Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS Transporte para os líquidos intersticiais e intracelulares. Dependerá de: fatores fisiológicos e propriedades físico-químicas. - débito cardíaco (frequência) - fluxo sanguíneo local: quanto maior o fluxo sanguíneo no local de ação do fármaco, mais rápido ele chegará lá. - permeabilidade capilar: quanto maior mais fácil - volume tecidual: quanto maior mais área para absorção do medicamento. TECIDOS DE ALTA IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA: vão receber o fármaco mais rápido e em maior parte. - fígado - rim - cérebro - coração - pulmões TECIDOS DE BAIXA IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA: vão receber o fármaco mais lentamente e em menor parte. - músculos - vísceras - pele - tecido adiposo Vai levar minutos a horas para que o fármaco esteja em equilibro com a concentração plasmática. Passagem dos fármacos para o meio intersticial: mais fácil e rápido Passagem dos fármacos para o meio intracelular: mais lento e dificultado Passagem por células endoteliais: só se for lipossolúvel - depende da lipossolubilidade - no caso de compostos iônicos depende do gradiente de pH ( o sequestro iônico não é grande) - ligação a proteínas plasmáticas e macromoléculas teciduais PROTEÍNAS PLASMÁTICAS - albumina: principal proteína para ligação de fármacos ácidos - glicoproteína alfa1 ácida: principal proteína para a ligação de fármacos básicos A ligação com essas proteínas é reversível e vai depender da concentração do fármaco, da concentração da proteína na corrente sanguínea e da afinidade do fármaco pelo sítio de ligação da proteína. Essa ligação pode ser afetada por doenças hepáticas graves (cirróticos produzem menos albumina e também menos glicoproteína alfa1ácida) e há comprometimento no metabolismo, pois diminui a ligação proteica do fármaco, e dessa maneira, aumenta a porção ativa do medicamento. Síndrome nefrótica: paciente perde 3-3,5g de albumina por dia. Quando há falta dessas proteínas, há mais quantidade de fração livre de fármaco exercendo efeitos terapêuticos, mas também mais efeitos colaterais. Doenças de fase aguda e patologias estressantes (infarto do miocárdio/doença de Crohn/câncer) aumentam os níveis de glicoproteína alfa1ácida, logo, favorece-se a ligação e diminui-se a fração de fármaco livre exercendo efeito terapêutica, para isso, é preciso uma dose maior de fármaco para exercer sua função. Pode ocorrer competição entre fármacos pelas proteínas plasmáticos – o com mais afinidade ou em maior concentração vencerá. LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS ÀS PROTEINAS LIMITA: - concentração do fármaco nos tecidos e locais de ação - filtração glomerular: o fármaco ligado à proteína não é filtrado, PORÉM, GERALMENTE NÃO LIMITA A SECREÇÃO TUBULAR PQ ESSA SECREÇÃO NÃO PASSA POR FILTRAÇÃO, ou seja, algumas substâncias são secretadas dos capilares para o lúmen tubular por transportadores. LIGAÇÃO AOS TECIDOS: - quando um fármaco está sendo transportado pela corrente sanguínea ele pode encontrar um tecido pelo qual tenha afinidade e se ligar a esse tecido que servirá de reservatório. - os tecidos podem atuar como reservatórios ex: antimalárico quinacrina – vai por transporte ativo para o fígado, e lá, liga-se a componentes teciduais e nucleares, fazendo com que lá ele seja armazenado e possa causar danos hepáticos. Essa ligação é reversível, ou seja, ele pode ser liberado desse acúmulo. Ex:cloroquina – deposição na retina (pode causar retinopatias como efeito tóxico) tetraciclinas – em crianças deposita-se nos ossos e nos dentes e pode causar manchas, hipoplasia dentaria e danos ósseos. amiodarona – deposita-se no fígado e nos pulmões quando usado em doses altas, pode causar fibrose pulmonar e hepatotoxidade. TECIDO ADIPOSO: atua como reservatório de fármacos lipossolúveis ex: tiopental – 70% dele fica armazenado no tecido adiposo antidepressivos tricíclicos (benzodiazepínicos) é considerado como um reservatório estável devido à pobre irrigação sanguínea, ou seja, o fármaco é liberado controladamente para a corrente sanguínea. OSSOS: - atuam como um local de liberação lenta para a corrente sanguínea. - antibióticos (Tetraciclinas) - intoxicação com chumbo e rádio, pois o chumbo deposita-se nos ossos e vai tendo liberação para a corrente sanguínea. A acumulação de um fármaco nos ossos é uma vantagem terapêutica para indivíduos com osteoporose. REDISTRIBUIÇÃO - fator importante para cessar