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Administração da Manutenção SENAI- SP, 2004 Trabalho elaborado pela Escola SENAI Roberto Simonsen do Departamento Regional de São Paulo. Coordenação Geral José Carlos Dalfré Coordenação Laur Scalzaretto Alcindo Daniel Favero Organização Rinaldo Ferreira Martins Editoração Adriana Ribeiro Nebuloni Écio Gomes Lemos da Silva Silvio Audi Escola SENAI Roberto Simonsen Rua Monsenhor Andrade, 298 – Brás CEP 03008-000 - São Paulo, SP Tel. 011 3322-5000 Fax 011 3322-5029 E-mail: senaibras@sp.senai.br Home page: http://www.sp.senai.br Sumário página Conceitos de planejamento 3 Planejamento, programação e controle 11 Prática de planejamento 43 Introdução à manutenção 61 Métodos preventivos de manutenção 69 Housekeeping 97 T.P.M. Manutenção Produtiva Total 119 Suprimento da manutenção 147 Administração da manutenção 173 Referências bibliográficas 193 3 Conceitos de Planejamento O trabalho humano te se revelado mais eficaz e eficiente quando planejado. O planejamento nos permite um maior domínio e conhecimento daquilo que pretendemos fazer. Indica pessoas, métodos e conteúdos. Sistematizados a tarefa, o planejamento possibilita o seu controle, sua avaliação e correção. O ato de planejar é uma conseqüência ou o resultado da própria necessidade que todos nos temos de deliberar e de tomar decisões. Muitas vezes tomamos decisões sem recorrer à feitura de uma sistematização científica. Deliberamos com base apenas no bom senso e na experiência que temos. Entretanto, quando se quer tomar uma decisão importante, é necessário que seja feita uma sistematização anterior á ação, pois só o bom senso a pratica são insuficientes. O planejamento pode ser considerado o inverso da improvisação e quanto mais complexa for a tarefa, tanto mais necessário ele se torna. O planejamento tomado em torno de objetivos ou de soluções previstas com ideais, para problemas também diagnosticados como prioritários. Por isso mesmo, todos os componentes do planejamento devem ser programados de forma que sofrer correções, reajustes, impulsos, desacelerações, caso sejam exibidos em vista á melhor consecução dessas soluções ou objetivos. 4 Existem vários conceitos de planejamento, entre eles podemos citar: • Planejar é prefixar recursos e operações, seguindo normas, no sentido e atingir o máximo de eficiência, os objetivos determinados. • Planejamento é um processo atualizado para preparar um conjunto de decisões par uma ação futura, visando alcançar objetivos estabelecidos. Sob o ponto de vista operacional constitui-se planejamento em circuito completando periodicamente e composto de investigação, de análise, de opções de ações e de avaliações sucessivas. • Planejamento é uma forma de manter a racionalidade, durante todo o desenvolvimento de um trabalho. Etapas essenciais do planejamento: Qualquer processo de planejamento deverá passar por etapas até alcançar os objetivos terminais pretendidos. Dependendo do tipo de planejamento adotado ou da atividade que está sendo planejada, o processo pode constar de inúmeras etapas. Não iremos descrever todas as etapas de um planejamento. Como estamos apenas no campo das noções vamos tratar somente das principais. Assim o planejamento deve conter fundamentalmente: • Diagnósticos da realidade • Formulação dos objetivos • Formulação das estratégias de ação • Cronograma • Execução • Avaliação 5 Diagnósticos da realidade E a etapa do levantamento dos problemas, da investigação de suas causas e da análise dos resultados obtidos. O diagnóstico não é apenas um inventário. E sobretudo, a análise do material coletado e sua projeção num futuro convencionado. Surgem daí, o ensejo prognóstico, as metas do plano, os pontos a perseguir. E também os diagnósticos o instrumento capaz de determinar as escolhas, ou sejam, as prioridades em face das necessidades mais marcantes do sistema. Só a pesquisa poderá revelar os pontos vitais que devem se cuidar com mais urgência, em função da limitação dos recursos disponíveis. Claro que a escolha de prioridades pressupõe um alto grau de treinamento e experiência por parte do planejador. Se o diagnóstico é bem realizado, não será fácil verificar quais os aspectos a merecer maior atenção no plano que se pretende realizar. O diagnóstico expressa a configuração de uma situação de fato, ou melhor, retrata uma realidade. A partir dele, o planejador tem apoio firme para a elaboração de m plano,fundamentado em causas reais e significativas. Formulação dos objetivos Objetivo é o fim almejado, alvo que deverá ser atingido, resultado a ser conseguido. Deve resultar da análise criteriosa dos problemas constatados pelo diagnóstico e do estudo das alternativas para a solução dos mesmos. Os objetivos devem ser formulados com a maior precisões possíveis, práticas, reais, e exeqüíveis. 6 Quando o objetivo é formulado de forma quantificável, com especificações precisas dos resultados esperados, dentro de prazos determinados, ele recebe a designação de META. Quanto ao nível de especificação os objetivos podem ser: • Objetivos gerais • Objetivos específicos. Objetivos Gerais: A formulação dos objetivos gerais se faz pela previsão de soluções mais definidas, incisivas e a mais curto prazo. Objetivos específicos A formulação dos objetivos específicos se faz pela previsão de soluções específicas e das soluções ideais. Em quase todos os planejamentos, as soluções específicas (objetivos específicos) são programas de modo que sirvam de elos, ou de degraus, para a consecução das soluções ideais (objetivos gerais). Formulação das estratégias de ação Trata-se da programação das normas de ação, dos recursos e da metodologia técnica para o aviamento das soluções específicas e das soluções ideais. A estratégia, além de ser uma arte de coordenar as ações, pode ser entendida como um caminho metodológico que nos leva a consecução dos objetivos do planejamento. Sua formulação deve ser estabelecida após uma fase de reflexão e de decisão política, constituem as bases estruturais do planejamento. 7 Cronograma E a situação de toda e de cada uma das ações previstas, do planejamento, no tempo. E a previsão das datas de execução em listagem ou em gráficos. Nessa etapa necessária para o desenvolvimento do projeto já foram definidos pela etapa do diagnóstico. Nessa etapa os passos necessários para a elaboração de cada etapa também estar definidos pela etapa do diagnóstico. OS tempos necessários para a elaboração de cada etapa também já devem estar definidos. Sendo assim cada etapa deve ser listada em ordem cronológica assim como os tempos de execução. Normalmente, o projeto inclui a monitoração das atividades para garantir que estejam no prazo. Neste sentido, são utilizados dispositivos de controle nos quais são montados os cronogramas. Esse dispositivo tem a propriedade de facilitar a visualização e facilitar a interpretação do andamento do projeto. Um dos melhores e mais simples exemplos destas técnicas é o gráfico de Gantt, desenvolvido n início do século passado por Henry Gantt. O gráfico de Gantt é essencialmente um diagrama de barras com o tempo no eixo horizontal e as atividades a serem programadas no eixo vertical. As barras mostram a produção, tanto a planejada como a real, durante um certo período. O gráfico de Gantt mostra visualmente quando cada tarefadeverá ser realizada, comparando o progresso real de cada uma. 8 E um dispositivo simples que permite ao projetista detalhar o que ainda precisa ser feito para completar um trabalho ou projeto e avaliar com facilidade se ele