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Universidade regional do noroeste do estado do rio grande do sUl – UnijUí 
vice-reitoria de gradUação – vrg 
coordenadoria de edUcação a distância – cead 
coleção educação a distância
série livro-texto
Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil
2012
ariosto sparemberger 
dinarte Belato 
Maira Fátima Pizolotto 
Marivane da silva 
neyta oliveira Belato 
Pedro carlos rasia
estUdos organizacionais: 
abordagem integrativa 
e Modelos emergentes
 2012, Editora Unijuí
 Rua do Comércio, 1364
 98700-000 - Ijuí - RS - Brasil 
 Fone: (0__55) 3332-0217
 Fax: (0__55) 3332-0216
 E-mail: editora@unijui.edu.br
 Http://www.editoraunijui.com.br
Editor: Gilmar Antonio Bedin
Editor-adjunto: Joel Corso
Capa: Elias Ricardo Schüssler
Revisão: Véra Fischer
Designer Educacional: Jociane Dal Molin Berbaum
Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: 
Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste 
do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)
Catalogação na Publicação: 
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
E82 Estudos organizacionais : abordagem integrativa e modelos 
emergentes / Ariosto Sparemberger ... [et al.]. - Ijuí : Ed. Unijuí, 
2012. – 166. p. – (Coleção educação a distância. Série livro-texto). 
 ISBN 978-85-419-0000-3
 1. Administração. 2. Estudos organizacionais. 3. Cultura or-
ganizacional. 4. Administração participativa. 5. Responsabilidade 
social. I. Sparemberger, Ariosto. II. Título. III. Título: Abordagem 
integrativa e modelos emergentes. IV. Série. 
 CDU : 65
 65.014
 658 
Sumário
CONHECENDO OS PROFESSORES ...........................................................................................5
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................13
UNIDADE 1 – CONTEXTO DO PARADIGMA INTEGRADOR 
 NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS .............................................................15
Seção 1.1 – Estabelecendo conexões ...........................................................................................15
Seção 1.2 – Contexto Mundial Contemporâneo e Suas Principais Mudanças ..........................19
1.2.1 – O fim da ordem econômica e política: 1945/1980. ...............................................20
1.2.2 – Globalização: uma nova ordem mundial em construção ....................................21
1.2.3 – A globalização do século 20 ..................................................................................23
1.2.4 – A economia global entrou em crise aguda em setembro de 2008 .......................24
Seção 1.3 – As Organizações Enquanto Sistemas Sociais Dinâmicos e Complexos .................28
UNIDADE 2 – PARADIGMA SISTÊMICO .................................................................................33
Seção 2.1 – Teoria Geral dos Sistemas: suas intenções e principais contribuições ...................33
Seção 2.2 – Teoria Sistêmica na Teoria das Organizações ..........................................................46
Seção 2.3 – As Organizações como Sistemas Abertos e Sociais: modelos de análise ...............58
Seção 2.4 – Limitações e Avanços na Teoria Sistêmica Aplicada 
 na Forma de Pensar e Fazer a Gestão ......................................................................65
UNIDADE 3 – ORIENTAÇÃO CONTINGENCIAL: UMA ABORDAGEM CONTEXTUAL ....69
Seção 3.1. Conceito e Origem da Teoria Contingencial..............................................................69
Seção 3.2 Principais Pesquisas do Paradigma Contingencial ....................................................73
3.2.1 – Pesquisa de Joan Woodward .................................................................................73
3.2.2 – Pesquisa de Burns e Stalker ..................................................................................76
3.2.3 – Pesquisa de Lawrence e Lorsch ............................................................................78
3.2.4 – Pesquisa de Chandler ............................................................................................80
3.2.5 – Pesquisa de Aston ..................................................................................................81
Seção 3.3 – Estruturas e Sistemas Organizacionais ....................................................................81
3.3.1 – Estrutura funcional ................................................................................................82
3.3.2 – Estrutura divisional ...............................................................................................84
3.3.3 – Estrutura matricial .................................................................................................86
3.3.4 – Estrutura horizontal ...............................................................................................88
Seção 3.4 – Limitações e Críticas à Teoria das Contingências ...................................................89
UNIDADE 4 – A ORIENTAÇÃO INTERPRETATIVA: A CULTURA ORGANIZACIONAL ......93
Seção 4.1 – Cultura Organizacional: origem e abordagem conceitual ......................................93
Seção 4.2 – Funções da Cultura ...................................................................................................97
Seção 4.3 – Criação e Manutenção da Cultura ...........................................................................98
Seção 4.4 – Gestão da Cultura Organizacional ...........................................................................99
Seção 4.5 – Questões Emergentes na Cultura Organizacional ................................................102
UNIDADE 5 – PARADIGMA DA ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA 
 E DA RESPONSABILIDADE SOCIAL .............................................................105
Seção 5.1 – Paradigma da Administração Participativa ............................................................105
Seção 5.2 – Paradigma da Responsabilidade Social .................................................................112
UNIDADE 6 – TEMAS EMERGENTES ....................................................................................123
Seção 6.1. Holismo: modelo holográfico ....................................................................................124
Seção 6.2. Teorias Ambientais: gestão do meio ambiente ........................................................128
6.2.1 – Revisando o conceito, o objetivo e o fundamento da gestão ambiental ............128
6.2.2 – Finalidades e princípios básicos da gestão ambiental .......................................130
6.2.3 – Posicionamento da empresa ................................................................................132
6.2.4 – Sistemas e benefícios da gestão ambiental ........................................................133
Seção 6.3. Revendo os Paradigmas para a Análise das Organizações .....................................134
6.3.1 – Teoria da Complexidade ......................................................................................135
6.3.2 – Teoria da Crítica ...................................................................................................137
6.3.3 – Teoria do Caos ......................................................................................................144
6.3.4 – Adhocracia ...........................................................................................................146
6.3.5 – ReAdministração ..................................................................................................148
6.3.6– Organizações de Aprendizagem .........................................................................150
6.3.7 – Organizações Virtuais .........................................................................................155
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................161
EaD
5
estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentesConhecendo os Professores
ariosto sPareMBerger
É natural de Ijuí (RS). No ano 2000 obteve o título de mestre 
em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina. Em 
2010 obteve o título de doutor pela Universidad Nacional de Misiones 
(Unam) – Argentina.
Ingressou no Ensino Superior na Universidade Regional Integra-
da do Alto Uruguai e Missões (URI) – São Luiz Gonzaga – em 1998, 
atuando como professor e coordenador do curso de Administração. 
Desempenhou as mesmas funções na Universidade Luterana do Brasil 
(Ulbra) – campus de Carazinho – por dois anos.
Na Unijuí é professor e pesquisador do Departamento de Ci-
ências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação – 
Dacec. Atua como professor em programas de ensino de Graduação e 
cursos de Pós-Graduação, em projetos de pesquisa na área da Gestão 
Organizacional e coordena o programa de extensão em Gestão de 
Varejo – Progev. Tem publicações em livros, periódicos, participação 
em eventos nacionais e internacionais.
dinarte Belato
Sou bacharel e licenciado em Filosofia pela Faculdade de Fi-
losofia, Ciências e Letras de Ijuí e mestre em História do Brasil pela 
Universidade Estadual de Campinas e especialista em Filosofia Con-
temporânea pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Leciono na Unijuí desde agosto de 1967. Antes disso, por dois 
anos, em Porto Alegre, dei aulas de Língua Portuguesa, Latim, Espa-
nhol, Francês, História, Geografia, para jovens e adultos, em cursos 
supletivos. 
O que lecionei como professor universitário ao longo destes 44 
anos:
 
 
EaD
ariosto sparemberger – dinarte Belato – Maira Fátima Pizolotto – Marivane da silva – neyta oliveira Belato – Pedro carlos rasia
6
− História da Filosofia; Filosofia da Educação, Estética, Ética e 
Lógica. Esta foi minha fase de filósofo;
− lecionei História da Educação, no curso de Pedagogia, por longos 
anos; 
− a fase mais longa de minha profissão foi a de historiador: lecio-
no História da América Latina, Historia Moderna e, sobretudo, 
História Contemporânea. Foi por isso que me tornei um analista 
contumaz da conjuntura mundial. Afinal, sou testemunho ativo 
dos últimos 46 anos de história do mundo;
− leciono também Ciência Política aos alunos do curso de Direito e 
História Econômica aos alunos do curso de Economia.
Fiz mais duas coisas que considero significativas:
− Em primeiro lugar, as pesquisas que tenho feito e faço sobre a 
sociedade agrária dos trabalhadores rurais: colonos, índios, cabo-
clos, com ou sem terra. Atualmente faço pesquisas sobre a história 
da velhice, a história da morte e história dos alimentos. Acho que 
esses temas têm tudo a ver uns com os outros.
− Em segundo lugar, dediquei um ano e meio de pesquisa para 
escrever quatro livros destinados ao estudo de alunos de história 
no sistema de Educação a Distância: Civilizações Clássicas I (que 
trata da História das civilizações antigas da Ásia: Mesopotâmia, 
Índia, China e a civilização africana do Egito); Civilizações Clás-
sicas II (que trata das civilizações do Mediterrâneo: Grécia e 
Roma Antigas e as civilizações americanas que se desenvolveram 
até a chegada dos europeus, em 1492); História Medieval (neste 
livro trato das civilizações da Europa medieval e da civilização 
islâmica). Concluí em julho de 2011 um quarto livro: História 
Contemporânea (1870/2011).
