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06 MEC MB 1 Lubrificação Industrial

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Prévia do material em texto

Manutenção Mecânica 
Lubrificação industrial 
 
 
© SENAI-SP, 1991 
 
 
Trabalho elaborado pela Divisão de Currículos e Programas e editorado pela Divisão de Material Didático 
da Diretoria de Tecnologia Educacional, SENAI-SP, para o Departamento Nacional do SENAI, dentro do 
Acordo de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha para o curso de Formação de Supervisores de Primeira 
Linha. 
 
 
Coordenação geral Nacim Walter Chieco 
 Walter Vicioni Gonçalves 
Equipe responsável 
Coordenação Cláudio Cabrera 
 Marcos José de Morais Silva 
Elaboração Carlos Aparecido Cavichioli 
Equipe de editoração 
Coordenação Ciro Yoshisada Minei 
Edição de texto Maria Regina José da Silva 
Diagramação Roberto Rodrigues 
Composição Solange Aparecida Araujo 
Desenho José Luciano de Souza Filho 
Gilvan Lima da Silva 
Arte-final Lúcia Cukauskas 
Capa Marcos Luesch Reis 
Produção gráfica Victor Atamanov 
Digitalização Unicom - Terceirização de serviços Ltda. 
 
 
S471 SENAI – SP. Lubrificação industrial. Por Carlos Aparecido Cavichioli. 
1a ed. São Paulo, 1991. (Manutenção Mecânica, 7). 
 
1. Manutenção mecânica. 2. Mecânica geral. I. CAVICHIOLI, Carlos 
Aparecido. II.t. III.s. 
 
 
621 
(CDU, IBICIT, 1976) 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
Unidade de Gestão Corporativa SP 
Av. Paulista, 1313 – Cerqueira Cesar 
São Paulo – SP 
CEP 01311-923 
 
Telefone 
Telefax 
SENAI on-line 
 (0XX11) 3146 – 7000 
(0XX11) 3146 – 7230 
0800 - 55 – 1000 
 
E-mail 
Home page 
 senai@sp.senai.br 
 http:// www.sp.senai.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdos 5 
Objetivos gerais 7 
Noções básicas sobre lubrificação 9 
Características dos lubrificantes 23 
Aditivos 45 
Graxas 57 
Princípios fundamentais 77 
Lubrificação de equipamentos 117 
Produtos especiais 147 
Planejamento da lubrificação 171 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 5
 
 
Conteúdos
 
 
 
 
 
 
 
Noções básicas sobre lubrificação 2 horas 
• Substâncias lubrificantes 
• Petróleo 
• Lubrificantes não minerais 
• Atrito e suas influências 
• Tribologia 
 
Características dos lubrificantes 2 horas 
• Viscosidade, densidade, cor 
• Ponto de fulgor, de névoa e de fluidez 
• Acidez e alcalinidade 
• Demulsibilidade 
• Corrosão 
• Oxidação 
• Espuma 
 
Aditivos 2 horas 
• Antioxidantes, anticorrosivos 
• Antidesgaste, antiespumante 
• Dispersantes, detergentes 
• Extrema pressão 
• Abaixadores do ponto de fluidez 
• Aumentadores do I.V. 
• Agentes de adesividade 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 6 
Graxas 3 horas 
• Composição e características 
• Aditivos 
• Ensaios de caráter geral 
• Ensaios especiais 
 
Princípios fundamentais da lubrificação 5 horas 
• Películas lubrificantes 
• Lubrificação hidrodinâmica 
• Lubrificação hidrostática 
• Lubrificação por esmagamento da película 
• Película limite e folgas 
• Armazenagem e aplicação dos lubrificantes 
 
Teste I 1 hora 
 
Lubrificação de equipamentos 6 horas 
• Mancais de deslizamento e de rolamento 
• Barramentos, réguas e guias 
• Engrenagens, correntes, cabos de aço 
• Sistema hidráulico 
• Compressores 
• Motores a combustão interna 
 
Produtos especiais 3 horas 
• Fluidos de corte 
• Óleos para transformadores 
• Óleos para tratamento térmico 
• Lubrificantes sólidos 
 
Planejamento da lubrificação 2 horas 
• Levantamento dos equipamentos 
• Programação 
• Controle 
• Codificação e identificação dos lubrificantes 
 
Teste II 1 hora 
 
Total 27 horas 
Lubrificação industrial 
SENAI 7
 
 
Objetivos gerais
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ao final deste programa o participante deverá: 
 
Conhecer 
Estar informado sobre: 
• Princípios que regem a lubrificação; 
• Características e usos dos produtos lubrificantes; 
• Classificação dos lubrificantes; 
• Planejamento da lubrificação. 
 
Saber 
Reproduzir conhecimentos sobre: 
• Mecanismos de formação da película lubrificante; 
• Tipos de lubrificação; 
• Composição e aplicação dos lubrificantes; 
• Unidades usadas nos ensaios para determinação de características e 
comportamento; 
• Lubrificação de equipamentos específicos; 
• Procedimentos para planejar, programar e controlar a lubrificação. 
 
Ser capaz de 
Aplicar conhecimentos para: 
• Identificar problemas causados por lubrificação deficiente; 
• Interpretar e fazer especificações de óleos e graxas; 
• Orientar aplicação e armazenagem dos lubrificantes; 
• Executar o planejamento da lubrificação. 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 8 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 9
 
 
Noções básicas sobre 
lubrificação
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ao final desta unidade, o participante deverá: 
 
Conhecer 
Estar informado sobre: 
• Substâncias lubrificantes; 
• Petróleo, sua origem e refinação; 
• Atrito, suas causas e tipos; 
• Tribologia e desgaste. 
 
Saber 
Reproduzir conhecimentos sobre: 
• Óleo lubrificante e suas categorias; 
• Lubrificantes não minerais; 
• Atrito, seus tipos e influências; 
• Desgaste e suas leis; 
• Substâncias lubrificantes e seus tipos. 
 
Ser capaz de 
Aplicar conhecimentos para: 
• Identificar problemas causados por atrito; 
• Orientar a aplicação das substâncias lubrificantes. 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 10 
Introdução 
 
Os componentes dos equipamentos mecânicos possuem um grande número de 
superfícies em movimento relativo. Nessa movimentação, está presente o atrito, que 
gera desgaste e limita a velocidade desses componentes. 
 
Para reduzir os efeitos do atrito, são usados os lubrificantes. 
 
Teoricamente, qualquer fluido pode funcionar como lubrificante. Entretanto, a grande 
maioria dos lubrificantes é derivada do petróleo cujas propriedades são as mais 
adequadas para a lubrificação. 
 
 
Substâncias lubrificantes 
 
De acordo com seu estado de agregação, os lubrificantes são classificados em: 
• Gasosos; 
• Sólidos; 
• Pastosos; 
• Líquidos. 
 
Lubrificantes gasosos 
São usados em casos especiais, onde não é possível o emprego dos lubrificantes 
convencionais. 
 
Exemplo: ar, nitrogênio, etc. 
 
Lubrificantes sólidos 
Esses lubrificantes têm a finalidade de substituir a película fluida por uma película 
sólida. 
 
Os sólidos minerais mais usados são o grafite, o dissulfeto de molibdênio, a mica e o 
talco. 
 
Esses sólidos apresentam excelentes propriedades de untuosidade e resistem a 
elevadas temperatura e pressão. 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 11
Lubrificantes pastosos 
São as graxas e as composições betuminosas. 
 
Lubrificantes líquidos 
Os líquidos são em geral preferidos como lubrificantes. Eles possuem excelente 
penetração entre as partes móveis e atuam, também, como removedores de calor. 
 
Os lubrificantes líquidos classificam-se em: 
• Óleos minerais (derivados do petróleo); 
• Óleos não minerais (óleos graxos, compostos e sintéticos). 
 
 
Petróleo 
 
O petróleo é um líquido extraído da terra, de cor que varia entre o verde-escuro, o 
marrom e o preto. Sua fluidez também é muito variável. 
 
 
Bolsão de petróleo na crosta terrestre 
 
O petróleo é formado basicamente por hidrocarbonetos, isto é, a combinação do 
carbono com o hidrogênio. Sua composição química é: 
• Carbono de 81 a 88 %; 
• Hidrogênio de 10 a 14 %; 
• Oxigênio de 0,01 a 1,2 %; 
• Nitrogênio de 0,002 a 1,7 %; 
• Enxofre de 0,01 a 5%. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 12 
Origem 
 
No ano de 2.500 a.C., Noé calafetou sua arca com betume ou piche. 
 
Em 1.600 a.C., a mãe de Moisés, para salvar seu filho, colocou-o numa arca untada 
com piche. Os egípcios também usavam um derivado do petróleo para conservar as 
múmias. 
 
Para explicar a formação do petróleo, existem duas teorias: a vegetal e a animal. 
 
Teoria vegetal 
Imensas vegetações teriam sido cobertas, ocorrendo sua decomposição e 
fermentação. Após milhares de anos nesse processo, desses depósitos subterrâneos 
teria surgido o petróleo. 
 
Teoria animal 
Grande quantidade de animais e plantas marinhas teriam sido soterrados por 
cataclismas. Após milhares de anos em decomposição, esses depósitos subterrâneos 
teriam se transformado em petróleo. 
 
Atualmente, os geólogos aceitam um misto das duas teorias como o mais provável. 
 
 
Refinação 
 
Inicialmente, o óleo cru é levado a um reservatório para separar por gravidade a água 
e a areia. Em seguida, é bombeado para a torre de destilação, passando por um forno. 
 
Nessa fase, separa-se o óleo dos combustíveis. 
 
Logo após, o resíduo rico (óleo) passa por outro forno e é levado à torre de vácuo. 
Nessa fase, o óleo separa-se em leve, médio e pesado. 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 13
 
Destilação primária 
Lubrificação industrial 
SENAI 14 
 
Destilação a vácuo 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 15
Esses óleos são chamados óleos básicos e, ainda, não servem como base para os 
lubrificantes sendo necessários para tanto os seguintes tratamentos: 
• Refinação por solvente; 
• Desparafinização; 
• Hidrogenação. 
 
Refinação por solvente 
É um tratamento que extrai o asfalto e compostos similares do óleo. 
 
Coloca-se o solvente no óleo e agita-se a mistura. Nesse momento, ocorre uma 
combinação química entre o asfalto e o solvente. 
 
Quando a agitação pára, ocorre a separação entre óleo e solvente o qual, por ser mais 
pesado que o óleo, aglutina-se no fundo do recipiente. 
 
