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0 
 
UFSM – CCSH – DCC – CCC – DISCIPINA DE NOÇÕES ATUARIAIS 
POLÍGRAFO DE APOIO À DISCIPLINA 
ELABORAÇÃO: PROF. DR. RODRIGO DEBUS SOARES 
2º SEMESTRE / 2012 
 
 1 
ÍNDICE 
CAPÍTULO 1 – AS ORIGENS DO SEGURO E DA CIÊNCIA ATUARIAL .............................. 2 
Necessidades de segurança e sua importância ........................................................................ 2 
As Reações Individuais Face à Necessidade de Segurança e Noções de Risco .................... 3 
CAPÍTULO 2 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SEGURO E DAS SUAS INSTITUIÇÕES ....... 4 
Da Antigüidade ao Presente / Mutualidade / Análise de Experiências do Seguro como 
Resposta às Necessidades Postas pelos Diversos Contextos Sócio-econômicos e Sociais / 
A Atuária e sua Importância no Contexto Institucional Brasileiro ........................................ 4 
CAPÍTULO 3 – QUADRO INSTITUCIONAL BRASILEIRO (PÚBLICO E PRIVADO) .......... 8 
A Previdência Social (INSS, RGPS e RPPS).............................................................................. 8 
O que é o RGPS (Regime Geral de Previdência Social)? ....................................................... 14 
O que são os RPPS (Regimes Próprios de Previdência Social)? ........................................... 20 
CAPÍTULO 4 – SEGUROS PRIVADOS ...................................................................................... 21 
Estrutura do Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) ............................................... 21 
Os Contratos de Seguros Privados ......................................................................................... 24 
Tipos de Seguros e Aspectos Complementares de Seguros ................................................. 25 
Instrumentos Contratuais do Seguro e Obrigações Legais................................................... 27 
Precificação de Seguros (inclui metodologia de planos de saúde) ...................................... 29 
Tábuas de Mortalidade (precificação) .................................................................................... 39 
 
 
 2 
 
CAPÍTULO 1 – AS ORIGENS DO SEGURO E DA CIÊNCIA ATUARIAL 
Necessidades de segurança e sua importância 
 
 De um modo genérico pode-se assumir que todo o ser vivo busca sua 
sobrevivência desde os primórdios da origem da vida até então conhecida 
pelo homem. 
Essa mesma sobrevivência era evidenciada por Charles Robert Darwin 
em seus achados científicos apontados em sua obra On the Origin of Species by 
Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for 
Life escrita em 1859. 
As observações de Darwin, dentre as quais as realizadas no arquipélago 
de Galápagos (Equador), apontavam à sobrevivência dos “mais fortes”, ou 
seja, as espécies eram selecionadas naturalmente à medida que se adaptavam 
às mudanças que a natureza os impõe. 
Dessa percepção, depreende-se que os seres vivos buscam fortalecer-se e 
proteger-se no intuito de sobreviver ao mundo que lhes é imposto e diminuir 
os riscos de morte nele existente. É inerente ao ser vivo minimizar riscos, 
sobreviver e fortalecer sua espécie, i.e. salvar-se. 
Etimologicamente1, a palavra seguro origina-se do latim: 
 SALVARE, “tornar seguro”; 
 Que, por sua vez, se origina de SALVUS, “sem ferimento, seguro, 
sadio”; 
 Que se relaciona à palavra SALUS, que significa “boa saúde”; e 
 Finalmente, da fonte Indoeuropeia SOL, que quer dizer “inteiro”. 
O risco é algo inerente ao seguro, ou seja, se seguro significa “estar 
inteiro” então, num amplo sentido, risco é a perda dessa condição. 
 
1 A etimologia nos explica muito acerca de como se originam as terminologias que denominam “partes” do 
mundo o qual todos vivem. É o estudo da origem das palavras. 
 
 3 
 
As Reações Individuais Face à Necessidade de Segurança e Noções de Risco 
 
Assim, o homem, como ser vivo que é, sempre esteve preocupado com a 
estabilidade de sua existência. Por estar sofrendo a ação da natureza por meio 
de variações climáticas e dos perigos da vida procurou se organizar em 
grupos no intuito de se fortalecer e garantir o sustento e a segurança do grupo 
o qual pertence. 
À medida que o tempo passou e esses grupos evoluíram para sociedades 
mais complexas, o seguro seguiu essa complexidade extrapolando a 
sobrevivência e sua intimidade com as necessidades básicas de alimentação, 
moradia e vestuário. 
A organização social gerou as atividades profissionais, o comércio 
(desde os tempos do escambo), a indústria e então a economia, a gestão e a 
tecnologia. 
Diante desse cenário evolutivo, incluindo os aspectos econômicos e 
comerciais, o seguro seguiu novos rumos e a necessidade da sociedade de 
proteger-se inclusive de possíveis prejuízos financeiros. 
Seguro e risco apresentam-se como terminologias antagônicas e 
indissociáveis e, assim, o homem buscou controlar sua necessidade de 
minimizar riscos e tornar-se mais seguro nos mais diversos aspectos de sua 
vida. 
 
 
 4 
CAPÍTULO 2 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SEGURO E DAS SUAS 
INSTITUIÇÕES 
Da Antigüidade ao Presente / Mutualidade / Análise de Experiências do 
Seguro como Resposta às Necessidades Postas pelos Diversos Contextos 
Sócio-econômicos e Sociais / A Atuária e sua Importância no Contexto 
Institucional Brasileiro 
 
Ilustrativamente, achados apontam indícios de que caravanas de pessoas 
e camelos de comerciantes que atravessavam desertos na região da Babilônia 
(23 A.C.) dividiam mutuamente os prejuízos decorrentes das perdas de 
animais. 
As descidas de correntezas dos grandes rios continentais da antiga 
China, percorridas por embarcações frágeis carregadas de mercadorias, 
apresentavam-se como principais meios logísticos e, apesar da maior agilidade 
distributiva, carregavam consigo os riscos de perdas decorrentes de acidentes 
e a conseqüente inviabilidade dos negócios de alguns mercadores. 
Tal risco era distribuído à medida que um grupo de comerciantes com 
suas respectivas embarcações passaram a navegar seus barcos com a divisão 
das mercadorias dos negociantes que formavam o grupo. Assim, cada barco 
levava um pouco de cada membro e, caso houvesse algum naufrágio, a perda 
seria menor do que se cada membro levasse exclusivamente sua própria 
mercadoria. É o princípio básico do seguro. 
Os comerciantes árabes também eram adeptos dessa prática. Enquanto 
inicialmente atravessavam desertos em seus camelos carregados de 
mercadorias em grandes caravanas sofriam saques ou ações referentes às 
tempestades de areia dentre outros contratempos que representavam perdas e 
em muitos casos a falência de alguns mercadores. 
Para diluir seu risco individual, passaram a se organizar dividindo uma 
caravana maior em algumas menores e, desse modo, distribuir as mercadorias 
em diferentes caravanas e diferentes camelos de modo que na ocorrência do 
 
