Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 1 Va m os Começar Valores extremos de uma função principal objetivo dessa aula é apresentar os conceitos para encontrar os valores máximo e mínimo de funções além das técnicas para construção de gráficos. Vamos começar com a definição de máximos e mínimos de funções, intervalos de crescimento e decrescimento, testes das derivadas primeira e segunda e calcularemos as assíntotas do gráfico da função.Apresentaremos também as técnicas de construção de gráficos. Exercícios sobre como calcular extremos de funções e esboço de gráfico de uma função são apresentados. Ao final dessa aula, o estudante deve ser capaz de: • Entender o que são máximos e mínimos relativos de uma função; • Entender o que são máximos e mínimos globais de uma função; • Calcular os intervalos de crescimento e decrescimento de uma função; • Estudar a concavidade de uma função; • Encontrar os valores que maximizam ou minimizam funções; • Esboçar o gráfico de funções. Vimos que a interpretação geométrica da derivada de uma função em um ponto é a inclinação da reta tangente naquele ponto. Usaremos esse fato para determinarmos os valores extremos, intervalos de crescimento e decrescimento de funções, que nos auxiliarão no esboço de gráficos. Definição: Uma função f tem um máximo absoluto (ou máximo global) em um ponto c, se ( ) ( )xfcf ≥ para todo x em D, onde D é o domínio de f. O número ( )cf é chamado valor máximo de f em D. Analogamente, f tem um mínimo absoluto (ou mínimo global) em c, se ( ) ( )xfcf ≤ para todo x em D, e o número ( )cf é denominado valor mínimo de f em D. Os valores máximo e mínimo de f são chamados valores extremos de f. O Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 2 Exemplo Exemplo Observe, no gráfico acima, que a função tem máximo absoluto no ponto d e mínimo absoluto no ponto a. Se nessa função, considerarmos somente o intervalo ( )ca, , veremos que b também será máximo, porém esse valor é chamado máximo relativo. Se considerarmos o intervalo ( )fd , , o ponto e será chamado mínimo relativo. Definição: Uma função f terá um valor máximo relativo (ou máximo local) em c se existir um intervalo aberto contendo c, no qual ( )xf esteja definida, tal que ( ) ( )xfcf ≥ para todo x nesse intervalo. Analogamente, f terá um valor mínimo relativo (ou mínimo local), se existir um intervalo aberto contendo c, no qual ( ) ( )xfcf ≤ para todo x nesse intervalo. A função ( ) xxf cos= assume seu valor máximo (local e absoluto) em 1, um número infinito de vezes, uma vez que ( ) 12cos =πn para todo n e 1cos1 ≤≤− x para todo x. Da mesma forma, ( )[ ] 112cos −=+ πn é seu valor mínimo, onde n é qualquer inteiro. Se ( ) 2xxf = , temos que ( ) ( )0fxf ≥ , pois 02 ≥x para todo x. Logo, 0 é ponto de mínimo local e global. ( )xf não assume valor máximo. y x f e d c b 0 a Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 3 Exemplo Proposição: Suponhamos que ( )xf existe para todos os valores de ( )bax ,∈ e que f tem um extremo relativo em c, onde bca << . Se ( )cf ' existe, então ( ) 0' =cf . Observe os gráficos abaixo: Note que a proposição acima nos dá uma condição necessária, mas não suficiente para que c seja um extremo relativo, isto é, se ( ) 0' =cf , a função pode ou não ter um extremo no ponto c. Da mesma forma, o gráfico (b) mostra que quando ( )cf ' não existe, f pode ter extremo relativo. Definição: Se c for um número do domínio da função f e se ( ) 0' =cf