Buscar

Estudos de Direito Processual Civil - com testes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
1
Estudos de Direito Processual Civil 
 
 
? Definição 
Para Chiovenda a função do Estado tem por escopo a atuação da vontade 
concreta da lei por meio da substituição, que se dá através do Estado pela atividade 
dos órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torná-la 
praticamente efetiva. Já para Carnellutti é a função estatal de busca da justa 
composição da lide. 
Desta forma, comecemos os nossos estudos definindo processo: do latim 
processus do verbo procedere que significa avançar, caminhar em direção a um fim. 
Todo processo, portanto, envolve a idéia de temporalidade, de um desenvolver-se 
temporalmente, a partir de um ponto inicial até atingir o fim desejado. Nem só no 
direito ou nas ciências sociais existem processos. Também na química as 
transformações da matéria se dão através de um processo; e na biologia costume-
se falar em processo digestivo, processo de crescimento dos seres vivos, etc. 
No Direito o emprego da palavra processo está ligado à idéia de processo 
judicial, correspondente à atividade que se desenvolve perante os tribunais para 
obtenção da tutela jurídica estatal, tendente ao reconhecimento e realização da 
ordem jurídica e dos direitos individuais que ela estabelece e protege. 
Logo, podemos dizer que o Direito Processual Civil compreende o conjunto de 
normas e princípios que regulam a atividade jurisdicional do Estado brasileiro e a 
relação que se desenvolve entre as partes, seus procuradores e os agentes da 
jurisdição, por meio do processo. 
É importante dizer, também, que o Direito Processual Civil é ciência e ramo 
do Direito Público, concernente à própria atividade do Estado na busca da solução 
dos conflitos, e a manutenção do império da ordem jurídica, com a imposição da 
vontade da lei ao caso concreto. 
 
? Processo 
Assim, sempre que o direito não se realizar naturalmente, pelo espontâneo 
reconhecimento do obrigado, seu titular, impedido como está de agir por seus 
próprios meios, terá de dirigir-se aos órgãos estatais, em busca de proteção e 
auxilio, a fim de que o próprio Estado, depois de constatar a efetiva existência do 
direito, promova sua realização. 
Afastada como teve de ser necessariamente, a defesa privada, levada a efeito 
por seu próprio titular, em regime de autotutela, já porque este tipo de realização do 
direito gera uma constante intranqüilidade e compromete irremediavelmente a 
convivência social; já porque a realização privada do direito nem sempre resultará 
na vitória daquele que efetivamente tinha razão, mas acabará impondo 
simplesmente a preponderância do interesse do mais forte, ou do mais astuto, a 
exigência de submeterem-se as pretensões daqueles que se digam titulares de 
algum direito eventualmente ameaçado ou já vulnerado por quem deveria cumpri-lo, 
a uma prévia averiguação de sua verdadeira existência e legitimidade, faz com que 
a relação originariamente existente entre o titular do direito e o titular do dever 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
2
jurídico, do ponto de vista do primeiro, dê origem a uma segunda relação, por meio 
da qual o titular do direito—impedido de realizá-lo por seus próprios meios—terá de 
exigir (pretensão) do Estado seu auxílio (tutela) a fim de que este, através de uma 
instituição, especialmente criada para tal fim (o Poder Judiciário), uma vez 
determinada a legitimidade da exigência de tutela jurídica daquele que se afirmara 
titular do direito, o torne efetivo e realizado, segundo a lei. 
Esta segunda relação que se estabelece entre aquele que exige a proteção 
do Estado, dizendo-se titular do direito (exercício de pretensão de tutela jurídica) e o 
próprio Estado, posto agora no pólo passivo desta relação, como o obrigado a 
prestar este tipo de auxilio, que não é mais a relação privada—que o pretenso titular 
do direito afirmara existir entre ele e o devedor e cuja existência efetiva apenas 
agora será investigada—constitui a relação processual. 
A relação processual civil, que constitui propriamente o processo, é uma 
relação jurídica de Direito Público que se forma entre o pretenso titular do direito que 
o mesmo alega carecer de proteção estatal, e o Estado, representado pelo juiz. 
Como qualquer outra relação jurídica, também ela se forma entre dois sujeitos, em 
forma linear, ligando o autor—aquele que age exigindo o auxilio estatal—e o Estado. 
Mas a relação processual, como categoria jurídica formada com a finalidade 
de outorgar proteção estatal àquele que dela necessitar, tem uma característica 
peculiar que a distingue nitidamente da relação, por exemplo, que se forma entre a 
atividade legislativa ou de administração pública e os respectivos destinatários. 
Tanto o legislador quanto o administrador público praticam os atos peculiares às 
suas funções sem "processualizarem" a própria atividade, ou seja, sem convocar os 
destinatários do ato administrativo e da própria lei — os seus "consumidores" — 
para opinarem no momento de sua formação. A relação processual, ao contrário, 
oferece esta peculiaridade fundamental: os destinatários do ato final do processo, 
aqueles a quem a sentença se dirige, como norma imperativa de comportamento, ou 
sejam as partes, contribuem com sua atividade para o desenvolvimento da relação 
processual e para a formação da sentença. 
Daí a necessidade de que toda a relação processual se angularize, depois de 
sua formação linear entre autor e o Estado, mediante a convocação daquele que 
figura no outro pólo da relação jurídica litigiosa, para que venha integrá-la, na 
condição de demandado (réu). Não há relação processual sem a participação de, no 
mínimo, três pessoas, ou três sujeitos: autor, réu e juiz. Esta contingência levou os 
juristas medievais a declararem que a relação processual era um "actum trium 
personarum", ou seja, uma relação formada por esses três sujeitos. 
Como veremos ao estudar os princípios fundamentais do processo civil, esta 
peculiaridade da relação processual projetará conseqüências decisivas para toda a 
teoria geral do Direito Processual. 
 As concepções modernas de regime democrático como forma de autogoverno 
(como se diz: do povo e para o povo'`) têm evidenciado uma tendência para 
conceituar a democracia não como entendiam a Revolução Francesa e as 
concepções liberais dos séculos XVIII e XIX, ou seja, como democracia 
representativa, onde o povo apenas se limita a eleger os seus governantes, mas 
procura-se hoje definir a verdadeira democracia como governo participativo e não 
simplesmente representativo. A respeito desta nova e fecunda perspectiva do direito 
público são fundamentais os inúmeros ensaios de Mauro Cappelletti a respeito do 
que ele sugestivamente denomina como forma de produção e realização do direito 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
3
não apenas pelo Estado que o produz para consumo da nação, e sim como 
produção do direito por seus próprios “consumidores”, ou seja, pela comunidade 
jurídica a que a norma legal se destina como imperativo de conduta social. 
Esta concepção de governo democrático como forma de governo participativo 
tem feito com que, nos países mais evoluídos o próprio ato administrativo se 
“processualize'' através do estabelecimento de um contraditório prévio entre as 
"partes" interessadas em sua produção. 
O estudo do processo como uma relação jurídica de direito público que se 
estabelece entre o Estado (juiz) e aquele que busca este tipo de tutela jurídica, deu 
origem, sem dúvida, ao nascimento do Direito Processual Civil como uma ciência 
particular, com objeto próprio e com suas leis e princípios especiais, distintos dos 
princípios e leis que regem os ramos do direito material. Deve-se ao jurista alemão, 
Oskar Von Bullow, o mérito de haver, em 1868, numa obra que se tornou clássica e 
universalmente conhecido, mostrar a importância do estudoda relação processual, 
como relação de direito público que se forma entre o particular e o Estado, 
determinando as condições e pressupostos de sua existência e validade, assim 
como os princípios e regras que a presidem. Como afirma Bullow, até então, os 
estudiosos do processo civil, ao invés de considerar o processo como uma relação 
de direito público, que se desenvolve progressivamente entre o Estado (Tribunais) e 
as partes, limitavam-se a ver no processo apenas uma série de atos e formalidades 
a serem cumpridos pelos sujeitos que dele participavam, como uma mera 
conseqüência da relação de direito privado litigiosa (Excepciones procesales y 
presupuestos procesales, edição alemã de 1868, tradução argentina de 1964, pág. 
3). 
 
? Breve Histórico do Direito Processual Civil Brasileiro 
 Mas antes de adentramos mais ao tema façamos uma breve retrospectiva do 
Direito Processual Civil brasileiro, para que possamos entender a sua evolução. 
 Com a independência do Brasil, por Decreto Imperial determinou-se a 
aplicação das normas portuguesas ao novo país, ou seja, foram mantidas em vigor 
as Ordenações Filipinas (promulgadas por Felipe I, em 1603, baseadas nos direitos 
romano e canônico). 
• Regulamento 737 – com o advento do Código Comercial, isso em 1850, o 
processo das causas comerciais passou a ser disciplinado pelo regulamento 737 
(posteriormente o regulamento 763 estendeu o regulamento 737 às causas civis). O 
processo segundo os regulamentos foi marcado por características de simplicidade, 
economia e livre apreciação das provas. 
• Códigos estaduais – a Constituição de 1891 estabeleceu a distinção entre 
justiça federal e estadual, conferindo aos Estados o poder de editar seus próprios 
códigos de processo. Ressalte-se que a maioria dos códigos dos Estados eram 
cópias do código federal, com exceção dos Estados da Bahia e São Paulo que eram 
inspirados no código de processo civil moderno europeu. 
• Código unitário de 1939 – com a promulgação da Constituição de 1934 foi 
estabelecido o sistema de código “unitário” para toda a república, e em 18 de 
setembro de 1939 foi editado um novo Código de Processo Civil, em parte moderno, 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
4
segundo influência do código de processo da Itália e Alemanha, em parte fiel ao 
antigo Direito Português. 
• Código atual – após trabalho realizado pelos juristas Alfredo Buzaid, José 
Frederico Marques, José Carlos Moreira Alves, dentre outros, em 11 de janeiro de 
1973 foi promulgado o Código de Processo Civil que se encontra em vigor 
atualmente, seguido de inúmeras “reformas” que modificaram bastante o 
ordenamento original. 
 