 5 
risco (saques, tempestades, etc) suas perdas diminuíram e representaram sua 
sobrevivência nos negócios. 
Percebe-se então, o conceito de Mutualidade que segundo Dicio (2012) 
significa “sistema de solidariedade na base da ajuda mútua” ou “conjunto de 
associações de pessoas (chamadas atualmente de sociedades mutualistas), com 
uma finalidade social de previdência, de solidariedade ou de ajuda mútua, 
graças às cotizações de seus associados. 
Numa linha seqüencial de tempo, outro ponto histórico representativo à 
área dos seguros deu-se com a expansão marítima à época do renascimento e 
mercantilismo, a qual a divisão do risco das navegações se tornou necessária. 
As operações denominadas “Contratos de Dinheiro e Risco Marítimo” 
eram comumente realizadas por meio do empréstimo de recursos financeiros 
a um determinado navegador antes da saída da embarcação e cobrada uma 
taxa de juros mais vantajosa ao investidor no caso de sucesso e a isenção de 
pagamento caso houvesse a perda da mercadoria e do barco por conta do 
ataquede piratas e/ou naufrágios. 
Com o crescimento da atividade logística marítima, houve o crescimento 
dos contratos de seguros (ainda que rudimentares) e conseqüentemente da 
gestão de riscos em grande parte do mundo mercantilista. 
A aplicação de um “princípio contábil da entidade” parecia inadequado 
inclusive para a área dos seguros, visto que eram as pessoas que assumiam os 
riscos alheios, não empresas. Isso trazia consigo a insegurança e a dúvida 
relativamente a capacidade das “seguradoras” de assumir riscos e indenizar 
aqueles que transferiram seus riscos buscando minimizar prejuízos. 
A incerteza da indenização gerava a busca pelas “seguradoras” mais 
“fortes” financeiramente, mesmo que para isso tivessem os navegadores que 
pagar taxas mais altas para segurar suas viagens marítimas. 
Aqueles contratos terminaram por se extinguir com a proibição do Papa 
Gregório IX no século XII e, ainda assim, surgiram contratos com 
nomenclaturas diferentes visando manutenção da segurança e minimização 
dos riscos decorrentes das viagens. Posteriormente, incluiu-se uma espécie de 
 
 6 
compra da embarcação e da carga por banqueiros que, mal comparando, 
aparentavam semelhança com a modalidade de lease back praticadas 
atualmente. 
O primeiro contrato formal conhecido data de 1347 e foi firmado em 
Genova na Itália (Goods Shipment Genoa – Sluys) para cobrir o transporte de 
mercadorias de Genova para Sluys na Bélgica (Holland, 2008). As cláusulas 
reportavam principalmente garantias e isenções no pagamento de 
indenizações pelos banqueiros/seguradores. 
Os contratos com a denominação “apólice” de seguro que se tem 
documentalmente mais antigas foram firmados em Pisa no dia 11 de julho de 
1385 e em Florença no dia 10 de julho de 1397, ambas cidades italianas e, 
desde então foram se desenvolvendo em potencial de credibilidade até se 
tornaram comuns no século XIV. 
 O mercado de seguros cresceu e desenvolveu novas frentes de cobertura 
de risco e deixando de existir exclusivamente no mercado marítimo e no 
século XVII, mais precisamente no ano de 1666 tendo por razão o incêndio que 
destruiu quase um quarto da cidade de Londres na Inglaterra, passou a existir 
inclusive para residências e empresas de atuação terrestre. 
 Os riscos existentes se diversificaram fortemente com o advento da 
Revolução Industrial dado o nível de progresso da tecnologia e das 
manufaturas, que incorreram na variedade de processos e bens produzidos e a 
logística que se desenvolveu com o surgimento dos motores e novos meios de 
transporte e disponibilização de mercadorias. 
 Outro grande incêndio que permitiu o aperfeiçoamento do seguro é o 
ocorrido na cidade de Hamburgo na Alemanha em 1842 que, segundo a Swiss 
Reinsurance Company (1999) custaram à seguradora Hamburger Feuerkasse em 
torno de 18 milhões de marcos enquanto havia apenas 500 mil marcos de 
reserva técnica. Esse fato levou ao surgimento do resseguro no intuito de 
divisão de riscos de carteiras de apólices entre seguradoras em 22 de 
dezembro de 1842 com a instituição da resseguradora Koelnishe Rueck ou 
Cologne Reinsurance. 
 
 7 
 Por óbvio, o crescimento econômico mundial principiou o 
acompanhamento evolutivo dos contratos de seguro e de todo o setor de 
securitização até o nível atualmente conhecido, ou seja, sua importância 
econômica é tão expressiva quanto em outros setores econômicos. Prova disso 
é que atualmente, o setor de seguros representa em torno 7% do PIB mundial e 
mais de 3% do PIB brasileiro. 
 No Brasil, segundo a FUNENSEG (2006), com o advento da vinda da 
família real e da abertura dos portos brasileiros surge a Companhia de 
Seguros Boa-Fé como a primeira seguradora brasileira instituída em 24 de 
dezembro de 1808, coordenada pela Casa de Seguros de Libsoa. 
 Em 1939, foi criado o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e em 1966 é 
instituído o Decreto-Lei nº73 que reformula a política de seguros e cria o SNSP 
(Sistema Nacional de Seguros Privados). 
 O mercado de resseguro nacional operou até abril de 2008 com seu 
mercado de resseguro sob reserva de Estado e, a partir de então, foi aberto ao 
resseguradores internacionais que renovaram o modelo de negócios do setor 
securitário brasileiro. 
 
 
 
 8 
CAPÍTULO 3 – QUADRO INSTITUCIONAL BRASILEIRO (PÚBLICO E 
PRIVADO) 
A Previdência Social (INSS, RGPS e RPPS) 
 
 O artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH) 
publicada pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos idos de 10 de 
dezembro de 1948 registra que “Todo o homem tem direito a um padrão de 
vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive 
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais 
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, 
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência 
em circunstâncias fora de seu controle”. 
 Tal artigo possui a pretensão de proteger o ser humano das decorrências 
naturais da ocorrência de risco em situações cotidianas. Isso se apresenta pelo 
fato de que o mínimo necessário à sobrevivência humana passa pelos aspectos 
de saúde e bem estar que, por sua vez, incorrem nas necessidades básicas de 
alimento, vestuário e habitação complementadas com o acesso à saúde e à 
sociedade. Inclui-se que todo o ser humano está sujeito à perda do emprego e 
da saúde, ou seja, é a ocorrência do risco de estar vivo em sociedade. 
 Tais necessidades não existem tão somente com o advento da DUDH, 
mas permeiam a história desde a existência do homem conforme é conhecida. 
Para a manutenção das necessidades básicas é necessário conhecer os riscos de 
não realizá-las. 
 Esse conhecimento pode ser dado quando procurado um 
significado/conceito para a palavra previdência que é dado pela faculdade de 
prever, conjetura, precaução ou previsão. Prever um acontecimento futuro, 
um conjunto de possibilidades de ocorrência de um evento, precaver-se, 
antecipar-se ao evento futuro. Possui como sinônimos: precaução, presciência, 
prudência e sensatez. 
 
 9 
 Desse modo, precaver-se ao risco de perda da manutenção das 
necessidades básicas é ter previdência. Previdência e mutualidade 
conjuntamente significam previdência social ou previdência em sociedade. 
 O conceito de previdência social num sentido mais atual passa pelo 
conjunto de medidas e instituições que protegem o 
trabalhador/funcionário/colaborador e seus dependentes e beneficiários 
quando da perda das condições fundamentais à realização de suas 
necessidades básicas que podem ocorrer por diversos fatores como a doença 
e/ou velhice, o desemprego, dentre outros. 
 Retomando o artigo supramencionado da DUDH/ONU percebe-se que 
a previdência social em qualquer âmbito, ainda que essa seja anterior àquela, o 
atendimento aos direitos humanos ao atendimento das necessidades básicas 
do homem e de sua família, concluindo o ciclo de entendimento dessa relação. 
 Fechando o foco no caso brasileiro, faz-se necessário conhecer a evolução 
do que é conhecido como Previdência Social por meio dos principais fatos 
históricos que permearam essa trajetória: 
 22 de junho de 1835 – criação do Montepio Geral dos Servidores 
do Estado no intuito de pagamento de quotas por colaboradores 
em vida para recebimento de uma pessoa quando do falecimento 
daqueles; 
 24 de novembro de 1888 – regulamentação do montepio dos 
funcionários das estradas de ferro estatais (posteriormente dos 
correios e imprensa Régia – Império), por meio da Lei nº 3.397; 
 24 de janeiro de 1923 – instituição das caixas de aposentadorias na 
perspectiva das aposentadorias por invalidez e tempo de 
contribuição e pensão por morte, bem como, da garantia de 
assistência médica ao segurado; 
 29 de junho de 1933 – criação do Instituto de Aposentadorias e 
Pensões dos Marítimos – IAPM (posteriormente comerciários e 
bancários entre outros), instituído peloDecreto nº 22.872; 
 
