Experiencias de Deus - Possibilidades e seus Limites

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
EXPERIÊNCIA DE DEUS: POSSIBILIDADES E LIMITES
SEMINÁRIO
Curso: Ciências Contábeis - 2º período 1º semestre 2015
Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso
	Obra do autor Miguel Mahfoud, que leciona no Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É doutor em Psicologia Social e atua na linha de pesquisa Cultura e Subjetividade, orientando os trabalhos do Laboratório de Análise em Processos de Subjetividade (LAPS).
Disponível em: <http://somos.ufmg.br/professores/view/2059>
 Acesso em: 19 março.2015.
	 “(...) Assim, a experiência religiosa é essa experiência que tem como ponto de partida a tentativa de dar uma resposta à interrogação que o homem estabelece com algo que o transcende e se apresenta como superior a ele e até como misterioso.” (Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso, p. 94). 
Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso
Para Mahfoud, a experiência religiosa manifesta-se através de rituais, mitos e símbolos usados na aproximação com o “Sagrado”, sendo esse algo que acolhe o indivíduo e busca responder à sua questão de finitude, ou seja, algo que o transcende.
Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso
 		“A experiência religiosa, no momento em que surge da interrogação mais profunda do ser humano, está presente em todo homem, independente de esse homem estar ligado a algum credo ou não. Ela é constitutiva do ser humano, embora possa não ser vivenciada devido ao tipo de vida que a pessoa leva, isto é, uma vida mais articulada na superficialidade, sem se interiorizar sobre as expressões do sentido existencial da existência.” (Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso, p. 95).
	A experiência religiosa nem sempre depende de uma crença religiosa, não sendo somente uma questão de fé, mas sim de questionamentos profundos relacionados à existência humana. 
Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso
Limites à experiência de Deus:
“Morte de Deus”
Negação da dimensão religiosa
Ambiguidade de questões
Aprisionamento do indivíduo aos rituais religiosos
Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso, p.90-115
Nascido em Santa Catarina, em 1938, Leonardo Boff é um teólogo, escritor e professor universitário. Formou-se em Filosofia e Teologia na Alemanha em 1970. Após passar por vários atritos com a Igreja Católica, renunciou seu posto de padre em 1992. Afirma, porém, nunca ter largado a Igreja, ainda exercendo a teologia. 
Disponível em: <http://www.leonardoboff.com/site/vista/2003/nov14.htm>. 
Acesso em: 03 março. 2015. 
Leonardo Boff
Leonardo Boff
 “ [...] espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a relação, a vida, a comunhão, a subjetividade e a transcendência rumo a horizontes cada vez mais abertos. No termo, espiritualidade não é pensar Deus, mas sentir Deus como o Elo que perpassa todos os seres, interconectando-os e nos constituindo e o cosmos.” Disponível em: <http://www.leonardoboff.com/site/vista/2003/nov14.htm>. Acesso em: 03 março. 2015. 
Diante dessa visão, o autor apresenta a singularidade humana de captar o valor do mundo que o cerca. Ou seja, o indivíduo passa a buscar uma identificação com o mundo exterior, interligando seu interior com o universo. Logo, a espiritualidade busca a harmonia entre o homem e o mundo, o levando a um estado de paz e possibilitando a vivência do amor e compaixão. Boff ressalta também que não necessariamente a experiência espiritual se vincula a uma religião. Ela pode se dar também por meio dos sentidos interiores, do lado sensível de cada um. 
Leonardo Boff
Limites à Experiência de Deus:
Reducionismo
A separação entre corpo e alma 
Conhecimentos corpóreos/ Conhecimentos ligados à alma
Impossibilidade de vivência plena
Henrique Cláudio de Lima Vaz
Henrique Cláudio de Lima Vaz foi um importante padre jesuíta, professor e filósofo brasileiro. Nascido em Ouro Preto, formou-se em Filosofia em 1945 e, em 1948, ordenou-se como sacerdote. Completou sua formação religiosa na Espanha e doutorou-se na Itália, em 1953. De volta ao Brasil, com um pensamento filosófico muito influenciado por Platão, Tomás de Aquino e Hegel, Henrique Cláudio lecionou teologia e publicou diversas obras, vindo a falecer em 2002, em Belo Horizonte. 
Disponível em: <http://www.filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/Lima_Vaz_Pensamento_Tomasico.pdf> 
Acesso em: 19 março.2015.
Henrique Cláudio de Lima Vaz
 “O homem existe na sua abertura transcendental para a universalidade do ser ou na sua adequação ativa com o ser, o homem existe verdadeiramente enquanto espírito, ou a vida propriamente humana é a vida segundo o espírito” (Antropologia Filosófica I, p. 239). 
Henrique Cláudio compreende o homem subdivido em suas dimensões corpórea, psíquica e espiritual. No entanto, afirma a necessidade de superar a visão reducionista do indivíduo, que o restringe a apenas uma dessas dimensões, para entendê-lo de forma unitária. De acordo com Lima, é justamente na dimensão espiritual que se estabelece a conexão entre as outras duas dimensões e a unificação do ser. Isto é, a terceira dimensão permite que o homem se abra para a transcendência, para o outro, para o mundo, unificando suas dimensões corporais e psíquicas.
Henrique Cláudio de Lima Vaz
Experiência de Deus:
Autorrealização do homem
Atribui sentido à existência humana
Vínculo entre vivência e espírito
Experiência de Deus= Experiência no Sagrado
Provoca sentimentos e emoções fortes
Relaciona interior e exterior
VAZ, H. C. de Lima. Antropologia Filosófica I, São Paulo: Loyola, 1991. 
A EXPERIÊNCIA EM DEUS E OS SETE SABERES DE EDGAR MORIN
	Alguns aspectos apresentados pelos autores no que diz respeito à experiência religiosa podem ser relacionados aos saberes apresentado por Edgar Morin em seu texto “Os sete saberes necessários à educação do futuro”.
	
