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Curso de Assistência de Enfermagem em Pós-operatório MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 116 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV INFECÇÃO HOSPITALAR Infecção hospitalar é uma síndrome infecciosa que o indivíduo adquire após a sua hospitalização ou realização de procedimento ambulatorial. Sua manifestação pode ocorrer após a alta, desde que esteja relacionada com algum procedimento realizado durante a internação. São consideradas infecções hospitalares (IH) toda infecção adquirida pelo paciente depois de 48 horas de entrada no ambiente hospitalar, excluindo as infecções que estão incubadas no momento da internação. Mesmo quando o paciente recebe alta e logo depois desenvolve uma infecção, ela também é considerada uma IH, desde que esteja relacionada à internação ou ao procedimento hospitalar realizado. No Brasil, a preocupação com o controle de infecções hospitalares surgiu na década de 60, através de publicações dos primeiros relatos sobre o tema. A primeira iniciativa para criação de uma comissão datada de 1963 aconteceu no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre-RS. As próximas décadas foram contempladas com a publicação do Manual de Controle de Infecção Hospitalar, pelo Ministério da Saúde, e com a promulgação de leis e portarias, tornando obrigatória a instituição de CCIH em todos os hospitais brasileiros. A primeira intervenção governamental no Brasil, para o controle das infecções hospitalares, aconteceu com a emissão da Portaria nº 196, de 24 de junho de 1983, pelo Ministério da Saúde onde “... todos os hospitais do País deverão manter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) independentemente da natureza da entidade mantenedora”. Essa mesma Portaria estabelecia as indicações para organização e formação do processo de trabalho da comissão (CCIH), caracterizando seus agentes e as suas atividades, como, também, os critérios para 117 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores identificação e o diagnóstico dos diferentes tipos de infecções hospitalares. É importante ressaltar que as normas para seleção de germicidas, também estão incluídas nessa portaria. Daí por diante, a organização de ações para o controle das infecções hospitalares, em nível ministerial, sofreu várias modificações, revogando portarias já existentes e regulamentando outras. Oferecemos destaque para a lei federal nº 9431/MS que obrigou os hospitais a manter um Programa de Infecção Hospitalar e estabeleceu a vigilância epidemiológica para identificar ocorrências, determinar causas e possibilitar a proposição de medidas administrativas coerentes e oportunas. Tal iniciativa partiu da necessidade do controle e acompanhamento dos registros de infecção, que surgiam nos hospitais após os procedimentos realizados e internamento do cliente. LEI Nº 9.431 DE 06 DE JANEIRO DE 1997 Dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de infecções hospitalares pelos hospitais do País. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controle de Infecções Hospitalares - PCIH. § 1° Considera-se programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei, o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. § 2° Para os mesmos efeitos, entende-se por infecção hospitalar, também denominada institucional ou nosocomial, qualquer infecção adquirida após a internação de um paciente em hospital e que se manifeste durante a 118 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a hospitalização. Art. 2° Objetivando a adequada execução de seu programa de controle de infecções hospitalares, os hospitais deverão constituir: I - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares; II - (VETADO) Art. 3° (VETADO) Art. 4° (VETADO) Art. 5° (VETADO) Art. 6° (VETADO) Art. 7° (VETADO) Art. 8° (VETADO) Art. 9° Aos que infringirem as disposições desta Lei aplicam-se as penalidades previstas na Lei n° 6.437, de 20 de agosto de 1977. Art. 10º (VETADO) Art. 11º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 12º Revogam-se as disposições em contrário. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 119 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores PORTARIA Nº 2.616/MS/GM, DE 12 DE MAIO DE 1998 D.O.U. 13/05/98 O Ministro de Estado da Saúde, Interino, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, inciso II da Constituição, e Considerando as determinações da lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de programa de controle de infecções hospitalares; Considerando que as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação de assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes ao seu funcionamento; Considerando que o Capítulo I art. 5º e inciso III da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, estabelece como objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), "a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da Saúde com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas", Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora os órgãos estaduais de saúde deverão observar, entre outros requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos circunstantes (Decreto nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, art. 2º, inciso IV); Considerando os avanços técnico-científicos, os resultados do Estudo Brasileiro da Magnitude das Infecções Hospitalares, Avaliação da Qualidade das Ações de Controle de Infecção Hospitalar, o reconhecimento mundial destas ações como as que implementam a melhoria da qualidade da 120 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores assistência à Saúde, reduzem esforços, problemas, complicações e recursos; Considerando a necessidade de informações e instrução oficialmente constituída para respaldar a formação técnico-profissional, resolve: Art. 1º Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares.Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções dos hospitais, compõem o Programa de Controle de Infecções Hospitalares. Art. 3º A Secretaria de Políticas de Saúde, do Ministério da Saúde, prestará cooperação técnica às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de orientá-las sobre o exato cumprimento e interpretação das normas aprovadas por esta Portaria. Art. 4º As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão adequar as normas conforme prevê as Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 5º A inobservância ou o descumprimento das normas aprovadas por esta Portaria sujeitará o infrator ao processo e às penalidades na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, ou outra que a substitua, com encaminhamento dos casos ou ocorrências ao Ministério Público e órgãos de defesa do consumidor para aplicação da legislação pertinente (Lei nº 8.078/90 ou outra que a substitua). Art. 6º Este regulamento deve ser adotado em todo território nacional, pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito público e privado envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde. 121 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Art. 7º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 8º Fica revogada a Portaria nº 930, de 27 de agosto de 1992. BARJAS NEGRI Programa de Controle de Infecção Hospitalar ANEXO I ORGANIZAÇÃO 1. O Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 1. Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar. 1.1. A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados. 2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. 2.2.1. O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital. 2.3. Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: 2.3.1. Serviço médico; 2.3.2. Serviço de enfermagem; 2.3.3. Serviço de farmácia; 122 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.3.4. Laboratório de microbiologia; 2.3.5. Administração. 2.4. Os hospitais com número de leitos igual ou inferior a 70 (setenta) atendem os números 2.3.1. e 2.3.2. 2.5. Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e, portanto, são encarregados da execução das ações programadas de controle de infecção hospitalar; 2.5.1. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. 2.5.1.1. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. 2.5.1.2. A carga horária diária, dos membros executores, deverá ser calculada na base da proporcionalidade de leitos indicados no número 2.5.1. 2.5.1.3. Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os membros executores terão acrescidas 2 (duas) horas semanais de trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração; 2.5.1.3.1. Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes críticos: 2.5.1.3.1.1. Pacientes de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal); 2.5.1.3.1.2. Pacientes de berçário de alto risco; 2.5.1.3.1.3. Pacientes queimados; 123 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.5.1.3.1.4. Pacientes submetidos a transplantes de órgãos; 2.5.1.3.1.5. Pacientes hemato-oncológicos; 2.5.1.3.1.6. Pacientes com Síndrome da Imunodeficiênica Adquirida. 2.5.1.4. Admite-se, no caso do número 2.5.1.3., o aumento do número de profissionais executores na CCIH, ou a relativa adequação de carga horária de trabalho da equipe original expressa no número 2.5.1; 2.5.1.5. Em hospitais com regime exclusivo de internação tipo paciente-dia, deve-se atender aos números 2.1, 2.2 e 2.3, e com relação ao número 2.5.1., a carga de trabalho dos profissionais será de 2 (duas) horas diárias para o enfermeiro e 1 (uma) hora para os demais profissionais, independente do número de leitos da instituição. 2.5.1.6. Os hospitais poderão consorciar-se no sentido da utilização recíproca de recursos técnicos, materiais e humanos, com vistas à implantação e manutenção do Programa de Controle da Infecção Hospitalar. 2.5.1.7. Os hospitais consorciados deverão constituir CCIH própria, conforme os números 2 e 2.1, com relação aos membros consultores, e prover todos os recursos necessários à sua atuação. 2.5.1.8. O consórcio deve ser formalizado entre os hospitais componentes. Os membros executores, no consórcio, devem atender aos números 2.5.1, 2.5.1.1, 2.5.1.2, 2.5.1.3 e 2.5.1.4. COMPETÊNCIAS 3. A CCIH do hospital deverá: 3.1. Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações relativas a: 124 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3.1.1. Implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares, de acordo com o Anexo III; 3.1.2. Adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares; 3.1.3. Capacitação do quadro de funcionário e profissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção e controle das infecções hospitalares; 3.1.4. Uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico- hospitalares; 3.2. Avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros executores da CCIH; 3.3. Realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar medidas imediatas de controle; 3.4. Elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade hospitalar; 3.5. Elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento; 3.6. Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e ao tratamento das infecções hospitalares; 125 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seusrespectivos autores 3.7. Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico- hospitalares para a instituição; 3.8. Cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares; 3.9. Elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; 3.10. Cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente, as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes; 3.11. Notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva; 3.12. Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização e/ou produtos industrializados. 4. Caberá à autoridade máxima de instituição: 4.1. Constituir formalmente a CCIH; 4.2. Nomear os componentes da CCIH por meio de ato próprio; 126 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.3. Propiciar a infra-estrutura necessária à correta operacionalização da CCIH; 4.4. Aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH; 4.5. Garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de política da instituição, como, por exemplo, os conselhos técnicos, independente da natureza da entidade mantenedora da instituição de saúde; 4.6. Garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal, Estadual/Distrital de Controle de Infecção Hospitalar; 4.7. Informar o órgão oficial municipal ou estadual quanto à composição da CCIH, e às alterações que venham a ocorrer; 4.8. Fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal hospitalar. 5. À Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério da Saúde, compete: 5.1. Definir diretrizes de ações de controle de infecção hospitalar; 5.2. Apoiar a descentralização das ações de prevenção e controle de infecção hospitalar; 5.3. Coordenar as ações nacionais de prevenção e controle de infecção hospitalar; 5.4. Estabelecer normas gerais para a prevenção e controle das infecções hospitalares; 5.5. Estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle de infecção hospitalar; 127 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 5.6. Promover a articulação com órgãos formadores, com vistas à difusão do conteúdo de conhecimentos do controle de infecção hospitalar; 5.7. Cooperar com a capacitação dos profissionais de saúde para o controle de infecção hospitalar; 5.8. Identificar serviços municipais, estaduais e hospitalares para o estabelecimento de padrões técnicos de referência nacional; 5.9. Prestar cooperação técnica, política e financeira aos Estados e aos Municípios, para aperfeiçoamento da sua atuação em prevenção e controle de infecção hospitalar; 5.10. Acompanhar e avaliar as ações implementadas, respeitadas as competências