Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A ADMINISTRAÇÃO 1 DA PRODUÇÃO RESUMO DO CAPÍTULO: Introdução – Histórico e Evolução Definições básicas Classificação das Indústrias. Classificação do Ponto de Vista Econômico Classificação quanto à Natureza Classificação quanto ao Porte Função da Produção / Funções Auxiliares Estudo de Caso. 1 A ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 1.1 Introdução – Histórico e Evolução Muito se pergunta, muito se fala, muito se discute sobre administração. Criticase ou se elogia a administração pública, a administração da Universidade,a administração de nosso local de trabalho e até mesmo a administração de nosso lar. Administração é hoje palavra constante em todas as bocas. Perguntas e respostas sobre o assunto surgem de várias formas, umas com abordagens adequadas outras com conceitos bem distantes da realidade. Tal balbúrdia conceitual, apesar dos males advindos de colocações equívocas, traz no seu bojo um indicador importante. A Administração é assunto atual, interessa à grande número de pessoas, e por isso, para atender a demanda, deve ser tratada com propriedade e exatidão, sintonizada com o momento presente. Mais importante ainda, é o fato de que vivemos no Brasil uma situação de estabilidade econômica onde as empresas não podem mais exercer suas atividades sem a participação de uma administração atuante e eficiente sob pena de não sobreviverem. Nesse novo contexto a ciência administrativa se apresenta como figura imprescindível em todo o processo. Não mais é suficiente repassar para o preço final qualquer aumento de custos, mas sim procurar de todas as formas sua redução através de enxugamento racional eliminando todo e qualquer supérfluo. Atualmente a empresa, seja de qualquer setor de atividade, tem que se adaptar a nova realidade fazendo com que a máquina administrativa seja leve e ágil sem o que fatalmente terá problemas que muitas vezes se tornam insolúveis. Embora a Administração seja um assunto relativamente novo, podemos observar que mesmo sem notar, o homem sempre administrou sua atividade procurando simplificar, aperfeiçoar e racionalizar suas ações para conseguir maior rendimento ou o máximo de bemestar com o mínimo de esforço. Assim é correto afirmar que com esse objetivo e a medida em que o processo de trabalho evoluía, o homem também procurava se adaptar a cada novo processo que ia surgindo. Evidentemente que tudo acontecia de maneira muito lenta, e muitas vezes eram necessários anos e até séculos para que as coisas realmente ocorressem. Podese então dizer que antes do aparecimento das fábricas a indústria passou por diversas fases de evolução: 1. Fase Doméstica: Que se destinava à procura das necessidades do lar, sem preocupação de produzir mais que o necessário para o consumo próprio. Esta fase foi talvez a mais longa de todos, considerando o tempo de existência do homem. 2. Fase Comunitária: Imprimida pela necessidade de consumo de produtos que não se conseguia produzir, iniciandose a fase de trocas de produtos dentro das comunidades fazendo com que a quantidade produzida fosse além das necessidades próprias e pudesse com isso conseguir acesso a outros produtos. 3. Fase Mercantil: Esta fase iniciouse com o processo de troca entre as diversas comunidades. Nesta fase, um único elemento eventualmente rodeado de aprendizes, encarregavase de processar todo o sistema do processo produtivo. Por exemplo: as atribuições e funções de um antigo mestre sapateiro em sua pequena oficina, eram desde o desenho do modelo do calçado e executava todo o processo de fabricação até o acabamento final, passando por todas as fases intermediárias do processo. Em seu sistema de trabalho era ao mesmo tempo, patrão e operário, comerciante e industrial. Seu sucesso estava fundado na maior ou menor arte que colocasse no produto. Ele próprio se organizava e se administrava.. Até o final do Século XVIII a Administração estava escondida, era exercida de maneira tímida, sem nenhum estudo mais apurado ou qualquer embasamento técnico. A partir do final desse século até nossos dias, a ?Administração sofreu 4 grandes impactos que a tornaram tão necessária no presente. