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Direito Civil II - PARTE GERAL - INTERPRETAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

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Direito Civil II - Parte Geral
 Interpretação dos negócios jurídicos
Concepções e conceitos
 Existe uma relação entre a interpretação da lei e dos negócios jurídicos. Em ambas o caso procura-se o verdadeiro sentindo da manifestação de vontade. No entanto, lei tem sentido geral, é dirigida a número indeterminado de pessoas, enquanto o negócio jurídico é particular, dirigindo apenas as partes ou o declarante da vontade.
 A hermenêutica jurídica alcança os negócios jurídicos em geral, mas especialmente os contratos, destacando-se duas teorias: teoria objetiva e teoria subjetiva.
 A teoria objetiva preconiza que o contrato faz lei entre as partes, em razão disso, prevalece apenas a declaração de vontade e a interpretação gramatical ou literal, excluindo a intenção ou vontade das partes. Já a teoria subjetiva leva em consideração a vontade ou intenção das partes, o que importa é a real intenção das partes quando realiza o negócio jurídico, e não apenas o sentido literal ou gramatical do texto.
 Em resumo o código civil atual adotou a teoria subjetiva da manifestação de vontade, em que o negócio jurídico deve ser interpretado levando-se em consideração intenção das partes. No que diz respeito a manifestação de vontade temos os artigos 112, 113 e 114 do CC, que trazem as regras fundamentais para a interpretação dos contratos e do negócio jurídico em geral. 
	
Interpretação no Código Civil
 O art. 112 CC é um exemplo de que o adotamos a teoria subjetiva da manifestação da vontade, quando dispõe: Nas declarações de vontade se atenderá mais a intenção das partes do que ao sentindo literal da linguagem. Neste caso, o Juiz deve buscar o que as partes queriam dizer de fato, quando celebram o negócio jurídico.
 O art 113 CC que dispõe: “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. Trata-se de um artigo chave do CC de 2002, como diz Miguel Reale. Para a teoria subjetiva da interpretação dos negócios jurídicos e dos contratos, este artigo valoriza a boa-fé objetiva e a função social do contrato, atendendo os princípios da eticidade e da socialidade. Cabe ao juiz não apenas verificar a vontade dos declarantes, mas também verificar se foi atendida a exigência da boa fé-fé objetiva e os usos do lugar da celebração do contrato.
 O art 114 destaca que os negócios jurídicos benéfico e a renuncia interpretam-se estritamente. Assim, em contratos gratuitos coo são a doação e o comodado vontade das partes deve-se dar uma interpretação restritiva. Como no caso da fiança, que não se admite interpretação extensiva (art 819 CC).
 
Classificação dos negócios jurídicos
 Primeiro, a doutrina não se mostra uniforme quanto a classificação dos negócios jurídicos, mas esta classificação serve tanto para os negócios jurídicos, inclusive contratos, quanto para os atos jurídicos, inclusive contratos, quanto para os atos jurídicos em sentindo estrito, conforme o que dispõe o art 185 do CC.
 Segundo, cumpre também lembrar que um determinado negócio jurídico pode ser classificado em mais de uma categoria, sem que haja incompatibilidade. A compra e venda, por exemplo, é negócio jurídico bilateral, e também, oneroso. Poderá ser ainda, solene dependendo do objeto.
 Terceiro, quanto á formação os negócios jurídicos ou contratos são bilaterais, porque toda a relação jurídica pressupõe duas ou mais pessoas. Mas quanto aos seus efeitos podem ser unilateral ou bilateral.
 Enfim, a classificação do negócio jurídico tem como objetivo apresentar as suas caraterísticas e natureza jurídica. Vejamos alguns negócios jurídicos
Bilateral e unilateral
Bilateral - São aqueles em que há entre duas ou mais manifestações de negócio jurídico bilateral por excelencia é o contrato, porque existe prestação e contraprestação, sendo, portanto oneroso. Exemplo: contratos de compra e venda e de prestação serviço. Mas vale lembrar que nem todo negócio jurídico unilateral é oneroso. Pluraterais são os contratos que envolvem mais de duas partes, como contrato de sociedade com mais de dois sócios.
