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CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR OBSERVAÇÕES INICIAIS Meu nome é Glauber Moreira B. da Silva, sou advogado e realizei o presente trabalho com a intenção de ajudá-los na aprovação da prova da OAB. Não esqueçam de realizar a leitura dos artigos mencionados nas questões, pois é muito importante para fortalecer os estudos. Para quem não conhece o grupo do facebook o endereço é https://www.facebook.com/groups/cursogratuitooab/?ref=bookmarks Meu e-mail para contato: glaubermoreirabs@hotmail.com Segue em anexo a prova e o gabarito oficial da FGV. Espero que possa contribuir de alguma forma na aprovação de vocês. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR ÉTICA PROFISSIONAL GABARITO COMENTADO 1) A resposta encontra fundamento no artigo 7º do EOAB: Art. 7º São direitos do advogado: XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; Aconselho a leitura dos outros incisos do artigo para futuras provas, pois, embora a banca não repita a mesma questão, provavelmente ela cobrará o assunto do artigo 7º baseado utilizando outro inciso. Reposta “c”. 2) Art. 1º. São atividades privativas de advocacia: § 2º. Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade só podem ser admitidos à registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. Acerca do assunto assim se manifesta o ilustre professor, Arthur Trigueiros: Quanto a atividade privativa destacada no § 2º citado alhures “ chamamos a atenção para o fato de os atos constitutivos de pessoas jurídicas (contratos sociais, estatutos, etc.) somente serem admitidos a registro sob pena de nulidade, se visados por advogados (art. 2º, Regulamento Geral). A única exceção encontra-se disciplinada na Lei Complementar 123/06 (art. 9º, § 2º), que dispensa a obrigatoriedade de os atos constitutivos de microempresas e empresas de pequeno porte serem visados por advogados". CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR Resposta “c”. 3) Art. 29 EAOAB - Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura. Resposta “a”. 4) No caso em análise, podemos observar que a advogada foi presa por motivo que não estava ligada ao exercício da advocacia conforme dispõe o Art. 7º do EAOAB. Vejamos. São direitos do Advogado: IV- ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB: § 3º. O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. 5) O Códio de Ética e Disciplina responde essa questão no seu artigo 24. Leiamos. Artigo 24 - O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do advogado da causa. § 1º O substabelecimento do mandato sem reservas de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente. § 2º O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus honorários com o substabelecimento. Portanto, fica claro que apenas o substabelecimento sem reservas de poderes é que se exige o prévio CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR e inequívoco conhecimento do cliente. Resposta: “a”. 6) A resposta encontra amparo legal no artigo 28 do EAOAB. Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: I- chefe do Poder Executivo e membro da MESA do Poder Legislativo e seus substitutos legais. Veja que esse tipo de incompatibilidade refere-se apenas quando o advogado ocupa o cargo de membro da mesa do Poder Legislativo ou Chefe do Poder Executivo. Observe que a questão deixou bem clara que ela foi eleita integrante da Mesa Diretora. Muito importante esse artigo para as próximas provas. Provavelmente o examinador irá formular outra questão utilizando o artigo 28, apenas mudando o inciso para não repetir a questão. Logo, é de grande importância a leitura de todos os incisos desse artigo. Resposta: ''b” 7) O respaldo lega dessa questão se encontra no art. 34, Parágrafo único. “a” do EAOAB, que assim dispõe: Art. 34. Constitui infração disciplinar: Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível: a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei; Veja que o artigo 34 é muito cobrado no exame da OAB, por isso deve ser estudado em sua integralidade. Resposta: “b”. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR 8) Para responder a questão basta o conhecimento do que dispõe o Código de Ética e Disciplina da OAB a este respeito: Art. 29. O anúncio deve mencionar o nome completo do advogado e o número da inscrição na OAB, podendo fazer referência a títulos ou qualificações profissionais, especializações técnico- científica e associações culturais e científicas, endereços, horário do expediente e meios de comunicação, vedadas a sua veiculação pelo rádio e televisão e a denominação de fantasia. § 4º. O anúncio do advogado não deve mencionar, direta ou indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela. A banca adora esse assunto, por isso, é muito importante estudá-lo. Resposta: “d”. 9) Estatuto da Advocacia responde essa questão no seu artigo 7º inciso VI. Art. 7º. São direitos do advogado: VI - ingressar livremente: a) nas salas e sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados. Observe que o assunto, direitos do advogado, sempre aparece na prova da OAB, portanto, o artigo 7º deve ser estudado em sua integralidade. Resposta: “c”. 10) A resposta encontra-se no art. 22, § 3º do Estatuto da Advocacia e da OAB, vejamos: Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. § 3º. Salvo estipulação em contrário, 1/3 (um terço) dos honorários é devido no início do serviço, outroterço até a decisão de primeira instância e o restante ao final. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR Vale a pena realizar a leitura atenta desse artigo. Resposta: “d”. FILOSOFIA JURÍDICA 11) Segundo a escola da teoria pura do direito, criada por Kelsen, basicamente consiste em vislumbrar a lei como um marco de possibilidades, ou seja, uma moldura na qual cabem sempre ao menos duas soluções interpretativas. Para ele, a escolha por uma das opções seria uma preocupação de política jurídica, não da ciência do direito. Resposta: “c”. 