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: No final do século XVIII surgiram as primeiras fábricas, depois de um período de mudanças políticas, sociais e econômicas. Esse período, conhecido como Revolução Industrial apresentou como inovação a invenção de máquinas e o uso de força motriz para substituir a força humana e animal. O sistema artesanal tornouse obsoleto com a invenção dessas máquinas que, com velocidade acelerada, vieram substituir o trabalho manual, diminuindo os custos de produção. entretanto as máquinas não tinham condições de efetuar todas as etapas da produção. Cada máquina encarregavase de tarefas determinadas; para a execução de cada uma das etapas a presença de um operador tornouse necessária e posteriormente verificouse também a necessidade de um SUPERVISOR para unir e harmonizar o trabalho dos operadores com a finalidade de apurar um produto final semelhante ao obtido pelo artesão. Com a presença do supervisor (o administrador do processo), quer organizava as atividades de todos os participantes, fazendoas convergir para um objetivo comum a todo o grupo de operação é que começa a desenvolverse a administração, pois a constatação da importância das funções de um supervisor automática e natural. Sem coordenação dos esforços sobreviria o caos. É a partir daí que se inicia o pensamento administrativo, na época voltado exclusivamente para a indústria. A Revolução Industrial transformou a face do mundo marcando o início da produção industrial moderna, a utilização intensiva das máquinas, a criação das fábricas, o movimento de trabalhadores contra as condições desumanas de trabalho, enfim o começo de uma nova etapa na civilização. A Inglaterra, berço principal dessa Revolução, transformouse na grande potência econômica do século XIX. Já estava claro que o poderio econômico, e mesmo político ligavase à capacidade de produção de produtos manufaturados, trocados por alimentos, minerais e matériasprimas em geral em condições extremamente vantajosas. As técnicas de Administração que se tornaram populares durante a maior parte do século XX, entretanto, nasceram ou se desenvolveram nos Estados Unidos. Se a Inglaterra foi hegemônica no século XIX, o século XX marcou a predominância industrial, política e econômica dos Estados Unidos, que eram até algum tempo atrás responsáveis por 25% do comércio mundial de produtos manufaturados, embora essa posição de destaque venha sendo ameaçada há cerda de 20 anos, pelo Japão, Alemanha, França e outros países em menor grau. TAYLOR E FAYOL: Quase um século após a Revolução Industriala Administração defrontouse com problemas de crescente complexidade, pois as empresas vinham sendo administradas de maneira empírica, por tentativa ou tradição. No início do século passado foram conhecidos os trabalhos de 2 grandes estudiosos que podem ser apontados como precursores da Teoria da Organização: Frederick Winslow Taylor e Henri Fayol. Seus trabalhos constituem a base da Teoria Geral da Administração. Taylor aprofundouse no estudo dos problemas da produção e Fayol nos problemas da Direção, o que evidencia o caráter de complementaridade de suas obras. Taylor, considerado o pai da Administração Científica, falecido em 1915, preconizou a necessidade do planejamento do trabalho. Seu lema foi : A direção deve estudar antes, sistematicamente o trabalho, e depois desenvolver procedimentos adequados para aplicálos. Tal conceito é encontrado em sua principal obra, editada em 1911: “Princípios da Administração Científica”, que se baseia em postulados: “O Homus Economicus” e “O lucro como objetivo único da empresa”. Taylor concebeu, planificou e implantou a fábrica moderna. Seus ensinamentos foram aproveitados por Henry Ford na linha de montagem desenvolvendo estudos e aplicação da divisão do trabalho. Taylor deixou idéias básicas para racionalização industrial, desde o comando até a execução. Henri Fayol, contemporâneo de Taylor, cientista e administrador de