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Português Juridico intextualidade

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INTERTEXTUALIDADE
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	Quando falamos sobre ENEM, há um termo importantíssimo que é sempre lembrado: INTERDISCIPLINARIDADE. A possibilidade de, por exemplo, poder ler um texto a partir de perspectivas diversas pode vir a ser um indício de INTERTEXTUALIDADE.
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INTERTEXTUALIDADE
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INTERTEXTUALIDADE
É uma interação entre textos, um “diálogo” que se dá entre eles.
A intertextualidade está ligada ao “conhecimento de mundo”, que deve ser comum ao produtor e ao receptor dos textos.
É preciso notar que há tipos de intertextualidade. Vejamos, a seguir, algumas dessas variações:
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INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
POLIFONIA
O termo polifonia designa o fenômeno pelo qual, num mesmo texto, se fazem ouvir “vozes” que falam de perspectivas ou pontos de vista diferentes com as quais o locutor se identifica ou não. Existem determinadas formas lingüísticas que funcionam como índices, no texto, da presença de outra voz. Entre estas, podem-se citar:
		Marcadores de pressuposição 
		Discurso indireto
		Discruso indireto livre 
		Ironias, argumentos de autoridade, modalidades, conectores
 Na polifonia, incorporam-se ao texto vozes de enunciadores reais ou virtuais, que representam perspectivas, pontos de vista diversos, ou põem em jogo “topoi” (interesses sociais) diferentes, com os quais o locutor se identifica ou não. Dessa forma, o conceito de polifonia recobre o de intertextualidade, isto é, todo caso de intertextualidade é um caso de polifonia, não sendo , porém, verdadeira a recíproca. 
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Marcadores de pressuposição
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INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
DISCURSO DIRETO
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DISCRSO INDIRETO
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INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
EPÍGRAFE
Constitui uma escrita introdutória a uma outra escrita.
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INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
PARÁFRASE
É a reprodução de um texto com as palavras de quem o está produzindo. Não se confunde com o plágio, pois este é a cópia deliberada de uma obra.
O sujeito que vive o contato inter-cultural (re)estrutura e (re)organiza a sua identidade a partir de um movimento transcultural bipolar tenso entre um “eu” e um “outro”, processo inacabado, um constante devir que põe em xeque a estabilidade do sujeito. Desta forma, o estar “entre-lugares” compreende o espaço desterritorializado, fronteiriço, onde valores culturais, linguagem, questões de gênero, etnicidade, classe, posições política entram em conflitos gerando uma crise de identidade que perpassa pela idéia frágil e plástica de pertencimento, ou seja, o sujeito num mesmo espaço e tempo determinados vive, simultaneamente, influências culturais do seu lugar de origem e/ ou o lugar de chegada. 
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INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
PARÓDIA
É a reprodução “distorcida” de um texto com a intenção de ironizar ou criticar.
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Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha rescendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
José de Alencar, Iracema. Rio de Janeiro, Letras e Artes, 1965, p. 16.
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No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
Ä Ai! que preguiça!...
e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau da paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém.
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INTERTEXTUALIDADE: VARIAÇÕES
PASTICHE
Apresentando elementos próximos e ao mesmo tempo distantes da paródia, encontra-se o pastiche, que muitos, equivocadamente, vêem como seu sinônimo. É certo que tanto paródia quanto pastiche envolvem imitação. Entretanto, o pastiche associa-se à imitação de um estilo, ou à apropriação de um gênero sem, com isso, necessariamente, querer criticá-lo. 
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"Vem do Líbano, esposa minha, vem do Líbano, vem... As mandrágoras deram o seu cheiro. Temos às nossas portas toda a casta de pombos...”
"Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém, que se encontrardes o meu amado, lhe façais saber que estou enferma de amor....”
Era assim, com essa melodia do velho drama de Judá, que procuravam um ao outro na cabeça do cônego Matias um substantivo e um adjetivo...Não me interrompas, leitor precipitado.(...)
Procuram-se e acham-se. Enfim, Sílvio achou Sílvia. Viram-se, caíram nos braços um do outro, ofegantes de canseira, mas remidos com a paga. Unem-se, entrelaçam os braços, e regressam palpitando da inconsciência para a consciência. "Quem é esta que sobe do deserto, firmada sobre o seu amado?" pergunta Sílvio, como no Cântico; e ela, com a mesma lábia erudita, responde-lhe que "é o selo do seu coração", e que "o amor é tão valente como a própria morte.”
(ASSIS, Machado de. "Várias histórias" In: Obra completa. V.II. Rio de Janeiro: Aguilar, l959)
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INTERTEXTUALIDADE: OCORRÊNCIAS
LITERATURA
A intertextualidade pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento. Seguem-se algumas delas:
PINTURA
PUBLICIDADE
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INTERTEXTUALIDADE: LITERATURA
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 [...]
 Elas acreditam que o príncipe encantado está a caminho e que um dia serão felizes para sempre. Mas, enquanto isso não acontece, o negócio é viver cada experiência livre e sem culpa. Suas avós eram consideradas mulheres de verdade: cuidavam dos filhos e da casa, tal qual a Amélia da canção de Mário Lago e Ataulfo Alves, de 1942. A geração seguinte exorcizou a Amélia e deu passos largos na luta pela igualdade de direitos entres os sexos, deixando para as filhas um campo menos minado no trajeto para o sucesso profissional.
 [...]
(OROSCO, Dolores; VILAS, Juliana. A terceira onda. Revista IstoÉ, 
SP, nº 1820, p. 56-57, 25 ago. 2004)
A TERCEIRA ONDA 
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Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não tem consciência
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: “Meu filho, o que se há de 
 fazer!”
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
(Ataulfo Alves e Mário Lago)
AI, QUE SAUDADES DA AMÉLIA 
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Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
[...]
CANÇÃO DO EXÍLIO 
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Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite – 
Mais prazer encontro eu lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu´inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves
Dias)
CANÇÃO DO EXÍLIO 
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Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
Os filósofos são polacos vendendo a prestações.
Gente não pode dormir
Com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
Nossas frutas mais gostosas
Mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
(Murilo Mendes)
CANÇÃO DO EXÍLIO 
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Minha terra tem palmares 
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
[...]
CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA 
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Não permita Deus que eu Morra 
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
(Oswald de Andrade)
CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA 
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Minha terra não tem palmeiras... 
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
[...]
(Mário Quintana)
UMA CANÇÃO 
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Vou Voltar 
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar uma sabiá,
Cantar uma sabiá
[...]
(Tom Jobim e Chico Buarque)
SABIÁ 
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INTERTEXTUALIDADE: PINTURA E PUBLICIDADE
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1503 – 1507 
1919 
MONA LISA DUNCHAMP
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1503 – 1507 
1978 
MONA LISA -BOTERO
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1503 – 1507 
1980 
MONA LISA 
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1503 – 1507 
MONA LISA 
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1503 – 1507 
MONA LISA 
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1503 – 1507 
MONA LISA 
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1503 – 1507 
MONA LISA 
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1503 – 1507 
MONA LISA 
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1863 
ALMOÇO NA RELVA- MONET 
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1961 
ALMOÇO NA RELVA 
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LOGOMARCA PAN - 2007 
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LOGOMARCA PAN - 2007 
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QUESTÕES – ENEM
	1) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: 
 
