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Resenha Norma, o normal e o patológico de George Canguilhem

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – ULBRA
CAMPUS CANOAS
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
FELIPE DE OLIVEIRA GOULART
ESTUDOS EM FISIOLOGIA HUMANA
TURMA: 0353
2015/2
Canoas, agosto de 2015.
FELIPE DE OLIVEIRA GOULART
Resenha crítica
Norma, o normal e o patológico. 
Trabalho apresentado à disciplina de Estudos em Fisiologia Humana do curso de graduação em Fonoaudiologia da Universidade Luterana do Brasil, como requisito parcial para a avaliação de grau um referente ao segundo semestre de 2015.
.
Prof. Paulo Afonso Bregolin de Azevedo
2015/2
Canoas, agosto de 2015.
Filósofo francês reflete sore a relação entre a normalidade e a patologia nos seres vivos, propondo uma nova concepção de saúde e de doença
O artigo inicia-se acerca de George Canguilhem que apensar de ser pouco conhecido no pais, provocou grandes debates contemporâneos sobre biologia, a medicina, a filosofia e a história das ciências. 
Canguilhem possuía formação em medicina e filosofia, o que lhe permitiu atuar em um deslocamento no âmbito da epistemologia e da história das ciências, através de um novo campo de reflexões filosóficas com objetivo do estudo a medicina, anatomia, fisiologia e patologia. 
No estudo a seguir fora utilizado duas obras de Canguilhem: Ensaio sobre alguns problemas concernentes ao normal e Le normal e le pathologique. Nestes textos, Canguilhem, traz a tona suas concepções a partir de um exame crítico da tese positivista sobre as relações ente a saúde e a doença, hegemonicamente no pensamento médico.
	 Georges Canguilhem apresenta duas concepções de doenças. Uma destas vê a relação saúde-doença sobre o ponto de vista quantitativo, enquanto a segunda sobre o ponto de vista qualitativo. A doença sobre o ponto de vista quantitativo se difere apenas quantitativamente da saúde (estado normal) havendo um contínuo entre elas. A perturbação do estado de equilíbrio do corpo é a doença, e buscar o retorno a este estado de equilíbrio é buscar a normalidade anulando a doença e atingindo a cura
Na consciência patológica podem existir formas sem equivalentes no estado normal, com as quais, todavia, a psicologia geral não deixa de se enriquecer. Disso resulta uma certa autonomia epistemológica a psicopatologia, até então considerada um subconjunto subordinado a psicologia geral. 
Mikowski declara: ‘O normal não é uma média correlativa a um conceito social, não é um julgamento de realidade, é um julgamento de valor, é uma noção-limite que defino o máximo de capacidade de um ser. Não há limite superior de normalidade.’, basta em nossa opinião, substituir psíquica por física para obter uma definição tão correta desse conceito de normal quanto a que a fisiologia e a medicina das doenças orgânicas utilizam todo dia sem se preocupar suficientemente em indicar seu sentido (Canguilhem 1, p.72).
Canguilhem propõe então que o estado patológico não é a ausência de uma norma, pois não existe vida sem normas, e o estado patológico também é uma forma de se viver. O que é patológico então é uma "norma que não tolera nenhum desvio das condições na qual é válida, pois é incapaz de se tornar outra norma" (p.145). Assim o doente o é por ser incapaz de ser normativo. A saúde seria, portanto, mais do que ser normal, é ser capaz de estar adaptado às exigências do meio, e ser capaz de criar e seguir novas normas de vida, já que "o normal é viver num meio onde flutuações e novos acontecimentos são possíveis" (p.188). A saúde pode pôr fim ser concebida como um sentimento de segurança na vida, um sentimento de que o ser por si mesmo não se impõe nenhum limite.
Dentro desta perspectiva, é impossível julgar o normal e o patológico se este estiver limitado à vida fisiológica e vegetativa. Como exemplo é citado o astigmatismo, que poderia ser considerado normal em uma sociedade agrícola, mas patológico para alguém que estivesse na marinha ou na aviação. Desta forma, só se compreende bem que são "nos meios próprios do homem, que este seja, em momentos diferentes, normal ou anormal" (p.162). Portanto, o patológico não possui uma existência em si, podendo apenas ser concebido numa relação.
Ao realizar a leitura foi possível identificar que a anomalia em si não é doença mas pode vir a tal condição se o indivíduo não conseguir ser normativo a tal anomalia, se ela implicar em sofrimento, sentimento de vida contrariada ou restrição. Nem toda anomalia é, portanto, uma patologia.
O patológico é uma norma biológica diferente, mas repelida pela vida. Portanto, o estado normal de um ser vivo se transcreve na relação normativa, impondo novas normas, a determinados meios.
A saúde e a doença, segundo o autor Canguilhem, não podem ser consideradas postas, mas sim dimensões diferentes de um processo dinâmico e polarizado que é a vida.
A doença difere da saúde, o patológico do normal. Dominar a doença é conhecer suas relações com o estado normal que o homem vivo deseja restaurar, já que ama a vida. A natureza do homem ou fora dele, é uma reação generalizada com intenção de cura. O organismo fabrica uma doença para se curar a si próprio.
A ameaça da doença é um dos elementos constitutivos da saúde. Com essa afirmação, para Canguilhem o homem só é doente quando a saúde o abandona e, nesse momento, ele já não é mais são, tornando a patologia uma condição normal
A partir da leitura de Canguilhem, problematizar o senso comum que trata o sentido de normal e patológico. Isso significa revistar esses conceitos com intuito de produzir novos saberes sob novas perspectivas, que, por sua vez, podem resultar em novas práticas. 
Ainda mais, podemos dizer que moldamos nossa existência fazendo valer desses saberes: o que se espera com o aprendizado de Canguilhem é que normal e patológico sejam inscrições que ajudem nas distinções sem deixá-las transformar em discriminações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Norma, o normal e o patológico. Revista Ciência e Vida; Filosofia Especial; Ano II, n°7 página 28-1039.
CANGUILHEM, Georges. O normal e o patológico. Tradução de Maria de Threza Redig de C. Barrocas e Luiz Octávio F. B. Leite. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002, 307 p.

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