estabilidade ao trabalho Estabilidade ao trabalho é a propriedade que a graxa possui de manter a sua consistência após ter sido submetida a solicitações de esmagamento. Existem dois testes para avaliar a estabilidade ao trabalho. Um deles consiste em submeter a graxa a 1.000, 5.000, 10.000, etc. percursos completos do trabalhador de graxa. Depois, verifica-se a variação percentual da consistência. O outro teste é o de rolamento shell. Consiste em fazer a amostra ser esmagada por um rolete pesado dentro de um cilindro oco. Dispositivo para teste de estabilidade A duração do ensaio é de quatro horas e, ao terminar, verifica-se a consistência da graxa no penetrômetro. A seguir, compara-se a penetração que a graxa possui agora com a que possuía antes do ensaio. Interpretação do ensaio Quando o ensaio indica um percentual baixo (< 10 %), significa alta estabilidade ao trabalho. Lubrificação industrial SENAI 74 As graxas com boa estabilidade são recomendadas para serviço onde o produto não deve amolecer demasiadamente, como em caixas de engrenagens, onde o amolecimento exagerado provocaria vazamentos. As graxas com média estabilidade, percentual entre 10 e 20, são indicadas para serviços onde é necessário que a graxa escorra. As graxas com baixa estabilidade, percentual acima de 20, só devem ser usadas em baixas velocidades. Corrosão em lâmina de cobre Geralmente, avalia-se a ação de uma graxa sobre a lâmina de cobre. Nessa lâmina, pode-se observar a presença de substâncias de caráter ácido ou contendo enxofre, uma vez que o cobre muda de coloração facilmente em presença dessas substâncias. O teste consiste em deixar a graxa em contato com uma lâmina polida de cobre, durante 24 horas. A temperatura durante o teste é de 38º C. O resultado é expresso em números de 1 a 4, segundo a classificação da ASTM. De modo geral, as graxas de boa qualidade não têm ação alguma sobre o cobre. Grau de contaminação O grau de contaminação
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