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Construção Civil
Plásticos, Materiais Cerâmicos e 
Madeira
Objetivos de aprendizagem
ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 compreender as propriedades dos plásticos, das cerâmicas e da madeira;
•	 classificar os plásticos, as cerâmicas e a madeira;
•	 conhecer a composição dos plásticos e das cerâmicas.
Prezados(as) alunos(as),
Nesta aula, veremos três materiais que também são 
largamente utilizados na construção civil: os plásticos, 
as cerâmicas e a madeira. Focaremos principalmente nas 
características, propriedades e composição desses materiais. o 
estudo dos plásticos será importante para dar continuidade ao 
estudo dos geossintéticos, conteúdo da aula 08. 
tenham uma excelente leitura. Boa aula!
Bons estudos!
7º Aula
43
Seções de estudo
1– Plásticos
2– Materiais Cerâmicos
3– Madeira
1- Plásticos
os plásticos são materiais artificiais formados pela 
combinação do carbono com o oxigênio, hidrogênio, 
nitrogênio e outros elementos orgânicos ou inorgânicos 
que, embora sólidos no seu estado final, em alguma fase de 
sua fabricação apresentam-se sob a condição de líquidos, 
podendo, então, ser moldados nas formas desejadas. Destaca-
se aqui o termo artificiais para diferenciar o plástico de outros 
materiais, como o aço, o vidro e a borracha, que durante sua 
fabricação também passam pela moldagem (BaUER, 2008).
Frequentemente, na prática da Engenharia, os termos 
“plástico” e “polímero” são utilizados indistintamente. 
Contudo, existe uma distinção entre eles: o polímero é o 
material puro, resultante do processo de polimerização, 
raramente utilizado na forma pura, ao passo que o plástico é 
obtido quando aditivos são empregados, tais como: agentes 
antiestáticos, agentes de ligação, agentes de enchimento, 
agentes retardadores de combustão, lubrificantes, pigmentos, 
plastificantes, reforço, estabilizantes (CRAWFORD, 1998 
apud PaLMEIRa, 2018).
o termo polímero possui origem grega, resultando da 
combinação de polys (muitas) e meros (partes) (PaLMEIRa, 
2018). assim, a unidade básica da estrutura molecular que 
se repete é chamada de mero. Uma molécula com um único 
mero é denominada monômero. o polímero é a molécula 
constituída por vários meros (BaUER, 2019). Na Figura 
1 estão esquematizadas as unidades básicas de repetição 
dos polímeros polietileno, policloreto de vinila (PVC) e 
polipropileno.
Figura 1 – Unidades de repetição de alguns 
polímeros
Fonte: PaLMEira, 2018.
Dentre as principais vantagens dos plásticos estão: 
possibilidade de fabricação em peças variadas, formas e 
tamanhos; são materiais atóxicos, desde que não estejam em 
combustão; são incorrosíveis e inatacáveis por roedores; são 
excelentes isolantes térmicos, elétricos e acústicos (LaRa, 
2013).
as principais desvantagens são: os plásticos levam muito 
tempo para se degradarem e permanecem intactos na natureza 
durante anos, ao contrário de outros materiais; muitos 
plásticos são sensíveis à luz e ao calor, que os envelhecem 
rapidamente; a maioria sofre de instabilidade dimensional sob 
a ação de cargas e/ou de temperatura; possuem dificuldade 
de reparos quando danificados; possuem fraca resistência a 
solventes e baixas resistências mecânicas no geral (LaRa, 
2013).
os plásticos podem ser fabricados a partir de materiais 
naturais, tais como celulose, carvão, petróleo e gás natural. 
o petróleo é a matéria-prima mais importante para sua 
fabricação (PaLMEIRa, 2018).
Comumente, os plásticos são classificados em:
	termoplásticos: são aqueles que podem sofrer 
repetidos estágios de aquecimento e resfriamento, 
moldados como se deseje, sem perder suas 
características básicas. o polietileno (PE), o 
polipropileno (PP) e o poliéster (PEt) são exemplos 
de polímeros termoplásticos (PaLMEIRa, 2018).