− Em terceiro lugar, dediquei um tempo enorme à educação de 
jovens e adultos, a grupos ligados a movimentos e organizações 
sociais e a professoras das redes públicas estadual e municipal, e 
com muita gente interessada e preocupada com o destino de nossa 
terra, da vida, da natureza, do meio ambiente.
Tenho 68 anos, nasci em 14 de janeiro de 1943, em Maximi-
liano de Almeida (RS); sou casado com a professora Neyta, temos 
dois filhos: Juliano e Luísa e os netos Júlia, Tiago e Leonardo.
EaD
7
estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
Maira FÁtiMa Pizolotto
Sou mestre em Administração de Organizações e de Recursos 
Humanos pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGA/UFRGS), graduada em 
Ciências Contábeis pela Universidade Regional do Noroeste do Estado 
do Rio Grande do Sul (Unijuí) e em Administração pela Universidade 
Regional do Alto-Uruguai e das Missões (URI). 
Minha trajetória profissional iniciou-se em uma cooperativa 
(Cotrijuí – Unidade de Santo Augusto), em que exerci, entre outras 
funções, a responsabilidade pelo Departamento de Pessoal. 
Após a conclusão do Mestrado realizei processo seletivo para o 
quadro de professores do Departamento de Estudos da Administra-
ção (DEAd) na Unijuí, ao qual tenho a satisfação de pertencer há 11 
anos. Para além das atividades docentes no curso de Administração e 
Programas de Pós-Graduação exerço também a Coordenação da Área 
Temática Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho e atividades de 
pesquisa.
Também atuo em atividades de docência em Programas de Pós-
Graduação de outras instituições de Ensino Superior (IES) de nossa 
região.
Marivane da silva
Sou mestre em Desenvolvimento pela Unijuí (2007), especialista 
em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas (modalidade a 
distância) pela Universidade Federal de Lavras – Ufla/MG (1998) e 
graduada em Administração de Empresas pela Unijuí (1997). 
Tenho atuado como profissional técnica na própria Universidade. 
Por dez anos atuei no Departamento de Estudos da Administração – 
DEAd (atual Dacec – Departamento de Ciências Administrativas, Con-
tábeis, Econômicas e da Comunicação); e em 2005, passei a atuar na 
Reitoria da Unijuí, na Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Ex-
tensão (um ano), e desde então, atuo na Secretaria dos Conselhos.
 
 
 
 
EaD
ariosto sparemberger – dinarte Belato – Maira Fátima Pizolotto – Marivane da silva – neyta oliveira Belato – Pedro carlos rasia
8
Sou docente colaboradora hora-aula da Unijuí desde 2002, tendo 
minha inserção na docência iniciado no curso de Administração, no 
campus Panambi. Posteriormente, atuei nos demais campi – Três Pas-
sos, Ijuí e Santa Rosa, no curso de Administração – Presencial e EaD, 
bem como nos tecnólogos. Minha atuação acadêmica ocorre na área 
das Teorias da Administração, Estágios, Pesquisa em Administração, 
Gestão Pública, e mais recentemente, em Gestão de Pessoas. 
Como profissional da Administração sou filiada ao Conselho 
Regional de Administração – CRA/RS – desde 2000, com participação 
em atividades e representação da Unijuí nesta autarquia.
Tenho conciliado minhas atividades acadêmicas e administra-
tivas, o que me permitiu ter uma interação maior com os diversos 
públicos da Universidade e aos poucos trilhar uma caminhada como 
professora universitária. Ensinar é uma arte que requer interação entre 
os atores sociais, permitindo-lhes espaço para serem protagonistas 
dessa história. Ser docente é ser um eterno pesquisador e aprendiz 
da ciência e da vida.
neYta oliveira Belato
Nascida em São Lourenço do Sul (RS) em 25 de abril de 1940.
Fiz o curso primário e o ginasial em escolas da minha cidade 
natal e o curso secundário, modalidade normal, no Colégio São José, 
em Pelotas. 
Sou socióloga, formada pela UFRGS noano de 1967 e mestre 
em Administração Pública com ênfase na área de Recursos Humanos 
pela Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, com dissertação 
defendida em 1977.
Como professora atuei no ensino primário, secundário e uni-
versitário, sempre buscando qualificar-me como profissional da edu-
cação.
 
 
EaD
9
estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
A carreira no ensino superior iniciou-se em 1968 na então, 
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí, como professora de 
Sociologia do curso Básico, na categoria de assistente do professor 
Mario Osorio Marques.
Ao voltar do curso de Mestrado e de especialização em Pla-
nejamento Urbano passei a atuar no curso de Administração, como 
atividade prioritária, em que sempre assumi atividades de docência e 
de extensão universitária. Fui responsável por conduzir o ensino e as 
aprendizagens de diversas disciplinas, destacando-se Administração 
de Recursos Humanos/Gestão de Pessoas e da área das Teorias Orga-
nizacionais, o qual considero uma das linhas estruturantes do curso.
No fazer da extensão universitária contribuí na coordenação e na 
execução de atividades junto ao Departamento de Administração no 
Programa de Administração Municipal, espaço no qual concebi, acom-
panhei e avaliei diversos programas e projetos, todos voltados para as 
questões de desenvolvimento municipal e regional, destacando-se a 
metodologia do planejamento participativo como instrumento de ação 
pedagógica para qualificar as ações de intervenção na realidade.
Ao aprofundar as reflexões sobre a participação das pessoas em 
seus espaços de atuação junto aos municípios, acontece a estruturação 
do Seminário Permanente de Educação Popular (Spep), que foi inte-
grado às atividades do Departamento de Pedagogia. Foi um programa 
demandado pelos movimentos sociais no espaço universitário que 
criou uma estrutura específica para sua atuação com representação 
dos sujeitos envolvidos e comprometidos com as temáticas em desen-
volvimento para cada período de programação. Esta experiência me 
desafiou a aprofundar estudos para acompanhar as práticas sociais 
dos sujeitos envolvidos nas áreas de participação, sistematização de 
experiências, planejamento, teorias pedagógicas, análise de conjun-
tura, avaliação de práticas, entre outros temas. Nessa atuação foram 
produzindo-se novos conhecimentos de conteúdos e de metodologias 
que busquei transferi-los, adaptando-os para situações da sala de aula. 
Na perspectiva da educação formal trabalhei desafiando os alunos a 
avançarem sempre mais em seus níveis de conhecimento.
EaD
ariosto sparemberger – dinarte Belato – Maira Fátima Pizolotto – Marivane da silva – neyta oliveira Belato – Pedro carlos rasia
10
Na área de gestão universitária, tive experiência na “chefia” do 
Departamento de Estudos da Administração, Coordenação do Curso, 
Vice-Reitora da Faculdade de Administração, Contábeis e Econômicas 
de Ijuí – Facacei –, coordenação executiva de diversos projetos voltados 
para o ensino e para a extensão universitária que contribuíram para 
colocar em prática uma visão sistêmica dos “objetos em questão”, isto 
tanto na reflexão teórica quanto na prática operacional, visão que me 
levou a melhor compreender a complexidade dos fatos e a me fazer 
cada vez mais comprometida com minha atuação profissional. Foi 
sempre um trabalho construído por meio das relações estabelecidas 
com os sujeitos alunos, colegas de trabalho, sujeitos sociais diversos, 
ONGs e instituições que foram envolvidos nos mais diferentes pro-
cessos estabelecidos.
Hoje estou na categoria de professora sênior e julgo-me feliz com 
minha trajetória profissional e pessoal, da qual participam e também 
contribuem para que eu seja “mais”, Dinarte Belato, meu esposo, e 
meus filhos, Juliano e Luísa, juntamente com suas famílias.
Pedro carlos rasia
Sou natural de Ijuí, município que integra o Conselho Regio-
nal de Desenvolvimento do Noroeste Colonial (Corede-Norc) do Rio 
Grande do Sul/Brasil. 
O início da minha caminhada profissional deu-se em virtude da 
oportunidade de participar da científica, como auxiliar de pesquisa 
no Instituto de Pesquisa e Planejamento (IPP) da Fidene. Esse envol-
vimento com a pesquisa, pesquisadores e estudos sobre a realidade 
regional despertou e revelou a importância da investigação científica 
para o conhecimento e para subsidiar o planejamento e o processo de 
desenvolvimento. Na década de 80 atuei como assistente de plane-
jamento e projetos no Setor de Planejamento, Projetos e Informações 
(SePPI) da Fidene/Unijuí.