? Divisão da Jurisdição 
 
 - Estadual 
 - Civil 
 - Federal 
 - Comum 
 
 - Estadual - Penal 
 Jurisdição 
 - Federal 
 
 - Militar 
 - Especial - Trabalhista 
 - Eleitoral 
 
 
A rigor, a jurisdição não comporta divisões, pois não há pluralidade de 
soberania. A jurisdição é una e indivisível, assim como o poder soberano também é 
uno e indivisível. Desse modo, a divisão da jurisdição se dá apenas com a finalidade 
de imprimir eficiência e especialização da prestação jurisdicional, por meio do 
instituto denominado competência, a ser oportunamente estudado. Apresentam-se 
as seguintes divisões: 
• Jurisdição especial ou comum: a própria Constituição Federal dispõe sobre 
as justiças que exercem a jurisdição especial e as justiças que exercem a jurisdição 
comum. Entre as que exercem jurisdição especial estão: a Militar (artigos 122 a 124), 
a Eleitoral (artigos 118 a 121), a do Trabalho (artigos 111 a 117) e as Militares 
Estaduais (artigo 125, § 3.º). No âmbito da jurisdição comum estão: a Justiça 
Federal (artigos 106 a 110) e as Justiças Estaduais Ordinárias (artigos 125 e 126). 
• Jurisdição penal e civil: o objeto da atividade jurisdicional é uma pretensão 
de cunho material, como já dissemos. Apesar de o objeto material ser muito variado 
(Direito Administrativo, Direito Comercial, Direito Tributário, Direito Previdenciário 
etc), a tutela pode ser civil ou pode ser penal. A tutela penal trata de pretensões 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
5
punitivas e a tutela civil trata todas as demais, por exclusão. São chamadas causas 
não-penais. Por isso, a Justiça Trabalhista tem, sob esse aspecto, natureza civil. 
Aliás, é esta a única que não tem nenhuma competência penal ao contrário da 
Justiça Militar que é a única que não tem nenhuma atribuição civil. 
Existe um relacionamento entre a jurisdição penal e a jurisdição civil, até 
porque o ilícito penal não difere do civil, exceto em grau, sendo um mero 
agravamento de uma preexistente ilicitude civil, mormente em virtude do caráter 
fragmentário do Direito Penal. Apesar de haver a divisão legal de competência na 
seara civil e na seara penal, existem alguns casos de duplicidade de exercício, a 
exemplo do juízo de falências, capaz de julgar o processo falimentar e seus 
respectivos crimes. 
• Jurisdição superior ou inferior: os órgãos de primeiro grau são chamados 
órgãos de primeira instância e os de segundo grau de segunda instância. Instância é 
grau de jurisdição; entrância é grau administrativo das comarcas e das carreiras de 
juízes e promotores estaduais. 
Em relação à denominada jurisdição de eqüidade, determina o artigo 127 do 
Código de Processo Civil que o juiz decidirá por eqüidade nos casos previstos em 
lei. Decidir por eqüidade é decidir sem as limitações impostas pela precisa 
regulamentação legal. A jurisdição de eqüidade está contraposta à jurisdição de 
direito e sua admissibilidade é excepcional. Nas arbitragens e no processo penal é 
regra geral. Saliente-se que decidir com eqüidade, diferentemente da expressão por 
eqüidade, é forma de decisão legal e se traduz na possibilidade de o juiz, na 
interpretação e aplicação do dispositivo legal, utilizar-se do artigo 5.º da Lei de 
Introdução ao Código Civil, buscando os fins sociais a que a lei se dirige e as 
exigências do bem comum. 
• Por fim, temos a jurisdição voluntária, também chamada jurisdição graciosa 
ou administração pública de interesses privados, assim definida em perspicaz 
expressão da doutrina, tratando-se de atividades extraordinárias do Poder Judiciário. 
 
? DA AÇÃO 
 Direito de ação é o direito constante da lei, cujo nascimento depende de 
manifestação de nossa vontade. Tem por escopo a obtenção da prestação 
jurisdicional do Estado, visando, diante da fático-jurídica nela formulada, à aplicação 
da lei. É um direito subjetivo (depende da provocação), público (tem como 
destinatário o Estado), abstrato (o direito existe independente de o autor ter ou não 
razão), autônomo (tem objeto próprio, a tutela jurisdicional) e instrumental (visa levar 
uma pretensão a julgamento) 
 
? Condições da ação – a falta de uma das condições acarreta carência de 
ação, art. 267, VI (diferente de improcedência): 
• possibilidade jurídica do pedido: o pedido deve ser possível, isto é, não 
vedado pelo ordenamento jurídico (ex. antes da Lei do Divórcio a parte não poderia 
ajuizar uma ação pedindo o divórcio);obs. No caso da dívida de jogo o pedido é o 
que réu seja condenado a pagar tantos reais, portanto, o pedido é lícito. De outro 
lado a causa de pedir que é a dívida de jogo, que é ilícita. Sendo assim, nesta 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
6
condição deve ser lícito tanto o pedido quanto a causa de pedir (ser lícito é não 
ofender a lei, a moral e os bons costumes). 
• interesse de agir: é formado por um binômio: necessidade (ser útil o 
provimento) e adequação do provimento jurisdicional (ação é a correta – ex. ajuizar 
execução com título não vencido) 
• legitimidade de parte (ad causam): é a condição que gera mais problemas. 
A parte será legítima ou não de acordo com o direito que está sendo pleiteado,o 
titular do direito material que tem legitimidade ad causam. Ninguém pode postular 
em nome próprio direito alheio (art. 6º). Esta é a situação de normalidade, a 
chamada legitimação ordinária, temos exceções na legitimação extraordinária. 
• Legitimação extraordinária (ou substituição processual) – são situações 
de anormalidade e, por isso, dependem de expressa previsão legal. Neste caso a 
pessoa postula em juízo um direito que pertence a outrem (está em nome próprio 
postulando interesses alheios). A regra é a coincidência entre o titular do direito 
material e a legitimidade para propor a ação mas, há casos de dissociação, vejamos: 
 
? substituição processual exclusiva 
• alienação de coisa litigiosa - é possível a alienação de coisa litigiosa, o art. 42 
do CPC diz que “a alienação da coisa ou do direito litigioso a título particular, por ato 
entre vivos, não altera a legitimidade das partes”, assim, ocorrendo alienação a ação 
continua correndo entre as partes originárias. Suponhamos uma ação entre A e B 
para disputar um determinado bem “X”. Se B vende para C o bem, este se tornará o 
novo titular do direito material mas, a legitimidade não se altera e a ação continua 
contra B, que estará em juízo defendendo em nome próprio direito alheio. 
? substituição processual concorrente 
? condomínio – suponhamos que o imóvel tenha três donos, A, B e C e seja 
invadido por D. Poderão os três proprietários proporem a ação para reaver o imóvel, 
de maneira individual ou em conjunto, já que cada um é dono de uma fração ideal 
(art. 626, CC). Se os três propuserem juntos a ação trata-se de um litisconsórcio 
facultativo. Por outro lado, se só A propõe a ação, sozinho, ele irá defender o imóvel 
todo, não só a sua fração ideal, neste caso, ele é legitimado ordinário para defender 
a sua fração ideal e será legitimado extraordinário para defender as partes de B e C. 
? “A” estará em juízo em nome próprio, defendendo, além do seu próprio 
interesse, também os interesses alheios. Neste caso haverá legitimidade 
extraordinária e a autoridade da coisa julgada atingirá não só as partes da ação, 
mas também pessoas que não foram partes no processo, mas são titulares do 
direito material os chamados substituídos e que podem ingressar no processo como 
assistente litisconsorcial (modalidade de intervenção de terceiro). 
 
? Classificação quanto às espécies de processo: 
• Processo de conhecimento (ou cognitivo): A função essencial do processo 
de conhecimento é declarativa, isto é, busca dizer antes de mais nada quem tem 
razão em face da ordem jurídica, aplicando as conseqüências jurídicas decorrentes 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
7
dessa declaração, ou seja, o reconhecimento de um direito (bem da vida) a uma das 
partes litigantes (autor ou réu)1. 
• Processo de execução: a função básica do processo de execução é a 
satisfação de um direito líquido, certo e exigível de que é titular a parte, mediante a 
atividade do Estado sobre o patrimônio da outra (devedora), ou terceira a ela 
vinculado. 
O processo de execução tem cunho satisfatório, ou seja, visa satisfazer um 
direito legalmente adquirido, declarado em sentença ou embasado em um título 
executivo extrajudicial, ambos idôneos e suficientes para a satisfação do credor, 
mediante a atividade coativa do Estado sobre o patrimônio do devedor (CPC 566 e 
ss). 
• O título executivo pode ser: 
a) judicial, oriundo de processo judicial; 
 b) extra-judicial, p.ex., cheque, nota promissória, etc. 
 As partes no processo de execução são: 
 a) exeqüente 
 b) exequado 
 As matérias passíveis de embargo no processo de execução vêm definidas 
no CPC, não sendo um contraditório tão amplo quanto o do processo de 
conhecimento. 
• Processo cautelar: tem por função essencial a proteção de bens jurídicos 
até que haja a solução definitiva da lide ou a satisfação do credor, visa 
acautelamento, quando há periculum in mora e baseado em um juízo de 
plausabilidade da argumentação. 
 