	Termofixados ou termorrígidos: são aqueles que não 
podem sofrer repetições de estágios de aquecimento 
e resfriamento. Qualquer aquecimento adicional 
após a formação do polímero provocará alterações 
em suas propriedades (PaLMEIRa, 2018). após a 
moldagem, o material torna-se duro e quebradiço. 
São exemplos de termofixados a baquelite (fenol 
formaldeído), a ureia-formaldeído, o dracon 
(poliéster), a resina alquídica, a resina epóxi e as 
melaminas (aMBRoZEWICZ, 2012).
	Elastômeros: possuem grande elasticidade, 
recebendo também o nome de borracha sintética. 
são exemplos de elastômeros o neoprene 
(policloropreno), o butyl (isobutileno-isopreno), 
o teflon e o viton (politetrafluoretileno), o tiocol 
(polissulfeto), o sBR (estireno-butadieno), o adiprene 
(poliuretana), os silicones (polisiloxano) e o hypalon 
(polietileno clorossulfanado) (aMBRoZEWICZ, 
2012).
1.1- Plásticos na construção civil
são vastos os tipos de plásticos utilizados na construção 
civil. aqui, sintetizaremos as informações acerca dos plásticos 
mais usuais:
a) Cloreto de polivinila (PVC): devido ao baixo 
custo, é o plástico com maior uso na construção, 
principalmente em tubulações de água, esgoto e 
eletricidade (BaUER, 2008). Dependendo da adição 
ou não de plastificante durante sua fabricação, 
pode ser encontrado na forma flexível ou rígida 
(PaLMEIRa, 2018).
b) Poliestireno (Ps): possui superfície brilhante e 
polida, além de pouca resistência ao calor. É 
quebradiço devido à pouca flexibilidade. Utilizado 
em aparelhos de iluminação mais econômicos. o 
poliestireno de alto impacto é um material mais 
aperfeiçoado, utilizado na fabricação de algumas 
conexões de material sanitário, assentos sanitários e 
bancos (BaUER, 2008).
c) Poliestireno expandido (isopor): é um material 
44Construção Civil
extremamente leve. seu polímero possui a forma de 
esferas que são comprimidas dentro de um molde 
fechado, por intermédio de um gás que se dilata 
quando aquecido. assim fabricam-se blocos que são 
cortados em placas com diferentes espessuras. Pode 
ser usado como isolamento acústico, isolamento 
térmico, forros, decorações, etc. (BaUER, 2008).
d) Polietileno (PE): possui baixo custo e facilidade 
de ser trabalhado, além de ser flexível, com fracas 
propriedades mecânicas e baixa resistência ao calor. 
É muito utilizado sob a forma de folhas em rolos 
para proteção de paredes e lajes contra a chuva, 
cobertura de materiais ao ar livre, cobertura protetora 
para equipamentos (BaUER, 2008) e na fabricação 
de embalagens (LaRa, 2013).
e) Polipropileno (PP): é o material menos denso de 
todos os termoplásticos (PaLMEIRa, 2018). tem 
baixo custo e boa resistência a solventes, sendo 
aplicado na confecção de copos, películas para 
sacarias, tubos para tinta de caneta esferográfica. Na 
construção civil, é utilizado na fabricação de tubos 
para água quente (LaRa, 2013). 
f) Poliéster: pode ser termoplástico ou termorrígido. 
os termoplásticos (poliéster saturado – PEt) são 
altamente cristalinos, exibindo dureza, resistência 
mecânica e à abrasão, resistência química e baixa 
absorção de umidade. o poli(tereftalato de etileno) 
(PEt) é usualmente utilizado em embalagens, 
recipientes e garrafas. Já a forma termorrígida, o 
poliéster insaturado, é aplicado principalmente como 
matriz para reforço de fibra de vidro (PALMEIRA, 
2018).
g) Poliamida (Pa, conhecida como nylon): apresenta 
excelente resistência, rigidez e dureza (PaLMEIRa, 
2018). É utilizado como reforço de telhas plásticas, 
em buchas de fixação e como “ferragens” para 
armários (dobradiças, trincos, puxadores, entre 
outros) (aMBRoZEWICZ, 2012).
