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Psicologia Clínica - Brasil

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HISTÓRICO DA PSICOLOGIA CLÍNICA
Durante uma reunião anual da Associação Psicológica Americana em 1896, Lightner Witmer utilizou o termo “psicologia clínica” pela primeira vez. Nos Estados Unidos ele foi o responsável pelos primeiros passos dessa área, suas contribuições foram:
Abriu a primeira clínica psicológica
Ofereceu o primeiro curso universitário na área
Criou a primeira revista Psychological Clinic
Esse avanço só se deu com o surgimento de novas ideias na época. Witmer e outros psicólogos começaram a dizer que a psicologia não deveria ser apenas estudada, mas também aplicada, para ajudar pessoas a resolver problemas.
No início a psicologia clínica estava relacionada com a educação e a avaliação infantil. As primeiras clínicas de psicologia atendiam crianças: especiais, com problemas de aprendizagem, hiperatividade, baixo desempenho motor e oral. Os primeiros psicólogos clínicos não tinham exemplos de técnicas psicoterapêuticas, ou casos anteriores que serviriam de orientação. Novas técnicas iam surgiam de acordo com as necessidades. Freud ofereceu uma grande contribuição para esse desenvolvimento, através da psicanálise.
Em 1914, nos Estados Unidos, já existiam cerca de 20 clínicas de psicologia, que seguiam a influência de Witmer, dedicando-se a área de educação especial.
Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a psicologia clínica obtém um enorme avanço, pois surge um grande número de militares que necessitam de tratamento pra seus traumas psicológicos. Vários programas são criados para treinar esses psicólogos. Assim a psicologia clínica deixa de dedicar quase todo seu trabalho às crianças, mas também passa a atender adultos, ou seja, amplia a faixa etária do seu público alvo.
Em 1949, na conferência Societé de l’Évolution Psychiatrique, Daniel Lagache teve uma grande contribuição para a consolidação da área ao diferenciar a psicologia clínica da medicina, da psicologia experimental e da psicanálise, definindo-a como o estudo aprofundado da pessoa total em situação (PLAZA,1989).
Atualmente, os psicólogos clínicos estão empregados em centros de saúde mental, escolas, empresas e clínicas particulares. A psicologia é a maior área de especialização aplicada, com mais de um terço de todos os estudantes de pós-graduação matriculados nos programas clínicos. Várias grandes divisões da APA dedicam-se ás questões da saúde mental nos ambientes acadêmicos e aplicados e 70% dos membros da APA trabalham nas áreas direcionadas aos serviços de saúde. Mais de um terço de todos os membros da APA atuam em consultórios particulares e 44% dos novos Ph.D. estão empregados em hospitais, centros assistenciais e organizações de clínicas particulares (Fowler,2002; Smith, 2002b).
A faixa etária e o público alvo da psicologia clínica, que no início eram as crianças com alguns problemas especiais; depois, com a Segunda Guerra Mundial, passaram a serem adultos militares; hoje passa a abranger pessoas de todas as idades, que apresentam distúrbios desde os mais leves até os mais complexos. 
PSICOLOGIA CLÍNICA NO BRASIL
No Brasil a origem da Psicologia Clínica se mistura com as origens da própria profissão de psicólogo. No início, assim como no exterior, a área estava vinculada com a educação e a medicina. 
Na década de 40 surgiram as primeiras associações que reuniram os que atuavam no campo da psicologia, como a Sociedade de Psicologia de São Paulo, mas não existiam cursos formais e específicos na área. Então exerciam a profissão os sociólogos, filósofos, pedagogos, quem se interessasse pela matéria Psicologia. Depois de alguns avanços na área existiam basicamente psicanalistas, que atendiam em consultórios particulares. Em 1946, o Ministério da Educação, relativa a cursos de pós-graduação para a especialização em Psicologia Clínica, Educacional e Aplicada ao Trabalho. (Imagem 1)
Na década de 50 tiveram início os cursos de especialização em psicologia clínica. Os primeiros consultórios atendiam crianças, adolescentes e seus pais. A avaliação das crianças se dava através de testes de inteligência, sendo a psicologia da época uma Psicologia Positivista. Os testes tentavam captar basicamente os desvios de comportamento. (Imagem 2 e 3)
Em 1951, A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo tornou-se a primeira sociedade psicanalítica latino-brasileira reconhecida pela International Psychoanalytical Association - IPA, tendo como analista didata pioneira deste grupo organizado por Durval Marcondes e Adelheid Lucy Koch.
