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Pacto de São Jose da Costa Rica- Atualidades

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Pacto de São José da Costa Rica
Diane Falcão 
Paulo César
Jefferson Estevam
Sara Lima 
Suelen Samara
História 
Convenção Americana de Direitos Humanos;
Organização de Estados Americanos;
Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos
 Assinatura: 22 de novembro de 1969
Entrada em vigor: 18 de julho de 1978
O documento
81 artigos;
Objetivo: estabelecer direitos fundamentais da pessoa humana;
Escravidão e servidão humana proibidas;
Busca a consolidação entre países americanos de um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito aos direitos humanos essenciais independente do país onde a pessoa viva ou tenha nascido.
Influência do Pacto
Declaração Universal dos Direitos Humanos;
Ideal: ser humano livre, isento de miséria e sob condições que o permitam gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como de seus direitos civis e políticos.
Principal legado: criação do sistema Comissão Interamericana de Direitos Humanos/Corte Interamericana de Direitos Humanos
Objetivo da Corte: avaliar casos de violação dos Direitos Humanos ocorridos nos países que integram a Organização dos Estados americanos.
O Pacto no Brasil
Ratificado pelo Brasil em 25 de setembro 1992
Validade: Decreto 678 de 6 de novembro de 1992
Emenda Constitucional número 45 de 2004- trata da reforma do Judiciário.
Tratados que tenham em seu conteúdo Direitos humanos passaram a vigorar imediatamente e a serem equiparados a normas constitucionais.
Títulos do Pacto
PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V 
PARTE II- MEIOS DE PROTEÇÃO
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo I- Enumeração dos deveres
Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos
Artigo 2º - Dever de adotar disposições de direito interno
Capítulo II- Direitos Civis e Políticos
Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica
Artigo 4º - Direito à vida
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
Artigo 8º - Garantias judiciais
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade
Artigo 10 - Direito à indenização
Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade
Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião
Capítulo II- Direitos Civis e Políticos 
Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão
Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta
Artigo 15 - Direito de reunião
Artigo 16 - Liberdade de associação
Artigo 17 - Proteção da família
Artigo 18 - Direito ao nome
Artigo 19 - Direitos da criança
Artigo 20 - Direito à nacionalidade
Artigo 21 - Direito à propriedade privada
Artigo 22 - Direito de circulação e de residência
Artigo 23 - Direitos políticos
Artigo 24 - Igualdade perante a lei
Artigo 25 - Proteção judicial
Capítulo III- Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo
Capítulo IV- Suspensão de Garantias, Interpretação e Aplicação
Artigo 27 - Suspensão de garantias
Artigo 28 - Cláusula federal
Artigo 29 - Normas de interpretação
Artigo 30 - Alcance das restrições
Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos
Capítulo V- Deveres das pessoas
Artigo 32 - Correlação entre deveres e direitos
Conflitos entre o Pacto e nossa Constituição Federal
O Pacto de São José da Costa Rica possui posicionamentos que causaram alguns conflitos com nossa CF.
Prisão civil
Pacto tem valor de norma constitucional ou norma ordinária?
Carta Magna de 1988: “Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.” (art. 5º, inc. LXVII)
Posicionamento do Pacto: “Ninguém deve ser detido por dívidas. Este principio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.” (art. 7º, nº 7)
O Pacto revogou tacitamente a norma constitucional?
Emenda Constitucional nº 45/2004
Acrescentou o § 3º ao art. 5º da CF, passando a prever expressamente que os tratados e convenções internacionais serão equivalentes às emendas constitucionais, somente se preenchidos dois requisitos: que tratem de matéria relativa a direitos humanos e que sejam aprovados pelo Congresso Nacional, em dois turnos, pelo quorum de três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Requisitos preenchidos, o Pacto teria valor de norma constitucional desde que em benefício dos direitos humanos, tornando-se uma cláusula pétrea. (art. 60, § 4º, IV, CF)
Conflito entre datas
A Convenção Americana de Direitos Humanos foi recepcionada em 1922, ou seja, antes da emenda ser aprovada. Portanto, não tendo sido submetida a esse tipo de aprovação.
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. (§ 2º do art. 5º, CF)
Em decisão do STF, entendeu-se que o valor do Pacto é supralegal, podendo assim, suas normas sobreporem normas constitucionais quando estendem direitos humanos.
A Convenção vem ampliar os direitos humanos e normas constitucionais não excluem os tratados, portanto, é vedada a prisão de depositário infiel.
Pena de Morte
Posicionamento do Pacto no artigo 4º, nº 2, 3, 4, 5 e 6:
 “2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competentes e em conformidade com a lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido. 
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos, nem a delitos comuns conexos com delitos políticos.
 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez. 
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competentes.”
Pena de Morte na legislação brasileira
Em seu artigo 5º, nossa Constituição dispõe que não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada.
O Pacto é semelhante à legislação brasileira, abrindo exceção para países que já possuíam em seu ordenamento jurídico a pena de morte, ainda assim, o Pacto restringe a aplicação da pena mais severa: a morte. 
Restrições: só poderia ser aplicada a delitos mais graves, após sentença com trânsito em julgado, a não-aplicação a delitos políticos ou que tenham ligação com estes ou ao menor de 18 ou com mais de 70 anos na data da prática do delito.
Conclusão: o Pacto não revogou a pena de morte no Brasil, apenas a restringiu.
Início da vida
Polêmica: legalização do aborto.
Art. 5º da CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida…”
Parágrafo 4º do Pacto: “Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente”. 
Essa vida que merece total proteção da lei maior, do mais importante dos tratados internacionais, se inicia quando? Após o nascimento ou a destruição do embrião já seria um assassinato?
Existe real conflito entre o Pacto e o Código Civil?
O Pacto diz que o direito à vida deve ser observado desde o momento da concepção (momento em que o espermatozoide entra em contato com o óvulo).
O Código Civil Brasileiro, baseado na CF, afirma
em seu art. 2º: “A personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Se a lei põe a salvo os direitos do nascituro, entende-se que também protege-se o direito à vida.
Conclui-se que a vida se inicia na concepção, portanto o embrião já possui vida e esta deve ser zelada desde o seu início e não podendo ser interrompida forçadamente por um aborto, que é crime.
Referências
O Pacto de São José da Costa Rica. Disponível em: https://brasildireito.wordpress.com/2010/10/26/comentarios-sobre-o-pacto-de-san-jose-da-costa-rica/. Acesso em 28 de Agosto de 2015.

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