está adiantado, atrasado ou no prazo. Execução E a etapa da dinamização do planejamento. As estratégias são dinamizadas com recursos de toda ordem, em busca dos objetivos específicos (soluções imediatas) e gerais (soluções ideais), previstas dentro do cronograma pré-estabelecido. Avaliação A avaliação é uma ação que deve estar presente em todas do planejamento. E o ato de medir e comparar, contínua ou periodicamente a eficiência do processo e o grau de racionalidade entre o programado e o executado. Cronologicamente, considera-se a avaliação do planejamento em três momentos: Avaliação Diagnóstica (apreciação ou estudo de viabilidade): Abrange estudos preliminares, antes da etapa de execução, com base em dados colhidos no diagnóstico por meio dos quais se procura verificar a viabilidade da programação e se as premissas em que se fundamenta o planejamento são corretas. Tarefa Descrição Depende de Tempo/dias A Prepara desenhos e listas de materiais - 1 B Obter materiais para o eixo A 2 C Tornear o eixo B 2 D Fresar o eixo C 2 E Obter materiais para a polia A 3 F Tornear a polia E 4 G Montar o conjunto D e F 1 H Balancear o conjunto G 0,5 9 Avaliação Formativa: procura medir os resultados parciais do plano em execução, com relação a certas condições e dados determinados no planejamento. Pode também, investigar as causas de uma dificuldade e determinar os meios necessários para solucioná-la. Avaliação Somativa: é a avaliação realizada após o término da etapa de execução. Tem por finalidade medir os resultados finais alcançados e compará-los com os objetivos fixados no planejamento. 11 Planejamento, programação e controle Objetivos da unidade 1 Ao final desta unidade o participante deverá: Conhecer Estar informado sobre: - Planejamento, programação, controle e características da manutenção. Saber Reproduzir conhecimentos sobre: - Conceitos, rotinas e codificação de planejamento; - Influências do planejamento nos custos; - Diagramas de atividades e método do caminho crítico (COM-PERT); - Cálculo da disponibilidade de máquinas; - Formas de controle. Ser capaz de Aplicar conhecimentos para: - Interpretar planos de operação e diagramas gerados pelo setor de planejamento; - Calcular a disponibilidade de máquinas; - Gerar informações para o controle da manutenção. Introdução Nas instalações industriais, as paradas para manutenção constituem uma preocupação constante para a programação de produção; se estas paradas ocorrerem aleatoriamente (emergência) os problemas serão inúmeros. 12 Portanto, se as paradas para manutenção puderem ser prevista e executadas os custos serão menores e a eficiência maior. Buscando atingir essa meta, foi introduzido no Brasil, durante os anos 60, o planejamento e a programação de manutenção. A função planejar significa conhecer os trabalhos, os recursos para executa-los e tomar a decisão. A função programar significa de terminar pessoal, dia e hora para execução dos trabalhos. Planejamento Programação Como? Quem? Quando? O quê? Em quantotempo? Essas funções são completadas pela função controlar cujo objetivo é desenvolver padrões, registrar desempenho e fazer analises comparativas. Planejar os trabalhos de manutenção está localizado no nível intermediário da pirâmide do planejamento industrial. instrumental tático estratégico global departamental operacional 13 Planejar está localizado, abaixo do nível estratégico cujo objetivo é definir as políticas e os rumos a seguir nas grandes áreas da empresa, e esta localizado acima do nível instrumental que é gerado pelo conhecimento profissional do executante – é um planejamento tático. Observação O planejamento não atua apenas na manutenção corretiva. Subdivisões da manutenção Para chegar às subdivisões da manutenção, é necessário ter em mente três conceitos fundamentais: Manutenção Todas as ações necessárias para que um item de um equipamento seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condição especificada. Defeito Ocorrências nos equipamentos que não impedem seu funcionamento, todavia pode, a curto ou longo prazo, acarretar sua indisponibilidade. Falha Ocorrências nos equipamentos que impedem seu funcionamento. Segundo a ABNT, a manutenção divide-se em preventiva e corretiva. manutenção reparo de falhasajustes e conserbações eliminação de defeitos preventiva inspeções corretiva 14 Essas subdivisão é normalizada porém, no dia-a-dia, existem outras, ou seja, preditiva, TPM, terotecnologia, ETC. Todas essas subdivisões da manutenção tendem, no futuro, a se agregar à manutenção preventiva; atualmente, são estudos independentes. Escala de prioridades Em geral, prioridade é a qualidade do que está em primeiro lugar ou do que aparece primeiro. Para a prática diária da manutenção, estabelece-se a prioridade não a partir da ordem de chegada do serviço para a manutenção mas sim conforme a necessidade de atendimento. Associando esses conceitos à necessidade de o homem trabalhar com segurança, tem-se a seguir uma escala de prioridades na manutenção. Emergêncial 1 O atendimento deve ser imediato, pois a produção parou ou há condição insegura de trabalho. Urgência 2 O atendimento deve ser o mais breve possível, antes de se tornar uma emergência. É o caso de a produção ser reduzida ou estar ameaçada de parar em pouco tempo ou, ainda, o perigo de ocorrer condição insegura de trabalho. Necessária 3 O atendimento pode ser adiado por alguns dias, porém não deve ser adiado mais que uma semana. Rotineira 4 O atendimento pode ser adiado por algumas semanas, mas não deve ser omitido. 15 Prorrogável 5 O atendimento pode ser adiado para o momento em que existam recursos disponíveis e não interfira na produção e nem no atendimento das prioridades anteriores,. É o caso de melhoria estética da instalação ou defeito em equipamento alheio à produção. Planejamento Somente é possível planejar as reformas, instalações, assim como os serviços com prioridades 2 a 5. serviços - prioridades 2, 3, 4, 5 reforma instalação planejamento execução prioridade 1 Com o planejamento, obtém-se a diminuição das interrupções imprevistas da produção e melhora da distribuição de ocupação da mão-de-obra, reduzindo as filas de espera dos equipamentos que aguardam manutenção. O planejamento adequado racionaliza os métodos da manutenção e leva à criação de padrões de trabalho baseados na experiência do pessoal interno, nas recomendações do fabricante do equipamento e em bibliografia específica. 16 Programação A partir das informações preparadas pelo planejamento, a programação estabelece a seqüência cronológica das varias operações elementares dos serviços, visando a máxima utilização dos recursos produtivos da manutenção. A programação coordena a movimentação de peças e materiais, providenciando as requisições com antecedência. E atualiza os cronogramas em função dos desvios dos tempos padrÕes e serviços de emergência. Custo O custo de um produto acabado para a empresa chama-se custo de produção e é determinado pela soma dos custos de: • Mão-de-obra operacional • Matéria-prima • Manutenção • Insumos operacionais Dentro do custo de produção (CP) é desejávelque a manutenção contribua com a menor parcela possível. Considera-se ótima uma participação entre 8 e 12%. Lamentavelmente nas empresas brasileiras, o custo da manutenção em geral fica acima dos 12%, chegando algumas ao índice de 24%. 