Em 1970 essa área tem um avanço no Brasil. Ocorre um crescimento dos cursos universitários. Surgem clínicas-escolas, que recebem grande demanda das classes economicamente desfavorecidas. Com o avanço dos meios de comunicação, o Brasil entra em contato com os países que já possuíam uma psicologia desenvolvida. Com isso a psicologia clínica brasileira aumenta sua qualidade e sua demanda fica mais abrangente, atendendo pessoas de diferentes classes econômicas e culturais, em diversos locais.
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO NO BRASIL
Enquanto a psicologia clínica estava consolidada internacionalmente com técnicas terapêuticas variadas e várias linhas como a Psicanálise e a Gestalt. O Brasil estava deixando o campo da psicologia clínica a mercê de pessoas que se intitulavam terapeutas. Com isso houve uma mobilização para que se criasse uma formação mais adequada para a Psicologia e para a regulamentação da profissão. Em oposição surgem os médicos, que desde essa época tentam introduzir o ato médico, limitando a liberdade de atuação do psicólogo.
A profissão de psicólogo foi regulamentada pela lei n. 4.119 de 27 de agosto de 1962, com a ressalva de que a palavra Psicoterapia foi substituída por “Solução de problemas de ajustamento”.
EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DA PROFISSÃO NO BRASIL
Nos anos 60 e 70 teve início uma expansão nos cursos de psicologia, da atividade clínica em consultório particular e a diversificação das linhas teóricas. A psicologia clínica que era privilégio de poucos, começou a realizar seu trabalho nos serviços públicos. Surgem trabalhos intersetoriais e interdisciplinares.
Além do Programa de Saúde Mental, as diretrizes atuais do Ministério da Saúde, de humanização e implantação da Estratégia Saúde da Família, propiciaram aos psicólogos clínicos mais modalidades de trabalho e de atendimento na rede pública, entre eles os Núcleos de Apoio à Saúde da Família.
LOCAL DA PSICOLOGIA CLÍNICA
Muitos psicólogos faziam confusão ao colocar o termo “psicologia clínica” como sendo adjetivo. Erro que podemos encontrar atualmente. Um psicólogo clínico não é aquele que trabalha apenas em clínicas ou consultórios particulares. Existe uma imprecisão ao interpretar “clínico” como local do trabalho, ao invés de interpretar como o trabalho propriamente dito. Alguns psicólogos que trabalham em instituições possuem receio de se intitularem clínicos, só pelo fato de não exercerem seu trabalho em uma clínica. Um psicólogo clínico pode trabalhar em clínicas, consultórios, unidades básicas de saúde, hospitais, gerais e psiquiátricos, ambulatórios, creches e outras instituições.
CARACTERÍSTICAS DA PSICOLOGIA CLÍNICA
“A estratégia clínica se apoia em referenciais teóricos específicos.” Desde o início a Psicanálise e o Comportamentalismo representaram os principais corpos teóricos, também são considerados alicerces das novas teorias. “Também marcaram presença, a Fenomenologia e as abordagens corporais, entre outras.”
A partir dos cursos universitários, foram implantados no Brasil serviços de psicologia que inicialmente adotaram modelos psicoterapêuticos ligados á psicanálise que era implantada especialmente na Europa.
“A psicologia clínica no Brasil vinha se desenvolvendo em núcleos esparsos, com ênfase nas áreas da pesquisa e de atendimentos comunitários. Nesse período a psicologia clínica clássica era definida como: atendimentos de psicodiágnosticos e psicoterapia que eram realizados em consultórios privados, por profissionais liberais com uma clientela economicamente privilegiada.Não levavam em conta seu histórico, e o consideravam um sujeito abstrato.”
O psicodiagnóstico sempre teve destaque e foi muito utilizado por psicólogos clínicos.
“Segundo a concepção de Ocampo et al. Seus objetivos são: conhecer, investigar e compreender o paciente e seu grupo familiar, por meio de técnicas de entrevistas, observações dirigidas e testes psicológicos.”
