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EXPEDIÇÃO Nesta Expedição, você estudará os continentes e os oceanos, suas extensões e sua distribuição no globo terrestre. Nesta viagem também perceberá que, ao longo da história, diferentes povos demarcaram territórios e fronteiras, criaram governos para administrá-los, fundando, assim, Estados que deram origem ao que chamamos também de países. Além disso, conhecerá algumas maneiras de regionalizar o mundo com base em aspectos físicos e em critérios de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico. Espaço mundial: diversidade e regionalização1 Nota: Nem todas as bandeiras dos Estados do mundo encontram-se representadas na ilustração em virtude de existirem muitos países de pequena dimensão territorial. Hino Nacional Desde o passado, é uma forma de identi� cação de grupos humanos, de sentimento grupal, de pertencimento a uma nação, país ou Estado. Nosso Hino Nacional é o amálgama da população de um país. Ao ser ouvido ou cantado, o hino provoca emoções e desperta o civismo. Bandeira Nacional Criada em 1889 com a Proclamação da República, substituiu a do Império, que que continha, no centro, o brasão imperial. Este foi trocado pelo círculo azul, que representa o céu do Rio de Janeiro visto de fora da Terra no momento da proclamação, com as estrelas — os estados brasileiros e o Distrito Federal — e a inscrição “Ordem e Progresso”. Armas Nacionais No sentido simbólico, representam um instrumento de justiça, de defesa e ainda de conquista. São representadas por um escudo redondo sobre uma estrela de cinco pontas, com o Cruzeiro do Sul no centro e sobre uma espada. Apresentam um ramo de café à direita e outro de fumo, à esquerda, além das inscrições “República Federativa do Brasil” e “15 de novembro de 1889”. Os símbolos nacionais do Brasil re pr o d u ÇÃ o re pr o d u ÇÃ o 12 Se achar oportuno, faça o seguinte questionamento aos alunos: o que representa a bandeira do estado em que você vive? Descreva-a. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 12 01/06/16 00:24 Os continentes e os oceanos Estados e população do mundo Diferentes modos de ver o mundo Outras regionalizações do espaço mundial 1 2 3 4 PERCURSOSIdentidades nacionais A ilustração mostra as bandeiras nacionais aplicadas sobre o território dos Estados ou países do mundo. A bandeira é um símbolo nacional; é a expressão máxima da identidade de um Estado, ou seja, do agrupamento de indivíduos que vivem em determinado território e estão submetidos à autoridade de um poder público soberano. Em 2015, existiam 193 Estados reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Selo Nacional É representado por um círculo semelhante ao que consta na Bandeira Nacional, circundado pelo nome de nosso país: “República Federativa do Brasil”. O Selo Nacional é empregado para dar autenticidade aos documento e atos do governo, e ainda nos diplomas e certi� cados emitidos por escolas o� ciais. il u st ra ÇÃ o : J o rg e ri Be ir o re pr o d u ÇÃ o Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 168-178. Verifique sua bagagem 1. Qual é a sua hipótese sobre a formação dos países ou Estados representados no mapa? 2. Nem todos os povos estão representados nessa ilustração dos continentes. Você sabe de algum exemplo de povo ou nação que anseia criar o seu Estado ou país? 13 2. Os curdos, que vivem na Turquia, no Irã, no Iraque, na Armênia e na Síria; os bascos, que vivem em um território entre a Espanha e a França; os tibetanos, na Ásia, subjugados pelo Estado chinês; os palestinos, no Oriente Médio; entre outros. 1. De maneira geral, agrupamentos sociais, unidos por um passado histórico comum e, principalmente, por costumes, língua, religião, tradições, crenças e valores comuns, ao ocuparem um território, procuram se organizar politicamente, dando origem a um Estado, país ou Estado-nação. Cada um deles apresenta uma história e é por meio dela que se conhece a formação de cada país. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 13 01/06/16 00:24 PERCURSO 1 Figura 1. Mundo: continentes e oceanos Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 32. 0˚ 0˚ CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO EQUADOR MAR DAS ANTILHAS MAR DO NORTE MAR VERMELHO MAR NEGRO M on te s U ra is MAR ARÁBICO MAR DA CHINA MERIDIONAL MAR DE BERING CONTINENTE AM ERICANO ÁSIA EUROPA CONTINENTE DA OCEANIA CONTINENTE ANTÁRTICO MAR DO LESTE CONTINENTE EURO-AFRO-ASIÁTICOCáucaso ÁFRICA MAR CÁSPIO MAR MEDITERRÂNEO Os Montes Urais, os mares Negro e Cáspio e a cordilheira do Cáucaso são considerados limites naturais entre a Europa e a Ásia. Os continentes e os oceanos Os continentes As grandes extensões de terras emersas da crosta terrestre, limita- das pelas águas dos oceanos e mares, recebem o nome de continentes. Existem dois tipos de critério para determinar o número de conti- nentes da Terra: o critério geográfico-geológico e o critério histórico- -cultural. Segundo o critério geográfico-geológico, que leva em conta a distri- buição das massas continentais na Terra, existem quatro continentes: o Euro-Afro-Asiático, o Americano, o da Oceania e o Antártico. Observe a figura 1. Repare que a porção de terras emersas da Europa nada mais é que um prolongamento natural — ou, mais propriamente, uma península — das terras emersas da Ásia; por isso, também se fala em continente Euro-Asiático, ou simplesmente Eurásia. No passado, a África e a Ásia eram unidas pelo Istmo de Suez, situado entre o Egito (África) e a Península da Arábia (Ásia). Com a construção do Canal de Suez (figura 2), em 1869, o istmo foi “cortado”, permitindo a navegação entre o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo (figura 3). Em vista disso, pode-se compreender por que essa enorme porção de terra emersa também é chamada de continente Euro-Afro-Asiático. 1 3.030 km a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l NE LO SE S N NO SO Península Porção de terra cercada de água por todos os lados, exceto por um, pelo qual se liga ao continente. Istmo Estreita faixa de terra situada entre dois mares. Navegar é preciso Formação dos continentes (IBGE) Aprenda mais sobre a formação dos continentes e a movimentação das placas tectônicas, de maneira clara e ilustrada. 14 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 14 01/06/16 00:24 Figura 3. O Istmo de Suez unia a África à Ásia Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a EUROPA ÁSIA ÁFRICA OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO 0º 30º L EQUADOR TRÓPICO DE CÂNCER MAR ARÁBICO M AR VERM ELHO MAR MEDITERRÂNEO Península da Arábia Istmo de Suez Port Said Ismailia MAR VERMELHO Rio Nilo 30º L 30º N Canal de Suez Península do Sinai Golfo de Suez ÁFRICAÁFRICAÁFRICA ATLÂNTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO M AR VERM ELHO M AR VERM ELHO M AR VERM ELHO EGITO Cairo MAR MEDITERRÂNEO No entanto, de acordo com o critério histórico- -cultural, que considera a história dos povos e suas culturas (línguas, religiões e costumes), o continen- te Euro-Afro-Asiático subdivide-se em três conti- nentes: Europa, África e Ásia — afinal, asiáticos, europeus e africanos são povos de culturas e histó- rias muito diferentes. O critério histórico-cultural é o mais utilizado, pois a importância desses fatores na formação de povos e países é maior do que a dos fatores natu- rais. Segundo essa perspectiva, há seis continentes: Europa, África, Ásia, América, Oceania e Antártida (reveja a figura 1, identificando-os pelas cores). A superfícieno relatório Situação Mundial da Infância, clicando em “Biblioteca”, e conheça os diferentes níveis de desenvolvimento social entre eles. 32 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 32 01/06/16 00:25 Figura 22. Mundo: PIB per capita – 2012 • Desigualdades no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) Outro modo de observar o mundo e regionalizá-lo é segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) a fim de avaliar as condições de vida de um país. Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano 2015, o IDH de 2014 foi calculado considerando o índice de esperança de vida ao nascer, a mé- dia dos anos de estudo da população acima de 25 anos, a expectativa de anos de escolaridade e o Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita. Estatisticamente, o IDH de 2014 distribuiu o total de países estuda- dos em 4 grupos: o 1o quarto de maior IDH foi classificado como muito elevado (igual ou superior a 0,800); o 2o quarto, elevado (entre 0,700 e 0,799); o 3o, médio (entre 0,550 e 0,699); e o 4o, baixo (menor que 0,550). Quanto mais próximo de 1, mais alto é o desenvolvimento. O mapa do IDH mundial de 2014 revela as desigualdades socioeconômi- cas existentes entre os países. Na Suécia, por exemplo, a esperança de vida ao nascer era de 82,2 anos, a média de anos de estudo era de 12,1 anos, a expectatica de anos de escolaridade era de 15,8 anos, o RNB per capita era de 45.636 dólares e o IDH era de 0,907. Já em Moçambique, a esperança de vida média era de 55,1 anos, a média de anos de estudo era de 3,2 anos, a expectativa de anos de escolaridade era de 9,3 anos e o RNB per capita era de 1.123 dólares — o IDH do país era de 0,416. Quanto ao Brasil, os dados de 2014 são, respectivamente: 74,5 anos; 7,7 anos; 15,2 anos; 15.238 dóla- res; e 0,755. Observe a figura 23, na página seguinte. Fonte: PNUD. Human Development Reports. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015. Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a CÍRCULO POLAR ÁRTICOCÍRCULO POLAR ÁRTICO EQUADOR CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER 0° OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO 0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO PIB per capita (em dólares PPC*) Maior que 25.000 De 17.667 a 25.000 De 10.334 a 17.667 De 3.001 a 10.334 Menor que 3.001 Sem dados * PPC: Paridade do Poder de Compra. É um método para calcular o poder de compra da população dos países. Considerando que os bens e serviços têm preços diferentes nos diversos países, o PPC mede quanto determinada moeda, convertida em dólar, pode comprar em cada um deles. 2.060 km NE LO SE S N NO SO 33PERCURSO 3 Expectativa de anos de escolaridade É a quantidade de anos de escolaridade esperados para crianças em idade de entrada na escola. Rendimento Nacional Bruto (RNB) Valor total enviado para dentro de um país por pessoas e empresas nacionais estabelecidas no exterior, subtraindo-se o valor enviado ao exterior por pessoas e empresas estrangeiras estabelecidas no país, e o resultado somado ao PIB do país. R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Foi desenvolvido o índice “Big Mac”, ou seja, relativo ao preço desse sanduíche nos diversos países do mundo considerando que a rede de lanchonetes McDonald´s está presente em cerca de 120 países com aproximadamente 33 mil lojas. Em 2011, o Big Mac, nos Estados Unidos, custava US$ 4,07; no Brasil, US$ 6,16; e na Noruega, que possui o preço mais caro, US$ 8,31. Multiplicando-se US$ 6,16 pela taxa de câmbio no Brasil, obtém-se o valor do Big Mac em reais. Vê-se, assim, que o Big Mac tem diferentes preços de um país para o outro, podendo nos dar a ideia do PPC. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 33 01/06/16 00:25 Figura 23. Mundo: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – 2014 Figura 24. Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – 2010 OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO 50° O 0° RR AP AM MT MS SP PR SC RJ RS GO MG ES DF SE AL PE PB RNCE PI MA BA TORO PA AC Observações sobre o IDH Ao mostrar a média nacional, o IDH oculta as diferenças regionais internas do país. Mes- mo em países ricos, como os Estados Unidos, há diferenças regionais marcantes. O mesmo se pode afirmar em relação ao Brasil, confor- me se vê na figura 24. Embora o Brasil esteja entre os países de IDH elevado, em 2014, não se pode ignorar que vá- rios indicadores socioeconômicos brasileiros es- tão muito defasados em relação aos de países europeus, como a Sérvia, a Ucrânia e outros que estão no mesmo grupo de IDH em que se situa o Brasil. O IDH elevado do Brasil esconde diver- sas desigualdades sociais: o saneamento básico é ainda muito deficiente; em 2012, a mortalida- de infantil era elevada (15,7‰) e a taxa de anal- fabetismo de adultos era de 8,7%. Além disso, há grande desigualdade de renda entre a popu- lação, e muitos brasileiros vivem na condição de pobreza extrema. Em 2013, cerca de 20% das famílias brasileiras tinham rendimento per capi- ta de até meio salário mínimo. Fonte: PNUD. Ranking IDHM Unidades da Federação 2010. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015. Em 2014, o Pnud alterou a metodologia de cálculo do IDH. Assim, os dados do IDH a partir de 2014 não são comparáveis aos dados de anos anteriores. Os IDHs dos estados do Brasil não podem ser comparados aos IDHs dos países do mundo (figura 24) em virtude da diferença de metodologia de cálculo. Fonte: PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano 2015. Nova York: ONU, 2015. p. 230-233. Disponível em: . Aceso em: 22 mar. 2016. a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l 1.970 km 550 km NE LO SE S N NO SO NE LO SE S N NO SO EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICOCÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO 0° 0° Muito elevado (igual ou superior a 0,800) Elevado (entre 0,700 e 0,799) Médio (entre 0,550 e 0,699) Baixo (menor que 0,550) Sem dados 75° lugar Brasil 0,755 O maior Noruega 0,944 O menor Níger 0,348 75° lugar Brasil 0,755 O maiorO maior NoruegaNoruegaNoruegaNoruega 0,944 O menor Índice de Desenvolvimento Humano Abaixo de 0,655 De 0,656 a 0,680 De 0,681 a 0,705 De 0,706 a 0,730 Acima de 0,731 Índice de Desenvolvimento Humano Abaixo de 0,655 De 0,656 a 0,680 De 0,681 a 0,705 De 0,706 a 0,730 Acima de 0,731 34 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A Série Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, do Pnud, lançado em 2013, que traz dados relativos ao ano de 2010, era a mais recente publicação à época da elaboração da figura 24 (dez. 2014). Para consultar dados mais recentes do IDH e do IDHM (do município), visite o endereço eletrônico: . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 34 01/06/16 00:25 stação Cidadania O que jovens disseram que deveria ser prioridade na agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015? “As Nações Unidas e organizações parceiras patrocinaram a pes- quisa mundial My World (Meu Mundo) por meio da qual 597 mil jovens entre as idades de 10 e 24 anos classificaram suas priorida- des para o mundo a partir de 2015, quando termina o período para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Cerca de 65 mil votos vieram de jovens de países com Índice deDesenvol- vimento Humano muito elevado, enquanto cerca de 532 mil foram obtidos em países com uma baixa pontuação no Índice de Desen- volvimento Humano. O Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida resumo do desempenho médio nas principais dimen- sões do desenvolvimento humano: vida longa e saudável, ter conhecimento e um padrão de vida decente.” UNFPA. Relatório sobre a Situação da População Mundial 2014. Nova York: ONU, 2014. p. 85. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015. Classificação 400350300250200 Milhares de votos 150100500 26,567 303,9412 3 Um governo honesto e responsivo 22,794 292,8213 5 Melhorias na atenção à saúde 24,288 263,7504 4 Alimentos acessíveis e nutritivos 7,115 253,8415 15 Energia confiável em casa 22,517 248,8366 6 Proteção contra o crime e a violência 21,424 204,3777 8 Igualdade entre homens e mulheres 18,345 177,1118 10 Melhores oportunidades de trabalho 8,819 171,9429 13 Apoio para as pessoas que não podem trabalhar 8,409 171,39710 14 Acesso à telefonia e internet 5,873 143,44011 16 Melhorias no transporte e vias de acesso 26,951 142,44212 2 Acesso a água potável e saneamento 22,140 137,85313 7 Ausência de discriminação e perseguição 14,892 137,84614 12 Liberdades políticas 20,452 69,33715 9 Proteção de florestas, rios e oceanos 18,202 39,27516 11 Que sejam tomadas medidas em relação à mudança climática 37,955 363,6371 1 Uma boa educação Em países com baixos níveis de desenvolvimento humano Em países com altos níveis de desenvolvimento humano Nota: Observe que as barras azuis foram classificadas na ordem decrescente, enquanto as vermelhas não seguem essa ordem: foram classificadas pelos números à esquerda delas. Fonte: UNFPA. Relatório sobre a Situação da População Mundial 2014. Nova York: ONU, 2014. p. 85. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Pacto firmado em 2000 entre os países-membros da ONU para eliminação e redução, até 2015, de problemas que atingiam parcelas da população mundial (pobreza, fome, mortalidade etc.). a d il so n s ec co Interprete 1. A ordem das 16 prioridades apontadas pelos dois grupos de jovens entrevistados, classifi cados segundo o IDH, coincide ou é diferente? Argumente 2. Das prioridades que aparecem no gráfi co, qual você acha a mais importante. Por quê? 3. Na sua opinião, por que o grupo dos jovens de países com alto IDH apontou o “acesso à água potável e saneamento” como a segunda prioridade? Contextualize 4. Aponte uma prioridade que não aparece na pesquisa, mas que você acha fundamental para o seu espaço geográfi co de vivência. 35PERCURSO 3 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Saúde Meio Ambiente Ética Para o conceito de “desenvolvimento sustentável”, remeta os alunos à página 64. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 35 01/06/16 00:25 PERCURSO 4 Outras regionalizações do espaço mundial Países desenvolvidos e subdesenvolvidos Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ficou eviden- te a grande desigualdade econômica, social, científica e tecnológica exis- tente entre os países. Isso ocorreu principalmente porque, durante a guerra, as principais potências — Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão — mostraram ao mundo seu poderio bélico por meio de diversos armamentos, bombas e aeronaves sofisticadas (figura 25). Esses armamentos resultavam do grande avanço cien- tífico e tecnológico decorrente do desenvolvimento econômico por elas alcançado. Diante desse quadro mundial, a partir da década de 1950, as expres- sões países desenvolvidos e países subdesenvolvidos começaram a ser amplamente utilizadas, referindo-se, respectivamente, aos países com elevado desenvolvimento econômico e àqueles que não apresentavam tal desenvolvimento. Observe a figura 26, na página seguinte. 1 Figura 25. Aviões bombardeiros dos Estados Unidos retornam para porta- -aviões após completarem missão contra alvos japoneses no Mar da China, durante a Segunda Guerra Mundial (janeiro de 1945). ch a rl es k er le e/ co rB is /l a ti n st o ck União Soviética ou União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) Constituía um Estado multinacional dividido em 15 repúblicas socialistas, que obtiveram a independência em 1991. São elas: Rússia, Ucrânia, Belarus, Lituânia, Estônia, Letônia, Cazaquistão, Armênia, Moldávia, Quirguistão, Azerbaidjão, Geórgia, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão. 36 ExPEDIçãO 1 Se necessário, explicar que o termo “socialista” refere-se ao indivíduo ou ao Estado partidário do socialismo — modo de organização da vida econômica e social que se caracteriza pela não existência da propriedade privada dos meios de produção. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 36 01/06/16 00:25 Essa regionalização fazia sentido na época em que foi criada, apesar de ser generalizante. Entretanto, com o passar dos anos, alguns países classificados como subdesenvolvidos iniciaram o processo de industria- lização e modernização, diferenciando-se dos demais. Assim, a divisão dos países em desenvolvidos e subdesenvolvidos tornou-se insuficiente para abarcar a nova realidade mundial. Primeiro, Segundo e Terceiro Mundos Outra maneira de regionalizar o mundo foi introduzida após a Segun- da Guerra Mundial. Em 1952, o demógrafo francês Alfred Sauvy, ao es- tudar a economia mundial, usou pela primeira vez a expressão Terceiro Mundo, referindo-se aos países que não tinham participação nas deci- sões políticas mundiais e apresentavam atraso significativo no desenvol- vimento científico, tecnológico, econômico e social em relação aos países desenvolvidos. Após ter sido usada por Sauvy, essa expressão popularizou-se nos meios jornalísticos, diplomáticos e acadêmicos entre 1952 e 1991. Assim, com base no nível de desenvolvimento econômico e na organização so- cioeconômica dos países, costumou-se também regionalizar o mun- do em: Primeiro Mundo, que reunia países capitalistas desenvolvidos; Segundo Mundo, formado pelos países socialistas de economia planificada; e Terceiro Mundo, reunindo os países capitalistas subdesenvolvidos. Observe a figura 27, na página seguinte. 2 Figura 26. Mundo: países desenvolvidos e subdesenvolvidos – 1950 A divisão política da África em 1950 não corresponde à mostrada no mapa. Nesse ano, quase toda a África era formada por colônias europeias. O processo de formação dos Estados nacionais africanos teve início em 1957 e se prolongou pelas décadas seguintes. A última alteração de fronteira de grande importância aconteceu em 2011, com a independência do Sudão do Sul. OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO 0° 0° Países desenvolvidos Países subdesenvolvidos ÁSIA AMÉRICA DO SUL AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA CENTRAL EUROPA OCEANIA ÁFRICA Fonte: elaborado com base em KIDRON, Michael; SEGAL, Ronald. Atlas del estado del mundo. Barcelona: Serbal, 1982. p. 43. Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a 2.170 km NE LO SE S N NO SO Quem lê viaja mais NOVAES, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. 27. ed. São Paulo: Ática, 2003. Com linguagem clara e bom humor, o autor esclarece o surgimento do capitalismo e seu desenvolvimento ao longo da história. 37PERCURSO 4 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 37 01/06/16 00:25 Com a desagregação do bloco socialista no final da década de 1980 e início da década de 1990 (figura 28), a expressão“Segundo Mundo” perdeu o sentido. Entretanto, ainda são de uso corrente as expressões “Primeiro Mundo” e “Terceiro Mundo”, quando se quer designar, respec- tivamente, os países desenvolvidos e os países menos desenvolvidos de modo geral. CÍRCULO POLAR ANTÁRTICOPaíses capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) Países de economia planificada (Segundo Mundo) Países capitalistas subdesenvolvidos (Terceiro Mundo) CANADÁ ESTADOS UNIDOS CUBA BRASIL FRANÇA URSS JAPÃO ÍNDIA ARÁBIA SAUDITA CHINA NAMÍBIA AUSTRÁLIA NOVA ZELÂNDIA OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO 0º 0º TRÓPICO DE CÂNCER TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO EQUADOR Figura 27. Mundo: regionalização com base na organização socioeconômica – 1952-1991 CÍRCULO POLAR ANTÁRTICOPaíses capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) Países de economia planificada (Segundo Mundo) Países capitalistas subdesenvolvidos (Terceiro Mundo) CANADÁ ESTADOS UNIDOS CUBA BRASIL FRANÇA URSS JAPÃO ÍNDIA ARÁBIA SAUDITA CHINA NAMÍBIA AUSTRÁLIA NOVA ZELÂNDIA OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO 0º 0º TRÓPICO DE CÂNCER TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO EQUADOR Fonte: Guia do Terceiro Mundo 1989-1990. Rio de Janeiro: Terceiro Mundo, 1990. p. 23. er ic B o u ve t/ vi i n et w o rk /c o rB is /l a ti n st o ck Figura 28. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo foi dividido entre os blocos socialista — liderado pela URSS — e capitalista — comandado pelos Estados Unidos. A representação física dessa divisão foi construída em 1961, em Berlim. O muro dividiu a cidade até 1989, quando foi derrubado, simbolizando a reunificação da Alemanha e o fim do bloco socialista. Na foto, Muro de Berlim com policiais da Alemanha Oriental observando manifestantes no Portão de Brandemburgo (11 de novembro de 1989). a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l 2.170 km NE LO SE S N NO SO 38 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 38 01/06/16 00:25 Países do Norte e países do Sul Durante a década de 1980, a imprensa e os meios diplomáticos pas- saram a utilizar as expressões “Norte” para referir-se aos países desen- volvidos e “Sul”, aos subdesenvolvidos. Essas expressões têm como base a posição geográfica dos países no globo terrestre, embora não seja em relação à linha equatorial. Por esse critério, o Norte corresponde aos países situados ao norte dos paí ses subdesenvolvidos, ou do Sul, com exceção da Austrália e da Nova Zelândia. Observe a figura 29. 3 Essa regionalização, ou esse modo de ver o mundo, também não corres- ponde à realidade atual. Paí ses como Coreia do Sul, Cingapura e Israel, por exemplo, realizaram grandes progressos econômicos e sociais e hoje apresentam indicadores sociais semelhantes aos dos países de- senvolvidos: elevada esperança de vida, baixas taxas de mortalidade infantil, boas condições de saneamento básico e alta taxa de alfabetiza- ção de adultos. Além disso, apresentam significativo desenvolvimento industrial e centros de pesquisas científicas e tecnológicas etc. Da mesma maneira, é um engano considerar que todos os países situa- dos ao norte sejam desenvolvidos. Quando a regionalização do mundo em Norte e Sul foi realizada, a União Soviética ainda não se havia desin- tegrado e, naquele contexto, era considerada um país desenvolvido. Isso explica por que ex-repúblicas soviéticas, como Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguistão e Tadjiquistão, foram incluídas no conjunto de países do Nor- te. No entanto, atualmente esses países apresentam vários indicadores sociais mais baixos que os do Brasil, por exemplo. Figura 29. Mundo: regionalização em países do Norte e países do Sul – 1985 Fonte: elaborado com base em FERREIRA, Graça M. L. Geografia em mapas: países do Sul. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2005. p. 3. OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO CANADÁ ESTADOS UNIDOS MÉXICO CUBA COLÔMBIA PERU MARROCOS ARGÉLIA LÍBIA ANGOLA NIGÉRIA EGITO REP. DEM. DO CONGO ÁFRICA DO SUL ETIÓPIA POLÔNIA UCRÂNIA TURQUIA IRAQUE AFEGANISTÃO ALEMANHA SOMÁLIA BRASIL ARGENTINA CHILE RÚSSIA ARÁBIA SAUDITA DINAMARCA FRANÇA ESPANHA ITÁLIA ÍNDIA CHINAISRAEL REINO UNIDO CINGAPURA CAZAQUISTÃO JAPÃO AUSTRÁLIA INDONÉSIA NOVA ZELÂNDIA CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO OCEANO GLACIAL ÁRTICO 0º 0º Países do Norte Países do Sul Limite Norte-Sul Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a 2.170 km NE LO SE S N NO SO 39PERCURSO 4 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 39 01/06/16 00:25 Regionalização segundo níveis de desenvolvimento A fim de tornar a regionalização entre países do Norte e do Sul mais próxima da realidade atual, alguns estudiosos franceses, com base nos níveis de desenvolvimento dos países, realizaram modificações na regio- nalização anterior (reveja a figura 29). Observe agora a figura 30. Além de modificar o traçado da linha que divide o Norte e o Sul, essa regionalização anterior com base em características econômicas cria subconjuntos de países Tipo Norte e Tipo Sul. Conheça, a seguir, as carac- terísticas de cada um dos subconjuntos. 4 • Países Tipo Norte Nesse grupo, estão os países desenvolvidos, os ex-socialistas e os Ti- gres Asiáticos. Países desenvolvidos De modo geral, são países altamente industrializados, com grandes investimentos em centros de pesquisa científica, o que lhes confere o do- mínio de tecnologias avançadas em diversos setores do conhecimento (informática, aeroespacial, nuclear, engenharia genética etc.). Apresen- tam IDH elevado ou muito elevado. Figura 30. Mundo: regionalização segundo os níveis de desenvolvimento – 2004 Nesse tipo de regionalização, como está classificado o Brasil? OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO CANADÁ ESTADOS UNIDOS BRASIL ÁFRICA DO SUL AUSTRÁLIA NOVA ZELÂNDIA CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO OCEANO GLACIAL ÁRTICO 0º 0º REINO UNIDO RÚSSIA CHINA ÍNDIA JAPÃO ISRAEL FILIPINAS HONG KONG MALÁSIA CINGAPURA INDONÉSIA TAIWAN COREIA DO SUL TAILÂNDIA Desenvolvidos Países ex-socialistas (em transição para o desenvolvimento) Tigres Asiáticos Emergentes Menos avançados (estagnados ou em regressão) Em situação intermediária Exportadores de petróleo (renda elevada) Novos Tigres Asiáticos Limite Norte-Sul Países Tipo SulPaíses Tipo Norte Fonte: ÍSOLA, Leda; CALDINI, Vera. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 113. 2.170 km NE LO SE S N NO SO a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l 40 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O Brasil está entre os países do Tipo Sul, classificado como país emergente. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 40 01/06/16 00:25 Entretanto, cabe lembrar que os países clas- sificados como desenvolvidos não formam um conjunto homogêneo. Há diferenças entre eles, principalmente no desenvolvimento científi- co e tecnológico. A liderança nesse setor cabe a Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Uni- do e França. Além disso, esse grupo de países apresenta, em menor grau que os países subde- senvolvidos, alguns problemas sociais, como se pode observar na figura 31. País IDH Eslovênia 0,880 República Tcheca 0,870 Polônia 0,843 Hungria 0,828 Rússia 0,798 Fonte: PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano 2015. Nova York: ONU, 2015. p. 230. Disponívelem: . Acesso em: 22 mar. 2016. Figura 31. Pessoas sem moradia abrigando-se em baixo de uma ponte em Paris, França (2014). Países ex-socialistas De modo geral, os Estados europeus que adotaram o regime socialista investiram pesadamente na industrialização e realizaram grandes inves- timentos em saúde, em centros de pesquisa, na educação em diferentes níveis etc. Por volta do final dos anos 1980 e início dos 1990, os países do bloco socialista, diante do crescente descontentamento da população com a falta de liberdades democráticas, entre outras razões, abando- naram o regime socialista e implantaram o sistema capitalista. No en- tanto, a infraestrutura industrial, educacional e de saúde (tabela 4), construída ao longo do socialismo, permaneceu. Isso explica o fato de que, nessa regionalização, esses países pertençam ao grupo de paí- ses do Tipo Norte. Os Tigres Asiáticos A figura do tigre representa, no imaginário oriental, astúcia e força. Por isso, a expressão “Tigres Asiáticos” é usada para designar os paí ses da Ásia que, em curto período, apresentaram intenso e contínuo desen- volvimento econômico e social. São chamados também de Novos Países Industriais, pois se industrializaram após a Segunda Guerra Mundial, di- ferenciando-se daqueles que passaram pelas revoluções industriais nos séculos xVIII, xIx e início do século xx. Observe novamente as figuras 29 e 30. Na regionalização da figura 29, Israel e os Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong) pertencem ao conjunto dos países do Sul. Entretanto, de 1960 aos dias atuais, esses países apresentaram um intenso e contínuo desenvolvimento econômico e social. Indus- trializaram-se com muita rapidez, implantaram centros de pesquisa de tecnologia avançada, investiram em educação e equipararam seus indicadores sociais aos dos países desenvolvidos da Europa e da América do Norte. Isso justifica sua presença no conjunto de países Tipo Norte da figura 30. Jo el s a g et /a Fp Tabela 4. IDH de alguns países ex-socialistas – 2014 Hong Kong Território localizado no litoral meridional da China, que fez parte do império colonial da Grã-Bretanha entre 1842 e 1997, quando foi devolvido à China, tornando-se uma Região Administrativa Especial desse país. Possui autonomia em diversas áreas e caracteriza-se como importante centro financeiro da economia capitalista mundial. 41PERCURSO 4 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 41 01/06/16 00:25 • Países Tipo Sul Nesse grupo, estão os países emergentes, os menos avançados, os países considerados em situação intermediária, os exportadores de pe- tróleo e os Novos Tigres Asiáticos. Emergentes México, Brasil, Chile, Argentina, África do Sul, Índia, China e al- guns outros países são chamados, no atual cenário internacional, de países emergentes, em decorrência de certas características: consi- derável industrialização, crescimento econômico, domínio de alguns setores avançados de ciência e tecnologia e atração de investimen- tos estrangeiros. Quatro desses países emergentes são conhecidos com o nome Brics. Entretanto, por não considerar as condições de vida da população, a expressão “emergente”, tal como “país em desenvolvimento”, pode mascarar graves problemas sociais ainda não superados por esses paí- ses, em que grande parcela da população é privada de boas condições de vida (tabela 5). Brics Sigla formada pelas primeiras letras de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (em inglês, South Africa). A denominação foi sugerida pelo economista britânico Jim O’Neill, em 2001. Entretanto, esse bloco político e econômico se constituiu oficialmente em 2009 com os objetivos de cooperação para o crescimento e o desenvolvimento socioeconômico, de cooperação científica, entre outros. Do ponto de vista geopolítico, deverá representar um contraponto ao poder mundial exercido pelos Estados Unidos e pelos países da Europa Ocidental. Tabela 5. IDH, mortalidade infantil e porcentagem da população com renda igual ou inferior a US$ 1,25 por dia de alguns países emergentes e desenvolvidos País IDH* Mortalidade infantil de menores de 1 ano (‰)** População com renda igual ou inferior a 1,25 (em dólares PPC) por dia (%)*** Países emergentes México 0,756 12,5 1,0 Chile 0,832 7,1 s/d Argentina 0,836 11,9 1,4 Brasil 0,755 12,3 3,8 África do Sul 0,666 32,8 9,4 Índia 0,609 41,4 23,6 China 0,727 10,9 6,3 Países desenvolvidos Canadá 0,913 4,6 s/d Alemanha 0,916 3,2 s/d Itália 0,873 3,0 s/d Fonte: PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano 2015. Nova York: ONU, 2015. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2016. s/d = sem dado. / * Dados de 2014. / ** Dados de 2013. / *** Dados de 2012. 42 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 42 01/06/16 00:25 Outros subconjuntos de países Tipo Sul O subconjunto de países exportadores de petróleo apresenta renda elevada. Entretanto, nesses países existe grande concentração da ren- da nas mãos de classes sociais privilegiadas, que gozam de alto nível de vida, enquanto uma parcela significativa da população encontra-se em condições mínimas de sobrevivência. Os Novos Tigres Asiáticos, chamados também de Nova Geração de Tigres Asiáticos — Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas —, depois da liberalização de suas economias no final dos anos 1980, atraíram muitos investimentos estrangeiros que impulsionaram a industrializa- ção e o crescimento econômico, levando-os a se diferenciar do conjunto dos países menos avançados e em situação intermediária — países que se encontram entre os emergentes e os menos avançados. Entretanto, a exemplo dos emergentes, grande parcela da população desses países tem condições de vida precárias. A situação social mais dramática é en- contrada no subconjunto de países me- nos avançados. Grande parte desses países se localiza na África; na Ásia, reúne Afega- nistão, Nepal, Paquistão e Iêmen; e, na Améri- ca, destaca-se o Haiti. Os indicadores sociais desses países são os mais baixos (tabela 6), se comparados aos dos demais subconjun- tos. A economia é assentada, principalmen- te, na agricultura e na exploração mineral. Embora esses países sejam produtores de café, algodão, amendoim, cacau etc., boa parte da população apresenta déficit ali- mentar e, em consequência, taxas elevadas de desnutrição. O caráter transitório das regionalizações Como você viu, não é tarefa fácil regionalizar o mundo de acordo com o desenvolvimento econômico e social dos países. Há grande diversidade em relação a esse aspecto, e o dinamismo das socie- dades humanas pode alterar essas características em pouco tem- po. Por isso, as regionalizações com base nesse critério têm caráter transitório. No entanto, o estudo desse assunto poderá instigá-lo a lançar um novo olhar sobre o mundo e, certamente, muitas perguntas e ques- tionamentos surgirão. Afinal, por que existem tantas desigualdades econômicas e sociais? Por que alguns países oferecem condições de vida dignas e outros mantêm parcela significativa da população em condições precárias? 5 Tabela 6. Indicadores sociais de alguns países menos avançados País IDH* Taxa de mortalidade infantil de menores de 1 ano (‰)** Esperança de vida média (anos)* Burkina Fasso 0,402 64,1 58,7 Guiné Bissau 0,420 77,9 55,2 Etiópia 0,442 44,4 64,1 Zâmbia 0,586 55,8 60,1 Haiti 0,483 54,7 62,8 Nepal 0,548 32,2 69,6 Iêmen 0,498 40,4 63,8 Paquistão 0,538 69,0 66,2 Fonte: PNUD. Relatório do Desenvolvimento Humano 2015. Nova York: ONU, 2015. Disponívelem: . Acesso em: 22 mar. 2016. * Dados de 2014. ** Dados de 2013. 43PERCURSO 4 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 43 01/06/16 00:25 Atividades dos percursosAtividades dos percursos 3 e 4 Mundo: habitações precárias EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO 0° 0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO Parte da população urbana vivendo em habitações precárias (%) Menos de 10,0 De 10,0 a 30,0 De 30,1 a 60,0 Mais de 60,0 Revendo conteúdos 1 Cite os cinco principais conjuntos de pai- sagens naturais da Terra e indique a paisagem à qual pertence a localidade onde você mora. 2 Em relação ao PIB, responda. a) O que é? b) Quais eram as dez principais economias em 2014? c) Se somarmos o PIB das dez maiores economias do mundo em 2014, essa soma corresponderá a que porcenta- gem do PIB mundial? 3 Aponte a relação entre PIB per capita e desenvolvimento econômico e social. 4 Em relação ao Índice de Desenvolvi- mento Humano (IDH): a) Explique o que é. b) O Brasil integra o conjunto de países de IDH elevado. Isso significa que toda a população brasileira tem boas condi- ções de vida? Explique. 5 Por que se pode considerar generalizante a regionalização do mundo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, reali- zada após a Segunda Guerra Mundial? 6 Explique por que a regionalização do mundo em países do Norte e países do Sul não corresponde à realidade atual. 7 Até recentemente empregavam-se as expressões “Primeiro Mundo”, “Segun- do Mundo” e “Terceiro Mundo” para designar três conjuntos de países do mundo. Explique o que eram e por que não tem mais sentido o termo Segundo Mundo. 8 Cite os países que foram denominados “Tigres Asiáticos” pelo intenso cresci- mento socioeconômico que apresen- taram nos anos 1960 e seguintes e os países que formam os “Novos Tigres Asiáticos”. Leituras cartográficas 9 Observe o mapa e responda. • Há relação entre esse mapa e a regionaliza- ção do mundo segundo os níveis de desenvolvi- mento, representada na figura 30? Explique. Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 45. 2.630 km NE LO SE S N NO SO Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a ExPEDIçãO 144 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 44 01/06/16 00:25 45 Mundo: população subnutrida CANADÁ ESTADOS UNIDOS BRASIL RDC RÚSSIA CHINA INDONÉSIA AUSTRÁLIA 0º Menos de 5 De 5 a 10 De 11 a 25 De 26 a 40 De 41 a 69 Sem dados Parte da população subnutrida na população total (%) Áreas de penúria alimentar recorrente CÍRCULO POLAR ÁRTICO EQUADOR CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO 0° 10 Observe o mapa. • Compare esse mapa com o mapa da figura 30, na página 40. Que relações podem ser estabelecidas entre os assuntos neles representados? Explore 11 Leia o texto e responda às questões. “Os anos 20 deste século podem marcar a consolidação do fortalecimento de países emergentes como potências econômicas e políticas [...]. Segundo acadêmicos e institui- ções de pesquisa, os chamados BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) serão peças-chave des- sa nova ordem. [...] O valor do PIB dará posição de destaque a esses países no ranking global de economias, mas não será suficiente para levar as popu- lações desses países a padrões de vida próxi- mos ao dos países hoje considerados ricos.” SALEK, Silvia. Década de 2020 deve consolidar poder dos BRICs. BBC Brasil, Londres, 30 mar. 2009. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015. a) Com base em seus conhecimentos, aponte as características comuns dos países deno- minados BRICs? b) Que contradição há entre o PIB elevado o desenvolvimento social dos BRICs? • Qual é a sua explicação para a Finlândia apresentar o maior porcentual de idosos no conjunto de sua população em relação aos demais países representados na tabela? Presença de idosos nas populações, por país (em %) Fonte: UNFPA. Relatório sobre a Situação da População Mundial 2011. p. 34. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015. 60 anos ou mais 65 anos ou mais 80 anos ou mais China 12,3 8,2 1,4 Egito 8,0 5,0 0,7 Etiópia 5,2 3,3 0,4 Finlândia 24,8 17,2 4,7 Índia 7,6 4,9 0,7 México 9,0 6,3 1,3 Moçambique 5,1 3,3 0,4 Nigéria 5,0 3,2 1,1 Antiga República Iugoslava da Macedônia 16,7 11,8 2,1 12 Utilize seus conhecimentos e interprete a tabela a seguir. Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 39. 3.020 km NE LO SE S N NO SO Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a PERCURSO 4 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . No Brasil, a população com 60 anos ou mais é de 13% em relação à população total, segundo o Censo 2010. Esclareça aos alunos que o texto foi escrito antes da entrada da África do Sul no grupo Brics. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 45 01/06/16 00:25 Desembarque em outras linguagens DesembarqueDesembarqueDesembarque em outras linguagens 46 Um jeito diferente de compreender o mundo ao longo desta expedição, você conheceu diferentes formas de observar o mundo do ponto de vista da ciência geográfica. agora, vai descobrir que a arte também é capaz de revelar formas diferentes e, muitas vezes, inusitadas de observar, com- preender e representar o mundo em que vivemos. é o caso da obra de vik muniz, fotógrafo e artista plástico que encontrou um jeito inovador de representar o espaço geográfico mundial. nas mãos dele, materiais simples, como serragem, areia, al- godão, chocolate, açúcar, terra, barbante, mel ou até mesmo lixo, transformam-se em uma espécie de “tinta”, usada de ma- neira livre e criativa para questionar, principalmente, a relação da humanidade com o meio ambiente. Segundo a ONU, o Brasil é a nação emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita por ano. A maior parte desse tipo de lixo é gerada pelos países ricos. A imagem mostra a representação dos continentes de Vik Muniz, de 2008, feita com sucata de computadores. A obra de Giovanni Francesco Barbieri (Guercino), Atlas segurando o globo celeste (1646), à esquerda, retrata Atlas, que, segundo a mitologia grega, foi condenado por Zeus a sustentar, eternamente, o globo terrestre. À direita, o Atlas, d’après Guercino (2007), de Vik Muniz, carrega o peso do lixo do mundo, obra feita com objetos encontrados no lixo. © m u n iz , v ik /a u tv is , B ra si l, 2 01 5 – g a le ri a n a ra r o es le r a kg -i m a g es /l a ti n st o ck -m u se o B a rd in i, Fi re n ze © m u n iz , v ik /a u tv is , B ra si l, 2 01 5 – co le ÇÃ o p a rt ic u la r VIK MUNIZ: GEOGRAFIA E ARTES PLÁSTICAS Vik Muniz (Vicente José de Oli- veira Muniz) é um artista plásti- co de muito renome no mundo. Nasceu em São Paulo, em 1961, e cursou Publicidade e Propagan- da. Desde 1983 reside e trabalha em Nova York, nos Estados Uni- dos. Além de desenhista, o artista é fotógrafo, pintor e gravurista, e usa algumas dessas diferentes técnicas combinadas em várias obras. Seus trabalhos chamam a atenção tanto pelo caráter inu- sitado dos materiais utilizados como por sua postura crítica em relação à sociedade de consumo. Em 2010, o documentárioLixo extraordinário, que trata do seu trabalho com os catadores de lixo do Jardim Gramacho (RJ), foi in- dicado ao Oscar. © m u n iz , v ik / a u tv is , B ra si l, 2 01 5 – a ce rv o d o a rt is ta 46 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 46 01/06/16 00:25 4747 © m un iz , v ik /a ut vi s, B ra si l, 20 15 – c ol eÇ Ã o pa rt ic ul a r © m u n iz , v ik /a u tv is , B ra si l, 2 01 5 – Bu rg er c o ll ec ti o n , h o n g k o n g Passa a utilizar materiais descartados em ferros-velhos e lixões, com o intuito de estimular a conscientização da população a respeito do consumo exagerado e da questão ambiental. Woman ironing (Isis) data desse período (2008) e integra a série “Imagens de lixo”. Década de 2000 Década de 1990 O estilo incomum o faz destacar-se no mundo das artes. Seus trabalhos passaram a ser elaborados em séries e denominados conforme o material utilizado. Fossil (1998) integra a série “Imagens de terra”. Década de 2010 Por meio de fragmentos de fotos retiradas de recordações de famílias, realiza colagens como Bain de soleil (Banho de Sol), criando a série “Álbum” (2014), para problematizar como a fotografia perdeu a dimensão solene e de intimidade que tinha até pouco mais da metade do século XX, tornando-se algo corriqueiro com o barateamento do equipamento e o advento da tecnologia digital. m u n iz , v ik /l ic en ci a d o p o r a u tv is , B ra si l, 2 01 5 UMA VIDA NA ARTE Caixa de informações 1. Que materiais Vik Muniz utiliza em suas obras? Qual deles chamou mais a sua atenção? Por quê? 2. Em suas obras feitas com sucata, aqui apresentadas, Vik Muniz busca chamar a atenção para que problema enfrentado atualmente pela humanidade? Interprete 3. Em Atlas, d’après Guercino, Vik Muniz usou sucata para representar o globo carregado por Atlas. Em sua opinião, o que o artista quis demonstrar ao fazer essa releitura da obra de Giovanni F. Barbieri (Guercino)? 4. Com base em seus conhecimentos, por que alguns países produzem mais lixo eletrônico que outros? Justifi que. Mãos à obra 5. Com sucata ou papéis coloridos picados, faça um quadro ou escultura que retrate o problema do lixo nos dias atuais. 6. Exponha seu trabalho na sala de aula e discuta com os colegas a importância da reciclagem e da reutilização de materiais. 47PERCURSO 4 Com o professor de Arte, é possível desenvolver uma pesquisa sobre outros artistas brasileiros e estrangeiros que tratam a relação da humanidade com o meio ambiente em suas obras. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 47 01/06/16 00:25terrestre não é formada apenas de terras emersas. Há uma enorme quantidade de água que cobre o planeta. Descubra a seguir o tamanho dos continentes e a relação desses números com a área total do planeta. Figura 2. O Canal de Suez começou a ser construído em 1859, com base no projeto do engenheiro francês Ferdinand de Lesseps. Em 2015, foi concluída sua ampliação, que aumentou a capacidade de navegação ao longo dos 193 km de extensão do canal. Na foto, navio petroleiro se desloca pelas águas do Canal de Suez, Egito (2015). Fonte: elaborado com base em SERRYN, Pierre. Atlas universal Bordas. Paris: Bordas, 1991. p. 173. 1.070 km NE LO SE S N NO SO 210 km Ba rr y iv er so n h is to ri ca l/ n ew sc o m 15PERCURSO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 15 01/06/16 00:24 Figura 5. Área dos oceanos em relação às massas líquidas e em relação ao globo terrestre Figura 4. Representação das áreas de terras emersas e de águas em relação à área total do globo terrestre (em %) • O tamanho dos continentes A área da superfície terrestre é de aproximadamente 511.000.000 km2. Desse total, cerca de 360.650.000 km2 são cobertos de água, o que corresponde a aproximadamente 71% da área total do globo. O restante, cerca de 150.380.000 km2, ou 29%, corresponde às terras que estão acima do nível do mar — as terras emersas, ou seja, os conti- nentes e ilhas (tabela 1 e figura 4). Cabe assinalar que não há uma medida, nem mesmo um conceito, para diferenciar continente de ilha. Há muito tempo, considerou-se que a Austrália era o menor dos continentes, com 7.692.024 km2, e a Groen- lândia, a maior ilha, com 2.166.086 km2. Com base nisso, compreende-se que todas as terras emersas maiores que a Austrália são consideradas con- tinentes, e todas as menores que a Groenlândia, ilhas. O continente mais extenso é a Ásia, seguido da América, África, An- tártida, Europa e Oceania (Austrália mais um conjunto de ilhas). Os oceanos e suas áreas É difícil, ou mesmo impossível, fixar com exatidão a área dos oceanos, já que eles se interconectam. Há, na verdade, apenas um oceano; entretanto, historicamente, considera-se a existência de quatro: Atlântico, Pacífico, Índico e Glacial Ártico (tabela 2 e figura 5). 2 Fonte: Calendario Atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. p. 63. Na área dos continentes está incluída a área das ilhas. Tabela 2. Área dos oceanos Oceanos Área em km² Pacífico 179.650.000 Atlântico 92.040.000 Índico 74.900.000 Glacial Ártico 14.060.000 Total 360.650.000 Fonte: Calendario Atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. p. 64. Fonte: elaborado com base em Calendario Atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. p. 63-64. Águas 71% OCEANO ÍNDICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO ANTÁRTIDA ANTÁRTIDA ÁFRICA ÁSIA OCEANIA EUROPA O C EA N O PA CÍFICO OCEANO ATLÂ N TIC O AM ÉRICA OCEA N O PA C ÍFIC O Terras emersas 29% Fonte: elaborado com base em Calendario Atlante De Agostini 2014. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. p. 63-64. Em relação às massas líquidas Em Em relação ao globo terrestre Pacífico Atlântico Índico Glacial Ártico Total 0 20 40 60 80 100 Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l No seu contexto Geralmente, usa-se a expressão “americanos” apenas para se referir aos habitantes dos Estados Unidos. Você acha correto? Você também seria americano? Explique. Tabela 1. Áreas continentais Continentes Área em km² Ásia 45.074.481 América 42.192.781 África 30.216.362 Antártida 14.000.000 Europa 10.365.387 Oceania 8.528.382 Total 150.377.393 16 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O Oceano Glacial Ártico é considerado por muitos geógrafos e cartógrafos um mar do Oceano Atlântico, sendo chamado de “Mar Glacial Ártico”. Quando o Oceano Glacial Ártico é incluído no Oceano Atlântico, este passa a ter área correspondente a 106.100.000 km2. Todos os nascidos na América são americanos. A denominação “América” foi dada pelos europeus, em particular pelo cartógrafo espanhol Juan de la Cosa (1460-1510), que acompanhou o navegador florentino Américo Vespúcio ao continente, em homenagem a esse navegador. Com essa denominação, o europeu ignorou a cultura dos povos que já habitavam essa terra. Cumpre também lembrar que, no final do século XIX e início do século XX, o europeu, ao migrar para os Estados Unidos, que foi o país que mais atraiu imigrantes, referia-se a esse país como América; daí a associação de estadunidense com americano. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 16 01/06/16 00:24 stação Socioambiental Implicações da expansão do Canal de Suez na biodiversidade marinha do Mediterrâneo “Quando um qualquer organismo (animal ou planta) é introduzido acidentalmente ou deliberadamente num novo ecossistema es- tamos perante um processo denominado de invasão biológica. Estas espécies invaso- ras podem então estabelecer-se nesse novo ecossistema e proliferar-se podendo causar grande impacto a nível ecológico ou mesmo a nível econômico. […] Um fator que tem influenciado significati- vamente a história do transporte marítimo a nível global — e por conseguinte a história das invasões marinhas — foi a construção dos três grandes Canais de navegação marítima [canais de Suez, do Panamá e de Kiel]. […] No dia 6 de agosto de 2015, o Egito inau- gurou o novo Canal de Suez [...]