 10 
 28 de agosto de 1960 – uniformização dos benefícios por meio da 
Lei Orgânica Social por meio da Lei nº 3.807 –, com a instituição de 
novos benefícios: auxílio-reclusão, auxílio-funeral e auxílio-
natalidade; 
 21 de novembro de 1966 – uniformização administrativa da 
previdência, criando o Instituto Nacional da Previdência Social 
(INPS) com o advento do Decreto nº 72; 
 1974, criação do INAMPS ( Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social) que era uma autarquia federal 
vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social 
(hoje Ministério da Previdência Social) pelo regime 
militar em 1974 com a finalidade de prestar atendimento médico 
aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos 
empregados de carteira assinada; 
 24 de janeiro de 1976 – Consolidação das Leis da Previdência 
Social (CLPS) pelo Decreto nº 77.077; 
 01 de julho de 1977 – criação do Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social (SINPAS) regulado pelo MPAS (Ministério da 
Previdência e Assistência Social), por meio da Lei nº 6.439; 
 Constituição de 1988 – institui as atribuições governamentais de 
assegurar aos cidadãos: saúde, previdência e assistência social; 
 27 de junho de 1990 – criação o Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS) por meio do Decreto nº 99.350, possuindo dentre suas 
principais atribuições a promoção da arrecadação, fiscalização e 
cobrança das contribuições sociais que financiam o próprio sistema 
de previdência social e, ainda, a promoção do reconhecimento do 
direito ao recebimento de benefícios administrados visando a 
agilidade e comodidade dos seus usuários, ampliando o controle 
social; 
 24 de julho de 1991, criadas as duas leis que regulamentam a 
previdência social até hoje: 8.212 e 8.213; 
 
 11 
 Lei 8.212: Lei Orgânica da Seguridade Social, trata dos direitos a 
que as pessoas têm, como saúde, previdência e assistência social e 
define os órgãos responsáveis por auferir estes direitos às pessoas 
e trata da organização da seguridade social; 
 Lei 8.213: dispõe sobre os planos de benefícios; e 
 26 de novembro de 1999 – criação do fator previdenciário utilizado 
atualmente para cálculos das aposentadorias por meio da Lei 
9.876. 
 A finalidade da Previdência Social repousa sobre a manutenção dos 
meios indispensáveis dos beneficiários perdidos por diversas razões, quais 
sejam: a incapacidade laboral, a idade avançada, o tempo de serviço, a 
situação de desemprego, os encargos familiares, a reclusão ou a morte 
daqueles que dependiam economicamente daqueles (artigo 3º da Lei 
8.212/91). 
 Nesse sistema, diversos são os riscos cobertos pela Previdência Social no 
intuito de manutenção das condições econômico-financeiras dos beneficiários 
quando da perda da condição laboral da “fonte” contribuinte do sistema, 
dentre os quais estão: 
o Incapacidade – aposentadoria por invalidez, auxílio-doença 
e auxílio-acidente 
o Idade avançada – aposentadoria por idade 
o Tempo laboral – aposentadoria por tempo de contribuição e 
especial 
o Encargos de família – salário-família e salário-maternidade 
o Reclusão – auxílio-reclusão 
o Morte – pensão por morte 
 O pagamento da Previdência Social possui caráter contributivo (ajudar 
na realização de algo, cooperar, auxiliar) e sua filiação é obrigatória 
(compulsória) e, dessa forma, é necessário que haja mecanismos que 
 
 12 
assegurem o bom funcionamento “dessa máquina pública”. A Emenda 
Constitucional nº20 de 1998 e a Lei nº9.876/99 estabelece os critérios para o 
bom funcionamento e a garantia do equilíbrio atuarial e financeiro do sistema 
previdenciário e o Ministério da Previdência e Assistência Social é a 
responsável pela administração do Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS), atividade exercida por meio do Instituto Nacional de Securidade 
Social (INSS). 
 Um dos mecanismos mais recentes no intuito de manter o sistema 
previdenciário público em equilíbrio atuarial e financeiro, passa pela criação 
do polêmico Fator Previdenciário, que procura manter a capacidade de 
pagamentos dos benefícios por meio da redução dos valores pagos aos 
beneficiários. 
Esse Fator foi inserido no sistema previdenciário por meio da Lei 
nº9.876/99 e representa uma nova forma de cálculo da aposentadoria que 
considera a idade que a pessoa quer se aposentar em função do tempo que 
essa pessoa contribui ao sistema, ou seja, multiplica o valor encontrado na 
célula de cruzamento entre tempo de contribuição e idade pelo valor médio de 
salário de contribuição, atualizado e corrigido, que contribuiu durante a vida. 
Para maiores esclarecimentos legais da forma de cálculo da 
aposentadoria com fator previdenciário, acesse: 
www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=124 
A Previdência Pública Brasileira é composta por dois regimes: RGPS 
(Regime Geral de Previdência Social) e RPPS (Regimes Próprios de 
Previdência Social). O primeiro deles (RGPS) possui caráter contributivo e 
filiação obrigatória conforme afirmado anteriormente e é assegurado pelo 
Artigo 1º da Emenda Constitucional nº20/98 que reforma a redação do artigo 
nº201, §7º da Constituição Federal de 1988: 
“é assegurada aposentadoria no RGPS, nos termos da lei, obedecidas as 
seguintes condições: 
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de 
contribuição, se mulher; 
 
 13 
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se 
mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de 
ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia 
familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador 
artesanal.” 
Na seqüência dos aspectos necessários ao cálculo do benefício das 
aposentadorias por tempo de contribuição e por idade, cabe destacar o Fator 
Previdenciário que tem por objetivo de equiparar a contribuição do segurado 
ao valor do benefício, baseia-se em quatro elementos: alíquota de contribuição, 
idade do trabalhador, tempo de contribuição à Previdência Social e 
expectativa de sobrevida do segurado (conforme tabela do IBGE). 
A fórmula do fator previdenciário é dada por: 
 
f = fator previdenciário 
Tc = tempo de contribuição do trabalhador 
a = alíquota de contribuição (0,31) 
Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria 
Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria 
 
Na aplicação do fator previdenciário serão somados ao tempo de 
contribuição do segurado: 
 Cinco anos para as mulheres; 
 Cinco anos para os professores que comprovarem efetivo exercício 
do magistério no ensino básico, fundamental ou médio; e 
 Dez anos para as professoras que comprovarem efetivo exercício 
do magistério no ensino básico, fundamental ou médio. 
Diante do fator previdenciário encontrado, o cálculo do valor a receber é 
dado por: 
 Sb (salário de benefício) = M (média dos 80% maiores salários de 
contribuição do segurado apurados entre julho de 1994 e o 
momento da aposentadoria, corrigidos monetariamente) x f (fator 
previdenciário). 
 
 14 
 
O que é o RGPS (Regime Geral de Previdência Social)? 
 
É o regime previdenciário gerido pelo INSS que abrange a iniciativa 
privada no geral (empregados, sócios de empresas, domésticos, autônomos, 
facultativos, dentre outros). Dentre os benefícios cobertos pelo RGPS/MPAS 
(Ministério da Previdência e Assistência Social) estão: 
 Aposentadoria por idade 
 Aposentadoria por tempo de contribuição 
 Aposentadoria especial 
 Aposentadoria por invalidez 
 Auxílio-doença 
 Auxílio-acidente 
 Auxílio-reclusão 
 Pensão por morte 
 Salário-maternidade 
 Salário-família 
 
No RGPS, a aposentadoria por idade para trabalhadores urbanos ocorre 
em 65 anos para homens e 60 anos para mulheres, incluindo a comprovação 
mínima de 180 contribuições mensais a partir de 25 de julho de 1991.Para 
trabalhadores rurais, por sua vez, a idade mínima para aposentadoria é de 60 
anos para homens e 55 anos para mulheres e comprovação mínima de 180 
meses de trabalho no campo. Cabe salientar que quando o trabalhador não 
está em dia com suas contribuições mensais pode perder sua condição de 
segurado. Obviamente existem outras situações especiais as quais a perda 
dessa condição também ocorre. 
Relativamente à aposentadoria por tempo de contribuição, essa 
situação acontece de forma integral quando há comprovação de pelo menos 35 
anos de contribuição para o homem e 30 anos para a mulher. Esse tipo de 
aposentadoria é considerado irreversível e irrenunciável. 
 