12) Conforme ensina Miguel Reale, jusfilósofo, artífice da Teoria Tridimensional do Direito: "Por força do princípio de complementaridade, opera-se um raciocínio dialético, também denominado 'dialética de implicação e polaridade', segundo o qual os elementos em contraste não se fundem, mas, ao contrário, se correlacionam, mantendo-se distintos”. Ou seja, existe uma aparente contradição, embora oposto, esses termos se correlacionam. Resposta: “b”. DIREITO CONSTITUCIONAL 13) O entendimento do STF é que não pode haver controle de constitucionalidade de normas constitucionais originárias. Portanto, não seria possível falar em normas constitucionais originárias inconstitucionais. Sendo assim, a alternativa A está incorreta. Vale lembrar que não há hierarquia entre normas constitucionais, pelo menos, esse é o entendimento de boa parcela da doutrina. O poder constituinte originário é um poder ilimitado e não sofre controle, ao contrário do poder constituinte derivado, que deve obedecer limites e está sujeito a controle de constitucionalidade. Vale lembrar que o poder constituinte reformador manifesta-se por meio de emendas constitucionais e altera o conteúdo escrito da constituição, pois, é um poder derivado, limitado, condicionado por limitações explícitas e implícitas. As limitações explícitas são de vários tipos: os procedimentais (art. 60, I, II, III e §§ 2°, 3° e 5°); os circunstanciais (art.60, §1°) e os materiais, as chamadas cláusulas pétreas (art. 60, §4°). As implícitas são limitações que impossibilitam a alteração do titular CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR do poder constituinte originário e o titular do poder constituinte derivado reformar, bem como a proibição de se violar as limitações expressas, não tendo sido adotada, no Brasil, portanto, a teoria da dupla revisão, ou seja, uma primeira revisão acabando com a limitação expressa e a segunda reformando aquilo que era proibido. Sendo assim, está incorreta alternativa B e correta a alternativa C. Vale lembrar que os direitos e garantias fundamentais não estão restritos aos art. 5º da Constituição Federal, pois o próprio artigo estabelece em seu § 2º que os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Por fim, o art. 60,§ 4º, da CF/88 estabelece que são cláusulas pétreas: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Incorreta a alternativa D. Resposta: “c”. 14) O neoconstitucionalismo está relacionado a um movimento pós-positivista, onde existe uma conexão entre direito e moral, ou, podemos dizer: direito e justiça. Ademais, a fundamentação constitucional é essencial. Portanto, está centrado na força normativa da constituição, que se expande para todas as áreas do direito, funcionamento como um "filtro", como descreve a questão. Podemos por exemplo citar a grande influência que o Direito Constitucional exerce no Direito Civil. No neoconstitucionalismo há uma valorização dos princípios e reconhecimento da sua natureza normativo-jurídica. A ponderação como técnica decisória é usada para alcançar a melhor decisão para os casos concretos, garantindo a racionalidade das decisões judiciais e suscitando o consenso acerca delas. A busca pela racionalidade das decisões pode ser identificada com a razão prática, já que as técnicas objetivas da ponderação devem gerar as soluções mais adequadas, necessárias e proporcionais em sentido estrito. Resposta: “a”. 15) Conforme dispõe o art. 97, da CF/88, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Logo, quando uma turma, câmara ou seção recebe processo em que existe questionamento incidental de constitucionalidade, suscita-se uma questão de ordem e a análise é remetida ao pleno ou órgão especial do tribunal. Entretanto, em razão do CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR princípio da economia processual, da segurança jurídica e na busca da desejada racionalização orgânica da instituição judiciária brasileira, vem-se percebendo a inclinação para a dispensa do procedimento do artigo 97 da CF toda vez que já haja decisão do órgão especial ou pleno do tribunal, ou do STF, que é o guardião da Constituição sobre a matéria. Sendo assim, correta a alternativa C, com base nesse entendimento. As demais alternativas estão incorretas, já que quando não há decisão anterior, não cabe ao órgão fracionado decidir sobre a constitucionalidade incidental. Reposta “c”. 16) A resposta encontra respaldo no art. 22, I, da CF/88, pois compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. Sendo assim, a lei estadual é inconstitucional, pois afrontou a competência privativa da União de legislar sobre Direito Processual Penal. Vale lembrar que se houvesse autorização da União, através de lei complementar, para que o Estado legislasse, não seria a referida lei considerada inconstitucional. É o que dispõe o parágrafo único do artigo 22 da Constituição Federal. Resposta: “b”. 17) A resposta se encontra no art. 51, I, da CF/88, que estabelece que compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado. Logo, podemos concluir, que no caso descrito pela questão, o processo deverá ser arquivado, tendo em vista o fato de a decisão da Câmara dos Deputados não ter contado com a manifestação favorável de dois terços dos seus membros. Resposta: “c” 18) Inicialmente, devemos lembrar que a separação dos poderes públicos não é rígida e não se pode falar em uma divisão absolutamente restrita de funções. Portanto, a Constituição Federal atribui competências típicas e atípicas a cada um dos poderes. Por exemplo, o Poder Legislativo tem a função típica de legislar e fiscalizar as contas do Executivo.Porém possui funções atípicas de natureza executiva ao dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias, licenças a servidores. Ademais, atua julgando nos crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República. A função típica do Executivo é realizar atos administrativos, de chefia de Estado e governo. Entretanto, de forma atípica, atua como legislandor com medidas provisórias e julga CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR processos administrativos. O Judiciário tem função jurisdicional, mas também atua como legislador ao elaborar os regimentos internos de seus tribunais e como executivo ao administrar seus servidores. Resposta: “d”. 19) Podemos, para responder essa questão, dar a palavra ao professor Lenza. "As CPIs terão poderes de investigação, próprios das autoridades judiciais, alem de outros previstos nos regimentos internos das Casas. [..] Consoante já decidiu o STF, a CPI pode, por autoridade própria, ou seja, sem a necessidade de qualquer intervenção judicial, sempre por decisão fundamentada e motivada, observadas toas as formalidades legais, determinar: quebra de sigilo fiscal, quebra de sigilo bancário, quebra de sigilo de dados. [...] Muito embora o constituinte originário tenha conferido poderes à CPU, restritos à investigação, referidos poderes não são absolutos, devendo sempre ser respeitado o postulado da reserva constitucional de jurisdição. [...] Isso significa que a CPI não poderá praticar determinados atos de jurisdição atribuídos exclusivamente ao Poder Judiciário, vale dizer, atos propriamente jurisdicionais reservados à primeira e última palavra dos magistrados, não podendo a CPI neles adentrar, destacando-se a impossibilidade de: diligência domiciliar, quebra de sigilo das comunicações telefônicas; ordem de prisão, salvo no caso de flagrante delito." Resposta: “c”. DIREITOS HUMANOS 20) A questão foi anulada por erro material da banca, pois o correto seria falar em Corte Interamericana de Direitos Humanas. Vamos analisar a questão agora. A Comissão tem competência para examinar comunicações encaminhadas por indivíduo, grupo de indivíduos ou organizações não governamentais, que contenham denúncia de violação a direito consagrado na Convenção, cometida por algum Estado-parte. Isto porque os Estados, ao se tornarem parte da Convenção, aceitam automática e obrigatoriamente a competência da Comissão para apreciar denúncias contra eles. Sendo assim, a comunicação individual é obrigatória e a comunicação interestatal é facultativa no sistema interamericano, ao passo que no sistema europeu ocorre o oposto. Em relação ao procedimento da petição perante a Comissão, verificam-se quatro fases: (a) fase da admissibilidade; (b) fase da conciliação; (c) fase do primeiro Informe; e (d) fase do segundo Informe ou a propositura de uma ação de responsabilidade internacional perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ou seja, existe a opção de ingressar com a ação ou realizar o segundo informe. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR Resposta: “d”. 21) Inicialmente vale lembrar que o antigo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) foi transformado pela lei 12.986/14 em Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), no intuito de torná-lo mais participativo e forte institucionalmente. O atual Conselho é vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que estabelece como objetivos principais do Conselho: a defesa dos direitos humanos, por meio de ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras das condutas e situações de ameaça ou violação desses direitos. Dessa forma, o CNDH contará com membros da sociedade civil (provenientes da OAB, do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, entre outros) e do Poder Público. Resposta: “d”. 22) Podemos considerar a letra A correta em razão do disposto no art. 6º, da Lei 9474/97. Entretanto, na prática, também é assegurado o direito ao Cadastro de Pessoa Física (CPF). Devemos lembrar que o refugiado não pode deixar o país quando for de sua vontade, porque necessita prévia autorização do Governo brasileiro, caso contrário, poderá perder a condição de refugiado, conforme dispõe o art. 39, IV, da Lei 9474/97. Sendo assim podemos considerar a letra B incorreta. Devemos lembrar que o art. 5º, da Lei 9474/97, afirma que o refugiado gozará de direitos e estará sujeito aos deveres impostos aos estrangeiros no Brasil. Portanto, não podemos concordar com a afirmação que a letra C, tendo em vista que os direitos são os estabelecidos no artigo 5 da lei acima mencionada. Vejamos o que dispõe a lei: “Art. 5º O refugiado gozará de direitos e estará sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil, ao disposto nesta Lei, na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 e no Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967, cabendo-lhe a obrigação de acatar as leis, regulamentos e providências destinados à manutenção da ordem pública. “ Por fim, a letra D está incorreta, pois o refugiado não tem direito a possuir título de eleitor. Resposta: “a”. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR DIREITO INTERNACIONAL 23) A resposta desta pergunta encontra respaldo no texto constitucional que assim dispõe: Art. 12. São brasileiros: c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007). Vejam que a Constituição Federal não fala em brasileiro nato para registro na repartição brasileira, apenas fala sobre brasileiro. Logo, pode ser naturalizado. O Brasil adota o critério do Jus soli mitigado por critérios do jus sanguinis, chegando a doutrina a afirmar que o país adota um sistema misto ou híbrido. Pelo sistema do jus sanguinis, a nacionalidade originária obtém-se de acordo com a dos pais, à época do nascimento. Trata-se de nacionalidade obtida de acordo com a filiação. Poderá ser fixar também a nacionalidade pelo critério do jus soli, ou seja, pelo local do nascimento. As regras estão todas estabelecidas no artigo 12 da Constituição Federal. Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venhama residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Resposta: “d”. 24) As obrigações resultantes do contrato será regida pela lei do país que se constituírem. É o que dispõe o Artigo 9 da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro. Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. A letra C está errada porque na verdade o que vai ser obrigatoriamente no Brasil é o foro para dirimir litígios conforme dispõe o caput do artigo 12 da LINDB. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. Resposta: “b”. DIREITO TRIBUTÁRIO 25) Para a análise da questão devemos conhecer o Artigo 151 do Código Tributário Nacional, que dispõe o seguinte: Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I- moratória; II- o depósito do seu montante integral; III- as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV- a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V- a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) VI- o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR No caso da questão a impugnação do auto de infração está enquadrada no inciso III, suspendendo a exigibilidade do crédito Tributário possibilitando a emissão da Certidão Positiva de Débito com efeito de Negativa. Vejam que a letra A está incorreta, pois a modalidade de exclusão do crédito tributário é a isenção e a anistia. Para terminar de responder a questão o candidato deve conhecer os artigos 205 e 206 do CTN. Vejamos: Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido. Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição. Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. Resposta: “d”. 26) A questão traz à baila o assunto da desconsideração da personalidade jurídica, que ocorre quando afastamos temporariamente a responsabilidade patrimonial da pessoa jurídica para atingirmos os bens dos sócios. Ora, somente o inadimplemento não enseja responsabilidade solidária do sócio-gerente, há que haver abuso da personalidade jurídica. No caso da questão deveria estar configurado o abuso, que ocorre com o desvio de finalidade ou com a confusão patrimonial. O fundamento legal se encontra no artigo 50 do Código Civil. CC Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Resposta: “d”. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR 27) A questão encontra respaldo legal no artigo 178 do Código Tributário Nacional. Vejamos: Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. Como vimos, na leitura do artigo, a regra é que a Administração Pública tem a faculdade de revogar ou modificar por lei, a qualquer tempo, a isenção concedida. Entretanto, em caso da isenção ser concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, o poder público não poderá exercer a sua faculdade. 