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* * PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS Profa. Rafaella Maria Monteiro Sampaio E Christiane Pineda Zanella * * CARDÁPIO Cardápio é a união de duas palavras em latim: CHARTA = Carta + DAPS = Refeição * * Definição de cardápio Significa uma sequência de pratos a serem servidos em uma refeição, ou todas as refeições do dia ou por um período determinado. É uma ferramenta que inicia o processo produtivo e serve como instrumento gerencial para a administração do restaurante. É a partir dele que se estabelece o que, quanto e quando comprar. * * Definição de cardápio Consiste em um meio de comunicação que informa ao cliente os alimentos e preparações disponíveis. Tem a função de comunicar os colaboradores, sobre as preparações que serão elaboradas. Relação de preparações que compõem uma refeição ou várias refeições ou várias refeições de um dia. Marta Neves, 2012. * * Definição de cardápio O período que abrange o planejamento dos cardápios depende de cada um, de acordo com suas possibilidades e necessidades. Se curto – pode não haver tempo para pesquisa de mercado = piores preços. Se longo – pode provocar monotonia alimentar. * * Finalidade do cardápio Atender indivíduos saudáveis (saúde e bem estar físico) Atender as condições fisiológicas especiais, enfermos (demanda modificações na composição e / ou consistência da alimentação) Modalidades esportivas: aumento das necessidades de energia e nutrientes * * Objetivos no preparo do cardápio DIGESTIVO Facilitar a digestão SENSORIAL Despertar sentidos NUTRITIVO Disponibilizar nutrientes DIETÉTICO Prevenir, regenerar, curar HIGIÊNICO Prevenir contaminações ECONÔMICO Adequar aos recursos * * Planejamento de cardápio Aplicar todos os conhecimentos discultidos na técnica dietética. Procurar atender às necessidades nutritivas individuais. Apresentar os alimentos de forma apetecível, sem prejudicar seu valor nutritivo. Obedecer a um critério econômico na escolha dos alimentos. * * Cardápio – para cada refeição uma composição Café da manhã Lanche Almoço Jantar * * QUE INFORMAÇÕES NECESSITO PARA ELABORAR UM CARDÁPIO? * * Bom conhecimento dos alimentos. - Ingredientes Métodos de prepará-los e combiná-los - cor - forma - textura - temperatura - gosto - aroma * * Ex: Empregar texturas e cores diferentes que favoreçam a percepção das qualidades sensoriais de cada alimento. Texturas macias X Crocância Ex: Strogonoff / batata palha Carne assada / farofa Sopa / torradas * * Ex: Harmonização: Todos os itens, cores e formatos devem combinar entre si. Estimular a percepção do sabor. Ex: Folhas verdes / com suave toques de branco/ amarelo/ vermelho. * * Requisitos Básicos Hábitos alimentares e Aceitação - Meio sócio-econômico de que são originários - Região (pais de origem) - Hábitos da região - Disponibilidade de alimentos da região - Tabus alimentares - Religião dos comensais Identidade cultural culinária de indivíduos e grupos. * * Requisitos Básicos Freqüência das preparações: determinar a periodicidade em que cada prato deve retornar a programação. (Em função da ACEITAÇÃO) Criatividade: prato pouco aceito retornando ao cardápio com outras “vestimentas”, aumentando a aceitação. * * Requisitos Básicos Variedade – estabelecer previamente a frequência dos gêneros Não se deve servir feijoada, carneiro, soja, carne moida, fígado, moela e dobradinha toda semana. Não estipular preparações em dias da semana. * * Requisitos Básicos Safra: maior qualidade e menor custo. Observar o calendário de sazonalidade. Apresentação/Colorido: combinação de sabores e colorido. Ex: Purê de abóbora, macarrão com ovos, omelete, doce de abóbora, creme de frango EX: Purê de abóbora, arroz com cenoura, ovos mexido, doce de mamão * * Safra Início ou fim de