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Filosofia da Educação Brasileira Viviane da Costa Lopes Aula 6 * Objetivos desta aula Diferenciar as teorias crítico-reprodutivistas e anarquistas no campo da educação. Conhecer a proposta de desescolarização da sociedade. * © Viorel Dudau | Dreamstime.com * Críticas à escola A partir das década de 1960 - 1970, especialmente, é possível encontrar diferentes críticas à educação e ao seu papel social. * © Diego Vito Cervo | Dreamstime.com * Teorias anarquistas Movimento anarquista compartilha as mesmas críticas ao modelo capitalista e visam “à abolição da propriedade privada dos meios de produção”, mas critica “a proposta marxista de implantar a ditadura do proletariado como processo de transição até o comunismo”. (ARANHA, 2006, p. 248) * * Criticam toda instituição que possa dificultar a emancipação humana, como o Estado e a Igreja; Acreditam na capacidade natural do indivíduo em viver em paz com seus semelhantes mediante uma “ordem na anarquia”, que se contrapõe à ordem artificial de instituições geradoras de hierarquia e dominação; * * Defendem a democracia direta, na qual as assembleias seriam convocadas por necessidade e seus representantes teriam um tempo limitado em seus mandatos; Críticos do modelo da propriedade privada, que seria substituída pelas organizações de sujeitos livres em empresas dirigidas coletivamente, de modo a anular qualquer hierarquia e imposição da autoridade; * * A educação pública não é e nem deve ser uma função do Estado, mas sempre uma responsabilidade da comunidade, da sociedade. É tarefa de cada grupo social organizar-se para constituir seu sistema de ensino, o que implica na definição de seus conteúdos, a carga horária, a metodologia, os processos de avaliação, etc. (Gallo, 1995, p. 218) * © Jozsef Szasz-fabian | Dreamstime.com * Contrariamente à sociedade de exploração e dominação do capitalismo, busca-se organizar na escola um grupo baseado na solidariedade e na liberdade. Contra uma ‘democracia’ eletiva no capitalismo, procura-se estabelecer uma democracia diretiva, participativa, na qual a coletividade mesma é responsável por seu destino. (GALLO, 1995, p. 259) * * Teorias crítico-reprodutivistas Nessa perspectiva encontramos as teorias da escola como violência simbólica, as teorias da escola como aparelho ideológico do Estado e as teorias da escola dualista. * * Violência simbólica Bourdieu e Passeron A escola constitui “um instrumento de violência simbólica porque reproduz os privilégios existentes na sociedade, beneficiando os já socialmente favorecidos”. Não cabe à escola “promover a democratização e possibilitar a ascensão social; ao contrário, ela reafirma os privilégios existentes”, limitando-se a “confirmar e reforçar um habitus de classe”. (ARANHA, 2006, p.252-253) * * A Escola como aparelho ideológico do Estado Althusser Elaborou o conceito de aparelho ideológico de Estado (AIE), pelo qual buscou demonstrar que a escola reproduz a ideologia dominante ao se propor como instituição de qualificação para a força de trabalho. * * Há dois tipos de aparelhos que viabilizam a imposição da ideologia da classe dominante: O aparelho repressivo de estado: que compreende o governo, a administração, a polícia e exercito, cuja característica repressiva reside no modo violento de se impor; O aparelho ideológico de estado: que abrange uma pluralidade de instituições privadas cuja característica é a propagação da ideologia em instituições do âmbito escolar, religioso, jurídico-político, familiar, informação e cultura, por exemplo. * * A escola dualista Existe duas escolas diferentes e antagônicas: a rede primária profissional (PP), que abrangem as séries finais dos estudos primários e colégios técnicos; a rede secundária superior (SS), que prossegue no segundo ciclo até à universidade. * © Burlesck | Dreamstime.com * Reconhecem que o proletariado possui ideologia própria, que se origina fora da escola, nas diversas organizações de operários. “Por isso cabe à escola não só inculcar a ideologia burguesa, mas também recalcar e disfarçar a nascente ideologia do proletariado”. (ARANHA, p. 256) * * Desescolarização da Sociedade à proposta de Ivan Illich A tese defendida por Illich é que a transmissão do conhecimento e da cultura discorreu durante séculos com espontaneidade e fora da escola, sem necessidade dela. Em Sociedade sem escolas, publicado em 1970, Illich apresenta uma severa crítica à institucionalização da escola, defendendo, em contrapartida, o modelo de autoaprendizagem. * © Mitch1921 | Dreamstime.com * Desescolarizar “significa abolir o poder de uma pessoa de obrigar a outra a frequentar uma reunião. Também significa o direito de qualquer pessoa, de qualquer idade ou sexo, de convocar uma reunião”. (ILLICH, 1973, p. 153) * * Vídeo A Desescolarização * * Referências ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 2006. BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. Tradução de Sérgio Miceli et al. São Paulo: Perspectiva, 1974. GALLO, Silvio. Educação anarquista: um paradigma para hoje. Piracicaba: Ed. Unimep, 1995. ILLICH, Ivan. Sociedade sem escolas. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1973. * Filosofia da Educação Brasileira Viviane da Costa Lopes Atividade 6 * (ENADE 2005) Débora trabalha em uma Organização Não Governamental (ONG) que se dedica a desenvolver projetos de educação de jovens e adultos, um dos quais buscava colaborar com o processo de aprendizagem de adolescentes que se encontravam em situações de defasagem idade / série. Para Débora, a situação dos adolescentes deve-se, em grande parte, à sua herança cultural, bem como à autonomia relativa das instituições educativas para realizar uma promoção ampla e efetiva do educando. Essa compreensão da situação está relacionada ao pensamento sociológico de: * * Karl Marx, pois faz alusão à necessidade de transformar a educação para mudar a sociedade e ao fato de que condições sociais emancipatórias podem criar novas formas de ensino. (B) Émile Durkheim, pois se vincula à noção de que há tantas espécies de educação em determinada sociedade quanto meios diversos nela existem. (C) Max Weber, pois busca entender as relações concretas dos acontecimentos sociais com a realidade social e cultural contemporâneas, bem como suas causas históricas. (D) Pierre Bourdieu, pois está associada à relação entre o sistema de ensino e o sistema social que elimina os mais pobrese os que não dominam a linguagem da cultura escolar. (E) Talcott Parsons, pois demonstra compreender a sociedade como uma totalidade que rompe com suas instituições e que minimiza o potencial de aperfeiçoamento existente na ação social. * * Essa compreensão da situação está relacionada ao pensamento sociológico de: (D) Pierre Bourdieu, pois está associada à relação entre o sistema de ensino e o sistema social que elimina os mais pobres e os que não dominam a linguagem da cultura escolar. *
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