2- Materiais Cerâmicos
Cerâmica é a pedra artificial obtida pela moldagem, 
secagem e cozedura de argilas ou de misturas contendo 
argilas. Em alguns casos, pode ser suprimida algumas das 
etapas citadas, mas a matéria-prima é a argila. a ação do calor 
de cocção sobre os componentes da argila é responsável pela 
criação de uma pequena quantidade de vidro, que aglutina a 
argila (BaUER, 2008). as matérias-primas empregadas na 
fabricação dos produtos cerâmicos podem ser divididas em 
(aMBRoZEWICZ, 2012):
	Plásticas: são as substâncias argilosas, matéria ativa 
(argila, caulim em cerâmica brancae talcos especiais);
	Desengordurantes: reduzem a retração e diminuem 
a plasticidade (areia e carvão vegetal, por exemplo).
as argilas são materiais terrosos naturais que, quando 
misturados com água, apresentam alta plasticidade e que, 
quando secas, formam torrões dificilmente desagregáveis 
pela pressão dos dedos. são constituídas por substâncias 
chamadas argilominerais (BaUER, 2008). a aBNt NBR 
6502:1995 define argila como solo de granulação fina 
constituído por partículas com dimensões menores que 0,002 
mm, apresentando coesão e plasticidade.
Conforme a aBNt NBR 6502:1995, os argilominerais 
são silicatos hidráulicos de alumínio, podendo conter 
quantidades variáveis de ferro, magnésio, potássio, sódio, 
lítio, etc. são geralmente formados por lamelas constituídas 
por estratos ou lâminas de tetraedros de sio4 e octaedros de 
al(oH)6, possuindo cristalinidade variável. os argilominerais 
se formam por alteração de minerais primários das rochas 
ígneas e metamórficas, como feldspatos, piroxênios e 
anfibólios, ou são constituintes de rochas sedimentares. 
Possuem a propriedade de absorver às superfícies de suas 
partículas quantidades variáveis de água e íons. os principais 
grupos de argilominerais são: caulinita, micas hidratadas e 
esmectitas. 
o caulim, um material argiloso, é constituído por elevada 
porcentagem de caulinita, um pó branco que é a matéria-
prima da porcelana. a caulinita é um argilomineral puro, que 
geralmente é encontrada misturada com areia, óxido de ferro 
e outros elementos. De acordo com a sua pureza, é usada 
na fabricação de porcelana, louças, azulejos, refratários, etc. 
(BaUER, 2008). 
Conforme a plasticidade, as argilas podem ser classificadas 
em (aMBRoZEWICZ, 2012):
	Gordas: são plásticas e apresentam grande 
deformação quando cozidas. são ricas em material 
argiloso e pobres em desengordurantes;
	Magras: são porosas e frágeis, devido ao excesso de 
sílica.
a água, elemento integrante das argilas, apresenta-se sob 
três formas (BaUER, 2008):
	Água de constituição ou de inchamento: faz parte da 
estrutura da molécula;
	Água de plasticidade: adere à superfície das partículas;
	Água de capilaridade, água livre ou de poros: 
preenche os poros e os vazios.
2.1- Propriedades das argilas e das 
cerâmicas
a plasticidade, a retração e o efeito do calor são as 
propriedades mais importantes das argilas (BaUER, 2008).
a plasticidade é a capacidade que um corpo tem de ser 
deformado continuamente sem se romper (BaUER, 2008) e 
permanecer deformado após a retirada da carga. Nas argilas, 
a plasticidade varia conforme a quantidade de água. a argila 
seca não apresenta plasticidade. ao acrescentar água, ela vai 
ganhando plasticidade até um limite máximo. acima desse 
limite, a argila perde plasticidade e se torna um líquido viscoso 
(aMBRoZEWICZ, 2012). Isso acontece porque as partículas 
coloidais (material muito fino) possuem grande atração, mas, 
conforme a película de água entre essas partículas aumenta, 
essa atração desaparece (BaUER, 2008).