efeito farmacológico, já que retira o fármaco de seu local de ação e move-o para outro lugar - ex: compostos altamente lipossolúveis (tiopental) – atinge concentração máxima no cérebro em um minuto. Depois da injeção o tiopental direciona-se para outros tecidos, diminuindo a concentração plasmática. Como esse anestésico se liga pouco aos reservatórios cerebrais a redistribuição do mesmo é rapída. A anestesia a partir do tiopental tem inicio e término rápidos. SNC E LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO - células endoteliais dos capilares cerebrais têm junções de oclusão contínua, e só é transponível por fármacos lipofílicos. ex: loratadina e difenidramina (anti-histamínicos). A difenidramina é mais lipossolúvel, conseguindo assim, ultrapassar a barreira hematoencefálica. Fármacos hidrossolúveis só conseguem atravessar a barreira HE através de transportadores específicos. Para retirar os medicamentos do cérebro são necessários transportadores de membrana, de efluxo, como a glicoproteína P. Obs: se há inflamação das meninges e do encéfalo há aumento da permeabilidade local. PLACENTA Fármacos: anormalidades no desenvolvimento fetal Determinantes: -lipossolubilidade - ligação as proteínas - Grau de ionização Plasma fetal: + ácido (pH 7-7,2) que o plasma materno, logo, os fármacos alcalinos fracos ficam retidos na placenta. Os medicamentos podem ser retirados da placenta por transportadores de efluxo (glicoproteína P) e podem ser trazidos pelos transportadores de afluxo, os quais podem causar efeitos colaterais ao feto (Ex: benzodiazepínicos: quando administrados na mãe de forma contínua até pouco anrtes do parto podem causar síndrome de abstinência no bebê, que quando nasce fica sem o contato com o medicamento. EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS - eliminados de forma inalterada ou convertidos em metabólitos. - órgãos excretores: mais facilidade de eliminação de compostos POLARES do que lipossolúveis. Por isso os fármacos lipossolúveis precisam ser metabolizados (tornar-se mais polar). Exceção: pulmão é mais eficaz na eliminação de compostos apolares (gases anestésicos) Farmaco ionizado mais fácil de ser eliminado Fármaco livre menor PM mais fácil de ser filtrado Fármaco ligado à proteína maior PM mais difícil se ser filtradoMecanismos de eliminação mais comuns: - rins - fezes - leite materno - pulmão (gases anestésicos) EXCREÇÃO RENAL 3 processos: - filtração glomerular: qtde de fármaco que chega ao lúmen do túbulo depende da taxa de filtração e da ligação dos fármacos às proteínas. - secreção tubular ativa: ocorre no túbulo proximal do rim e é mediada por transportadores. A glicoproteína P transporta anions anfipáticos e a proteína tipo 2 (MRP2) carrega metabólitos conjugados como o ác. Glicurônico, o sulfato e o glutationa. No túbulo distal do rim, os transportadores de membrana são responsáveis pela reabsorção ativa do fármaco (do lúmen para a circulação sistêmica). - reabsorção tubular passiva: reabsorve ácidos e bases fracas nas formas não ionizadas, esse processo depende do pH. Urina tubular mais alcalina ácidos fracos eliminados Urina tubular mais ácida excreção diminuída, e reabsorção aumentada. EXCREÇÃO BILIAR Membrana canalicular dos hepatócitos possui transportadores que secretam fármacos e metabólitos na bile que posteriormente serão liberados no TGI Glicoproteína P e MRP2. Nos enterócitos também há transportadores secretores que funcionam transportando fármacos da circulação para o lúmen intestinal. Reciclagem êntero-hepática: os fármacos podem ser reabsorvidos e voltar ao organismo, ao invés de serem eliminados nas fezes.OUTRAS VIAS DE ELIMINAÇÃO: - suor - saliva - lágrimas - cabelos - pele METABOLISMO DOS FÁRMACOS Metabólitos inativos metabólitos mais polares Metabólitos inativos metabólitos ativos ou tóxicos Ocorre principalmente: - fígado - rins - TGI - pulmões REAÇÕES DE FASE I: introduz ou expõe um grupo funcional do composto. - leva à inativação do fármaco exceção: anti hipertensivo enalapril: é ingerido na forma inativa para ser ativado depois. REAÇÕES DE FASE II: - ligação covalente entre o grupo funcional de um composto ou entre um metabólito de fase I com uma substancia hidrofílica (ác. Glicurônico, glutationa, acetato). - depois disso o conjugado se torna BASTANTE POLAR e é INATIVADO, sendo excretado rapidamente pela urina ou fezes. METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM - metabolismo que a droga sofre antes de atingir