Desparafinização 
Consiste em tirar as ceras parafínicas do óleo básico. Essas ceras provocam alta 
fluidez nos óleos. 
 
Esse método se utiliza de adição de um solvente, resfriamento e filtração. 
 
Hidrogenação 
Tem o objetivo de estabilizar quimicamente os óleos, eliminando os compostos de 
enxofre instáveis. 
 
Após a hidrogenação, o óleo fica mais claro e diminui sua tendência à oxidação. 
 
Óleo mineral lubrificante 
Após passar pelos tratamentos citados, o óleo é chamado de mineral puro, e já pode 
ser usado como base para os lubrificantes. 
 
Em função da origem do petróleo cru, dividem-se os óleos minerais puros em três 
categorias: 
• Naftênicos; 
• Parafínicos; 
• Mistos. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 16 
Essas categorias apresentam propriedades peculiares que indicam os óleos para umas 
aplicações e contraindica-os para outras. Portanto, não há sentido em dizer que uma 
categoria é melhor que outra. 
 
Naftênico 
É obtido do petróleo rico em asfalto e praticamente não tem parafina. 
 
Parafínico 
É obtido do petróleo rico em resíduo ceroso (parafinas) e não contém asfalto. 
 
Misto 
É obtido do petróleo com resíduos asfálticos e parafínicos e não é adequado à 
lubrificação. 
 
Comparação entre as categorias Parafínico Naftênico 
• Sob frio intenso 
• Em presença de água 
• Cinza-se ao se queimar 
• Viscosidade com variação da 
temperatura 
• Oleosidade 
• Resistência à oxidação 
 - congela 
- não mistura 
- muito 
 
- pouca alteração 
- pequena 
- grande 
 - suporta 
- mistura 
- pouco 
 
- muita alteração 
- grande 
- pequena 
 
 
Óleos lubrificantes não minerais 
 
Os óleos orgânicos, vegetais e animais foram os primeiros lubrificantes a serem 
usados. Hoje, estão quase totalmente substituídos pelos minerais. 
 
Os óleos minerais, devido as suas limitações, provocaram o surgimento dos sintéticos. 
 
Os principais lubrificantes não minerais são os óleos graxos, os compostos e os 
sintéticos. 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 17
Óleos graxos 
São óleos vegetais e animais. Têm como vantagem uma boa aderência a superfícies 
metálicas. Entretanto, são caros, não resistem à oxidação (ranço) e tornam-se ácidos e 
corrosivos com o uso. 
Os principais óleos graxos usados atualmente são o óleo de mamona e o óleo de 
baleia. 
 
Óleos compostos 
São misturas de óleos minerais com óleos graxos. A proporção de óleos graxos na 
mistura varia entre 1 e 25 %. 
 
A finalidade da mistura é conferir ao lubrificante maior oleosidade e mais facilidade 
para se emulsificar. Por isso, esses lubrificantes são encontrados em mecanismos de 
caldeira a vapor e na formulação de óleos solúveis. 
 
Óleos sintéticos 
São óleos obtidos em laboratório e com qualidades superiores às dos óleos minerais. 
Os principais óleos sintéticos são os ésteres de silicato, o silicone e os ésteres de 
poliglicol. 
 
Ésteres de silicato 
Agüentam altas temperaturas (200º C) mas, em presença de água, formam uma pasta 
abrasiva. 
 
São usados como fluidos de transferência de calor, fluidos hidráulicos para altas 
temperaturas e em graxas especiais de baixa volatilidade. 
 
Silicone 
É obtido do silício e possui mínima variação da viscosidade em função de mudança de 
temperatura. 
 
Sua volatilidade é muito baixa e a resistência à oxidação é alta, porém seu custo é 
muito elevado. 
 
Ésteres de poliglicol 
Esses óleos têm baixa volatilidade, boa estabilidade térmica, bom poder lubrificante e 
resistem a se inflamar. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 18 
São usados como fluidos hidráulicos especiais. Podem aparecer, também, como 
compostos solúveis ou não, em água. 
 
 
Atrito 
 
Sempre que houver movimento relativo entre duas superfícies, haverá uma força 
contrária a esse movimento. Essa força chama-se atrito ou resistência ao movimento. 
 
O atrito é, em alguns casos, necessário e útil, como nos sistemas de freios. Em outros 
casos, porém, é indesejável porque dificulta o movimento, gera calor e consome 
energia motriz, sem produzir o correspondente trabalho. 
 
O atrito classifica-se em dois tipos: sólido e fluido. 
 
Atrito sólido 
Ocorre quando há o contato de duas superfícies sólidas entre si. O atrito sólido é 
subdividido em: atrito de rolamento e atrito de deslizamento. 
 
 
Atrito sólido 
 
Atrito de rolamento 
Ocorre quando o deslocamento de uma superfície se efetua através da rotação de 
corpos cilíndricos, cônicos ou esféricos, colocados entre essa superfície e outra. A 
oposição ao movimento, neste caso, é menor do que no atrito de deslizamento. 
 
Atrito de deslizamento 
Ocorre quando uma superfície se desloca diretamente em contato com a outra. 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 19
Atrito fluido 
Quando existe uma camada fluida (líquida ou gasosa) separando as superfícies em 
movimento, tem-se o atrito fluido. 
 
 
 
Causas do atrito 
As superfícies sólidas, mesmo as mais polidas, apresentam asperezas e 
irregularidades. Tais irregularidades originam dois fenômenos: o cisalhamento e a 
adesão. 
 
Cisalhamento 
Ocorre quando picos de duas superfícies entram em contato entre si. O atrito é 
provocado pela resistência à ruptura que possuem os picos. 
 
Existem casos onde a dureza das duas superfícies é a mesma, então ocorre o 
cisalhamento em ambas as partes. 
 
Mas, quando as durezas das superfícies são diferentes, ocorre o cisalhamento 
predominantemente na superfície menos dura. 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 20 
Adesão 
Quando as superfícies em contato apresentam microáreas planas, ocorre uma adesão 
entre essas microáreas, provocando o atrito. 
 
 
 
A adesão é também chamada solda a frio e é a maior responsável pela resistência ao 
movimento.Tribologia 
 
No início da década de 60, estudiosos ingleses constataram que uma quantidade 
exagerada de máquinas estava com desgaste. 
 
Constataram também que o desgaste foi provocado predominantemente pelo atrito 
elevado e lubrificação inadequada. 
 
A partir disso, o governo inglês constituiu um grupo de trabalho para estudar o assunto. 
Os estudos contaram com a participação de institutos internacionais de normalização e 
pesquisa. 
 
Ao fim das pesquisas, em 1968, criou-se uma nova ciência: a tribologia. A palavra 
tribologia tem sua origem na língua grega – “tríbos” (atrito). 
 
Tribologia é definida como a ciência que estuda as superfícies atuantes em movimento 
relativo e todos os fenômenos daí decorrentes. 
 
Atualmente, existem no mundo muitos institutos dedicados ao desenvolvimento da 
tribologia. Vários dos materiais usados, atualmente, para evitar o atrito foram 
desenvolvidos por esses institutos, tais como: 
• Plásticos autolubrificantes; 
• Revestimentos antiatrito para barramentos; 
• Óleos lubrificantes com aditivos especiais; 
• Materiais combinados como plástico com metais (teflon com bronze sinterizado). 
Lubrificação industrial 
SENAI 21
Em resumo, dar ao atrito a atenção necessária com o fim de aumentar a 
disponibilidade operacional das máquinas é tarefa da tribologia. 
 
 
Desgaste 
 
Muito embora o objetivo da lubrificação seja reduzir o atrito, pode-se considerar que 
sua finalidade última seja diminuir o desgaste. 
 
O conhecimento das leis do desgaste ajuda-nos a saber como evitá-lo e como fazer 
uma lubrificação correta; são elas: 
• A quantidade de desgaste é diretamente proporcional à carga; 
• A quantidade de desgaste é diretamente proporcional à distância deslizante; 
• A quantidade de desgaste é inversamente proporcional à dureza da superfície. 
 
 
Questionário – resumo 
 
1 Quais as teorias que procuram explicar a formação do petróleo? 
 
 
 
 
2 Quais as categorias dos óleos minerais em função da origem do petróleo cru? 
 
 
 
 
3 Quais são os lubrificantes não minerais? Cite exemplos. 
 
 
 
 
4 O que é atrito sólido? 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 22 
5 O que é atrito fluido? 
 
 
 
 
6 O que é solda a frio? 
 
 
 
 
7 O que é tribologia? 
 
 
 
 
8 Quais são as leis do desgaste? 
 
 
 
 
9 As substâncias lubrificantes são classificadas em função do quê? 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 23
 
 
Características dos 
lubrificantes
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ao final desta unidade o participante deverá: 
 
Conhecer 
Estar informado sobre: 
• Principais características dos óleos lubrificantes; 
• Métodos e aparelhos usados nos ensaios que identificam as características dos 
lubrificantes. 
 
Saber 
Reproduzir conhecimentos sobre: 
• Importância das características para aplicação prática dos óleos; 
• Unidades usadas nos diversos ensaios e seu uso industrial. 
 
Ser capaz de 
Aplicar conhecimentos para: 
• Interpretar especificações de óleos. 
 
 
Introdução 
 
Na fabricação de qualquer produto, são estabelecidos padrões. 
 
As características peculiares do produto são a base para serem estabelecidos esses 
padrões, cuja finalidade é a identificação ou reprodução desse mesmo produto. 
 
Num laboratório, são feitos testes para avaliar as condições dos diferentes 
lubrificantes, porém a palavra final virá do uso prático. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 24 
A seguir, serão apresentadas as características e os testes feitos para identificar os 
lubrificantes. 
 
 
Viscosidade 
 
A viscosidade é a resistência oferecida por um fluido qualquer ao movimento ou ao 
escoamento. 
 
Pode-se dizer que a viscosidade é a propriedade principal dos lubrificantes, pois está 
ligada com a capacidade para suportar carga, ou seja, quanto mais viscoso for o óleo, 
mais carga pode suportar. 
 
A viscosidade é conseqüência do atrito interno dos fluidos. Resulta desse fato a grande 
influência da viscosidade do lubrificante na perda de potência do motor e na 
intensidade do calor produzido nos mancais. 
 
A viscosidade é inversamente proporcional a altas temperaturas. Assim, quanto maior 
for a temperatura, menor será a viscosidade do óleo. 
 