Minha formação acadêmica iniciou-se com os cursos de Tec-
nólogo em Cooperativismo (1979) e Bacharelado em Administração 
(1984), ambos na Fidene. Realizei também o curso de Graduação em 
EaD
11
estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
Licenciatura para professor de matérias técnicas de Segundo Grau 
pela Unijuí, em 1986, o que me possibilitou a iniciação no magistério 
pelo Ensino Técnico em colégios e Escolas de Ensino Médio (CNEC 
e SECRS-EE 25 de Julho). Os estudos de Pós-Graduação ocorreram 
em 1987-1991 com o Mestrado em Administração na Universidade 
Federal de Santa Catarina (PPGA/UFSC), em seguida com o curso de 
Especialização em Ciências da Computação realizado na PUC/POA/
RS, concluído em 1992. 
Sou membro do Conselho Regional de Administração (CRA/RS) 
desde 1987. A partir de 1999 passei a ser Responsável Técnico da Fi-
dene/Unijuí e desde 2010 também da Associação Instituto de Políticas 
Públicas (AIPD) junto ao CRA/RS.
Desde o início da década de 90 tenho participado de grupos de 
pesquisa, planejamento e avaliação institucional. Integrei a Comissão 
Própria de Avaliação (CPA) da Unijuí (1991 a 2009). No período de 
2002 a 2006 fui avaliador ad hoc do Inep/MEC sobre as condições de 
funcionamento para fins de reconhecimento de cursos de Administra-
ção (Empresas e Pública). 
A partir de 2010 passei a fazer parte como membro titular do 
Comitê de Ética em Pesquisa da Unijuí.
Desde 1987 estou alocado e atuando no atual Departamento de 
Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação 
(Dacec) da Unijuí, que mantém programas de ensino como o curso 
de Administração (presencial e EaD) e o Programa de Formação Su-
perior de Tecnologia em Gestão e Negócios, além de Programas de 
Pesquisa e Extensão nos quais tenho envolvimento e interesse com 
as práticas, instrumentos e sistemas de gestão em micro, pequenos 
e médios empreendimentos (mPMEs), no Programa Transdisciplinar 
Incubadora de Economia Solidária e Desenvolvimento e Tecnologia 
Social da Unijuí (Itecsol/Unijuí) e da Incubadora de Empresas de 
Inovação Tecnológica (Criatec). 
Na segunda metade da década passada estive envolvido nos 
Programas Capacitação Empresarial e Redes de Cooperação conve-
niados entre Fidene-Sedai/RS, bem como participando em projetos de 
pesquisa, extensão e consultoria, o que tem proporcionado subsídios e 
inserção ativa na realidade regional, possibilitando diagnosticar, regis-
EaD
ariosto sparemberger – dinarte Belato – Maira Fátima Pizolotto – Marivane da silva – neyta oliveira Belato – Pedro carlos rasia
12
trar, sistematizar e socializar estas práticas na produção científica: Pla-
nos e Projetos: Elaboração, execução, gestão, registro e avaliação dos 
impactos (mais de duas dúzias); elaboração, publicação e apresentação 
em eventos de nove artigos, cinco cadernos, nove capítulos de livros e 
organização de três livros e de um Plano Estratégico Regional.
EaD
13
estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentesIntrodução
Estudos Organizacionais:abordagem integrativa e modelos emergentes é uma disciplina 
cujo foco central de discussão está na tecnologia e no ambiente das organizações, vistas como um 
sistema aberto, adaptativo e flexível. Trata-se do terceiro e último Caderno com enfoque especí-
fico – Estudos Organizacionais – a ser discutido no rol de disciplinas que compõem o currículo 
de formação profissional do(a) Administrador(a).
No primeiro Caderno tratou-se da abordagem estrutural, cuja centralidade estava na racio-
nalidade funcional (tarefas e estruturas) – nas concepções clássicas da Administração e de gestão. 
No segundo Caderno tratou-se da abordagem humanista, cuja discussão focou no paradigma 
humanista, comportamental e demais abordagens decorrentes do modelo de gestão, e, ainda, do 
modelo de desenvolvimento organizacional. 
Neste terceiro Caderno trataremos da abordagem integrativa, cuja discussão está focada 
no paradigma sistêmico e contingencial, até chegar numa orientação interpretativa (cultura 
organizacional) e no paradigma da Administração Participativa e da Responsabilidade Social, 
concluindo com uma sucinta exposição dos temas emergentes de gestão que representam os 
novos paradigmas de análise das organizações.
O paradigma integrador nos Estudos Organizacionais contempla inicialmente, a visão 
do foco “interno” no projeto organizacional, agregando a preocupação “externa” voltada para 
a incerteza ambiental. O contexto após a Segunda Guerra Mundial de intenso processo de de-
senvolvimento econômico, político e social intensificou as transformações nos padrões geren-
ciais, havendo também um processo de despolitização dos processos de tomada de decisão por 
meio dos quais se estabeleceu uma adaptação funcional adequada entre a organização e o seu 
ambiente.
Vamos continuar nossa viagem na própria história da Administração e, com base nos autores 
clássicos e contemporâneos, conhecer as contribuições da abordagem mais contemporânea da 
Gestão, que exibem a integração entre as organizações, os indivíduos, o ambiente e a tecnologia. 
Portanto, o presente livro está dividido em seis unidades:
A Unidade 1 apresenta o contexto do paradigma integrador nos estudos organizacionais, 
focando essencialmente a leitura do contexto mundial contemporâneo e sua inter-relação com 
as organizações vistas como sistemas sociais dinâmicos e complexos.
EaD
ariosto sparemberger – dinarte Belato – Maira Fátima Pizolotto – Marivane da silva – neyta oliveira Belato – Pedro carlos rasia
14
A Unidade 2 trata do paradigma sistêmico, que articula o modelo sistêmico de organização 
com as dimensões social e tecnológica para lidar com os problemas organizacionais.
A Unidade 3 começa discorrendo sobre o conceito e a origem da Teoria Contingencial, 
que começou a ser produzida nos anos 60, avançando na trajetória da Administração para lidar 
com a complexidade crescente dos sistemas produtivos e das organizações, em decorrência das 
transformações tecnológicas dos anos 70. A lógica dos modelos organizacionais exigiu cada vez 
mais a diferenciação e a especialização, conforme os requisitos dos ambientes em que estavam 
inseridos. Na sequência, foi apresentada uma série de pesquisas, cujo objetivo era aplicar os 
conceitos das principais teorias administrativas em situações gerenciais concretas e demonstrar 
a importância do ajustamento das estruturas organizacionais às ameaças e oportunidades exis-
tentes nos seus ambientes, com características mais flexíveis e orgânicas. 
Já a Unidade 4 apresenta a orientação interpretativa – a cultura organizacional, desde sua 
origem até as questões mais emergentes que envolvem a temática em questão.
A Unidade 5 trata de abordar o paradigma da Administração Participativa e da Responsa-
bilidade Social cujo foco está em contextualizar essa discussão no campo administrativo como 
modelos e estratégias utilizadas para envolver os trabalhadores das diversas esferas organizacio-
nais e de se aproximar da perspectiva dos clientes, evoluindo da preocupação econômica para 
a questão social.
Por fim, na Unidade 6, vamos conhecer os principais temas emergentes que marcam a 
sociedade contemporânea, com suas concepções e limitações, para entender as práticas geren-
ciais, bem como elucidar reflexões no sentido de que há muito mais a ser explorado no campo 
de estudo da gestão organizacional. Este é apenas um ensaio expositivo de temas que carecem 
de um aprofundamento de estudos – uma continuidade na descoberta do que podem contribuir 
para a gestão das organizações.
Concluímos este livro-texto com a apresentação das referenciais bibliográficos, que con-
tribuíram para a elaboração deste arcabouço teórico, e que representa um caminho para você 
conhecer mais uma parte da história da Administração, bem como o rol de indicações para que 
possa aprofundar seus estudos e reflexões nos Estudos Organizacionais.
Esperamos que os textos que compõem as unidades deste livro despertem em você o desejo 
de aprender e de construir o conhecimento do mundo da Gestão.
“Aprender sem pensar é tempo perdido” (Confúcio).
EaD
15
estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
conteXto do ParadigMa integrador 
nos estUdos organizacionais
neyta oliveira Belato 
dinarte Belato
oBjetivos desta Unidade
•	Relacionar	os	conteúdos	da	abordagem	em	foco	com	os	paradigmas	contemporâneos	da	admi-
nistração.
•	Contextualizar	a	abordagem	integrativa	e	os	modelos	emergentes	nos	estudos	organizacionais.
as seçÕes desta Unidade 
Seção 1.1 – Estabelecendo conexões
Seção 1.2 – Contexto mundial contemporâneo, e suas principais mudanças 
Seção 1.3 – As organizações enquanto sistemas sociais dinâmicos e complexos
seção 1.1 
 
estabelecendo conexões
Considerando nossas aprendizagens ocorridas no desenvolvimento dos componentes Estu-
dos Organizacionais – na abordagem estrutural e na abordagem humanista, vamos procurar criar 
as condições para avançarmos nas reflexões, desta vez no enfoque dos Estudos Organizacionais: 
abordagem integrativa e modelos emergentes.
Seguiremos com o fio condutor no olhar dos paradigmas por se tratar de uma forma mais 
crítica de analisar o conhecimento produzido na área das Teorias Organizacionais.