? Classificação quanto à tutela invocada 
• declaratória: visa a declaração de um direito ou de uma relação jurídica – art. 
4º CPC. 
• constitutiva: visa modificar uma situação jurídica existente por uma nova (ex. 
separação e divórcio), podendo ser: 
de execução: destina-se a fazer cumprir um direito já reconhecido por 
sentença judicial ou por algum outro título a que, por disposição, a lei atribuir força 
executiva. 
cautelar: (preventiva) visa medida urgente e provisória com o fim de 
assegurar os efeitos de uma medida principal, que pode estar em perigo com a 
eventual demora. 
condenatória: pressupõe uma condenação, a existência de um direito 
subjetivo violado, visa aplicar uma sanção (v.g., arts. 566 e ss, 584, CPC). 
• de conhecimento: se busca uma tutela de conhecimento, uma sentença. 
 
1 Insta asseverar que com a reforma do CPC a execução passou a ser apenas mais uma fase do processo de 
conhecimento. Entretanto, em certos casos, ainda subsiste a ação de execução (como ação autônoma). 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
8
• Mandamental: tem por conteúdo uma ordem, p.ex., Mandado de Segurança, 
Hábeas Corpus, Hábeas Data, Mandado de Injunção, etc. 
 
? Elementos indicadores da ação 
? as partes – é o autor e o réu, quem pede e em face de quem se pede; 
? causa de pedir – são os fatos e fundamentos jurídico da ação; 
• remota – (os fatos) – deve descrever os fatos que tem relevância para a 
causa. Cada fato uma nova causa de pedir, que poderá ensejar uma nova ação (ex. 
vários adultérios); pode-se ensejar várias causas de pedir, sem que se caracteriza 
litispendência ou coisa julgada – as causas de pedir são diferentes) 
• próxima – (os fundamentos) – são as conseqüências jurídicas provocadas 
por aqueles fatos (ex. na ação de indenização o fundamento é a proibição de não 
causar dano a outrem). 
? o pedido – é o objeto da ação, a matéria sobre a qual incidirá a atuação 
jurisdicional. Divide-se em: 
• imediato - é o provimento jurisdicional pedido (ex. a condenação, declaração 
ou constituição de alguma coisa) 
• mediato - é o bem da vida pedido (ex. o valor de uma indenização). Proposta 
a ação, até a citação do réu, é possível alterar livremente o pedido e a causa de 
pedir. Depois da citação até o saneador é possível alterar desde que tenha anuência 
do réu. Após o saneamento não se admite mais qualquer alteração. Se o réu é 
citado e se torna revel, o autor poderá mudar a causa de pedir e o pedido sem o seu 
consentimento, desde que ele seja citado novamente. 
? Conexão – quando o objeto ou a causa de pedir são idênticos. 
? Continência – quando as partes e causa de pedir idênticas e o objeto de um, 
por ser mais amplo, abrange o das outras. Podem ser suscitadas pelas partes e 
reconhecida de ofício pelo juiz. O juiz competente para as ações passa a ser o que 
despachar em primeiro lugar. 
 Assim, podemos inferir que o CPC adotou a teoria da substanciação, pela 
qual são necessárias, além da fundamentação jurídica, a alegação e descrição dos 
fatos sobre os quais incide o direito alegado como fundamento do pedido. A 
fundamentação jurídica é, via de regra, a causa de pedir próxima, enquanto o fato 
gerador do alegado direito se constitui, também na generalidade dos casos, na 
causa de pedir remota, ou seja, a causa patendi próxima se constitui no 
enquadramento da situação concreta à previsão abstrata, contido no ordenamento 
jurídico, enquanto a causa patendi remota está presente nos fatos que fazem 
emergir a pretensão do demandante. 
 
? ATOS PROCESSUAIS 
 O processo visto sob o aspecto estrutural é um conjunto seqüencial de atos 
tendentes à efetiva tutela jurisdicional. Diz-se seqüencial, porque o processo não é 
apenas um conjunto de atos, porém estes seguem uma ordem, são encadeados 
logicamente, tendo começo, meio e fim. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉcÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
9
 Sendo o processo um conjunto concatenado de atos, cada um deles pode ser 
estudado de per si, sob a ótica de sua função como elemento integrante do 
processo. Em verdade, o ato processual é modalidade de ato jurídico, mas que é 
praticado e busca gerar efeitos dentro do processo. É mister destacar que qualquer 
ato praticado fora do processo, ainda que a ele ligado, só adquirira relevância e 
gerará efeitos quando e se trazido ao processo. 
 Ato processual, portanto, é a manifestação de vontade de um dos sujeitos do 
processo, dentro de uma das categorias previstas pela lei processual, que tem por 
fim criar, modificar ou extinguir a relação processual. Há necessidade, pois, de que 
haja: a) a manifestação de vontade de um dos sujeitos do processo - juiz, partes ou 
auxiliares; b) a previsão de um modelo na lei processual; c) a constituição, 
modificação ou extinção da relação processual, quer no seu aspecto intrínseco, que 
é a própria existência do vínculo que une Autor, Juiz e Réu, quer no seu aspecto 
extrínseco, que é o procedimento, o conjunto lógico e sucessivo de atos previstos na 
lei. 
 Podemos também, parafrasear o professor Reinaldo Wanbier e definir ato 
processual como “toda manifestação da vontade humana que tem por fim criar, 
modificar, conservar ou extinguir a relação jurídica processual. Desta forma, podem 
ser incluídos na categoria de ato processual a manifestação de qualquer dos sujeitos 
processuais, e não apenas das partes, pois todos visam o mesmo objetivo.” Por 
isso, o conceito de ato processual não abrange exclusivamente a atividade das 
partes, pois, todos os integrantes do processo agem para criar, modificar, conservar 
ou extinguir o processo. 
 Dois são os critérios que podem ser utilizados para a classificação dos atos 
processuais: o critério objetivo e o critério subjetivo. O primeiro, mais científico, 
procura agrupá-los segundo seu conteúdo, segundo a natureza da modificação 
causada na relação processual. Todavia, apresenta essa classificação o 
inconveniente de dada a extraordinária variedade dos atos, não ser exaustiva, 
parecendo mais uma enumeração do que verdadeira classificação. Convém lembrar, 
porém, alguns tipos de atos agrupados segundo seu objeto: a) atos postulatórios, 
que são atos das partes pleiteando algo perante o juiz, provocando-lhe uma decisão; 
b) atos negociais, que são atos de transação das partes perante o juiz, atingindo o 
mérito da demanda, sendo também chamados negócios jurídicos processuais; c) 
atos probatórios, relativos à produção de prova; d) atos decisórios, os do juiz, 
resolvendo questões relativas ao processo, ao procedimento ou ao mérito etc. 
 O critério subjetivo procura agrupar os atos processuais segundo o sujeito 
do processo de que emanam, podendo, portanto, ser atos da parte, do juiz e dos 
auxiliares da justiça. Esta é, aliás, a classificação seguida pelo Código de 
Processo Civil. 
 Assim temos: 
? Atos processuais das partes (CPC arts. 158 a 161); 
SEÇÃO II 
DOS ATOS DA PARTE 
Art. 158 - Os atos das partes, consistentes em declarações 
unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a 
constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
10
Parágrafo único - A desistência da ação só produzirá efeito 
depois de homologada por sentença. 
Art. 159 - Salvo no Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, 
todas as petições e documentos que instruírem o processo, não 
constantes de registro público, serão sempre acompanhados de 
cópia, datada e assinada por quem os oferecer. 
§ 1º - Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da secretaria 
irá formando autos suplementares, dos quais constará a 
reprodução de todos os atos e termos do processo original. 
§ 2º - Os autos suplementares só sairão de cartório para 
conclusão ao juiz, na falta dos autos originais. 
Art. 160 - Poderão as partes exigir recibo de petições, arrazoados, 
papéis e documentos que entregarem em cartório. 
Art. 161 - É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou 
interlineares; o juiz mandará riscá-las, impondo a quem as 
escrever multa correspondente à metade do salário mínimo 
vigente na sede do juízo. 
 