 15 
Há uma condição mista denominada aposentadoria proporcional, onde 
são combinados tempo de contribuição e idade mínima necessária. 
Dá-se por tempo de contribuição: 
 Período de exercício de atividade remunerada abrangida pela 
previdência, mediante indenização das contribuições relativas ao 
respectivo período; 
 Período de contribuição efetuada por segurado depois de ter 
deixado de exercer atividade remunerada que o enquadrava como 
segurado obrigatório da Previdência Social; 
 Período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou 
aposentadoria por invalidez, entre períodos de atividade; 
 Tempo de serviço militar, salvo se já contado para outro regime de 
previdência; 
 Período em que a segurada esteve recebendo o salário-
maternidade; 
 Período de contribuição efetuada como segurado facultativo; 
 Período de afastamento da atividade do segurado anistiado que, 
em virtude de motivação exclusivamente política, atingido por 
atos de exceção, ou que, em virtude de pressões ostensivas ou 
expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido 
ao afastamento de atividade remunerada entre 18/09/46 a 
05/10/88; 
 Tempo de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou 
municipal, inclusive o prestado à autarquia ou à sociedade de 
economia mista ou à fundação instituída pelo Poder Público desde 
que a certidão na forma da Lei 3.841/60 tenha sido requerida até 
30/09/75, véspera do início da vigência da Lei 6.226/75; 
 Período em que o segurado esteve recebendo benefício por 
incapacidade por acidente do trabalho, intercalado ou não; 
 
 16 
 Tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à 
competência novembro de 1991; 
 Tempo de exercício de mandato classista junto ao órgão de 
deliberação coletiva em que, nessa qualidade, tenha havido 
contribuição para a previdência social; 
 Tempo de serviço público prestado à administração federal direta 
e autarquias federais, bem como às estaduais, do Distrito Federal e 
municipais, quando aplicado a legislação que autorizou a 
contagem recíproca de tempo de contribuição; 
 Período de licença remunerada, desde que tenha havido desconto 
de contribuições; 
 Período em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em 
disponibilidade remunerada, desde que tenha havido desconto de 
contribuições; 
 Tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados, às serventias 
extrajudiciais e às escrivanias judiciais, desde que não tenha 
havido remuneração pelos cofres públicos e que a atividade não 
estivesse à época vinculada a regime próprio de Previdência 
Social; 
 Tempo de atividade patronal ou autônoma, exercida 
anteriormente à vigência da Lei 3.807, de 26/08/1960, desde que 
indenizado; 
 Período de atividade na condição de empregador rural, desde que 
comprovado o recolhimento das contribuições na forma da Lei 
6.260/75, com indenização do período anterior; 
 Período de atividade dos auxiliares locais de nacionalidade 
brasileira no exterior, amparados pela Lei 8.745/93, anteriormente 
a 01/01/94, desde que sua situação previdenciária esteja 
regularizada junto ao INSS; 
 
 17 
 Tempo de exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital 
ou municipal, desde que tenha havido contribuição em época 
própria e não tenha sido contado par efeito de aposentadoria pro 
outro Regime de Previdência Social; 
 Tempo de contribuição efetuado pelo servidor da União, Estado, 
Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e 
fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
 Tempo de contribuição do servidor do Estado, Distrito Federal ou 
Município bem como o das respectivas autarquias e fundações, 
ocupante de cargo eletivo, desde que, nessa qualidade, não esteja 
amparado por Regime Próprio de Previdência Social; 
 Tempo de contribuição efetuado pelo servidor contratado pela 
União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas 
respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, 
nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal. 
Além das aposentadorias por idade e tempo de contribuição, a 
aposentadoria do tipo especial é concedida ao segurado que trabalhou em 
condições prejudiciais à sua saúde ou à sua integridade física. 
Para tanto, é necessária a comprovação de sua exposição aos agentes 
físicos, biológicos ou a associação de agentes prejudiciais pelo período exigido 
para a concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos). Essa comprovação é dada 
por meio do formulário de PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) 
preenchido pela empresa com base no LTCAT (Laudo Técnico de Condições 
de Ambiente de Trabalho) que é elaborado e expedido por médico do trabalho 
ou engenheiro de segurança do trabalho. Além disso, é necessária a 
comprovação mínima de 180 contribuições. 
Outra forma de aposentadoria é dada por invalidez e, nesse caso, trata 
do benefício concedido aos trabalhadores que forem considerados 
incapacitados pela perícia médica da Previdência Social de exercer suas 
 
 18 
atividades laborais ou outro tipo de serviço que lhes garanta sustento, seja por 
doença ou por acidente. A perícia é realizada a cada dois anos e o benefício 
não se aplica aos casos existentes antes do início da contribuição. 
No caso de doença é necessário que haja pelo menos 12 meses de 
contribuição, não havendo exigência de prazo de carência para os casos de 
acidente, necessitando, no entanto, da inscrição na Previdência Social. 
Outro benefício concedido pelo Regime Geral de Previdência Social é o 
auxílio-doença assegurado ao trabalhador impedido de desenvolver suas 
atividades por doença ou acidente que tenha sua duração maior do que 15 
dias consecutivos. 
Os primeiros 15 dias de impedimento por doença ou acidente são pagos 
pelo empregador e a partir disso pagos pela Previdência Social. O contribuinte 
individual tem o período todo coberto pelo INSS, mas é necessária uma 
contribuição mínima de 12 meses. Valem tanto acidentes no trabalho quanto 
fora dele. Não há prazo mínimo para doenças previstas legalmente. 
No tocante à cessação do auxílio-doença, essa é verificada quando o 
trabalhador recupera a capacidade laboral ou quando obtém o benefício da 
aposentadoria por invalidez. 
O auxílio-acidente, por sua vez, é o benefício pago ao trabalhador que 
sofre um acidente e fica com seqüelas que reduzem sua capacidade de 
trabalho e pode ser concedido ao segurado que recebia auxílio-doença. Não 
recebem o benefício o empregado doméstico e o contribuinte individual e 
facultativo. 
Esse benefício corresponde a 50% do salário benefício que deu origem ao 
auxílio-doença corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente, 
quando esse é conseqüência daquele. 
O RGPS também prevê a concessão do benefício de auxílio-reclusão aos 
dependentes do segurado que for preso por qualquer motivo durante o 
período da reclusão e é pago enquanto o trabalhador não esteja recebendo 
salário da empresa, auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência 
em serviço. 
 