Unidade 1
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Estamos entendendo paradigma como uma forma de ver, analisar e agir em uma determi-
nada realidade que, por sua vez, deixa transparecer conhecimentos, valores e crenças aprendidas 
ao longo de uma história, de uma vida (revejam suas descrições da Unidade 2 da série Livro-Texto 
Estudos Organizacionais: abordagem estrutural). 
Um novo paradigma surge quando determinado modelo não dá mais conta de analisar, 
intervir e modificar um determinado fenômeno da realidade, o que não é diferente para a área 
da Administração e das organizações.
Destaca-se que as mudanças ocorrem por influência de uma multiplicidade de fatores 
como: o avanço da ciência, novas teorias, novos contextos, novas descobertas tecnológicas, novas 
experiências organizativas, novas formas de considerar os seres humanos, suas culturas e demais 
dimensões colocadas pelo mundo globalizado.
Como vocês já vêm estudando, vivemos em um mundo com mudanças constantes que exi-
gem sempre mais conhecimentos e a formação de um pensamento complexo para diagnosticar 
problemas, enfrentar necessidades, superar desafios que nos são postos, no cotidiano da vida 
e dos negócios, quer seja na perspectiva teórica da produção do conhecimento ou nas práticas 
de gestão.
Enfrentar situações de mudanças não é coisa fácil e desafia igualmente os pesquisadores, os 
estudantes e práticos a desenvolverem estudos sistemáticos,com registros adequados conforme 
a realidade do que estiver sendo sistematizado, se quisermos fazer aprendizagens individual e 
organizacional.
Vamos agora abordar como vêm se construindo a abordagem integrativa e os modelos 
emergentes, de forma a auxiliar na compreensão evolutiva dos Estudos Organizacionais. Vocês 
devem estar se perguntando: Por que esta disciplina Estudos Organizacionais tem uma abor-
dagem integradora?
Vamos adiantando algumas possibilidades de entendimento para que possam construir 
outras interpretações ao longo de nossas reflexões.
A visão integradora incorpora influências conceituais e fundamentos trazidos pelos pionei-
ros do pensamento sistêmico, na medida em que já empregavam a ideia de sistema para definir 
as organizações no momento em que buscavam entender seu dinamismo. Destacamos nessa 
construção procedimentos como:
a) buscar analisar as contribuições teóricas existentes na dimensão do processo histórico, desta-
cando concepções ainda válidas na contemporaneidade e que estivessem abertas a múltiplas 
explicações e à reconceitualização;
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
b) resgatar práticas administrativas ou de gerência que estivessem abertas a várias conversações 
na busca de qualificar os enfoques, os processos e as intencionalidades organizacionais;
c) detectar a necessidade de olhar e tratar a organização como um todo integrado e complexo, 
com destaque para as relações entre suas partes, tanto interna quanto externamente. Esta é a 
condição para melhor compreendê-las no contexto em geral.
A abordagem integrativa traz percepções conceituais e interpretativas de outros campos 
do conhecimento, que se baseiam na multidisciplinaridade para melhor explicitar os fenômenos 
sociais, como é o caso da Antropologia, da Sociologia, da Psicologia e da política como contribui-
ções da área das Ciências Sociais. Incorporam, no entanto, também, conhecimentos da economia, 
da cibernética e da pesquisa operacional para destacar algumas abordagens que igualmente 
contribuem para integrar novas visões sobre os fatos administrativos e sobre as organizações.
A abordagem integrativa procura dialogar com vários sujeitos e observar vários tipos de 
experiências na busca de construção de novas ideias, de novas práticas organizacionais, na 
perspectiva da construção de consensos que auxiliem no avanço da interpretação do fato admi-
nistrativo como um fato global e nas formas de gestá-lo de maneira mais integrada possível.
Na medida em que se avança nos estudos organizacionais, novos paradigmas vão se 
destacando, e é a partir deles que vão surgindo os novos modelos de análise organizacional, e 
por vezes, até contraditórios entre si. Nesse embate vão surgindo novas temáticas na busca de 
atender dimensões não explicitadas ou parcialmente consideradas ao longo do desenvolvimento 
das organizações e das teorias que têm buscado interpretá-las.
É interessante usar como simbologia da produção do conhecimento, a ideia de como os 
estudos organizacionais poderiam ser observados numa lógica de movimento de uma espiral, 
que vai se desenvolvendo de forma contínua e sendo enriquecido pelas aprendizagens ocorridas 
no processo de se desafiar a crescer e a se desenvolver, cujo movimento incorpora as experiências 
passadas, contextualiza-se no presente e projetam-se para o futuro.
Nessa perspectiva, as metanarrativas de Reed (1998 apud Clegg, Hardy; Nord, 1998) 
apresentadas no livro-texto Estudos Organizacionais: abordagem estrutural (2009), são de grande 
relevância, pois mostram uma preocupação com as temáticas centrais, tanto do ponto de vista 
teórico como da gestão, ocorrida em determinada época e contexto, mas que ainda tem atualida-
de, como é o caso da busca sempre maior pela racionalidade administrativa, mesmo que dentro 
de diversas lógicas; é uma realidade presente em todas as organizações e em todos os enfoques 
teóricos, como se observa na Figura 1.
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ÊNFASE NA LÓGICA ORGANIZATIVA
RACIONALIDADE 
CONHECIMENTO
JUSTIÇA
CRIATIVIDADE
MECANICISTA
ORGÂNICA
CUSTO/BENEFÍCIO
CÉREBRO/CULTURA
FLUXO DE 
TRANSFORMAÇÃO
METANARRATIVA 
ANALÍTICA
Michael Reed
De capitalismo gerencial a 
capitalismo neoliberal
De coletivismo liberal a 
corporativismo negociado
a pós-ind./pós-mod.
Democracia repressiva e 
democracia representativa
Capitalismo em expansão 
globalizada
Racionalidade 
operacional/funcional
MÉTAFORAS 
Morgan
De Estado guarda noturno ao 
Estado Industrial
Racionalidade comunicativa 
/substantiva
Racionalidade econômica
Racionalidade legal/institucional
Integração – diversos tipos de 
lógicas – dependendo da situação
Racionalidade dos 
direitos/substantiva
Racionalidade crítica/intuição
Figura 1 – Possibilidades para análise organizacional
Fonte: Elaborado pela professora Neyta Belato (2011).
A Figura 1 mostra algumas relações entre os paradigmas em destaque, em que se observa 
que a problemática principal da metanarrativa de Reed (1998) é o consenso para se chegar a 
uma integração, a qual está muita ligada com as preocupações de Morgan (1996), que trabalha 
a organização como um sistema vivo, com foco na metáfora orgânica.
Voltando-se à metanarrativa da integração, destaca-se que ela dá ênfase às lógicas da 
racionalidade substantiva e da racionalidade comunicativa, sem deixar completamente de lado 
outras possibilidades. 
Se a metanarrativa da integração inicia sua explicitação com os estudos das Relações 
Humanas e do Comportamentalismo, tem seu aprofundamento e ampliação argumentativa no 
campo da reflexão teórica e das práticas de gestão com a aplicação do Paradigma Sistêmico na 
teoria das organizações.
A narrativa da integração evidencia a busca de entendimentos sobre processos e ativida-
des que estão mutuamente relacionados para a realização dos objetivos organizacionais, tanto 
internamente, entre suas partes, os subsistemas, quanto externamente, entre o meio específico 
e o meio geral com quem a organização mantém relações. 
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
Essa compreensão é reforçada por Morgan (1996) ao analisar a organização por meio da 
metáfora orgânica, que a entende como uma entidade viva que mantém constante interação com 
o meio ambiente objetivando satisfazer suas necessidades básicas. Isto para dar continuidade a 
sua existência e do meio social em que está inserida, na medida em que estão sempre enfren-
tando novas necessidades e como consequência, novos desafios. 
Essa busca da integração se dá no contexto do desenvolvimento do capitalismo liberal que 
é orientado pela proposta de um Estado de bem-estar social. Essas noções, no entanto, vocês 
desenvolveram ao longo das disciplinas de Estudos Organizacionais, que antecederam a este 
e, estamos apenas mostrando as relações para avançarmos na comparação do paradigma con-
temporâneo da Administração. 
Nogueira (2007) tem na teoria sistêmica um marco conceitual que muda as formas de ver 
a organização e de fazer a gestão, como estudaremos na próxima unidade.
Os paradigmas contemporâneos estão orientados para desvendar e entender a articulação 
entre os contextos externos e internos das organizações. Nogueira (2007, p. 108) explicita que “a 
ideia é o ajuste da empresa no contexto geral, o que pressupõe maior equilíbrio, em seu contexto 
interno, entre as dimensões técnicas e sociais defendidas nos paradigmas formadores”.
É para entender melhor essas relações que vamos destacar alguns pontos para caracterizar 
o contexto mundial na contemporaneidade,com ênfase para as últimas décadas do século 20 e 
início do século 21, tendo por base as contribuições de Dinarte Belato.1
seção 1.2 
contexto Mundial contemporâneo e suas Principais Mudanças
Para entender as organizações na sua globalidade sempre se fez necessário a contextu-
alização do espaço e do tempo onde estão inseridas. Hoje esta abordagem faz-se necessária, 
considerando a complexidade e o dinamismo dos fatos econômicos e sociais que têm impactado 
diretamente e de forma contundente os mais variados tipos de organizações e nos mais diversos 
continentes. Com esta preocupação, passaremos a discorrer sobre os fatos ocorridos nas últimas 
décadas, que têm implicações diretas e indiretas na vida das organizações e da sociedade como 
um todo.