 Como dito alhures, o processo se materializa por meio de atos. Trataremos 
agora dos atos das partes. 
 Partes, na expressão do art. 158, não são só o autor e o réu, como também 
os terceiros intervenientes, de que tratam os arts. 56 a 80 do CPC e o MP, exceto 
quando atua como fiscal da lei, pois todos praticam atos de declaração de vontade 
que produzem a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais. 
Assim, graficamente teríamos: 
 autor 
Partes no réu 
Processo terceiro interveniente 
 Ministério Público 
 Em relação às partes, o princípio dispositivo determina que a propositura da 
demanda dependa de iniciativa do interessado, não podendo a jurisdição, nesse 
caso, agir de ofício, assim, o impulso processual é oficial, no sentido de que, iniciado 
o processo, cumpre ao juiz impulsioná-lo. Todavia, uma vez iniciado o processo 
desenvolve-se por impulso oficial (CPC, art. 262), mas, mesmo ante o princípio do 
impulso oficial, o desenvolvimento do processo só é possível através de atos das 
partes, que, nesse quadrante, corresponde a um ônus processual. 
 O ônus representa um comportamento que se espera do litigante e que, não 
praticado o ato, não gera a parte adversa o direito de exigir a prática que não houve, 
mas gera uma conseqüência jurídica, em geral contrária ao interesse daquele que 
deveria ter agido. Cabe à parte escolher entre a prática do ato ou a submissão à 
conseqüência correspondente. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
11
 O ônus processual, também, é a oportunidade de agir, pois, caso o ato não 
seja praticado no momento adequado, não haverá outra oportunidade para a sua 
prática, pelo advento da preclusão. 
 São atos processuais das partes aqueles não praticados por agentes da 
jurisdição, onde se busca a obtenção de alguma favorável, seja para 
encaminhamento do processo, seja para a conquista de um bem da vida. 
 Os atos das partes podem ser classificados em: 
• Obtenção (resultado): são aqueles em que se visa obter a satisfação de um 
bem da vida (pedido). Pratica o ato aquele que objetiva alcançar um resultado 
favorável com a atividade jurisdicional, seja sob o aspecto processual (o deferimento 
de um meio de prova, p.ex., ou o deferimento da ouvida de uma testemunha que 
reputa suspeita) ou mesmo de cunho material (a procedência do pedido). 
Subdivide-se em: 
• Postulatórios: quando existe um conteúdo explícito, de uma manifestação da 
vontade, dirigida ao juiz, tendente a alcançar alguma conseqüência que aproveita a 
parte que o pratica (petição inicial, contestação, exceções, etc.). São chamados 
postulatórios porque, neles, se requer ao magistrado uma providência certa. 
• De evento físico: quando não há pedido expresso mas o próprio ato tende a 
obter a satisfação da pretensão, ou seja, quando a parte promove um andamento 
processual, p.ex., pagamento de custas, prestação de caução, o depósito prévio 
para a propositura da ação rescisória, etc. não há pretensão jurídica nesse ato. Não 
é da essência do ato um requerimento, mas a sua prática supõe o desejo de 
obtenção de um resultado. 
• Instrutórios: quando não representam nem requerimento nem suposição de 
resultado, mas visam a comprovação dos fatos alegados, com o fito de obter-se a 
sentença favorável, ou seja, o que se quer é aduzir uma pretensão e prová-la , são 
atos que visam instruir o feito. Podem ser praticados tanto pela parte em si 
(depoimento pessoal) como por outros sujeitos processuais (testemunhas, peritos, 
assistente técnico). 
• Dispositivo (produção de efeito negocial): são aqueles em que se pretende a 
produção de efeitos processuais e, conquanto dependam de um provimento 
jurisdicionalhomologatório, em verdade, são negócios jurídicos praticados dentro do 
processo, e a produção de efeitos decorre da manifestação da vontade das partes, e 
não de um ato decisório do juiz. Em regra, os efeitos que as partes buscam obter 
com o processo decorrer de um pedido (ato postulatório) e de um julgamento pelo 
juiz. Quando as partes praticam atos dispositivos no processo, diferentemente, não 
objetivam apresentar ao magistrado uma questão controvertida pendente de 
decisão, mas sim expressar uma manifestação de vontade, pela qual objetivam a 
obtenção de efeitos, e que depende apenas de homologação. 
 São estes que o CPC (art. 158) denomina de declarações unilaterais ou 
bilaterais de vontade, a manifestação da vontade atua da mesma forma como ocorre 
no direito privado, onde tem o condão de criar direitos. Aqui, direitos processuais. 
 São atos que exigem, para sua validade, a homologação mas esta, na 
verdade, é apenas a chancela jurisdicional sobre a vontade das partes, pois os atos 
dispositivos vinculam a atuação do juiz à analise apenas de sua regularidade, mas 
não do conteúdo em si. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
12
 
? Também comportam a seguinte subdivisão: 
• Atos submissivos: independentemente de manifestação judicial, ou mesmo 
da opinião que o juiz tenha, tais atos representam o sucumbimento de uma parte 
àquilo que a outro postula, ou seja, é quando uma parte aceita a alegação da outra, 
não há contestação, pois, uma parte submete-se à razão da outra (reconhecimento 
da procedência do pedido, p.ex., ou a renuncia ao direito em que se funda a ação). 
Podendo ser: 
• Omissivos: como a ausência de contestação, com o que o réu suporta a 
presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor. 
• Comissivos: quando a parte expressamente manifesta a sua submissão. 
? De desistência: quando a parte deixa de cumprir o ônus processual (deixa 
de praticar o ato), pratica um ato que não significa propriamente sucumbimento, mas 
a simples aceitação de uma conseqüência processual decorrente do não 
cumprimento do ônus. São atos dispositivos porque seus efeitos decorrem da 
manifestação de vontade da parte, e não de uma decisão do juiz, mas que não 
chegam a representar sucumbência porque não alcançaram a lide. Pode-se citar a 
confissão, a desistência da ação, etc. subdividi-se em: 
• Omissivos: quando não se quer praticar o ato, p.ex., deixar de arrolar 
testemunhas. 
• Comissivos: quando a parte considera, como melhor solução, não recorrer, 
v.g., declara que não deseja recorrer de uma decisão interlocutória, acordo, 
homologação, etc. 
? Negociais (negócios jurídicos processuais): são manifestações bilaterais de 
vontade, portanto ato praticado em conjunto pelas partes, visando um concordância 
sobre um ponto sobre o qual entenderam de não controverter (conciliação, 
adiamento de audiência, suspensão convencional do processo, etc.). 
 
? Atos processuais do juiz (CPC art. 162 a 166); 
SEÇÃO III 
DOS ATOS DO JUIZ 
Art. 162 - Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
§ 1º - Sentença é o do juiz que implica algumas das situações 
previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. 
§ 2º - Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do 
processo, resolve questão incidente. 
§ 3º - São despachos todos os demais atos do juiz praticados no 
processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a 
lei não estabelece outra forma. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
13
§ 4º - Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de 
ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. 
Art. 163 - Recebe a denominação de acórdão o julgamento 
proferido pelos tribunais. 
Art. 164 - Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão 
redigidos, datados e assinados pelos juízes. Quando forem 
proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os 
registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. 
Parágrafo único. A assinatura dos juizes, em todos os graus de 
jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. 
Art. 165 - As sentenças e acórdãos serão proferidos com 
observância do disposto no art. 458; as demais decisões serão 
fundamentadas, ainda que de modo conciso. 
 
 No comando do processo, o juiz está dotado de duas espécies de poderes: o 
de dar solução à lide, e o de conduzir o feito segundo o procedimento legal, 
resolvendo todos os incidentes que surgirem até o momento adequado à prestação 
jurisdicional. 
 Durante a marcha processual e no exercício de seus poderes de agente da 
jurisdição, o juiz pratica atos processuais de duas naturezas: 
a) decisórios; e 
b) não decisórios. 
 Nos primeiros, há sempre um conteúdo de deliberação ou de comando. Nos 
últimos, há apenas função administrativa, ou de polícia judicial. 
 
? Atos decisórios 
 Conforme a natureza do processo (de cognição ou de execução), os atos do 
juiz podem ser divididos em: 
 a) atos decisórios propriamente ditos; e 
 b) atos executivos. 
 Nos primeiros, visa-se a preparar ou obter a declaração da vontade concreta da 
lei frente ao caso sub iudice. Já nos atos executivos, procura-se a realização efetiva 
da mesma vontade, através de providências concretas sobre o patrimônio do 
devedor, para satisfação do direito do credor (atos, por exemplo, que ordenam a 
penhora, a arrematação, a adjudicação etc.). 
 Quando, no entanto, se faz a confrontação dos atos do juiz com os atos das 
partes no processo, aqueles, mesmo quando se referem ao processo executivo, 
"são, regra geral, provisões, ordens, determinações, decisões", logo "atos 
decisórios" em sentido lato. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
14
 Assim é perfeitamente válida a afirmação de Amaral Santos de que "as 
atividades do juiz, no desenvolvimento da relação processual, se manifestam 
especialmente por meio de atos decisórios - despachos e sentenças". '~ 
 A enumeração dos atos decisórios do juiz está feita pelo próprio Código, que, 
no art. 162, classifica em: 
a) sentença; 
b) decisão interlocutória; e 
c) despachos. 
 
? Definições legais 
 Para superar divergências doutrinárias em torno da classificação e definição 
dos atos decisórios do juiz, o Código de Processo Civil em seu art. 162 e parágrafo, 
assim os conceituou: 
• Sentença é ato do juiz que implica algumas das situações previstas nos arts. 
267 e 269 desta lei (art; 162, §2º) 
• decisão interlocutória "é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve 
questão incidente" (art. 162, § 2º); 
• despachos são "todos os demais atos do juiz praticados no processo, de 
oficio ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma" 
(art. 162, § 3º). 
 Recebe a denominação de "acórdão" as decisões ou julgamentos proferidos 
pelos tribunais (art. 163). 
 