28) A questão versa sobre a seguinte pergunta: qual a natureza jurídica das custas judiciais e dos emolumentos cartorários? A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que as custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais possuem natureza de tributo, qualificando-se como taxas remuneratórias de serviços públicos. (STF ADI MC 1378/ES). DIREITO ADMINISTRATIVO 29) O fundamento legal da questão se encontra disciplinado no Artigo 9º da Lei 9.986 de 2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanos das Agências Reguladoras e dá outras providências. Art. 9o - Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato. A questão correta está disposta na letra A, pois o fato de os dirigentes das agências reguladoras ostentarem mandato fixo constitui importante mecanismo de incremento da autonomia administrativa de tais entidades. Afinal, em assim sendo, não pode o chefe do Poder Executivo exonerá-los livremente. O professor Alexandre Mazza ensina: "Essa proteção contra a exoneração imotivada ou ad nutumrepresenta uma estabilidade mais acentuada, permitindo ao dirigente exercer tecnicamente suas funções sem preocupação com influências políticas ou partidárias." (Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014, p. 177). Sendo assim, a letra D pode ser descartada. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR Vale lembrar que as agências reguladoras são autarquias e não órgão, portanto, possui personalidade jurídica própria e não integram a Administração direta, e sim a indireta. Sendo assim, a assertiva B está incorreta. Ademais, só podemos falar em relação de hierárquica noâmbito de uma mesma pessoa jurídica, logo, se a agência é uma pessoa jurídica autônoma, é evidente que não se submete ao poder hierárquico do chefe do Poder Executivo, porquanto este integra outra pessoa jurídica, no caso da questão da prova, um determinado Estado da Federação. Portanto, incorreta a letra C. Resposta: A 30) A questão versa sobre o tema estabilidade. Embora os servidores públicos gozem de estabilidade, eles podem sofrer a penalidade de demissão desde de que passem por um processo regular administrativo disciplinar, assegurada ampla defesa (Lei 8.112/90, artigos 127, III, art. 132 e 148 e seguintes). Vale lembrar que os servidores públicos não gozam de vitaliciedade, como é o caso, por exemplo, dos juízes de direito, mas sim de estabilidade (art. 41, caput, CF/88). Ademais, este mesmo dispositivo constitucional elenca outras hipóteses, além da sentença judicial transitada em julgado, em que os servidores estáveis podem perder seus cargos. Resposta: “c” 31) Para começar a resolver a questão devemos mencionar que antes dos entes da federação desapropriar um terreno por motivo de construção de vias públicas, o terreno deve ser declarado de utilidade pública conforme dispõe o Decreto-lei 3.365/41 em seu artigo 5 alínea “i”. Art. 5 - Consideram-se casos de utilidade pública: i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999) . E, no que se refere à desapropriação de terrenos contíguos, necessários ao prosseguimento e/ou CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR desenvolvimento das obras, também há expressa base legal para a expropriação de tais áreas, como se extrai do art. 4º, caput, do Decreto-lei 3.365/41: Art. 4o A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda. De tal forma, pode-se concluir que ambos os decretos expropriatórios expedidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo seriam legítimos. Resposta: “c” 32) O STF firmou o entendimento pela legitimidade da alteração do edital, entretanto, em hipóteses bastante restritas. O edital só pode ser modificado para fins de adequação a lei superveniente que imponha novas condições a serem observadas para o respectivo cargo público. Além disso, o Supremo firmou entendimento que a publicação do edital e no curso do certame, só se admite a alteração das regras do concurso se houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira. Portanto, a alteração promovida no edital, durante o hipotético concurso público versado nessa questão, não seria válida, pois fere os princípios da impessoalidade e da vinculação ao instrumento convocatório. Resposta: “a”. 33) Devemos lembrar que não existe obstáculo para que uma empresa pública, em ordem, desenvolva uma dada atividade econômica, como expressamente autoriza o art. 173, caput e §1º, CF/88: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. §1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR prestação de serviços, dispondo sobre:(...)" Portanto, a assertiva A está incorreta. Devemos lembrar que a criação de empresas públicas está regulada no art. 37, XIX, CF/88, que se limita a exigir autorização em lei específica, mas não em lei complementar. Logo a assertiva B também está incorreta. Ademais, tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista podem desenvolver atividades econômicas ou podem prestar serviços públicos, a depender de simples opção administrativa e legislativa, esse assunto está disciplinado no art. 173, caput e §1º c/c art. 175, CF/88. Portanto, a assertiva C está incorreta. Por fim, devemos lembrar que a submissão ao regime trabalhista próprio das empresas privadas é uma imposição constitucional (art. 173, §1º, II, CF/88) e a necessidade de realizar prévio concurso público para recrutamento de pessoal, pode ser explicado pelo fato de que toda a Administração Pública, seja a direta, seja a indireta (no que se incluem as empresas públicas), submete-se às normas do art. 37, CF/88, inclusive ao disposto em seu inciso II, que consagra o princípio do concurso público. Resposta: “d”. 34) Devemos lembrar que é perfeitamente possível que um ato discricionário seja objeto de controle jurisdicional, bastando, para tanto, que viole ou ameace direitos, em observância ao princípio do amplo acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, CF/88). O poder judiciário não pode, em regra, adentrar no mérito administrativo. Entretanto existem momentos que o ato discricionário viola princípios. Nesses casos o poder judiciário pode e deve atuar. Portanto, a letra A está incorreta. No caso da questão ora comentada, em se tratando de ato que revogou outro ato administrativo, a fundamentação seria imprescindível, mormente porque limitou e afetou direitos de terceiros, o que encontra expressa base no art. 50, I e VIII, Lei 9.784/99. Vejamos: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; (...) VIII - importem CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo." A ausência de motivação, na espécie, ocasionou a nulidade do ato, de sorte que o Poder Judiciário poderia, sim, ser acionado (por exemplo, via mandado de segurança) para pronunciar tal invalidade. Sendo assim, a letra B está correta. Vale lembrar que autorização de uso de bem público é ato discricionário e não vinculado. Logo a letra C está errada. Por fim, fica claro que sendo um ato discricionário, mesmo após a autorização ser concedida, não há mudança na natureza do ato, que persiste discricionário. Portanto, passível de revogação a qualquer tempo, à luz de critérios de conveniência e oportunidade. O que torna a letra D incorreta. Resposta: “b” DIREITO AMBIENTAL 35) A questão pode ser respondida facilmente com o texto constitucional quedispõe sobre a competência comum. Vejamos: CF.88 Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; Resposta: “ a”. 