estaduais/distrital e municipais de atuação, na prevenção e controle das infecções hospitalares; 5.11. Estabelecer sistema nacional de informações sobre infecção hospitalar na área de vigilância epidemiológica; 5.12. Estabelecer sistema de avaliação e divulgação nacional dos indicadores da magnitude e gravidade das infecções hospitalares e da qualidade das ações de seu controle; 5.13. Planejar ações estratégicas em cooperação técnica com os Estados, Distrito Federal e os Municípios; 5.14. Acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar. 6. Às Coordenações Estaduais e Distrital de Controle de Infecção Hospitalar, compete: 6.1. Definir diretrizes de ação estadual/distrital, baseadas na política nacional de controle de infecção hospitalar; 128 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6.2. Estabelecer normas, em caráter suplementar, para a prevenção e controle de infecção hospitalar; 6.3. Descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos Municípios; 6.4. Prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios, executando, supletivamente, ações e serviços de saúde, caso necessário; 6.5. Coordenar, acompanhar, controlar e avaliar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar do Estado e Distrito Federal; 6.6. Acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar; 6.7. Informar, sistematicamente, à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério da Saúde, a partir da rede distrital, municipal e hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar estabelecidos. 7. Às Coordenações Municipais de Controle de Infecção Hospitalar, compete: 7.1. Coordenar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar na rede hospitalar do Município; 7.2. Participar do planejamento, da programação e da organização da rede regionalizada e hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar; 7.3. Colaborar e acompanhar os hospitais na execução das ações de controle de infecção hospitalar; 7.4. Prestar apoio técnico à CCIH dos hospitais; 129 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 7.5. Informar, sistematicamente, à Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar do seu Estado, a partir da rede hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar estabelecidos. Programa de Controle de Infecção Hospitalar ANEXO II CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES: 1. Conceitos básicos. 1.1. Infecção comunitária (IC): 1.1.1. é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. 1.1.2. São também comunitárias: 1.1.2.1. a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microorganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção; 1.1.2.2. a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS); 1.1.2.3. As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas. 130 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1.2. Infecção hospitalar (IH): 1.2.1. é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. 2. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar, previamente estabelecidose descritos. 2.1. Princípios: 2.1.1. o diagnóstico das infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de: 2.1.1.1. evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; 2.1.1.2. resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos, anticorpos e métodos de visualização realizados. 2.1.1.3. evidências de estudos com métodos de imagem; 2.1.1.4. endoscopia; 2.1.1.5. biópsia e outros. 2.2. Critérios gerais: 2.2.1. quando, na mesma topografia em foi diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar; 131 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2.2.2. quando se desconhecer o período de incubação do microorganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão; 2.2.3. são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e ou terapêuticos, realizados durante este período; 2.2.4. as infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas; 2.2.5. os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem infecção hospitalar. Neste caso, a Coordenação Estadual/Distrital/Municipal e/ou o hospital de origem deverão ser informados para computar o episódio como infecção hospitalar naquele hospital. 3. Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica 3.1. as infecções pós-cirúrgica devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de microorganismos presentes no tecido a ser operado; 3.2. a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com as seguintes indicações: 3.2.1. Cirurgias Limpas - são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e 132 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário; 3.2.2. Cirurgias Potencialmente Contaminadas - são aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de dificil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. 3.2.3. Cirurgias Contaminadas - são aquelas realizadas em tecido recentemente traumatizados e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Na presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se inclue nesta categoria. 3.2.4. Cirurgias Infectadas - são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local) e/ou tecido necrótico. ANEXO III VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES. 1. Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares é a observação ativa, sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o 133 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle. 2. A CCIH deverá escolher o método de Vigilância Epidemiológica mais adequada às características do hospital, à estrutura de pessoal e à natureza do risco da assistência, com base em critérios de magnitude, gravidade, redutibilidade das taxas ou custo; 2.1. São indicados os métodos prospectivos e transversais, visando determinar taxas de incidência ou prevalência. 3. São recomendados os métodos de busca ativos de coleta de dados para Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares. 4. Todas as alterações de comportamento epidemiológico deverão ser objeto de investigação epidemiológica específica. 5. Os indicadores mais importantes a serem obtidos e analisados periodicamente no hospital e, especialmente, nos serviços de Berçário de Alto Risco, UTI (adulto/pediátrica/neonatal) Queimados, são; 5.1. Taxa de Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de episódios de infecção hospitalar no período considerado e como denominador o total de saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no mesmo período; 5.2. Taxa de Pacientes com Infecção Hospitalar, calculada tomando como numerador o número de doentes que apresentaram infecção hospitalar no período considerado, e como denominador o total de saídas (altas, óbitos e transferências) ou entradas no período; 5.3. Distribuição Percentual das Infecções Hospitalares por localização topográfica no paciente, calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar em cada topografia, no período 134 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores considerado e como denominador o número total de episódios de infecção hospitalar ocorridos no período; 5.4. Taxa de Infecções Hospitalares por Procedimento, calculada tendo como numerador o número de pacientes submetidos a um procedimento de risco que desenvolveram infecção hospitalar e como denominador o total de pacientes submetidos a este tipo de procedimento. Exemplos: Taxa de infecção do sítio cirúrgico, de acordo com o potencial de contaminação. Taxa de infecção urinário após cateterismo vesical. Taxa de pneumonia após uso de respirador. 