. O governo do Egito espera que este investimento (supe- rior a 8 biliões de dólares) aumente o núme- ro de navios que transitam no Canal, assim como possa encurtar em até 8 horas o tem- po de passagem no Canal. No entanto, muitos cientistas de renome mundial e que se dedi- cam ao estudo das invasões marinhas estão muito preocupados com as consequências ecológicas que podem advir desta expansão do Canal de Suez. Já no ano passado, um grupo de cientistas alertava na revista Biological Invasions que o aumento da frequência de navios no novo Canal de Suez com 35 km de construção nova e canais mais profundos, poderia facilitar a passagem de espécies entre as massas de água do Mar Vermelho e do Mar Mediterrâneo. Neste momento estão inventariadas 700 espécies introduzidas no Mediterrâneo, mas os investigadores acreditam que metade deste número entrou via Canal de Suez. Algumas destas espécies já causaram sérios problemas de ordem econômica, ecológica ou mesmo de saúde pública, como por exemplo a medusa Rhopilema nomadica, que forma grandes aglomerados afetando não só o tu- rismo como também a pesca costeira. […] Embora reconhecendo a importância que o Canal de Suez desempenha no comércio e economias mundiais, sendo vital para uma sociedade moderna do século XXI, existem também acor- dos internacionais que reconhecem a implementação urgente de regras e práticas sustentáveis para minimizar o impacto e conse- quências a longo prazo da introdução de espécies […].” CANNING-CLODE, João. Implicações da expansão do Canal de Suez na biodiversidade marinha do Mediterrâneo. In: Ciência Hoje, Opinião, 26 ago. 2015. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2015. Interprete 1. Segundo o texto, o que é invasão biológica? Argumente 2. Por que a ampliação do Canal de Suez representa avanço para o comércio e a economia internacionais, mas pode signifi car grande prejuízo ecológico? Fonte: ALONSO, Antonio. Ampliación del Canal de Suez. In: El País, Internacional, 7 ago. 2015. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2015. a n d er so n d e a n d rad e pi m en te l Ampliação do Canal de Suez – 2015 30° S 31° L El Qantara AMPLIAÇÃO AMPLIAÇÃO DO CANAL Port Said Tempo de travessia pelo canal 11 horas 97 embarcações 72 k m 19 0 km Kabrit El Shallufa EGITO CANAL DE SUEZ CANAL DE SUEZ Suez Mar Mediterrâneo Golfo de Suez CANAL DE SUEZ Tempo de travessia pelo canal 18 horas 49 embarcações 20 km NE LO SE S N NO SO 17PERCURSO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O professor de Ciências poderá contribuir, entre outros assuntos, com explicações e atividades sobre: a) as águas oceânicas e suas principais fontes poluidoras; b) a degradação dos recifes de corais e do ambiente marinho; c) a invasão biológica. Meio Ambiente PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 17 01/06/16 00:24 Figura 6. Mundo: hemisférios • Os hemisférios das terras e das águas Os continentes e os oceanos distribuem-se de forma desigual na su- perfície da Terra: há maior concentração de terras emersas no Hemisfério Norte, que, por isso, é chamado de hemisfério das terras. Já no Hemis- fério Sul — o hemisfério das águas —, nota-se que existe menor extensão de terras emersas e predomínio dos oceanos (figura 6). A concentração das terras emersas no Hemisfério Norte e a maior pro- ximidade entre elas exerceram, e ainda exercem, influência sobre alguns fenômenos, tanto de ordem física como de ordem cultural. Entre os fenômenos de ordem física, destaca-se a dispersão de es- pécies vegetais e animais. Sabe-se que a dispersão de vegetais pode ocorrer pelo vento, pelas correntes marítimas, pelos animais e pelo ser humano. Isso explica, em parte, a maior semelhança da flora e da fauna no Hemisfério Norte, quando comparada à existente no Hemisfério Sul. No aspecto cultural, destacam-se as migrações dos povos. No Hemis- fério Norte, as migrações, os contatos culturais e a dominação territo- rial de alguns povos sobre outros foram facilitados pela proximidade das terras emersas e pela presença do Mar Mediterrâneo, navegado desde a Antiguidade. Civilizações do passado serviram-se, portanto, dessas faci- lidades para ampliar seu horizonte e sua dominação territorial (figura 7). Os povos que viviam nas terras do Hemisfério Sul levaram mais tempo para entrar em contato com povos de outros continentes. Esse contato só foi possível com o aperfeiçoamento de embarcações e instrumentos de navegação, que possibilitaram a incorporação de terras do Sul ao ho- rizonte geográfico europeu nos séculos xV e xVI (sul da África e Améri- ca) e no século xVIII (Austrália) — período da história conhecido como o das Grandes Navegações, ou da expansão marítimo-comercial europeia, iniciado por portugueses e espanhóis e seguido por ingleses, franceses e holandeses (figura 8). Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 34. EUROPA HEMISFÉRIO SUL HEMISFÉRIO NORTE ÁFRICA ÁSIA OCEANIA AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA CENTRAL AMÉRICA DO SUL Terras do Hemisfério Norte ou Setentrional ou Boreal Terras do Hemisfério Sul ou Meridional ou Austral 0° 30° L30° O 30° N 30° S 60° S 60° N 60° L60° O 90° L90° O 120° L120° O 150° L150° O OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICOCÍRCULO POLAR ÁRTICO 0° 3.320 km a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l NE LO SE S N NO SO Quem lê viaja mais KLINK, Amyr. Paratii: entre dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. Amir Klink é um navegador e explorador. Nesse livro, você vai conhecer uma de suas aventuras: partindo de Parati, ele velejou solitário durante 22 meses, por mais de 50 mil quilômetros, até chegar à Antártida, onde passou seis meses. AMADO, Janaina; FIGUEIREDO, Luiz Carlos. As viagens de Américo Vespúcio: descobertas no antigo novo mundo. São Paulo: Atual, 2000. O livro possibilita ao leitor compreender a expansão marítimo-comercial europeia durante o período das Grandes Navegações. 18 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A vida no mar poluído Jogo PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 18 01/06/16 00:24 Figura 8. Expansão marítimo-comercial europeia – séculos XV-XVI Figura 7. Exemplos de ampliação do mundo conhecido pelas civilizações dominantes Fontes: elaborado com base em HASSINGER, Hugo. Fundamentos geográficos de la historia. Barcelona: Omega, 1958. p. 97; AZEVEDO, Aroldo de. O mundo antigo, expansão geográfica e evolução da Geografia. São Paulo: Edusp/Desa, 1965. p. 65; Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 98-99; ARRUDA, José Jobson. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 1993. p. 19. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR Mundo conhecido pelos egípcios – séculos XIII a X a.C. Área dominada pela civilização romana Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos romanos – séculos I e II d.C. Área dominada pela civilização egípcia Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Área dominada pela civilização islâmica (bérberes-árabes) Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos árabes – séculos VII e VIII d.C. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO ÁSIA ÁFRICA Mundo conhecido pelos europeus – séculos XVI a XVIII d.C. Após os grandes descobrimentos marítimos Área já conhecida Área conhecida resultante da expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI Área conhecida resultante da expansão marítima europeia do século XVIII TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO A M É R I C A ÁSIA OCEANIA ÁFRICA 0˚ 0˚ 0˚ 0˚ OCEANO PACÍFICO ÁSIA ÁSIA ÁFRICAÁFRICA OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR Mundo conhecido pelos egípcios – séculos XIII a X a.C. Área dominada pela civilização romana Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos romanos – séculos I e II d.C. Área dominada pela civilização egípcia Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Área dominada pela civilização islâmica (bérberes-árabes) Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos árabes – séculos VII e VIII d.C. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO ÁSIA ÁFRICA Mundo conhecido pelos europeus – séculos XVI a XVIII d.C. Após os grandes descobrimentos marítimos Área já conhecida Área conhecida resultante da expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI Área conhecida resultante da expansão marítima europeia do século XVIII TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO A M É R I C A ÁSIA OCEANIA ÁFRICA 0˚ 0˚ 0˚ 0˚ OCEANO PACÍFICO ÁSIA ÁSIA ÁFRICAÁFRICA OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICODE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR Mundo conhecido pelos egípcios – séculos XIII a X a.C. Área dominada pela civilização romana Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos romanos – séculos I e II d.C. Área dominada pela civilização egípcia Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Área dominada pela civilização islâmica (bérberes-árabes) Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos árabes – séculos VII e VIII d.C. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO ÁSIA ÁFRICA Mundo conhecido pelos europeus – séculos XVI a XVIII d.C. Após os grandes descobrimentos marítimos Área já conhecida Área conhecida resultante da expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI Área conhecida resultante da expansão marítima europeia do século XVIII TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO A M É R I C A ÁSIA OCEANIA ÁFRICA 0˚ 0˚ 0˚ 0˚ OCEANO PACÍFICO ÁSIA ÁSIA ÁFRICAÁFRICA OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR Mundo conhecido pelos egípcios – séculos XIII a X a.C. Área dominada pela civilização romana Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos romanos – séculos I e II d.C. Área dominada pela civilização egípcia Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Área dominada pela civilização islâmica (bérberes-árabes) Área geográfica conhecida pela civilização dominante Área geográfica desconhecida pela civilização dominante Mundo conhecido pelos árabes – séculos VII e VIII d.C. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICOTRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO ÁSIA ÁFRICA Mundo conhecido pelos europeus – séculos XVI a XVIII d.C. Após os grandes descobrimentos marítimos Área já conhecida Área conhecida resultante da expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI Área conhecida resultante da expansão marítima europeia do século XVIII TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO A M É R I C A ÁSIA OCEANIA ÁFRICA 0˚ 0˚ 0˚ 0˚ OCEANO PACÍFICO ÁSIA ÁSIA ÁFRICAÁFRICA Fonte: ARRUDA, José J. de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 1993. p. 19. OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO 0º 0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA CENTRAL EUROPA ÁSIA ÁFRICA OCEANIA PORTUGAL ESPANHA Porto Seguro 1500 AMÉRICA DO SUL Guanaani 1492 GUINÉ 1434-1462 Moçambique MelindeCONGO 1482-1485 Madeira 1419 Goa Cochim Pequim CIPANGO (JAPÃO) 1542 Macau 1516 Cantão Calicute 1498 Málaca 1511 Filipinas Ceuta 1415 Lisboa Sevilha Palos Veneza Cabo Bojador 1434 Açores 1431 Canárias 1402 Cabo Verde 1456 Bartolom eu D ias Sebastiã o Elcano 1522 Fernão de M agalhães 1519-1521 Cabo da Boa Esperança 1488 de Magalhães 1521 Morte de Fernão Cristóvão Colombo Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano (primeira viagem de circunavegação) Primeiras viagens Vasco da Gama Pedro Álvares Cabral Primeira viagem até o Japão Rotas dos navegadores portugueses Rotas dos navegadores espanhóis 2.920 km m a pa s: a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a 4.580 km 4.580 km 4.580 km 4.580 km OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO 0º 0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA CENTRAL EUROPA ÁSIA ÁFRICA OCEANIA PORTUGAL ESPANHA Porto Seguro 1500 AMÉRICA DO SUL Guanaani 1492 GUINÉ 1434-1462 Moçambique MelindeCONGO 1482-1485 Madeira 1419 Goa Cochim Pequim CIPANGO (JAPÃO) 1542 Macau 1516 Cantão Calicute 1498 Málaca 1511 Filipinas Ceuta 1415 Lisboa Sevilha Palos Veneza Cabo Bojador 1434 Açores 1431 Canárias 1402 Cabo Verde 1456 Bartolom eu D ias Sebastiã o Elcano 1522 Fernão de M agalhães 1519-1521 Cabo da Boa Esperança 1488 de Magalhães 1521 Morte de Fernão Cristóvão Colombo Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano (primeira viagem de circunavegação) Primeiras viagens Vasco da Gama Pedro Álvares Cabral Primeira viagem até o Japão Rotas dos navegadores portugueses Rotas dos navegadores espanhóis NE LO SE S N NO SO NE LO SE S N NO SO NE LO SE S N NO SO NE LO SE S N NO SO NE LO SE S N NO SO 19PERCURSO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 19 01/06/16 00:24 PERCURSO 2 Estados e população do mundo Estado, nação e território No decorrer do tempo histórico, as sociedades humanas espalharam- -se pelo mundo, ocuparam continentes e ilhas, e construíram espaços geo- gráficos. Nesse processo, demarcaram territórios e fronteiras, criando governos para administrá-los, e organizaram-se em Estados. A seguir, você vai aprender o significado de alguns desses conceitos. • Estado O Estado corresponde à organização política, administrativa e jurídi- ca de uma sociedade. Tal organização tem soberania sobre o território nacional (soberania interna) e independência em relação à ordem internacional (soberania externa). Como exemplos, podemos citar o Estado brasileiro, o argentino, o boliviano e o francês. • Nação A nação consiste em um agrupamento social unido por um passado his- tórico comum que deu origem a uma identidade cultural. Os membros de uma nação têm características comuns relativas a costumes, língua, religião, tradições, crenças e valores. Quan- do ocupam um território e se orga- nizam politicamente, dão origem a um Estado, ou Estado-nação. Nem sempre, porém, há iden- tidade completa entre o Estado e a nação. Há Estados com duas ou mais nações, que apresentam lín- gua e traços culturais distintos. É o caso, por exemplo, do Canadá — Estado onde convivem popu- lações indígenas, descendentes de colonizadores e imigrantes in- gleses e franceses, entre outros (figura 9). Parte dos descenden- tes de franceses tem a inten- ção de criar o próprio Estado, na província de Quebec (figura 10), e já fez tentativas nesse sentido, sem, contudo, obter sucesso. 