Unilateral – São aqueles que dependem apenas de uma única manifestação de vontade, como corre no testamento, instituição de fundação, procuração, confissão de dívida, renúncia á herança, renúncia de direitos, promessa de recompensa.
 Para alguns contratos unilaterais a declaração de vontade tem de ser tornar conhecida pela outra parte para produzirem efeito. Exemplo: doação, comodato, mandato, depósito, promessa de recompensa. Outros o conhecimento da outra parte é irrelevante. Ex: confissão de dívida, testamento.
 Vale destacar que o negócio jurídico unilateral, de um lado, pode ser gratuito, como a contrato de doação pura, o comodato, de outro lado, pode ser oneroso, confissão de divida, promessa de recompensa, mandato, depósito.
Gratuitos, onerosos, neutro e bifrontes
O gratuito – São aqueles negócios jurídicos que somente ema das partes leva a vantagem, enquanto a outra parte apenas encargos ou obrigações. Não existe contraprestação. Ex: doação pura, comodato, testamento, reconhecimento de filho.
 O oneroso – Os negócios jurídicos onerosos geram vantagens ou desvantagens para as duas partes. Ex: contrato de locação, contrato de compra e venda.
 Existem contratos que podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das partes, como o mútuo, o mandato, o depósito. Por outro lado, nem todos os contratos gratuitos podem ser convertidos em onerosos por convenção das partes. O 
 doação pura e o comodato, por exemplo ficariam desfigurados, pois se transfomariam, respectivamente, em venda e locação
Neutro - São aqueles em que não há uma tribuição patrimonial determinada, não sendo gratuito tampouco oneroso. Ex: Instituição do bem de família (art 1.711 e 1.722 do CC)
Bifrontes - São os negócios jurídicos que podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das partes, como o contrato mútuo, o mandato, o depósito.
Comutativo e aleatório
Comutativos – São os contratos onerosos, que apresentam equivalência, com prestação previamente estabelecida entre as partes, não envolvendo o risco. Ex: Contrato de compra e venda e locação.
Aleatório – Quando na há equivalência, uma prestação é certa, mas ou é incerta, ou seja eventual, pois depende do acontecimento futuro, envolvendo riscos na prestação. Exemplo: Para a seguradora o contrato de seguro é sempre aleatório. 
Partidário e adesão
Partidário – são negócios jurídicos, que realmente são negociados pelas partes, discutindo e montando as clausulas contratual dentro das formalidades da lei.
Adesão – São negócios jurídicos prontos ou elaborados por uma das partes e aceitos pela outra, sem discussão das clausulas contratuais, excluindo debate de seus termos. Exemplos: contrato de plano de saúde, conta corrente e seguro.
Solenes(formais) e não solenes (forma livre)
51. Solene – são negócios jurídicos formais, que obedecem a uma forma ou solenidade prevista na lei para sua validade. Exemplo: Escritura pública alienação de imóvel acima de certo valor. (art 108 do CC), testamento, casamento. Mas nem todo contrato formal, ou seja, escrito é solene.
5.2 Não solene (forma livre) – São os negócios jurídicos de forma livre. Basta consentimento das partes para a sua formação. São negócios jurídicos em regra informais, inclusive verbais. (art 107 do CC). Exemplo: Contrato de locação e a compra e venda de bens imóveis.
6. Inter vivos e mortis causas
6.1- Inter vivos – Este negócio jurídico que destina-se a produzir efeitos jurídicos desde logo, isto é, estando as partes ainda vivas. Exemplo: Contrato de compra e venda, locação, mandato e casamento
6.2 – Mortis causa – são os negócios jurídicos que produzem efeitos após a morte do agente. Exemplo: testamento. Contrato de seguro de vida.
7. Principal e acessório
7.1 – Contratos principais – são aqueles que podem existir independentemente de quaisquer outro. Exemplo: compra e venda.
7.2– Contratos acessórios – São aqueles que têm por finalidade assegurar o cumprimento de outro contrato, denominado principal. Ex: fiança.
  Teoria geral dos fatos jurídicos e negócios jurídicos
1. Considerações iniciais
      Vivemos no mundo dos fatos ou acontecimentos, mas o que nos interessa são os fatos jurídicos naturais ou voluntários, que se identificam com o nascimento, transformação e extinção de direitos.
