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Assistência-e-Intervenção-de-Terceiros

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DA ASSISTÊNCIA – 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
Des. ANA MARIA DUARTE 
AMARANTE BRITO 
Intervenção de Terceiros 
 CLASSIFICAÇÃO: 
 Quanto à finalidade: 
• ad coadjuvandum ( assistência, denunciação da lide 
e chamamento ao processo) 
• Ad excludendum ( oposição e nomeação à autoria) 
 Quanto à iniciativa: 
 Voluntária ( assistência e oposição) 
 Provocada ( nomeação à autoria, denunciação da 
lide e chamamento ao processo) 
ASSISTENCIA SIMPLES 
• Assistência é forma de intervenção espontânea e ad 
coadjuvandum 
 
• Há duas espécies de assistência: a assistência simples e a 
assistência litisconsorcial 
 
• Na assistência simples, o assistente mantém relação 
jurídica com a parte assistida, sujeita aos efeitos 
reflexos da sentença. Exemplo: o sublocatário que 
intervém assistindo o locatário em ação de despejo que 
contra ele move o locador. 
 
ASSISTENTE SIMPLES – Previsão 
no CPC e oportunidades do manejo 
• Art. 50. Pendendo uma causa entre duas 
ou mais pessoas, o terceiro, que tiver 
interesse jurídico em que a sentença seja 
favorável a uma delas, poderá intervir no 
processo para assisti-la. 
• Parágrafo único. A assistência tem lugar 
em qualquer dos tipos de procedimento e 
em todos os graus da jurisdição; mas o 
assistente recebe o processo no estado em 
que se encontra. 
Limites à atuação do assistente 
simples 
• Art. 53. A assistência não obsta a que a parte 
principal reconheça a procedência do pedido, 
desista da ação ou transija sobre direitos 
controvertidos; casos em que, terminando o 
processo, cessa a intervenção do assistente. 
 
• Não pode interpor recurso adesivo, para o qual a 
lei somente legitima as partes ( cf. art. 500, do 
CPC) 
ASSISTÊNCIA 
LITISCONSORCIAL 
 
• O Assistente litisconsorcial mantém uma 
relação jurídica com o adversário da parte 
assistida, sobre a qual a sentença haverá de 
influir. 
Assistência Litisconsorcial 
• É muito controvertida, na doutrina, a natureza 
jurídica da assistência litisconsorcial, havendo 
doutrinadores que não o consideram parte e sim, 
um assistente qualificado, mais próximo do objeto 
do litígio ( Arruda Alvim e Cândido Dinamarco). 
• Outros, como Luiz Fux, consideram-no o 
litisconsorte que chegou mais tarde e para o qual 
também se formará a coisa julgada. Trata-se da 
parte no sentido material, que intervém em 
processo no qual atua um substituto processual ou 
um co-titular do direito. 
ASSISTÊNCIA 
LITISCONSORCIAL - CPC 
• Art. 54. Considera-se litisconsorte da parte 
principal o assistente, toda vez que a sentença 
houver de influir na relação jurídica entre ele e 
o adversário do assistido. 
• Parágrafo único. Aplica-se ao assistente 
litisconsorcial, quanto ao pedido de 
intervenção, sua impugnação e julgamento do 
incidente, o disposto no art. 51. 
 