? Decisão interlocutória 
 "Decisão, em sentido lato, é todo e qualquer pronunciamento do juiz, 
resolvendo uma controvérsia, com o que abrange em seu significado as próprias 
sentenças". 
 A decisão interlocutória, porém, tem um conteúdo específico, diante do conceito 
que o Código lhe emprestou de maneira expressa. Corresponde, assim, ao "ato pelo 
qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente". 
 A idéia de decisão interlocutória remonta ao Direito Romano, onde se fazia uma 
contraposição entre sentenças e interlocuções. Enquanto aquelas resolviam o 
mérito, acolhendo ou rejeitando o pedido do autor, as interlocuções abrangiam todos 
os demais pronunciamentos do juiz, emitidos no curso do processo, sem solucionar 
o litígio. 
 Por deturpação do direito germânico, acolhida pelo direito canônico e 
intermédio, adotou-se o conceito de sentençainterlocutória para alguns 
pronunciamentos que, sem julgar o mérito da causa, solucionavam, contudo, 
questões outras surgidas durante a tramitação do processo, visando a preparar a 
sentença final, como, por exemplo, as relacionadas com o ônus da prova, com a 
tempestividade da defesa, o cabimento de uma prova especial etc. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
15
 Chiovenda demonstrou a impropriedade da expressão sentença interlocutória, 
pois, em seu significado próprio, sentença tem por objetivo o resultado final do 
processo, enquanto interlocução é apenas o meio de preparar a solução última do 
feito. 
 Procurando fugir a essa lúcida crítica, o Código adotou a denominação "decisão 
interlocutória" para caracterizar as deliberações que solucionam questões incidentes 
no curso do processo, distinguindo-as dos simples "despachos", dos quais o juiz se 
serve quando apenas tem que dar andamento ao processo, em sua trajetória normal 
rumo à sentença. 
 As decisões interlocutórias não prescindem de fundamentação minudenciada, 
ou seja, embora tais decisões precisem ser fundamentadas, não necessitam seguir 
o rito descrito no art. 458 do CPC. 
 Há possibilidade de inúmeros incidentes no curso do processo e até se pode 
deparar com alguns que provoquem o encerramento da própria relação processual, 
sem solução do litígio, como o da falta de representação ou da ilegitimidade de 
parte. 
 A solução de tais incidentes, todavia, não se dá por meio de decisão 
interlocutória, mas sim de sentença terminativa (decisão que extingue o processo 
sem resolução de mérito). 
 
? Despachos 
 "Despachos são as ordens judiciais dispondo sobre o andamento do processo", 
também denominadas despachos ordinatórios ou de expediente. Com eles não se 
decide incidente algum: tão-somente se impulsiona o processo. 
 Tanto podem ser proferidos ex officio, como a requerimento das partes. Deve-
se, a propósito, lembrar que, pela sistemática de nosso Código, o processo começa 
sempre por iniciativa da parte. Não há instauração ex officio da relação processual. 
Mas, uma vez provocada a atividade jurisdicional pela parte interessada, o processo 
desenvolve-se por impulso do juiz, independentemente de nova provocação do 
litigante (art. 262). 
 São exemplos de despachos ordinatórios: o que recebe a contestação, o que 
abre vista para parte, o que designa data para audiência, o que determina intimação 
dos peritos e testemunhas etc. 
 É importante distinguir entre despacho e decisão interlocutória, porque do 
primeiro não cabe recurso algum (art. 504), enquanto desta cabe sempre agravo de 
instrumento (art. 522). 
 Para tanto, deve-se considerar despacho de mero expediente os que visem 
unicamente à realização do impulso processual, sem causar nenhum dano ao direito 
ou interesse das partes. "Caso, porém, ultrapassem esse limite e acarretem ônus ou 
afetem direitos, causando algum dano (máxime se irreparável), deixarão de ser de 
mero expediente e ensejarão recurso". Configurarão, na verdade, não despachos, 
mas verdadeiras decisões interlocutórias. 
 "Como o despacho não pode ser objeto de recurso, nenhuma preclusão 
decorre desse ato do juiz. Assim é que a citação ordenada no despacho liminar não 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
16
impede que o juiz, posteriormente, declare inepta a petição inicial em que o referido 
despacho foi requerido." 
 Para liberar o juiz do peso inútil de despachos meramente ordinatórios e sem 
qualquer conteúdo valorativo, como os relativos à "juntada" e à "vista obrigatória", a 
Lei nº. 8.952, de 13.12.1994, acrescentou ao art. 162 o § 4º, para permitir que o 
escrivão ou secretário, de oficio, os pratique. Diz o aludido artigo, verbis: 
Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de 
oficio pelo servidor e revisto pelo juiz quando necessário. 
 
? Sentença 
 Realmente, só ocorre a decisão interlocutória quando a solução da questão 
incidente não implica em algumas das situações previstas nos arts. 267 e 269 (na 
dicção do Código). 
 Sob pena de nulidade, toda decisão interlocutória deverá ser adequadamente 
fundamentada, ainda que de modo conciso (Constituição Federal, art. 93, IX; CPC, 
art. 165). 
 O titular do interesse em conflito (sujeito da lide) tem o direito subjetivo (direito 
de ação) à prestação jurisdicional, a que corresponde um dever do Estado-juiz (a 
declaração da vontade concreta da lei, para pôr fim à lide). 
 É através da sentença que o Estado satisfaz esse direito e cumpre o dever 
contraído em razão do monopólio oficial da justiça. 
 A sentença, portanto, "é emitida como prestação do Estado, em virtude da 
obrigação assumida na relação jurídica processual (processo), quando a parte ou as 
partes vierem a juízo, isto é, exercerem a pretensão à tutela jurídica". 
 São elas, tradicionalmente, classificadas2 em: 
a) sentenças terminativas; e 
 mérito puro3 
b) sentenças definitivas de 
 mérito impuro4 
 
 As terminativas "extinguem o processo sem, entretanto, resolução do mérito" 
(casos de extinção do processo previstos no art. 267). Após elas, subsiste ainda o 
direito de ação, isto é, o direito de instaurar outro processo sobre a mesma lide, já 
que esta não chegou a ser apreciada. Definitivas são as sentenças "que decidem o 
mérito da causa, no todo ou em parte", ou seja, sem resolução de mérito e, por isso, 
extinguem o próprio direito de ação. 
 
2 Classificação conceitual da doutrina. 
3 Proferida pelo juiz 
4 O papel principal da ação não é do juiz, mas das partes. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
17
 O Código de Processo Civil engloba sob o nome genérico de sentença as duas 
espécies de julgamento aludidas, porquanto seu art. 162 define sentença "ato do juiz 
que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269". 
 Há, como se vê, no sistema do Código, sentenças que solucionam o litígio, 
apresentada parte a prestação jurisdicional postulada, e sentenças que encerram o 
processo pela declaração de inadmissibilidade da tutela jurisdicional, tendo em conta 
as circunstâncias em que a prestação foi deduzida em juízo. A doutrina já preconiza 
que a sentença era “ato do juiz que põe termo à fase do processo em primeiro grau 
de jurisdição”. Isto porque o recurso contra a sentença não instaura um novo 
processo, mas é apenas uma nova fase do mesmo processo que continua em 
desenvolvimento. Ora, se a sentença tivesse o condão de, desde logo, extinguir o 
processo, o recurso não poderia dar continuidade ao que já não existe mais. Essa 
impropriedade do Código de Processo Civil foi sanada com o advento da Lei 
11.282/2005 que modificou o §2º do art. 162 do CPC. 
 Já no segundo grau de jurisdição, as sentenças proferidas pelos tribunais 
chamam-se acórdãos e devem obedecer à forma prescrita no art. 458, ou seja, 
devem conter o relatório, os fundamentos e o dispositivo ou conclusão. É certo que, 
em segundo grau, no caso de confirmação da sentença de primeiro grau ou mesmo 
quando há modificação, o acórdão, em virtude da praxe forense, somente se limita a 
esclarecer o que foi mantido ou modificado, reportando-se, no mais, ao relatório e 
fundamentação já expostos na sentença. Isto no aspecto redacional ou prático, 
porque, sob o aspecto jurídico, o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a 
sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto do recurso, conforme 
preceitua o art. 512. 
 Para o Código, contudo, o que importa para a conceituação de sentença não é 
o seu conteúdo, mas apenas a força de decidir a lide, ainda que não se aprecie o 
mérito da demanda. 
A extinção do processo, embora ligada à sentença,só ocorre, na realidade, 
quando se opera a coisa julgada formal, ou seja, quando o pronunciamento judicial 
se torna irrecorrível. 
 
? Forma dos atos decisórios 
 "Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados e 
assinados pelos juízes" (art. 164). 
 Quando proferidos oralmente em audiência ou sessão de julgamento, "o 
taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e 
assinatura" (art. 164, segunda parte). 
 Devem as sentenças e acórdãos conter os requisitos previstos no art. 458, isto 
é, o relatório, a fundamentação e o dispositivo, consoante o CPC: 
 
o relatório deverá conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da 
resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no 
andamento do processo; 
os fundamentos onde o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
18
o dispositivo onde o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe 
submeterem. 
 As demais decisões, ou seja, as decisões interlocutórias reclamam apenas 
fundamentação, embora essa possa ser concisa (art. 165). Mas, os despachos, 
como é intuitivo, são proferidos sem que o juiz tenha de invocar fundamentos ou 
motivos, posto que se limitam ao objetivo de dar andamento ao processo. 
 Os atos dos juízes singulares, para validade, dependem, efetivamente, da 
assinatura do autor da decisão. Mas, com relação aos acórdãos, que representam 
deliberações dos tribunais (órgãos coletivos), não é essencial que sejam assinados 
por todos os julgadores, para produzir sua eficácia normal. 
 A lavratura do acórdão é sempre ato posterior à sessão de julgamento. 
Havendo ulterior impedimento do relator ou de algum julgador, outro juiz elaborará o 
acórdão e justificada será a não assinatura do faltoso. Há, outrossim, a ata da 
sessão, que comprova a participação dos diversos membros do órgão julgador, bem 
como do resultado a que chegou o julgamento. As ausências eventuais de 
assinatura de alguns juízes em acórdão são inevitáveis e até mesmo comuns em 
casos como os de afastamento posterior do juiz por aposentadoria, licença ou morte. 
 