 
Relação viscosidade-temperaturas nos óleos 
 
Popularmente, a viscosidade é o corpo do lubrificante. Um óleo de grande viscosidade 
é chamado grosso e flui com dificuldade; um óleo de pouca viscosidade é chamado 
fino e escorre facilmente. 
Lubrificação industrial 
SENAI 25
Escalas de viscosidade 
 
Existem escalas físicas e escalas empíricas ou convencionais para medir a 
viscosidade cinemática; as escalas convencionais recebem os nomes de seus autores: 
Saybolt, Redwood e Engler. 
 
Viscosidade cinemática 
É definida como a razão entre a viscosidade absoluta (VA) e a densidade, ambas à 
mesma temperatura. 
 
Na prática, a viscosidade cinemática é 
medida com o viscosímetro de Ostwald. 
 
A tendência internacional é substituir os 
outros viscosímetros pelo de Ostwald. Os 
motivos dessa tendência são a simplicidade 
operacional, a rapidez e a boa precisão. 
 
O funcionamento de modo geral do 
viscosímetro de Ostwald é o seguinte: 
• Coloca-se uma quantidade de óleo 
suficiente para encher os bulbos A e B; 
• Coloca-se o aparelho dentro de um banho 
de aquecimento; 
• O óleo ao atingir a temperatura de 100º F 
(37,8º C) é aspirado até o ponto 3; 
• Em seguida, interrompe-se a sucção e 
registra-se o tempo (segundos) que o 
nível superior do óleo demora para descer 
de 4 até 5; 
• O tempo registrado é multiplicado por uma 
constante do aparelho e representa a 
viscosidade cinemática. 
 
 Viscosímetro de Ostwald 
 
A unidade usada é o stoke (cm2/s). Como um stoke é muito grande para o uso 
convecional, usa-se o centistoke que é a centésima parte do stoke. 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 26 
Viscosidade absoluta 
É definida como a força (em dina) necessária para fazer deslocar uma superfície plana 
de 1 cm2 sobre outra, do mesmo tamanho, com velocidade de 1 cm/s. Estando as duas 
superfícies separadas por uma camada de fluido com 1 cm de espessura. 
 
 
Esquema de viscosidade cinemática 
 
Sua unidade é o poise, que tem as dimensões em gramas por centímetro vezes 
segundo. Também nesse caso emprega-se a centésima parte do poise: o centipoise. 
 
 
Origem das unidades 
 
As unidades para a escala física de viscosidade utilizam o sistema cgs (centímetro, 
grama, segundo) de grandezas. Assim, o poise e o stoke seguem as deduções abaixo. 
 
p = 
a
t . F 
 
 
 Onde: F 
t 
a 
p 
- 
- 
- 
- 
Força em dina (gf . cm/s2) 
Tempo em segundos 
Área em cm2 
Poise 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 27
 
 
p = 
cm . s
g 
 
s = 
d
VA 
 
 Onde: s 
VA 
d 
- 
- 
- 
Stoke 
Viscosidade absoluta em poise
Densidade em g/cm3 
 
 
 
s = 
s
cm2 
 
Logo, o centistoke (cSt) é: 
 
cSt = 
100 . s
cm2 
 
cSt = 
s
mm2 
 
Viscosidade convencional 
A viscosidade convencional ou empírica é medida por meio dos seguintes 
viscosímetros: 
• Saybolt – usado na América do Norte; 
• Redwood – usado no Reino Unido; 
• Engler – usado na Europa. 
 
Todos esses aparelhos têm uma construção e um princípio de atuação semelhantes 
entre si. 
 
Todos compõem-se, basicamente, de um tubo de secção cilíndrica com um 
estreitamento na parte inferior. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 28 
Coloca-se um determinado volume de óleo nesse tubo que fica mergulhado em um 
banho com temperatura controlada. A seguir, deixa-se escoar o óleo através do orifício 
inferior e registra-se o tempo de escoamento. 
 
A figura a seguir mostra o viscosímetro de Saybolt; os outros viscosímetrosdiferenciam-se deste, principalmente, pelo volume de óleo e temperatura utilizados 
(tabela seguinte). 
 
Existem ainda as variações saybolt furol e graus engler. 
 
 
Viscosímetro de Saybolt 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 29
Viscosímetro Símbolo 
Volume de 
óleo 
Temperaturas 
universal SUS ou SSU 70º F, 100º F, 130º F, 210º F 
Saybolt 
furol SFS ou SSF 
60 ml 
77º F, 100º F, 122º F, 210º F 
I ou 1 
(standard) 
I ou 1 77º F, 100º F, 140º F, 200º F 
Redwood 
II ou 2 
(admiralty) 
II ou 2 
50 ml 
77º F, 86º F 
Engler 
segundos 
graus 
- 
oE 
200 ml 20º, 50º C, 100º F 
 
Saybolt furol 
É um modelo quase idêntico ao saybolt universal, possuindo apenas o orifício inferior 
do tubo maior que o do universal. Destina-se a medir óleos de elevada viscosidade, tal 
como os óleos combustíveis. 
 
Graus engler 
Nesse caso, o tempo gasto para o óleo escorrer é dividido pelo tempo gasto, nesse 
mesmo ensaio, por um volume de água destilada igual ao volume de óleo a ser 
testado. 
 
Conversão de viscosidades 
A conversão entre os vários métodos pode ser feita considerando a mesma 
temperatura para os ensaios, ou considerando várias temperaturas para um único 
ensaio (Tabelas: Viscosidades cinemáticas aproximadas em várias temperaturas 
(baseadas num grupo representativo de óleos minerais) e Conversão de viscosidades 
à mesma temperatura). 
 
Classificação de viscosidade ISO 
A International Standardisation Organization (ISO) estabeleceu um sistema de 
classificação aplicável aos óleos industriais. Nesse sistema, a única característica 
considerada é a viscosidade. 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 30 
Tabela: Viscosidades cinemáticas aproximadas em várias temperaturas (baseadas 
num grupo representativo de óleos minerais) 
Viscosidade (cSt) 
68º F 
(20º C) 
70º F 100º F 
122º F 
(50ºC) 
130º F 140º F 200º F 210º F 
212º F 
(100º C) 
250º F 
3,03 2,95 2 - - - - - - - 
6,9 6,6 4 2,95 2,70 2,40 - - - - 
11,2 10,6 6 4,3 3,85 3,38 - - - - 
15,5 14,8 8 5,6 4,9 4,3 2,24 2,06 2,03 - 
20,5 19,5 10 6,8 6 5,2 2,57 2,35 2,30 - 
25,5 24 12 7,9 6,9 6 2,90 2,60 2,57 - 
 
31 29 14 9,1 7,9 6,8 3,16 2,88 2,85 2,06 
36 34 16 10,2 8,9 7,5 3,45 3,10 3,06 2,20 
42 39 18 11,4 9,8 8,3 3,7 3,33 3,27 2,33 
47 44 20 12,5 10,7 9 3,9 3,53 3,48 2,46 
62 58 25 15,2 13 10,8 4,5 4,05 3,98 2,75 
77 72 30 17,7 15 12,4 5 4,47 4,37 3 
 
94 88 35 20,4 17 14 5,5 4,85 4,73 3,20 
110 104 40 22,7 19 15,4 5,8 5,2 5 3,35 
131 121 45 25 21 16,9 6,2 5,5 5,3 3,54 
150 137 50 27,4 22,7 18,5 6,5 5,8 5,6 3,70 
169 156 55 30 24,5 19,7 6,9 6,1 5,9 3,84 
190 173 60 32 26,4 21 7,2 6,3 6,2 4 
 
230 210 70 37 30 23,5 7,8 6,8 6,7 4,25 
270 245 80 42 33 26,3 8,5 7,4 7,2 4,53 
320 285 90 46 37 29 9,2 7,9 7,7 4,8 
360 320 100 50 40 31 9,7 8,4 8,2 5,1 
400 360 110 55 44 34 10,3 8,9 8,7 5,3 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 31
Tabela: Conversão de viscosidades à mesma temperatura 
Saybolt Redwood Engler Cinemática Saybolt Redwood Engler Cinemática 
32 30 1,11 1,83 235 207 6,70 50,8 
34 31,5 1,17 2,39 240 211 6,84 51,9 
36 33 1,22 3,00 245 215 6,98 53,0 
38 34,5 1,28 3,63 250 219 7,12 54,1 
40 36 1,34 4,28 500 439 14,25 108,2 
42 37,5 1,39 4,91 520 456 14,81 112,5 
44 39 1,45 5,53 800 702 22,78 173,2 
46 41 1,50 6,16 850 746 24,20 184,0 
48 42,5 1,55 6,78 900 790 25,63 194,8 
50 44 1,60 7,39 950 833 27,05 205,6 
100 88 2,94 20,60 1.000 877 28,48 216,5 
105 92 3,09 21,77 1.500 1.316 42,72 324,7 
110 96 3,23 22,93 1.600 1.404 45,57 346,3 
115 101 3,37 24,09 1.700 1.491 48,42 368,0 
120 105 3,51 25,24 1.800 1.579 51,3 389,6 
125 110 3,65 26,39 1.900 1.667 54,1 411 
130 114 3,78 27,53 2.000 1.775 56,9 433 
135 118 3,92 28,67 3.000 2.632 85,4 649 
140 123 4,06 29,80 4.000 3.509 113,9 866 
145 127 4,20 30,93 4.500 3.948 128,2 975 
150 132 4,33 32,06 5.000 4.386 142,4 1.083 
200 176 5,72 43,16 5.500 4.825 156,6 1.190 
205 180 5,86 44,26 6.000 5.264 170,9 1.299 
210 185 6,00 45,36 7.000 6.141 199,3 1.515 
215 189 6,14 46,45 8.000 7.018 227,8 1.732 
220 193 6,28 47,54 9.000 7.896 256,3 1.948 
225 198 6,42 48,63 10.000 8.772 284,8 2.166 
230 202 6,56 49,72 
 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 32 
A classificação ISO de viscosidade expressa seus valores em graus de viscosidade 
cinemática a 40º C dos óleos. 
 