1 Em que províncias do Canadá mais de 80% da população tem o inglês como língua materna? Figura 9. Canadá: línguas e províncias Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 72. GROENLÂNDIA (DIN) ALASCA (EUA) Whitehorse Yellowknife Edmonton Regina Victoria Winnipeg Toronto Quebec St. John’s 1 Charlottetown Fredericton Halifax 2 Iqaluit ESTADOS UNIDOS TERRITÓRIO DE YUKON COLÚMBIA BRITÂNICA ALBERTA SASKATCHEWAN MANITOBA ONTÁRIO QUEBEC NUNAVIK TERRITÓRIO DE NUNAVUT NOVA ESCÓCIA Ottawa OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Baía de Hudson CÍRCULO POLAR ÁRTICO 96°O Grandes Lagos TERRITÓRIOS DO NOROESTE TERRA NOVA E LABRADOR menos de 80 mais de 80 Capital de paísPorcentagem da população cuja língua materna é: Capital de província ou território FrancêsInglês de 50 a 80 mais de 80 Limite de província ou território 1 Ilha Príncipe Eduardo 2 Novo Brunswick menos de 80 mais de 80 Capital de paísPorcentagem da população cuja língua materna é: Capital de província ou território Francês Inglês de 50 a 80 mais de 80 Limite de província ou território 1 Ilha Príncipe Eduardo 2 Novo Brunswick 530 km Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a NE LO SE S N NO SO menos de 80 mais de 80 Capital de paísPorcentagem da população cuja língua materna é: Capital de província ou território Francês Inglês de 50 a 80 mais de 80 Limite de província ou território 1 Ilha Príncipe Eduardo 2 Novo Brunswick Província Divisão político- -administrativa de um país sob a autoridade de um poder central. Nos Estados Unidos, essa divisão é feita com a denominação de estado; na França, de departamento. 20 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . O conceito de povo pode ser o mesmo de nação, desde que seja considerado o conjunto de indivíduos que constituem uma nação. Difere, portanto, de outros significados, como: conjunto de indivíduos de uma mesma cidade — o povo do Rio de Janeiro —, conjunto de cidadãos de um país em relação aos governantes — o povo brasileiro, chileno etc. Terra Nova e Labrador, Nova Escócia, Alberta, Colúmbia Britânica e território de Yukon. Nunavik não é uma província autônoma do Canadá, mas uma região da província de Quebec. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 20 01/06/16 00:24 • Território O território é a porção da superfície terrestre sobre a qual o Esta- do exerce soberania. É a base física do Estado e, além do território con- tinental, compreende o espaço aéreo, as ilhas (caso as possua) e o mar territorial (caso seja banhado pelo mar). O território de um Estado é delimitado por fronteiras, que precisam ser reconhecidas por Es- tados vizinhos e pelos demais países. Existem ca- sos de discussões e disputas entre Estados por determinados territórios, o que dificulta a defini- ção de suas fronteiras. Na América, por exemplo, há uma disputa entre a Venezuela e seu vizinho do leste, a República da Guiana, pela região de Essequibo. Segundo o governo venezuelano, essa região já pertencia à Venezuela antes da colonização da Guiana pelos ingleses no século xIx, que dela teriam se apropriado. O impasse foi entregue à arbitragem da Organização das Nações Uni- das (ONU) e não havia sido resolvido até o fim de 2015 (figura 11). st ev e li ss /t h e li Fe im a g es c o ll ec ti o n /g et ty im a g es Figura 10. Manifestação em defesa da independência da província de Quebec em 25 de junho de 1990. Em 1980, foi realizado um plebiscito, mas 59,5% da população se declarou favorável à manutenção da integração da província ao Canadá; em outro plebiscito, realizado em 1995, prevaleceu a opinião e a vontade dos 50,6% contrários ao separatismo quebequense. Fonte: elaborado com base em Enciclopédia do mundo contemporâneo. São Paulo/Rio de Janeiro: Publifolha/ Terceiro Milênio, 2002. p. 304. Figura 11. Território de Essequibo 5ºN 57ºO Linden Orinduik Issano Bartica Georgetown New Amsterdam VENEZUELA BRASIL SURINAME GUIANA Morawhanna OCEANO ATLÂNTICO Es se q u ib o Capital Principais cidades Território de Essequibo reivindicado pela Venezuela Estrada a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l 100 km NE LO SE S N NO SO Índice de Desenvolvimento Humano Abaixo de 0,655 De 0,656 a 0,680 De 0,681 a 0,705 De 0,706 a 0,730 Acima de 0,731 Navegar é preciso Projeto Rumar – Mar territorial brasileiro Na página do Projeto Rumar, acesse o vídeo sobre a Amazônia Azul e descubra como, depois de diversos acordos e convenções internacionais, as medidas do mar territorial foram definidas e como estão atualmente. Mar territorial Faixa marítima de largura igual a 12 milhas marítimas — 22 quilômetros —, medidas a partir da linha da maré mais baixa ao longo da costa litorânea territorial. 21PERCURSO 2 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Em 2006, o governo canadense aprovou uma moção reconhecendo que a população de Quebec forma uma nação dentro do Canadá. Caso considere necessário aprofundar o conhecimento sobre o assunto, converse com os alunos sobre os conceitos de zona contígua, zona econômica exclusiva e território marítimo. Mais informações em: . Acesso em: 23 out. 2015. Explique aos alunos que existem outras concepções de território: 1) política, relativa a todas as relações espaço- poder institucionalizadas, em que o território corresponde a um espaço delimitado e controlado e por meio do qual se exerce determina do poder; 2) econômica, na qual o território é visto como fonte de recursos e forças produtivas; 3) naturalista, que considera a ideia de território com base nas relações entre sociedade e natureza. Consulte o capítulo 2 da obra O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multiterritorialidade (7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012), de Rogério Haesbaert da Costa. No livro do 6o ano, Expedição 1, abordamos as noções de “território”, inclusive a questão “território e poder”. Sugerimos voltar a abordar essa temática. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 21 01/06/16 00:24 O mapa político do mundo está definido? Até 2015, existiam 197 Estados reconhecidos por outros países e 193, pela ONU. O continente americano continha 35 Estados; a África, 54; a Ásia, 45; a Europa, 49; e a Oceania, 14. Apesar da existência de 197 países, há povos que vivem em terri- tórios que lhes pertencem historicamente, mas que foram apropriados por outros povos, que lhes negam a independência. Vivem, portanto, sob o domínio de outros Estados e não governam o próprio território. Em al- guns casos, não podem externar, sem medo de repressão, a própria cul- tura e tradições (língua, festas populares, religião etc.). Existem muitos exemplos de nações nessa situação, entre as quais se destacam os che- chenos, na Rússia, que reivindicam sua in- dependência e a formação de seu Estado; os bascos, que habitam um território entre a Espanha e a França (figura 12); os tibetanos, na Ásia, que se encontram sob a dominação do Estado chinês; os palestinos, no Oriente Médio; o povo curdo, espalhado pelos territórios da Turquia, Irã, Iraque, Armênia e Síria (figura 13), entre outros. Vê-se, assim, que o mapa político do mundo não é definitivo. Esses e outros povos poderão ainda vir a ser detentores de seus Estados, al- terando a configuração atual dos países. 2 Figura 12. País Basco Fonte: elaborado com base em BONIFACE, Pascal. Atlas des relations internationales. Paris: Hatier, 1997. p. 97. 40°N 4°L GIBRALTAR (RUN) MAR MEDITERRÂNEO Golfo de Biscaia Is. Baleares OCEANO ATLÂNTICO FRANÇA ÁFRICA CASTELA E LEÃO GALÍCIA ASTÚRIAS CANTÁBRIA PAÍS BASCO NAVARRA CATALUNHA ARAGÃO LA RIOJA MADRI Madri CASTELA LA MANCHA VALENÇA MURCIA ANDALUZIA ESPANHA MINORCA MAIORCA IBIZA LABOURO BAIXA-NAVARRA BOULE ANDORRA Províncias históricas bascas (20.550 km2) Região autônoma do País Basco (7.261 km2) EXTREMADURA PORTUGAL Províncias históricas bascas (20.550 km2) Região autônoma do País Basco (7.261 km2) Fonte: AKCELRUD, Isaac. O Oriente Médio. 3. ed. São Paulo: Atual/Unicamp, 1985. p. 48. Figura 13. O Curdistão histórico M A R V ERM ELH O MAR NEGRO Canal de Suez TURQUIA Ancara ISRAEL SÍRIA Damasco LÍBANO IRAQUE IRÃ JORDÂNIA EGITO ARÁBIA SAUDITA KUWAIT Teerã ARMÊNIA AZERB. Bagdá MAR MEDITERRÂNEO MAR CÁSPIO Golfo Pérsico Ri o N ilo Rio Eufrates Rio Tigre 40ºL 35ºN Nota: Apesar da terminologia, o País Basco,que consta no mapa, não é um país independente. Os bascos se autodenominam país, ou seja, dão esse nome ao território por eles ocupado, e possuem autonomia, conquistada do governo espanhol. No entanto, continuam suas negociações com a Espanha para obter a independência e se tornar, de fato, um país. Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l 160 km 190 km NE LO SE S N NO SO NE LO SE S N NO SO Províncias históricas bascas (20.550 km2) Região autônoma do País Basco (7.261 km2) 22 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Em 9 de julho de 2011 foi criado o Sudão do Sul, resultante do desmembramento territorial do Sudão. Vaticano, Taiwan, Kosovo e Saara Ocidental não são países-membros da ONU. Os bascos possuem uma cultura própria, sobretudo pela língua (euskara). Cerca de 2 milhões de bascos estão na Espanha e aproximadamente 280 mil, na França. Desde o fim do século XIX, organizaram um movimento nacionalista pela independência que cresceu no final dos anos de 1950. A organização separatista Pátria Basca e Liberdade (ETA) usou a luta armada para conseguir seus propósitos; em janeiro de 2011, abandonou o uso de armas e, em 2012, com a vitória nas eleições regionais do Partido Nacionalista Basco, ficou mais forte e passou a defender uma reforma constitucional com a inserção de artigo sobre “o direito de decidir”. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 22 01/06/16 00:24 stação História Segunda divisão da ONU “Nas ruas de Hargésia, capital da Somali- lândia, mulheres trabalham trocando notas de dólar e euro por maços de xelim somali- landês ao lado de carrinhos de sorvete que aplacam os mais de 40 °C, lan houses e con- sultórios dentários. Já o governo, eleito de- mocraticamente, consegue equilibrar a lei islâmica, costumes tribais e a tradição cons- titucional do Ocidente […]. O único problema é que a Somalilândia não existe. Há muitos lugares como a Somalilândia. São os quase países, que vivem na segunda di- visão das relações internacionais: embora te- nham um governo que, bem ou mal, funciona, não conseguem a ascensão para a ‘série A’, onde estão os membros da ONU. Alguns são tão pe- quenos que você pode ser paciente do próprio ministro da Saúde. Mesmo assim, têm Câmara de Deputados e uma força policial independente. A Somalilândia e a Transnístria possuem até moeda própria — coisa que mesmo al- guns paí ses reconhecidos não têm, como o Equador, o Timor Leste e, mais recentemen- te, o Zimbábue, que adotaram o dólar. Mas como assim ‘quase países’? Bom, se você cercar o seu bairro, começar a ditar as leis ali, recolher impostos e tiver força militar para enfrentar o Exército quando o Bra- sil retaliar, terá criado um Estado nacional. Mas esse é só o primeiro passo. O outro é ser reconhe- cido como país pelas nações veteranas. Se isso não acontece, a comunidade internacional vai continuar considerando o seu bairro como par- te do Brasil. Nisso você não poderá receber em- préstimos de bancos mundiais nem participar de organizações de comércio internacional. É exatamente o que acontece com os países que não têm cadeira na ONU. […].” HORTA, Maurício; VIEIRA, William. Segunda divisão da ONU. Superinteressante. Edição 283, out. 2010. Seção Atualidades. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015. Somalilândia OCEANO ÍNDICOOCEANO ATLÂNTICO MAR MEDITERRÂNEO 30°L M A R VERM ELH O TUNÍSIATUNÍSIATUNÍSIATUNÍSIATUNÍSIATUNÍSIATUNÍSIATUNÍSIATUNÍSIA ARGÉLIA LÍBIA EGITOEGITO SUDÃOSUDÃO IÊMENIÊMENIÊMEN OMÃOMÃ ARÁBIA SAUDITA IRAQUE IRÃ KUWAITKUWAITKUWAITKUWAIT ISRAELISRAELISRAELISRAELISRAELISRAEL SÍRIASÍRIASÍRIASÍRIASÍRIASÍRIA JORDÂNIAJORDÂNIAJORDÂNIAJORDÂNIAJORDÂNIAJORDÂNIA SUDÃOSUDÃO DO SULDO SUL ERITREIAERITREIAERITREIAERITREIAERITREIAERITREIAERITREIAERITREIAERITREIA DJIBUTIDJIBUTI ETIÓPIA QUÊNIA UGANDAUGANDAUGANDAUGANDAUGANDAUGANDAUGANDA REP. CENTRO-AFRICANACENTRO-AFRICANACENTRO-AFRICANACENTRO-AFRICANA REP. DEM. DO CONGO SOMÁLIASOMÁLIASOMÁLIA CHADE NÍGERMALI NIGÉRIA TRÓPICO DE CÂNCER 650 km a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l NE LO SE S N NO SO Interprete 1. Explique por que a região conhecida como Somalilândia “não existe”. Argumente 2. Por que é importante reconhecer as identidades nacionais e permitir que povos fundem seu Estado ou país? Viaje sem preconceitos 3. Muitos povos, dominados por outros, são alvo de preconceito étnico, religioso ou de nacionalidade tão intensos que chegam a ameaçar a vida de suas populações. No cotidiano, preconceitos são gerados pelas desigualdades e pelo desrespeito às diferenças (políticas, socioeconômicas, étnicas, regionais, de gênero, de orientação sexual, geracionais — crianças, adolescentes e idosos etc.). No seu dia a dia, você busca enxergar o mundo do ponto de vista do outro, ou a respeitar as diferenças entre as pessoas? Fonte: SOMALILÂNDIA. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015. Lan house Estabelecimento comercial onde se paga para utilizar um computador; lan, do inglês, significa local area network, ou seja, rede local de computadores. Transnístria Região situada na fronteira entre Moldávia e Ucrânia, cuja população busca a independência desde a década de 1990, mas ainda não foi reconhecida pela Moldávia nem pela ONU. 23PERCURSO 2 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 23 01/06/16 00:24 Figura 14. Mundo: população por continente e os dez países mais populosos – 2015 Tabela 3. Mundo: crescimento da população A população mundial Em 2015, a população do planeta chegou a 7,349 bilhões. Segun- do estimativas, em 2050, haverá cerca de 9,725 bilhões de habitantes. Observe a tabela 3. 3 Qual é a diferença entre a população estimada para 2050 e a população em 2015? Fontes: elaborado com base em ONU. World Population Prospects: The 2015 Revision, Key Findings and Advance Tables. Nova York: ONU, 2015. p. 1, 13, 14, 15, 16 e 17. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015; IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 32. OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO EUROPA 738 milhões de habitantes ÁFRICA 1,186 bilhão de habitantes ANTÁRTIDA PAQUISTÃO 188.925.000 habitantes OCEANIA 39 milhões de habitantes BRASIL 207.848.000 habitantes CÍRCULO POLAR ÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO RÚSSIA 143.457.000 habitantes CHINA 1.376.049.000 habitantes ÍNDIA 1.311.051.000 habitantes ÁSIA 4,393 bilhões de habitantesESTADOS UNIDOS 321.774.000 habitantes NIGÉRIA 182.202.000 habitantes INDONÉSIA 257.564.000 habitantes BANGLADESH 160.996.000 habitantes 0° 0° MÉXICO 127.017.000 habitantes AMÉRICA 992 milhões de habitantes OCEANO GLACIAL ÁRTICO a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te l 2.070 km NE LO SE S N NO SO No seu contexto Calcule a porcentagem a que corresponde a população de seu município em relação à população total do Brasil, da América e do mundo. Ano População Aumento médio anual por período Início da Era Cristã 250 milhões — 1900 1,6 bilhão 140 mil 1950 2,4 bilhões 16 milhões 2000 6,0 bilhões 72 milhões 2015 7,3 bilhões 87 milhões 2050* 9,7 bilhões 69 milhões Fontes: TREWARTHA, Glent. Geografia da população. São Paulo: Nacional/USP, 1971. p. 43-44; L’État du monde: annuaire économique géopolitique mondial. Paris: La Découverte, 2002. p. 595; ONU. World Population Prospects: The 2015 Revision, Key Findings and Advance Tables. Nova York: ONU, 2015.p. 1. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015. * Estimativa. A Ásia é o continente mais populoso (figura 14). Em 2015, tinha 4,393 bilhões de habitantes, o que representava 59,8% da população mun- dial. Somente a China e a Índia, países mais populosos do mundo e localiza- dos na Ásia, abrigavam, 1,384 bilhão e 1,311 bilhão, respectivamente, ou seja, cerca de 61% da população asiática e 37% da população mundial. Segundo estudos demográficos, o crescimento da população mundial no final do século xxI terá taxas bem menores do que as atuais se mantidos os padrões de queda das taxas de fecundidade — fato que já ocorre há al- guns anos em vários países. 24 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Estima-se que, em 2050, a população mundial seja de 9,7 bilhões de pessoas, 2,4 bilhões a mais do que no ano de 2015. No livro do 9o ano, são explicadas as causas do crescimento populacional (taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade), o impacto da revolução da tecnologia bioquímica e dos progressos da medicina na redução das taxas de mortalidade etc. Depende do município. Para saber a população de seu município, consulte o endereço eletrônico: . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 24 01/06/16 00:24 • A distribuição da população no mundo A distribuição da população humana pelo espaço mundial é bastante desigual. Observe as figuras 15 e 16. Repare que existem áreas muito povoadas ou de elevada densidade demográfica (mais de 100 hab./km2), outras de média densidade de- mográfica (de 50 a 100 hab./km2) e outras de baixa densidade demo- gráfica (com menos de 50 hab./km2). Há, ainda, áreas com menos de 1 hab./km2 em várias localidades do planeta. Para obter a densidade demográfica de determinada região, dividi- mos o total de sua população por sua área territorial. Ao realizarmos esse cálculo para as diversas áreas de cada país, percebemos que existem áreas mais densamente povoadas que outras. Contribuem para essa diferença diversos fato- res, que podem favorecer ou limi- tar o povoamento. Figura 15. Mundo: densidade demográfica Qual é a densidade demográfica da porção central do território brasileiro? Figura 16. Rua comercial em Dacca, capital de Bangladesh (2015). A cidade apresenta uma das maiores densidades demográficas do mundo: cerca de 19 mil hab./km2. Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2011. p. 190. Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a 1.960 km NE LO SE S N NO SO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO CÍRCULO POLAR ÁRTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Chicago Boston Nova York Filadélfia Toronto Dallas San Francisco Los Angeles Cidade do México Caracas Bogotá Lima Rio de Janeiro São Paulo Belo Horizonte Houston Atlanta Washington Cidade do Cabo Madri Kuala Lumpur Shenzhen Buenos Aires Johanesburgo Kinshasa LagosAbidjan Cartum Cairo Paris Londres Moscou Istambul Teerã Bagdá Karachi Lahore Délhi Mumbai Hyderabad Bangalore Chennai Calcutá Dacca Chongqing Guangzhou Hong Kong Manila Jacarta Ho Chi Minh Bangcoc Xangai Taipé Seul Tóquio Osaka Pequim Tianjin 0° 0° Habitantes por km2 De 50 a 100 Mais de 100 Aglomeração de mais de 5 milhões de habitantes Menos de 1 De 1 a 10 De 10 a 50 OCEANO GLACIAL ÁRTICO sh eh za d n o o ra n i/ ea sy pi x Br a si l 25PERCURSO 2 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Menos de 1 hab./km2. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 25 01/06/16 00:24 Fatores que influenciam o povoamento Pelo menos dois fatores explicam a desigualdade na distribuição da população: os de ordem natural, como o clima, o relevo, a disponi- bilidade de água e a qualidade do solo para fins de agricultura, e os de ordem histórico-econômica, relacionados aos povoamentos antigos, ao crescimento de cidades, à implantação de sistemas de transporte e à dinamização das economias locais e sua continuidade no tempo. É esse o caso típico do nordeste dos Estados Unidos — onde se loca- lizam Nova York, Boston, Filadélfia e outras cidades importantes — e da Região Sudeste do Brasil. À medida que se tornaram as principais regiões econômicas desses países, passaram a atrair populações de outras áreas, que se deslocaram em busca de oportunidades de tra- balho e de melhores condições de vida. Os fatores de ordem natural continuam exercendo influência na distri- buição da população no espaço mundial, mesmo com o constante avanço científico e tecnológico, e em consequência da melhor adaptação humana às situações naturais adversas. As áreas de desertos quentes, por exemplo, o Saara, na África (figura 17), e os desertos da Austrália, possuem menos de 1 hab./km2. O mesmo acontece no nor- te do Canadá e da Rússia — áreas de al- tas latitudes e de clima frio e polar (figura 18), que restringem a fixação humana, tal como as altas montanhas da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, das Rocho- sas, na América do Norte, ou ainda as do Himalaia, na Ásia. Figura 18. Pastor de renas do povo nenet na Sibéria, Rússia (2014). Alguns grupos vivem em cidades e vilas, enquanto outros ainda seguem o estilo de vida nômade. m a tt h ew w il li a m s- el li s/ ro Be rt h a rd in g /l a ti n st o ck g o rd o n e sl er /p h o to g ra ph er ’s c h o ic e/ g et ty im a g es Figura 17. Caravana de camelos no Deserto do Saara, em território do Marrocos, na África do Norte (2013). A região tem baixa densidade demográfica. 26 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 26 01/06/16 00:24 Outras rotas O Estado do Vaticano, o menor do mundo “O Estado da Cidade do Vaticano, o menor do mundo, foi oficialmente incorporado à comunidade internacional no dia 7 de junho de 1929 […]. O Papa é um dos últimos monarcas absolutos do mundo. Seu poder temporal é exercido de maneira soberana e exclusi- va em um território de 44 hectares. […] Hoje, a população do Vaticano é de 600 pessoas que possuem a nacionalidade vaticana, incluindo cardeais e representantes di- plomáticos da Santa Sé (núncios apostólicos), assim como outros religiosos e uma centena de oficiais e guardas suíços. A nacionalidade vaticana não é concedida com base no ius sanguinis (‘direito de sangue’) nem no ius soli (‘direito de solo’), mas em uma espécie de ius officii estabelecido quando o indivíduo tem um emprego regular e vive de maneira estável no território. […] O Estado Pontifício foi constituído para que a Igreja pu- desse exercer com liberdade e independência a soberania es- piritual através da Santa Sé, que se encarrega da administração material do território. […] O Vaticano, que também opera como município, é ad- ministrado por uma comissão de cardeais presidida pelo car- deal que ocupa a Secretaria de Estado. A Santa Sé também tem um jornal oficial, o L’Osservatore Romano, uma emissora, a Rádio Vaticano, museus e publica- ções em várias línguas. […] O Vaticano emprega cerca de 4.700 religiosos e laicos, cujos salários representam uma parte muito importante dos gastos da Santa Sé […].” O Estado do Vaticano, o menor do mundo. Portal Terra, 12 mar. 2013. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015. MAR MEDITERRÂNEO 45°N 15°L VATICANO ITÁLIA EUROPA Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.p. 43. 580 km Fo to : a n d re i r yB a ch u k/ sh u tt er st o ck ; m a pa : F er n a n d o Jo sé F er re ir a NE LO SE S N NO SO Interprete 1. Aponte os aspectos políticos do Vaticano que permitem identifi cá-lo como um Estado. Argumente 2. Por que no Vaticano a nacionalidade é defi nida pelo ius of� cii, e não pelos ius sanguinis ou pelo ius soli? Viaje sem preconceitos 3. Muitas pessoas desrespeitam ou têm difi culdades para conviver com pessoas de outras crenças religiosas. E você, o que pensa a respeito disso e como age em situações de intolerância religiosa? Vista da Praça de São Pedro e da Basílica de São Pedro, no Estado do Vaticano (2014). É a maior das igrejas do cristianismo e um dos locais cristãos mais visitados do mundo. 27PERCURSO 2 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Chame a atenção dos alunos para o fato de que Estado, com letra inicial maiúscula, refere-se a país, e estado, com letra inicial minúscula, à divisão político-administrativa de um país. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 27 01/06/16 00:24 Atividades dos percursosAtividades dos percursos 1 e 2 Gráfico B Revendo conteúdos 1 Do ponto de vista geográfico-geológico, quantos e quais são os continentes? 2 Explique se há algum critério para diferen- ciar ilha de continente, levando em conta os casos da Groenlândia e da Austrália. 3 Por que o deslocamento ou a migração de povos no passado longínquo foi faci- litado no Hemisfério Norte? 4 Faça a distinção entre os conceitos de Estado e nação. 5 Explique o que é território de um Estado e o que ele abrange. 6 Cite pelo menos dois povos ou duas na- ções que desejam criar o próprio Esta- do, mas se encontram sob a dominação de outros. 