 19 
Nesse caso, cabe destacar que o abono de permanência em serviço é a 
gratificaçãoconcedida ao servidor que tendo alcançado todos os requisitos 
para se aposentar e opte por permanecer em atividade até que atinja a idade 
para se aposentar compulsoriamente, sendo seu valor correspondente ao valor 
da contribuição previdenciária do servidor. 
Para que haja a concessão desse benefício não é necessária carência, mas 
a condição de segurado do INSS. Nesse caso, os dependentes devem 
apresentar à OS (Organização de Saúde – INSS) atestado de que o trabalhador 
continua preso, trimestralmente. 
Esse benefício se cessa por morte, fuga, liberdade condicional, 
transferência para albergue, extinção da pena, dependente que completa 21 
anos ou é emancipado, invalidez ou morte do dependente. 
A pensão por morte é o benefício pago pelo INSS à família do 
trabalhador quando ele morre, não havendo um tempo mínimo estabelecido 
de contribuição e deixa de ser concedido quando o pensionista morre, se 
emancipa ou completa 21 anos (filhos e/ou irmãos do segurado) ou quando o 
pensionista perde sua condição de invalido. 
A pensão por morte pode ser concedida por presunção de morte – 
catástrofes, acidente ou desastre, tendo por documento comprobatório um BO 
de polícia, documento confirmando a presença do segurado no local do 
desastre, noticiário dos meios de comunicação entre outros. No entanto é 
necessário que, de 6 em 6 meses, seja apresentado documento de andamento 
quando da presunção de morte pelo pensionista. 
O benefício do salário-maternidade é pago pela empresa e devido à 
empregada gestante e compensado, em conformidade com o artigo 248 da 
Constituição Federal, quando do recolhimento das contribuições incidentes 
sobre a folha de salários e demais rendimentos ou creditados à trabalhadora 
que preste o serviço. Os comprovantes e atestados devem ser conservados por 
10 anos pelo empregador. 
Esse benefício é concedido por ocasião do nascimento ou adoção do filho 
e tem por regra geral o prazo de 120 dias, podendo haver exceções. 
 
 20 
Finalmente, o salário-família é o benefício pago aos segurados 
empregados (domésticos não possuem esse direito) e aos trabalhadores 
avulsos com salário mensal de até R$ 971,78, para auxiliar no sustento dos 
filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. (Observação: 
São equiparados aos filhos os enteados e os tutelados, estes desde que não 
possuam bens suficientes para o próprio sustento, devendo a dependência 
econômica de ambos, ser comprovada). Não há exigência de tempo mínimo de 
contribuição para a concessão desse benefício. 
Em concordância com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 15, de 10 
de janeiro de 2013, o benefício será de R$33,16 por filho de até 14 anos 
incompletos (ou inválido) para quem ganhar até R$646,55 e de R$23,36 para 
quem recebe entre R$646,56 e R$971,78 de salário. 
Possuem direito ao benefício o empregado e o trabalhador avulso que 
estejam em atividade ou aposentados por invalidez e por idade ou que 
estejam gozando o auxílio-doença. 
 
O que são os RPPS (Regimes Próprios de Previdência Social)? 
 
 São regimes instituídos e organizados pelos respectivos entes federativos 
de acordo com as normas estabelecidas na Lei nº 9.717/98, que representa o 
início da regulamentação desses regimes. 
 Os servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios possuem direito a Regime 
Próprio de Previdência Social conforme está previsto no art. 40 da 
Constituição Federal incluindo aqueles que atuam nas autarquias e fundações 
(Lei nº 9.876/99, complementada pela Lei nº 8.212/91).A partir da instituição 
do regime próprio de modo legal, os servidores titulares de cargos efetivos são 
afastados do RGPS. 
Há grande diversidade e peculiaridade que inviabilizam a exposição de 
toda a matéria contemplada pelo RPPS nessa disciplina. 
 
 21 
 
CAPÍTULO 4 – SEGUROS PRIVADOS 
 
Estrutura do Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) 
 
Resumidamente, os seguros podem ser públicos ou privados. De modo 
geral, os seguros públicos são instituídos por força de Lei, ou seja, por 
imposição coletiva (social). Como exemplo disso, tem-se a perda da 
capacidade de trabalho por doença, invalidez, idade, morte e desemprego 
involuntário que ocasionam benefícios sociais, ilustradamente o salário-
maternidade e auxílio-reclusão. 
Por outro lado, existem os seguros privados que são constituídos por 
meio de condições acordadas entre as partes componentes de um contrato e 
foi instituído pelo Decreto-Lei nº73/66 com a criação do Sistema Nacional de 
Seguros Privados (SNSP). 
O SNSP é formado pelos seguintes componentes: 
 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) - 
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) - 
 IRB – Brasil Re – www.irb-brasilre.com.br 
 Seguradoras 
 Corretores de Seguros 
O CNSP é o órgão normativo das atividades securitárias do país e se 
constitui órgão público componente do Ministério da Fazenda, possuindo por 
atribuições a fixação de diretrizes e normas de seguros privados; a regulação 
acerca da constituição, da organização, do funcionamento e da fiscalização 
daqueles que exercem atividades subordinadas ao SNSP e da aplicação das 
penalidades previstas; a fixação das características gerais dos contratos de 
seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; o 
estabelecimento das diretrizes gerais das operações de resseguro; a prescrição 
dos critérios de constituição das sociedades seguradoras, de capitalização, de 
 
 22 
entidades de previdência privada aberta e de resseguradores fixando os 
limites legais e técnicos e; o disciplinamento da corretagem do mercado e da 
profissão de corretor. 
 Abaixo do CNSP, na estrutura do SNSP, situa-se a Superintendência de 
Seguros Privados (SUSEP) que é uma autarquia vinculada ao Ministério da 
Fazenda que controla e fiscaliza os mercados de seguros, previdência privada 
aberta e capitalização. 
As responsabilidades da SUSEP abarcam: 
 a fiscalização da constituição, da organização, do funcionamento e 
da operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, 
Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na 
qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; 
 a atuação no intuito de proteger a captação de poupança popular 
que se efetua através das operações de seguro, previdência privada 
aberta, de capitalização e resseguro; 
 o zelo pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados 
supervisionados; 
 a promoção de aperfeiçoamento das instituições e dos 
instrumentos operacionais a eles vinculados; 
 a promoção da estabilidade dos mercados sob sua jurisdição; 
 o zelo pela liquidez e solvência das sociedades que integram o 
mercado; 
 a disciplina e acompanhamento dos investimentos daquelas 
entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de 
provisões técnicas; 
 o cumprimento e a execução do cumprimento das deliberações do 
CNSP e das atividades que por este forem delegadas; e 
 o provimento dos serviços de Secretaria Executiva do CNSP. 
Seguindo a estrutura do SNSP, tem-se o IRB – Brasil RE que é o Instituto 
de Resseguros Brasil, uma empresa de economia mista fundada em 1939 cuja 
atuação tem sido fundamental para viabilizar inúmeros projetos estratégicos 
para o País garantindo o pagamento de sinistros e cumprindo compromissos 
 
 23 
por meio de mecanismos de controle interno e governança corporativa da 
companhia. 
Para tanto, seus objetivos repousam sobre a regulação do cosseguro, 
resseguro e retrocessão. O cosseguro é a operação de compatilhamento da 
assunção do risco por duas ou mais seguradoras enquanto o resseguro é a 
operação que representa o “seguro do seguro”, necessária àquelas operações 
de seguros que sejam superiores à capacidade financeira de cobertura de uma 
seguradora. 
A retrocessão, por sua vez, é a operação mista que mescla cosseguro e 
resseguro para uma mesma carteira deapólices de seguro. 
O penúltimo membro do Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) 
é a seguradora que são as operadoras de seguros privados que segue as 
normas aprovadas pelo Conselho Nacional (CNSP) e atendendo os aspectos 
técnicos emanados da SUSEP. 
As seguradoras devem manter reservas técnicas, fundos e provisões em 
conformidade com a legislação vigente que buscam a manutenção de todo o 
sistema securitário e sua liquidez, permitindo a indenização adequada 
daqueles que transferiram seu risco por meio dos corretores de seguros que 
são os profissionais habilitados legalmente para promovendo contratos de 
seguro. 
O corretor de seguros não pode aceitar ou exercer emprego em pessoa 
jurídica de direito público nem manter relação de emprego ou de direção em 
uma seguradora, podendo responder civilmente por prejuízos que cause em 
decorrência de omissão, negligência ou imperícia quando exercita a profissão, 
responsabilizando-se frente à SUSEP (órgão que habilita o profissional 
corretor). 
Dada estrutura do SNSP regulada pelo Decreto-Lei nº73/66, conforme 
mencionado anteriormente, o mesmo disciplina as Resoluções do CNSP e as 
Circulares da SUSEP. 
 