Assistente Litisconsorcial - Exemplo 
• Exemplo de assistente litisconsorcial é o terceiro 
adquirente de coisa litigiosa, ou cessionário de 
direito litigioso, que intervém no processo, nos 
termos do artigo 42, § 2o. como assistente do 
alienante ou cedente, o qual continua legitimado 
para a causa. A sentença proferida entre as partes 
originárias estende seus efeitos a ele ( CPC, art. 42, 
§ 3o.) 
Assistência Litisconsorcial – 
Jurisprudência 
• PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE 
SEGURANÇA. TRANSPORTE INTERESTADUAL DE 
PASSAGEIROS. EXPLORAÇÃO DE LINHA RODOVIÁRIA. 
• INEXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO 
OU DE HIPÓTESE DE ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL. 
• 1. Litisconsorte é parte, e não terceiro, na relação processual. 
• Assim, para legitimar-se como litisconsorte é indispensável, antes de 
mais nada, legitimar-se como parte. Em nosso sistema, salvo nos 
casos em que a lei admite a legitimação extraordinária por 
substituição processual, só é parte legítima para a causa quem, em 
tese, figura como parte na relação de direito material nela deduzida. 
Assistência Litisconsorcial – 
Jurisprudência 
• 2. A assistência litisconsorcial supõe, conforme o 
art. 54 do CPC, a existência de uma relação jurídica 
material entre o assistente e o adversário do assistido 
que pode ser afetada pela sentença de mérito. 
• .............................................................. 
• (REsp 1065574/RJ, Rel. Ministro TEORI ALBINO 
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
02/10/2008, DJe 20/10/2008) 
 
Assistência Litisconsorcial – 
Jurisprudência 
• PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. 
DESAPROPRIAÇÃO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. 
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL. LEGITIMIDADE. 
• PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. 
• (...) 
• 3. O assistente litisconsorcial detém relação de direito material com o 
adversário do assistido, de modo que a sentença que vier a ser 
proferida, em relação a ele, constituirá coisa julgada material. 
• Assim, não há como afastar a legitimidade passiva ad causam do 
recorrente. 
• 4. Recurso especial conhecido em parte e não provido. 
• (REsp 623.055/SE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 19/06/2007, DJ 01/08/2007 p. 434) 
 
EFEITO-ASSISTÊNCIA ou 
EFEITO-INTERVENÇÃO 
• Art. 55. Transitada em julgado a sentença, na 
causa em que interveio o assistente, este não 
poderá, em processo posterior, discutir a 
justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
• I - pelo estado em que recebera o processo, ou 
pelas declarações e atos do assistido, fora 
impedido de produzir provas suscetíveis de 
influir na sentença; 
• II - desconhecia a existência de alegações ou de 
provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, 
não se valeu. 
 
Ingresso do assistente no processo - 
procedimento 
• Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) 
dias, o pedido do assistente será deferido. Se qualquer 
das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente 
interesse jurídico para intervir a bem do assistido, o 
juiz: 
• I - determinará, sem suspensão do processo, o 
desentranhamento da petição e da impugnação, a fim de 
serem autuadas em apenso; 
• II - autorizará a produção de provas; 
• III - decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente. 
Poderes e ônus do Assistente 
• Art. 52. O assistente atuará como auxiliar da 
parte principal, exercerá os mesmos poderes e 
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o 
assistido. 
• Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o 
assistente será considerado seu gestor de 
negócios. 
 
Assistência: oportunidade da 
intervenção - Jurisprudência 
• PROCESSUAL CIVIL – MANDADO DE SEGURANÇA 
– PEDIDO DE ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL EM 
GRAU DE RECURSO: ADMISSIBILIDADE. 
• 1. O litisconsórcio e a assistência são institutos com 
características e objetivos diversos. 
• 2. Na assistência litisconsorcial, tema do recurso, existe 
uma pretensão do assistente sobre o objeto material do 
processo e assemelha-se a uma "espécie de litisconsórcio 
facultativo ulterior, ou seja, o assistente litisconsorcial é 
todo aquele que, desde o início do processo, poderia ter 
sido litisconsorte facultativo-unitário da parte assistida" 
(CPC Comentado por Nélson Nery Júnior e Rosa Maria de 
Andrade Nery, 8ª ed., RT, p. 487, nota de rodapé n. 1, 
comentários ao art. 54 do CPC). 
Assistência: oportunidade da 
intervenção - Jurisprudência 
• 3. A assistência, simples ou litisconsorcial, tem cabimento 
em qualquer procedimento ou grau de jurisdição, 
inexistindo óbice a que se admita o ingresso do assistente 
em mandado de segurança, ainda que depois de transcorrido 
o prazo decadencial do writ. 
• 4. Dissídio não configurado. 
• 5. Recurso especial conhecido em parte e improvido. 
• (REsp616.485/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 11/04/2006, DJ 
22/05/2006 p. 180) 
 