ou ( )cf ' não existe, então c será chamado número crítico de f. Portanto, uma condição necessária para a existência de um extremo relativo em um ponto c é que c seja um ponto crítico. Ache os pontos críticos da função f definida por ( ) xxxf cossen = . Solução: Temos que xxx cossen 22sen ⋅= . Logo, podemos escrever a função dada como: ( ) xxf 2sen 2 1 = Dessa forma, tem-se: y y x x c (a) (b) Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 4 Exemplo ( ) xxf 2cos' = Desde que ( )xf ' exista para todo x, os pontos críticos serão aqueles tais que 02cos =x . Isso acontece quando π π kx += 2 2 , onde ℜ∈k . Logo, os pontos críticos da função dada serão ππ k 2 1 4 1 + , ℜ∈k . Teorema do Valor Extremo: Se a função f for contínua no intervalo fechado [ ]ba, , então f terá um valor máximo absoluto e um valor mínimo absoluto em [ ]ba, . Esses valores podem ser determinados da seguinte forma: 1. Ache os valores da função nos pontos críticos de f em ( )ba, . 2. Ache os valores de ( )af e ( )bf . 3. O maior dentre os valores das etapas 1 e 2 será o valor máximo absoluto e o menor será o valor mínimo absoluto. Ache os extremos absolutos de f em − 2 1 ,2 se ( ) 123 +−+= xxxxf . Solução: Como f é contínua em todo seu domínio, por ser uma função polinomial, temos que f é contínua em − 2 1 ,2 . Logo, o teorema do valor extremo pode ser aplicado. Assim, ( ) 123' 2 −+= xxxf Como ( )xf ' existe para todo ℜ∈x , temos que os pontos críticos serão aqueles x tais que ( ) 0' =xf . Dessa forma, ( )( ) 0113 0123 2 =+− =−+ xx xx Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 5 Temos, então que os pontos críticos são: 3 1 =x e 1−=x Assim, aplicando a função f nos extremos do intervalo e nos pontos críticos encontrados, temos: x 2− 1− 3 1 2 1 ( )xf 1− 2 27 22 8 7 O valor máximo absoluto de f em − 2 1 ,2 é, portanto, ( ) 2=xf , o que ocorre em 1−=x e o valor mínimo absoluto de f em − 2 1 ,2 é ( ) 1−=xf , que ocorre em 2−=x . Teorema de Rolle: Seja f uma função, tal que: i. Seja contínua no intervalo fechado [ ]ba, ii. Seja derivável no intervalo aberto ( )ba, iii. ( ) 0=af e ( ) 0=bf Então, existe um número c no intervalo aberto ( )ba, , tal que ( ) 0' =cf . y x b c a P Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 6 Exemplo Exemplo Mostre que a equação 0133 =++ xx tem exatamente uma única solução real. Solução: Seja ( ) 133 ++= xxxf . Então a derivada ( ) 33' 2 += xxf nunca é igual a zero, pois é sempre positiva. Agora, se houvesse exatamente dois pontos ax = e bx = , onde ( )xf fosse igual a zero, o teorema de Rolle garantiria a existência de um ponto cx = entre eles onde 'f seria igual a zero. Portanto, f não tem mais de um zero. Tem, na realidade, um único zero, pois o teorema do valor intermediário nos diz que o gráfico de ( )xfy = cruza o eixo x em algum lugar entre 1−=x e 0=x . Teorema do Valor Médio: Seja f uma função, tal que: i. Seja contínua no intervalo fechado [ ]ba, ii. Seja derivável no intervalo aberto ( )ba, Então, existirá um número c no intervalo aberto ( )ba, , tal que ( ) ( ) ( ) ab afbf cf − − =' A função ( ) 2xxf = é contínua para 20 ≤≤ x e derivável para 20 << x . Como ( ) 00 =f e ( ) 42 =f , o teorema do valor médio diz que, em algum ponto c no intervalo, a derivada ( ) xxf 2' = deve ter o valor 2 02 04 = − − . Nesse caso (excepcional), podemos identificar c resolvendo a equação 22 =c para obter 1=c . y x b c a ( )af ( )bf Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 7 Funções