17 O planejamento e as técnicas de manutenção prevista podem e devem reduzir esses índices, fazendo com que se ganha no preço do produto acabado. O custo da manutenção é formando pela soma dos custos de: • Mão-de-obra 20% • Materiais 20% • Insumos 20% • Lucro cessante 40% Custo de manutenção 6% CP 4% CP Entre estes custos é extremamente difícil contabilizar o lucro cessante, portanto deve-se considerar a soma dos outros três custos igual a 60% do custo de manutenção. O ideal é conseguir que neste caso o custo da manutenção seja de 4,8 a 7,2% do custo da produção por que: 0,6 . 8% = e 0,6 . 12% = 7,2% É comum, a empresa não contabilidade em separado os insumos usados em manutenção (energia elétrica, ar comprimento, combustível, material de limpeza, etc.). Desse modo, o custo da manutenção será a soma do custo de mão-de- obra mais o custo de produção porque: 0,4 . 8% = 3,2 e 0,4 . 12% = 4,8% Assim, um custo numericamente baixo não significa manutenção com custo\s mínimos ou racionalizados. É necessário sempre considerar os critérios empregados no levantamento dos custos para avaliar os reais gastos com manutenção. 18 Conceito de homens-hora É o produto da quantidade de homens necessária para um trabalho pelo número de horas necessário para esse trabalho. Exemplos: 5 homens trabalhando durante 3 horas = 15 Hh 3 homens trabalhando durante 0,5 horas = 1,5 Hh 1 homem trabalhando durante 4 horas = 4 Hh Curvas de custo Sob o aspecto de custos, a manutenção corretiva, ao longo do tempo, apresenta uma curva ascendente, devido à redução da vida útil dos equipamentos, perda da produção e da qualidade, aumento da aquisição de peças de reposição ociosidade da mão-de-obra operativa, perda de mercado e aumento de risco de acidente. Após a implantação da manutenção preventiva, e esta vem associada ao planejamento, programação e controle, as curvas de custos se apresentam como no gráfico abaixo. Onde se vê um crescimento dos custos de preventiva acompanhando do decréscimo dos custos de corretiva até o ponto de equilíbrio (1). 19 Após o ponto 1 (gráfico acima) tem-se: • Entre os pontos 2 e 3 a faixa ótima de custos para corretiva e preventiva porque estes pontos estão sobre a reta do fundo de banheira (Ponto 4) da curva de custo total. Isto é, menor custo somando-se corretiva e preventiva. • Tempo ótimo para atingir o menor lucro cessante (Y). • Faixa otimizada aceitável para os custos de manutenção (X). Para a interpretação correta do gráfico deve-se ter em conta que a curva custo total não inclui o custo do lucro cessante e a curva lucro total apenas o custo das horas paradas do pessoal de operação. O lucro cessante gerado pela manutenção é a soma do custo da mão-de-obra operacional inativa mais o valor da produção que deixou de ser feita mais o custo dos insumos de aplicação necessária mesmo com a máquina parada. Destes, o único valor quer se consegue obter com segurança junto ao parque industrial brasileiro é o custo da mão-de-obra operacional. Codificação A atuação da manutenção começa por meio da requisição de serviços (RS) que deve possibilitar a identificação rápida do que fazer. Com esse objetivo a codificação das variáveis envolvidas é uma grande aliada. São codificadas as propriedades, a natureza do serviço e a causa da intervenção. A seguir é apresentada uma codificação usual. Código de prioridades O estabelecimento de prioridades para cada trabalho é feito com o tempo de atendimento e de medir as cargas de trabalho de cada tipo de atendimento para cada equipe, para cada centro de custo ou para cada equipamento. 20 Usa-se a escala de prioridade já definida no inicio desta unidade, a saber: • Emergencial (1): atendimento imediato. • Urgente (2): atendimento mais possível. • Necessidade (3): atendimento em alguns dias. • Rotineiro (4): atendimento em algumas semanas. • Prorrogável (5): atendimento a longo prazo. Característica das prioridades emergencial (1) e urgente(2) 1. A experiência tem mostrado que a responsabilidade pela produção pode levar os usuários dos trabalhos de manutenção a utilizar indiscriminadamente as propriedades 1 e 2. Para evitar isso, coloca-se na requisição de serviços um adendo com dois itens para caracterizar adequadamente a prioridade: • Condições da produção • Parou totalmente. • Há total condição insegura para operar. • Parou parcialmente. • Haverá condição insegura para operar em determinado numero de dias. 2. Condições para operar • Existe possibilidade de operar mediante manobra ou dispositivo provisório. • Existe possibilidade de manter segurança provisória. • Não existe possibilidade de operar provisoriamente. • Não há possibilidade de segurança provisória. O emitente da requisição deve assinalar apenas uma opção em cada item. Se a resposta para o item 1 for a ou b e para o item 2 for c ou d, caracteriza-se a situação como prioridade (1); com outras respostas caracteriza-se a situação como prioridade (2). Código da natureza do serviço É importante codificar a natureza do serviço, em levantamentos periódicos (mensais), acompanhar a qualidade da manutenção a fim de efetuar as correções necessárias. 21 Códigos A – Serviço solicitado pela operação ou devido a falhas imprevisíveis e não passível de programação. B – Serviço solicitado pela operação ou pela inspeção de manutenção devido a falha\s imprevisíveis e passível de programação. C – Serviços solicitados para instalações, montagens, modificações, reformas não preventivas,adaptações e fabricação de sobressalentes. D – Intervenção de manutenção preventiva gerada por inspeção. E – Intervenção sistemática de manutenção prevista. F – Serviços de inspe3ção com maquina operando. G – Serviços de inspeção com maquinas parada. Código das causas de intervenções As causas de intervenções de manutenção se forem pormenorizadas somarão milhões de itens. Por isso o método adequado é o agrupamento de motivos que fornece os dados necessários para um sistema de controle econômico. Esse código é colocado na requisição de serviço após termino do trabalho. Códigos Z – Desgaste anormal Y – Amaciamento (45 dias ou 1000 Horas) X – Acidentes W – Desgaste normal V – Erros U – Problemas com matéria-prima T – Erros de manutenção,instalação ou desmontagem S – Falhas ou defeitos causados por condições naturais (chuva, sol, orvalho, vento, etc.) R – Erros de projeto P – Problemas de lubrificação 22 Ferramentas de planejamento O setor de planejamento recebe as requisições de serviços; analisa o que e como deve ser feito, quais as especialidades e grupos envolvidos, e os materiais e ferramentas a serem utilizados. Isso resulta no plano de operações, na lista de materiais para empenho ou compra de estoque e outros documentos complementares como relação de serviços por grupo, ordens de serviços, etc. Quando há necessidade de estudos especiais, execução de projetos e desenhos ou quando o orçamento de um trabalho excede determinado valor (depende da empresa), o setor de planejamento requisita os serviços da Engenharia de manutenção. Essas providencia os estudos necessários e verifica a viabilidade econômica. Se o estudo ou projeto for viável, todas as informações coletadas pelo planejamento são enviadas ao setor de programação, que prepara o cronograma, os programasdiários de trabalho e coordena a movimentação de materiais. Seqüência para planejamento É o rol de atividades para o planejador atingir o plano de operação e emitir os documentos necessários; consiste em: • Listar os serviços a serem executados. • Determinar o tempo, especialidades e número de profissionais. • Determinar a seqüência lógica das operações de trabalho através do diagrama espinha de peixe. • Construir CPM-PERT. • Construir diagrama de barras (Gantt) indicando as equipes de trabalho. • Emitir as ordens de serviço, a lista de materiais,a relação de serviços por grupo e outros documentos que viriam conforme a empresa. 