      Já  estudamos que a relação jurídica surge de fato jurídico com a participação dos sujeitos de direito, tendo como vínculo atributivo a lei ou negócio jurídico e como objeto a coisa (direito real) prestação ou ação humana (direito das obrigações)  e pessoa (direitos da personalidade). Contudo, é o fato jurídico que impulsiona a criação da relação jurídica.
      A propósito, segundo o prof. Flávio Tartuce, para entender as relações jurídicas é importante conhecer profundamente as concepções de fato, ato e negócio jurídico. Estes conceitos não interessam somente ao Direito Civil, mas também a Teoria Geral do Direito.
      O Código Cívil utiliza a expressão ato jurídico uma única vez no art 185, no resto utiliza negócio jurídico (art 104 a 184). Ele incorporou a teoria do negócio jurídico. O negócio jurídico é o principal instrumento para as pessoas realizarem seus interesses, daí a importância da Parte Geral do Código Civil para a concepção de contrato.
2. Conceito de fato jurídico
      O direito nasce do fato. O fato jurídico em geral, em sentindo amplo compreende tanto os fatos naturais, sem interferência do homem, como os fatos humanos relacionados com a vontade humana. O fato jurídico é todo acontecimento, que a lei considera relevante para o direito, de forma direta ou indireta, produzindo imediato efeito jurídico. Porém, nem todo fato jurídico produz efeito jurídico imediato, como é o caso da elaboração de testamento. 
 Entre os fatos jurídicos em geral, temos ato-fato jurídico, que a lei considera como fato jurídico, mas sem levar em consideração a vontade do agente praticá-lo. Consiste num comportamento humano desprovido de consciência e discernimento, mas que ainda produz efeito jurídico. Exemplo: um louco acha um tesouro e torna-se proprietário de parte dele. Uma menor com 11 anos de idade, não tem discernimento e entendimento necessário, para ser considerada plenamente capaz, mas quando ela viaja sozinha para a escola, compra livro na loja e lanche na escola, a prática desse negócio jurídico produzem efeitos jurídicos
Classificação
 Como já destacamos os fatos jurídicos no sentindo amplo dividem-se em naturais ou stricto sensu e fato jurídico voluntário ou humano.
Os fatos jurídicos naturais (stricto senso) – São aqueles que independem da vontade, sendo desnecessária a atuação humana, chamado fato jurídico stricto senso. Divide-se em ordinário e extraordinário. 
Ordinário são os acontecimentos ou eventos naturais, comuns e previsíveis como, por exemplo: o nascimento, a morte, maioridade, o decurso de prazo, prescrição, decadência, mudança do curso de um rio. Prevalece o tempo.
Extraordinários – são eventos ou acontecimentos imprevisíveis, decorrentes da natureza, como terremoto, raio, tempestade, bem como caso fortuito ou força maior, empregando-os como sinônimo; da mesma forma a jurisprudência trata como expressões sinônimas que ocorre independente da vontade humana. Porém, a doutrina faz diferenciação: O caso fortuito é oriundo de fatos humanos, tais como a guerra, o incêndio criminoso; enquanto força maior é o acontecimento natural, como um terremoto, um raio. Entretanto, se num negócio jurídico as partes convencionarem, que o devedor responde pelos prejuízos, no caso de caso fortuito ou força maior, ele terá o dever de imdenizar.
Os fatos jurídicos humanos são as ações humanas, ou seja voluntárias da vontade humana, com uma autonomia privada, isto é particular. Divide-se em lícitos e ilícitos. Os fatos lícitos são os praticados em conformidade com a lei, divide-se em ato jurídico em sentindo estrito (art 185 do CC) enegócio jurídico (art 104 a 184 do CC)
Ato jurídico em sentindo estrito (art 185). Ato jurídico é uma manifestação de vontade do agente, que está prevista na lei e não pode ser alterada, porque os efeitos da manifestação de vontade estão já determinados na lei. Assim, prevalece a vontade da lei. Exemplos: reconhecimento de um filho, adoção, curatela, tutela, ocupação de imóvel, notificação que constitui em mora o devedor, pagamento de uma obrigação.