safra Entre safra Calendário de Safra * * Safra Início ou fim de safra Entre safra Calendário de Safra * * Aspectos Básicos É necessário desenvolver o aspecto artístico da culinária (criação de receitas) e adaptando – as às exigências da técnica dietética. * * * Mão de obra: Elaborar cardápios de forma a incluir somente um prato complexo por dia. Ex: rocambole de batata, panqueca de carne. * Equipamentos e instalações: adequar os cardápios as condições existentes (fornos, caldeirões, chapas, fritadeiras) evitando: 1- Desperdício, pela apresentação inadequada dos mesmos; 2 - Pessoal cansado; 3 - Inativação do equipamento pelo uso excessivo; 4 - Atraso na distribuição. * * * Giro de estoque: não deixar mercadorias envelhecerem nas prateleiras. * Distribuição: Observar atentamente os utensílios da distribuição e o pessoal responsável, bem como a apresentação das refeições; Determinar fluxo de preparações e utensílios, de forma a evitar retornos indesejáveis do cliente; Acompanhar per capitas, aceitação, rejeito, sobras limpas. * * * Número de refeições e horário: Determinar o número de clientes a serem atendidos ou realizar previsões conforme necessidade do local; Prever a realização das atividades de confecção dos cardápios de forma a tender o horário da clientela; Acompanhar o tempo de execução do cardápio. * * Popular ou Básico (Tipo C) : - preparações mais simples, pouca variedade e um preço acessível - Industriais ( PAT), restaurantes populares e hospitais públicos - Não há opção de prato principal - Sobremesa X bebida ( industrializados) - Pouca variedade de saladas Cardápio – Tipos * * * * Médio ou Intermediário (Tipo B) - preparações mais elaboradas e variadas - Variam o tipo de prato protéico/ guarnição/ saladas e sobremesas - ingredientes mais selecionados e de maior custo (palmito, alface roxa, suco natural...) Luxo ou Superior (Tipo a) - variedade de preparações ( bastante elaboradas) - requinte ( modo de preparo/ apresentação/ distribuição dos alimentos) - utilizam preparações nobres e ingredientes sofisticados - serviço de garçons - UAN comercial / UAN institucional ( diretoria ) Cardápio – Tipos * * * * * * Ordem de preparações para apresentação escrita de um cardápio: Apresentação das preparações do cardápio * * Passos no planejamento de cardápios 1. Entrada Pequena porção de alimento Ex: saladas, caldos, consommé, sopa * * Passos no planejamento de cardápios 2. Prato principal ou prato protéico Variar a forma de preparo: frito, grelhado, cozido Cuidado: suíno, bacon, feijoada. Qdo houver opções apresentar tipos de carnes diferentes ( carne com molho / carne mais seca) Fontes de proteínas( carne, aves, peixe, ovos) * * Passos no planejamento de cardápios 3. Saladas de vegetais crus e cozidos - Combinar com os pratos principais - Variar método e tipo de preparações - Cor, consistência e sabor - Molhos: destaque especial as saladas * * Passos no planejamento de cardápios 3. Saladas de vegetais crus e cozidos - Cardápio com 1 opção de salada : devem variar diariamente o tipo. - Cardápio com 2 opções de salada : uma de folhas e outra variável. - Cardápio com 3 opções de salada : uma de folhas, uma de legumes e outra variável. * * Passos no planejamento de cardápios 3. Saladas de vegetais crus e cozidos - Não deve ser servida salada de legumes e sopa de legumes - Deve-se dar preferência a folhas e legumes com contraste de sabor . * * Passos no planejamento de cardápios 3. Saladas de vegetais crus e cozidos -Folhas: alface, escarola, rúcula, agrião, couve manteiga -Legumes crus: cenoura beterraba, rabanete, nabo, -Legumes cozidos: beterraba, batata, cenoura, quiabo, maxixe, -Cereais ou massas; milho, macarrão -Leguminosas: lentinha, grão-de-bico * * Passos no planejamento de cardápios 4. Acompanhamentos ou guarnição