Assistência Anômala: Lei 9469/97, 
art. 5o., parágrafo único 
• PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA FEDERAL EM AÇÃO DE USUCAPIÃO DE 
IMÓVEL QUE SE ENCONTRA NA POSSE DE PARTICULARES. 
ADVENTO DA LEI Nº 9.469/97. 
• 1. O parágrafo único do art. 5º da Lei 9.469/97 esclarece que a União 
pode intervir nas causas em que os reflexos da decisão possam ser 
somente indiretos e independentemente da demonstração de interesse 
público. 
• 2. Recurso especial a que se nega provimento, mantendo-se a 
competência da Justiça Federal para a apreciação do feito. 
• (REsp 330.033/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE 
BARROS, Rel. p/ Acórdão Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 09/12/2003, DJ 17/05/2004 p. 110) 
 
DA OPOSIÇÃO 
• Da Oposição 
 CPC, Art. 56. Quem pretender, no todo ou 
em parte, a coisa ou o direito sobre que 
controvertem autor e réu, poderá, até ser 
proferida a sentença, oferecer oposição 
contra ambos. 
DA OPOSIÇÃO 
• Natureza Jurídica: Oposição é ação, movida 
por terceiro que pretender, no todo ou em 
parte, direito ou coisa, sobre a qual 
controvertem autor e réu. É incidente a 
outra em curso, conexa pelo objeto. 
• É movida por terceiro contra autor e réu de 
uma demanda em curso, os quais formarão 
um litisconsórcio necessário simples. 
Oposição - Jurisprudência 
• PROCESSO CIVIL. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. 
OPOSIÇÃO. CABIMENTO. 
Tem legitimidade ad causam o terceiro para propor 
oposição quando os opostos, em processo de conhecimento 
(ação declaratória de nulidade), discutem acerca da validade 
jurídica do negócio que transferiu ao opoente a propriedade 
de um bem imóvel. 
(20040610045090APC, Relator NATANAEL CAETANO, 
1ª Turma Cível, julgado em 06/11/2008, DJ 17/11/2008 p. 
50) 
DA OPOSIÇÃO - processamento 
• Art. 57. O opoente deduzirá o seu pedido, observando os 
requisitos exigidos para a propositura da ação (arts. 282 
e 283). Distribuída a oposição por dependência, serão os 
opostos citados, na pessoa dos seus respectivos 
advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 
15 (quinze) dias. 
• Parágrafo único. Se o processo principal correr à revelia 
do réu, este será citado na forma estabelecida no Título 
V, Capítulo IV, Seção III, deste Livro. 
• Art. 58. Se um dos opostos reconhecer a procedência do 
pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. 
 
DA OPOSIÇÃO 
 Classificação, quanto à forma de tramitação: Oposição 
própria e Oposição imprópria. Própria é a oposição 
oferecida antes da audiência, que tramita em apenso aos 
autos principais, em simultaneus processus, sendo as 
ações decididas pela mesma sentença. 
 Art. 59. A oposição, oferecida antes da audiência, será 
apensada aos autos principais e correrá 
simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela 
mesma sentença. 
DA OPOSIÇÃO 
• Oposição imprópria é a oferecida depois de 
iniciada a audiência, com tramitação autônoma 
( CPC, art. 60, 1a. Parte) 
• Art. 60. Oferecida depois de iniciada a 
audiência, seguirá a oposição o procedimento 
ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa 
principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar no 
andamento do processo, por prazo nunca 
superior a 90 (noventa) dias, a fim de julgá-la 
conjuntamente com a oposição. 
DA OPOSIÇÃO 
Julgamento em simultaneus processus: primeiro a 
oposição e depois a ação. 
 