extenso complexo industrial especializado em metalurgia, sustentou que na Administração deverseia adotar procedimentos idênticos às ciências exatas, ou seja, a experiência validando a doutrina. Fayol colocou a Administração como presença inarredável das realizações do homem, não importando o ramo de atividade que exerça. Para o ideal desenvolvimento dessas atividades, julgou imprescindíveis o PLANEJAMENTO, a ORGANIZAÇÃO, o COMANDO, a COORDENAÇÃO e o CONTROLE. Colocou tais atribuições em vários postos da hierarquia funcional, visualizando ao longo da estrutura da empresa, mesmo em cargos subordinados, sempre algumas funções administrativas. Nessa época, auge do liberalismo econômico, momento de euforia da produção industrial, a empresa era considerada um “fenômeno econômico simples”, e os teóricos da administração nessa fase, são chamados “Clássicos”. Para eles a empresa era onipotente, centro do sistema. As empresas eram manejadas por engenheiros e homens de formação técnica, que devido à farta oferta de mãodeobra, pouco se importavam com o homem a ser utilizado no processo produtivo. Devido a essa cultura e a esse sistema de idéias, era natural que os problemas das empresas recebessem um tratamento eminentemente técnico e seu objetivo fosse apenas obter o máximo de lucro possível. Após a 1ª guerra mundial, começou a diminuir o fluxo migratório, cessando por conseguinte, o fluxo de mãodeobra passando o aspecto homem ser analisado de outra forma. RELAÇÕES HUMANAS: A partir de 1925 iniciase o estudo da conduta do homem no trabalho. Os engenheiros e técnicos se unem aos estudiosos do homem. Psicólogos e pesquisadores como Elton Mayo provaram através de experiências que o fator humano é preponderante na obtenção de bons resultados em produção e na administração e que as preocupações se situavam agora, principalmente nas motivações humanas e nas reações dos grupos como forças intensas de participação do homem no trabalho. Esse enfoque “Behaviorista”, conhecido como escola Neoclássica ou das Relações Humanas colocou o homem como ponto mais importante do sistema, ao qual tudo deve se moldar, e que considerou a empresa como um “Fenômeno Social Complexo”. A nova teoria prova que o homem é muito complexo para ser considerado apenas como entidade econômica, além do lucro ele tem muitos outros objetivos, notadamente o reconhecimento de seu valor pelo grupo. A empresa possui também outros objetivos além do lucro, especialmente o e se útil à sociedade e prover a satisfação de seus empregados. O mais famoso princípio da Escola das Relações Humanas é simplesmente uma advertência ao Administrador no sentido de atentar sempre ao elemento humano, comandar através de liderança, colher sugestões de subordinados e manter com eles excelente comunicação. ENFOQUE SISTÊMICO: O último grande impacto pelo qual a administração está passando diz respeito à incorporação dos fundamentos da Teoria Geral dos Sistemas. O enfoque sistêmico não significa abandonar os estudos anteriores, cada um contribuiu e continua contribuindo de forma decisiva para o enriquecimento da Teoria Administrativa. Ao mesmo tempo não se pode negar ser o enfoque sistêmico o que reúne melhores condições para tentar responder aos grandes desafios enfrentados pelos administradores, tanto na esfera conceitual quanto prática. A Teoria dos Sistemas não representa uma nova escola mas uma evolução de funções unidas por interação ou interdependência. Num Sistema a ação de um provoca a reação de outro, com maior ou menor intensidade. É exatamente essa organização sistemática simples que representa o que de mais atual há em administração, e que podendo assumir proporções gigantescas permite a existência de enormes complexos empresariais no mundo moderno. O enfoque sistêmico leva a Administração a especializarse em segmentos distintos e complementares, tais como: Recursos Humanos, Materiais, Finanças, Vendas, Marketing, Produção e Organização de Sistemas. Esta visão histórica tem o intuito de esquematizar no tempo o processo evolutivo do assunto, mostrar sua integração científica e sua utilização prática. Entretanto, qualquer estudioso interessado no assunto e ávido por definições chegaria inexoravelmente à seguinte pergunta: “A Administração, afinal é uma ciência ou uma arte?”