5.5. Recomenda-se que os indicadores epidemiológicos dos números 5.1. e 5.2. sejam calculados utilizando-se no denominador o total de pacientes dia, no período. 5.5.1. O número de pacientes dia é obtido somando-se os dias totais de permanência de todos os pacientes no período considerado. 5.6. Recomenda-se que o indicador do número 5.4 pode ser calculado utilizando-se como denominador o número total de procedimentos dia. 5.6.1. O número de pacientes dia é obtido somando-se o total de dias de permanência do procedimento realizado no período considerado. 5.7. Outros procedimentos de risco poderão ser avaliados, sempre que a ocorrência respectiva o indicar, da mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas deinfecção do sítio cirúrgico, por cirurgião e por especialidade. 135 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 5.8. Freqüência das Infecções Hospitalares por Microorganismos ou por etiologias, calculada tendo como numerador o número de episódios de infecção hospitalar por microorganismos e como denominador o número de episódios de infecções hospitalares que ocorreram no período considerado. 5.9. Coeficiente de Sensibilidade aos Antimicrobianos, calculado tendo como numerador o número de cepas bacterianas de um determinado microorganismos sensível a determinado antimicrobiano e como denominador o número total de cepas testadas do mesmo agente com antibiograma realizado a partir das espécimes encontradas. 5.10. Indicadores de uso de antimicrobianos. 5.10.1. Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos (uso profilático ou terapêutico) no período considerado. Pode ser especificado por clínica de internação. É calculado tendo como numerador o total de pacientes em uso de antimicrobiano e como denominador o número total de pacientes no período. 5.10.2. Freqüência com que cada antimicrobiano é empregado em relação aos demais. É calculada tendo como numerador o total de tratamentos iniciados com determinado antimicrobiano no período, e como denominador o total de tratamentos com antimicrobianos iniciados no mesmo período. 5.11. Taxa de letalidade associada à infecção hospitalar, é calculada tendo como numerador o número de pacientes que desenvolveram infecção hospitalar no período. 5.12. Consideram-se obrigatórias as, informações relativas aos indicadores epidemiológicos 5.1, 5.2, 5.3 e 5.11., no mínimo com relação aos serviços de Berçário de alto risco, UTI (adulto/pediátrica/neonatal) e queimados. 6. Relatórios e Notificações 136 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6.1. A CCIH deverá elaborar periodicamente um relatório com os indicadores epidemiológicos interpretados e analisados. Esse relatório deverá ser divulgado a todos os serviços e à direção, promovendo-se seu debate na comunidade hospitalar. 6.2. O relatório deverá conter informações sobre o nível endêmico das infecções hospitalares sob vigilância e as alterações de comportamentos epidemiológicos detectadas, bem como as medidas de controle adotadas e os resultados obtidos. 6.3. É desejável que cada cirurgião receba, anualmente, relatório com as taxas de infecção em cirurgias limpas referentes às suas atividades, e a taxa média de infecção de cirurgias limpas entre pacientes de outros cirurgiões de mesma especialidade ou equivalente. 6.4. O relatório da vigilância epidemiológica e os relatórios de investigações epidemiológicas deverão ser enviados às Coordenações Estaduais/Distrital/ Municipais e à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde, conforme as normas específicas das referidas Coordenações. ANEXO IV LAVAGEM DAS MÃOS 1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente. 2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares. 137 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros fluídos corpóreos, secreções ou excreções. 4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a um único paciente, sempre que envolver contato com diversos sítos corporais, entre cada uma das atividades. 4.1. A lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos são realizadas sempre antes dos procedimentos cirúrgicos. 5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de anti-séptico deve considerar o tipo de contato, o grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado. 5.1. A Lavagem das mãos com anti-séptico é recomendada em: realização de procedimentos invasivos; prestação de cuidados a pacientes críticos; contato direto com feridas e/ou dispositivos invasivos, tais como cateteres e drenos. 6. Devem ser empregadas medidas e recursos com o objetivo de incorporar a prática da lavagem das mãos em todos os níveis da assistência hospitalar. 6.1. A distribuição e a localização de unidades ou pias para lavagem das mãos, de forma a atender à necessidade nas diversas áreas hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental para a obrigatoriedade da prática. Programa de Controle de Infecção Hospitalar 138 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ANEXO V RECOMENDAÇÕES GERAIS 1. A utilização dos anti-sépticos, desinfetantes e esterilizantes seguirá as determinações da Portaria nº 15, de 23 de agosto de 1988, da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS)/ do Ministério da Saúde e o Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde/MS, 2º edição, 1994, ou outras que as complementem ou substituam. 1.1. Não são recomendadas, para a finalidade de anti-sepsia, as formulações contendo mercuriais orgânicos, acetona, quaternário de amônio, líquido de Dakin, éter e clorofórmio. 2. As Normas de limpeza, desinfecção e esterilização são aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, 2º edição, 1994 - princípios ativos liberados conforme os definidos pela Portaria nº 15, SVS, de 23 de agosto de 1988, ou outras que a complementem ou substituam. 3. As normas de procedimentos na área de Microbiologia são aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde - Manual de Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Hospitalar, 1º edição, 1991 ou outras que as complementem o substituam. 4. As normas para lavanderia são aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde - Manual de Lavanderia Hospitalar, 1º edição, 1986, ou outras que as complementem ou substituam. 