Tabela: Classificação ISO de viscosidade 
Limites de viscosidade cinemática
(cSt a 40º C) Grau de viscosidade 
Viscosidade mediana
(cSt a 40º C) 
Mínimo Máximo 
ISO VG 2 2,2 1,98 2,42 
ISO VG 3 3,2 2,88 3,52 
ISO VG 5 4,6 4,14 5,06 
ISO VG 7 6,8 6,12 7,48 
ISO VG 10 10 9,00 11,0 
ISO VG 15 15 13,5 16,5 
ISO VG 22 22 19,8 24,2 
ISO VG 32 32 28,8 35,2 
ISO VG 46 46 41,4 50,6 
ISO VG 68 68 61,2 74,8 
ISO VG 100 100 90 110 
ISO VG 150 150 135 165 
ISO VG 220 220 198 242 
ISO VG 320 320 288 352 
ISO VG 460 460 414 506 
ISO VG 680 680 612 748 
ISO VG 1.000 1.000 900 1.100 
ISO VG 1.500 1.500 1.350 1.650 
 
A nomenclatura usada nas especificações por esse sistema é: 
 
 
 
 
Índice de viscosidade 
 
O índice de viscosidade (IV) de um óleo é um valor empírico que estabelece uma 
relação entre a variação que sua viscosidade sofre com a alteração da temperatura, e 
as variações idênticas de dois óleos padrões. 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 33
O método do IV foi criado em 1929 e tomou como padrões o óleo mais sensível e o 
menos sensível conhecidos na época. 
 
O mais sensível recebeu o índice 0 (IV = 0); o menos sensível recebeu índice 100 (IV = 
100). Foram tomadas por padrões as viscosidades medidas às temperaturas de 100 e 
210º F (37,8 e 99º C) e mais recentemente a 40 e 100º C. 
 
Atualmente, é possível produzir óleos mais sensíveis à temperatura do que os 
abrangidos pela referência IV = 0, e outros menos sensíveis do que os que figuram 
com a referência IV = 100. 
 
Portanto, encontramos no mercado óleos com IV abaixo de zero e outros com IV acima 
de 100. 
 
Em resumo, a viscosidade de todos os óleos diminui com o aumento da temperatura, 
mas a dos óleos com alto IV não varia tanto como a dos óleos que têm baixo IV. 
 
Interpretação do IV 
Pelo fato de as temperaturas de serviço às quais os óleos estão sujeitos serem muito 
variáveis, torna-se importante conhecer o IV. Esse valor é obtido por meio do catálogo 
do fornecedor. 
 
A altas temperaturas, a viscosidade de um óleo pode cair tanto que a película 
lubrificante pode se romper, provocando um sério desgaste das peças pelo contato de 
metal com metal. 
 
No caso oposto, a baixas temperaturas, o óleo pode tornar-se tão viscoso que não 
consiga circular; ou, ainda, pode gerar forças que dificultem a operação da máquina. 
 
Portanto, óleos sujeitos a considerável variação de temperaturas devem ter alto IV. É o 
caso dos automóveis, das máquinas-ferramentas e dos aviões. 
 
Cor 
 
Os produtos de petróleo apresentam variação de cor quando observados contra a luz. 
Essa faixa de variação atinge desde o preto até quase o incolor. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 34 
Existem vários aparelhos para determinar a cor dos óleos lubrificantes, são os 
colorímetros. O mais usado para fins industriais e automotivos é o colorímetro Union. 
 
 
Colorímetro Union 
 
O colorímetro Union é recomendado pela ASTM (norma D-155). O aparelho possui um 
tubo com luneta que permite observação simultânea da amostra do óleo e do vidro na 
cor padrão. Esse vidro possui oito cores diferentes numeradas de 1 (cor mais clara) a 8 
(cor mais escura). 
 
A cor é importante paraos óleos brancos, pois eles têm aplicação como lubrificantes 
de fibras têxteis sintéticas. Elas não podem sofrer manchas. 
 
Para os lubrificantes comuns, tem pouca importância a determinação da cor, salvo 
para o fabricante controlar a uniformidade do produto. 
 
 
Densidade 
 
Densidade ou massa específica de uma substância é o quociente de sua massa pelo 
seu volume. Como o volume varia com a temperatura, é necessário referir-se à 
temperatura de medição. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 35
A densidade dos lubrificantes em geral é comparada com a densidade da água. Ora, 
os lubrificantes, por serem mais leves que a água, possuem densidade inferior a 1. 
 
Isso, provavelmente pareceu incômodo aos técnicos do American Petroleum Institute 
(API), que fizeram uma escala própria. Essa escala dá o grau 10 para a água, e para 
líquidos mais leves dá graus superiores a 10. A densidade em graus API é dada pela 
fórmula: 
 
ºAPI = 
F 60º adensidade
5,141 - 131,5 
 
O quadro abaixo mostra equivalência entre graus API e densidade. 
 
ºAPI 
10 11 12 13 14 15 20 30 40 50 
Densidade (kg/dm3) 
1,000 0,993 0,986 0,979 0,972 0,966 0,934 0,876 0,825 0,780 
 
O valor da densidade como fator de especificação dos lubrificantes é muito reduzido. 
Quando muito, pode-se eventualmente determinar o tipo de óleo cru do qual um óleo é 
proveniente. 
 
O único interesse prático em conhecer a densidade, ou melhor, a massa específica de 
um lubrificante é poder converter um valor de volume em massa, ou vice-versa. Esses 
cálculos são necessários para operações de frete e conferência de recebimento. 
 
 
Ponto de fulgor 
 
O ponto de fulgor é a temperatura em que o óleo, quando aquecido, desprende os 
primeiros vapores que se inflamam momentaneamente em contato com uma chama 
(“flash”). 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 36 
O aparelho mais usado para esse teste é o “cleveland open cup”, isto é, o “cleveland 
vaso aberto”. 
 
 
Aparelho cleveland vaso aberto 
 
O conhecimento do ponto de fulgor permite avaliar as temperaturas de serviço que um 
óleo pode suportar com absoluta segurança. 
 
Óleos com ponto de fulgor inferior a 150º C não devem ser empregados para fins de 
lubrificação. Produtos de petróleo, lubrificantes ou combustíveis, com ponto de fulgor 
abaixo de 70º C, são considerados, por lei, como de manuseio perigoso. 
 
O ensaio do ponto de fulgor é importante para avaliar as condições de contaminação 
por combustíveis em óleos de motor usados. 
 
 
Ponto de combustão 
 
É a temperatura a que o produto deve ser aquecido para inflamar de modo contínuo, 
durante um mínimo de cinco segundos. É também chamado de ponto de inflamação. 
 
O ponto de combustão é de 22 a 28º C acima do ponto de fulgor. 
 
O aparelho usado para esse ensaio é o mesmo da figura anterior. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 37
Ponto de fluidez e ponto de névoa 
 
São dois testes feitos em um óleo no mesmo aparelho. Por serem visuais, estão 
limitados aos produtos que apresentam a transparência necessária. 
 
 
Aparelho para teste de ponto de fluidez e névoa 
 
O teste consiste em colocar o óleo num tubo com termômetro e mergulhá-lo num 
ambiente frio. A cada queda de 5º F (3º C) no termômetro, a amostra é retirada e 
observada. 
 
Ponto de névoa 
É a temperatura na qual é observada uma névoa ou turvação da amostra. 
 
A névoa ocorre porque substâncias cerosas (parafinas), normalmente dissolvidas no 
óleo, começam a se separar formando minúsculos cristais que são responsáveis pela 
turvação do óleo. 
 
O conhecimento do ponto de névoa é importante somente nos casos onde a 
capilaridade é usada para conduzir o lubrificante às partes móveis, buchas de bronze 
sinterizado, por exemplo. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 38 
Ponto de fluidez 
É a mais baixa temperatura na qual o óleo ainda flui nas condições normais do teste. 
 
É importante conhecer o ponto de fluidez de qualquer lubrificante exposto a 
temperaturas de serviço muito baixas (menores que 0º C). 
 
 
Acidez e alcalinidade 
 
O grau de acidez ou alcalinidade de um óleo pode ser avaliado pelo seu número de 
neutralização. 
 
O número de neutralização é a quantidade, em mg, de KOH (hidróxido de potássio) 
necessária para neutralizar os ácidos contidos em um grama de óleo. 
 
Nem sempre o óleo é ácido. Quando ele é básico, utiliza-se uma solução ácida como 
ácido clorídrico ou sulfúrico para neutralização. 
 
Nesse caso, a quantidade de solução ácida necessária para a neutralização do óleo é 
convertida em equivalentes miligramas de KOH. Assim a unidade de acidez ou 
alcalinidade é mgKOH/g. 
 
 
Ensaio para o número de neutralização 
 
O número de neutralização aparece sob nomes que veremos a seguir. 
Lubrificação industrial 
SENAI 39
Índice de acidez forte (SAN) 
É a quantidade de base, expressa em mg de KOH, necessária para neutralizar os 
ácidos fortes presentes em um grama de óleo. 
 
Índice de acidez total (TAN) 
É a quantidade de base, em mgKOH/g, necessária para neutralizar os ácidos 
presentes em um grama de óleo. 
 
Índice de alcalinidade total (TBN) 
É a quantidade de ácido, em equivalentes mg de KOH, necessária para neutralizar 
todos os componentes básicos presentes em um grama de óleo. 
 
Índice de alcalinidade forte (SBN) 
É a quantidade de ácido, em equivalentes mg de KOH, necessária para neutralizar as 
bases fortes de um grama de óleo. 
 
Aplicação do número de neutralização 
Os óleos minerais puros têm um número de neutralização inferior a 0,1 mgKOH/g. Os 
lubrificantes aditivados possuem valores bem maiores. 
 
A função principal desse número está no controle de óleos usados, pois nos ensaios 
pode-se verificar a variação desse número e saber se o óleo está deteriorado ou 
contaminado. 
 
 
Demulsibilidade 
 
É a capacidade que possuem os óleos de se separarem da água. 
 
O número de demulsibilidade (também chamado número de emulsão) é o tempo em 
segundos que a amostra de óleo leva para separar-se da água condensada 
proveniente de uma injeção de vapor. Esse ensaio é normalizado pela ASTM. 
 
Em geral, os óleos que oferecem menor resistência a se emulsificar são os de maior 
acidez que, entretanto, apresentam maior resistência da película. 
 
Por outro lado, o óleo oxidado se emulsifica mais facilmente que o novo. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 40 
A demulsibilidade é muito importante em turbinas hidráulicas, pois se não houver 
separação rápida entre óleo e água, ocorrem sérios danos às partes metálicas. 
 
É desejável que exista a facilidade para emulsificar nos óleos para cilindros a vapor, 
compressores de ar e marteletes para facilitar a lubrificação das válvulas. 
 
 
Corrosão 
 
Os lubrificantes são submetidos a testes para determinar a tendência de virem a 
corroer metais. 
 
O ensaio de corrosão mais usado é o ensaio segundo ASTM D.130. 
 
O processo consiste em mergulhar uma lâmina de cobre bem polida numa amostra de 
óleo aquecida a 100º C. 
 
 
Ensaio de corrosão 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 41
Após três horas, a lâmina é retirada e lavada. Então, sua cor é comparada com uma 
escala de padrões. 
 