crescentes e decrescentes Uma função é dita crescente em um intervalose, e somente se, ( ) ( )21 xfxf < sempre que 21 xx < , onde 1x e 2x são quaisquer números nesse intervalo. Uma função é dita decrescente em um intervalo se, e somente se, ( ) ( )21 xfxf > sempre que 21 xx < , onde 1x e 2x são quaisquer números nesse intervalo. Proposição: Seja f uma função contínua em um intervalo [ ]ba, e derivável no intervalo ( )ba, : i. Se ( ) 0' >xf para todo ( )bax ,∈ , então f é crescente em [ ]ba, ; ii. Se ( ) 0' <xf para todo ( )bax ,∈ , então f é decrescente em [ ]ba, . Critérios para determinar os extremos de uma função Teste da derivada primeira: Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [ ]ba, e que possui derivada em todo o ponto do intervalo ( )ba, , exceto possivelmente em um ponto c. y y x x ( )1xf ( )1xf ( )2xf ( )2xf 2x 1x 2x 1x Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 8 Exemplo i. Se ( ) 0' >xf para todo cx < e ( ) 0' <xf para todo cx > , então f tem um máximo relativo em c; ii. Se ( ) 0' <xf para todo cx < e ( ) 0' >xf para todo cx > , então f tem um mínimo relativo em c. Em suma, para determinar os extremos relativos de f: 1. Ache ( )xf ' ; 2. Ache os pontos críticos de f, isto é, os valores de x para os quais ( ) 0' =xf ou para os quais ( )xf ' não existe; 3. Aplique o Teste da derivada primeira. Encontre os intervalos de crescimento e decrescimento, os extremos e esboce o gráfico de ( ) 196 23 ++−= xxxxf . Solução: Seguindo os passos acima: 1. ( ) 9123' 2 +−= xxxf 2. Como ( )xf ' existe para todos os valores de x, os pontos críticos serão aqueles tais que ( ) 0' =xf . Assim, ( )( ) 013309123 2 =−−⇔=+− xxxx Temos então, que os pontos críticos de f são: 3=x e 1=x . 3. Teste da derivada primeira: x ( )xf ( )xf ' Conclusão 1<x + f é crescente 1=x 5 0 f tem um valor máximo relativo 31 << x _ f é decrescente 3=x 1 0 f tem um valor mínimo relativo 3>x + f é crescente A partir da tabela acima, podemos ter uma idéia do esboço do gráfico de f: Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 9 Concavidade do gráfico de uma função Vimos que o sinal algébrico da derivada primeira de uma função determina se o gráfico é crescente ou decrescente. Agora, veremos que o sinal algébrico da segunda derivada determina quando o gráfico é curvado para cima ou para baixo. Definição: Se o gráfico de f estiver acima de todas as suas tangentes no intervalo I, então ele é chamado côncavo para cima em I. Se o gráfico de f estiver abaixo de todas as suas tangentes em I, é dito côncavo para baixo em I. Proposição: Seja f uma função contínua no intervalo [ ]ba, e derivável até 2a ordem no intervalo ( )ba, : Côncavo para cima y y x x Côncavo para baixo Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 10 Exemplo i. Se ( ) 0'' >xf para todo ( )bax ,∈ , então f é côncava para cima em ( )ba, ; ii. Se ( ) 0'' <xf para todo ( )bax ,∈ , então f é côncava para baixo em ( )ba, ; Definição: Um ponto ( )( )cfc, do gráfico de uma função contínua f será um ponto de inflexão, se existir um intervalo aberto I contendo c, tal que se x estiver em I, então: i. ( ) 0'' <xf se cx < e ( ) 0'' >xf se cx > , ou ii. ( ) 0'' >xf se cx < e ( ) 0'' <xf se cx > . Proposição: Se a função f for derivável em algum intervalo aberto contendo c e se ( )( )cfc, for um ponto de inflexão do gráfico de f, então, se ( )cf '' existe, ( ) 0'' =cf . Seja a função do exemplo anterior ( ) 196 23 ++−= xxxxf . Ache o ponto de