a retração é propriedade que as argilas têm de variarem 
o seu volume conforme o teor de umidade. Esse fenômeno 
45
é explicado pela formação de vazios no interior das peças 
cerâmicas pela água que, quando sai, retrai o conjunto. a 
retração não ocorre uniformemente em toda a peça, podendo 
deformar os objetos moldados. Deste modo, quando menor 
a quantidade de água utilizada para obter plasticidade, melhor 
será o produto final (AMBROZEWICZ, 2012).
o calor produz efeitos físicos e químicos sobre as argilas. 
ao aquecer uma argila entre 20 e 150 ºC, ocorre a perda de 
água de capilaridade e amassamento. De 150 a 600 ºC a argila 
perde a água adsorvida e começa a enrijecer. até essa etapa, só 
ocorrem alterações físicas (BaUER, 2008).
a partir dos 600 ºC ocorrem as reações químicas em 
três estágios. No primeiro estágio, a água de constituição é 
expulsa e as matérias orgânicas são queimadas, resultando 
no endurecimento e na desidratação. o segundo estágio 
é a oxidação, que consiste na calcinação dos carbonetos 
transformando-os em óxidos. o terceiro estágio ocorre a 
aproximadamente 950 ºC, quando há a vitrificação. A sílica de 
constituição e a das areias formam uma pequena quantidade 
de vidro, que aglutina os demais elementos, dando dureza, 
resistência e compactação ao conjunto. assim surge a 
cerâmica propriamente dita (BaUER, 2008).
a qualidade de uma peça cerâmica depende, acima de 
tudo, da quantidade de vidro formado. Nos tijolos há uma 
ínfima quantidade de vidro. Já nas porcelanas, a vitrificação é 
muito maior (BaUER, 2008).
as propriedades das cerâmicas podem variar bastante 
dependendo da constituição, cozimento, processo de 
moldagem, etc. Existem cerâmicas mais leves do que a água, por 
exemplo, e outras com grande peso. a resistência ao desgaste 
é uma propriedade que depende da quantidade de vidro 
formado. os produtos cerâmicos são tanto mais resistentes 
quanto mais homogênea, fina e cerrada a granulação, e quanto 
melhor o cozimento e a vitrificação (BAUER, 2008).
2.2- Fabricação da cerâmica
Basicamente, a fabricação dos materiais cerâmicos 
obedece às seguintes etapas: exploração das jazidas; tratamento 
da matéria-prima; moldagem; secagem; queima.
Tendo em vista que o tipo de barro influencia no 
resultado final do material cerâmico, deve-se analisar as 
propriedades do barro, tais como teor de argila, composição 
granulométrica, profundidade da barreira, umidade, dentre 
outros fatores (BaUER, 2008).
após a extração do barro, ocorre o tratamento prévio da 
matéria-prima, que pode ser realizada por (aMBRoZEWICZ, 
2012):
	Depuração: é a eliminação das impurezas que 
podem prejudicar o material, tais como grãos duros, 
nódulos de cal e sais solúveis. ao dar origem a uma 
secagem anormal do produto, essas impurezas 
podem prejudicar a qualidade final do mesmo.
	trituração: as argilas são reduzidas a pequenos 
fragmentos e os desengordurantes a pó.
	Homogeneização: realização da mistura da argila 
com o desengordurante.
	Umidificação: mistura de uma quantidade precisa de 
água para facilitar a homogeneização.
os processos podem ser realizados de forma natural ou 
mecanicamente. os processos naturais são bastante simples, 
consistindo em estocar a matéria-prima em aterros sob as 
intempéries para a lavagem e a desagregação. Esses processos 
são muito artesanais e usados apenas em olarias de pequeno 
porte (aMBRoZEWICZ, 2012).
os processos mecânicos podem ser (aMBRoZEWICZ, 
2012):
	Lavagem: consiste em processos de suspensão, 
sedimentação e filtragem para retirada de impurezas, 
tais como sais, areia, rochas, cal e cristais de gesso.