 24 
As Resoluções representam as diretrizes a serem seguidas pelas 
seguradoras no tocante aos produtos (serviços de seguros disponibilizados) e 
as atividades por elas desenvolvidas. 
As Circulares são as normas que estabelecem os procedimentos, as 
condições dos serviços de seguros (cláusulas mínimas obrigatórias) e o 
exercício das atividades seguradoras. 
 
Os Contratos de Seguros Privados 
 
O disciplinamento dos contratos de seguro brasileiros é dado pelos 
artigos 757 a 802 do Código Civil. 
De modo classificatório, os contratos em geral, de acordo com o Direito 
Civil Brasileiro podem ser unilaterais, bilaterais e plurilaterais, onerosos e 
gratuitos, comutativos e aleatórios, nominados e inominados, consensuais e 
reais, solenes e não solenes, principais e acessórios, paritários ou por adesão. 
No entanto, os contratos de seguro possuem por característica serem: 
 associativos – algo como a fidelidade deste em relação aos demais 
associados por contratos semelhantes de um grupo 
 previdenciários – é uma precaução que visa a proteção relativa ao 
futuro 
 incertos – pois não há como ter a certeza sobre a ocorrência de um 
evento futuro, ainda que se lance o uso de ferramentas 
probabilísticas 
 mútuos – representa a união do esforço entre partes envolvidas 
 instrumentalizados – possui as condições formalizadas em um 
documento 
 coletivos – ainda que sejam parte a parte, importam na sociedade 
como um todo, pois no conjunto de contratos possuem essa 
representatividade 
 
 25 
Tecnicamente, pode se dizer que os contratos de seguro representam a 
divisão entre muitos segurados dos danos que deveriam ser suportados por 
cada um individualmente. Por outro lado, juridicamente representam um 
acordo por meio do qual o segurado transfere o risco para o segurador que 
passa a suportá-lo mediante o pagamento de um determinado premio por 
aquele. 
Em resumo, o contrato de seguro envolve duas partes (bilateral), que 
pressupõe desembolsos e reembolsos (oneroso), possui característica de 
incerteza e risco (aleatório), realizado por instrumento escrito (formal), é um 
acordo de vontades expressas (consensual), regulado e padronizado por 
legislação (nominado), possui condições padronizadas e aprovadas pelo 
CNSP/SUSEP que são aceitas pelo segurado (por adesão). 
São sujeitos do contrato de seguro o segurado (aquele que transfere o 
risco), a seguradora (obrigatoriamente sociedade anônima, assume o risco 
transferido), o estipulante (aquele que estipula a condição para que haja o 
contrato) e o beneficiário (recebe o benefício). 
O risco é um evento futuro possível que envolve a incerteza e a 
independência de vontade, não podendo envolver o ilícito, ou seja, ser 
provocado para benefício próprio ou de outrem. 
A transferência do risco pressupõe que há um interesse sob o qual possa 
haver a perda parcial ou total, havendo a possibilidade de reposição quando 
da ocorrência da perda por aquele que recebeu o risco. Esse interesse pode ser 
um bem móvel ou imóvel, créditos ou recebíveis, pessoas ou outras garantias. 
A probabilidade de ocorrência do risco (perda do interesse) representa a 
previsibilidade desse evento baseada em cálculos matemáticos que se baseiam 
na em probabilidades geralmente estatísticas. 
 

Tipos de Seguros e Aspectos Complementares de Seguros 
 
 De forma geral, os tipos de seguros são: 
 
 26 
 de coisas 
 de responsabilidade civil 
 de pessoas 
 financeiros 
Os seguros de coisas possuem natureza indenitária e tem por intuito a 
reposição da coisa segurada. Nesse tipo de seguro, a legislação de seguros não 
permite a contratação por valor superior à coisa segurada, bem como, segurar 
mais de uma vez o mesmo risco, visto que o intuito é tão somente repor não 
premiar o segurado/beneficiário. Pode-se tomar por exemplo, o seguro de 
automóveis ou residências. 
O seguro de responsabilidade civil busca reembolsar danos provenientes 
de lesões corporais e/ou materiais, inclusive morais (previstos em contrato de 
seguro) causadas a terceiros e provocados por atos involuntários do segurado 
e/ou de seus prepostos na realização de atividades (geralmente profissionais). 
Nesse tipo de seguro, não é possível avaliar previamente o valor do 
prejuízo causado a terceiros. O seguro profissional é um exemplo desse tipo 
de seguro. 
O seguro financeiro, por sua vez, possui características bastante 
específicas, pois o risco assumido é o de inadimplência e insolvência às 
operações realizadas por bancos ou frente aos mesmos, buscando a garantia 
do cumprimento de obrigações contratuais, tais como as denominadas 
fianças/garantias bancárias. Tem-se por exemplos, o seguro garantia e o 
seguro fiança locatícia. 
Finalmente, o seguro de pessoas indeniza a perda econômica decorrente 
da morte de um segurado para um ou mais beneficiários, não possuindo 
limite na quantidade de apólices ou no valor garantido. 
Um dos aspectos importantes dos contratos de seguro é o prêmio, que é 
a importância paga em dinheiro pelo segurado como contraprestação à 
transferência de risco garantindo, dessa forma, o direito à indenização no caso 
de ocorrência do risco transferido. 
 
 27 
O artigo 763 do Código Civil define que “Não terá direito à indenização 
o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o 
sinistro antes de sua purgação.” 
Resumidamente, significa que havendo atraso no pagamento e ocorrer 
um sinistro antes do pagamento (ainda que em atraso) o segurado não terá 
direito à indenização. 
O prêmio de seguro é classificado em contributário (quando todo o 
prêmio é pago exclusivamente pelo segurado), parcialmente contributário 
(quando o pagamento do prêmio é dividido entre segurado e estipulante) e 
não-contributário (quando o segurado não tem responsabilidade ou ônus de 
pagamento). 
Além do conceito de prêmio, cabe conhecer aqueles relativos à 
indenização e ao valor garantido. A primeira representa o pagamento que a 
seguradora faz ao segurado ou beneficiário, até o valor da garantia contratada 
e indicada na apólice, em razão de um sinistro acontecido e relacionado ao 
risco, objeto do contrato de seguro, de acordo com as cláusulas contratuais. 
Valor garantido, por outro lado, é o valor monetário atribuído pelo 
segurado ao bem exposto ao risco (valor máximo a ser pago pela seguradora e 
estipulado em contrato). 
Uma atividade bastante comum nas relações securitárias é a sub-rogação 
que é a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a 
obrigação ou emprestou o recurso necessário para solve-la, sendo 
característica nos seguros de coisas e/ou financeiros. 
 
Instrumentos Contratuais do Seguro e Obrigações Legais 
 
São instrumentos contratuais do seguroa proposta e a apólice. A 
proposta é o instrumento utilizado pela seguradora para estudo e definição 
das condições do contrato, ou seja, a formalização da manifestação de vontade 
de quem quer efetivar um futuro contrato de seguro. 
 