. Na verdade, a prática da administração como todas as artes, utilizase de um corpo organizado de conhecimentos (ciências) e o aplica à luz da realidade para alcançar um objetivo prático. Os avanços tidos após a segunda Grande Guerra, quando a nação americana firmouse definitivamente como grande potência, fizeram com que muitos observadores e estudiosos acreditassem que as técnicas produtivas e a posição norte americana eram virtualmente definitivas. A Administração da Produção adquiriu um caráter de gerência industrial dentro de uma situação absolutamente sob controle. Aliado a um ambiente concorrencial interno e externo, isso fez com que as atenções se voltassem mais para outras áreas como Marketing e Finanças, que adquiriram um caráter de “nobreza” não maisreservado à área industrial. Esse movimento, de relativo esquecimento da importância da área industrial, fez com que durante a década de 60 as atenções se voltassem para a área de serviços na economia americana, que havia adquirido uma importância econômica antes não imaginada. Introduziuse então o termo “Operações” para designar essas novas aplicações e a Administração da Produção evoluiu então da prática tradicional de gerência industrial para uma ampla atividade com aplicações tanto na área industrial como na de serviços. Posteriormente, na década de 70, a Administração da Produção readquiriu, nos Estados Unidos e em proporção mundial, uma posição de destaque na moderna empresa industrial. Os fatos históricos que levaram a esse estado de coisas foram, em particular, o declínio norte americano em termos de produtividade industrial e no comércio mundial de manufaturas, além do crescimento de algumas potências nestes aspectos, notadamente o Japão. FATOS IMPORTANTES NO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO NOS ÚLTIMOS 200 ANOS: EXPANSÃO COLONIAL (Até 1.790) James Watt (1764): Motor a vapor deu melhor emprego à força mecânica. Adam Smitt (1.776): Divulgou vantagens da divisão do trabalho através do livro: “Riqueza das Nações”. EXPANSÃO INDUSTRIAL (1.790 a 1942): A Constituição dos Estados Unidos da América (1.789) estimulou investimentos de capital e comercial, juntamente com a expansão ferroviária provocada no final da guerra civil americana. EXPANSÃO FINANCEIRA (A partir de 1.850): O surgimento de Taylor (1890) consolidando a filosofia da Administração Científica provocou o surgimento de outras importantes contribuições na área industrial: Henry Ford (1.913): Produção em massa nas linhas de montagem. Henry Gantt Uso de sistemas de programação Harrington Emerson Melhoria da eficiência empresarial F.W.Harris (1.915) 1º modelo do lote econômico de compra Walter Schewhart (1.931) Controle estatístico qualidade. Elton Mayo (1933) Atenção a fatores comportamentais. L.H.C Tipott (1.935) Amostragem do trabalho. PERÍODO DE DEPRESSÃO (1942 a 1946): Ocasionado pela ocorrência da 2ª guerra mundial. EXPANSÃO DA AUTOMAÇÃO (Após 1946): Na metade do século XX, na medida em que foram aperfeiçoados as técnicas de pesquisa operacional e os computadores se tornaram econômicos, a indústria ingressou em uma era de automação sem precedentes. Os gerentes dispunham de dados atualizados sobre mercados, custos, níveis de produção e estoque. Os fabricantes começaram a instalar unidades lógicas nos equipamentos, a fim de que as maquinas pudessem receber e executar instruções préprogramadas. O agrupamento das máquinas controladas por computadores e o desenvolvimento dos robôs industriais deram aos sistemas de produção flexibilidade para receber e transmitir informações online. Os robôs começaram a realizar rapidamente tarefas isoladas, e assim os sistemas de fabricação flexíveis puderam fornecer produtos sob encomenda em quantidades que antes somente seriam possíveis em linhas de produção seriada. PRINCIPAIS TEORIAS QUE INFLUENCIARAM O ATUAL PENSAMENTO