Pão ( sul do País) Arroz, feijão Macarrão, farofa, legumes Pirão * * Passos no planejamento de cardápios 4. Sobremesas Última parte da refeição/ complementar à refeição Celebrar o alimento com uma pitada de sabor doce Doces, frutas, tortas, pudins, gelatina, sorvete, mousses Quando for oferecida somente uma sobremesa, deve-se alternar entre frutas e doces. * * Passos no planejamento de cardápios 5. Bebidas Suco de frutas, refrescos, refrigerante, café * * Planejamento de cardápios Um cardápio mal elaborado pode sair caro, se levar em consideração o não aproveitamento da refeição e a insatisfação dos comensais. Ex: soja Miúdo de frango Carne moida Chuchu com orégano * * Regras básicas para elaboração de um cardápio *Variar receitas diferentes para alimentos iguais bem como tipo de corte e apresentação. *Evitar cardápios com alimentos na mesma características: tudo pastoso, tudo cozido. * Não se deve incluir alimentos da mesma família. *Variar os sabores entre o doce, salgado, ácido e apimentado. *Evitar chamadas repetidas semanais. Ex: Cozido na segunda. * * Regras básicas para elaboração de um cardápio *Observar a padronização da receitas e utensílios. * Observar as combinações de cores. *Observar a textura dos pratos * * Tendências para a elaboração de cardápio: *Substituição de ingredientes de preparações clássicas por equivalentes para modular a oferta e nutrientes. - Redução do consumo de gordura saturada, colesterol, sódio, açúcar . - Aumento da oferta de fibras e compostos bioativos. Ex: Creme de leite , maionese - iogurte natural desnatado Condimentos industrializados – cebola, alho, ervas, alho-poró, Carnes - proteína texturizada de soja * * Decoração de Pratos *Montar e decorar um prato são atividades que merecem um cuidado especial, um tratamento artístico à uma obra que foi feita com todo cuidado. *A decoração é a embalagem na qual entregamos o produto ao cliente. *De nada adianta uma preparação ter sabor excelente, mas a apresentação não valorizar o trabalho de toda a equipe. Lembre-se, comemos com os olhos! * * Tendências * COLORIDO Misturar diferentes tipos de ingredientes e de cores e cortes variados, valoriza a preparação e não necessitamos colocar itens não comestíveis para decorar. As esculturas e flores de vegetais estão fora de moda. Tudo que se põe no recipiente, deve ser comestível. * * Tendências *USAR RECIPIENTES QUE VALORIZEM AS PREPARAÇÕES Os recipientes são grandes aliados na valorização da preparação. Hoje, dispomos de muitos modelos e materiais e podemos usá-los nas preparações do dia a dia e deixar com “Cara de Festa”. * * Ervas para Decoração *USE RAMOS, FOLHAS INTEIRAS OU PICADAS Algumas ervas são verdadeiros “coringas” na decoração: Salsa Manjericão Manjericão roxo Alecrim Tomilho Cebolinha Evite usar apenas salsa picada em todos itens. A salsa tem que ser finamente picada para finalizar pratos. Os produtos frescos in natura devem ser higienizados e sanitizados antes do uso na decoração * * Especiarias para Decoração *DÊ UM TOQUE FINAL COM SEMENTES! As especiarias podem dar um toque especial na finalização de pratos, use: Gergelim preto Gergelim branco torrado Semente de mostarda clara e escura Pimenta rosa * * Elaboração de cardápios É imprescindível assegurar a qualidade nutricional e sensorial das preparações, mantendo o compromisso de respeitar a legislação higiênico-sanitária. * * Como desenvolver uma Ficha técnica? * * Inicialmente, sua importância... * * Para a Unidade: Padroniza as receitas e os pratos Possibilita a execução por qualquer funcionário Mantém um padrão de qualidade e de sabor Qualidade de produto e de serviço Propicia mais segurança no ambiente de trabalho Para o Funcionário: Reduz a probabilidade de erros Facilita a execução de tarefas sem a necessidade de ordens