Art. 61. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a 
ação e a oposição, desta conhecerá em primeiro 
lugar. 
 
Nomeação à autoria 
• Incidente processual que tem por finalidade a correção do 
errado endereçamento da demanda ( correção da 
ilegitimidade passiva ad causam), que a lei permite em 
duas situações: 
• Ação proposta contra mero detentor da coisa vindicada , que 
deve nomear à autoria o verdadeiro proprietário ou 
possuidor ( CPC, art. 62) 
• ação indenizatória ajuizada pelo proprietário ou titular de 
um direito sobre a coisa em face daquele que praticou atos 
por ordem ou em cumprimento de instruções de terceiro. ( 
CPC, art. 63) 
Nomeação à Autoria 
• Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome 
alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, 
deverá nomear à autoria o proprietário ou o 
possuidor. 
• Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo 
antecedente à ação de indenização, intentada 
pelo proprietário ou pelo titular de um direito 
sobre a coisa, toda vez que o responsável pelos 
prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, 
ou em cumprimento de instruções de terceiro. 
Nomeação à Autoria - procedimento 
• Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a 
nomeação no prazo para a defesa; o juiz, ao 
deferir o pedido, suspenderá o processo e 
mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) 
dias. 
• Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor 
incumbirá promover-lhe a citação; recusando-
o, ficará sem efeito a nomeação. 
• Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade 
que Ihe é atribuída, contra ele correrá o 
processo; se a negar, o processo continuará 
contra o nomeante. 
Nomeação à Autoria - procedimento 
• Art. 67. Quando o autor recusar o nomeado, ou 
quando este negar a qualidade que Ihe é 
atribuída, assinar-se-á ao nomeante novo prazo 
para contestar. 
• Art. 68. Presume-se aceita a nomeação se: 
• I - o autor nada requereu, no prazo em que, a 
seu respeito, Ihe competia manifestar-se; 
• II - o nomeado não comparecer, ou, 
comparecendo, nada alegar. 
 
Nomeação à Autoria – Cabimento 
• PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. EMBARGOS À MONITÓRIA. 
INCOMPETÊNCIA RELATIVA ARGÜIDA EM PRELIMINAR DE 
CONTESTAÇÃO. PRECLUSÃO. NOMEAÇÃO À AUTORIA. 
REJEIÇÃO. 
Cuidando-se de incompetência relativa, esta deve ser alegada sob a 
forma de exceção, em petição fundamentada e devidamente instruída, 
nos termos dos artigos 304 e 307 do CPC, sob pena de preclusão. 
A nomeação à autoria se destina à correção de ilegitimidade passiva 
de parte, naquelas hipóteses restritas dos artigos 62 e 63 do CPC, 
quais sejam, demanda movida contra detentor ou contra preposto de 
terceiro, que alegar essa condição. 
Apelação não provida.(20040110558786APC, Relator ANA MARIA 
DUARTE AMARANTE BRITO, 6ª Turma Cível, julgado em 
21/02/2007, DJ 13/03/2007 p. 125) 
Nomeação à Autoria 
• Art. 69. Responderá por perdas e danos 
aquele a quem incumbia a nomeação: 
• I - deixando de nomear à autoria, quando 
Ihe competir; 
• II - nomeando pessoa diversa daquela em 
cujo nome detém a coisa demandada. 
 