23 Diagrama espinha de peixe É uma construção gráfica simples que permite construir e visualizar rapidamente a seqüência lógica das operações. Em planejamentos simples e para um único grupo de trabalho, pode-se passar deste diagrama à construção do diagrama de barras, dispensando o CPM-PERT. Diagrama de barras É um cronograma, também chamado diagrama de Gartt, que permite fazer a programação das tarefas mostrando a dependência entre elas. Usando pelo menos desde o inicio do século, consiste em um diagrama onde cada barra tem um comprimento diretamente proporcional ao tempo de execução real da tarefa. O começo gráfico de cada tarefa ocorre somente após o termino das atividades das quais depende. As atividades para elaboração do diagrama são a determinação das tarefas, das dependências, dos tempos e a construção gráfica. A seguir tem-se o exemplo de um diagrama para a fabricação de uma polia e um eixo. 24 Lista de tarefas, dependências e tempos Tarefas Descrição: Depende de: Tempo/dias: A → Prepara desenhos e lista de materiais - 1 B → Obter materiais para o eixo A 2 C → Tornear o eixo B 2 D → Fresar o eixo C 2 E → Obter materiais para a polia A 3 F → Tornear a polia E 4 G → Montar o conjunto D e F 1 H → Balancear o conjunto G 0,5 Diagrama de barras O diagrama de barras é um auxiliar importante do planejador e do programador pois apresenta facilidade em controlar o tempo e em reprogramá-los. Apesar desta facilidade o diagrama não resolve questões como: • Quais tarefas atrasariam se a terceira tarefa (C) se atrasar um dia? • Como colocar de forma clara os custos no diagrama? • Quais tarefas são criticas para a realização de todo o trabalho? 25 Para resolver as questões que o diagrama de barras não consegue solucionar, foram criados os métodos CPM e PERT. Diagrama CPM e PERT São dois modos de prever e acompanhar racionalmente trabalhos com muitas tarefas. Ambos foram criados na mesma época (1958), partido do cronograma de obras convencional mas com motivações diferentes. O PERT (Program Evaluation and Review Technique) foi criado para a NASA com o fim de controlar o tempo e a execução de tarefas realizadas pela primeira vez. O CPM (Critical Path Method) foi criado na empresa norte- americana Dupont. Com o fim de realizar as paradas de manutenção dentro do menor prazo do possível e com um nível constante de utilização dos recursos. Os dois modelos são quase idênticos,a diferença está no uso da probabilidade no PERT. Esse uso é extremamente restrito em manutenção, por isso, o emprego dos métodos nas empresas recebeu o nome CPM-PERT ou métodos do caminho critico que é a tradução de CPM. O diagrama se vale de construções gráficas simples como flechas, círculos numerosos e linhas trecejadas, que constituem: • O diagrama de flechas • A atividade fantasma • O nó ou evento Diagrama de flechas É um gráfico das operações, onde cada operação é representada por uma flecha. Cada flecha tem uma ponta e uma cauda. A cauda representa o inicio de uma operação e a ponta marca o seu final. 26 As flechas são usadas para expressar as relações entre as operações e definir uma ou mais das seguintes situações: • A operação deve preceder algumas operações. • A operação deve suceder algumas operações. • A operação pode ocorrer simultaneamente a outras operações. O modo como as relações são representadas por flechas é mostrado na figura abaixo. Atividade fantasma É uma flecha tracejada usada como artifício para identificar a dependência entre operações. É também chamada operação imaginaria e não requer tempo. 27 Na figura abaixo têm-se um exemplo para atender as seguintes condições: • W deve preceder Y • K deve preceder Z • Y deve seguir-se a W e K Assim, as atividades W, Y, K e Z são operações físicas como tornear, montar, testar, etc. Cada destes itens requer um tempo de execução, enquanto a atividade fantasma é um ajuste do cronograma, isto é depende da programação correta apenas. Nós ou evento São círculos desenhados no inicio e no final de cada flecha. Têm o objetivo de facilitar a visualização e os cálculos de tempo. Devem ser numerados e sua numeração é aleatória. O nó não deve ser confundido com uma atividade que demande tempo. Ele é um instante, isto é, um limite entre o inicio de uma atividade e o final de outra. 28 Construção do diagrama CPM-PERT Para construir o diagrama é preciso ter em mãos a lista das atividades, os tempos e a seqüência lógica. Em seguida, vai-se posicionando as flechas e os nos obedecendo à seqüência lógica e às relações de dependência. Abaixo de cada flecha, coloca-se o tempo da operação e acima, a identificação da operação. 29 A seguir e mostrado outro exemplo do diagrama CPM- PERT, no qual um torno apresenta defeitos na árvore e na bomba de lubrificação. Lista de tarefas, dependências e tempos Tarefa: Descrição: Depende de: Tempo A Retirar placa, proteções e esgotar óleo - 1h B Retirar árvore e transporta-la A 3h C lavar cabeçote A 2h D Trocar rolamentos B 3h E Trocar reparo da bomba de lubrificação B e C 2h F Montar, abastecer e testar o conjunto D e E 4h O caminho critico É um caminho percorrido através dos eventos (nós) cuja somatória dos tempos condiciona a duração do trabalho. Através dele obtém-se a duração total do trabalho e folga das tarefas que não controlam o término do trabalho. No caso do diagrama 1.1, há três caminhos de atividades levando o trabalho do evento O ao evento 5; são eles: • A – B – D – F, com duração de 11 horas; • A – C – E – F, com duração de 9 horas; • A – B – imaginaria – E – F, com duração de 10 horas. 30 Superior aos demais, que condiciona a duração do projeto. É este o caminho critico. Sua importância decorre dos seguintes fatores: • Eles e o caminho onde, ao contrário dos demais, nenhuma tarefa pode atrasar, pois atrasaria todo o trabalho. • No caso de procurar-se diminuir o tempo de uma parada de manutenção utilizando hora-extra ou maior numero de recursos, e o caminho crítico que deve ser pensado, e não os demais, que têm folga. Freqüentemente, o caminho crítico é tão maior que os demais que basta acelera-lo para acelerar todo o trabalho. Tendo em vista o conceito do caminho crítico, pode-se afirmar que as tarefas C e E do diagrama 1.5 podem atrasar até duas horas sem comprometer a duração total. 31 No diagrama 1.6 tem-se outro exemplo, no qual o caminho critico é A – B – C – D – E – H – L – M = 22h, pois os outros são: A – B – C – D – F – G – L – M = 18h;isto é, são menores. 32 O método do caminho crítico permite um balanceamento dos recursos, principalmente mão-de-obra. O departamento de manutenção possui um contingente fixo e não é desejável ter um perfil de utilização desse contingente com carência em uns momentos e ociosidade emoutros. Para evitar este problema, o planejador joga com o atraso das tarefas com folga e o remanejamento do pessoal envolvido nas tarefas iniciais. Nas paradas para reformas parciais ou totais, após o balanceamento dos recursos físicos e humanos com programação de trabalho em horários noturnos e em fins-de- semanas, pode ocorrer ainda a carência de mão-de-obra. Neste caso, a solução é a contratação de serviços externos ou a ampliação do quadro de pessoal. Disponibilidade de equipamento O usuário de um equipamento ou instalação precisa, acima de qualquer coisa, que ser equipamento ou instalação esteja disponível para utilização. O papel da manutenção é manter o equipamento disponível ou faze-lo retornar a seu estado funcional, isto é, torna-lo disponível. A disponibilidade pode ser calculada e expressa em um índice percentual. Para isso, são necessários os seguintes itens: • MTBF – Tempo médio entre falhas “mean time between failures”. Fórmula: X 0TMTBF = onde: To = tempo total disponível para operar; X = número de falhas. • MTTR = Tempo médio de reparo “mean time to repair”. 