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Conceitos Básicos de Gravimetria Medições da Força da Gravidade Introdução Há 400 anos atrás, Galileu realizou suas experiências com a gravidade observando corpos em queda na torre inclinada de Pisa. A aceleração gravitacional que ele achou foi de 5 m/seg2. Desde então, a forma do campo gravitacional da Terra tem se tornado conhecido graças ao aumento na quantidade e precisão das medidas da gravidade. A Pesquisa Gravimétrica mede a Aceleração da Gravidade (g). O valor médio de g na superfície da Terra é de 9,80 m/s2. A Atração Gravitacional depende da densidade das rochas subterrâneas, assim g varia de acordo com a localização na superfície da Terra devido a variação local da densidade dos diferentes tipos de rochas. A gravimetria está diretamente associada ao parâmetro físico da densidade (σ) dos materiais. Exemplos de escala de levantamentos gravimétricos : MicroGravidade : Localização de cavidades subterrâneas (tuneis, cavernas, etc); localização de tumbas geológicas (baixa densidade do ar em relação ao solo); localização de antigos depósitos de lixo, etc. Pequena Escala : Exploração Mineral de pequenas jazidas onde existe um contraste de densidade entre o minério e a ganga (rocha fonte ou rejeito). Média Escala: Localização de Domos de Sal na exploração de petróleo (baixa densidade do sal em relação aos sedimentos); modelagem de estruturas geologicas de grande porte com dezenas de km (ex: intrusões vulcânicas) Grande Escala ; Estimativas de Espessura da Crosta (Baixa densidade da crosta em relação à maior densidade do manto). Aceleração Gravitacional As Leis de Newton da Gravitação A Pesquisa Gravimétrica é baseada na Lei da Gravitação Universal de Newton A Lei da Gravitação Universal de Newton A Força de atração entre dois corpos de massas conhecidas é diretamente proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. F = -G (Mm/r2) Onde: M e m são as massas dos dois corpos r a distância entre eles, e G é a Constante Gravitacional = 6,67 10-11 Nm2/kg2. Balança de Cavendish O valor de G foi encontrado pela primeira vez por Charles Cavendish atraves de seu experimento: a balança de Cavendish. Esta balança constitui-se em duas massas de chumbo presas a um fio com coeficiente de elasticidade conhecido (quartzo). Ao aproximar a massa M em qualquer uma das massas m a força de atração causa um torque que gira as massas e por conseqüência torce o fio. Conhecendo - se o deslocamento, as massas envolvidas e o coeficiente de elasticidade do fio pode-se saber qual a força que existe entre as massas. Aceleração Gravitacional Valor de G Em 1978 Cavendish encontrou o valor de: G = 6.754 X 10-11 (kg/m3)/s2 Devido a dificuldades mecânicas envolvidas na construção do aparato, o valor de G mais preciso é de: G = 6.674210 X 10-11 (kg/m3)/s2 ou G = 6.674210 X 10-8 (g/cm3)/s2 Dentro todos as constantes físicas G é a que possui a menor precisão conhecida (150 X 10-6), contra outras que são conhecidas com menos de 1 X 10-6. Aceleração Gravitacional 1 – Valor de G Aceleração Gravitacional Unidades de Gravidade Galileu realizou a primeira medida da aceleração devida à gravidade deixando objetos cair da Torre Inclinada de Pisa. Em homenagem a Galileu, a Unidade de Gravidade no sistema c.g.s. é chamada Gal. 1 Gal = 1 cm/s2 Os gravimetros atuais são extremamente sensíveis e podem medir g em 1 parte em 109 (Equivalente a medir a distância da Terra à Lua com precisão de 1 metro) Assim a Unidade c.g.s. normalmente utilizada nas medidas de gravidade é o miliGal (mGal) 1 mGal = 10-3 Gal = 10-3 cm/s2 =10 μm/s2 = 10-5 m/s2 No sistema m.k.s. (SI) a Gravidade é medida em m/s2 ou u.g.(Unidade de Gravidade). 1ug = 1m/s2 = 100 Gal Ambos mGal e u.g.; são medidas normalmente usadas em gravimetria. Exemplo: Qual é o valor de g em mGal ? g = 9,8 m/s2 = 980 cm/s2 = 980 Gal = 980.000 mGal Precisão das Medições Gravimétricas Na Terra = 0,01 mGal No Mar = 1 mGal (devido ao movimento da embarcação ) Gravimetria Superfície equipotencial. O potencial gravitacional gerado por um corpo varia em função da distância e da distribuição de massa desse corpo. Deste modo pode-se imaginar que em um corpo com distribuição de massa homogênea o seu potencial gravitacional variará somente em função da distância. Assim fica fácil ver que um corpo homogêneo terá valores de potencial iguais em diversos pontos distribuídos a mesma distância dele, ou seja: Superfície equipotencial = superfície onde o potencial é constante Deste modo a cada distância r do corpo teremos uma superfície equipontencial com valores diferentes, menores quanto mais longe do corpo se está. Gravimetria Superfície equipotencial. Por definição o deslocamento de um corpo dentro da superfície equipotencial não gera trabalho, deste modo a orientação da força e da aceleração da gravidade tem que ser perpendicular a esta superfície. Deste modo criam-se dois conceitos: Vertical = a normal da superfície equipotencial Horizontal = plano tangencial a superfície equipotencial Deste modo o fio de prumo materializa a normal da superfície equipotencial do ponto a qual está preso. Gravimetria A forma da terra. A forma da terra tem sido discutida desde as culturas anciãs. Pitágoras (582 – 507 AC) especulou que a Terra seria redonda, sendo seguido por Aristóteles (384 – 322 AC). Mas foi Eratóstenes (275 – 195 AC) que determinou que a terra era redonda com um grau de curvatura de 7,2°, através da observação da iluminação de um poço dágua