frequentes Propicia mais segurança no ambiente de trabalho Sabe o que vai ser feito e como Para o Nutricionista: Facilita a formação dos funcionários Elimina interferência por dúvidas Facilita o planejamento do trabalho Possibilita cálculo de quantidade padronizada Inicialmente, sua importância... * * Informações da FT Ingredientes da preparação (PB e PL); Tempo total de preparo; Per capita; Fator de correção; Fator de cocção; Modo de preparo (descrição do processo); Utensílios e equipamentos a serem utilizados; Informação Nutricional: Composição centesimal em macronutrientes e micronutrientes; Fotografia do prato; Número de porções e custo. * * OBJETIVO DE DEFINIR -Garantir o equilíbrio dos cardápios -Orientar na previsão de compras -Orientar nas requisições de materiais -Funciona como ótimo parâmetro para avaliar a cobertura da alimentação oferecida. FICHAS TÉCNICAS PER-CAPITAS * * PER-CAPITAS *Arroz : 80 -120 g Açúcar: 10 % sucos não ácidos/ café 10 – 20% sucos frutas ácidas Feijão: 40-60 g Farinha de trigo: 2 – 3 g molhos / 3 – 7 g mingau/ 8 – 10 g papa Farinha de mandioca: 20 - 40 g Farinha de milho: 20 – 30 g * * PER-CAPITAS *LASANHA Carne moida: 90 g Macarrão lasanha: 35 g Presunto: 35 g Queijo mussarela; 35 g Molho :80 ml Porção pronta: 350 g * * PER-CAPITAS *Macarrão : 30 - 40 g Tomate: 3 – 5 g temperos carne/feijão 5 - 10 g canes com molhos 10 – 30 g molhos de macarrão 40 – 80 g saladas cruas Cebola: 3 – 5 g temperos 5 – 10 g farofas e refogados 10 - 15 g preparações ceboladas / saladas * Cheiro verde: 2 - 5 g temperos / molhos * * PER-CAPITAS *Alho : 0,5 – 1,0 g Pimentão: 3 – 5 g temperos 5 - 15 g saladas Pimenta do reino: 0,3 g Sal : 1 – 2 g ( por preparação) Colorau : 0,3 g Vinagre: 3 ml * * PER-CAPITAS *Alface : 10 – 30 g Cenoura: 10 - 20 g para arroz refogado e saladas cruas 20 - 50 g cozidos ou saladas mistas Batata inglesa: 80 - 110 g para purê 100 g fritas 20 – 50 g cozidos ou saladas mistas Abóbora: 100 g para purê 10 – 20 g feijão 40 – 80 g suflês * * PER-CAPITAS *Óleo : 3 – 5 ml para carne de chapa e cozido/ feijao 10 - 15 ml bife frito e farofa 5 – 10 ml refogados de vegetais 25 – 30 ml empanados Margarinas: 3 – 5 g Purês e suflês 10 - 15 g ovo frito 5 – 10 g refogados de vegetais * * PER-CAPITAS *Carne s/ osso: 100 – 180 g Carne com osso: 200 -250 g Peixe filé : 120 -180 g Peixe posta: 150 – 200 g Peixe inteiro: 200 – 250 g Carne suína c/ osso: 220 – 280 g Carne suina s/ osso : 200 – 20 g Fígado: 100 – 150 g * * PER-CAPITAS *FEIJOADA Feijão preto: 50 a 70 g: 200 -250 g Louro: - Linguiça calabresa: 25 g Lombo suíno: 35 g Carque: 40 g Orelha de porco: 60 g Pé de porco: 80 g Porção pronta: 380 a 400 g * * Estabelecidos para determinar as quantidades corretas a serem adquiridas dos alimentos que sofrem perdas inevitáveis como cascas, talos, sementes, aparas, sujidades e modificações quando submetidos ao calor. FC = Peso Bruto / Peso Líquido PB= PL X FC FCc = Peso Preparação Pronta / Ingredientes Crús Fator de Correção e Cocção * * Fator de Cocção * * Quantidade: 80g patinho Fator de cocção: 0,8 Fator de correção: 1,12 80/0.8=100g 100X1,12= 112g Quantidade a comprar 112g de patinho. Fator de Correção e Cocção * * * * * * Ficha Técnica - Modelo * * * * Desafios do Nutricionista * * CUSTOS que deve se adequar as condições econômicas da empresa. Dessa maneira devemos: 1) Utilizar produtos de qualidade, para que o rendimento resulte em melhor custo. 2) Utilizar com menos freqüência receitas sofisticadas. 3) Não utilizar NDPcal acima de 10%. 4) Conhecer custo padrão estabelecido. 5) Elaborar tabelas próprias de fatores de cocção e correção, degelo e rendimentos. 6) Intercalar cardápios caros e baratos, equilibrando gastos. Desafios Relacionados com CUSTOS
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