a circulação sistêmica - reduz a biodisponibilidade do fármaco FARMACOCINÉTICA: resposta do organismo aos fármacos DEPURAÇÃO (remoção): - qtdade de fármaco que está sendo eliminado do organismo por unidade de tempo. - relaciona a velocidade de eliminação e a concentração plasmática do fármaco. Cinética de primeira ordem: velocidade de desaparecimento de um fármaco é exponencial. Uma FRAÇÃO CONSTANTE é eliminada por unidade de tempo, ou seja, 50% são SEMPRE eliminados. Obs: com o aumento da administração do medicamente, mais fármaco será eliminado (continua sendo 50%). Cinética de ordem zero: não segue um padrão exponencial. Uma quantidade fixa de fármaco é eliminado, e não depende da concentração plasmática. Se a dose aumentar, não aumenta a eliminação. ex: etanol e fenitoína Isso acontece porque a enzima alcool desidrogenase atinge seu funcionamento máximo em [ ] baixas de etanol. Se houver maior ingestão do que a enzima é capaz de oxidar, o etanol se acumulará no sangue. VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO “ é o volume de líquido que seria necessário para conter todo o fármaco presente no corpo na mesma concentração dosada no plasma”. - Quanto maior a solubilidade de um fármaco maior será o seu volume de distribuição. - quanto maior a afinidade de um fármaco com proteínas menor seu volume de distribuição. Volume de distribuição depende: - ligação aos locais receptores: - níveis de PTs plasmáticas e teciduais: quanto menor maior o volume de distribuição - coeficiente de distribuição no tecido adiposo: quanto maior, maior o volume de distribuição - acúmulo em tecidos pouco irrigados: quanto menor, maior o volume de distribuição. Ex: DIGOXINA: por ser altamente lipossolúvel distribui-se muito para músculos, tec. Adiposo e Na+K+ ATPase. Tem alto volume de distribuição. Ex: VARFARINA: apresenta-se bastante ligado à PTs plasmáticas, logo, tem um baixo volume de distribuição, Ex: CLOROQUINA: quase não se liga à proteínas, logo, tem alto volume de distribuição. MODELO DE COMPARTIMENTO ÚNICO: não é aceito diz que o ser humano é um único compartimento, e que toda a administração do fármaco ocorre diretamente no compartimento central e que a distribuição do fármaco é instantânea por todo o volume. É errôneo pois o fluxo de sangue não é igual para todos os tecidos. MODELO DE MÚLTIPLOS COMPARTIMENTOS: Compartimento central: sangue e órgãos mais irrigados (coração, cérebro, rins, fígado e pulmões). Compartimento periférico/final/tecidual: tecidos menos irrigados (músculos, pele, tecido adiposo e ossos). JANELA TERAPÊUTICA: concentração do fármaco em que há efeito terapêutico com o mínimo de toxicidade. FARMACODINÂMICA RECEPTOR - componente de um organismo com o qual a substancia química interage Possui dois domínios: - de acoplamento: onde o fármaco se liga - efetor: responsável pela propagação de uma mensagem , para que uma resposta possa ser dada. Possui duas formas de atuação: - alvo celular (proteína efetora: enzimas e canais iônicos) - indireta: são necessários transdutores( mensageiros químicos intracelulares/intermediários), que continuarão a propagação da mensagem até o alvo final. VIA DE TRANSDUÇÃO DE SINAL (SISTEMA RECEPTOR-EFETOR) ALVOS – PROTEÍNAS: - receptores de hormônios e neurotransmissores - fatores de crescimento e transcrição - enzimas (vias metabólicas) - transportadores Atuação: - AGONISTA: simula o efeito do ligando químico endógeno (qualquer substancia do nosso organismo). Terá que ter afinidade, eficácia e semelhança pelo receptor. Total/pleno: eficácia total Parcial: eficácia parcial - ANTAGONISTA: impede a ligação do agonista endógeno. Terá que ter semelhança e afinidade pelo receptor, porém não deverá ter eficácia. Para assim, não transferir o efeito. - AGONISTA INVERSO: gera resposta inversa. Estabiliza o receptor na conformação inativa. - AGONISTA ALOSTÉRICO: liga-se ao sítio alostérico, potencializa a afinidade do sítio ativo, aumentando o efeito. Ligação fármaco-receptor - ponte de hidrogênio - iônica - covalente (duração de ação prolongada – ligação forte e difícil de ser rompida) - hidrofóbica - interação de Van der Waals Agonista: liga-se à conformação ativa (R*) Agonista Total: liga-se a conformação ativa (R*) gerando resposta máxima Agonista Parcial: prefere o estado ativado (R*) mas também liga-se ao estado de repouso®. Antagonista competitivo: liga-se aos dois (R*) e (R). Antagonista inverso: SEMPRE liga-se ao estado de repouso (R).
Compartilhar