inflexão do gráfico de f e onde o gráfico de f é côncavo para cima e para baixo. Solução: Temos que ( ) 9123' 2 +−= xxxf e ( ) 126'' −= xxf . Observe que o único ponto de inflexão possível será 2=x . Verifiquemos se 2=x é ponto de inflexão: x ( )xf ( )xf ' ( )xf '' Conclusão 2<x – Côncavo para baixo 2=x 3 3− 0 Ponto de inflexão 2>x + Côncavo para cima Ponto de inflexão c ( )cf Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 11 Exemplo Vimos até agora que, para determinar se uma função tem um valor máximo ou mínimo relativo em um número crítico c, basta verificarmos o sinal algébrico de 'f em números contidos em intervalos à direita e à esquerda de c. Outro teste para extremos relativos envolve somente o número crítico c. Teste da derivada segunda: Seja c um número crítico de uma função f, no qual ( ) 0' =cf e suponhamos que 'f exista para todos os valores de x em algum intervalo aberto contendo c. Se ( )cf '' existe e, i. Se ( ) 0'' <cf , então f tem um valor máximo relativo em c; ii. Se ( ) 0'' >cf , então f tem um valor mínimo relativo em c. Dada ( ) 42212 xxxf −+= , use o teste da derivada segunda para determinar os extremos relativos de f. Discuta a concavidade, ache os pontos de inflexão, os intervalos de crescimento e decrescimento e esboce o gráfico de f: Solução: Derivando a função dada duas vezes, temos: ( ) ( ) ( ) ( )22 23 314124'' 1444' xxxf xxxxxf −=−= −=−= Para encontrarmos os pontos críticos de f, igualamos 'f a zero: ( ) ( )2140' xxxf −⇔= Temos então, que os pontos críticos são: 0=x , 1=x e 1−=x Para acharmos os possíveis pontos de inflexão, igualamos ''f a zero: ( ) ( )23140'' xxf −⇔= Temos então, os candidatos a ponto de inflexão: 3 3 =x e 3 3 −=x Assim, Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 12 x ( )xf ( )xf ' ( )xf '' Conclusão 1−<x + – f é crescente; côncava para baixo 1−=x 13 0 –8 Máximo relativo 331 −<<− x – – f é decrescente; côncava para baixo 33−=x 12,5 – 0 f é decrescente; ponto de inflexão 033 <<− x – + f é decrescente, côncava para cima 0=x 12 0 4 Mínimo relativo 330 << x + + f é crescente; côncava para cima 33=x 12,5 + 0 f é crescente; ponto de inflexão 133 << x + – f é crescente; côncava para baixo 1=x 13 0 –8 Máximo relativo 1>x – – f é decrescente; côncava para baixo Analisando a tabela acima, temos condições de esboçar o gráfico da função dada: Assíntotas Verticais e Horizontais Limites envolvendo infinito são úteis no traçado de gráficos, pois podem ser usados para a localização de assíntotas dos gráficos. Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 13 Exemplo Definição: A reta ax = será uma assíntota vertical do gráfico de f, se pelo menos uma das alternativas for verdadeira: i. ( ) +∞= +→ xf ax lim iii. ( ) +∞= −→ xf ax lim ii. ( ) −∞= +→ xf ax lim iv. ( ) −∞= −→ xf ax lim Definição: A reta by = é denominada uma assíntota horizontal do gráfico da função f se pelo menos uma das afirmações abaixo for verdadeira: i. ( ) bxf x = +∞→ lim e para um número N, se Nx > , então ( ) bxf ≠ ; ii. ( ) bxf x = −∞→ lim e para um número N, se Nx < , então ( ) bxf ≠ . Determine as assíntotas horizontais e verticais do gráfico de f, se ( ) 53 12 2 − + = x x xf . Solução: Temos que: − +⋅ = − + = − + +∞→+∞→+∞→ x x x x x x x x x x xxx 5 3 1 2 lim 5 3 1 2 lim 53 12 lim 22 2 2 Se +∞→x , temos que x é igual a x, logo, 3 2 53 12 lim 2 = − + +∞→ x x x Analogamente, temos que: − +⋅ = − + = − + −∞→−∞→−∞→ x x x x x x x x x x xxx 5 3 1 2 lim 5 3 1 2 lim 53 12 