1 Dinarte Belato é especialista em análise de conjuntura.
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1.2.1 – o FiM da ordeM econôMica e Política: 1945/1980
Na década de 80 acentua-se e generaliza-se uma crise econômica e política de extensão 
mundial. Essa crise representa o esgotamento e término de um longo ciclo de crescimento eco-
nômico iniciado em 1945, imediatamente após o término da Segunda Guerra Mundial e cujos 
parâmetros econômicos, políticos e institucionais foram estabelecidos na Conferência de Bretton 
Woods, no Estado de New-Hampshire, Estados Unidos da América. 
Participaram da Conferência 730 delegados de 44 países, todos eles aliados na guerra 
contra a Alemanha, Japão e Itália, os chamados “países do Eixo”. Os objetivos fundamentais da 
Conferência foram os seguintes: impedir uma nova guerra mundial; evitar crises econômicas e 
recessões como a de 1929; definir uma nova ordem econômica, seus fundamentos e instituições. 
A nova ordem mundial foi afiançada pelos EUA que, ao término da Segunda Guerra, se constituía 
na maior potência econômica, política e militar do mundo.
Os acordos celebrados incidiram sobre os seguintes pontos fundamentais que, em seu 
conjunto, definiram as regras, criaram as instituições e procedimentos para regular a política 
econômica internacional, bem como a de cada país em particular participante da conferência:
− criação do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), também conhe-
cido como Banco Mundial, cujo objetivo imediato era prover e disponibilizar os recursos para 
a reconstrução dos países mais atingidos pela guerra e, posteriormente, canalizar os recursos 
mundiais para a promoção do desenvolvimento, em particular dos países pobres e subdesen-
volvidos;
− criação do Fundo Monetário Internacional (FMI), cujo objetivo principal consistia no socorro 
financeiro e assistência técnica a países que enfrentassem dificuldades financeiras e que, por 
essa razão, poderiam tornar-se focos de instabilidade econômica e social;
− liberalização do comércio internacional mediante uma ampla destarifação (em média da ordem 
de 70%), da diminuição das práticas protecionistas e, sobretudo, impedir as guerras comerciais, 
seja por prática de dumping ou outros meios não econômicos;
− estímulo à intervenção do Estado na economia, em particular no que se refere a investimentos 
de infraestrutura, promoção do desenvolvimento, distribuição de renda e promoção de políticas 
sociais distributivas, tais como: promoção da universalização da educação básica, políticas 
de saúde e assistência médica; políticas de habitação. Essas modalidades de intervenção do 
Estado receberam o nome de “políticas keynesianas” ou políticas de “bem-estar social”.
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
Os resultados da Conferência, aliados às demais condições políticas e sociais da conjuntura 
internacional, bem como ao medo de uma nova guerra ou de novas crises econômicas, propicia-
ram um ambiente de tal forma favorável que a economia mundial como um todo e na maioria 
dos países em particular teve o mais longo ciclo de crescimento da história econômica moderna 
e contemporânea. O ciclo é conhecido como “Era de Ouro do Capitalismo”.
A crise representa também o esgotamento do modelo tecnológico-industrial e de organi-
zação do trabalho chamado “taylorista-fordista”, baseado na produção em série, propiciada pelo 
desenvolvimento crescente da automação mecânica aplicada sobretudo nas indústrias típicas da 
segunda revolução industrial, cujos setores mais dinâmicos são: a indústria automobilística, a 
indústria químico-farmacêutica, a indústria da energia elétrica e petrolífera, bem como a indús-
tria dos transportes aéreo, terrestre (ferroviário e rodoviário), marítimo e das telecomunicações 
(telefonia, rádio e televisão).
A crise, finalmente, tem uma dimensão importante, pois representa o fim da ordem mundial 
nascida no pós-guerra, quando o mundo foi política e economicamente dividido entre as duas 
potências vencedoras: os Estados Unidos e a União Soviética. O fim da União Soviética em 1989 
e o enfraquecimento da liderança dos Estados Unidos no mundo fez surgir, aos poucos, uma nova 
ordem mundial denominada sociedade global ou mundo globalizado.
1.2.2 – gloBalização: uma nova ordem mundial em construção
O capitalismo tem, como sistema socioeconômico, algumas características que lhe são 
próprias e estão presentes desde o início de seu desenvolvimento.
A primeira dessas características consiste em sua tendência à concentração de capital em 
alguns países e em unidades econômicas empresariais cada vez maiores e com âmbito de atua-
ção cada vez mais profundo e extenso. A concentração de capital em alguns países converteu-os 
em potências econômicas e, por consequência, em potências políticas e militares, capazes de 
intervir em qualquer parte do mundo. Assim foi a Espanha no século 16, a Holanda no século 
17 e a Inglaterra nos séculos 18 e 19 e os Estados Unidos no século 20.
A concentração empresarial por setores e ramos deu origem a empresas atuando em âmbito 
nacional; a seguir, em organizações internacionais (ou multinacionais), depois transnacionais 
e, logo a seguir, em empresas globais, isto é, empresas cujo estágio de desenvolvimento lhes 
permite atuar em qualquer espaço do mundo. Pensem, por exemplo, em empresas como a Coca-
Cola, Fiat, GM, Ford, Volkswagen, ou nos fabricantes de aviões como a Boeing ou a Airbus e 
muitas outras.
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Essas empresas que se mundializaram o fizeram usando vários estratagemas, tais como: 
compra dos concorrentes, associações, joint-ventures, fusões; provocando a falência de concorren-
tes locais ou nacionais, ou ainda, utilizando a prática de dumping que consiste em baixar o preço 
de seus produtos o tempo suficiente para quebrar o concorrente que não pode fazer o mesmo, ou 
ainda, finalmente, por meio de investimentos em novas tecnologias, inovação ou barateamento 
do produto. Muitas dessas empresas são tão grandes que seu faturamento é maior do que o PIB 
de um grande número de países.
O segundo aspecto tendencial do capitalismo é sua permanente e incessante inovação 
tecnológica, cujos objetivos fundamentais são: aumentar a produtividade do trabalho, baratear o 
custo unitário do produto, ampliar a faixa de lucratividade e melhorar a seu favor a concorrência 
com outras empresas. O automóvel, que em sua origem era um produto só acessível a pessoas 
muito ricas, converteu-se no século 20 num bem acessível até mesmo a pessoas de renda modesta. 
Em compensação, são muito poucas as empresas que os fabricam.
O terceiro aspecto consiste na crescente fusão entre pesquisa científica e sua aplicação em 
inovações tecnológicas. É esta a razãopela qual as empresas globais mantêm em suas matrizes 
laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de produtos ou mobilizam e financiam centros uni-
versitários a quem encomendam as pesquisas de seu interesse. O conhecimento científico e suas 
aplicações constituem hoje um patrimônio estratégico das empresas e dão origem a um tipo de 
propriedade chamada “Propriedade intelectual”, guardada e protegida por protocolos jurídicos 
e políticos de abrangência mundial.
O quarto aspecto diz respeito ao papel estratégico do Estado na promoção do crescimento 
econômico e na abertura de oportunidades de investimento e negócios, concessão de estímulos 
e subsídios. Na verdade, as empresas e seus negócios só prosperam se contarem com a proteção 
de seu Estado de origem e dos Estados nacionais receptores de suas filiais, as quais impõem, 
sempre, exigências de isenção fiscal, facilidade de crédito e investimentos de infraestrutura.
As inovações tecnológicas produzem sempre grandes impactos sobre os trabalhadores, pois 
ao serem introduzidas no sistema produtivo modificam a organização do trabalho, seu ritmo e 
intensidade, tornam obsoletos habilidades e saberes úteis no sistema tecnológico anterior mas 
inúteis para o novo e, sobretudo, substituem os trabalhadores em quantidades crescentes. A 
introdução do trator, da ceifadeira, da plantadeira e da máquina de aplicar defensivos agrícolas 
reduziu ao mínimo o trabalho humano na produção de cereais. O mesmo ocorreu na indústria 
e nos serviços. 
Estamos hoje em meio a uma nova revolução científica e tecnológica que está modificando 
em profundidade todo o sistema de trabalho. A introdução da eletrônica, das máquinas “inteli-
gentes”, autorreguláveis, computadores e robôs está conformando uma nova paisagem social, 
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
humana e laboral. E todos temem que as máquinas, ao avançarem sobre os trabalhos que até 
agora eram reservados aos humanos, gerem uma sociedade na qual o trabalho será escasso, e 
o desemprego crescente.
Finalmente, o mundo globalizado tende a ser cada vez mais homogêneo: nos hábitos ali-
mentares – as mesmas empresas processam no mundo afora biscoitos, massas, carnes, bebidas, 
lácteos; no vestuário, na música, no cinema, nas diversões, nos locais de turismo, esportes e lazer. 