? Atos não decisórios 
 Com o conceito de despacho, pretendeu o Código abranger todo e qualquer ato 
praticado pelo juiz no processo que não fosse tido como sentença ou decisão 
interlocutória. No entanto, o art. 162 não esgota os atos processuais do juiz, porque 
só alcança os atos decisórios. 
 Além desses, no entanto, pratica o juiz atos que não são de natureza decisória, 
como a presidência de audiências (art. 446, 1), a oitiva de testemunhas (art. 410), a 
colheita direta e pessoal de outras provas (art. 446, II), a inspeção judicial de 
pessoas e coisas (art. 440) etc., sem embargo daqueles outros atos chamados pela 
doutrina de "atos administrativos do processo", derivados do poder de polícia em 
audiência, poder disciplinar sobre serventuários da justiça etc. 
 
? Atos processuais do escrivão (CPC arts. 166/171)5 
 
SEÇÃO IV 
DOS ATOS DO ESCRIVÃO OU DO CHEFE DE SECRETARIA 
Art. 166 - Ao receber a petição inicial de qualquer processo, o 
escrivão a autuará, mencionando o juízo, a natureza do feito, o 
número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu 
início; e procederá do mesmo modo quanto aos volumes que se 
forem formando. 
Art. 167 - O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos 
autos, procedendo da mesma forma quanto aos suplementares. 
 
5 Ou do chefe da Secretaria. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
19
Parágrafo único - Às partes, aos advogados, aos órgãos do 
Ministério Público, aos peritos e às testemunhas é facultado 
rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram. 
Art. 168 - Os termos de juntada, vista, conclusão e outros 
semelhantes constarão de notas datadas e rubricadas pelo 
escrivão. 
Art. 169 - Os atos e termos do processo serão datilografados ou 
escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que 
neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem 
firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência. 
§1º. É vedado usar abreviaturas. 
§2º. Quando se tratar de processo total ou parcialmente 
eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz 
poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente 
digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante 
registro em terreno que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo 
escrivão ou chefe da secretaria, bem como pelos advogados das 
partes. 
§3º. No caso do §2º deste artigo, eventuais contradições na 
transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento da 
realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir 
de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo. 
Art. 170 - É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro 
método idôneo, em qualquer juízo ou tribunal. 
Art. 171 - Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, 
bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles 
forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas. 
 
? Documentação e comunicação dos atos processuais 
 Sob a expressão “escrivão” o Código se refere a todos os integrantes da 
escrivania, sob a chefia do servidor que recebe esta denominação. É perfeitamente 
admissível que o escrivão tenha auxiliares juramentados, que podem praticar atos, 
assinando-os inclusive. 
 Para que os atos decisórios possam ocorrer, inúmeros outros necessitam ser 
praticados, de modo que o processo possa ter uma constituição física, a que se 
denomina “autos”, dentro do que os atos das partes e do juiz são praticados 
 No processo há um constante movimento, uma sucessão de atos todos 
concatenados e tendentes a alcançar a meta final, que é o provimento jurisdicional 
que haverá de solucionar o litígio. 
 As declarações de vontade que formam os atos jurídicos processuais não têm 
existência e relevância sem seu inter-relacionamento com os demais atos da relação 
processual em que se insere. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
20
 O sistema do nosso Código assegura a marcha do processo, pelo método do 
impulso oficial, isto é, os próprios agentes do órgão judicial promovem o andamento 
do processo, mesmo que as partes estejam inertes. 
 Para tanto, existem prazos contínuos e peremptórios previstos para o exercício 
dos atos processuais que tocam às partes, de par com ônus e deveres processuais, 
cuja inobservância acarreta soluções prefixadas na lei. Dessa forma, a marcha do 
processo torna-se quase automática, por força dos imperativos jurídicos que 
rodeiam a prática dos atos dos sujeitos processuais. 
 Para atingir sua finalidade, no entanto, os atos jurídicos processuais devem ser 
documentados e comunicados às partes. 
 Daí a existência do principal órgão auxiliar do juiz, que é o escrivão ou o chefe 
de secretaria, que se encarrega especificamente dos atos de documentação, 
comunicação e movimentação do processo e cujas tarefas estão bem delineadas no 
art. 141, transcriptu: 
 
Incumbe ao escrivão: 
I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas 
precatórias e mais atos que pertencem ao seu ofício; 
II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e 
intimações, bem como praticando todos os demais atos, que Ihe 
forem atribuídos pelas normas de organização judiciária; 
III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar 
para substituí-lo escrevente juramentado, de preferência 
datilógrafo ou taquígrafo; 
IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não 
permitindo que saiam de cartório, exceto: 
a) quando tenham de subir à conclusão do juiz; 
b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à 
Fazenda Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a 
outro juízo; 
V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato 
ou termo do processo, observado o disposto no art. 155. 
 
 Havendo impedimento do escrivão, o juiz convocará substituto, e, não o 
havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. 
 Atos de documentação são os que se destinam a representar em escritos as 
declarações de vontade das partes, dos membros do órgão jurisdicional e terceiros 
que acaso participem de algum evento no curso do processo. 
 O ato processual geralmente precede à sua documentação. O depoimento 
pessoal, feito oralmente pela parte, é o ato processual propriamente dito. A 
documentação dele é a lavratura do termo pelo escrivão, após as declarações da 
parte. 
 Mesmo quando as partes praticam o ato processual por escrito, como no caso 
de uma transação extra-autos ou no fornecimento de uma quitação ou renúncia de 
direito à parte contrária, seus efeitos, com relação ao processo, só se farão sentir 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
21
após sua integração aos autos por ato de documentação que compete ao escrivão 
promover. 
 A própria sentença do juiz enquanto não publicada e documentada nos autos 
não tem existência jurídica como ato processual. 
 Os termos processuais são a forma escrita com que o escrivão procede à 
documentação dos atos orais do processo, bem como à incorporação dos atos 
escritos das partes e outros sujeitos processuais. 
 Além dos atos de documentação, pratica o escrivão ou chefe de secretaria, 
atos de comunicação ou de intercâmbio processual, os quais são indispensáveis 
para que os sujeitos do processo tornem conhecimento dos atos ocorridos no correr 
do procedimento e se habilitem a exercer os direitos que lhe cabem e a suportar os 
ônus que a lei lhes impõe. 
 Os principais atos de comunicação são as citações e as intimações, que se 
realizam quase sempre pessoalmente, mas há certas comunicações que o escrivão 
faz por via postal ou epistolar, como as dos arts. 201, 205, 223 etc. 
 Os atos de comunicação feitos no bojo dos autos, como a intimação pessoal do 
advogado, se perfazem com um só átimo do escrivão. Mas há também atos 
complexos de comunicação, como as citações e intimações feitas através de 
mandado, que se compõe de uma sucessão de solenidades iniciada com a 
expedição do mandado, seguida da leitura ao destinatário, da entrega da contrafé, 
da certidão da diligência e concluída com ajuntada do mandado cumprido aos autos, 
pelo escrivão. 
 Ao mesmo tempo em que documenta todos os atos processuais, o escrivão faz 
com que o procedimento tenha andamento, certificando os atos praticados, 
verificando o vencimento dos prazos, abrindo vista às partes, cobrando os autos 
indevidamente retidos fora do cartório e fazendo conclusão deles ao juiz para os 
despachos de expediente ou decisões que o caso reclamar. 
 Toda documentação do escrivão ou chefe de secretaria está coberta pela 
presunção de veracidade, que decorre da fé pública que a lei reconhece ao seu 
oficio. 
 
? Autuação 
 O processo se inicia com a provocação do autor por meio da petição inicial. 
 Depois de despachada pelo juiz, a petição vai ao escrivão que promoverá o 
primeiro ato de documentação do processo: a autuação. 
 Consiste este ato em colocar uma capa sobre a petição, na qual será lavrado 
um termo que deve conter o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro nos 
assentos do cartório, os nomes das partes e a data do seu início (art. 166). 
 Dessa autuação surge um volume ao qual se vão acrescentando todas as 
petições e documentos relacionados com a causa. 
 Sempre que o volume inicial se tornar muito grande, outros serão abertos, com 
novas autuações, com as mesmas cautelas do art. 166. 
 Além disso, compete ao escrivão numerar e rubricar todas as folhas dos autos 
principais e suplementares (art. 167). 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
22
 
? Termos processuais 
 Os termos mais comuns que o escrivão redige no curso do procedimento são 
os de juntada, vista, conclusão e recebimento, que se apresentam como notas 
datadas e rubricadas pelo referido serventuário. 
 Juntada é o ato com que o escrivão certifica o ingresso de uma petição ou 
documento nos autos. 
 Vista é o ato de franquear o escrivão os autos à parte para que o advogado se 
manifeste sobre algum evento processual. 
 Conclusão é o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, para 
alguma deliberação. 
 Recebimento é o ato que documenta o momento em que os autos voltaram a 
cartório após uma vista ou conclusão. 
 