ADMINISTRATIVO: 1903 Teoria da Administração Científica Frederick W. Taylor. (ênfase nas tarefas) 1909 Teoria da Burocracia Max Weber (ênfase na estrutura) 1916 Teoria Clássica Henri Fayol (ênfase na estrutura) 1932 Teoria das Relações Humanas Elton Mayo (ênfase nas pessoas) 1947 Teoria Estruturalista (ênfase na estrutura) 1951 Teoria dos Sistemas (ênfase no ambiente) 1953 Teoria Neoclássica (ênfase no ambiente) 1972 Teoria da Contingência (ênfase no ambiente e na tecnologia) As teorias sempre foram baseadas em variáveis que estruturaram o pensamento de cada escola. (tarefa, estrutura, ambiente, pessoas, tecnologia). A adequação dessas cinco variáveis constitui o principal desafio da Administração. O objeto do estudo da Administração sempre foi a ação organizacional, inicialmente entendida como conjunto de cargos e tarefas, mais tarde conjunto de órgãos e funções e posteriormente chegouse à concepção de Sistemas. 1.2 Definições Básicas. a. Administração: É uma ciência que se utiliza princípios básicos, devidamente comprovados a fim de tornar produtivos os valores, as aspirações e as tradições do individuo, da comunidade e da sociedade, para atender a uma finalidade produtiva comum. De acordo com Peter Drucker, o desenvolvimento econômico e social resulta da Administração e por esse motivo não existem países subdesenvolvidos e sim países subadministrados. Exemplo o Japão da era de “Meidji” que no prazo de 25 anos tornouse um país desenvolvido sendo, inclusive em alguns aspectos o mais desenvolvido do mundo. b. Produção: É a transformação de recursos de capital, materiais e humanos em bens e serviços de maior valor. c. Administração da Produção: É o ramo da ciência da Administração que se utiliza princípios básicos desta, (P.O.C.C.C), visando o gerenciamento dos recursos que são necessários para a obtenção dos produtos e serviços de uma organização d. Indústria: Conjunto de operações que concorrem para produção de riquezas. e. Produtividade: É o resultado do aproveitamento adequado dos elementos humanos disponíveis e do emprego da mãodeobra especializada em tarefas específicas. (referese ao aspecto qualitativo da produção) f. Eficiência: Está intimamente relacionada aos custos e a forma pela qual os meios são geridos, caracterizandose como um critério de desempenho interno. g. Eficácia: Preocupase com os resultados, sendo pois, uma medida de desempenho externo. h. Efetividade: Preocupação com relacionamento externo da empresa, fato que lhe permitirá a sua permanência e sobrevivência no mercado. i. Racionalização Industrial: É a atividade que deve ser desenvolvida com bom senso, lógica, criatividade e iniciativa visando a economia dos meios de produção. j. Trabalho: É a aplicação das forças e faculdades do homem em prol da produção de um bem ou serviço k. Sistema de Produção: É o conjunto de componentes que atuam na execução do objetivo global da área, isto é, atingir a finalidade inicialmente proposta que é produzir. l. Autoridade: É o direito e o poder de comandar transmitido de forma natural ou legal. m. Responsabilidade: Obrigação de responder por ações próprias ou de terceiros, sofrendo suas conseqüências. n. Administração da Produção e Operações: Diz respeito às atividades orientadas para a produção de um bem físico ou a prestação de um serviço. Produção ligase mais as atividades industriais enquanto Operações referese a atividades desenvolvidas por empresas prestadoras de serviço Essa visão está chegando agora no Brasil, mas já cerca de 20 anos está sendo adotada nos Estados Unidos. o. Diferenças entre Bens e Serviços: Bens Serviços Produtos tangíveis Produtos intangíveis Produzidos p/consumo posterior Produzidos com consumo simultâneo Baixa interação com o cliente. Alta interação com o cliente. Podem ser revendidos Não é comum a revenda Podem ser estocados Não podem ser estocados. 