lim 22 22 Se −∞→x , temos que x é igual a x− , logo, Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 14 Exemplo 3 2 53 12 lim 2 −= − + −∞→ x x x Assim, as assíntotas horizontais são as retas 3 2 =y e 3 2 −=y . Uma assíntota vertical ocorre, provavelmente, quando o denominador 53 −x é igual a zero. Dessa forma: 3 5 053 =⇔=− xx +∞= − + + → 53 12 lim 2 3 5 x x x e −∞= − + − → 53 12 lim 2 3 5 x x x Logo, a reta 3 5 =x é uma assíntota vertical. Esboço do gráfico de uma função Utilizando todos os itens citados na análise do comportamento de uma função, podemos fazer um resumo das atividades que nos levarão ao esboço de gráficos: 1. Encontre o domínio de f. 2. Calcule os pontos de interseção com os eixos, se possível. 3. Encontre os pontos críticos de f 4. Determine os intervalos de crescimento e decrescimento de f. 5. Encontre os máximos e mínimos relativos. 6. Determine a concavidade e os pontos de inflexão de f. 7. Encontre as assíntotas verticais e horizontais do gráfico de f, se existirem. 8. Esboce o gráfico de f. Dada a função ( ) 2 2 9 2 x x xf − = , esboce o gráfico de f. Solução: Seguindo os passos acima: 1. O domínio será { }3,3−−ℜ=fD 2. Os pontos de interseção são dados por: Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 15 ( ) ( ) 00 000 =⇒= =⇒= xxf fx 3. Vamos encontrar os pontos críticos de f: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )22 22 33 22 22 9 36 9 4436 9 2249 ' x x x xxx x xxxx xf − = − +− = − −⋅−⋅− = Os pontos críticos são dados quando ( ) 0' =xf ou quando ( )xf ' não existe. Dessa forma, temos que: ( ) 00360' =⇒=⇒= xxxf Note que ( )xf ' não existe para 3−=x e 3=x , mas esses não são números críticos, pois não pertencem ao domínio de f. Logo, o único ponto crítico de f é 0=x . Derivando f novamente, temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )42 222 9 29236369 '' x xxxx xf − −⋅−⋅⋅−⋅− = Colocando o termo comum ( )29 x− em evidência no numerador e simplificando com o denominador, temos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )32 2 32 2 32 22 9 3108 9 108324 9 14436324 '' x x x x x xx xf − +⋅ = − + = − +− = Como o numerador de ( )xf '' é sempre positivo, o sinal de ( )xf '' será dado por ( )329 x− : Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 16 4. 5. 6. x ( )xf ( )xf ' ( )xf '' Conclusão 3−<x – – f é decrescente; côncava para baixo 3−=x Não existe Não existe Não existe 03 <<− x – + f é decrescente; côncava para cima 0=x 0 0 9 4 Ponto de mínimo 30 << x + + f é crescente; côncavo para cima 3=x Não existe Não existe Não existe 3>x + – f é crescente; côncava para baixo Como f não é contínua em 3−=x e 3=x , não há pontos de inflexão. 1. Encontrando as assíntotas verticais e horizontais: 2 1 9 2 lim 9 2 lim 2 2 2 2 2 −= − = − +∞→+∞→ x x x x x xx 2 1 9 2 lim 9 2 lim 2 2 2 2 2 −= − = − −∞→−∞→ x x x x x xx Logo, a reta 2−=y é uma assíntota horizontal do gráfico de f. As assíntotas verticais correspondem aos zeros do denominador que são 3−=x e 3=x . Dessa forma: +∞= −−→ 2 2 3 9 2 lim x x x −∞= −−−→ 2 2 3 9 2 lim x x x −∞= −+→ 2 2 3 9 2 lim x x x +∞= −+−→ 2 2 3 9 2 lim x x x Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 17 Logo, as retas 3=x e 3−=x são assíntotas verticais do gráfico de f. 2. Esboço do gráfico Com base nas informações obtidas até aqui, poderemos esboçar o gráfico de f: Problemas de Otimização Problemas de otimização são problemas que envolvem máximos e mínimos de funções. Para resolver problemas de otimização: 