Tende a ser também mais homogêneo nos modos de pensar, de reagir diante de determinadas 
situações, a aspirar a ser e a ter as mesmas coisas, mesmo que nos digam que precisamos “fazer 
a diferença”, que precisamos ser nós mesmos, autocentrados, independentes e, em geral, política 
e ideologicamente conservadores. 
Um mundo globalizado, econômica e politicamente interdependente, crescentemente 
governado por instituições e entidades públicas e privadas globalizadas, teme a mudança. O 
conformismo e o individualismo tornam-se, então, o modo correto de comportamento globalizado 
e desejado.
1.2.3 – a gloBalização do sécUlo 20
A globalização que vivemos hoje, da qual vimos alguns aspectos, apresenta característi-
cas que é preciso ressaltar. Ela nasceu do esgotamento e da crise da longa fase de prosperidade 
científica e técnica, econômica e social iniciada após o término da Segunda Guerra Mundial. 
Que modalidade de globalização emerge desta crise? É uma globalização cujos traços mais im-
portantes são os seguintes:
Politicamente, todos os países desenvolvidos optaram por um modelo liberal de Estado, 
de economia e de sociedade. O Estado cedeu às empresas e negócios privados uma parcela de 
seu poder de dirigir a economia e o desenvolvimento ao privatizar as empresas que criara para 
promovê-los: bancos, indústrias de base, infraestrutura, serviços. Fortificaram-se, deste modo, 
em todo o mundo, as empresas privadas que, ao abocanhar os espaços deixados pelos Estados, 
ganharam o poder de promover o desenvolvimento econômico e alocar seus recursos nos espaços 
mundiais que melhor os remunerassem e exigiram a abertura dos mercados nacionais ao livre 
jogo do mercado.
Os Estados nacionais, que perderam importantes parcelas de poder, assumiram com grande 
esforço e empenho a função de “regular” e institucionalizar a sociedade, adaptando-a às novas 
condições globais. O Estado nacional tornou-se também participante ativo dos novos fóruns e 
organizações mundiais, como o FMI, Banco Mundial, OMC, G7, G8, G14, G20 e demais órgãos 
das Nações Unidas, bem como de órgãos regionais como OEA, Mercosul, etc., todos eles voltados 
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a estabelecer regras, procedimentos e práticas para o bom funcionamento da economia global. 
Fez-se necessário e urgente, depois do término dos acordos e regras surgidas na Conferência de 
Bretton Woods, que se formulasse uma nova ordem mundial. 
Ao terminar a ordem mundial do pós-guerra, quando os dois grandes atores eram as duas 
superpotências capitalista (EUA) e socialista (URSS), surgiram múltiplos polos de poder que co-
meçaram a atuar no espaço global juntamente com os Estados Nacionais, tais como as empresas 
transnacionais, das quais já falamos anteriormente, as instituições mundiais como a ONU e seus 
organismos, os vários agrupamentos de nações que se reúnem para defender interesses comuns: 
G7, G8, G20; as organizações não-governamentais (ONGs) como o Greenpeace, Human Rights 
Watch, grupos religiosos confessionais islâmicos, cristãos, judaicos, budistas; os organismos 
regionais políticos e econômicos como a OEA, BID, Mercosul, Nafta, União Europeia, Asean, 
etc., bem como entidades empresariais, humanitárias (Cruz Vermelha, Médicos sem Fronteiras) 
e científicas. 
Tudo e todos têm em vista operar no espaço global, tudo é perpassado por redes, interes-
ses e empresas que operam no espaço global. O local e o regional só podem ser corretamente 
compreendidos na exata medida em que tornam visíveis e efetivas suas relações com o espaço 
global.
A produção local de soja e leite, por exemplo, obriga os produtores a ter um olho voltado 
para lavoura e para o estábulo e outro para o mercado mundial de lácteos e de grãos, comandado 
por meia dúzia de empresas na bolsa de cereais de Chicago, Londres e Amsterdã, bem como as 
demandas do mercado chinês e indiano. O geógrafo Milton Santos, para expressar esta relação 
estreita entre o local e o global inventou a palavra “glocal”.
1.2.4 – a econoMia gloBal entroU eM crise agUda eM seteMBro de 2008
O século 21 iniciou sob os auspícios de prosperidade e bem-estar. Até meados de 2008 o 
crescimento econômico da economia foi constante e crescente em praticamente todo o mundo, 
mas sobretudo num punhado de países que ganharam o belo epíteto de “emergentes”. Entre 
esses estão China, Índia, Rússia, África do Sul, Brasil e México, Irã, Paquistão, Argentina, Arábia 
Saudita, coincidentemente países com grandes populações, extensos territórios e abundantes 
recursos naturais.
As economias nacionais do mundo cresciam, aumentavam o consumo, demandavam cada 
vez mais energia e alimentos. A crise começou justamente pela energia e alimentos, cujos preços 
subiram desmedidamente, provocando crises de abastecimento em muitos países pobres.
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
A resposta a essas duas crises foi imediata: ampliou-se a produção de alimentos e a pro-
dução de energia, seja pela descoberta de importantes jazidas, como no Brasil, assim como pela 
construção de gasodutos e oleodutos na Ásia Central e Oriente Médio, apesar das guerras em 
curso naquela região e, sobretudo, pela produção intensiva de biocombustíveis. A produção de 
alimentos expandiu-se principalmente pela incorporaçãode novas terras, ou aluguel de terras 
ociosas a grupos internacionais.
A crise, entretanto, não estava no insuficiente suprimento de energia, nem principalmente 
na escassa produção de alimentos. A crise foi, antes de tudo e principalmente, uma decorrência 
do sistema de livre-mercado, desregulado ao extremo, do setor financeiro, fortemente especulativo 
e mundializado. A crise começou nos Estados Unidos e rapidamente se expandiu pelo mundo. 
Todos, espantados, perguntavam-se de suas causas e insistiam na urgência de agir imediatamente 
para evitar que a crise assumisse as proporções que tomou a que se iniciou em 1929 e que só foi 
superada após o término da Segunda Guerra Mundial.
a) as causas da crise
As causas da crise são múltiplas. As principais, entretanto, são as seguintes, segundo in-
formes e análises de instituições internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, bem como de 
assessores do G20:
− liberdade absoluta para a circulação mundial do capital financeiro, sem regras nem transpa-
rência em suas operações;
− diminuição do poder de intervenção do Estado na economia, na suposição de que o livre-
mercado seria o meio mais eficiente e seguro de controle e regulação;
− redução ou perda significativa da soberania dos Estados nacionais;
− crescimento acelerado dos dois polos extremos da sociedade: de um lado, os muito ricos, de 
outro, os muito pobres, com diminuição simultânea das classes médias, que tiveram perdas 
de renda ao longo dos últimos 30 anos;
− desregulação das relações de trabalho, com crescente precarização do emprego e das políticas 
de proteção e seguridade social;
− privatização dos serviços públicos e queda de sua qualidade e incremento de seus custos;
− a crise atingiu mais fortemente os países de capitalismo avançado, justamente aqueles que 
mais amplamente aplicaram e se beneficiaram das políticas liberais de desregulação dos mer-
cados.
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b) Medidas para superar a crise
A crise que ameaçava paralisar a economia global impôs ao grupo mais rico e influente 
do mundo – o G20 – a tarefa de encaminhar as medidas coletivas com vista a contorná-la. O 
G20 era, até então, um fórum de ministros da Economia e presidentes dos bancos centrais das 
principais economias do mundo. Com a crise e por causa dela, o G20 foi convertido no fórum 
dos presidentes desses mesmos 20 países, dando-lhes um peso e um poder de deliberação que 
nenhum organismo então existente tivera. 
O G20 reuniu-se três vezes entre 2008 e 2009. Os encaminhamentos dados para solucionar 
a crise foram, em síntese, os seguintes:
− restabelecer o funcionamento do sistema bancário de cada país e do sistema financeiro mun-
dial;
− realizar esforços para restabelecer a confiança nos sistemas bancário e financeiro, profunda-
mente abalados pela crise;
− estabelecer sistemas de controle sobre a movimentação financeira dos bancos e instituições 
financeiras, em particular a eliminação dos paraísos fiscais com fim do sigilo bancário, que se 
converteu em meio de burlar o fisco e ocultar operações criminosas; 
− instituir novos sistemas de contabilidade bancária;
− injetar recursos financeiros para evitar a quebra do sistema bancário;
− fazer investimentos públicos em obras de infraestrutura com o objetivo de gerar rapidamente 
empregos em grande quantidade;
− socorrer empresas em perigo de falência cujas cadeias produtivas, por serem longas, são aptas 
a gerar numerosos empregos. Entre estas empresas estão, sobretudo, as automobilísticas e as 
da construção civil.
c) a gradativa retomada do crescimento econômico mundial
A partir de meados de 2009 a economia mundial começou a dar os primeiros sinais de 
reação com a retomada do crescimento econômico.
Na reunião de cúpula do G20, realizada nos dia 24 e 25 de setembro de 2009, na cidade 
de Pittsburg, nos Estados Unidos, a avaliação feita pelo Grupo é de que o pior da crise passara. 