O Conhecimento e a ambiguidade de questões
	O conhecimento, primeiro saber apresentado por Morin, é tido com uma percepção da realidade, sujeito, portanto, a influências culturais. 
	De forma semelhante, o livro “Diante do Mistério- Psicologia e Senso Religioso” apresenta a questão da ambiguidade de questões, segundo a qual experiência religiosa é compreendida por cada indivíduo de acordo com sua percepção de mundo e vivências. 
	Não há, então, uma só verdade nem uma só noção de experiência religiosa.
A Identidade Humana e o Reducionismo
	O terceiro saber apresentado por Morin, a Identidade Humana, ressalta a questão do reducionismo. Ou seja, a importância do homem inserido na sociedade, sem reducionismos. 
	Boff, por sua vez, ressalta a impossibilidade da vivência plena do homem, em sua harmonia e articulação, diante o reducionismo. 
O Conhecimento Pertinente, a Compreensão Humana, a Condição Planetária e Antro-poética com a vivência no mundo
	O segundo saber apresentado por Morin, o Conhecimento Pertinente, por sua vez, ressalta a necessidade de contextualização do conhecimento e de sua percepção abrangente, relacionando-o a diferentes formas de conhecimento. 
	A experiência religiosa, como apresentada pelos autores, tem a capacidade de refletir no cotidiano do indivíduo, influenciando sua vida como um todo. Ou seja, ganha um aspecto contextualizado em sua vida, levando aos outros saberes, uma vez que todos dizem respeito a relação do homem com o mundo a sua volta.
Bibliografia
MASSIMI, Marina; MAHFOUD, Miguel (Org.). Diante do mistério:psicologia e senso religioso. São Paulo: Loyola, 1999.
MAHFOUD, Miguel. Disponível em:
<http://somos.ufmg.br/professores/view/2059>
 Acesso em: 19 março.2015.
 
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessário à educação do futuro. 1921. 
VAZ, H. C. de Lima. Antropologia Filosófica I, São Paulo: Loyola, 1991. 
BOFF, Leonardo. Que é o espírito?. Disponível em: <http://www.leonardoboff.com/site/vista/2003/nov14.htm>. 
Acesso em: 03 março. 2015.
VAZ, Cláudio de Lima. Disponível em: <http://www.filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/Lima_Vaz_Pensamento_Tomasico.pdf> 
Acesso em: 19 março.2015.