36) O respaldo legal dessa questão encontra-se no artigo 22, §7º da lei 9985/200. Leiamos: Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.(Regulamento) § 1o (VETADO) § 2o A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento. § 3o No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas. § 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que trata o § 2o deste artigo. § 5o As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo. § 6o A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo. § 7 o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica. Resposta “d”. DIREITO CIVIL 37) O respaldo legal para resolver a questão encontra-se no artigo 1410, I do Código Civil: Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; O usufruto é vitalício, pois com a morte do usufrutuário, automaticamente extingue-se o usufruto. Ademais, deve-se lembrar que a legislação veda o usufruto sucessivo. Mas o que é o usufrutuário sucessivo? O usufruto sucessivo ocorre quando há nomeação de substituto para a hipótese de falecimento do usufrutuário. Porém, o usufruto não se transmite por herança. Assim, falecendo Otávia, usufrutuária, extingue-se o usufruto, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR Resposta: “c”. 38) A obrigação da questão é uma obrigação alternativa. As obrigações alternativas são pagas com a prestação de apenas uma das alternativas. Na questão foi facultado ao devedor o pagamento do montante no termo avençado ou a entrega do único cavalo da raça manga larga marchador, conforme escolha a ser feita pelo devedor. Para resolução do problema encontramos o respaldo legal no artigo 252 do Código Civil. Artigo 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Vale lembrar que não há que se falar em obrigação solidária, pois a solidariedade decorre da lei ou da vontade das partes. Na obrigação solidária há pluralidade de credores e/ou devedores. Além disso, não podemos falar em prestação infungível, pois nesse tipos de prestação não se pode haver substituição de uma coisa por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade e, além disso, a prestação é única e individual. O cavalo manga larga marchador é infungível, uma vez que não pode ser substituído, porém, o dinheiro é fungível, pois pode ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade. A letra C também está incorreta segundo o artigo 253 do Código Civil. Vejamos. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. Nas obrigações alternativas, em razão da essencial pluralidade de objetos, a perda ou impossibilidade de um não afetará a relação obrigacional, subsistindo esta quanto ao outro. Se forem dois objetos, a obrigação se tornará comum, em relação ao outro, não se podendo falar em possibilidade de substituição do objeto perdido. Assim, se o animal morrer antes da escolha da obrigação alternativa, que se chama pela doutrina de Concentração, subsistirá a obrigação de pagar o montante no termo avençado. Além disso devemos lembrar o que dispõe o artigo 252 do Código Civil: CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Nas obrigações alternativas, se outra coisa não se estipulou, a escolha cabe ao devedor. Para que a escolha da prestação a ser cumprida nas obrigações alternativas caiba ao credor, é necessária prévia estipulação. Resposta: “A” 39) A questão trata sobre cláusula de retrovenda. A cláusula de retrovenda consiste no direito que o vendedor tem de readquirir o imóvel que vendeu, no prazo decadencial de três anos, restituindo ao comprador o preço recebido e reembolsando as despesas, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com autorização escrita (do vendedor), ou para a realização de benfeitorias necessárias. Vejamos o que dispõe o Código Civil sobre o assunto: Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Vale lembrar que a retrovenda só pode ser realizada em relação a imóveis e se consubstancia em um compromisso de se revender o bem ao proprietário anterior, se este assim o quiser, em um período máximo de três anos após a transmissão. Ademais, cláusula de preferência não se confunde com cláusula de retrovenda. A cláusula de preferência se encontra no art. 513 do Código Civil: Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTODA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. A cláusula de preferência impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que o comprador venderá dentro do prazo de até cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou de até dois anos, se a coisa for imóvel. A cláusula de retrovenda é um pacto incluído na compra e venda e que se consubstancia em revender o bem ao proprietário anterior, se este assim o quiser. Dessa forma, a disposição incluída no contrato é uma cláusula de retrovenda, e não de preferência. Devendo ser exercida no prazo decadencial máximo de três anos. Resposta: “d”. 40) Mais uma questão sobre direito de sucessões. Normalmente a OAB costuma reservar uma questão para esse tema. Para responde-lâ devemos começar com a análise de alguns dispositivos legais. Primeiramente, o código dispõe o quem são herdeiros necessários Código Civil: Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Logo após ele informa qual a parte que pertence aos herdeiros necessários, ou seja, a legítima, que equivale a metade dos bens. Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima. Sendo assim, em virtude de ter descendentes, Ester não pode dispor de seus bens por testamento. É verdade que toda pessoa pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. Entretanto, Ester pode dispor de seus bens por testamento, mas como há descendentes (herdeiros necessários) ela só poderá dispor da metade da herança. Resposta: “d”. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR 41) O Código Civil regulamenta o direito de superfície: Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência. Dessa forma, é nula a cláusula que prevê que, em caso de alienação do direito de superfície por Francisco, Mateus terá direito a receber quantia equivalente a 3% do valor da transação. Mateus não terá direito a receber o pagamento de quantia em caso de alienação do direito de superfície. Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Vale lembrar que não existe norma legal impedindo que se estabeleça uma cláusula que venha obrigar a Francisco construir um edifício no terreno. Resposta:”c”. CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR 42) Vejamos o que diz o Código Civil sobre o assunto. Código Civil: Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. Logo, não pode o credor pedir conjuntamente o valor da multa (cláusula penal) e o cumprimento da obrigação. Ou se exige o cumprimento da obrigação principal ou se executa a cláusula penal. Portanto, diante da recusa de José Antonio a cumprir o contrato, a sociedade poderá persistir na exigência do cumprimento obrigacional, ou, alternativamente, satisfazer-se com a pena convencional. Ademais, assim dispõe o Código Civil: Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. Se não foi convencionado previamente cobrar valor superior ao montante fixado na cláusula oitava, não poderá a sociedade pleitear o pagamento de indenização superior ao já fixado. A cláusula penal serve como indenização. Vale lembrar a lição dos artigos 409 e 411 do Código Civil: Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Existem duas espécies de cláusula penal. A moratória e a compensatória. A cláusula penal compensatória refere-se ao inadimplemento total da obrigação e serve de alternativa ao credor, que, desejando poderá recebê-la como satisfação dos prejuízos pelo não cumprimento. A cláusula penal moratória é somada à obrigação principal, pois não tem como objetivo ressarcir os prejuízos do atraso, mas sim, evitar que ele ocorra. Poderá existir no mesmo contrato cláusula penal compensatória e moratória. No caso da questão a cláusula oitava é classificada como cláusula penal compensatória, e a sociedade pode exigir ou o cumprimento da obrigação principal ou a cláusula penal. Por fim, vale lembrar a lição do artigo 416 do Código Civil: Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Ou seja, a simples infração de cláusula penal, pelo inadimplemento total ou atraso são as causas da aplicação da cláusula penal, logo, há uma presunção do prejuízo, não sendo necessário qualquer prova nesse sentido. Resposta: “a”. 43) Para responder essa questão, basta o conhecimento dos artigos 1697 e 1698 do Código Civil: Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais. Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. Resposta: “b”. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 44) Para responder a questão basta o conhecimento dos artigos abaixo: Estatuto da Criança e do Adolescente: Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semi-liberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições. Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada. Resposta: “c” 45) A questão exige do candidato o conhecimento do artigo 18-B do Estatuto da Criança e do Adolescente que sofreu recente alteração no ano de 2014. Ademais, exige o conhecimento da competência do Conselheiro tutelar. Vejamos: Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) V – advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Resposta: “c”. DIREITO DO CONSUMIDOR 46) Vejamos o que nos informa o CDC: Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação. Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. A responsabilidade pelo fato do produto e do serviço é o mesmo que acidente de consumo. Haverá fato do produto ou do serviço sempre que o defeito, além de atingir a incolumidade econômica do consumidor, atinge sua incolumidade física ou psíquica. Nesse caso, haverá danos à saúde física ou psicológica do consumidor. Em outras palavras, o defeito exorbita a esfera do bem de consumo, passando a atingir o consumidor, que poderá ser o próprio adquirente do bem - consumidor padrão ou stander – art 2º do CDC - ou terceiros atingidos pelo acidente de consumo, que, para os fins de proteção do CDC são equiparados àquele - consumidores por equiparação bystander – artigo 17 do CDC. Exemplos de fato do produto: aqueles famosos casos dos telefones celulares cujas baterias explodiam, causando queimaduras no consumidor; o automóvel cujos freios não funcionam, ocasionando um acidente e ferindo o consumidor; um ventilador cuja hélice se solta, ferindo o consumidor; um refrigerante contaminado por larvas ou um alimento estragado que venha a causar intoxicação etc. Resposta: “b”. 47) A questão trata de uma relação de consumo, portanto deve ser regida pelo Código de Defesa do Consumidor. Portanto, a resposta encontra seu respaldo legal no artigo 3º do CDC. Art. 3° - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, CADERNO DE QUESTÕES COMENTADAS EXAME OAB XVII - PROVA TIPO 1 - BRANCA – ÉTICA, FILOSOFIA JURÍDICA, DIREITO CONSTITUCIONAL, DIREITOS HUMANOS, DIREITO INTERNACIONAL, DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ADMINISTRATIVO , DIREITO AMBIENTAL , DIREITO CIVIL, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DIREITO DO CONSUMIDOR inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Resposta: “d”. SUA PROVA TEMPO NÃO SERÁ PERMITIDO INFORMAÇÕES GERAIS Além deste caderno de prova do �po 1, contendo oitenta questões e um ques�onário de percepção sobre a prova com dez questões obje�vas, você receberá do fiscal de sala: Ÿ uma folha des�nada às respostas das questões obje�vas formuladas na prova de �po 1 Ÿ 5 horas é o tempo disponível para a realização da prova, já incluindo o tempo para a marcação da folha de respostas da prova obje�va. Ÿ 2 horas após o início da prova é possível re�rar-se da sala, sem levar o caderno de prova. Ÿ 1 hora antes do término do período de prova é possível re�rar-se da sala levandoo caderno de prova. Ÿ Qualquer tipo de comunicação entre os examinandos. Ÿ Levantar da cadeira sem a devida autorização do fiscal de sala. Ÿ Portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe, telefone celular, walkman, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, máquina fotográfica, controle de alarme de carro etc., bem como relógio de qualquer espécie, protetor auricular, óculos escuros ou quaisquer acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira, borracha e/ou corretivo de qualquer espécie. Ÿ Usar o sanitário ao término da prova, após deixar a sala. Ÿ Verifique se o número deste caderno de provas coincide com o registrado no rodapé de cada página. Caso contrário, notifique imediatamente o fiscal da sala, para que sejam tomadas as devidas providências. Ÿ Confira seus dados pessoais, especialmente nome, número de inscrição e documento de identidade e leia atentamente as instruções para preencher a folha de respostas. Ÿ Assine seu nome, no espaço reservado, com caneta esferográfica transparente de cor azul ou preta. Ÿ Marque na folha de respostas o campo relativo à confirmação do tipo/cor de prova, conforme o caderno recebido. Ÿ Não será permitida a troca da folha de respostas por erro do examinando. Ÿ Reserve tempo suficiente para o preenchimento