33 Fórmula: X TRMTTR = onde: TR = tempo total de reparo ou inspeção preventiva. Assim, tem-se a formula da disponibilidade: MTTRMTBF 100MTBFD + × = Exemplo: Um torno automático esteve em trabalho 4000h em um ano e teve 8 intervenções de manutenção com duração total de 102 horas. Qual a disponibilidade do torno no ano? Solução: T0 = 4000h – 102h = 3898h X = 8 TR = 102h h25,487 8 h3898MTBF == h75,12 8 h102MTTR == %45,97 h75,12h25,487 100h25,487D = + × = Portanto, o torno teve uma disponibilidade de 97,45%. Controle da manutenção Tem como objetivo obter informações para orientar tomadas de decisões quanto a equipamentos e a grupos de manutenção. Faz isso por meio da coleta e tabulação de dados, aperfeiçoando a interpretação dos resultados e criando padrões de trabalho. 34 A tomada de decisão, a partir das informações do controle, deve ser da competência de todos os níveis decisórios da manutenção. Esse procedimento permite que cada nível tome decisões adequadas a suas particularidades e, ao mesmo tempo, coerentes com as políticas gerais da empresa. Isto é, a função primordial do controle é alimentar o planejamento, a programação, a supervisão, etc., com dados claros e confiáveis. O controle exige a criação de padrões. E padrão significa procedimentos dinâmicos normalizados com critérios de qualidade e quantidade. Quanto à forma de operação do controle, existem quatro sistemas: manual, semi-automatizado, automatizado e por microcomputador. 35 Controle manual É o sistema no qual a manutenção preventiva e corretiva são controladas e analisadas por meio de formulários e mapas, que são preenchidos manualmente e guardados em pastas de arquivos Nesse sistema há necessidade de um processo organizado na ordenação de documentos (por semana, por setor, por equipamentos,etc.),com o fim de permitir a recuperação rápida de dados e evitar a perda de informações. Controle semi-altomatização É o sistema no qual a intervenção preventiva é controlada com o auxilio do computador e a intervenção corretiva obedece ao controle manual. A fonte dados desse sistema deve fornecer todas as informações necessárias para serem feitas as requisições de serviços, incluído as rotinas de inspeção e execução. 36 O principal relatório emitido pelo computador deve conter no mínimo: • O tempo gasto e previsto • Serviços realizados • Serviços reprogramados (adiados) • Serviços cancelados Esses são dados fundamentais para a tomada de providencia por parte da supervisão. 37 Controle automatizado O sistema em que todas as intervenções da manutenção têm seus dados armazenados pelo computador, para que se tenha listagens, gráficos e tabelas periódicas para análise e tomada de decisão, conforme a necessidade e convivência dos vários setores da manutenção. Neste sistema, a alimentação de dados é feita por meio de formulários padronizados, com dados cotidianos dentro de padrões compatíveis com os equipamentos de entrada de dados da empresa (disco, cartão parafuso, fita, etc.). 38 Controle de microcomputador É o sistema no qual todos os dados sobre as intervenções da manutenção são armazenados no microcomputador e facilmente se tem acesso a eles por vídeo ou impressora. Esse sistema permite uma excelente disponibilidade na utilização do microcomputador pelo usuário tanto na coleta de dados como na obtenção de resultados, visto que sua alimentação é feita na origem, pelo próprio executante, dispensando os formulários padronizados. E o executante pode desenvolver programas de acordo com suas necessidades. Neste caso, é fundamental que o microcomputador esteja acoplado ao computador central da empresa, para que se obtenha dados de outras áreas (materiais, pessoal, etc.). 39 Principais focos de controle Os pontos principais e serem controlados são: custos, disponibilidade das maquinas e tempo. Os dois primeiros itens já foram tratados nesta unidade. O tempo merece especial atenção, na tentativa de melhorar seu aproveitamento. O tempo na manutenção pode ser dividido em duas categorias: tempo de ocorrência e tempo qualificado. Tempo de ocorrência É o tempo gasto com movimentação em geral feita pelo mantenedor: tarefas administrativas, necessidades fisiológicas, transporte de ferramentas, etc., isto é, compõe-se de todas as horas-atividade do mantenedor menos o período de execução do trabalho. O tempo de ocorrência representa, em paises desenvolvidos, 30 a 35% do tempo da manutenção e, nos paises do Terceiro Mundo, 65 a 75%. Tempo qualificado É o tempo gasto com a execução do serviço propriamente dita, isto é o tempo da tarefa especifica do mantenedor. O tempo de qualificado representa, em paises desenvolvidos, 65 a 70% do tempo da manutenção e, nos paises do terceiro Mundo, 30 a 35%. Com base nas porcentagens expostas acima, o tempo que deve ser analisado e questionado é o tempo de ocorrência. O seu controle pode ser feito por cartões e por amostragem. É de fundamental importância que esses cartões não tenham caráter de polimento sobre o mantenedor. Com os resultados da tabulação de dados dos cartões poder-se- á verificar quais os pontos de lentidão e, a partir daí, buscar dinamiza-los. 40 Em geral, detalhes como localização de postos de trabalhos, localização de almoxarifados e estrutura burocrática da empresa são as maiores barreiras. Cartão de apropriação de mão-de-obra Nome____________________________ Função _______________setor_______ Data__/__/__ Supervisor_____________ Ocorrência Local ou equipamento Tempo Início fim Hora Minuto Total Hora Minuto Total Hora Minuto Total Hora Minuto Total Hora Minuto Total Hora Minuto Total Hora Minuto Total Código de ocorrência 1 - movimentação 2 - falta de permissão 3 – Falta de material 4 – Falta de transporte 5 – Falta de ferramentas 6 – Falta de energia 7 – Falta de instruções 8 – falta de serviços 9 – interrupção pela segurança 10 – Mau tempo 11 – Transporte 12 – Acidente de mantenedor 13 – Atraso da condução 14 – Á disposição do departamento 15 – Horas improdutivas diversas 16 – Ausência por assunto administrativo 17 - Treinamento 41 Recomendações para planejamento A pratica do planejamentoda manutenção da manutenção fornece algumas metas a serem buscadas, a saber: • Ao chegar um equipamento novo, as primeiras atividades e serem planejadas são a inspeção de ajuste de tolerâncias e a limpeza e relubrificação (“Flushing”) após 1000 horas de uso. • Após a limpeza e relubrificação das primeiras 1000 horas, planejar a tomada de padrões (temperatura, vibração, pressão etc.) entre 1050 e 1200 horas de uso a partir do ponto zero • O ideal da manutenção racionalizada é ter 93% dos seus serviços planejados e 7% não planejados. • O planejador pode contar com um índice de horas-extras dos mantenedores entre 3 e 6%. Esses limites não devem ser ultrapassados para não haver freqüentes quedas no rendimento. • O planejamento dos serviços, sempre que possível, deve ocorrer com 3 a 4 semanas de antecedência. • As informações devem ser geradas através de históricos, homens (manutenção e produção), instrumentos e relatórios. • Todos o planejamento deve estar preparado para mudanças. • No planejamento as ordens têm de ser claras e objetivas. • É atribuição do planejador orientar a guarda de documentação de serviços e equipamentos e também orientar o preenchimento de formulários e preparação de relatórios. 