5. A Farmácia Hospitalar seguirá as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde - Guia Básico para a Farmácia Hospitalar, 1º edição, 1994, ou outras que as complementem ou substituam. 139 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores (Of. nº 31/98). PRECAUÇÕES PADRÕES Na exposição-contaminação ao sangue ou a outros materiais biológicos, a principal medida para que não ocorra a contaminação por patógenos de transmissão sangüínea nos serviços de saúde é a prevenção. Na existência de qualquer risco de contaminação durante a prestação da assistência ao cliente, devem ser utilizadas as precauções padrões básicas, que são normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos. Tais precauções consistem do uso, por parte dos profissionais, de equipamentos e materiais que servem de barreira protetora diante da manipulação com sangue, líquidos corpóreos, secreções e excreções, peles não-íntegras e mucosas. Têm por objetivo evitar a transmissão de infecções (conhecidas ou não) do paciente parao profissional de saúde. Historicamente, os trabalhadores da área da saúde nunca foram considerados uma categoria profissional de alto risco para acidentes de trabalho. O risco ocupacional com agentes infecciosos é conhecido desde o início dos anos 40 do século XX. Porém, as medidas profiláticas e o acompanhamento clínico- laboratorial, de trabalhadores expostos aos patógenos de transmissão sangüínea, só foram desenvolvidos e implementados a partir da epidemia de infecção pelo HIV/aids, no início da década de 80. Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciadas logo após a ocorrência do acidente. As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são definidas como: • Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex.agulhas, bisturi, vidrarias); • Exposições em mucosas – p.ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca; 140 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas abertas; São ações de precauções padrões: - Higienização das mãos: lavar sempre antes e após contato com o paciente, após o uso de luvas, realização de técnicas e procedimentos com o paciente e manipulação de equipamentos e artigos contaminados; - Uso de luvas descartáveis: Usar sempre que houver risco de contato das mãos com sangue, líquidos corporais, secreções e excreções (exceto suor), mucosas ou pele não-íntegra, atentar para retirar as luvas imediatamente após o uso, e antes de tocar em outro paciente ou qualquer material ou superfície; - Uso de avental: Usar avental de tecido sempre que houver risco de contaminação da roupa com sangue e líquidos corporais. Descartá-los após o uso; - Uso de protetores de face: Máscaras, óculos e protetores faciais devem ser utilizados sempre que houver risco de contaminação por respingo de sangue ou secreções corpóreas, em mucosa oral, nasal ou ocular; - Manuseio de materiais perfuro-cortantes: utilizar cautela no uso, manipulação, transporte e descarte dos materiais perfuro-cortantes, não reencapar agulhas, manter as caixas de descarte em fácil acesso e próximas aos locais de maior geração de materiais perfuro-cortantes. Foto: Brasil. Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, 2003. 141 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores TÉCNICAS BÁSICAS PREVENTIVAS CONCEITUAÇÃO ANTI-SEPSIA Anti-sepsia significa destruição ou inibição do crescimento de microorganismos dos tecidos ou fluidos, através de técnicas especiais, utilizando produtos químicos. ASSEPSIA Conjunto de procedimentos e atitudes que visam a impedir a penetração de microrganismos em um local em que não existam, bem como evitar que outros sejam levados para uma área já contaminada. DESINFECÇÃO É a destruição de microorganismos patogênicos a níveis suportáveis. Termo usado preferencialmente para referir-se a ambientes. ESTERILIZAÇÃO Qualquer procedimento físico (vapor saturado sobre pressão . autoclave e vapor seco, estufa) ou químico (óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio, formaldeído, glutaraldeído e ácido peracético) que elimine todas as formas de vida, ou seja, tornando o metabolismo microbiano irreversível. Os artigos utilizados nos serviços de saúde são classificados em três categorias, conforme o grau de risco de provocar infecção nos pacientes: 142 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores CLASSIFICAÇÃO CONCEITO PROCESSO Artigos críticos Materiais com elevado potencial de risco de provocar infecção, porque são introduzidos diretamente em tecidos normalmente estéreis. Esterilização Artigos semicríticos Aqueles que entram em contato com mucosa íntegra e pele não- intacta; pode-se tornar artigo crítico se ocorrer lesão acidental durante a realização do procedimento. A esterilização não é obrigatória, porém desejável; há indicação de, no mínimo, desinfecção de alto nível. Artigos não-críticos Materiais que entram em contato somente com a pele íntegra e geralmente oferecem baixo risco de infecção. Dependendo do grau de contaminação, podem ser submetidos à limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível. LAVAGEM DAS MÃOS A equipe de saúde tem importante papel na cadeia de transmissão da infecção hospitalar ou domiciliar. As práticas adotadas para sua prevenção visam controlar a propagação de microrganismos que habitam o ambiente hospitalar e diminuir os riscos do paciente vir a adquirir uma infecção. Por outro lado, tanto as medidas gerais como as específicas de prevenção e controle de infecção implantadas na instituição, também se direcionam para proteger o próprio trabalhador que ali desempenha sua função, quer seja prestando assistência direta ao paciente, como no caso do auxiliar de enfermagem ou do enfermeiro, quer seja indiretamente, como o funcionário da higiene hospitalar, da lavanderia ou da nutrição e dietética. Um dos procedimentos de controle da propagação de infecção hospitalar é a realização de maneira responsável e consciente, da lavagem das mãos. Embora na pele das mãos existam bactérias com variados graus de patogenicidade, em situação normal elas não causam infecção por haver uma barreira fisiológica protetora. Entretanto, na ocorrência de rompimento da solução de continuidade da pele, ou no caso de pacientes imunodeprimidos, poderá haver a 143 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores instalação de um processo infeccioso. Esse fato, por si só, destaca a importância da lavagem das mãos na remoção das bactérias e na prevenção da infecção hospitalar. Quadro 1* - MICRORGANISMOS ENCONTRADOS NA PELE Microrganismos Incidência Staphylococcus epidermidis (coagulase - negativa) 85 a 100 % Staphylococcus aureus (coagulase - positiva) 5 a 25 % Streptococcus pyogenes (grupo A) 0 a 4 % Propionibacterium acnes (corinebactérias anaeróbias) 10 a 45 % Corynebacterium sp. (anaeróbias) (difteróides) 55% Lactobacilos 55% Cândida albicans Incomum Outras espécies de Cândida, especialmente, C. parapsilosis 1 a 15 % Clostridium perfringens (especialmente nas extremidades inferiores) 40 a 60 % Enterobacteriaceae Incomum Acinetobacter calcoaceticus 25 % Moraxella sp. 5 a 15% Mycobacterium sp. Raro • Adaptado de YOUMANS, S., et alli. The biologic and clinical basis of infeccious diseases. 