O resultado é expresso pelos números de classificação de 1 a 4; havendo em cada 
classe estágios intermediários dados por letras (1a, 1b, etc.). A menor corrosão é 
expressa pelo número 1 e o maior pelo número 4. 
 
O óleo mineral puro, para lubrificantes, enquadra-se em 1a ou 1b no máximo. 
 
 
Oxidação 
 
Oxidação é a capacidade de o óleo combinar-se quimicamente com o oxigênio do ar. 
Essa combinação leva à formação de verniz e borra que corroem os mancais. 
 
Os ensaios de laboratório para determinar a resistência à oxidação atuam do seguinte 
modo: 
• Submetem o lubrificante a temperaturas maiores do que as atingidas na prática; 
• A oxidaçãodo óleo é ativada pelo uso de oxigênio puro sob pressão; 
• O resultado é expresso pelo número de neutralização da amostra após o ensaio. 
 
 
Espuma 
 
Os óleos lubrificantes quando agitados em presença de ar tendem a formar espuma. 
Ela é indesejável principalmente em sistemas hidráulicos e caixas de engrenagens 
pois a espuma impede a formação de uma película lubrificante contínua. 
 
Para evitar a formação de espuma, são usados aditivos nos óleos lubrificantes. 
 
 
Ponto de anilina 
 
É a temperatura mais baixa na qual um volume de um produto de petróleo é 
completamente miscível em igual volume de anilina. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 42 
O ponto de anilina dá a idéia do poder solvente dos derivados do petróleo. Essa 
característica é indesejável nos lubrificantes pois indica a tendência de atacar peças de 
borracha. 
 
Quanto mais baixo for o ponto de anilina de um óleo, maior será seu poder solvente e 
maiores serão os danos causados à borracha. O principal desses danos é o aumento 
de volume da peça. O gráfico abaixo mostra a relação entre o aumento de volume das 
peças de borracha e o ponto de anilina. 
 
 
Relação entre o ponto de anilina e peças de borracha 
 
 
Cinzas 
 
Os lubrificantes puros e novos são compostos de hidrocarbonetos e algumas 
impurezas (compostos de enxofre, oxigênio e nitrogênio). Todos esses elementos 
químicos ao se queimarem, em presença de ar, produzem vapor d’água e gases, não 
deixando resíduos. 
 
Ao se queimar um óleo que contenha um aditivo de base metálica ou que já tenha sido 
usado e esteja contaminado, haverá formação de um resíduo, as cinzas. 
Lubrificação industrial 
SENAI 43
O ensaio que determina a quantidade de cinzas serve para determinar se um óleo 
possui aditivos ou se está contaminado por impurezas metálicas. 
 
 
Análise espectrográfica 
 
Para submeter um óleo à análise espectrográfica procede-se à combustão de uma 
determinada quantidade de amostra. 
 
A cinza obtida é misturada a um padrão normalizado (carbonato de lítio). Coloca-se 
uma pequena porção da mistura em um dos eletrodos de uma lâmpada de arco e 
fotografa-se o espectro resultante. 
 
Por esse método, determina-se a quantidade, em partes por milhão, de vários 
elementos: 
• Sílica – que indica o índice de pó introduzido pelo ar; 
• Ferro – que revela desgaste nos componentes de aço ou ferro fundido; 
• Estanho, chumbo, cobre – que revelam desgaste de mancais; 
• Cromo – que indica desgaste de camisas ou outras peças cromadas. 
 
 
Questionário – resumo 
 
1 Qual é a realização entre viscosidade e temperatura? 
 
 
 
 
2 Qual é a unidade para viscosidade cinemática? 
 
 
 
 
3 O que é índice de viscosidade? 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 44 
4 Qual é a importância de conhecer o ponto de fulgor? 
 
 
 
 
5 Por que é importante conhecer o ponto de fluidez? 
 
 
 
 
6 Qual é a importância do número de neutralização? 
 
 
 
 
7 O que determina o teste de corrosão? 
 
 
 
 
8 Qual é o efeito da oxidação dos óleos? 
 
 
 
 
9 Qual é o principal dano causado pelos lubrificantes às borrachas? 
 
 
 
 
10 O que determina a análise espectroscópica? 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 45
 
 
Aditivos
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ao final desta unidade, o participante deverá: 
 
Conhecer 
Estar informado sobre: 
• Aditivos usados em lubrificantes; 
• Funções, composição, aplicação e testes dos aditivos. 
 
Saber 
Reproduzir conhecimentos sobre: 
• Função dos principais aditivos usados nos óleos lubrificantes; 
• Vários testes para lubrificantes com EP. 
 
Ser capaz de 
Aplicar conhecimentos para: 
• Listar aditivos necessários para óleos de uso comum. 
 
 
Introdução 
 
Com o extraordinário desenvolvimento mecânico dos últimos tempos, surgiu a carência 
de óleos especiais. 
 
Tendo em vista as limitações dos óleos minerais, foram desenvolvidas substâncias 
(aditivos) para serem adicionadas a eles. 
 
Esses aditivos dão ao óleo novas propriedades, melhoram as existentes ou eliminam 
as indesejáveis. A seguir serão estudados os principais aditivos. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 46 
Extrema pressão 
A função principal dos lubrificantes é separar as superfícies em movimento. Com isso, 
reduz-se o atrito, o desgaste e a geração de calor. 
 
Existem, porém, situações onde a pressão exercida sobre a película lubrificante é tão 
elevada que ocorre o seu rompimento. Aí, o contato metal-metal é extremamente 
danoso. 
 
O contato metal-metal provoca escoriações e arranhaduras em engrenagens e 
mancais que, por sua vez, geram a soldagem e a deformação a frio. Essas são as 
ocorrências combatidas pelos lubrificantes possuidores da propriedade extrema 
pressão (EP), dada pelo aditivo EP. 
 
O comportamento dos óleos com e sem aditivos EP é semelhante até o momento da 
falha da película lubrificante. Nesse ponto o aditivo entra em ação. 
 
Composição e ação dos EP 
Os aditivos EP são feitos de compostos de cloro, enxofre e fósforo, ou combinações 
desses elementos. Esses compostos reagem quimicamente com o metal para formar 
películas finíssimas de sulfetos, cloretos e fosfetos aderentes ao metal. 
 
Tais compostos químicos têm baixa resistência ao cisalhamento e por isso evitam as 
escoriações, as soldagens, etc. 
 
A ação dos elementos citados ocorre assim: 
• O enxofre é de ação lenta e residual; 
• O cloro é de pronta ação e curta duração; 
• O fósforo forma fosfatos com o metal. Esses fosfatos ao sofrerem atrito provocam o 
polimento das partes em contato. 
 
Testes para lubrificantes com EP 
Existem diversos testes para avaliação do desempenho dos lubrificantes com EP. 
Todos, de modo geral, consistem em fazer atuar uma carga crescente sobre duas 
superfícies em movimento lubrificadas pelo produto em teste. 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 47
A seguir, serão apresentados os principais testes para avaliação do desempenho dos 
lubrificantes com EP. 
 
Teste almen 
 
 
 
Uma barra cilíndrica é posta a girar, prensada entre dois semimancais. A cada intervalo 
de dez segundos, aumentam-se duas libras na carga. O resultado é expresso pela 
carga aplicada no início das escoriações. 
 
Teste tinken 
 
 
 
Um bloco de aço é impelido contra o anel de aço do cilindro rotativo durante dez 
minutos. O resultado é dado pela pressão mais alta aplicada sem que haja 
escoriações. 
Lubrificação industrial 
SENAI 48 
Teste SAE 
 
 
 
Dois cilindros que giram com velocidades diferentes são impelidos um contra o outro. A 
carga é aumentada até que ocorre a falha. Esse aparelho difere dos dois anteriores 
devido ao fato de que os dois cilindros criam uma combinação de atritos de rolamento 
e escorregamento, enquanto os outros possuem apenas atrito de escorregamento. 
 
Teste falex 
 
 
 
Dois mancais duros pressionam crescentemente um eixo mais mole, no qual ocorre o 
desgaste. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 49
Teste four ball 
 
 
 
Uma esfera de aço de 1/2 polegada gira em contato com outras três esferas iguais 
fixas. Isso proporciona três pequenas áreas circulares de desgaste. O desgaste e o 
coeficiente de atrito são medidos periodicamente até que, devido ao atrito e ao 
aumento de pressão, as esferas soldam-se. 
 
 
Antioxidantes 
 
Os aditivos antioxidantes são elementos que têm maior afinidade com o oxigênio do 
que os hidrocarbonetos formadores do óleo, ou seja, são receptores preferenciais de 
oxigênio. 
 
Qualquer lubrificante se oxida, o que o aditivo faz é controlar a velocidade de oxidação 
por um tempo. Quando esse tempo se esgota, o óleo é considerado vencido. É o 
momento em que a formação de borras, gomas e vernizes ocorre em grande 
quantidade.Os efeitos de um óleo com borras e vernizes são: 
• Eliminação de folgas; 
• Prejuízo da dissipação de calor; 
• Diminuição do rendimento; 
• Falhas e defeitos em vários pontos do equipamento. 
 
Os aditivos antioxidantes são feitos em geral de compostos de enxofre e fósforo. Sua 
concentração nos lubrificantes é da ordem de 0,001 % a 0,1 %. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 50 
Anticorrosivos 
 
Os aditivos anticorrosivos têm a função de proteger os metais contra: 
• Substâncias corrosivas presentes no óleo, tais como borras e produtos da queima 
de combustível; 
• Agentes atmosféricos. 
 
Para conseguir o primeiro tipo de proteção, adicionam-se ao óleo produtos que 
previnam o contato entre o metal e a substância corrosiva, e, ao mesmo tempo, 
neutralizem as substâncias ácidas presentes durante o serviço. 
 
Em resumo, é necessário que o aditivo seja alcalino e forme uma película impermeável 
sobre os metais. 
 
Para o segundo tipo de proteção, os aditivos recebem o nome de inibidores de 
ferrugem visto que se destinam à proteção dos metais ferrosos. 
 
Inibidores de ferrugem 
Esses aditivos são produtos que têm mais afinidade com o ferro do que com a água. 
Assim, aderem ao metal e deslocam a umidade da superfície. 
 
Esse deslocamento é conseguido por pequenos volumes de óleos graxos que 
envolvem as partículas de água numa película oleosa. Além dos óleos graxos, usam-
se sulfonatos de petróleo. 
 
Os inibidores de ferrugem podem ser usados em qualquer tipo de óleo. Porém, torna-
se necessário verificar se esses aditivos corroem os não ferrosos. 
 