	Peneiramento: separa os fragmentos de rocha e 
pedaços maiores de matéria orgânica.
	trituração: quebra os torrões e fragmentos de 
rochas moles.
	amassamento e mistura: realizam a homogeneização 
e acerto da umidade do material.
	Laminação: é utilizado um laminador que realiza a 
homogeneização e a trituração ao mesmo tempo.
A moldagem é o processo que dá forma definitiva à 
pasta e está ligada à plasticidade e à quantidade de água na 
mistura. Conforme a consistência da pasta, a moldagem pode 
ser (aMBRoZEWICZ, 2012):
	a seco: são os processos de prensagem e produzem 
materiais de bom acabamento e boas características 
físicas, como, por exemplo, as telhas, tijolos maciços, 
azulejos e pastilhas;
	com pastas consistentes: são os processos de 
extrusão, que são usados principalmente para 
fabricação de peças vazadas, tais como tijolos 
furados e blocos cerâmicos;
	com pasta fluida: utiliza-se o processo da barbotina, 
que consiste em utilizar a matéria-prima no estado 
líquido e aplicar processos de decantação e filtragem 
para purificação. A barbotina é vertida em moldes 
de material poroso (gesso) para absorver água e o 
produto descola-se por retração. É um processo 
aplicado para fabricação de louças, porcelanas e 
isoladores elétricos.
após a moldagem, ainda permanecem de 5% a 35% 
de umidade na peça cerâmica.Caso a argila seja levada ainda 
úmida para o forno, a umidade interna ficará retida pela 
crosta externa, causando tensões internas e o consequente 
fendilhamento. Por isso é importante que seja realizada a 
secagem prévia e controlada do material antes da queima 
(BaUER, 2008).
a secagem deve ser uniforme, para não provocar 
distorções nas peças, e também não pode ser muito lenta, para 
que a produção não seja antieconômica (BaUER, 2008). se 
a secagem for mal realizada e não uniforme, haverá retração 
excessiva e descontínua da peça, com posterior fissuração. Essa 
retração excessiva é resultado de uma evaporação rápida da 
água, originando fendas e deformações (aMBRoZEWICZ, 
2012).
a secagem pode ser realizada por processos naturais 
ou artificiais. Nos processos naturais, as peças são secas ao 
ar, protegidas do vento e dos raios solares. os processos 
46Construção Civil
artificiais geralmente aproveitam o calor dos fornos de queima 
(aMBRoZEWICZ, 2012).
após a secagem ocorre a queima, que elimina toda a água 
da argila mudando sua estrutura (aMBRoZEWICZ, 2012). 
Para cerâmicas de boa qualidade, o ideal é que o material passe 
pelo aquecimento e reaquecimento. o aquecimento resulta no 
chamado biscoito e o reaquecimento fixa o vidrado (BAUER, 
2008). 
2.3- Produtos cerâmicos para 
construção civil
Para a construção civil, os produtos cerâmicos podem 
ser divididos em:
a) Materiais de argila: são aqueles nos quais a argila é o 
principal constituinte ou o único. Possuem, em geral, 
cor avermelhada, por causa da presença do óxido 
de ferro. apresentam também elevada absorção de 
água e baixa resistência mecânica. são exemplos os 
tijolos e as telhas (aMBRoZEWICZ, 2012).
b) Materiais de louça e revestimento: é o grupo das 
cerâmicas brancas que apresentam corpo branco 
após a queima. são representadas pelas louças 
sanitárias, louças de faiança (louça argilosa, porosa, 
recoberta com um verniz impermeável e opaco), 
objetos de decoração, azulejos, pisos, entre outros 
(LaRa, 2013). 
Esses materiais são fabricados com as formas mais puras 
das matérias-primas, principalmente as argilas cauliníticas. 
Esses produtos possuem o corpo poroso, com exceção da 
película externa vitrificada, que é impermeável (LARA, 2013).
c) Materiais refratários: são principalmente utilizados 
em fornos industriais para a obtenção de materiais 
como o aço, cimento, vidros e vários outros. são 
materiais capazes de suportar altíssimas temperaturas 
sem sofrer transformações. apresentam estabilidade 
volumétrica e elevada resistência química e mecânica 
(LaRa, 2013).