 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
• Denunciação da lide é ação de garantia para 
eventual acertamento de um direito de 
regresso, em caso de: 
• Evicção 
• Perda da posse cedida 
• Condenação ao pagamento de indenização 
• Pode ser promovida pelo autor ( na petição 
inicial) ou pelo réu ( no prazo da resposta) 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
• Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: 
• I - ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a 
coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que 
esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta; 
• II - ao proprietário ou ao possuidor indireto quando, por 
força de obrigação ou direito, em casos como o do 
usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, 
citado em nome próprio, exerça a posse direta da coisa 
demandada; 
• III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo 
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do 
que perder a demanda. 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
• Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, in 
Código de Processo Civil Comentado e Legislação 
Extravagante, 10ª ediçãocita a seguinte casuística (pág. 
284): 
• “14. Direito de regresso. A ação de garantia não se 
caracteriza como mero direito genérico de regresso, isto é, 
fundado em garantia imprópria. Este não enseja a 
denunciação da lide, sob pena de ofenderem-se os princípios 
da celeridade e economia processual. Por direito de 
regresso, autorizador da denunciação da lide com base no 
CPC 70 III, deve-se entender aquele fundado em garantia 
própria (Sanches, Denunciação, 121).” 
Denunciação da lide: 
obrigatoriedade ( doutrina) 
• Sobre a obrigatoriedade, confira-se a doutrina de Nelson Nery 
Júnior, in Código de Processo Civil Comentado. RT, p. 245: “Como o 
direito material é omisso quanto à forma e modo de obter 
indenização, relativamente às demais hipóteses de denunciação da 
lide, não se pode admitir que a não denunciação, nos casos do CPC 
70 II e III, acarretaria a perda da pretensão material de regresso. 
Norma restritiva de direito interpreta-se de forma estrita, não 
comportando ampliação. O desatendimento de ônus processual 
somente pode ensejar preclusão ou nulidade do ato, razão pela qual a 
falta de denunciação nas hipóteses do CPC 70 II e III não traz como 
conseqüência a perda do direito material de indenização, mas apenas 
impede que esse direito seja exercido no mesmo processo onde 
deveria ter ocorrido a denunciação (Barbi, Coment. N. 407, PP. 
251/253)”. 
Denunciação da lide - Jurisprudência 
• PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – 
DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO 
CONFIGURADO (ART. 541 DO CPC E ART. 255 
DO RISTJ) – INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO 
ART. 535 DO CPC – DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
– DIREITO DE REGRESSO – CPC, ART. 70, III 
– OBRIGATORIEDADE AFASTADA – 
PRECEDENTES – REDUÇÃO DO QUANTUM 
DA INDENIZAÇÃO – SÚMULA 7/STJ. 
Denunciação da lide - Jurisprudência 
• 3. A denunciação da lide só é obrigatória em relação ao 
denunciante que, não denunciando, perderá o direito de 
regresso, mas não está obrigado o julgador a processá-la, se 
concluir que a tramitação de duas ações em uma só onerará 
em demasia uma das partes, ferindo os princípios da 
economia e da celeridade na prestação jurisdicional, sendo 
desnecessária em ação fundada na responsabilidade prevista 
no art. 37, § 6º, da CF/88, vez que a primeira relação 
jurídica funda-se na culpa objetiva e a segunda na subjetiva, 
fundamento novo não constante da lide originária. 
Denunciação da lide - procedimento 
• Art. 71. A citação do denunciado será requerida, 
juntamente com a do réu, se o denunciante for o 
autor; e, no prazo para contestar, se o 
denunciante for o réu. 
Denunciação da lide - procedimento 
• Art. 72. Ordenada a citação, ficará suspenso o 
processo. 
• § 1o - A citação do alienante, do proprietário, do 
possuidor indireto ou do responsável pela indenização 
far-se-á: 
• a) quando residir na mesma comarca, dentro de 10 
(dez) dias; 
• b) quando residir em outra comarca, ou em lugar 
incerto, dentro de 30 (trinta) dias. 
• § 2o Não se procedendo à citação no prazo marcado, a 
ação prosseguirá unicamente em relação ao 
denunciante. 
 
Denunciação da lide - procedimento 
• Art. 73. Para os fins do disposto no art. 
70, o denunciado, por sua vez, intimará 
do litígio o alienante, o proprietário, o 
possuidor indireto ou o responsável pela 
indenização e, assim, sucessivamente, 
observando-se, quanto aos prazos, o 
disposto no artigo antecedente. 
 