O Grupo, entretanto, mostrou-se muito prudente e recomendou, com ênfase, a manutenção 
das seguintes medidas para consolidar o crescimento da economia mundial, em especial a dos 
membros do G20, que representam em torno de 80% do PIB mundial:
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− manter todos os esforços necessários para a retomada do crescimento, sobretudo a manutenção 
de políticas de investimentos públicos elevados, seja para sanear o sistema financeiro, seja 
para estimular a produção e os serviços, em particular os que têm impacto sobre a geração de 
empregos;
− o sistema financeiro requer ainda a implementação de reformas profundas e em todos os 
níveis, a respeito dos quais ainda não há, entre os membros do Grupo, consensos firmados, 
em particular sobre as modalidades de pagamento aos executivos dos bancos (distribuição de 
bônus), sobre a exigência de que os bancos tenham fundos próprios para lastrear os papéis 
que emitem e a respeito de que normas devem ser implementadas de contabilidade bancária, 
bem como a respeito do sigilo bancário e dos paraísos fiscais;
− reforma do FMI, com vistas a ampliar o poder de voto dos países emergentes, o que implica, na 
prática, nova distribuição do poder de votos e, por conseguinte, do poder decisório no governo 
do Fundo;
− se é verdade que há consenso sobre uma notável recuperação da economia mundial nos 
últimos meses, não há ainda consenso sobre seu significado e duração. Alguns economistas 
entendem que a recuperação não é ainda sustentável, que é provável a ocorrência de nova 
crise, principalmente por causa dos grandes déficits públicos anteriores à crise, acrescidos 
pelos que foram feitos pelos governos com vistas a estimular a economia. É particularmente 
preocupante o déficit crônico do governo e da balança comercial de pagamentos dos Estados 
Unidos. Os economistas tendem a crer que a pressão exercida sobre os orçamentos públicos, 
causada pelos pesados déficit fiscais, podem ser tanto um foco de instabilidade e crise quanto 
de diminuição do ritmo de crescimento da economia;
− a crise, o modo de enfrentá-la com plena participação dos principais países emergentes e, 
sobretudo, a evidência de que os antigos fóruns de decisão, como o G7, não mais têm auto-
ridade e poder de tomar decisões que sejam válidas ou possam ser impostas a todo o mundo, 
acabou por fortificar um grupo de países, em particular o poderoso grupo conhecido como 
Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que vinham reivindicando há mais tempo 
um assento nos organismos decisórios da economia de caráter global. Esta talvez seja a mais 
importante mudança na ordem mundial emergente, que tipifica uma nova partilha do poder 
e da ordem mundial. O mundo governado por um restrito grupo de países como o G7 parece 
estar definitivamente acabado. O grande tema permanente da conjuntura mundial será, daqui 
para a frente, a tarefa coletiva da construção de uma nova ordem mundial;
− como alguns analistas previram, entretanto, a retomada do crescimento global não estava cla-
ramente consolidada. Desde 2010, os países da periferia da Europa: Grécia, Hungria, Espanha 
e Portugal e, em 2011, Itália e Bélgica, passaram a enfrentar grave crise financeira ocasionada 
pelos enormes débitos acumulados pelos governos. Teme-se que a insolvência desses países 
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ariosto sparemberger – dinarte Belato – Maira Fátima Pizolotto – Marivane da silva – neyta oliveira Belato – Pedro carlos rasia
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possa contaminar a economia europeia e mundial. É certo, porém, que a turbulência continua 
se situando preferencialmente nos países desenvolvidos da América do Norte, Europa do euro 
e Japão. Os EstadosUnidos revelaram, em 2011, um aspecto dramático de sua crise econômica, 
que consiste na crescente dificuldade de financiar sua dívida pública, de cobrir o déficit da 
balança de pagamentos e os crescentes custos de suas intervenções militares pelo mundo;
− a reunião do G20 acontecida em junho de 2010, bem como reuniões subsequentes, revelaram 
um estado de espírito dos dirigentes das economias de capitalismo desenvolvido bastante pes-
simista, sobretudo dos europeus, que estão acreditando que a tomada de medidas restritivas 
ao crescimento é o caminho mais correto. O Brasil, e os demais membros do grupo BRICS 
assim como o governo dos EUA, entendem que tal política econômica pode levar à recessão 
mundial. O Brics, por enquanto, segue sendo a locomotiva da economia mundial.
seção 1.3 
as organizações enquanto sistemas 
sociais dinâmicos e complexos
Como vocês já estudaram no livro-texto Estudos Organizacionais: abordagem estrutural, 
o conteúdo que trata da concepção de organização e outros fundamentos, vamos nos deter a 
abordar e discutir a organização em seu caráter social, na dimensão do seu dinamismo e com-
plexidade. 
Entendendo então as organizações sociais como sendo as relações sociais que se estabe-
lecem mediante a união e a cooperação entre pessoas, que se estruturam para atingir determi-
nadas finalidades – sejam elas econômicas, sociais, culturais – criando canais de comunicação 
e decisões condizentes com uma estrutura de poder e estilo de gestão que acreditem serem 
coerentes com sua postura.
São sistemas sociais dinâmicos na medida em que nascem, crescem e se desenvolvem no 
contexto de sistemas sociais de maior amplitude e complexidade, como é o caso de se situarem 
dentro de um continente, de um Estado e de um município específico. 
Podemos afirmar que organizações como a Petrobras, o Banco do Brasil, a Odebrecht e 
outras que têm atuação na América Latina, no Brasil, em diversos municípios, sofrem influências 
das pressões e forças organizacionais que atuam nesses espaços, buscando orientá-las conforme 
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
os interesses locais e de grupos que as representam. Além do mais, também sofrem exigências 
de um mercado globalizado em termos de tecnologia, de qualificação dos produtos oferecidos e 
de preços, para que possam ser competitivas e permanecerem vivas.
São todas situações que desafiam as organizações para estarem sempre em reestruturação, 
desde a concepção dos desenhos organizacionais à concepção do poder, às definições dos cargos 
e das responsabilidades, dos programas de qualificação do pessoal, da tecnologia utilizada, entre 
tantas outras dimensões, para que possam sempre oferecer novos produtos para atender às novas 
demandas da sociedade, e até contribuir para modificar o contexto no qual estão inseridas.
Responder a esses desafios é uma questão que não se apresenta só para as grandes organi-
zações, mas também para as menores, se desejarem passar sua atuação do “estágio doméstico” 
para o “estágio internacional” ou mesmo do “estágio multinacional” para o “estágio global” 
(Oliveira; Silva, 2006, p. 8). Na passagem de um estágio para outro vão enfrentando cada vez 
mais situações complexas, quer do ponto de vista das demandas, quer do ponto de vista da cul-
tura e da legislação.
Destaca-se que o dinamismo necessário para enfrentar as mudanças acontece tanto na 
área pública quanto na área privada, e em todos os setores econômicos da produção, desde a 
produção agropecuária, a industrial e a prestação de serviços em geral. Também é independente 
do tipo de sociedade escolhida para definir o tipo de propriedade: limitada, anônima, coopera-
tiva, familiar, etc. 
Todas as organizações precisam tomar consciência e agir a partir dos novos instrumen-
tos colocados para qualificar a gestão, e isso acontece por meio dos novos conhecimentos, que 
perpassam as dimensões técnicas, humanas, sociais/culturais e que são produzidos numa visão 
multidisciplinar e numa ação interdepartamental. 
A busca do conhecimento é um dos caminhos abertos para a inovação e a criatividade, para 
que se possa passar da fase do discurso à propositividade. É também a condição para entender 
a complexidade organizacional, que é determinada pela sua constituição multifuncional e, em 
parte, condicionada pela dimensão humana e pela cultura que preconizam, pelo estágio de 
desenvolvimento em que se situa e pelos paradigmas administrativos que assume para orientar 
seus projetos e ações.
As pesquisas já têm demonstrado que a identidade organizacional depende da identidade 
dos sujeitos que a constituem, e da identificação que ambas constroem com o meio social ao 
qual estão conectadas. Por isso, há a necessidade de os administradores estarem atualizados 
e conhecendo as políticas públicas que condicionam a vida da sociedade no seu todo e muito 
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ariosto sparemberger – dinarte Belato – Maira Fátima Pizolotto – Marivane da silva – neyta oliveira Belato – Pedro carlos rasia
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especialmente, dos setores em que atuam, pois estes podem revelar nichos de ações futuras, 
limites ou estímulos ao seu fazer. Não menos importante é tomar posição sobre a proposta de 
desenvolvimento que desejam construir, explicitá-las no seu fazer cotidiano.
Todas essas dimensões revelam características sistêmicas das organizações que devem ser 
pensadas na sua globalidade e nas suas relações com o macromeio em que vivem e convivem. 
Destaca-se que em qualquer tipo de sistema nada está isolado, tudo se relaciona, ou melhor, se 
inter-relaciona. Qualquer mudança em uma das partes de um dado sistema afetará as outras 
partes constituintes.