42 • Um bom planejador deve ter formação técnica e experiência de campo na manutenção. Questionário-rumo 1. O que significa planejar? 2. O que significa programar? 3. Qual a função do controle? 4. Quais as atividades, na manutenção, que permitem planejamentos? 5. Como é formado o custo da manutenção? 6. Qual é a rotina dos serviços do planejamento? 7. Qual a finalidade do diagrama espinha de peixe? 8. Descreva o diagrama de flechas e faça um exemplo. 9. O que é atividade fantasma? 10. Explique o caminho critico. 11. Calcule a disponibilidade de uma furadeira multifuso que, durante um ano, esteve em trabalho 4800 horas e teve 12 intervenções da manutenção que totalizam 180 horas. 12. Quais os sistemas de controle da manutenção? 13. Quais os principais focos de controle da manutenção? 14. Defina o tempo de ocorrência. 15. Quais são as primeiras tarefas a sem planejadas quando entra em operação um novo equipamento? 43 Prática de planejamento Objetivos da unidade 5 Ao final desta unidade o participante deverá: Conhecer Estar informado sobre: Forma usual de execução do planejamento da manutenção; Documentos emitidos pelo planejamento. Saber Reproduzir conhecimentos sobre: Execução do planejamento envolvendo múltiplas tarefas em várias especialidades; Itens mínimos necessários à documentação do planejamento. Ser capaz de Aplicar conhecimentos para: Executar planejamentos envolvendo até trinta tarefas; Interpretar planejamentos de manutenção em geral. Introdução O significado e finalidade das tarefas do planejamento foram explicados na unidade 1. Agora, nesta unidade, serão propostos exercícios práticos desses conceitos expostos. Em primeiro lugar, serão apresentados os documentos empregados pela planejamento da manutenção. A seguir, será apresentado um trabalho pronto, como exemplo, e depois duas situações-problemas para os participantes do curso solucionarem. Documentos do planejamento O setor de planejamento, a partir das requisições de serviço, elabora os seguintes documentos: • Plano de operações • Lista de materiais • Ordens de serviço 44 As figuras apresentam os modelos dos vários impressos usados em planejamento. Empresa LTDA. Requisição de serviço Número __________ Equipamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código ______________ Periculosidade__ Natureza__ Causa__ Setor emitente Centro de custo número ______ ____________________ __/__/__ ____________________ __/__/__ Emitente Autorizador Serviço solicitado: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Observação:. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Requisição de serviço 45 Empresa LTDA. Ordem de serviço Número __________ Equipamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código ______________ Periculosidade__ Natureza__ Data prevista __/__/__ Início __/__/__ Fim __/__/__ _________________ ________________ Terminado em __/__/__ Emitente Executor Aprovação Sim (__) Não (__) ___________________________ __/__/__ Parcial (__) Inspetor Operação Descrição do serviço Duração Quantidade de homens ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ __________________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ Local de serviço: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Recursos complementares: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Modificações no planejamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Ordem de serviço 46 Empresa LTDA. Planejamento da Manutenção – Programação das Operações Equipe Tempo horas (__) dias(__) :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ :__:__:__:__:__ Impresso para diagrama de barras Empresa LTDA Planejamento da Manutenção – Programação das Operações Requisição de serviço número __________ Operação Descrição do serviço Dependência Tempo Número de homens Equipe Impresso para seqüência de operações 47 Exemplo de planejamento Todo o trabalho do planejamento começa com uma requisição de serviço, que é emitida pela inspeção preventiva ou pelo posto de manutenção. No nosso exemplo, o serviço foi solicitado pela inspeção. O inspetor encontra em um conjunto motor e bomba centrífuga, usados para água industrial, as seguintes avarias: • Vazamento entre eixo e gaxeta • Excesso de vibração no mancal • Aquecimento no conjunto de contatores • Contatos em mau estado. 48 Com os dados fornecidos, o conhecimento de campo e as informações de arquivo, o setor de planejamento executa o trabalho mostrado na figuras. Empresa LTDA Requisição de serviço Número 0 1 9 8 9 Equipamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código 1 2 5 7 9 1 0 Periculosidade 2 Natureza D Causa__ Setor emitente Centro de custo número 2 0 1 ____________________ 30/ 10/ 89 ____________________ 30/ 10/ 89 Emitente Autorizador Serviço solicitado: - Eliminar vazamento_______________________________________________________ - Trocar reparos do conjunto de contatores _________________________ - Limpeza interna do motor _______________________________ - Trocar rolamentos do eixo da bomba ________________________________________ - Perícia no conjunto ______________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Observação:. - Avarias constatadas segundo roteiro de inspeção nºB010 ____________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 49 Empresa LTDA Planejamento da Manutenção – Programação das Operações Requisição de serviço número 0 1 9 8 9 Operação Descrição do serviço Dependência Tempo Número de homens Equipe A Retirar o conjunto -- 2h 1 180 B Desmontar bomba A 3h 1 180 C Limpar e inspecionar bomba B 4h 1 180 D Montar bomba com gaxeta e rolamentos novos 1 C 3h 1 180 E Desmontar e limpar motor A e B 4h 1 190 F Montar motor E 2h 1 190 G Trocar contatos e molas no painel -- 2h 1 190 H Montar cojunto D e F 1h 1 180 I Instalar o conjunto e testar G e H 2h 2 180 - 190 Diagrama espinha de peixe 50 Diagrama de flechas 51 EMPRESA LTDA Planejamento de manutenção – Lista de Materiais Requisição de serviço Número 0 1 9 8 9 Item Descrição Unidade Quantidade 1 Solvente para motor 2 2 Algodão cru 1 3 Gaxeta grafitada 0,5 4 Rolamento rígido de esferas 6312 2 5 Junta de papelão amianto grafitado 0,5 6 Graxa para rolamentos EP – 2 1 7 Reparo para contator 3TB56 2 Observação Os materiais de uso freqüente na maioria dos serviços (estopa, querosene, etc.) dispensam discriminação na lista de materiais, pois funcionam no sistema duas gavetas e atendem a vários serviços simultaneamente. 