Denunciação da lide - procedimento 
• Art. 74. Feita a denunciação pelo autor, o 
denunciado, comparecendo, assumirá a 
posição de litisconsorte do denunciante e 
poderá aditar a petição inicial, 
procedendo-se em seguida à citação do 
réu. 
Denunciação da lide - procedimento 
• Art. 75. Feita a denunciação pelo réu: 
• I - se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o 
processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de 
outro, como litisconsortes, o denunciante e o 
denunciado; 
• II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas 
para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá 
ao denunciante prosseguir na defesa até final; 
• III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo 
autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa. 
 
Denunciação da lide - procedimento 
• Art. 76. A sentença, que julgar 
procedente a ação, declarará, conforme o 
caso, o direito do evicto, ou a 
responsabilidade por perdas e danos, 
valendo como título executivo. 
Denunciação da lide - jurisprudência 
• AÇÃO INDENIZATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. 
SEGURADORA. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. 
PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. CONDENAÇÃO EM 
REEMBOLSO. 
• POSSIBILIDADE DE A DENUNCIADA RESISTIR, DE 
FORMA AMPLA, AOS FUNDAMENTOS DA LIDE 
PRIMÁRIA. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE 
PROVIDO. 
• I - Com a denunciação da lide inaugura-se uma nova 
relação processual, em que o réu do processo originário 
passa a figurar como autor da lide secundária, estabelecida 
em face do terceiro denunciado, com quem mantém 
vínculo jurídico, no intuito de que este responda em 
regresso, na hipótese de sucumbência do denunciante. 
Denunciação da lide - jurisprudência 
• II - Quanto à controvérsia em si, e passando ao largo da 
discussão acerca da natureza jurídica que o denunciado 
assume no processo, isto é, se assistente simples, assistente 
litisconsorcial ou litisconsorte, tal qual enuncia o artigo 75, 
I, do CPC, em qualquer caso, tem-se-lhe reconhecido, e 
não poderia ser diferente, o interesse em oferecer 
resistência, de forma ampla, à pretensão deduzida pelo 
adversário do denunciante, tendo em vista que o desfecho 
da demanda principal poderá repercutir na demanda 
secundária. 
• Recurso especial provido. 
• (REsp 900.762/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 12/02/2008, DJe 
25/04/2008) 
 
Denunciação da lide - jurisprudência 
• PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. 
• ANÁLISE DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS 
AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. 
• DENUNCIAÇÃO DA LIDE. FACULDADE. NÃO-CABIMENTO. 
AUSÊNCIA DAS HIPÓTESES DO ART. 70 DO CPC. 
• 1. A denunciação da lide é modalidade de intervenção forçada, 
vinculado à idéia de garantia de negócio translatício de domínio e 
existência de direito regressivo. A parte que enceta a denunciação da 
lide, o denunciante, ou tem um direito que deve ser garantido pelo 
denunciante-transmitente, ou é titular de eventual ação regressiva em 
face do terceiro, porque demanda em virtude de ato deste. 
• . Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/11/2008, 
DJe 01/12/2008) 
 
Chamamento ao processo 
• O chamamento ao processo é admissível quando o 
chamado responder solidariamente com o réu pelo 
direito que o autor reclama 
 