em dois pontos diferentes (Siene e Alexandria) no mesmo dia do ano (solstício de verão). Gravimetria A forma da terra. Utilizando suas leis de gravitação universal e do movimento, Newton argumentou que a Terra teria que ser achatada nos pólos, ou seja a sua forma seria de um elipsóide oblato de revolução. Gravimetria A forma da terra. A superfície terrestre não é uma esfera e tão pouco um elipsóide oblato de rotação perfeito. A presença de montanhas e vales oceânicos causam variações de dezenas de quilômetros, mudando totalmente a geometria da sua superfície sólida. Por outro lado a superfície da parte líquida da Terra não apresenta tais problemas, pois não sofre erosão e não possui forma fixa. Esta superfície deve então refletir a forma real da Terra pois tende a materializar a superfície equipotencial do campo gravimétrico terrestre. superficie equipotencial // superficie do corpo Gravimetria A forma da terra. A superfície equipotencial de referência da Terra (U0) é chamada de Geóide. Nos mares esta superfície é materializada pelo nível médio dos oceanos. Nos continentes ela não pode ser materilizada, por isto é concebida como sendo canais imaginários que cortam os continentes levando a água dos oceanos para dentro dos continentes. A superfície do geóide não coincide perfeitamente com a superfície do elipsóide de rotação, existindo locais com diferenças de dezenas de metros entre os dois. Deste modo a Terra possui três superfícies: Sólida = materializada pelo limite entre a parte fluída/sólida Elipsóide de referência = figura matemática cuja superfície é um equipotencial do campo teórico terrestre levando em consideração as variações de densidade radial e uma forma geométrica igual ao elipsóide de revolução. Geóide = superfície equipotencial real da Terra (variações laterais de densidade). Gravimetria A forma da terra. Posição relativa entre a superfície da terra; o geóide e o elipsóide de referência Posição relativa entre a superfície da terra e o elipsóide de referência Gravimetria A forma da terra.O elipsóide de referência se diferencia do Geóide devido ao fato de não levar em conta as variações de massa existentes na superfície da terra = diferentes litologias e a forma física real da Terra. O elipsóide de referência é uma formulação matemática que leva em consideração que a Terra seja homogênea lateralmente e com uma forma física de um elipsóide de revolução. Gravimetria A forma da terra. O Geóide é a superfície equipotencial que tende a tocar a superfície física da Terra (U0) e está sujeita a variações laterais de densidade (diferentes litologias). Variação da Gravidade com a Latitude A Gravidade é maior nos pólos que no Equador, sendo esta variação de aceleração da gravidade com a latitude se deve a dois efeitos: 1 - A Forma da Terra 2 - A Rotação da Terra. A aceleração centrífuga diminui o valor de g). Este efeito é maior no equador onde a velocidade rotacional é maior, 1674 km/h. Nos pólos este efeito é zero. Para uma elipse uniforme de rotação, a medida da gravidade é a resultante do vetor atração gravitacional e do vetor aceleração centrífuga. Em 1743 Clairaut deduziu a formula que expressa o valor teórico da gravidade em relação a latitude. = g0 (1 + α sen2 - β sen2 2) ou = 978031,85 mGal (1 + 0,005278895 sen2 + 0,000023462sen4 ) Onde g0 é o valor da gravidade ao nível do mar no equador e a latitude Densidades do Material Geológico É preciso saber com precisão o valor da densidade das rochas típicas subterrâneas para poder se interpretar as informações das dos resultados das medições da gravidade. A densidade é representada como: ρ = M/V Podendo ser expressa de vávias maneiras: g/m3, kg/m3, g/cm3, etc. Rochas igneas e metamorficas são nomalmente as mais densas 4 a 3.9 g/cm3 2.8 a 2.6 g/cm3 UltraBásicas > Básicas > intermediárias > açidas alto Fe, Mn, -------------------------------------> alta Si As rochas sedimentares exibem a maior faixa de variação de densidade e normalmente possuem valores bem baixos (< 2 g/cm3) Gravidade Absoluta Medida sob condições de laboratório utilizando equipamentos especificos e sob extremo rigor de aquisição: Corpo em queda livre; Pendulo Utilizado para fornecer valores absolutos de g como padrões nacionais. Redes fundamentais gravimétricas. Medida da Gravidade Gravímetro absoluto por queda livre Gravímetro absoluto de pêndulo Gravidade Relativa São obtidas por equipamentos que medem a diferença (mudança) na força da gravidade de um ponto para o outro, normalmente pela medida de distensão em uma mola que possui uma massa acoplada a ela. È necessário efetuar uma primeira medida em um local com a gravidade absoluta conhecida, onde se obtêm um valor de referência para o equipamento (“zero”). Para depois efetuar as medidas nos locais onde se deseja conhecer o valor de g. As diferenças (negativas ou positivas) entre o ponto inicial (conhecido) e o ponto de medida são somadas ao valor do ponto conhecido para se obter o novo valor de g para o novo ponto. Gravimetria Bibliografia FOWLER C> M. R., 2004. The solid Earth, An Introduction to Global Geophysics, Second Edition. Cambridge University Press. LOWRIE, W., 2007. Fundamentals of Geophysics, sec. edit. Cambridge University Press. Leitura adicional TELFORD, W. D.; GELDART, L. P. & SHERIFF, R. E., 1990. Applied Geophysics, Second Edition. Cambridge University Press. ROBINSON, E. S., 1988. Basic Exporation Geophysics, ed. Jhon Wiley & Sons. FIM
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