52 Empresa LTDA. Ordem de serviço Número __________ Equipe 0 1 8 0 Equipamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código 1 2 5 7 9 1 0 Periculosidade 2 Natureza D Data prevista 14/11/89 Início 14/11/89 Fim 14/11/89 _________________ ________________ Terminado em __/__/__ Emitente Executor Aprovação Sim ( x ) Não (__) ___________________________ __/__/__ Parcial (__) Inspetor Operação Descrição do serviço Duração Quantidade de homens ___A____ Retirar conjunto ________________ ___2H__ _________ 1 ___________B____ Desmontar bomba________________ ___3H__ _________ 1 ________ ___C____ Limpar e inspecionar______________ ___4H__ _________ 1 ________ ___D____ Trocar rolamentos, gaxeta e montar _______ ___________________ ________ Bomba ________________________ ___3H__ _________ 1 ________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ Local de serviço: Casa das bombas – Oficina Central ________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Recursos complementares: Empilhadeira ________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Modificações no planejamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 53 Empresa LTDA. Ordem de serviço Número __________ Equipe 0 1 9 0 Equipamento: Conjunto motor e bomba centrifuga ________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código 1 2 5 7 9 1 0 Prioridade 2 Natureza D Data prevista 14/11/89 Início 14/11/89 Fim 14/11/89 _________________ ________________ Terminado em __/__/__ Emitente Executor Aprovação Sim ( x ) Não (__) ___________________________ __/__/__ Parcial (__) Inspetor Operação Descrição do serviço Duração Quantidade de homens ___E____ Desmontar e limpar motor ________ ___4H___ __________________ ___F____ Montar motor ________ ___2H _ __________________ ___G____ Trocar contatos e molas ___________ ___1H___ __________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ Local de serviço: Casa de bombas – Oficina Central________ ___________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Recursos complementares: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Modificações no planejamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 54 Empresa LTDA. Ordem de serviço Número __________ Equipe 0 1 8 0 Equipamento: Conjunto motor e bomba centrifuga ________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código 1 2 5 7 9 1 0 Prioridade 2 Natureza D Data prevista 14/11/89 Início 14/11/89 Fim 14/11/89 _________________ ________________ Terminado em __/__/__ Emitente Executor Aprovação Sim ( x ) Não (__) ___________________________ __/__/__ Parcial (__) Inspetor Operação Descrição do serviço Duração Quantidade de homens ___H____ Montar conjunto ________ ___1H___ ______1___________ ____I___ Instalar conjunto e testar ________ ___2H _ _______1__________ ________ _______________________________ _______ __________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ Local de serviço: Casa de bombas – Oficina Central________ ___________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Recursos complementares: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Modificações no planejamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 55 Empresa LTDA. Ordem de serviço Número __________ Equipe 0 1 9 0 Equipamento: Conjunto motor e bomba centrifuga ________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código 1 2 5 7 9 1 0 Prioridade 2 Natureza D Data prevista 14/11/89 Início 14/11/89 Fim 14/11/89_________________ ________________ Terminado em __/__/__ Emitente Executor Aprovação Sim (__) Não (__) ___________________________ __/__/__ Parcial (__) Inspetor Operação Descrição do serviço Duração Quantidade de homens ___I____ Instalar conjunto e testar__________ ___2H___ ______1___________ ________ ______________________________ ________ __________________ ________ _______________________________ ________ __________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ ________ _______________________________ _______ ___________________ Local de serviço: Casa de bombas – Oficina Central________ ___________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Recursos complementares: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Modificações no planejamento: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 56 Exercícios A situação proposta é a de um compressor de ar com abarias no sistema de transmissão por correias e com excessivo centelhamento no motor. Os problemas foram detectados durante inspeção (Figs. 5.16 e 5.17) Um fato importante a considerar é que o equipamento fica inativo somente das 0 horas de domingo às 7 horas de segunda- feira. Dados de arquivo • Funciona 24 horas por dia. • Está 54 meses em operação. • Não possui motor reserva. • Manutenção preventiva nunca foi executada. • Está instalado na casa de compressores (local com monovia). • Rolamentos do motor (6310ZZ) têm duração de ±30.500 horas. • Carter tem capacidade para cinco litros de óleo SAE 30 (troca a cada 6.000 horas). • Possui correias trapezoidais B-85 (6 peças). 57 • Motor de anéis, 100CV, 440V, 4 pólos, trifásico, 3 anéis, 9 escovas 250A cujo comprimento mínimo é 50mm; corrente de trabalho 200A. Informações da inspeção • Corrente elétrica de trabalho tem 205A e os contatos da chave estão sujos. • Está com excessivo centelhamento no coletor de anéis e as escovas estão vibrando. • Há desgaste de 0,5mm nas laterais dos canais das polias – por isso as polias estão engolindo as correias e freando o movimento. • Faltam 300 horas para a troca do óleo do cárter. • Filtro de admissão de ar está sujo. Exercício A segunda situação é a de um sistema de exaustão de caldeira com problemas de superaquecimento no motor e desbalanceamento. 58 Nesse caso, os problemas foram notados pela equipe de utilidades, que acionou a equipe de corretiva que, por sua vez, notou a necessidade de uma parada programada (Figs. 5.18 e 5.19) Empresa LTDA. Requisição de serviço Número _0__1__9__9__1_ Equipamento: Caldeira----___________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Código 0 0 1 3 8 1 4 Prioridade 2 Natureza B Causa Setor emitente Centro de custo número 1 4 0 __________________________ __________________________ __/__/____ Emitente Autorizador Serviço solicitado: __- Balancear exaustor_____________________________________________________ __- Trocar rolamentos do exaustor e do motor___________________________________ __- Reparar polias_________________________________________________________ __- Trocar junta na tubulação________________________________________________ __- Soldar furo na tubulação_________________________________________________ __- Inspecionar motor______________________________________________________ __- Verificar painel elétrico e trocar os contatos se necessário_______________________ __- Reparar chave de partida________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Observação: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 59 Esse equipamento só está disponível para reparos a partir da 0 hora de sábado até às 3 horas da segunda-feira. Sistema de exaustão a ser reparo Dados de arquivo • Funciona 24 horas por dia nos últimos 20 meses, exceto sábados e domingos. • Foi instalado há seis anos.Manutenção preventiva nunca foi executada. • Não há monovia na sala de caldeiras. • Não existe motor reserva. • Não existem polias reservas. • Possui dois rolamentos de exaustor (6308) com duração prevista de 30.000 horas. • Rolamentos do motor (6210) têm duração de ±32.000 horas. • Possui cinco correias trapezoidais C-81. • Motor elétrico de 16CV, 440V, rotor de gaiola; corrente de trabalho 25A. 60 Informações da inspeção • Excesso de vibração na hélice do exaustor; desbalanceamento. • Vazamento na tubulação causado por corrosão. • Polias desgastadas (0,6mm) por desalinhamento. • A leitura do medidor de vibrações nos mancais indica a troca dos rolamentos do exaustor e do motor. • O motor está partindo com sobrecarga e superaqueceu uma vez. Foi dada uma solução provisória pela equipe de corretiva. 61 Introdução à manutenção Com a globalização da economia, a busca da qualidade total em serviços, produtos e gerenciamento ambiental passou a ser a meta de todas as empresas. - O que a manutenção tem a ver com a qualidade total? Disponibilidade de máquina, aumento da competitividade, aumento da lucratividade, satisfação dos clientes, produtos com defeito zero... - Não entendi! Vamos comparar. Imagine que eu seja um fabricante de rolamentos e que tenha correntes no mercado. Pois bem, para que eu venha a manter meus clientese conquistar outros, precisarei tirar o máximo rendimento de minhas máquinas para oferecer rolamentos com defeito zero e preço competitivo. Deverei, também, estabelecer um rigoroso cronograma de fabricação e de entrega de meus rolamentos. Imagine você que eu não faça manutenção de minhas máquinas... - Estou começando a entender. 