O psicodiagnóstico e a psicoterapia foram e continuam sendo as principais ferramentas o psicólogo clínico, porém sofreu grandes modificações ao longo do tempo, essas mudanças foram necessárias para ajustar o trabalho do psicólogo de acordo com os contextos históricos, socioeconômicos e culturais.
A PSICOLOGIA CLÍNICA NOS DIAS ATUAIS
*Os psicólogos clínicos promovem a saúde mental em indivíduos, grupos e organizações. Alguns se especializam em transtornos psicológicos específicos. Outros lidam com uma variedade de transtornos, de dificuldades de adaptação a psicopatologias severas. Eles podem atuar em pesquisa, docência, avaliação e consultoria. Alguns realizam workshops e palestras sobre questões da psicologia para outros profissionais ou para o público. Psicólogos clínicos trabalham em uma série de contextos, incluindo a prática autônoma, serviços de saúde mental, escolas, universidades, fábricas, sistemas judiciários, sistemas médicos, centros de aconselhamento, agências governamentais e o serviço militar.
Para atuar nesse ramo é necessário ser graduado em psicologia e possuir CRP. A APA estabelece os padrões para programas de pós-graduação em psicologia, oferecendo credenciamento (reconhecimento oficial) àqueles que se encaixem em seus quesitos. Em todos os estados americanos, psicólogos clínicos que trabalham autonomamente devem obter uma licença para oferecer serviços como terapia e testes.
*No momento atual, o psicólogo clínico atua em uma ampla e diversificada rede de serviços e programas públicos, que incluem o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ambulatórios, residências terapêuticas, hospitais-dia, hospitais, Centros de Convivência, consultórios de rua, Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e muitos outros.
Com diferentes abordagens teóricas – atuando no nível individual, grupal ou institucional – o psicólogo clínico abrange variadas faixas etárias, grupos sociais e demandas. Hoje o psicólogo clínico é parte integrante e necessária das equipes de saúde, participando ativamente do atendimento, orientação, organização e planejamento das atividades.
Assim, a Psicologia Clínica se coloca como importante instrumento na garantia da qualidade da atenção, na prevenção e na promoção de mudanças e transformações, visando o benefício dos indivíduos e grupos e garantindo a qualidade da atenção à saúde mental.
ANEXOS
Imagem 1: Cartaz ilustra as atividades desenvolvidas na Seção de Psicologia Infantil da Cruzada Pró-Infância, dirigida pela psicóloga Betti Katzenstein, 1941.
Imagem 2: Salas de atendimento da Clínica Psicológica da Faculdade Sedes Sapientiae, na Rua Caio Prado, São Paulo, 1957. A Clínica do Sedes Sapientiae foi um importante centro de formação em Psicologia Clínica, atendimento psicoterápico e diagnóstico.
Imagem 3: Salas de atendimento da Clínica Psicológica da Faculdade Sedes Sapientiae, na Rua Caio Prado, São Paulo, 1957. A Clínica do Sedes Sapientiae foi um importante centro de formação em Psicologia Clínica, atendimento psicoterápico e diagnóstico.
Gráfico 1: PhDs americanos por subárea, 2001
REFERÊNCIAS
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix, 1981.
CARPIGIANI, B.(organizadora) Lugares da Psicologia. São Paulo: Vetor, 2008.
MYERS, David G.. Psicologia, 9ª edição. LTC, 2012. VitalBook. Páginas: 552 e 554.
Cytrynowicz, Monica M. e Cytrynowicz, Roney, Betti Katzenstein – Uma psicóloga do século 20. Projeto Memória da Psicologia, CRP-SP, 2002. Disponível em http://www.crpsp.org.br/memoria/betti/artigo.aspx
Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP SP (realização). Linha do tempo. Disponível em http://www.crpsp.org.br/linha/navegar.aspx
GOSKI, P.(diretor). História e Memórias da Psicologia em SP Percursos da Psicologia Clínica em São Paulo. Disponível em http://www.crpsp.org.br/memoria/clinica/videos.aspx#
Gráfico 1 Levantamento de Recipientes de Doutorado da Fundação Nacional de Ciência, 2001. Compilado pela Associação Americana de Psicologia.

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