de sua folha respostas. Para fins de avaliação, serão levadas em consideração apenas as marcações realizadas na folha de respostas. Ÿ A FGV coletará as impressões digitais dos examinandos na folha de respostas . Ÿ Quando terminar sua prova, você deverá, OBRIGATORIAMENTE, entregar a folha de respostas devidamente preenchida e assinada ao fiscal da sala. Aquele que descumprir esta regra será ELIMINADO. Ÿ Os 3 (três) últimos examinandos de cada sala só poderão sair juntos, após entregarem ao fiscal de aplicação os documentos que serão utilizados na correção das provas. Esses examinandos poderão acompanhar, caso queiram, o procedimento de conferência da documentação da sala de aplicação, que será realizada pelo Coordenador da unidade, na Coordenação do local de provas. Caso algum desses examinandos insista em sair do local de aplicação antes de autorizado pelo fiscal de aplicação, deverá assinar termo desistindo do Exame e, caso se negue, será lavrado Termo de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) outros examinandos, pelo fiscal de aplicação da sala e pelo Coordenador da unidade de provas. Ordem dos Advogados do Brasil XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Tipo 1 - BRANCA ‘‘Qualquer semelhança nominal e/ ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência’’ 2 XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA Questão 1 Leôncio é estagiário de escritório especializado na área cível e testemunha o descumprimento de norma legal por funcionário público, imediatamente comunicando a situação ao seu advogado supervisor. Ambos dirigem-se ao órgão diretor administrativo competente e reclamam pelo descumprimento de lei, o que foi reduzido a termo. A referida reclamação veio a ser sumariamente arquivada por não ter sido feita na forma escrita. Nos termos do Estatuto da Advocacia, reclamações por descumprimento de lei A) devem ser necessariamente escritas. B) devem ser formuladas pela OAB, exclusivamente. C) podem ser verbais. D) são de atribuição privativa de Conselheiro da OAB. Questão 2 Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, para sua admissão em registro, em não se tratando de empresas de pequeno porte e de microempresas, consoante o Estatuto da Advocacia, devem A) apresentar os dados do contador responsável. B) permitir a participação de outros profissionais liberais. C) conter o visto do advogado. D) indicar o advogado que representará a sociedade. Questão 3 Patrícia foi aprovada em concurso público e tomou posse como Procuradora do Município em que reside. Como não pretendia mais exercer a advocacia privada, mas apenas atuar como Procuradora do Município, pediu o cancelamento de sua inscrição na OAB. A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) Patrícia não agiu corretamente, pois os advogados públicos estão obrigados à inscrição na OAB para o exercício de suas atividades. B) Patrícia não agiu corretamente, pois deveria ter requerido apenas o licenciamento do exercício da advocacia e não o cancelamento de sua inscrição. C) Patrícia poderia ter pedido o licenciamento do exercício da advocacia, mas nada a impede de pedir o cancelamento de sua inscrição, caso não deseje mais exercer a advocacia privada. D) Patrícia agiu corretamente, pois, uma vez que os advogados públicos não podem exercer a advocacia privada, estão obrigados a requerer o cancelamento de suas inscrições. Questão 4 A advogada Maria foi presa em flagrante por furto cometido no interior de uma loja de departamentos. Na Delegacia, teve a assistência de advogado por ela constituído. O auto de prisão foi lavrado sem a presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, fato que levou o advogado de Maria a arguir sua nulidade. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) O auto de prisão em flagrante não é nulo, pois só é obrigatória a presença de representante da OAB quando a prisão decorre de motivo ligado ao exercício da advocacia. B) O auto de prisão em flagrante não é nulo, pois a presença de representante da OAB é facultativa em qualquer caso, podendo sempre ser suprida pela presença de advogado indicado pelo preso. C) O auto de prisão em flagrante é nulo, pois advogados não podem ser presos por crimes afiançáveis. D) O auto de prisão em flagrante é nulo, pois a presença de representante da OAB em caso de prisão em flagrante de advogado é sempre obrigatória. Questão 5 O advogado Márcio, sócio de determinado escritório de advocacia, contratou novos advogados para a sociedade e substabeleceu, com reserva em favor dos novos contratados, os poderes que lhe haviam sido outorgados por diversos clientes. O mandato possuía poderes para substabelecer. Um dos clientes do escritório, quando percebeu que havia novos advogados trabalhando na causa, os quais não eram por ele conhecidos, não apenas resolveu contratar outro escritório para atuar em sua demanda como ofereceu representação disciplinar contra Márcio, afirmando que o advogado não agira com lealdade e honestidade. A esse respeito, assinale a afirmativa correta. A) A representação oferecida não deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois apenas o substabelecimento do mandato sem reserva de poderes deve ser comunicado previamente ao cliente. B) A representação oferecida não deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois o substabelecimento do mandato, com ou sem reserva de poderes, é ato pessoal do advogado da causa. C) A representação oferecida deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois o substabelecimento do mandato, com ou sem reserva de poderes, deve ser comunicado previamente ao cliente. D) A representação oferecida deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois o advogado deve avisar previamente ao cliente acerca de todas as petições que apresentará nos autos do processo, inclusive sobre as de juntada de substabelecimentos. 