3. ed. Philadelphia, Saunders Company, 1986, 1v. 144 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Lavagem básica das mãos É o simples ato de lavar as mãos com água e sabão, visando à remoção de bactérias transitórias ealgumas residentes, como também células descamativas, pêlos, suor, sujidades e oleosidade da pele. O profissional de saúde deve fazer desse procedimento um hábito, seguindo as recomendações e etapas de desenvolvimento da seguinte técnica: • Fique em posição confortável, sem tocar a pia, e abra a torneira, de preferência, com a mão não dominante, isto é, com a esquerda, se for destro, e com a direita, se for canhoto; • Mantenha, se possível, a água em temperatura agradável, já que a água quente ou muito fria resseca a pele. Use, de preferência, 2 ml de sabão líquido, ou o sabão em barra. Nesse caso, enxágüe o sabão antes do uso; • Ensaboe as mãos e friccione-as por aproximadamente 15 segundos, em todas as suas faces, espaços interdigitais, articulações, unhas e extremidades dos dedos; • Enxágüe as mãos, retirando totalmente a espuma e resíduos de sabão; • Enxugue-as com papel-toalha descartável; • Feche a torneira utilizando o papel-toalha descartável (evite encostar- se à mesma ou na pia). 145 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Foto: Brasil. Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, 2003. Indicações Uma listagem de todas as situações em que as mãos devem ser lavadas seria uma tarefa prolongada e incompleta. De modo geral, entretanto, o bom senso autoriza e recomenda que o profissional de saúde lave as mãos nas situações abaixo indicadas: • Sempre que estiverem sujas. Antes de • Ministrar medicamento oral; • Preparar nebulização. Antes e após • A realização de trabalhos hospitalares; 146 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • A realização de atos e funções fisiológicas e ou pessoais (se alimentar, limpar e assoar o nariz, usar o toalete, pentear os cabelos, fumar ou tocar qualquer parte do corpo); • O manuseio de cada paciente e, às vezes, entre as diversas atividades realizadas num mesmo paciente (por exemplo: higiene, aspiração endotraqueal, esvaziamento da bolsa coletora de urina etc.); • O preparo de materiais ou equipamentos (respiradores, nebulizadores, etc.), durante seu reprocessamento; • A manipulação de materiais ou equipamentos (exemplo: cateter intravascular, sistema fechado de drenagem urinária e equipamentos respiratórios); • A coleta de espécimes; • A aplicação de medicação injetável; • A higienização e troca de roupa dos pacientes. Existem outras particularidades no desenvolvimento da técnica de lavagem das mãos diante da participação em procedimentos cirúrgicos e de procedimentos de risco, dentre elas, podemos destacar a lavagem e anti-sepsia das mãos com o auxilio de produtos como solução alcoólica, anti-sépticos degermantes e solução de iodo a 0,5 a 1%, além da variação do tempo dispensado para a realização da técnica. MANIPULANDO MATERIAL PERFURO-CORTANTE Entre as recomendações específicas que devem ser seguidas, durante a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material perfuro- cortante, destacam-se: • Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos; • Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos; 147 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • As agulhas não devem ser jamais reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos; • Todo material perfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa; • Os coletores específicos para descarte de material perfuro-cortante não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento. Foto: Brasil. Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, 2003. OUTROS CUIDADOS - cabelos longos devem ser mantidos presos, acima do ombro; - jóias, bijuterias, aliança e relógios devem ser removidos; - unhas devem ser mantidas limpas e curtas; - lavar bem qualquer área do corpo que entre, acidentalmente, em contato com sangue. 148 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A OSTOMIA E O CUIDADO COM O OSTOMIZADO Ostomia é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma comunicação entre o órgão interno e o exterior, com a finalidade de eliminar os dejetos, secreções, fezes e/ou urina do organismo. A nova abertura que se cria com o exterior, chama- se ostoma. As palavras ostomia, ostoma, estoma ou estomia são de origem grega. Elas significam boca ou abertura e são utilizadas para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca no corpo. Conforme o segmento exteriorizado, as ostomias recebem nomes diferenciados: no intestino grosso = cólon é conhecido como colostomia, no intestino delgado = íleo chama-se ileostomia, na bexiga = urostomia. Dependendo da etiologia da doença, o procedimento pode ser feito em caráter temporário ou definitivo. As ostomias temporárias são realizadas para proteger uma anastomose - comunicação, natural ou resultante de processo cirúrgico, entre tubos, vasos sanguíneos ou nervos da mesma natureza, tendo em vista o seu fechamento num curto espaço de tempo. As ostomias definitivas são realizadas quando não existe a possibilidade de restabelecer o trânsito intestinal, geralmente na situação de câncer. Na assistência de Enfermagem, além dos problemas comumente enfrentados pelos pacientes que são submetidos a uma cirurgia, eles necessitam de cuidados específicos para conseguirem a re-inserção social. Normalmente esses problemas podem ser compreendidos sob as dimensões físico, psicológica e social. No que se refere aos aspectos físicos, podemos ressaltar a dificuldade do cliente em conviver com as mudanças fisiológicas, com os mecanismos de eliminação intestinal e vesical modificados, e todas as implicações decorrentes destas alterações, além do uso obrigatório de uma bolsa aderida ao abdome. Nos aspectos psicológico e social, uma das preocupações para o cuidado é na alteração da imagem corporal, que leva à sensação de mutilação e rejeição de si mesmo. O paciente pode sentir-se vulnerável e acabar por se isolar da família e do convívio social. Alguns dos efeitos emocionais mais comumente observados nos pacientes com algum tipo de ostomia são: 149 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ? Baixa estima; ? Isolamento; ? Depressão; ? Perda da libido; ? Negação. O cuidado de enfermagem ao paciente ostomizado, inicia-se desde o momento do diagnóstico, com as orientações acerca do procedimento que o mesmo deverá ser submetido, passando pelo pós-operatório e incentivo ao auto cuidado pós-alta. A monitorização do aspecto da pele ao redor do estoma que deverá sempre ter a cor