1.3 Classificação das Indústrias. A classificação internacional. Recomendada pela O.N.U e adotada no Brasil pelo IBGE. determina três atividades básicas: 1. Agropecuária ( Atividade primária); 2. Indústria (Atividade secundária); 3. Comércio e Serviço (Atividade terciária). Indústria: Dividese em 4 grandes grupos: 1. Indústria extrativa mineral; 2. Indústria de transformação; 3. construção civil; 4. serviços industriais de utilidade pública (eletricidade, gás, água etc.) (Observação: As empresas de transporte – bens e passageiros – e de comunicações – rádio, telefone, fax, televisão – são classificadas como empresas prestadoras de serviço.) 1.3.1 Classificação do ponto de vista econômico: a. b. 1.3.2 Classificação quanto a Natureza: Todo tipo de indústria existente, caracterizase como sendo de transformação, isto em função da própria definição de produção. Nestas condições, a indústria de transformação classificase ainda em: a. Indústrias de Processamento: Produz peças ou subconjuntos de peças que serão utilizadas em outro produto final. b. Indústrias de Montagem: Formam um produto final a partir de peças ou subconjunto de peças elaboradas pelas industrias de processamento. 1.3.3 Classificação quanto ao Porte: Para determinação do porte de uma indústria, devese levar em consideração: ○ Faturamento; ○ capital; ○ grau de tecnologia; ○ natureza da administração; ○ desenvolvimento industrial da região considerada; ○ número de empregados. Na prática não existe nenhum método específico de classificação. Depende somente do interesse e da finalidade para a qual está se fazendo a classificação. Exemplo: Bancos de investimentos classificam de acordo com o faturamento, negociação de papéis (ações etc), capital, natureza da administração. Consumidor classifica analisando a qualidade do produto fabricado e grau de tecnologia aplicada na fabricação. A classificação mais simples é fornecida pelo IBGE e é realizada somente em função do número de funcionários: Até 5 funcionários Artesanato/micro empresa; de 6 a 100 funcionários pequenas indústrias; de 101 a 500 funcionários médias indústrias; acima de 500 funcionários grandes indústrias. 1.4 A Função da Produção/Funções Auxiliares. As atividades de produção constituem a base do sistema econômico de uma região e até mesmo de uma nação. a. Função restrita: Transformação de recursos em produtos ou serviços de maior valor. b. Função Genérica: A produção tem como objetivo prover a satisfação das necessidades humanas, buscando o alcance de novas tecnologias, promovendo o desenvolvimento econômico e social de uma região, do estado ou do país. A produção está ligada a três aspectos fundamentais: 1. Propiciar a realização do trabalho; 2. propiciar o desenvolvimento econômico; 3. propiciar o desenvolvimento social. 1.4.1 Funções do Administrador da Produção. Além das funções básicas inerentes a qualquer administrador (P.O.C.C.C.), o Administrador da Produção tem ainda que observar os seguintes itens de sua exclusiva responsabilidade. 1. Cronograma das atividades de produção; 2. escolha do método de produção; 3. previsão de demanda dos produtos; 4. previsão de demanda dos fatores de produção; 5. utilização eficiente dos fatores de produção; 6. qualidade da produção; 7. minimização de custos; 8. motivação dos funcionários. 1.4.2 Funções Auxiliares da Produção. A produção depende de outras atividades consideradas básicas e extremamente importantes, que embora possam ser exercidas isoladamente devem formar com a atividade de produção um perfeito sistema de forma que suas atividades sejam complementares e busquem objetivos comuns. São elas: 1. Engenharia de Produtos: responsável pela pesquisa de novos produtos e na melhoria dos já existentes. Este setor também é conhecido conforme a natureza dos produtos ou serviços fornecidos, de Departamento Científico, Departamento de Engenharia, Departamento de Pesquisa, Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, Departamento de Projetos, Departamento Técnico etc. 2. Compras: Responsável pela aquisição de matériasprimas, materiais indiretos e demais suprimentos necessários à fabricação ao melhor preço, prazo e na qualidade especificada. 