I. 	Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)
 
II. 	Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
 
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III. 	Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada.
 
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986) 
	
	Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por 
(A) reiteração de imagens.
(B) oposição de idéias.
(C) falta de criatividade.
(D) negação dos versos.
(E) ausência de recursos
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	2) Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros.
1.   
                                                                                                                                                       
2. 
 
  
3.
4.
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Sobre a temática dos retirantes, Portinari também escreveu o seguinte poema: 
	(….) Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos Doloridos como fagulhas de carvão aceso Corpos disformes, uns panos sujos, Rasgados e sem cor, dependurados Homens de enorme ventre bojudo Mulheres com trouxas caídas para o lado Pançudas, carregando ao colo um garoto Choramingando, remelento (….)
(PORTINARI, Cândido. Poemas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.)
	Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema.
(A) 1 e 2                      (B) 1 e 3               (C) 2 e 3              (D) 3 e 4            (E) 2 e 4
     
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3) 
Texto 1: 	"Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, 	Quando a teus pés um homem terno e curvo 	jurar amor, chorar pranto de sangue, 	Não creias, não, mulher: ele te engana! 	As lágrimas são gotas da mentira 	E o juramento manto da perfídia."
				Joaquim Manoel de Macedo
Texto 2: 	"Teresa, se algum sujeito bancar o 	sentimental em cima de você 	E te jurar uma paixão do tamanho de um 
		bonde 	Se ele chorar 	Se ele ajoelhar 	Se ele se rasgar todo 	Não acredite não Teresa 	É lágrima de cinema 	É tapeação 	Mentira 	CAI FORA"
				Manuel Bandeira
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Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que:
 
(A) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
(B) há um tratamento realista da relação homem/mulher.
(C) a relação familiar é idealizada.
(D) a mulher é superior ao homem.
(E) a mulher é igual ao homem.
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	4) Os transgênicos vêm ocupando parte da imprensa com opiniões ora favoráveis ora desfavoráveis. Um organismo, ao receber material genético de outra espécie, ou modificado da mesma espécie, passa a apresentar novas características. Assim, por exemplo, já temos bactérias fabricando hormônios humanos, algodão colorido e cabras que produzem fatores de coagulação sangüínea humana. O belga René Magritte (1896 – 1967), um dos pintores surrealistas mais importantes, deixou obras enigmáticas. 
	Caso você fosse escolher uma ilustração para um artigo sobre os transgênicos, qual das obras de Magritte, abaixo, estaria mais de acordo com esse tema tão polêmico?
(A) 
(B) 
(C) 
(D) 
(E)
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	5) Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos trabalhadores. 
 
	Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente. 
(PORTINARI, Cândido. Retrospectiva. Catálogo MASP) 
	As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crítica social foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é
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(A) 
(B) 
 
 (C)
 
 
(D)
(E) 
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