 28 
A apólice é o documento escrito que formaliza o acordo de vontades 
entre segurado e segurador, em suma, o próprio contrato de seguro que 
possui por elementos principais: os riscos assumidos, o prazo de validade, o(s) 
limite(s) garantido(s), o prêmio devido e o nome do segurado e do 
beneficiário. Cabe destacar que a existência de cláusulas especiais é possível 
para prever riscos acessórios ou complementares. 
As apólices e suas condições acordadas podem ser modificadas ou 
acrescidas por meio de endossos ou aditivos, respectivamente. Além disso, na 
cobertura de uma apólice em vigor, podem ser realizadas averbações que 
permitam a inclusão de outros bens do segurado. 
Existem seguros denominados por bilhete como o DPVAT, o Acidente 
Pessoal Individual e de Incêndio Residencial. 
Constituem-se obrigações legais do segurador o pagamento em dinheiro 
do prejuízo resultante do risco assumido, o cumprimento das obrigações 
decorrentes da mora ou da desvalorização da moeda; e a ação por meio da 
mais estrita boa-fé. 
Por outro lado, o segurado possui por obrigações previstas legalmente o 
uso da mais estrita boa-fé (como o segurador) e a prestação de todas as 
declarações necessárias à contratação do seguro e durante a vigência do 
contrato, pagar o prêmio do seguro, não agravar intencionalmente o risco 
ocorrido, comunicar à seguradora qualquer fato involuntário que possa causar 
o agravamento da ocorrência do risco e não praticar atos dolosos que levem à 
ocorrência do risco (sinistro). 
Um contrato de seguro pode ser considerado nulo quando for 
contratado por pessoa que não tenha o interesse legítimo do seguro, quando 
realizado seguro de coisa já segurada pelo seu valor total de indenização ou 
pelos mesmos riscos e quando houver contratação de seguro com risco 
ocorrido anterior à data do contrato. 
Pode ser anulável o contrato de seguro sempre que ocorrerem falsidades 
ou omissões nas declarações do segurado ou da seguradora, ou ações dolosas, 
com exceção daquelas que acarretam nulidade. O prazo prescricional para 
 
 29 
solicitação de indenização de um contrato de seguro o qual o risco tenha 
ocorrido é de 03 (três) anos. 
Finalmente, a rescisão de um contrato de seguro pode ocorrer por falta 
de pagamento do prêmio, por acordo entre as partes, e por retenção do prêmio 
de seguro pro rata tempore pela seguradora. 
 
Precificação de Seguros (inclui metodologia de planos de saúde) 
 
 Basicamente, quando se tece qualquer comentário acerca de seguro é 
como se houvesse uma simbiose com o que se denomina risco, ainda que de 
modo antagônico. 
 Desse modo, quando se trata da precificação de seguros, pode-se afirmar 
que o custo desse risco constitui-se um de seus principais fatores de custo. 
 Claridge & Griffin (1997), afirmam acerca da possibilidade de falha na 
busca de um objetivo como risco, ou seja, a falha (assim como o sucesso) 
depende da presença de um objetivo traçado. 
 Quando do ponto de vista dos contratos de seguro, pode-se extrair que 
os sujeitos se dividem naquele que transfere o risco e o que o assume mediante 
uma remuneração que seja percebida satisfatória pelo risco recebido da outra 
parte. 
 Diante disso, resumidamente, o preço de um seguro repousa sobre o 
custo do risco, uma margem de cobertura para pagamento de despesas 
necessárias à sua concepção e manutenção e uma margem de lucro que pode 
variar em razão inversamente proporcional ao risco. 
 
 
Onde: 
 PS = PREÇO DO SEGURO 
 CR = CUSTO DO RISCO 
 MD = MARGEM PARA DESPESAS 
 ML = MARGEM DE LUCRO ESPERADA 
 
 30 
 A partir da idéia básica da concepção do preço do seguro, alguns 
exemplos são necessários para que se possa construir um conhecimento sobre 
os aspectos que podem impactar o preço a partir dos riscos percebidos. 
 Para tanto, tem-se os seguintes cases ilustrativos: 
CASO 1 
José adentra a concessionária de veículos da marca Tchêri para adquirir um automóvel 
modelo QuêQuê, seu sonho de consumo. 
Paga à vista pelo seu bólido e sai dirigindo pelas ruas da cidade onde mora com um 
sorriso “de engolir os brincos”, estampado em sua face. 
À medida que circula, começa a avistar rostos “suspeitos” e refletir acerca da 
possibilidade de perder o seu sonho conforme havia assistido em uma reportagem na 
noite anterior sobre o crescente número de roubos e assaltos na cidade onde mora. 
Com a situação mentalmente construída, prefere ir para casa e guardar sua preciosidade 
numa garagem e, por vários dias, andar à pé ou de ônibus como fazia antes. 
 
VOCE ACHA QUE JOSÉ TOMOU DECISÕES CORRETAS? 
QUAL SERIA A POSIÇÃO ADEQUADA? 
 
Provavelmente, o seguro seria uma solução razoável posto que caso seu carro seja 
subtraído, passará à possibilidade de ser reposto. 
Contudo, quando o raciocínio recai sobre o preço do seguro pode-se inferir que o mesmo 
será consideravelmente “salgado” visto que a probabilidade de que o risco aconteça 
também seja alto. 
Então, pode-se extrair que o tipo de carro, o local onde ele é utilizado, os tipos de riscos 
cobertos, dentre outros aspectos impactam significativamente a formação do preço 
desse seguro partindo do pressuposto de que o custo do risco é um dos elementos 
formadores de preço. 
 
CASO 2 
Clotilde era casada com Claudiomiro, ambos na faixa dos 40 anos. Possuíam 02 filhos: um 
menino de 3 anos e uma menina de 2 anos. Claudiomiro era um executivo que havia dois 
anos estava desempregado e Clotilde cuidava dos filhos e da casa. 
 
 31 
Num fim de semana, cansado do cotidiano urbano, viajou para seu sítio no interior. 
Sentado à varanda em sua cadeira, fumava cigarros e degustava a cachaça (produzidos 
no próprio local) como fazia todos os fins de semana há cerca de 20 anos, observava o 
lindo pôr-do-sol. 
Claudiomiro sentiu uma forte dor no coração e “dormiu o sono eterno”. 
 
VOCE ACHA QUE CLAUDIOMIRO TOMOU DECISÕES CORRETAS? 
QUAL SERIA A POSIÇÃO ADEQUADA? 
 
Se Claudiomiro pensasse nas possíveis conseqüências de seus hábitos e, além disso, em 
sua família, provavelmente teria decidido fazer um seguro. 
Ainda assim, quando se pensa no quantum seria o custo para Claudiomiro deixar sua 
família numa situação econômica mais favorável, alguns aspectos são mais influentes. 
Os riscos não decorrem somente da idade de Claudiomiro, mas também de seus hábitos 
de fumo e álcool e seu forte stress decorrente do desemprego e da pressão da família 
para retomar o nível de vida que possuíam antes da tragédia anunciada. 
 
CASO 3 
Ermenegilda trabalhava como secretária executiva durante 30 anos na mesma empresa. 
Aguardava por toda a vida pelo momento em que se aposentaria. Aproveitar os recursos 
e viver o restante da vida numa situação confortável. 
Contudo, Ermenegilda deu entrada aos papéis em uma agência do INSS e 30 minutos 
depois se deu a decepção: a renda calculada para seu benefício, mal pagaria suas 
despesas básicas. 
 
VOCE ACHA QUE ERMENEGILDA TOMOU DECISÕES CORRETAS? 
QUAL SERIA A POSIÇÃO ADEQUADA? 
 
Se Ermenegilda tivesse se precavido, teria reservado uma parte de seus rendimentos 
mensais ao longo da vida no intuito de evitar uma desilusão ao final da mesma. Por muitos 
anos poderia ter feito a reserva para seu bem-estar e gozar de um benefício ao nível de 
sua situação financeira. 
Uma opção teria sido um plano privado de aposentadoria complementar que levaria em 
conta sua idade quando da realização da opção de entrar no plano, considerando a 
 
 32 
idade que gostaria de ter para a obtenção do benefício, o tempo pelo qual gostaria de 
receber e o valor a ser recebido nesse momento futuro. 
 
CASO 4 
Arlindo Godofredo é um contador muito atarefado de 33 anos. Entretodas as suas 
atividades de apurador de impostos, tem se debruçado sobre os problemas dos 
denominados SPEDs e, por sua característica centralizadora, acabou por centralizar todas 
as suas atividades anteriores ao levantamento dos dados necessários para informar ao 
fisco. 
Contudo, quanto mais o prazo se esgota, parece que a ansiedade e stress de Arlindo 
Godofredo aumentam. Há uma semana do prazo final, ele é acometido por uma úlcera 
de origem nervosa que o fez adentrar as portas de uma UTI. 
O fato é que ele não possui um seguro de saúde (plano) privado. 
 