? Forma dos termos 
 De acordo com o art. 169, os atos e termos do processo serão datilografados 
ou escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles 
intervierem. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-las, o escrivão 
certificará nos autos a ocorrência (art. 169). No texto dos termos e atos do processo 
é vedado o emprego de abreviaturas (art. 169), para se evitar ambigüidade ou 
incerteza que só prejuízos podem acarretar a correta interpretação por parte do juiz 
e aos interesses das partes. 
 Também é permitido que os atos processuais sejam armazenados de modo 
inteiramente digital em arquivo eletrônico inviolável6, na forma da lei, mediante 
registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe 
da secretaria, bem como o advogado das partes. 
 Essa novidade inserida pelo §1º do art, 162, já vem sendo utilizada em alguns 
tribunais, v.g., o TST já possibilita o e-doc, Sistema Integrado de Protocolização e 
Fluxo de Documentos Eletrônicos da Justiça do Trabalho, que funciona da seguinte 
forma7: 
O sistema permite o envio eletrônico de documentos referentes aos 
processos que tramitam nas Varas do Trabalho, TRTs e no TST, 
através da Internet, sem a necessidade da apresentação posterior 
dos documentos originais. 
Características do sistema: 
• Recebe documentos destinados ao TST, aos TRTs e Varas do 
Trabalho. Veja na tabela acima os Tribunais atualmente integrados 
ao sistema. 
 
6 Isso, nos termos do Código, pois, todos sabemos que não existem arquivos totalmente seguros, temos sim, 
níveis de segurança razoáveis. Arquivos invioláveis simplesmente não existem, por isso é de bom alvitre que as 
partes providenciem cópias eletrônicas ou impressas, e as tenham consigo, para eventuais violações (dos 
arquivos invioláveis). 
7 Informações extraídas do site < http://www.tst.gov.br/>, acesso em 02 de julho de 2007. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
23
• Recebe um documento acompanhado de seus anexos. 
• Recebe apenas documentos no formato PDF. 
• O recibo gerado informa, além dos dados do documento e seu 
destino, a data e a hora do recebimento, consultados junto ao 
observatório nacional. As petições recebidas após o horário de 
atendimento externo serão protocoladas no primeiro dia útil 
subseqüente 
O sistema e-DOC está programado para o uso de certificado digital 
de pessoa física, não aceitando acesso por pessoa jurídica. 
A Instrução Normativa nº 28 do Tribunal Superior do Trabalho 
regula o funcionamento do Sistema e-DOC, baseada na Lei 9.800, 
de 26 de maio de 1999, e na Medida Provisória 2.220-2, de 24 de 
agosto de 2001. 
Requisitos 
Software 
Sistema Operacional Windows 98 SR2 ou superior; 
• Internet Explorer 5.0 ou superior, com todas as atualizações 
de segurança disponíveis (as atualizações estão no site da Microsoft 
e podem ser ”baixadas” sem custo); 
• Netscape versão 4.7.x ou superior. 
• Java Plug-in 1.5 (JRE 5.0), disponível gratuitamente no site 
http://java.sun.com/j2se/1.5.0/download.jsp 
Hardware 
• Hardware que suporte os requisitos de software citadosanteriormente. No caso de utilização de certificados do tipo A3, 
deverá haver porta USB ou serial disponível na máquina para que 
se possa conectar a leitora de smartcards ou o token, dispositivos 
onde são armazenados certificados desse tipo. 
São de exclusiva responsabilidade do usuário: 
• o sigilo da assinatura digital, não sendo admissível, em 
nenhuma hipótese, a alegação de uso indevido da mesma. 
• a equivalência entre os dados informados para o envio (nº do 
processo e unidade judiciária) e os constantes da petição remetida. 
• as condições das linhas de comunicação e acesso ao seu 
provedor da Internet em condições de tempo e modo a permitir o 
lançamento tempestivo das petições 
Neste primeiro momento, o programa escolhido para envio dos arquivos foi o 
PDF (Portable Document Format). O word da Microsoft é o editor de texto mais 
utilizado no Brasil, assim, é preciso adquirir um programa que converta arquivos de 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
24
outros formatos em PDF, diversos sites disponibilizam programas gratuitos (ou não) 
que realizam essa conversão8. 
Após a conversão para o formato PDF é necessário assinar digitalmente o 
documento eletrônico. E, o que são assinaturas digitais9? 
Do mesmo modo que você atualmente utiliza a assinatura em documentos 
escritos, as assinaturas digitais também podem ser utilizadas para identificar autores 
ou co-assinantes de dados eletrônicos. As assinaturas digitais podem: 
• Autenticar a identidade de quem assinou os dados - desse modo, você 
saberá quem participou na transação e terá a certeza que não foi falsificado 
por ninguém. 
• Proteger a integridade dos dados - desse modo, você terá certeza que a 
mensagem que você leu não foi alterada, tanto acidentalmente como 
intencionalmente. 
• Permite a você provar futuramente quem participou em uma transação (uma 
capacidade chamada de não-repúdio) - desse modo, ninguém poderá negar 
que assinou ou recebeu os dados. 
Não é preciso de senha para acessar o sistema, pois, a identificação dos 
usuários é feita através da leitura do certificado digital. Como o certificado digital 
funciona como um CPF, só é possível ao usuário ter uma conta no sistema. 
E o que é cerificação digital? 
A Certificação Digital é um arquivo eletrônico que acompanha um documento 
assinado digitalmente e cujo conteúdo é criptografado. Ela contém informações que 
identificam a empresa e/ou pessoa com quem se está tratando na Internet. Um 
documento eletrônico que possui Certificação Digital tem garantia de autenticidade 
de origem e autoria, de integridade de conteúdo, de confidencialidade e de 
irretratabilidade, ou seja, de que a transação, depois de efetuada, não pode ser 
negada por nenhuma das partes. Certificação Digital é o equivalente eletrônico de 
carteiras de identidade, passaportes e cartões de associados. Você pode apresentar 
uma Identificação Digital eletronicamente para provar sua identidade ou seu direito a 
acessar informações ou serviços on-line. Identificações Digitais, também conhecidas 
como Certificados Digitais, vinculam uma identidade a um par de chaves eletrônicas 
que pode ser usado para criptografar e assinar informações digitais. Uma 
Identificação Digital torna possível verificar o direito de alguém utilizar determinada 
chave, ajudando a evitar a falsificação de chaves para uso por impostores. Usadas 
com a criptografia, Identificações Digitais fornecem uma solução de segurança mais 
completa, garantindo a identidade de todos os envolvidos em uma transação. 
 
8 Diversos programas conversores de PDF podem ser encontrados em sites como o www.baixaki.com.br, 
www.gratis.com.br, www.superdownloas.ubbi.br. Pessoalmente, achei o programa “DORO PDF Writer” de 
facílimo manuseio (embora esteja todo em inglês). 
9 Explicação extraída do site www.tst.gov.br. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
25
 O certificado digital ou identificação digital é emitida por uma Autoridade de 
Certificação (AC) e é assinada com a Chave Privada desta AC. Uma Identificação 
Digital normalmente contém: 
• A Chave Pública do proprietário 
• O nome do proprietário 
• A data de vencimento da Chave Pública 
• Nome do emissor (a AC que emitiu a Identificação Digital) 
• O número de série da Identificação Digital 
• A assinatura digital do emissor 
Assim, as assinaturas digitais são utilizadas da mesma forma que se utiliza a 
assinatura convencional em documentos escritos, elas podem identificar não só os 
autores, mas também os co-assinantes de dados eletrônicos. As assinaturas digitais 
podem: 
• Autenticar a identidade de quem assinou os dados - desse modo, você 
saberá quem participou na transação e terá a certeza que não foi falsificado 
por ninguém. 
• Proteger a integridade dos dados - desse modo, você terá certeza que a 
mensagem que você leu não foi alterada, tanto acidentalmente como 
intencionalmente. 
• Permite a você provar futuramente quem participou em uma transação (uma 
capacidade chamada de não-repúdio) - desse modo, ninguém poderá negar 
que assinou ou recebeu os dados. 
Quando recebemos mensagens assinadas digitalmente, podemos verificar a 
Identificação Digital do signatário para determinar se não ocorreu nenhuma 
falsificação ou adulteração. Também pode-se usar uma Identificação Digital para se 
identificar perante servidores seguros, como servidores da Web baseados em 
associação. Geralmente, depois de obter uma Identificação Digital, pode-se 
configurar o aplicativo de correio eletrônico ou navegação na Web com funções de 
segurança para usar a Identificação Digital automaticamente. 
Há também a possibilidade de se utilizar um Certificado Digital em duas estações 
distintas, para tanto é necessário que seja feita a cópia do certificado na máquina de 
origem. Este processo é feito através da exportação do certificado. Por exemplo, se 
o usuário possui um certificado na sua máquina no trabalho e deseja utilizá-lo na 
máquina da sua casa, o mesmo deverá utilizar a opção de exportação de certificado 
para um disquete. Na estação da sua casa, irá utilizar a opção de importação para 
instalar o certificado do disquete para o browser. 
 E quem emite o certificado digital? 
 Atualmente o TST só aceita certificado digital de entidades credenciadas a 
ICP-Brasil. 
O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), autarquia federal 
vinculada à Casa Civil da Presidência da República, é a Autoridade Certificadora 
Raiz da Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil) e é o órgão que 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
26
credencia empresas a fornecer certificados padrão ICP-Brasil, que podem ser 
conseguidos numa das empresas abaixo10, 
AASP - Associação dos Advogados de São Paulo: www.aasp.org.br 
• AC SINCOR: www.acsincor.com.br 
• BDI: www.bdibrasil.com.br 
• Caixa Econômica Federal: icp.caixa.gov.br 
• CERTISIGN: www.certisign.com.br 
• Imprensa Oficial: www.imprensaoficial.com.br 
• PRODEMGE: www.prodemge.gov.br 
• Safeweb: www.safeweb.com.br 
• SERASA: www.serasa.com.br 
• SERPRO - Serviço Federal de Processamento de Dados: www.serpro.gov.br 
• Tabelionato.com: www.tabelionato.com 
 Os certificados têm um ciclo de vida limitado e, depois de expirado, deverá 
ser feita solicitação de renovação, também poderá haver revogação da certificação 
digital, nos seguintes casos: 
• Mudança em qualquer informação contida no Certificado Digital; 
• Em caso de suspeita ou evidência de comprometimento de chaves privadas 
ou senhas assim como da mídia de armazenamento; 
• A pedido formal do Titular do Certificado Digital, quando não houver mais 
interesse na utilização do Certificado Digital 
A validade jurídica dos documentos enviados, atualmente, é garantido pela MP 
2200-2/2001 que institui o ICP-Brasil e, em seu artigo 1º, garante “a autenticidade,a 
integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica (...) que utilizem 
certificados digitais”, como é o caso do e-DOC. 
O sistema e-DOC pode ser utilizado pelas partes, advogados e peritos no 
âmbito da Justiça do Trabalho11. 
 É lícito o uso da taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo para simplificar 
e mecanizar a documentação das audiências ou sessões de qualquer juízo ou 
tribunal (art. 170). 
 Na elaboração dos atos e termos, é vedado ao escrivão deixar espaços em 
branco, bem como fazer entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem 
inutilizados e estas expressamente ressalvadas (art. 171) evitando-se, assim, 
interpretações errôneas. 
 