Negócio jurídico (art 104 a 184 do CC) é uma declaração de vontade das partes, os efeitos jurídicos são aqueles que desejados pelas partes, através de livre negociação as partes estabelecem as clausulas negociais de acordo com suas conveniências, nos limites da lei.
Negócio jurídico é a declaração de vontade destinada a produzir efeitos que os agentes pretendem e o direito reconhece. O negócio jurídico típico é o contrato, concebido como bilateral ou plurilateral e de conteúdo econômico, que visa a criação, a modificação ou a extinção de direitos e deveres. Exemplo: o contrato é a principal declaração de vontade do negócio jurídico, da mesma forma o casamento é um negócio jurídico especial.
Em resumo, os atos jurídicos partem da manifestação de vontade do agente, mas os efeitos jurídicos estão previstos na lei; enquanto o negócio jurídico é uma declaração de vontade, em que as partes decidem sobre os efeitos jurídicos, que pretendem ser conhecido pelo direito.
 Os atos jurídicos ilícitos - hoje se admitem que os atos ilícitos intregrem a categoria dos atos jurídicos pelos efeitos que produzem como dispõe os artigos 186 e art 927do CC.
Atos ilícitos são praticados em desacordo com a lei, embora repercutindo na esfera do direito. Eles criam deveres e produzem efeito, que geram obrigações de reparar dano (art 186 e art 927 do CC). O abuso do direito previsto no art 187, também é considerado ato ilícito, quando o agente excede o limite impostos pelo seu direito, ou seja, fim econômico ou social, boa-fé ou bons costumes.
Todavia, não constiuem atos ilícitos os praticados em legitima defesanou no exercício regular reconhecido, ou estado de necessidade (dever legal). Exemplo: os direitos de vizinhança (art 1.277 do CC); ação proposta em juízo ou noticia crime ou queixa junto ao DP.
Elementos constitutivos do negócio jurídico
O negócio juridico tem três planos: Existencia, validade e eficácia;
Existência – O plano da existência para muitos autores não existe. A existência do negocio jurídico depende da presença dos elementos básicos, essências, mínimos ou fundamentais para que se possa, assim, admitir a existência do negócio jurídico. As condições mínimas para que o negócio jurídico possa produzir efeitos são partes (ou agentes) vontade dos agentes, objeto, forma. Para existir o negócio jurídico, pelo menos um sujeito de direito deve fazer uma declaração sobre certo objeto. Se faltar um destes pressupostos, o fato é inexistente e não ingressa no mundo jurídico. Exemplo: O casamento celebrado por um delegado de policia ou juiz do trabalho não tem existência, pois contraria a forma. A ausência de preço na compra e venda.
O nosso código civil não faz distinção entre existência e validade, mas o negocio jurídico inexistente não pode ser valido.
Validade – O Codigo Civil adotou a teoria do plano de validade, segundo o prof Flavio Tartuce. Ela é muito importante nas relações contratuais. O negocio jurídico que existe pode ser valido ou invalido. Para que se verificar a sua validade, ele é submetido aos requisitos de validade do negócio jurídico, previstos no art 104 do CC. São elementos essenciais de existência e validade do negocio jurídico: a capacidade do agente, declaração de vontade livre, sem vicio, objeto licito, possível, determinado ou determinável forma prescrita e não defesa em lei. (art 104 do CC).
 Requisitos da validade do negócio jurídico são os seguintes:
Capacidade de agente – Todo negocio juríoco é acompanhado de uma das partese manifestação de vontade das partes para sua validade. A pessoa deve estar apta a exercer os atos da vida civil. A pessoa é incapaz não está impedida de ser titular de direitos e assumir obrigações, pois pode suprir a incapacidade para prática do negócio jurídico, através de representação ou assistência, como já estudamos (art 1634, V e art 1747, 1)
Para fixara matéria é importante voltar a analisar estas questões sobre capacidade do agente na unidade programa, que trata das pessoas naturais, para entender os requisitos da validade do negócio jurídico previsto no art 104 do CC.
Objeto licito, possível, determinado ou determinável

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