7 Com base em seus conhecimentos sobre a população mundial e os países mais popu- losos do mundo em 2015, que título você daria a cada um dos gráficos a seguir? Leituras cartográficas 8 Relacionando os dois mapas a seguir, explique a distribuição da população no território aus traliano. Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a a n d er so n d e a n d ra d e pi m en te lGráfico A Fonte: elaborado com base em ONU. World Population Prospects: The 2015 Revision, Key Findings and Advance Tables. Nova York: ONU, 2015. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015. Austrália: clima Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2011. p. 184. Sidnei Brisbane Canberra Perth Darwin Alice Springs Adelaide Melbourne Clima tropical com estação úmida e seca Clima semiárido Clima desértico Clima mediterrâneo com chuvas no inverno Clima tropical com chuvas no verão Clima subtropical úmido (mais ao sul, clima temperado) OCEANO ÍNDICO 30°S 120°L 150°L TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO Clima tropical com estação úmida e seca Clima semiárido Clima desértico Clima mediterrâneo com chuvas no inverno Clima tropical com chuvas no verão Clima subtropical úmido (mais ao sul, clima temperado) Austrália: distribuição da população Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2011. p. 127. Sidnei Brisbane Canberra Melbourne Adelaide Perth Darwin Alice Springs Habitantes por km2 Menos de 1 1-10 10-50 50-100 100 ou mais OCEANO ÍNDICO 30°S 120°L 150°L TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO Habitantes por km2 Menos de 1 1-10 10-50 50-100 100 ou maisHabitantes por km2 Menos de 1 1-10 10-50 50-100 100 ou mais 820 km 820 km NE LO SE S N NO SO NE LO SE S N NO SO 63% 37% China e Índia Demais países do mundo 61% 39% China e Índia Demais países da Ásia g rÁ Fi co s: a d il so n s ec co ExPEDIçãO 128 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 28 01/06/16 00:24 29 Explore 9 Em 9 de julho de 2011, o Sudão do Sul sepa- rou-se do Sudão e foi reconhecido como Estado independente. Com base no mapa e na tabela a seguir, responda às questões. 10 Algumas minorias nacionais reivindicam sua independência e a formação de seu Estado Nacional. Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta. “[…] na Síria qualquer tipo de partici- pação política curda é negada, é proibido o uso da língua curda e de materiais que a contenham, além de haver a recusa de re- gistrar crianças com nomes curdos, enfim, o governo utiliza-se de vários métodos para suprimir a identidade curda. […] Estes [os curdos] desejam a criação do Curdistão, para reconhecimento de sua cultura e de seu povo. […]” RODRIGUES, Rúbia. Curdistão: Um problema de ontem e hoje. In: PUC Minas. Conjuntura Internacional. Texto Informativo, 17 jun. 2010. p. 6-7. Para que o território ocupado pelos curdos se constitua em um Estado Nacional, torna- -se necessário, além da identidade cultural, outro aspecto fundamental: a) a negação de sua identidade histórico- -cultural. b) uma relação de domínio sobre outras nações. c) a legitimação da soberania sobre o território onde eles vivem. d) o emprego da força pela sociedade civil. 11 Observe a tabela e faça as atividades. Países selecionados: área e população – 2015 País Área (km²) População Turcomenistão 488.100 5.374.000 Gana 239.460 27.410.000 Honduras 112.090 8.075.000 Polônia 312.685 38.612.000 Nova Zelândia 268.680 4.529.000 Fontes: BONIFACE, Pascal (Org.). L’année stratégique 2009: analyse des enjeux internationaux. Paris: Dalloz/Iris, 2008. p. 161, 250, 372, 456 e 510; ONU. World Population Prospects: The 2015 Revision, Key Findings and Advance Tables. p. 14-17. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 2015. a) Calcule a densidade demográfica de cada país da tabela. b) Por que a densidade demográfica não reflete exatamente a distribuição popu- lacional desses países? Explique. a) Os indicadores sociais da população do Sudão do Sul são piores ou melhores do que os do Sudão? b) Ainda existe uma disputa entre Sudão e Sudão do Sul pela demarcação da fron- teira na região de Abyei. Qual explica- ção você daria para esse fato com base na observação cuidadosa do mapa? c) O que a formação do Sudão do Sul representa em relação à alteração do mapa político do mundo? Sudão: Norte e Sul 10°N 30°L ABYEI região disputada Cronologia 1955 Início da primeira guerra civil entre Norte e Sul 1983 Início da segunda guerra civil 1956 Egito e Reino Unido declaram o Sudão independente 1972 Fim da primeira guerra civil sudanesa 2005 Sul e Norte assinam acordo de paz Áreas petrolíferas SUDÃO SUDÃO DO SUL Muglad Melut Juba UGANDA QUÊNIA ETIÓPIA REP. CENTRO- -AFRICANA REP. DEM. DO CONGO EGITO CHADE REP. CENTRO- -AFRICANA Cartum SUDÃO SUDÃO DO SUL ETIÓPIA Fonte: Folha de S.Paulo, Caderno Mundo, 9 jan. 2011, p. A-12. Norte Sul Área 1,7 milhão de km2 (pouco maior que o Amazonas) 600 mil km2 (pouco maior que Minas Gerais) População 35 milhões 8,5 milhões Pobreza Pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza 50% 90% Educação Crianças com acesso à escola primária 62% 20% Adultos analfabetos 30% a 40% 75% a 85% Saúde Crianças menores de cinco anos com desnutrição 35% 48% População que tem acesso a água limpa 58,7% 48,3% Fonte: Folha de S.Paulo, Caderno Mundo, 9 jan. 2011, p. A-12. NE LO SE S N NO SO 250 km Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a PERCURSO 2 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 29 01/06/16 00:25 PERCURSO 3 Diferentes modos de ver o mundo Vários mundos em um só Pode-se observar, estudar e regionalizar o mundo de diferentes ma- neiras. Se a intenção é estudá-lodo ponto de vista físico, é possível fa- zê-lo com base nas formas de relevo, nos tipos de solo e clima e na vegetação natural, além da combinação desses elementos, que, por sua vez, definem as paisagens naturais da Terra. Outra opção é se concentrar no estudo da formação dos continentes. Se a intenção é o estudo das sociedades humanas, pode-se fazê-lo com base em uma multiplicidade de aspectos: o mundo dividido em países ou Estados (como você viu no Percurso 2), religiões, línguas, etnias ou culturas, ritmos musicais, escolaridade, nível de desenvolvimento cien- tífico, tecnológico, econômico e social, além de muitos outros. O mundo físico Há diversas paisagens naturais na Terra que resultam da combina- ção e da interação dos elementos naturais ou físicos nas diversas re- giões do planeta. Com base nessa combinação e interação, pode-se regionalizar a Ter- ra em cinco grandes paisagens naturais: polares, temperadas, tropicais, desérticas e de altas montanhas (figura 19). Essa é, portanto, uma das formas de ver o mundo e de estudá-lo. 1 2 Figura 19. Mundo: grandes paisagens naturais CÍRCULO POLAR ÁRTICOCÍRCULO POLAR ÁRTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA CENTRAL AMÉRICA DO SUL EUROPA ÁFRICA ÁSIA OCEANIA OCEANO GLACIAL ÁRTICO 0º Região de clima frio polar ou semipolar Região de clima temperado e subtropical Região de clima tropical Região de clima desértico e semidesértico Região de altas cadeias de montanhas Fonte: elaborado com base em SERRYN, Pierre. Atlas Bordas géographique. Paris: Bordas, 1996. p. 7. Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a 2.550 km NE LO SE S N NO SO Regionalizar Dividir ou delimitar determinado território ou espaço em regiões ou partes, de maneira que cada uma delas apresente características comuns ou semelhantes. Pausa para o cinema Desertos não tão desertos. Direção: Marcelo Felizolla; Dario Arcella. Argentina: Programas Santa Clara, 1994. Duração: 23 min. Imagine passar um dia no deserto. Nesse vídeo você verá de que forma a fauna e alguns seres humanos se adaptam a esse meio e às mudanças de temperatura que ali ocorrem. 30 ExPEDIçãO 1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 30 01/06/16 00:25 Figura 20. Mundo: principais polos de inovação tecnológica Identifique no mapa pelo menos dois países que possuem polo de inovação tecnológica. EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICOOCEANO ATLÂNTICO 0° 0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO Polo de inovação tecnológica O mundo das sociedades humanas Ao observar o planeta do ponto de vista das sociedades humanas, é possível perceber as diferenças e desigualdades existentes entre os mui- tos Estados ou países do mundo. Há Estados que exercem grande poder político e militar sobre outros Estados, influenciando suas decisões. É o caso dos Estados Unidos, de al- guns países da União Europeia, da China, entre outros. Além disso, há entre os Estados grandes diferenças no desenvolvi- mento científico, tecnológico e socioeconômico. • Desigualdades no desenvolvimento científico e tecnológico Observe a figura 20. Os Estados Unidos, os países mais desenvolvidos da Europa Ocidental e o Japão formam as principais áreas de inovação científica e tecnológica. Isso é resultado dos grandes investimentos que realizam na educação e em centros de pesquisa, tanto de universidades como de grandes empresas, o que lhes permite ter a liderança científica e tecnológica entre os Estados e, consequentemente, mais poder nas re- lações internacionais. Esses países, além de utilizar as inovações tecnológicas nos proces- sos de produção e criação de novos produtos, exportam tecnologia, o que lhes possibilita alto retorno financeiro. Por essas e outras razões, são chamados de países desenvolvidos. 3 Fonte: elaborado com base em CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle 2013. Paris: Nathan, 2011. p. 196. Fe rn a n d o Jo sé F er re ir a 1.930 km NE LO SE S N NO SO No seu contexto Você sabe se no seu município ou em algum outro da unidade da federação onde você mora existem centros de pesquisa científica e tecnológica? 31PERCURSO 3 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt . 1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Depende do município e da unidade da federação. O objetivo é despertar o aluno para a apreensão do espaço em que vive, levando-o a perceber a existência ou não de centros de pesquisa. Vale enfatizar que o desenvolvimento socioeconômico acompanha, geralmente, o desenvolvimento técnico e científico. É interessante observar se há presença da Embrapa no município ou na região em que o aluno vive. Podem ser citados: Brasil, Estados Unidos, França, Reino Unido, Índia, Japão, China, Austrália, Israel, entre outros. PDF-012-047-EG8-U01-M.indd 31 01/06/16 00:25 • Desigualdades de PIB (Produto Interno Bruto) Outra maneira de regionalizar os países do mundo é com base no PIB. O PIB é a soma do valor total de bens (produtos agropecuários, indus- triais, minerais etc.) e serviços (comércio, transportes, telecomunicações, educação, saúde, setor financeiro etc.) produzidos por um país em determi- nado período (em geral, durante um ano). Esse valor, geralmente ex- presso em dólares, é usado para avaliar a importância da economia de um país e compará-la à economia de outros países. Observe, na figura 21, que apenas dez países foram responsáveis pela produção de 64,6% do PIB mundial em 2014. Esse dado mostra a desigualdade na produção de riqueza e a sua concentração em poucos países. Entretanto, o estudo do PIB de um país somente assume real significado se for relacionado à sua população. PIB per capita Dá-se o nome de PIB per capita (literalmente, “por cabeça”, ou seja, por habitante) à relação entre o PIB e a população total de um país. O PIB per capita é calculado dividindo-se o valor do PIB de um país pelo total de sua população, e expressa, portanto, a relação entre a pro- dução de riquezas por habitante de um país. A desigualdade do PIB per capita entre os países indica grandes di- ferenças nas condições de vida da população. Com baixa produção de riquezas por habitante, o Estado arrecada menos impostos. Com isso, o dinheiro se torna escasso para investimento em infraestrutura, como abertura de estradas, construção de usinas de eletricidade e aparelha- mento de portos, e para o desenvolvimento econômico e social, como educação, alimentação, habitação, saúde, pesquisa científica, entre ou- tros. Além disso, em muitos casos, ocorre o desvio de verba pública por meio da corrupção político-administrativa, o que contribui para a falta de investimentos por parte do poder público. Observe a figura 22 e veja a distribuição do PIB per capita no mundo. Figura 21. Mundo: distribuição do PIB – 2014 Em 2014, o PIB dos Estados Unidos foi de 17,4 trilhões de dólares, o da China foi de 10,3 trilhões, e o do Brasil (7o lugar), de 2,3 trilhões. Fonte: Banco Mundial. GDP (Current US$). Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015. a d il so n s ec co O PIB mundial em 2014 foi de 77,9 trilhões de dólares. 35,4% O PIB mundial em 2014 foi de 77,9 trilhões de dólares. 22,4% 13,3% 5,9% 3,8% 3,6% 2,4% 2,6% 2,7% 3,0% Estados Unidos China Japão Alemanha Reino Unido França Brasil Itália Índia Rússia Demais países 4,9% Navegar é preciso Unicef – Dados demográficos, sociais e econômicos dos países do mundo Obtenha informações sobre os países do mundo