? Atos ordinatórios 
 O §4º do art. 162 foi acrescentado pela Lei 8925/94, no contexto do que se 
acostumou denominar a reforma do CPC, cujo escopo foi dar celeridade e eficácia 
ao processo. Antes, todos os atos judiciais somente poderiam ser praticados pelo 
próprio juiz. Agora, temos também atos de iniciativa do servidor. 
 Em verdade, trata-se de fenômeno análogo à delegação, porque não deixam 
de ser atos do juízo, agora praticados pelo servidos, mas sempre passiveis de 
 
10 Consulte o site do ITI (www.iti.gov.br) para informações mais atualizadas. 
11 Adotamos como exemplo o sistema adotado pelo TST. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
27
revisão pelo juiz. O que buscou a alteração legislativa foi agilizar o processo, 
retirando do magistrado parte de sua carga de trabalho, mas não de sua 
responsabilidade. Ainda que praticado pelo servidor, o ato processual continua 
sendo de responsabilidade do juiz, tanto que por ele deve ser revisto, sempre que 
necessário. 
 Pode-se exemplificar com a vista à parte sobre um documento juntado, a 
intimação de testemunhas arroladas, quando o meio de prova foi deferido, a entrega 
dos autos ao perito, etc. 
 
PRAZOS 
 
Sumário: 01. Disposições gerais. 02. Classificação. 03. Natureza dos prazos. 04. O 
curso dos prazos. 05. Contagem dos prazos: termo inicial. 06. Prazos para recurso. 
07. Termo final. 08. Preclusão. 09. Prazos para as partes. 10. Prazos para o juiz e 
seus auxiliares. 11. Prazos para o Ministério Público e a Fazenda Pública. 12. 
Verificação dos prazos e penalidades: prazos dos serventuários. 13. Inobservância 
de prazo da parte. 14. Inobservância dos prazos do juiz. 
 
01. Disposições gerais 
 O impulso do processo rumo ao provimento jurisdicional (composição do 
litígio) está presidido pelo sistema da oficialidade, de sorte que, com ou sem a 
colaboração das partes, a relação processual segue sua marcha procedimental em 
razão de imperativos jurídicos lastreados, precipuamente, no mecanismo dos 
prazos. 
 A relação processual está completa quando formada pelas partes e pelo juiz. 
As partes podem receber várias denominações, segundo o processo em questão, p. 
ex.: credor e devedor, autor e réu, executante e executado. 
 Sob pena de preclusão do direito de praticá-los, "os atos processuais realizar-
se-ão nos prazos prescritos em lei" (art. 177). 
 Os atos processuais têm data limite para serem realizados e este intervalo de 
tempo é o que se chama de prazo. Portanto, prazo é o lapso em que o ato 
processual da parte pode ser validamente praticado. 
 Todo prazo é delimitado por dois termos: o inicial (dies a quo) e o final (dies 
ad quem). Pelo primeiro, nasce a faculdade de a parte promover o ato; pelo 
segundo, extingue-se a faculdade, tenha ou não sido levado a efeito o ato. 
 Em processo, o termo inicial é, ordinariamente, a intimação da parte, feita 
através da citação12, onde, dá-se ciência ao réu que determinado processo é contra 
ele movido, para que ele possa promover a resposta ou a defesa (ou ficar silente), 
geralmente o prazo é de 15 dias.; e o final, o momento em que se encerra o lapso 
previsto em lei. Ambos costumam ser documentados nos autos por certidões do 
escrivão. 
 
12 Intimação difere da citação, pois, enquanto esta é ato inicial, de conhecimento, aquela é ato pelo qual uma das 
partes é chamada para promover, fazer ou deixar de fazer algo. Não o fazendo em tempo hábil, ocorre preclusão. 
Após a citação todos os outros atos são de intimação. 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
28
 A maioria dos prazos acha-se prevista no Código. Se, porém, houver 
omissão da lei, caberá ao juiz determinar o prazo em que o ato do processo pode 
ser praticado (art. 177, segunda parte). 
 No sistema legal vigente, há prazos não apenas para as partes, mas também 
para os juízes e seus auxiliares. O efeito da preclusão, todavia, só atinge as 
faculdades processuais das partes e intervenientes. Daí a denominação de prazos 
próprios para os fixados às partes, e de prazos impróprios aos dos órgãos 
judiciários, já que da inobservância destes não decorre conseqüência ou efeito 
processual. 
 Diz-se, outrossim, que o prazo das partes pode ser comum ou particular. 
Comum é o que corre para ambos os litigantes, a um só tempo, como o de recorrer, 
quando há sucumbência recíproca. Particular é o que interessa ou pertence apenas 
a uma das partes, como o de contestar, o de produzir contra-razões etc. 
 
02. Classificação 
De forma geral, os prazos podem ser: 
a) legais; 
b) judiciais; 
c) convencionais. 
 Legais são os fixados pela própria lei, como o de resposta do réu e o dos 
diversos recursos. 
 Judiciais, os marcados pelo juiz, em casos como o da designação de data 
para audiência (art. 331, caput), o de fixação do prazo do edital (art. 232, IV), o de 
cumprimento da carta precatória (art. 203), o de conclusão da prova pericial (art. 
427, caput) etc. 
 Os convencionais, finalmente, são os ajustados, de comum acordo, entre as 
partes, como o de suspensão do processo (art. 265, II, e § 3º), ou o de concessão 
pelo credor ao devedor, na execução, para que a obrigação seja voluntariamente 
cumprida (art. 792). 
 
03. Natureza dos prazos 
 Segundo sua natureza, os prazos são considerados dilatórios ou 
peremptórios. 
 Dilatório é o que, embora fixado na lei, admite ampliação pelo juiz ou que, 
por convenção das partes, pode ser reduzido ou ampliado (art. 181). 
 Peremptório é o que a convenção das partes e, ordinariamente, o próprio 
juiz, não podem alterar (art. 182). 
 Ao juiz, todavia, o Código permite, em casos excepcionais, a ampliação de 
todo e qualquer prazo, mesmo os peremptórios, desde que seja difícil o transporte 
na Comarca, ou tenha ocorrido caso de calamidade pública. 
 Nas dificuldades de transporte, a ampliação máxima poderá atingir 60 dias 
(art. 182, segunda parte); na calamidade pública, poderá até ultrapassar o 
www.direitofacil.com 
XáàâwÉá wx W|Üx|àÉ cÜÉvxááâtÄ V|ä|Ä „ `öÜv|t cxÄ|áátÜ| 
29
mencionado limite (art. 182, parágrafo único). 
 Quanto à ampliação ou redução dos prazos dilatórios, a convenção das 
partes só tem eficácia se atender aos seguintes requisitos: 
a) deve ser requerida antes do vencimento do prazo; 
b) deve estar fundada em motivo legítimo; 
c) deve ser objeto de aprovação do juiz, a quem compete fixar o dia do vencimento 
do prazo da prorrogação (art. 181 e § 1º). 
 Não determinou o Código um critério especial para identificar, dentro dos 
prazos legais, quais são os peremptórios e quais os dilatórios. Caberá, pois, à 
jurisprudência a seleção casuística dos prazos de uma e outra espécie. 
 Há alguns prazos, todavia, que têm sua natureza já assentada dentro de um 
consenso mais ou menos uniforme da doutrina processualística. Com efeito, os 
prazos para contestar, para oferecer exceções e reconvenção, bem como o de 
recorrer, são tidos como peremptórios. E os de juntar documentos, arrolar 
testemunhas e realizar diligências determinadas pelo juiz são meramente dilatórios. 
 De um modo geral, peremptório é o prazo que a seu termo cria uma situação 
que condiciona a própria função jurisdicional, tal como

Outros materiais