Exemplo: A última crise econômica financeira, iniciada em 2008, afetou o mundo inteiro 
e tornou-se uma crise global, puxada pela dimensão da crise imobiliária e da crise do sistema 
financeiro dos Estados Unidos, causando vultosos prejuízos econômicos e sociais no mundo 
inteiro. Pessoas perderam suas casas e empregos. Bancos fecharam suas portas, indústrias igual-
mente fecharam e o comércio funcionou de forma lenta. Pense se você não conhece alguém ou 
uma organização que tenha se queixado de prejuízos ou que tenha tido ganhos com as políticas 
adotadas para enfrentar a crise.
Em julho de 2009 tivemos outro exemplo muito vivo e abrangente, a gripe que tem o tipo de 
vírus A (H1N1), que desafiou as organização e os profissionais que atuam na área da saúde. É o caso 
da Organização Mundial da Saúde – OMS – que estabelece estratégias e políticas globais até os 
Ministérios da Saúde dos países, as Secretarias Municipais de Saúde, hospitais públicos ou privados, 
órgãos de pesquisa, entre tantas outras instituições que buscaram conhecer melhor o fenômeno que 
foi identificado como “pandemia”. Organizações que buscaram conhecer os “vírus” e suas reações 
para também propiciar alternativas de tratamentos e vacinas adequadas para combatê-lo. 
Enquanto isso acontecia num contexto extremamente conturbado, inúmeras organizações 
buscavam se adaptar para enfrentar a situação, enquanto fenômeno de “massa”, desde o diag-
nóstico da doença até seu tratamento, ora obtendo resultados satisfatórios de salvar vidas e ora 
não. Neste aspecto, a população também tem exigido esclarecimentos e informações para que 
possa contribuir com a prevenção da doença.
Neste mesmo contexto, surgem oportunidades de negócios para as indústrias da área de 
medicamentos, desde a produção do simples álcool gel a 70% e as máscaras de proteção até os 
remédios mais complexos como o “Tamiflu” e mais tarde a própria vacina.
As relações entre países estão implicadas na busca de políticas comuns para o enfrentamento 
da “situação pandêmica”, bem como as relações entre Estadosmais atingidos. As organizações 
que atuam com os meios de comunicação (TV, jornais, rádios) informando o que vem acontecendo 
por meio de fatos, de divulgação das orientações do Ministério e das Secretarias de Saúde de 
como se prevenir da doença, entre tantas outras ações. Isto para exemplificar as relações entre 
fatos organizacionais que são complexos e que precisam de muito dinamismo da gestão para 
produzirem resultados eficientes e eficazes.
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
Todas essas situações complexas apresentam grandes dificuldades no momento do processo 
de tomadas de decisão sobre políticas públicas comuns entre diversos órgãos. No caso da saúde, 
são sistemas que atuam na esfera internacional, no âmbito nacional e em diversos níveis do Es-
tado, além de envolver organizações públicas e privadas de diversos tipos, tais como: postos de 
saúde, pronto socorro, hospitais, farmácias, laboratórios, instituições de pesquisa, nos quais todos 
deveriam estar articulados em torno de um valor maior que é a vida e as formas de preservá-la.
Há que se considerar situações específicas que devem ser observadas, como protocolos, 
legislação, infraestrutura, tecnologia disponível, estados da população, entre outras situações 
para garantir, no mínimo, possibilidade de atendimento universal – que é um direito de todo(a) 
cidadão(ã).
No caso da saúde, outra dificuldade encontra-se na administração interna de cada organização 
ou do conjunto das instituições para disponibilizar e adequar a atuação desde a planta física dos es-
paços nas entidades, seus equipamentos e pessoal capacitado para fazer os diagnósticos no momento 
da triagem, até identificar a necessidade de hospitalização e medicamentos mais recomendados.
Isto tudo, pressionado pelo apelo das pessoas que buscam atendimento, exige planejamen-
to rápido e a obtenção de recursos financeiros para estabelecer as condições de funcionamento 
necessárias para executar o planejado, inclusive para responder às demandas imprevistas. Há 
ainda a necessidade da articulação institucional e o acompanhamento dos casos para saber como 
cada situação evoluiu, o que por sua vez exige novos procedimentos e decisões na área médica 
e administrativa, para não perder o controle da situação. Isto para poder informar, aos órgãos 
envolvidos, com a maior exatidão possível, as ocorrências dos casos que foram formalizados, e 
ao mesmo tempo continuar com a capacitação do pessoal e as campanhas de esclarecimentos 
da população em geral, e as pesquisas nos espaços pertinentes.
Agora relate você como vivenciou essa situação da gripe:
− Estava bem informado? Por meio do quê?
− Sentiu medo da situação?
− Buscou maiores esclarecimentos?
− Realizou práticas preventivas?
− Deu-se conta dos papéis assumidos pelas diversas organizações?
− Consegue estabelecer relações entre as ações desenvolvidas pelos diversos 
tipos de organizações?
− Um conselho na ótica da gestão para enfrentar questões desse tipo na área 
da saúde!
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Atenção! Não acabamos a discussão, vamos ter oportunidade de melhor entender a dina-
micidade e complexidade organizacional na próxima Unidade, que aprofunda a discussão do 
paradigma sistêmico.
Podemos adiantar, no entanto, que necessitamos de novos paradigmas para tratar a economia 
e as finanças no âmbito mundial, bem como da saúde da população, entendimentos esses que 
deverão passar por uma nova proposta de desenvolvimento, exigindo uma maior inclusão social, 
o que está intimamente ligado a outras políticas sociais e ao mesmo tempo estão relacionadas 
com a questão da educação, do trabalho, da cultura e da gestão do meio ambiente.
síntese da Unidade 1
Nesta Unidade iniciamos situando-os no contexto dos estudos organi-
zacionais, trazendo elementos trabalhados nos demais livros aborda-
gem estrutural e humanista, focando nos modelos teóricos escolhidos 
para compreender as organizações, a saber: a) Nogueira (2007) pelos 
paradigmas formadores e contemporâneos de Administração; b) Reed 
(1998) pelo modelo das metanarrativa interpretativa (racionalidade, 
integração, mercado, poder, conhecimento e justiça); c) Morgan (1996) 
pelas oito metáforas (mecânica, orgânica, cérebro, cultural, política, 
prisão psíquica, fluxo e da transformação); contemplando com maior 
intensidade a discussão do modelo de Nogueira, que apresenta a con-
cepção dos paradigmas contemporâneos – sistêmico e contingencial.
Na discussão da abordagem integrativa, a discussão pelas metanar-
rativas foi focada na integração e reforçada pela metáfora orgânica 
para explicar a visão de que as organizações são constituídas de partes 
mutuamente conectadas e dependentes para compartilhar uma vida 
em comum, como um sistema aberto que interage e sofre mudanças 
com o ambiente (interno e externo). 
Para entender a influência do ambiente foram explorados os elementos 
contextuais do atual momento – século 21 –, em termos econômicos, 
políticos, sociais, em especial de globalização, como um fenômeno 
que implicou um marco de mudanças mundial com repercussões, até 
conceituais, no local e global.
A concepção das organizações passa a ser de sistema social dinâmico 
apto a enfrentar as mudanças advindas do meio ambiente, cada vez mais 
dinâmico, complexo e exigente. É importante que as organizações tomem 
consciência desta nova realidade e busquem qualificar seus processos de 
gestão por meio de novos conhecimentos, que perpassam as dimensões 
técnicas, humanas, sociais, culturais, etc., com a ação da multidiscipli-
naridade, que leva a um novo conceito de desenvolvimento.
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estUdos organizacionais: aBordageM integrativa e Modelos eMergentes
ParadigMa sistÊMico
neyta oliveira Belato 
Pedro carlos rasia
oBjetivos desta Unidade
•	Conhecer	como	surgiram	as	contribuições	do	enfoque	sistêmico	e	algumas	figuras	de	destaque	
do referido paradigma.
•	Entender	as	características	do	pensamento	sistêmico	e	suas	contribuições	para	a	teoria	das	
organizações.
as seçÕes desta Unidade
Seção 2.1 – Teoria Geral dos Sistemas: suas intenções e principais contribuições
Seção 2.2 – Teoria Sistêmica na Teoria das Organizações
Seção 2.3 – As Organizações como Sistemas Abertos e Sociais: modelos de análise
Seção 2.4 – Limitações e Avanços na Teoria Sistêmica Aplicada na Forma de Pensar e Fazer a Gestão
seção 2.1 
teoria geral dos sistemas: suas intenções e principais contribuições
Quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais somos levados a perceber que 
eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão 
interligados e são interdependentes (...).
Unidade 2
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Em última análise, esses problemas precisam ser vistos, exatamente, como diferentes facetas de uma 
única crise, que é, em grande medida, uma crise de percepção. Ela deriva do fato de que a maioria de 
nós, e em especial nossas grandes instituições sociais, concordam com uma visão de mundo obsoleta, 
uma percepção da realidade inadequada para lidarmos com o nosso mundo superpovoado e global-
mente interligado (Capra,1996, p. 23).
Acreditamos que a crise de percepção tem sido real no decorrer dos tempos e é por essa 
razão que estaremos apresentando alguns elementos que contribuíram para a configuração da 
Teoria Sistêmica. Esperamos contribuir para qualificar suas percepções sobre o pensamento 
sistêmico e as possibilidades de aplicar seus ensinamentos na gestão das organizações.
construindo

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