vermelha ou rosa vivo, brilho, umidade, presença de muco, tamanho e forma definidos, também é de fundamental relevância. A pele ao seu redor deve estar lisa sem vermelhidão, coceira, feridas ou dor. O paciente deveráser orientado pela enfermagem quanto à higiene do local do estoma, troca da bolsa coletora, mudanças no padrão alimentar, prática de atividade física, além de outros cuidados específicos. Algumas orientações da enfermagem para estimular no cliente o auto cuidado englobam: 150 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ? Trocar a placa, no máximo, a cada 6 dias ou quando necessário. ? Limpar diariamente o ostoma com água e sabão, preferencialmente, neutro, com gaze para evitar sangramentos. ? Secar bem a pele depois da limpeza do ostoma e do banho. Isso evita que a pele fique vermelha e sensível. ? Não usar óleo de cozinha ou outras substâncias oleosas para retirar a placa, isso pode dificultar a aderência da nova placa. Usar água e sabão e descolar com cuidado para não machucar a pele. ? Soluções que contenham éter ou álcool para remover resíduos de cola da placa que adere ao estoma devem ser evitadas, pois podem causar irritação local. ? Evitar que a bolsa coletora fique em contato direto com a pele, sempre colocando um pano de algodão entre a bolsa e pele evitando umidade, dificultando o aparecimento de alergias. ? Observar e registrar presença de vermelhidão ou coceira na pele ou outra alteração. ? Orientar o uso de roupa confortável. As fezes e a urina, pela sua composição, são capazes de causar grandes lesões na pele. Portanto é importante que se utilize uma bolsa que proteja bem a pele fixando e adaptando-se bem o ostoma. Na urostomia é indicada uma bolsa que tenha válvula anti-refluxo que direcione o jato, proporcionando um esvaziamento da bolsa sem vazamento. Há diversos tipos de bolsas para atender melhor às diferentes necessidades e tamanhos de ostomas. Podem ser, basicamente, de dois tipos, de acordo com a finalidade – as INTESTINAIS (que coletam fezes), e as URINÁRIAS (que armazenam urina). Elas podem ser: FECHADAS (Não drenáveis) - São descartadas após o uso. ABERTAS (drenáveis) Podem ser esvaziadas quando necessário. 151 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores UMA PEÇA - São dispostas a bolsa coletora e a barreira protetora de pele (placa). DUAS PEÇAS - Barreira protetora de pele e bolsa separadas. ABERTAS FECHADAS DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DOS OSTOMIZADOS É objetivo principal da "International Ostomy Association" que todas as pessoas ostomizadas tenham direito a uma qualidade de vida satisfatória após suas cirurgias e que esta Declaração seja reconhecida em todos os países do mundo. 1. Receber orientação pré-operatória, a fim de garantir um total conhecimento dos benefícios da operação e os fatos essenciais a respeito de viver com uma ostomia. 2. Ter um ostoma bem feito, local apropriado, proporcionando atendimento integral e conveniente para o conforto do paciente. 3. Receber apoio médico experiente e profissional, cuidados de enfermagem especializada no período pré-operatório e pós- operatório, tanto no hospital como em suas próprias comunidades. 4. Ter acesso a informações completas e imparciais sobre o fornecimento e produtos adequados disponíveis em seu país. 5. Ter a oportunidade de escolha entre os diversos equipamentos disponíveis para ostomia sem preconceito ou constrangimento. 152 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6. Ter acesso a dados acerca de sua Associação Nacional de Ostomizados e dos serviços e apoio que podem ser oferecidos. 7. Receber apoio e informação para benefício da família, dos cuidadores e dos amigos a fim de aumentar o entendimento sobre as condições e adaptações necessárias para alcançar um padrão de vida satisfatório para viver com a ostomia. 8. Estar seguro de que toda informação pessoal relacionada à sua cirurgia de ostomia será tratada com discrição e confidencialidade para manter sua privacidade; e que nenhuma informação sobre sua condição clínica será divulgada por qualquer pessoa que a possua, para entidades envolvidas com a fabricação, comércio ou distribuição de materiais relacionados à ostomia; nem poderá ser divulgada para qualquer pessoa que se beneficiará, direta ou indiretamente, por causa de sua relação com o mercado de produtos de ostomia, sem o consentimento expresso do ostomizado. (Comitê Executivo da IOA – Associação Internacional dos Ostomizados em junho de 1993 e revisado em junho de 1997 – Canadá, Revisado pelo Conselho Mundial em 2004 e 2007). HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Traçar comentários sobre a Humanização da Assistência a principio é meio embaraçoso, haja vista que se torna um pouco contraditório o ato de fazer humanizar o humano. Se por um lado, podemos ressaltar uma evolução na descentralização e na regionalização da atenção e da gestão da saúde, com projeção das diretrizes do Sistema Único de Saúde - universalidade, eqüidade, integralidade e controle social, por outro, a fragmentação dos processos de trabalho desgastam as relações entre os diferentes profissionais da saúde e entre estes e os 153 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores usuários; o trabalho em equipe, assim como o preparo para lidar com as dimensões sociais e subjetivas presentes nas práticas de atenção, fica fragilizado. Foto: Brasil. Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, 2003. O pouco ou quase nenhum investimento na qualificação dos profissionais, diminui a possibilidade de um processo crítico e comprometido com as práticas de saúde e com os clientes em suas diferentes necessidades. Há poucos incentivos de fomento à co-gestão, à valorização e à inclusão dos profissionais e usuários no processo de produção de saúde, com forte desrespeito aos seus direitos. O quadro se complexifica quando também verificamos que o modelo de formação dos profissionais de saúde mantém-se distante do debate e da formulação das políticas públicas de saúde. Neste contexto, foi proposta a criação de uma Política Nacional de Humanização da Assistência em Saúde, visando aperfeiçoar as relações humanas existentes, tanto entre os profissionais da saúde, quanto entre estes e os usuários do serviço. A legitimidade da temática ganha novo status quando, em maio de 2000, o Ministério de Saúde regulamenta o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) e a humanização é também incluída na pauta da 11a Conferência Nacional de Saúde, realizada em dezembro do mesmo ano. 154 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Apenas para complementação e melhor assimilação dos princípios da Política de Humanização da Assistência Hospitalar, vamos resgatar alguns conceitos diretamente relacionados ao Sistema Único de Saúde. UNIVERSALIDADE A Saúde é reconhecida como um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado garantir as condições indispensáveis ao seu pleno exercício e o acesso à atenção e assistência à saúde em todos os níveis de complexidade. EQÜIDADE Isto significa tratar desigualmente os desiguais,investindo mais onde a carência é maior. INTEGRALIDADE Significa a garantia do fornecimento de um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos, curativos e coletivos, exigidos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência. Engloba ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO Um único gestor responde por toda a rede assistencial na sua área de abrangência, conduzindo a negociação com os prestadores e assumindo o comando das políticas de saúde. CONTROLE SOCIAL Como forma de garantir a efetividade das políticas públicas de saúde e como via de exercício do controle social, é preciso criar canais de participação popular na gestão do SUS, em todas as esferas, municipal, estadual e federal. 