3 XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA Questão 6 Deise é uma próspera advogada e passou a buscar novos desafios, sendo eleita Deputada Estadual. Por força de suas raras habilidades políticas, foi eleita integrante da Mesa Diretora da Assembleia Legislativado Estado Z. Ao ocupar esse honroso cargo procurou conciliar sua atividade parlamentar com o exercício da advocacia, sendo seu escritório agora administrado pela filha. Nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta. A) A atividade parlamentar de Deise é incompatível com o exercício da advocacia. B) A participação de Deise na Mesa Diretora a torna incompatível com o exercício da advocacia. C) A função de Deise como integrante da Mesa Diretora do Parlamento Estadual é conciliável com o exercício da advocacia. D) A atividade parlamentar de Deise na Mesa Diretora pode ser conciliada com o exercício da advocacia em prol dos necessitados. Questão 7 O advogado F recebe do seu cliente WW determinada soma em dinheiro para aplicação em instrumentos necessários à exploração de jogo não autorizado por lei. Nos termos do Estatuto da Advocacia, a infração disciplinar A) decorre somente se o advogado exige o valor para aplicação ilícita. B) surge diante do recebimento para aplicação ilícita. C) inocorre, pois se trata de mero ilícito moral. D) é descaracterizada por ausência de previsão legal. Questão 8 O advogado Nelson, após estabelecer seu escritório em local estratégico nas proximidades dos prédios que abrigam os órgãos judiciários representantes de todas as esferas da Justiça, resolve publicar anúncio em que, além dos seus títulos acadêmicos, expõe a sua vasta experiência profissional, indicando os vários cargos governamentais ocupados, inclusive o de Ministro de prestigiada área social. Nos termos do Código de Ética da Advocacia, assinale a afirmativa correta. A) O anúncio está adequado aos termos do Código, pois indica os títulos acadêmicos e a experiência profissional. B) O anúncio está adequado aos termos do Código, por não conter adjetivações ou referências elogiosas ao profissional. C) O anúncio colide com as normas do Código, pois a referência a títulos acadêmicos é vedada por indicar a possibilidade de captação de clientela. D) O anúncio colide com as normas do Código, que proíbem a referência a cargos públicos capazes de gerar captação de clientela. Questão 9 Gisella é advogada recém-aprovada no Exame de Ordem e herda diversas causas de um colega de classe que resolveu trilhar outros caminhos, deixando numerosos processos para acompanhamento nos Juízos de primeiro grau. Ao acompanhar uma sessão de julgamento na Câmara Cível do Tribunal W, tem necessidade de apresentar, antes de iniciar o julgamento, alegações escritas aos integrantes do órgão julgador, que somente foram completadas no dia da sessão. Aguardando o início dos trabalhos, assim que os julgadores se apresentaram para o julgamento, a jovem advogada dirigiu-se a eles no sentido de entregar as alegações escritas, sendo admoestada quanto à sua presença no interior da sala de julgamento, na parte reservada aos magistrados. Nos termos do Estatuto da Advocacia, o ingresso dos advogados nas salas de sessões A) está restrito ao espaço da plateia. B) depende de autorização do Presidente da Câmara. C) é livre inclusive na parte reservada aos magistrados. D) depende de concordância dos julgadores. Questão 10 Laura formou-se em prestigiada Faculdade de Direito, mas sua prática advocatícia foi limitada, o que a impediu de ter experiência maior no trato com os clientes. Realizou seus primeiros processos para amigos e parentes, cobrando módicas quantias referentes a honorários advocatícios. Ao receber a cliente Telma, próspera empresária, e aceitar defender os seus interesses judicialmente, fica em dúvida quanto aos termos de cobrança inicial dos honorários pactuados. Em razão disso, consulta o advogado Luciano, que lhe informa, segundo os termos do Estatuto da Advocacia, que salvo estipulação em contrário, A) metade dos honorários é devida no início do serviço. B) um quinto dos honorários é devido ao início do processo judicial. C) a integralidade dos honorários é devida até a decisão de primeira instância. D) um terço dos honorários é devido no início do serviço. 4 XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA Questão 11 Hans Kelsen, ao abordar o tema da interpretação jurídica no seu livro Teoria Pura do Direito, fala em ato de vontade e ato de conhecimento. Em relação à aplicação do Direito por um órgão jurídico, assinale a afirmativa correta da interpretação. A) Prevalece como ato de conhecimento, pois o Direito é atividade científica e, assim, capaz de prover precisão técnica no âmbito de sua aplicação por agentes competentes. B) Predomina como puro ato de conhecimento, em que o agente escolhe, conforme seu arbítrio, qualquer norma que entenda como válida e capaz de regular o caso concreto. C) A interpretação cognoscitiva combina-se a um ato de vontade em que o órgão aplicador efetua uma escolha entre as possibilidades reveladas por meio da mesma interpretação cognoscitiva. D) A interpretação gramatical prevalece como sendo a única capaz de revelar o conhecimento apropriado da mens legis. Questão 12 “Mister é não olvidar que a compreensão do direito como ‘fato histórico-cultural’ implica o conhecimento de que estamos perante uma realidade essencialmente dialética, isto é, que não é concebível senão como ‘processus’, cujos elementos ou momentos constitutivos são fato, valor e norma (...)” (Miguel Reale, in Teoria Tridimensional do Direito) Assinale a opção que corretamente explica a natureza da dialética de complementaridade que, segundo Miguel Reale, caracteriza a Teoria Tridimensional do Direito. A) A relação entre os polos opostos que são o fato, a norma e o valor, produz uma síntese conclusiva entre tais polos. B) A implicação dos opostos na medida em que se desoculta e se revela a aparência da contradição, sem que, com esse desocultamento, os termos cessem de ser contrários. C) A síntese conclusiva que se estabelece entre diferentes termos, conforme o modelo hegeliano de tese, antítese e síntese. D) A estrutura estática que resulta da lógica de subsunção entre os três termos que constituem a experiência jurídica: fato, norma e valor. Questão 13 Pedro, reconhecido advogado na área do direito público, é contratado para produzir um parecer sobre situação que envolve o pacto federativo entre Estados brasileiros. Ao estudar mais detidamente a questão, conclui que, para atingir seu objetivo, é necessário analisar o alcance das chamadas cláusulas pétreas. Com base na ordem constitucional brasileira vigente, assinale, dentre as opções abaixo, a única que expressa uma premissa correta sobre o tema e que pode ser usada pelo referido advogado no desenvolvimento de seu parecer. A) As cláusulas pétreas podem ser invocadas para sustentar a existência de normas constitucionais superiores em face de normas constitucionais inferiores, o que possibilita a existência de normas constitucionais inconstitucionais. B) Norma introduzida por emenda à constituição se integra plenamente ao texto constitucional, não podendo, portanto, ser submetida a controle de constitucionalidade, ainda que sob alegação de violação à cláusula pétrea. C) Mudanças propostas por constituinte derivado reformador estão sujeitas ao controle de constitucionalidade, sendo que as normas ali propostas não podem afrontar cláusulas pétreas estabelecidas na Constituição da República. D) Os direitos e as garantias individuais considerados como cláusulas pétreas estão localizados exclusivamente nos dispositivos do Art. 5º, de modo que é inconstitucional atribuir essa qualidade (cláusula
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