Detergentes e dispersantes 
Os aditivos detergentes são compostos que auxiliam a manter limpas as superfícies 
metálicas, minimizando a formação de borras e lacas de qualquer natureza, por meio 
de realizações ou processos de solução. 
 
O uso de aditivos detergentes não significa propriamente uma enérgica ação de 
limpeza mas, uma redução na formação de depósitos. 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 51
O aditivo dispersante busca dar aos óleos 
lubrificantes a propriedade de manter em 
suspensão, finamente divididas, quaisquer 
impurezas formadas no interior do sistema 
(ou que nele penetrem) até o momento de 
serem eliminadas por ocasião da troca ou 
purificação do lubrificante. 
 
 
 
 
Os principais produtos usados como aditivos detergentes dispersantes são os 
compostos organo-metálicos, cujas denominações químicas são: amina, hidroxila, éter 
fosforado, carboxila e anidrido. 
 
 
Antidesgaste 
 
São aditivos destinados a evitar ou controlar o desgaste resultante do atrito. 
 
O desgaste corrosivo, como já vimos, é combatido pelos antioxidantes, dispersantes e 
anticorrosivos. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 52 
Assim, a função do aditivo antidesgaste é a mesma dos aditivos EP; alguns fabricantes 
chegam a englobar os aditivos antidesgaste sob a denominação de agentes EP leves. 
 
O principal elemento químico usado como antidesgaste é o fósforo. 
O uso principal do antidesgaste é como agente de untuosidade, isto é, melhorador do 
poder lubrificante. 
 
Embora esse aditivo seja usado em muitos tipos de lubrificantes, é indispensável em 
dois: 
• Em óleos para caixas de velocidade automáticas, para combater os ruídos 
característicos desses equipamentos. Tais ruídos são conhecidos como “squawk” e 
“chatter”; 
• Em óleos para barramentos, a fim de evitar as prisões seguidas de escorregamento 
(fenômeno conhecido como “stick-slip”). 
 
 
Antiespumantes 
 
Os óleos lubrificantes formam espuma quando agitados em presença de ar. Isso é 
indesejável pois a espuma diminui a espessura da película lubrificante. 
 
O silicone é o melhor e mais eficiente aditivo antiespuma. Ele atua de modo a 
desmanchar as bolhas de ar assim que elas atingem a superfície livre do óleo; sua 
ação é muito parecida com a de furar uma bexiga. 
 
 
Melhoradores do I.V. 
 
São polímeros adicionados aos lubrificantes sujeitos à intensa variação de 
temperatura. 
 
A função dos melhoradores do I.V. é não permitir aumento ou diminuição excessivos da 
viscosidade, durante trabalhos realizados em temperaturas baixas ou elevadas. 
 
 
Agentes de adesividade 
 
Certas aplicações dos óleos lubrificantes requerem óleos com alto poder de adesão, 
quais sejam: na indústria têxtil e na alimentícia, que precisam evitar o gotejamento de 
óleo sobre os produtos; ou, ainda, em componentes de máquinas com vazamentos, 
folgas ou sujeitos à centrifugação. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 53
Os aditivos chamados agentes de adesividade são constituídos por polímeros de alto 
peso molecular e hidrocarbonetos saturados. Esses compostos são altamente 
resistentes à oxidação. 
 
Os agentes de adesividade quando adicionados ao óleo, mesmo em pequenas 
quantidades, conferem-lhe alto poder de aderência aos metais. Essa aderência 
permanece inalterada nas condições normais de serviço, apesar de o movimento das 
peças forçar a expulsão do óleo. 
 
Abaixadores do ponto de fluidez 
São compostos químicos (polimetacrilatos e poliacrilamidas) que fazem o óleo suportar 
baixas temperaturas sem se congelar. 
 
Esses aditivos atuam impedindo que os cristais de cera se formem e se aglutinem 
impedindo a fluidez. 
 
Assim, a temperatura considerada ponto de fluidez para um óleo com esse aditivo 
passa a ser inferior àquela considerada ponto de fluidez para o óleo sem este aditivo. 
 
Aditivos especiais 
São basicamente de dois tipos: 
• Corantes – sua finalidade é dar uma cor definida para identificação de um produto, 
por exemplo gasolina, álcool e fluidos de corte; 
• Antissépticos – sua função é inibir o crescimento de fungos e bactérias e seu uso 
se restringe aos óleos de corte. 
 
 
Aplicação dos aditivos 
 
A próxima tabela mostra os óleos lubrificantes usuais, suas características, aplicações 
e os aditivos empregados. 
 
Para entender a tabela é necessário o código abaixo: 
• Antioxidante (1); 
• Melhoradores I.V. (2); 
• Abaixador do ponto de fluidez (3); 
• Agentes de adesividade (4); 
• Antiespumante (5); 
Lubrificação industrial 
SENAI 54 
• Extrema pressão (6); 
• Antidesgaste (7); 
• Anticorrosão (8); 
• Detergente dispersante (9). 
 
Produto Aplicação Características Óleo básico Aditivos 
Óleo para 
lubrificação 
geral 
• Rolamento, 
engrenagem e fuso 
• Lubrificação por perda 
 
• Estabilidade à oxidação Naftênico ou 
parafínico 
1, 3, 5 
Óleo de 
circulação 
inibida 
• Sistema hidráulico, 
circulatório e mancais 
 
• Elevada estabilidade à oxidação 
• Alto I.V. 
• Boa demulsibilidade 
Parafínico 1, 3, 5, 6, 8 
Óleo para 
engrenagens 
• Redutor de velocidade • Boa proteção contra desgaste e 
corrosão 
• Antiespumante 
 
Parafínico ou 
naftênico 
1, 3, 5, 6, 7, 
8, 2*, 4* 
Óleo para 
compressores 
• Cilindro e mancal • Elevada estabilidade à oxidação 
• Baixo depósito de impureza 
 
Parafínico ou 
naftênico 
1, 2, 3*, 6*, 
8, 9 
Óleo hidráulico • Sistema hidráulico • Boa proteção contra ferrugem e 
corrosão 
• Boa estabilidade à oxidação 
• Alto I.V. 
• Bom resfriamento 
 
Naftênico ou 
parafínico 
1, 2, 3, 4, 5, 
6, 7, 8 
Óleo para 
transferência de 
calor 
• Aplicado até 150º C • Boa estabilidade à oxidação 
• Pouca borra 
• Médio I.V. 
• Bom resfriamento 
 
Naftênico, 
parafínico ou 
sintético 
1 e aditivo 
especial para 
refrigeração 
Óleo contra 
ferrugem 
• Proteção de superfície 
metálica 
• Boa proteção anticorrosiva 
• Boa formação de película 
• Boa aderência 
 
Naftênico 3, 4, 6, 7, 8, 
9 
Óleo têxtil • Equipamento têxtil • Facilmente removido com água Naftênico 1, 2, 3, 4, 5, 
6, 7, 8, 9 
 
(*) Uso eventual 
 
 
Questionário – resumo1 Qual é a função dos aditivos? 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 55
2 Em que momento o aditivo EP entra em ação? 
 
 
 
 
3 Qual é o modo de atuar dos vários testes para óleos com EP? 
 
 
 
 
4 Quais são os efeitos de um lubrificante oxidado? 
 
 
 
 
5 Qual é a função dos aditivos dispersantes detergentes? 
 
 
 
 
6 Que tipo de desgaste é combatido pelo aditivo antidesgaste? 
 
 
 
 
7 Por que é indesejável a espuma nos óleos lubrificantes? 
 
 
 
 
8 Indique aplicações para os agentes de adesividade. 
 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 56 
9 Quais são os aditivos necessários para um óleo usado em mancais deslizantes de 
uma prensa excêntrica? 
 
 
 
 
10 Quais são os aditivos necessários aos óleos para barramentos? 
 
 
 
 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 57
 
 
Graxas
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ao final desta unidade, o participante deverá: 
 
Conhecer 
Estar informado sobre: 
• Composição das graxas; 
• Características e aplicações; 
• Ensaios de comportamento; 
• Vantagens e desvantagens em relação ao óleo lubrificante. 
 
Saber 
Reproduzir conhecimentos sobre: 
• Composição, características, aditivos e aplicações das graxas; 
• Ensaios gerais e especiais. 
 
Ser capaz de 
Aplicar conhecimentos para: 
• Identificar graxas; 
• Interpretar especificações de graxas. 
 
 
Introdução 
 
Define-se graxa como sendo um produto lubrificante obtido pela dispersão de um 
agente engrossador em um fluido lubrificante. Sua consistência pode variar desde o 
estado semifluido ao sólido. 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 58 
O termo original graxa era restrito a gorduras moles, encontradas nos tecidos dos 
animais. Essas gorduras, à temperatura ambiente, tornavam-se sólidas ou semifluidas. 
Assim, quando as graxas tornaram-se artigos comerciais, foram chamadas graxas 
duras. 
 
Antigamente, as graxas eram usadas apenas em lubrificações sem importância. 
 
Com o passar do tempo, as qualidades foram sendo aperfeiçoadas e hoje é um 
produto que representa 10 % do consumo de lubrificantes. 
 
 
Vantagens e desvantagens das graxas 
 
As vantagens das graxas, assim como as desvantagens, devem ser entendidas em 
comparação com os óleos lubrificantes. 
 
Vantagens 
• Devido a sua consistência, a graxa forma uma camada protetora na peça 
lubrificada, isolando-a de corpos estranhos; 
• A adesividade da graxa é particularmente vantajosa para peças deslizantes ou 
oscilantes; 
• Torna possível a fabricação de mancais ou sistemas de engrenagens selados; 
• No caso de rolamentos, permite a operação em várias posições; 
• No caso de mancais de deslizamento, permanece onde é necessário durante as 
partidas e operações intermitentes. 
 
Desvantagens 
• Menor dissipação de calor; 
• Menor resistência à oxidação; 
• Maior atrito fluido, isto é, em altas rotações o aquecimento é maior. 
 
Estruturas das graxas 
Observadas, ao microscópio eletrônico, as graxas apresentam uma fina trama de fibras 
de sabão (agente engrossador) retendo o óleo lubrificante. Essa estrutura assemelha-
se a pêlos de uma escova retendo óleo. 
 
A trama de sabão mantém-se coesa pela ação de forças de atração fracas entre as 
fibras. Esta coesão é que dá à graxa sua consistência, ou “corpo” em repouso. 
Lubrificação industrial 
SENAI 59
Quando, em seu trabalho, a coesão é rompida, a graxa flui. Após cessar o trabalho, a 
trama original forma-se novamente restituindo à graxa sua consistência inicial. 
 