62 Se eu não tiver um bom programa de manutenção, os prejuízos serão inevitáveis, pois máquinas com defeitos ou quebradas causarão: • Diminuição ou interrupção da produção; • Atrasos nas entregas; • Pedras financeiras; • Aumento dos custos; • Rolamentos com possibilidades de apresentar defeitos de fabricação; • Insatisfação dos clientes; • Perda de mercado. Para evitar o colapso de minha empresa devo, obrigatoriamente, definir um programa de manutenção com métodos preventivos a fim de obter rolamentos nas quantidades previamente estabelecidas e com qualidade. Também devo incluir, no programa, as ferramentas a serem utilizadas e a previsão da vida útil de cada elemento das máquinas. Todos esses aspectos mostram a importância que se deve dar à manutenção. Um breve histórico A manutenção, embora despercebida, sempre existiu, mesmo nas épocas mais remotas. Começou a ser conhecida com o nome de manutenção por volta do século XVI na Europa central, juntamente com o surgimento do relógio mecânico, quando surgiram os primeiros técnicos em montagem a assistência. Tomou corpo ao longo da Revolução Industrial e firmou-se, como necessidade absoluta, na Segunda Guerra Mundial. No princípio da reconstrução pós-guerra, Inglaterra, Alemanha, Itália e principalmente o Japão alicerçaram seu desempenho industrial nas bases da engenharia e manutenção. 63 Nos últimos anos, com a intensa concorrência, os prazos de entrega dos produtos passaram a ser relevantes para todas as empresas. Com isso, surgiu a motivação para se prevenir contra as falhas de máquinas e equipamentos. Essa motivação deu origem à manutenção preventiva. Em suma, nos últimos vinte anos é que tem havido preocupação de técnicos e empresários para o desenvolvimento de técnicas específicas para melhorar o complexo sistema Homem / Máquina / Serviço. Conceitos e objetivos Podemos entender manutenção como o conjunto de cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de máquinas equipamentos, ferramentas e instalações. Esses cuidados envolvem a conservação, a adequação, a restauração, a substituição e a prevenção. Por exemplo, quando mantemos as engrenagens lubrificadas, estamos conservando-as. Se estivermos retificando uma mesa de desempeno, estaremos restaurando-a. Se estivermos trocando o plugue de um cabo elétrico, estaremos substituindo-o. De modo geral, a manutenção em uma empresa tem como objetivos: • Manter equipamentos e máquinas em condições de pleno funcionamento para garantir a produção normal e a qualidade dos produtos; • Prevenir prováveis falhas ou quebras dos elementos das máquinas. Alcançar esses objetivos requer manutenção diária em serviços de rotina e de reparos periódicos programados. A manutenção ideal de uma máquina é a que permite alta disponibilidade para a produção durante todo o tempo e que ela estiver em serviço e a um custo adequado. 64 Serviços de rotina e serviços periódicos Os serviços de rotina constam de inspeção e verificação das condições técnicas das unidades das máquinas. A detecção e a identificação de pequenos defeitos dos elementos das máquinas, a verificação dos sistemas de lubrificação e a constatação de falhas de ajustes são exemplos dos serviços da manutenção de rotina. A responsabilidade pelos serviços de rotina não é somente do pessoal da manutenção, mas também de todos os operadores de máquinas. Salientamos que há, também, manutenção de emergência ou corretiva que será estudada logo adiante. Os serviços periódicos de manutenção consistem de vários procedimentos que visam manter a máquina e equipamentos em perfeito estado de funcionamento. Esses procedimentos envolvem várias operações. • Monitorar as partes da máquina sujeitas a maiores desgastes; • Ajustar ou trocar componentes em períodos predeterminados; • Exame dos componentes antes do término de suas garantias; • Replanejar, se necessário, o programa e prevenção; • Testar os componentes elétricos, etc. 65 Os serviços periódicos de manutenção podem ser feitos durante paradas lonas das máquinas por motivos de quebra de peças (o que deve ser evitado) ou outras falhas, ou durante o planejamento de novo serviço ou, ainda, no horário de mudança de turnos. As paradas programadas visam à desmontagem completa da máquina para exame de suas partes e conjuntos. As partes danificadas, após exame, são recondicionadas ou substituídas. A seguir, a máquina é novamente montada e testada para assegurar a qualidade exigida em seu desempenho. Reparos não programados também ocorrem e estão inseridos na categoria conhecida pelo nome de manutenção corretiva. Por exemplo, se uma furadeira de bancada estivem em funcionamento e a correia partir, ela deverá ser substituída de imediato para que a máquina não fique parada. O acompanhamento e o registro do estado da máquina, bem como dos reparos feitos, são fatores importantes em qualquer programa de manutenção. Tipos de manutenção Há dois tipos de manutenção: a planejada e a não planejada. A manutenção planejada classifica-se em quatro categorias: preventiva, preditiva, TPM e Terotecnologia. A manutenção preventiva consiste no conjunto de procedimentos e ações antecipadas que visam manter a máquina em funcionamento. 66 A manutenção preditiva é um tipo de ação preventiva baseada no conhecimento das condições de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos. Esses dados são obtidos por meio de um acompanhamento do desgaste de peças vitais de conjuntos de máquinas e de equipamentos. Testes periódicos são efetuados para determinar a época adequada para substituições ou reparos de peças. Exemplos: análise de vibrações, monitoramento de mancais. A TPM (manutenção produtiva total) foi desenvolvida no Japão. É um modelo calcado no conceito “de minha máquina, cuido eu”. A Terotecnologia é uma técnica inglesa que determina a participação de um especialista em manutenção desde a concepção do equipamento até sua instalação e primeiras horas de produção. Com a terotecnologia, obtêm-se equipamentos que facilitam a intervenção dos mantenedores. Modernamente há empresas que aplicam o chamado retrofittin, que são reformas de equipamentos com atualização tecnológica. Por exemplo, reformar um torno mecânico convencional transformando-o em torno CNC é um caso de retrofitting. A manutenção não planejada classifica-se em duas categorias: a corretiva e a de ocasião. A manutenção corretiva tem o objetivo de localizar e reparar defeitos em equipamentos que operam em regime de trabalho contínuo. A manutenção de ocasião consiste em fazer consertos quando a máquina se encontra parada. Planejamento, programação e controle As instalações industriais, as paradas para manutenção constituem uma preocupação constante para a programação da produção. Se as paradas não forem previstas, ocorrem vários problemas, tais como: atrasos no cronograma de fabricação, indisponibilidade da máquina, elevação dos custos, etc. 67 Para evitar esses problemas, as empresas introduziram, em termos administrativos, o planejamento e a programação da manutenção. No Brasil, o planejamento e a programação da manutenção foram introduzidos durante os anos 60. A função planejar significa conhecer
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