155 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Tematizar a humanização da assistência abre, assim, questões fundamentais que podem orientar a construção das políticas em saúde. Humanizar é, então, ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais (MS, 2000). A humanização trata-se de um conjunto de estratégias para alcançar a qualificação da atenção e da gestão em saúde no SUS, estabelecendo-se, portanto, como a construção de atitudes ético-estético-políticas em sintonia com um projeto de co-responsabilidade e qualificação dos vínculos inter-profissionais e entre estes e os usuários na produção de saúde. Esse conjunto de iniciativas dá voz a demandas antigas na saúde: a) Pela democratização das relações que envolvem o atendimento (Carapinheiro, 1993); b) Por maior diálogo e melhoria da comunicação entre profissional de saúde e paciente (Caprara e Franco, 1999); c) Pelo reconhecimento das expectativas dos próprios profissionais e as dos pacientes, como sujeitos do processo terapêutico (Laplantine, 1991). Considerando a organização e estrutura física das instituições de saúde da rede pública, a formação biomédica, as relações de trabalho e sua lógica de produção, podemos afirmar que para a implementação de novos conceitos e práticas voltados para a humanização da assistência, necessita-se de mudanças de ordem estrutural e filosófica na prestação da assistência. Compreendemos que a humanização dos serviços de saúde implica em transformação do próprio modo como se concebe o usuário do serviço - de objeto passivo a sujeito, de necessitado de atos de caridade àquele que exerce o direito de ser usuário de um serviço que garanta ações técnica, política e eticamente seguras, prestadas por trabalhadores responsáveis. Enfim, essa transformação refere-se a um 156 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores posicionamento político que enfoca a saúde em uma dimensão ampliada, relacionada às condições de vida inseridas em um contexto sócio-político e econômico. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO São princípios norteadores da PNHAH, conforme o Ministério da Saúde: 1. Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão, fortalecendo e estimulando processos integradores e promotores de compromissos e responsabilização; 2. Estímulo a processos comprometidos com a produção de saúde e com a produção de sujeitos; 3. Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade; 4. Atuação em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS; 5. Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos espaços da gestão na construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos. PRIORIDADES Com a implementação da Política Nacional de Humanização (PNH), trabalhamos para consolidar, prioritariamente, quatro marcas específicas (MS,2000): 1. Serão reduzidas as filas e o tempo de espera com ampliação do acesso e atendimento acolhedor e resolutivo baseados em critérios de risco; 2. Todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais que cuidam de sua saúde, e os serviços de saúde se responsabilizarão por sua referência territorial; 157 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 3. As unidades de saúde garantirão as informações ao usuário, o acompanhamento de pessoas de sua rede social (de livre escolha) e os direitos do código dos usuários do SUS; 4. As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos seus trabalhadores e usuários, assim como educação permanente aos trabalhadores. DIRETRIZES GERAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA PNH - Ampliar o diálogo entre os trabalhadores, entre trabalhadores e a população e entre os trabalhadores e a administração, promovendo a gestão participativa, colegiada e compartilhada dos cuidados/atenção; - Implantar, estimular e fortalecer Grupos de Trabalho e Câmaras Técnicas de Humanização com plano de trabalho definido; - Estimular práticas de atenção compartilhadas e resolutivas, racionalizar e adequar o uso dos recursos e insumos, em especial o uso de medicamentos, eliminando ações intervencionistas desnecessárias; - Reforçar o conceito de clínica ampliada: compromisso com o sujeito e seu coletivo, estímulo a diferentes práticas terapêuticas e co-responsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde; - Sensibilizar as equipes de saúde ao problema da violência em todos os seus âmbitos de manifestação, especialmente a violência intrafamiliar (criança, mulher, idoso), a violência realizada por agentes do Estado (populações pobres e marginalizadas), a violência urbana e para a questão dos preconceitos (racial, religioso, sexual, de origem e outros) nos processos de recepção/acolhida e encaminhamentos; - Adequar os serviços ao ambiente e à cultura dos usuários, respeitando a privacidade e promovendo a ambiência acolhedora e confortável; - Viabilizar participação ativa dos trabalhadores nas unidades de saúde por meio de colegiados gestores e processos interativos de planejamento e de tomada de decisão; 158 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores - Implementar sistemas e mecanismos de comunicação e informação que promovam o desenvolvimento, a autonomia e o protagonismo das equipes e da população, ampliando o compromisso social e a co-responsabilização de todos os envolvidos no processo de produção da saúde; - Promover ações de incentivo e valorização da jornada de trabalho integral no SUS, do trabalho em equipe e da participação do trabalhador em processos de educação permanente em saúde que qualifiquem sua ação e sua inserção na rede SUS; - Promover atividades de valorização e de cuidados aos trabalhadores da saúde, contemplando ações voltadas para a promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho. --------------------FIM DO MÓDULO IV------------------------- 159 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autoresBIBLIOGRAFIA CONSULTADA ADAMS,H.R. 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