Esse comportamento permite que, na lubrificação com graxa, existam regiões com 
reserva de lubrificantes. 
 
É o caso dos rolamentos blindados, nos quais a graxa retida pelo espaçador e as 
placas de blindagem sofre menor modificação do que a porção que atua entre as 
esferas. Desse modo, esta graxa dos espaçadores e placas atua como reserva e 
vedação. 
 
 
Componentes das graxas 
 
Graxa é a soma dos seguintes elementos: 
• Agente espessante; 
• Lubrificante líquido; 
• Aditivo. 
 
 
Agentes espessantes 
 
O agente espessante, por sua natureza e concentração, é que dá às graxas suas 
características principais. 
 
O elemento mais usado como espessante é o sabão metálico. 
 
Os sabões metálicos não diferem muito, em sua essência, dos tradicionais sabões de 
lavar roupa. 
 
De modo simplista pode-se considerar que os sabões são obtidos pela reação química 
entre um ácido graxo (geralmente sebo) e um sabão alcalino. Exemplos: 
• A cal virgem dá sabão de cálcio; 
• A soda cáustica dá sabão de sódio; 
• O hidróxido de lítio dá sabão de lítio. 
 
A seguir serão apresentados os espessantes mais usados e suas respectivas graxas. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 60 
Cálcio 
As graxas com sabão de cálcio são resistentes à ação da água; têm custo baixo; 
apresentam estrutura macia e amanteigada; não são indicadas para mancais de 
rolamento; têm aplicação limitada a 70º C de temperatura e são conhecidas como 
graxa para copo. 
 
As graxas de cálcio comuns são estabilizadas pela presença de 1 a 2 % de água. 
Quando, pela temperatura do serviço, a água se evapora, ocorre a separação entre o 
sabão e o óleo. 
 
Existem graxas de cálcio estabilizadas com acetato de cálcio. Isso evita a separação 
de óleo. 
 
Essas graxas são largamente empregadas em mancais de deslizamento operando a 
uma temperatura de 60º C com cargas leves e médias. 
 
Sódio 
As graxas com sabão de sódio têm boa resistência ao calor seco. Podem ser usadas 
até 150º C e resistem bem à ferrugem. 
 
Essas graxas não resistem à água e têm bombeamento mais difícil do que as de 
cálcio. 
 
O sabão de sódio, ao microscópio, apresenta fibras longas ou curtas, conforme sua 
fabricação. 
 
O sabão com fibras longas é usado em graxas para superfícies deslizantes. Enquanto 
o sabão com fibras curtas é usado em mancais de rolamento. 
 
Lítio 
As graxas com sabão de lítio possuem excelentes qualidades de aderência e não são 
laváveis por água. Têm ótima bombeabilidade e trabalham a temperaturas de – 70º C a 
150º C. 
 
As graxas de lítio substituem as graxas de cálcio e sódio e são chamadas graxas de 
aplicações múltiplas (“multi purpose grease”). 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 61
O uso de uma graxa de aplicações múltiplas traz as seguintes vantagens: 
• Evita a possibilidade de enganos; 
• Simplifica os estoques; 
• Simplifica o equipamento necessário; 
• Diminui as perdas por aderência em diferentes utensílios. 
 
Alumínio 
As graxas feitas com estearato de alumínio são transparentes, resistentes à água e à 
oxidação e têm boa adesividade. 
 
Sua temperatura máxima de utilização é 70º C e seu bombeamento é regular. 
 
É usada em chassis de veículos, mancais e excêntricos. 
 
Espessante misto 
Para algumas aplicações particulares foram desenvolvidas as graxas com mistura de 
sabões. Exemplo: graxa de sódio com adição de pequena quantidade de sabão de 
cálcio. 
 
Essa mistura resulta numa graxa de consistência mais macia do que a graxa de sódio 
sem afetar sua resistência ao calor. 
 
Outras misturas de sabões usadas como espessantes para obtenção de graxas são 
sódio com alumínio e cálcio com lítio. 
 
As graxas com espessante misto têm uso muito restrito, pois são de obtenção 
delicada, tendem a engrossar em uso ou em contato com a água. 
 
Espessante não sabão 
Existem graxas nas quais o espessante não é um sabão metálico. Argilas modificadas 
(bentonita tratada) ou sílica-gel são os espessantes usados, normalmente, nesses 
casos. 
 
As graxas à base de argila são chamadas bentoníticas e têm as seguintes 
propriedades: 
 
• Resistência à água; 
• Oferece ótima proteção contra o desgaste; 
• Boa resistência ao calor; 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 62 
• Boaestabilidade mecânica; 
• Mau bombeamento; 
• Alto custo; 
• Oferece má proteção anticorrosão. 
 
As graxas de sílica-gel oferecem boa proteção contra o desgaste, resistem ao calor até 
150º C, têm boa estabilidade mecânica, porém não resistem à água. 
 
 
Lubrificante líquido 
 
O lubrificante líquido que faz parte de uma graxa pode ser um óleo mineral ou óleo 
sintético. 
 
Tanto um óleo como o outro são empregados pelo fabricante tendo em vista o 
desempenho esperado da graxa. Assim, ao usuário basta tomar os cuidados com as 
especificidades da graxa sem se preocupar com o óleo que a compõe. 
 
 
Aditivo 
 
Como é difícil obter uma graxa com todas as qualidades desejadas pela simples 
seleção do espessante e do óleo, incluem-se os aditivos. 
 
Os mais importantes tipos de aditivos são: 
• Inibidor de oxidação; 
• Inibidor de corrosão; 
• Agente de untuosidade; 
• Modificador da estrutura; 
• Agente de extrema pressão; 
• Agente de adesividade; 
• Lubrificante sólido; 
• Corante e odorífero. 
 
Inibidor de oxidação 
É um produto químico da classe das aminas e dos fenóis. Sua presença é 
indispensável em graxas para rolamentos e em outras graxas onde o período de 
serviço é longo. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 63
Inibidor de corrosão 
É um composto químico denominado cromato, dicromato, sulfonato de petróleo ou 
sabão de chumbo; a água raramente remove esses compostos das superfícies 
metálicas. 
 
A presença do inibidor de corrosão é indispensável em todas as graxas insolúveis em 
água. Sua presença, entretanto, é desnecessária na graxas de sódio, pois, nesse 
caso, o espessante é lavável pela água e o aditivo não cumpriria sua função. 
 
Agente de untuosidade 
São gorduras e óleos vegetais com a função de melhorar o poder lubrificante das 
graxas. 
 
O agente de untuosidade é necessário em um pequeno número de graxas visto que a 
mistura óleo mineral e sabão, em geral, já proporciona um alto poder lubrificante às 
graxas. 
 
Modificadores de estrutura 
São compostos destinados a alterar a estrutura da fibra do sabão. Em algumas graxas, 
faz-se necessária essa mudança para evitar a tendência de separação do óleo. 
 
Agente de extrema pressão 
São os mesmos compostos usados para os óleos lubrificantes e com a mesma 
finalidade, estudados na unidade “Aditivos”. 
 
Agente de adesividade 
Quando a necessidade requer uma graxa mais pegajosa são adicionados polímeros 
orgânicos viscosos ou látex em solução aquosa. 
 
Lubrificantes sólidos 
São pós adicionados às graxas para dar-lhes qualidades especiais. 
 
O principal desses aditivos é o grafite, que é usado em graxas para trabalhos em 
temperaturas elevadíssimas; por exemplo: a lubrificação de moldes para fabricação de 
vidros. Nesse caso, o sabão e o óleo da graxa entram em combustão e o grafite 
permanece lubrificando. 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 64 
Outro aditivo do tipo lubrificante sólido é o bissulfeto de molibdênio. Esse aditivo 
oferece ótima resistência ao calor e pressões elevadas. 
 
Mica, asbestos, zinco e chumbo também são usados para evitar a grimpagem de 
peças, principalmente roscas. 
 
Corantes e odoríferos 
São produtos usados em geral com finalidades comerciais. Eles melhoram o aspecto 
da graxa e permitem sua identificação pela cor ou cheiro. 
 
 
Características das graxas 
 
As características das graxas importantes para uso industrial são determinadas por 
ensaios. Esses ensaios são empíricos e definem os padrões de uso e comercialização. 
 
As características mais importantes são: 
• Cor; 
• Viscosidade aparente; 
• Ponto de gota; 
• Teor de óleo mineral; 
• Teor de sabão; 
• Teor de água; 
• Número de neutralização; 
• Cargas. 
 
 
Cor 
 
A cor da graxa indica, de modo vago, o tipo de óleo que a compõe. Assim, as graxas 
escuras podem indicar que são feitas com óleos escuros ou possuem aditivos que lhes 
dão a cor preta esverdeada. 
 
Não existe escala para a cor das graxas. Portanto, esta é uma característica de 
pequena importância. 
 
 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 65
Consistência 
 
Consistência é a propriedade dos materiais pastosos e sólidos a fluir quando 
submetidos a pressão. 
 
A consistência da graxa é determinada pelo ensaio D217 da ASTM. 
 
O ensaio consiste em fazer penetrar um cone padrão, durante cinco segundos, à 
temperatura de 25º C, em uma amostra de graxa. A penetração é medida em décimos 
de milímetros e o aparelho chama-se penetrômetro. 
 
 
Penetrômetro 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 66 
No caso de graxa muito dura, que não permita fazer a leitura usando-se o cone, lança-
se mão de agulhas padronizadas. E no caso de graxa muito mole, substitui-se o cone 
de aço ou de latão por um de alumínio ou plástico. 
 
O ensaio pode ser feito de dois modos: 
• Penetração não trabalhada; 
• Penetração trabalhada. 
 
Penetração não trabalhada 
É o ensaio feito com amostra retirada do recipiente tal como se encontra, ou seja, 
ensaia-se uma amostra somente ajustando sua temperatura e mais nada. 
 
Penetração trabalhada 
Nesse caso, a graxa é submetida a um trabalho determinado, num aparelho chamado 
trabalhador de graxa. 
 
 
Trabalhador de graxa 
 
Lubrificação industrial 
SENAI 67
O trabalhador de graxa possui uma placa perfurada que penetra na graxa sessenta 
vezes. A graxa assim preparada é enviada ao penetrômetro. Isso permite avaliar a 
alteração da consistência do produto quando em serviço. 
 
 
Classificação da consistência 
 
Esta classificação foi estabelecida pela NLGI (National Lubrificating Grease Institute) e 
não leva em conta a composição nem as propriedades das graxas, isto é, considera 
apenas a consistência. 
 