3- Madeira
a madeira é um dos materiais de construção mais antigos 
utilizados pelo homem. É um produto de origem natural 
proveniente do lenho dos vegetais superiores (árvores e 
arbustos lenhosos). algumas de suas utilizações na construção 
civil são: andaimes; revestimento; fôrmas para concreto; 
estrutura de telhado; tacos, assoalhos; mourões para cercar 
pastos e currais, tábuas para cercas de curral; portas e janelas; 
portais e marcos; forros. atualmente, com a industrialização, 
há diversos tipos de produtos de madeira (aMBRoZEWICZ, 
2012).
Como material de construção, a madeira apresenta as 
seguintes vantagens (aMBRoZEWICZ, 2012): 
	Possui resistência mecânica elevada com peso 
próprio reduzido;
	Pode ser trabalhada com ferramentas simples e as 
peças podem ser desdobradas em outras conforme a 
necessidade, permitindo a reutilização;
	Possui bom isolamento térmico e acústico;
	Não sofre ataque de gases e produtos químicos;
	apresenta diversas possibilidades de padrões 
estéticos e decorativos;
	É economicamente competitiva com outros 
materiais e pode ser obtida de forma sustentável.
Dentre as desvantagens da madeira estão (LaRa, 2013): 
	É um material anisotrópico (as propriedades variam 
em função da direção em que são analisadas), 
heterogêneo, higroscópico (propriedade que tem de 
absorver umidade) e combustível;
	sofre a ação deletéria de agentes biológicos, devendo 
ser submetida a processos de impermeabilização e 
de impregnação de substâncias inseticidas;
	Possui sensibilidade às variações de temperatura;
	Possui formas limitadas: são formas alongadas e de 
seção transversal reduzida;
as madeiras utilizadas na construção crescem pela 
adição de camadas externas, sob a casca. ao analisar a seção 
transversal de um tronco, verifica-se as seguintes camadas: 
casca, câmbio, lenho (formado pelo alburno e pelo cerne), 
medula e raios medulares (vasos) (aMBRoZEWICZ, 2012).
Figura 1 – Seção transversal típica de um tronco de 
árvore
Fonte: Lara, 2013.
As madeiras possuem diversas classificações. Em função 
da sua aplicação, as madeiras podem ser classificadas em:
	Madeiras duras ou de lei: são empregadas como 
vigas e colunas na função estrutural, em virtude da 
resistência e da durabilidade. Para uso em construção, 
o cerne deve predominar em relação ao alburno. 
são exemplos de madeiras de lei: mogno, angico, 
jacarandá, ipê, perobas, cedro, eucalipto, entre várias 
outras (aMBRoZEWICZ, 2012, LaRa, 2013).
	Madeiras finas: são utilizadas em serviço de 
marcenaria e mobiliários. Exemplos: louro, cerejeira, 
cedro e sucupira (LaRa, 2013).
	Madeiras resinosas: são madeiras com amplo uso 
na construção, porém, necessitam de proteção 
47
contra intempéries e agentes destrutivos. Exemplos: 
angelim, cabriúva, jatobá, entre outras que também 
estão citadas como exemplos de madeiras duras 
(LaRa, 2013).
as madeiras também podem ser categorizadas, conforme 
o tipo, em madeiras maciças e madeiras industrializadas ou 
transformadas. As madeiras maciças podem ser classificadas 
em: 
	Madeira bruta ou roliça: são usadas em forma de 
tronco em estacas, escoramentos, postes, colunas.
	Madeira falquejada: possui as faces laterais aparadas 
a machado, formando seções quadradas ou 
retangulares. são usadas em estacas, pontes, etc.
	Madeira serrada: é a mais comum, podendo ser 
utilizada em todas as fases da construção.
as madeiras industrializadas ou transformadas são 
subdividas em: 
	Madeira compensada: é formada com a colagem 
de três ou mais lâminas, alternando-se as direções 
das fibras. Pode ser empregada em fôrmas, forros, 
lambris, etc.