• Provoca a intervenção de co-obrigados solidários: 
Fiador chama devedor principal, fiador chama co-
fiadores solidários e devedor chama co-devedores 
solidários ( OBSERVAÇÃO: DEVEDOR NÃO 
CHAMA FIADOR.) 
CHAMAMENTO AO PROCESSO 
• Art. 77. É admissível o chamamento ao 
processo: 
• I - do devedor, na ação em que o fiador 
for réu; 
• II - dos outros fiadores, quando para a 
ação for citado apenas um deles; III - de 
todos os devedores solidários, quando o 
credor exigir de um ou de alguns deles, 
parcial ou totalmente, a dívida comum. 
CHAMAMENTO AO PROCESSO 
• Art. 78. Para que o juiz declare, na 
mesma sentença, as responsabilidades 
dos obrigados, a que se refere o artigo 
antecedente, o réu requererá, no prazo 
para contestar, a citação do chamado. 
• Art. 79. O juiz suspenderá o processo, 
mandando observar, quanto à citação e 
aos prazos, o disposto nos arts. 72 e 74. 
CHAMAMENTO AO PROCESSO 
• Art. 80. Asentença, que julgar 
procedente a ação, condenando os 
devedores, valerá como título executivo, 
em favor do que satisfizer a dívida, para 
exigi-la, por inteiro, do devedor principal, 
ou de cada um dos co-devedores a sua 
quota, na proporção que Ihes tocar. 
 
 
Chamamento ao processo - 
jurisprudência 
• RECURSO ESPECIAL. CHAMAMENTO AO 
PROCESSO DO PATROCINADOR. 
INEXISTÊNCIA DE SOLIDARIEDADE.(...) 
• 1. O chamamento ao processo é admissível quando 
o chamado responder solidariamente com o réu pelo 
direito que o autor reclama (Art. 77, III, do 
CPC).(...) 
• (REsp 960.763/RS, Rel. Ministro HUMBERTO 
GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 18/10/2007, DJ 31/10/2007 p. 339) 
Cespe – oab-2008/3 
• Questão 40 ( CESPE-OAB-2008/3 - Suponha que Antônio, 
empregado de Carlos, tenha cumprido ordens deste 
para retirar madeira na fazenda de Celso, que, diante 
disso, tenha proposto a ação de reparação de danos 
materiais contra Antônio. Nessa situação, no prazo para a 
defesa, é lícito a Antônio 
• A - requerer a denunciação da lide contra Carlos. 
• B - deduzir pedido de chamamento ao processo contra Carlos. 
• C - requerer a nomeação à autoria contra Carlos. 
• D - requerer 
a citação de Carlos na qualidade de litisconsorte passivo 
necessário. 
 
 
 CESPE-OAB-2008/2 
• Questão 40 ( CESPE-OAB-2008/2) - Carla e Renata eram fiadoras de André em 
contrato de locação de um apartamento residencial, em caráter solidário e mediante 
renúncia ao benefício de ordem. Como André não pagou os últimos três meses de 
aluguel, o locador ajuizou ação de cobrança contra o locatário e Carla. 
 
• Considerando a situação hipotética apresentada, é correto afirmar que 
Carla agirá corretamente se 
 
• A - nomear Renata à autoria, pois se trata de fiança dada pelas duas 
conjuntamente. 
• B - requerer a suspensão do processo até que André conteste a ação, a 
fim de obter elementos para apresentar a sua defesa. 
• C - promover o chamamento ao processo de Renata, haja vista que as 
duas são fiadoras. 
• D - denunciar Renata à lide, visto que ela também está obrigada pelo 
contrato. 
 
OAB-CESPE-2007-3 
• Questão 36 OAB-CESPE-2007-3 - Com referência a intervenção de terceiros 
e a assistência, assinale a opção correta. 
• A - O terceiro que se sentir prejudicado ou que tiver seu direito ameaçado em 
virtude de uma pretensão discutida em juízo poderá ingressar na ação e nomear- se 
como legítimo detentor do direito disputado pelo autor, por meio do incidente 
denominado nomeação à autoria. 
• B - A assistência somente é admissível até o julgamento da apelação. 
• C - Tanto o autor quanto o réu têm legitimidade para requerer o chamamento ao 
processo do devedor principal, dos demais co-devedores solidários ou do 
fiador. Quando o chamamento for manejado pelo autor, permite-se o aditamento 
da petição inicial pelo chamado. 
• D - A denunciação à lide constitui uma nova ação, ou seja, é lide secundária em 
relação à ação principal, e, uma vez extinta a 
AÇão principal, resta prejudicada, por falta de objeto, a lide secundária.

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