A tabela abaixo mostra os graus NLGI em função da penetração. 
 
Grau NLGI 
Penetração trabalhada a 25º C 
em décimos de milímetros 
000 445/475 
00 400/430 
0 355/385 
1 310/340 
2 265/295 
3 220/250 
4 175/205 
5 130/160 
6 85/115 
 
 
Interpretação do ensaio 
 
Geralmente, dá-se mais valor ao teste de penetração trabalhada para avaliação do 
desempenho. 
 
A penetração não trabalhada, devido aos inúmeros fatores que nela influem, não 
costuma ser determinada. Exceção feita às graxas extremamente duras (“block 
greases”). 
 
As graxas de baixa consistência (NLGI 000 até 1) são recomendadas quando é 
necessário que a graxa volte às superfícies submetidas aos raspamentos. 
 
Lubrificação industrial 
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As graxas de consistência média (NLGI 2 e 3) são mais usadas em mancais de 
rolamento. Nessa aplicação, uma graxa de menor consistência provocaria vazamentos 
excessivos e comprometeria a vida do rolamento. Por outro lado, uma graxa mais 
consistente falharia na cobertura das partes móveis. 
 
As graxas de consistência alta (NLGI 4 a 6) são indicadas para atuarem como 
vedação, por exemplo, nas juntas de labirinto. 
 
Existem ainda as graxas em bloco (“block greases”) que não se enquadram na 
classificação NLGI, por serem mais consistentes que o número 6. 
 
Essas graxas são usadas em grandes mancais e funcionam por gotejamento, isto é, 
um bloco é colocado acima do mancal de modo que, sob ação do calor, a graxa goteje. 
Essas graxas são empregadas em fábricas de cimento e papel. 
 
 
Viscosidade aparente 
 
Quando se trata de fluidos sujeitos a Lei de Newton, o fluxo ocorre no momento em 
que lhe é aplicada uma força; o fluxo é proporcional à força. Com os fluidos não 
sujeitos a essa Lei, como é o caso das graxas, torna-se necessária uma certa força 
inicial antes de se conseguir o movimento. 
 
Devido a essa diferença das graxas em relação aos óleos, a viscosidade da graxa é 
denominada viscosidade aparente. 
 
A viscosidade aparente varia em função da temperatura. Entretanto, essa variação se 
dá de modo diferente de uma graxa para outra pois é influenciadapor: 
• Viscosidade do óleo; 
• Processo de fabricação; 
• Estrutura e concentração do sabão. 
 
A viscosidade aparente é medida em poises. Sua utilidade principal é na previsão de 
características de bombeamento. 
 
 
 
 
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Ponto de gota 
 
É a temperatura na qual uma graxa torna-se suficientemente fluida para gotejar. Essa 
temperatura é determinada por meio de um dispositivo especial, segundo a norma 
ASTM D566. 
 
 
Dispositivo para ponto de gota 
 
As graxas apresentam ponto de gota variável em função dos seus componentes. Mas, 
de modo geral, elas podem ser classificadas conforme a tabela a seguir. 
 
Tabela: Ponto de gota 
Produto Ponto de gota ºC 
Graxas 
De cálcio 66 a 104 
De alumínio 82 a 110 
De sódio e cálcio 121 a 193 
De sódio 148 a 260 
De lítio 177 a 218 
De bário 177 a 246 
Sem sabão > 260 
Especiais de cálcio 204 a 288 
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Interpretação do ensaio 
 
A determinação do ponto de gota é um dado importante para a fabricação, compra e 
venda de graxas. 
 
Em serviço, é comum utilizar-se uma graxa cujo ponto de gota esteja acima pelo 
menos 30º C da temperatura de trabalho. 
 
Note porém que, apesar desses padrões, é necessário obter do fabricante a 
temperatura máxima de trabalho. Isso é necessário pois os lubrificantes líquidos 
contidos nas graxas, em geral, possuem temperaturas de trabalho inferiores ao ponto 
de gota. 
 
Teor de óleo mineral 
É o percentual de óleo contido em determinada graxa. 
 
Esse valor é de grande importância para o fabricante determinar o rendimento de 
fabricação. É um valor que não consta das especificações técnicas comuns, embora 
alguns grandes consumidores especifiquem em suas encomendas os teores máximo e 
mínimo que desejam. 
 
Teor de sabão 
De modo análogo ao teor de óleo mineral, a porcentagem de sabão é um dado de 
muita importância para a produção da graxa. 
 
Para o uso das graxas é muito mais significativo conhecer o metal de que foi feito o 
sabão, pois esta informação indica as propriedades gerais da graxa. 
 
Teor de água 
É o percentual de água presente na graxa e auxilia na seleção do produto. 
 
As graxas de cálcio costumam ter de 1 a 3 % de água. Essa água age como 
estabilizante, isto é, permite que o sabão e o óleo fiquem juntos. 
 
Em razão disso, as graxas de cálcio não apresentam segurança em serviços à alta 
temperatura pois a água se evapora, permitindo a separação do óleo. 
 
Por outro lado, as graxas de sódio, alumínio e lítio não precisam conter água. Isso as 
torna confiáveis em temperaturas elevadas. 
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Número de neutralização 
Esse número indica a quantidade (em miligramas) de hidróxido contido em um grama 
de amostra. 
 
A importância principal desse número está no controle da contaminação e na produção 
das graxas. 
 
 
Cargas 
 
Cargas são os lubrificantes sólidos colocados na graxa. São eles: grafite, mica, 
asbesto, dissulfeto de molibdênio, negro de fumo, lã de vidro, zinco, chumbo, etc. 
 
Para determinar os constituintes das cargas, a graxa é diluída em nafta especial e 
filtrada. Em seguida, o resíduo da filtragem é analisado quimicamente. 
 
 
Ensaios especiais 
 
Os ensaios descritos a seguir referem-se ao desempenho das graxas em serviço. Eles 
podem ser realizados ou não, dependendo da importância de utilização do produto. 
 
Os dados obtidos com os ensaios especiais são usados como modalidade de controle 
de fabricação. Ou, ainda, podem fazer parte das especificações do consumidor, 
quando somente as características gerais não bastam. 
 
Os ensaios especiais são: 
• Extrema pressão; 
• Resistência à água; 
• Estabilidade à oxidação; 
• Estabilidade ao trabalho; 
• Corrosão em lâmina de cobre; 
• Grau de contaminação. 
 
Extrema pressão 
Os ensaios para a qualidade extrema pressão das graxas são os mesmos usados para 
os óleos, ou seja, são os ensaios almen, four ball, falex, SAE e timken, já descritos na 
unidade “Aditivos”. O ensaio timken é o mais usado para graxas. 
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Resistência à água 
De modo geral, uma graxa pode ser solúvel ou insolúvel em água. A solubilidade é 
determinada pelo sabão contido na graxa. 
 
As graxas de lítio, alumínio e cálcio são insolúveis em água, enquanto que as de sódio 
são solúveis. 
 
Existem alguns ensaios para determinar a resistência de uma graxa à água. 
 
Um deles consiste em aquecer um béquer com água, em seguida introduzir uma 
amostra de graxa e agitar. Após cessar a agitação, observa-se se houve emulsificação. 
 
Outro ensaio consiste em lubrificar, com a graxa a ser testada, um mancal de 
dimensões padronizadas. O mancal é posto a girar com velocidade controlada e injeta-
se água com velocidade e temperatura determinadas, durante certo tempo. 
 
A perda de graxa verificada após o teste, fornece a indicação de sua resistência à 
lavagem por água. 
 
Estabilidade à oxidação 
Como todos os materiais orgânicos, as graxas tendem a se oxidar em contato com o 
ar. A velocidade de sua oxidação é proporcional à temperatura do ar ambiente. 
 
Um dos métodos usados para avaliar a 
estabilidade à oxidação é a norma hoffman 
bearing company. O método consiste em 
oxidar artificialmente a graxa em presença 
de oxigênio a 110 lb/pol2 de pressão e a 99º 
C de temperatura. A duração do ensaio é de 
cem horas 
 
 
 
Dispositivo para teste de oxidação 
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O grau de oxidação é avaliado pela queda de pressão, uma vez que o oxigênio é 
consumido nas reações com a graxa. 
 
De modo geral, considera-se uma queda de pressão até 51 lb/pol2 como ótima 
estabilidade à oxidação. 
 
Uma queda de pressão entre 5 e 10 lb/pol2 indica uma boa estabilidade à oxidação. 
 
Estabilidade ao trabalho 
Estabilidade ao trabalho é a propriedade que a graxa possui de manter a sua 
consistência após ter sido submetida a solicitações de esmagamento. 
 
Existem dois testes para avaliar a estabilidade ao trabalho. Um deles consiste em 
submeter a graxa a 1.000, 5.000, 10.000, etc. percursos completos do trabalhador de 
graxa. Depois, verifica-se a variação percentual da consistência. 
 
O outro teste é o de rolamento shell. Consiste em fazer a amostra ser esmagada por 
um rolete pesado dentro de um cilindro oco. 
 
 
Dispositivo para teste de estabilidade 
 
A duração do ensaio é de quatro horas e, ao terminar, verifica-se a consistência da 
graxa no penetrômetro. A seguir, compara-se a penetração que a graxa possui agora 
com a que possuía antes do ensaio. 
 
Interpretação do ensaio 
Quando o ensaio indica um percentual baixo (< 10 %), significa alta estabilidade ao 
trabalho. 
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As graxas com boa estabilidade são recomendadas para serviço onde o produto não 
deve amolecer demasiadamente, como em caixas de engrenagens, onde o 
amolecimento exagerado provocaria vazamentos. 
 
As graxas com média estabilidade, percentual entre 10 e 20, são indicadas para 
serviços onde é necessário que a graxa escorra. 
 
As graxas com baixa estabilidade, percentual acima de 20, só devem ser usadas em 
baixas velocidades. 
 
 
Corrosão em lâmina de cobre 
Geralmente, avalia-se a ação de uma graxa sobre a lâmina de cobre. Nessa lâmina, 
pode-se observar a presença de substâncias de caráter ácido ou contendo enxofre, 
uma vez que o cobre muda de coloração facilmente em presença dessas substâncias. 
 
O teste consiste em deixar a graxa em contato com uma lâmina polida de cobre, 
durante 24 horas. A temperatura durante o teste é de 38º C. 
 
O resultado é expresso em números de 1 a 4, segundo a classificação da ASTM. 
 
De modo geral, as graxas de boa qualidade não têm ação alguma sobre o cobre. 
 
Grau de contaminação 
O grau de contaminação

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