	Madeira laminada e colada: é formada por lâminas 
de madeira selecionada colada com adesivos.
	Madeira aglomerada: é fabricada pela aglomeração 
de pequenos fragmentos de madeira.
3.1- Propriedades da madeira
Em virtude da heterogeneidade e da anisotropia, as 
propriedades físicas e mecânicas da madeira variam, tanto de 
espécie para espécie como dentro da própria espécie. Essa 
variação das propriedades ocorre em função da parte em que 
as peças foram extraídas do lenho, do processo produtivo, do 
beneficiamento ou não da madeira e da presença de defeitos 
na peça (LaRa, 2013).
Dentre as propriedades físicas da madeira estão: umidade, 
retratibilidade, dilatação e massa específica.
o teor de umidade (h) é a relação percentual entre a massa 
de água e a massa do material seco. Por serem constituídas 
por fibras celulósicas hidrófilas, a madeira possui a capacidade 
de absorver água em locais de elevada umidade e de perder 
água em ambientes menos úmidos. Contudo, isso acarreta em 
profundas alterações no comportamento físico e mecânico 
das madeiras (LaRa, 2013).
Conforme o teor de umidade, as madeiras podem ser 
divididas em: madeira verde (h > 30%), madeira semisseca 
(23%teor de umidade, pois altera tanto a massa 
quanto o volume da madeira. Dessa maneira, de acordo com 
as normas técnicas, a massa específica deve ser calculada com 
teor de umidade de 15% para fins de comparação. Madeiras 
leves possuem massa específica de 500 a 800 kg/m³, enquanto 
que madeiras pesadas possuem massa específica de 800 a 
1.000 kg/m³ (LaRa, 2013).
No tocante às propriedades mecânicas, as madeiras 
resistem consideravelmente bem às solicitações mecânicas 
(compressão, tração, flexão e cisalhamento). Elas estão 
relacionadas aos fatores já citados, como anisotropia, 
heterogeneidade e capacidade de absorção de água 
(aMBRoZEWICZ, 2012).
3.2- Defeitos da madeira
os defeitos são anomalias provenientes do 
desenvolvimento da árvore (tais como os nós), dos processos 
de secagem da madeira (rachaduras, fendas, abaulamento, 
arqueamento) ou da produção das peças (LaRa, 2013; 
aMBRoZEWICZ, 2012)
	Nó: é o envolvimento de ramos, vivos ou mortos, 
por sucessivos anéis de crescimento;
	Rachaduras: abertura de grandes dimensões;
	Fendas: abertura de pequenas dimensões;
	abaulamento: empeno no sentido da largura;
	arqueamento: empeno no sentido do comprimento.
Chegamos, assim, ao final desta aula. Espera-se que 
agora tenha ficado mais claro o entendimento de 
vocês sobre os plásticos, os materiais cerâmicos e a 
madeira. Vamos, então, recordar:
Retomando a aula
1 – Plásticos
Na seção 1, vimos as vantagens, desvantagens e 
propriedades dos plásticos, que são materiais artificiais 
constituídos por polímeros, sendo o petróleo a matéria-prima 
mais importante para sua fabricação.
2– Materiais Cerâmicos
Na seção 2, aprendemos que as cerâmicas são constituídas 
por argilas, que passam por um processo de queima. Vimos 
também que as principais propriedades das argilas para 
fabricação dos materiais cerâmicos são a plasticidade, a 
retração e o efeito do calor.
3– Madeira
Na seção 3, estão descritas as vantagens, desvantagens, 
propriedades e classificações da madeira, um dos materiais de 
construção mais antigos utilizados pelo homem. 
48Construção Civil
site da associação Brasileira da Indústria do Plástico 
– aBIPLast. Disponível em: http://www.abiplast.org.br/.
site da associação Brasileira da Indústria de Madeira 
Processada Mecanicamente - aBIMCI. Disponível em: 
https://abimci.com.br/.
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