1. Ler cuidadosamente o problema várias vezes, meditando sobre os fatos apresentados e as quantidades desconhecidas a serem determinadas; 2. Se possível, fazer um diagrama e identificar as quantidades dadas e pedidas no diagrama; 3. Determinar qual variável deve ser maximizada ou minimizada, e expressar esta variável como função de uma das outras variáveis; 4. Determinar os pontos críticos da função obtida acima; 5. Determinar os extremos da função; Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 18 Exemplo Uma lata cilíndrica é feita para receber 1 litro de óleo. Encontre as dimensões que minimizarão o custo do metal para produzir a lata. Solução: Vamos desenhar o que esta sendo pedido no problema: Para minimizar o custo do metal, minimizaremos a área da superfície total do cilindro. A área total do cilindro será: hrrAT ⋅⋅+⋅= ππ 22 2 onde r = raio e h = altura estão em cm. Como o volume é igual a 1 litro, que é igual a ³ 1000 cm , temos: 10002 =⋅⋅= hrV π 2 1000 r h ⋅ = π Logo, substituindo o valor de h na equação da área total: ( ) 0 ,20002 2 >+⋅= r r rrAT π Para achar os pontos críticos, derivamos a função acima em relação a r: ( ) ( ) 2 3 2 5004 2000 4' r r r rrA T −⋅⋅ = −⋅= π π Igualando 0' =TA , encontramos o ponto crítico da função: 05000' 3 =−⋅⇒= rA T π r h r Área: 22 r⋅π r⋅π2 Área: hr ⋅⋅π2 h Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 19 Exemplo 4,5 500 3 ≈ = r r π Temos, por inspeção, que se 3 500 π <r , ( ) 0' <rA T e se 3 500 π >r , ( ) 0' >rA T . Logo, ( )rAT é decrescente à esquerda do número crítico e crescente à direita do número crítico. Logo, 3 500 π =r é ponto de mínimo de ( )rAT . O valor de h correspondente à 3 500 π =r é: r r h ⋅=⋅= ⋅=⋅=⋅⋅=⋅⋅⋅⋅= ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = ⋅ = ⋅ = ⋅ = −− − 2 500 2 500 2 500 250025005002 500 5002 500 5002 500 1000 500 10001000 3 3 1 3 1 3 1 3 1 3 1 3 2 13 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 22 3 2 ππ π πππ π π π ππ π π π π Logo, para minimizar o custo da lata, o raio deve ser 3 500 π =r cm e a altura, igual a duas vezes o raio. Um fio de comprimento 4m será cortado em dois pedaços. Com um deles se fará um círculo e com o outro um quadrado. a) Como devemos cortar o fio a fim de que a soma das áreas compreendidas pelas figuras seja mínima? Solução: Veja a figura: x 4 – x 4m Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 20 Com o pedaço de x m, faremos o círculo e com o pedaço (4 – x)m, faremos o quadrado. Temos que 2rAc ⋅= π . Como rx ⋅⋅= π2 , temos que π2 x r = . Logo, ππ π π ππ 442 2 2 22 2 xxxrAc = ⋅ = ⋅=⋅= Temos então: π4 2x Ac = Por outro lado, a área de um quadrado de lado 4 4 x− será: 16 816 4 4 2 2 xxx Aq +− = −= A área a ser minimizada será: qcT AAA += Assim, π πππ π 16 1684 16 168 4 2222 +⋅−⋅+ = +− += xxxxxx AT Ou, ( ) π πππ 16 1684 2 +⋅−+ = xx AT Para derivar a equação acima em relação à x, aplicamos a regra da cadeia: ( ) π ππ 16 842 ' −+ = x A T Igualando a derivada acima a zero, encontramos os pontos críticos de AT: ( ) ( ) ( ) π π π π ππ ππ + = + = =+ =−+ = 4 4 42 8 842 0842 0' x x x x A T Logo, π π + = 4 4 x é um ponto crítico de AT. Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 21 Como o fio dado tem comprimento 4m, temos que [ ]4,0∈x e TA é contínua nesse intervalo, porser uma função polinomial, podemos aplicar o Teorema do Valor Extremo: Para x = 0, temos que 1=TA . (basta substituir na equação de TA dada acima) Para π π + = 4 4 x , temos: ( ) ( ) ( ) ( )ππ πππ π π π π π π π π π π π π π π π π π π π π π π π π + ++− = + + − = + + − += + + − + = + + − + + = 416 16416 16 16 4 16 16 16 4 32 4 16 16 16 4 32 4 16 16 16 4 4 8 4 4 4 2 2 22 2 2 2 2 TA ( ) π ππ πππ + = + −+ = 4 4 416 166416 22 Para x = 4, temos: ( )( ) ( ) ( ) π π π πππ π πππ π πππ 4 16 64 16 16321664 16 1632164 16 164844 2 = = +−+ = +−⋅+ = +⋅−+ =TA Assim, Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 22 x 0 π π +4 4 4 ( )xAT 1 π+4 4 π 4 Temos então, que o mínimo relativo de TA se dará por TA = π+4 4 , o que ocorre quando π π + = 4 4 x . E dessa forma, ( ) ππ ππ π π + = + −+⋅ = + −=− 4 16 4 444 4 4 44 x Logo, devemos ter um pedaço com π π +4 4 m e outro com π+4 16 m para que a soma das áreas pedidas seja mínima. b) Como devemos cortar o fio a fim de que a soma das áreas compreendidas seja máxima? Solução: Para a área ser máxima, temos x = 4. Logo, teremos apenas o círculo de raio π 2 =r . 2rAc ⋅= π Sabemos da letra anterior, que a área máxima é dada por π 4 . Logo, π π π π 2 4 4 2 2 2 = = ⋅= r r r Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 23 1. Deve-se construir uma caixa de base retangular, com uma folha de cartolina de 40 cm de largura e 52 cm de comprimento, retirando-se um quadrado de cada canto da cartolina e dobrando-se perpendicularmente os lados resultantes. Determine o tamanho do lado do quadrado que permite construir uma caixa de volume máximo (desprezar a espessura da cartolina). Resposta: 7,47 cm 2. Uma caixa sem tampa, de base quadrada, deve ser construída de forma que seu volume seja 32500m . O material da base vai custar R$ 1200,00 por m² e o material dos lados R$ 980,00 por m². Encontre as dimensões da caixa de modo que o custo do material seja mínimo. Resposta: 15,98 m² e 9,78 m² 3. Um campo retangular à margem de um rio deve ser cercado, com exceção do lado ao longo do rio. Se o custo do material for de R$ 12,00 por metro linear no lado paralelo ao rio e de R$ 8,00 por metro linear nos dois extremos, ache o campo de maior área possível que possa ser cercado com R$ 3600,00 de material. Resposta: Lado paralelo: 150 m e extremos: 112,5 m 4. Esboce o gráfico das seguintes funções: a) ( ) ( )2 2 2− = x x xf b) ( ) 1 2 2 + = x x xf c) ( ) ( )2 3 2− = x x xf Resolva os exercícios abaixo para você compreender melhor a aula sobre Valores Extremos de Funções e sanar suas dúvidas. Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Valores Extremos de Funções 24 Para saber mais sobre Valores Extremos de Funções, consulte as referências listadas abaixo... Para você começar ! • G. THOMAS, Cálculo, vol. 1, Addison Wesley, 2003. • J. STEWART, Cálculo, vol. 1, São Paulo, Thomson Learning, 2002. • H. ANTON, Cálculo um novo horizonte, vol. 1, Porto Alegre, Bookman, 2007. Quer aprof undar mai s um pouco? • L. LEITHOLD, O Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, São Paulo, Harbra, 1994 • E. D. PENNEY e Jr. C. H. EDWARDS, Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, Ed. Prentice-Hall, 1997. • E. W. SWOKOWSKI, Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, Makron Books, 2ª edição, 1994 Gost a de desaf i os?? • H. L. GUIDORIZZI, Um Curso de Cálculo, vols. 1 e 2, Rio de Janeiro, LTC, 2001. • P. BOULOS, Introdução ao Cálculo, vols. 1 e 2, São Paulo, Edgard Blücher, 1974. • G. F. SIMMONS, Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, São Paulo, Ed. McGraw-Hill, 1987 Para os amant es da net ... • http://ecalculo.if.usp.br/
Compartilhar