3. Planejamento e Controle da Produção: Visa prever e mobilizar todos os recursos Necessários à produção em prazo e quantidades certos, bem como verifica se a execução da produção está ou não de acordo com o que foi planejado. É uma atividade especificamente administrativa. 4. Engenharia de Métodos: Também conhecida como Engenharia de Processo, cuida da racionalização da produção visando aumento da produtividade. Em conjunto com a área administrativa é responsável pela realização do arranjo físico das instalações em todas as suas fases, além da responsabilidade por projetos de dispositivos, gabaritos, ferramentas e toda sorte de implementos necessários à fabricação. 5. Relações Industriais: Cuida do recrutamento, seleção, contratação, registro e pagamento dos empregados, além de toda parte social. (restaurantes, cooperativas, colônia de férias, planos de benefícios, jornal interno, etc.) 6. Manutenção: Também chamada de “Engenharia de Fábrica”, cuida de todos os aspectos materiais necessários para que a fábrica possa produzir. Previne e corrige problemas ocasionados com paradas de máquinas, equipamentos, além de manter em perfeito estado as instalações, suas modificações e ampliações. 7. Inspeção e Controle de Qualidade: Visa a verificação dos produtos e suprimentos, constatando se estão ou não de acordo com especificações préestabelecidas. 8. Administração de Custos: Destinase a apurar os custos unitários dos diversos produtos fabricados e a comparálos aos custos padrões para determinação do preço de venda e dos lucros obtidos 1.5 Estudo de Caso CASO KRUGER LTDA A Kruger Ltda., é uma empresa especializada em serviços de equipamentos de ar condicionado e refrigeração, situada na área metropolitana de uma cidade de um milhão de habitantes. Embora a companhia instale equipamentos nacionalmente conhecidos, ela também fabrica limitadamente alguns componentes utilizados nos sistemas de refrigeração e de aquecimento, principalmente aqueles destinados a instalações comerciais. Desde sua fundação, a Companhia ganhou uma reputação de alta qualidade no seu trabalho. Geraldo Castro tem sido o principal representante de vendas da Companhia nos dois últimos anos. No decorrer desse período Castro verificou que a Companhia perdeu grandes oportunidades de obter contratos lucrativos devido às condições sob as quais ela foi forçada a operar. Principalmente no caso das instalações comerciais, Castro não tem autoridade para tomar qualquer decisão ou fazer acordo durante as negociações preliminares ao contrato; ele não participa nas discussões sobre preço, tempo de instalação e acertos de financiamentos. Cada um dos técnicos especialistas do assunto em cada área orçamento de preços, cronograma de instalações etc deve tratar do assunto e fazer os acordos formais. Durante todo esse tempo qualquer outra empresa concorrente já teria completado mais agilmente as negociações e fechado rapidamente o contrato. Castro considera isto um problema constante e sentese frustrado por apenas “vender” o produto, mas sem autoridade para especificar como, quando, por quanto e sob que condições. 1. Em que aspectos você acha justificada a queixa de Castro? 2. Em que aspectos você acha que não têm justificativas? 3. Como ele poderia melhorar essa situação? 4. Se você fosse um consultor chamado para investigar esse proble ma, qual ação recomendaria ao Presidente da Companhia? 1.6 Questões para Discussão: 1. Explicar as principais diferenças entre Produção e Operações. 2. O que se entende por Administração de Produção e Operações? Explique com suas próprias palavras. 3. Dissertar brevemente sobre a evolução da Administração da Produção. 4. Do ponto de vista de mercado atual quais os itens mais importantes que devem ser levados em consideração parao estudo de classificação das indústrias. 5. Muitas organizações vêem o papel da produção como restrito ao trabalho de fabricar produtos ou fornecer serviços aos consumidores. Comente as implicações desta visão da função produção. 6. Das funções auxiliares descritas, quais as que administrativamente se revestem de maior importância para o desenvolvimento das atividades de produção? Justifique sua resposta.
Compartilhar