VOCE ACHA QUE ARLINDO GODOFREDO TOMOU DECISÕES CORRETAS? 
QUAL SERIA A POSIÇÃO ADEQUADA? 
 
Arlindo Godofredo, com sua conta corrente poupuda, está na fila do INSS de um hospital 
público na metrópole onde reside. Se ele tivesse um seguro de saúde contratado, talvez 
sua realidade nesse momento fosse diferente. 
Alguns fatores estão intimamente ligados às causas de sua úlcera e seu fígado produz 
uma bílis com PH tão poderoso que as paredes desse órgão acabaram corroídas. Cada 
vez que lembra que poderia ter aprendido o ato de delegar suas atividades confiando 
mais nos profissionais que trabalhavam com ele, mais dores intensas sente em sua barriga. 
Quando pensa que o valor a ser pago para possuir um seguro de saúde dependeria não 
somente de sua idade, mas dos tipos de coberturas previstos, do tipo de acomodação 
que gostaria de ter numa situação dessas, percebe que o preço seria ínfimo 
relativamente ao valor que seria ter o seguro. 
 Conforme se pode ver, cada caso possui suas especificidades e essas 
características são interpretadas relativamente aos riscos assumidos por quem 
transmite mediante uma remuneração aquele que os assume. 
 Esse fator se traduz em afirmar que analisar o risco é fator essencial ao 
processo de precificação do seguro. 
 
 33 
 Cada ramo de seguro possui seus riscos característicos, como se pode 
ver na tabela ilustrativa a seguir: 
 
Ramo de 
Seguro 
Fatores de Risco Mais Significativos 
Residencial Estado de conservação do imóvel, idade do imóvel, localização 
do imóvel, equipamentos de prevenção de acidentes (como 
incêndio), equipamentos de segurança (cerca elétrica, 
monitoramento) 
Veículo Marca do veículo, modelo do veículo, ano do veículo, tipo de 
veículo, residência do condutor, utilização de garagem coberta 
ou não, idade do condutor, tempo de habilitação, estado civil, 
gênero 
Vida Idade do segurado, gênero do segurado, residência, renda do 
segurado, ocupação do segurado, estado civil, hábitos 
principais (sedentarismo, tabaco, álcool) 
Saúde Idade do segurado, gênero do segurado, residência, renda do 
segurado, ocupação do segurado, estado civil, hábitos 
principais (sedentarismo, tabaco, álcool), quantidade de 
dependentes 
 
 Diante dos fatores de risco, cabe salientar que seus custos possuem 
relação estreita com os mesmos, ou seja, estatisticamente são calculados em 
conformidade com a denominada “Lei dos Grandes Números” (massa). Esse 
cálculo é dado por: 
 
Onde: 
 CR = CUSTO DO RISCO 
 FS = FREQÜÊNCIA DE SINISTRO 
 VMI = VALOR MÉDIO DE INDENIZAÇÃO 
 
Cabe então afirmar que a FS (freqüência de sinistro) é dada por: 
 
 
Onde: 
 
 34 
 QSI = QUANTIDADE DE SINISTROS 
 QSE = QUANTIDADE DE SEGURADOS 
 
E assim, o VMI (valor médio de indenização) é calculado por: 
 
Onde: 
 VTI = VALOR TOTAL DE INDENIZAÇÕES 
 
 
Em suma, o CR é calculado por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dessa forma, o custo do risco é dado pela razão entre o valor total das 
indenizações em determinado período e a quantidade de segurados cobertos 
pelos mesmos riscos indenizados. 
 
ETAPAS DO PROCESSO DE PRECIFICAÇÃO 
 
O processo de precificação é formado por cinco etapas, quais sejam: a 
coleta de dados, a análise da carteira, a avaliação do custo do risco, o cálculo 
do preço do seguro e a análise do impacto financeiro do novo preço. 
A primeira das etapas busca coletar dados que possam impactar a 
ocorrência do risco e dimensionar os aspectos relativos aos sinistros, ou seja, 
procura-se organizar dados acerca da idade, ocupação, tipo de bem segurado, 
gênero do segurado, bem como, dos valores de indenizações pagos aos 
segurados e das quantidades de sinistros ocorridos. 
Passada essa etapa, é realizada a análise da carteira com o intuito de 
obter um conhecimento sobre sua composição e identificar variáveis 
discriminatórias e a incidência de grandes sinistros, dentre outras informações 
analisadas. 
 
 35 
A próxima etapa trata da avaliação do custo do risco, pois 
dimensionados os dados dos segurados e dos sinistros ocorridos e realizada a 
análise contextual, pode-se realizar a denominada precificação técnica que se 
utiliza de cálculos atuariais com o intuito de obter o risco e a conseqüente 
formação das garantias financeiras por meio das reservas técnicas e constituir 
margens que garantam liquidez e solvência para o cumprimento imediato das 
indenizações quando da ocorrência dos sinistros. 
O cálculo efetivo do preço do seguro é realizado na quarta etapa e 
considera o custo do risco acrescido das margens necessárias para cobertura 
das despesas e lucro da seguradora. 
Nesse caso, considera-se as despesas administrativas, despesas 
comerciais ou de vendas, a lucratividade esperada, a fatia de mercado a ser 
“abocanhada” (market share), a manutenção da continuidade da seguradora e a 
busca por nichos de mercado pouco explorados. 
A quinta e última etapa da precificação de seguros se reveste da análise 
do impacto financeiro do novo prêmio em comparação com o preço atual, 
buscando verificar a existência ou não de sub ou superfaturamento. Nessa 
etapa realiza-se a análise do mercado competidor para avaliar o cabimento de 
expansão ou retração da carteira de clientes segurados. 
 
MÉTODOS DO PROCESSO DE PRECIFICAÇÃO 
 
 Constituem-se métodos de precificação o julgamento ou método 
subjetivo, a sinistralidade, o prêmio puro ou a tábua de mortalidade. 
 O método subjetivo ou julgamento é a técnica utilizada quando não há 
dados/informações suficientes que fundamentem e validem outro método 
para o processo de precificação do seguro. O prêmio é calculado 
principalmente pela comparação com riscos análogos/similares, constituindo-
se, dessa forma, subjetivamente. 
 
 36 
 A sinistralidade, por sua vez, utiliza por base de cálculo do preço do 
seguro a mera atualização por meio da razão entre o total de indenizações 
pagas sobre o total de prêmio arrecadado. A essa razão denomina-se 
sinistralidade. 
 O terceiro método para precificação de seguros é denominado “prêmio 
puro” e se utiliza da estimativa do custo do risco por meio da modelagem 
estatística de dados, adicionando margens de carregamento/segurança que 
assegure liquidez. 
 Por fim, a tábua de mortalidade é o método determinístico que aplica 
fórmula também determinísticas e a probabilidade de morte é definida a partir 
de estudos prévios realizados por atuários e estatísticos (é o principal método 
utilizado nos seguros de vida em previdência). 
 Cabe o aproveitamento para afirmar que: por determinístico em 
métodos quantitativos, entende-se por aquilo que tem resultados 
determinados por leis de evolução definidas. 
 A probabilidade em tábuas de mortalidade é definida por n pontos 
igualmente prováveis (verossímeis) em um espaço amostral (S), dos quais m 
pontos são favoráveis à ocorrência de um determinado evento (E). 
 Desse modo, a probabilidade de ocorrência do evento E é dada por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODOS DO PROCESSO DE PRECIFICAÇÃO 
 
CASO A 
Durante o mês de janeiro de 2012, no bairro Jaera, aconteceram 310 
roubos/furtos de veículos. As informações revelam que 130 deles aconteceram 
com veículos da marca Meleva. 
 
 37 
 O preço de tabela desses veículos é de R$40.000 porveículo e a carteira 
de apólices é composta por 15.000 segurados desse tipo de veículo. Desse 
modo, qual deve ser o valor do custo do risco tomando por base essas 
informações? 
 Resposta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO B 
 Uma carteira de seguro residencial possui no município de Velha Mão 
31.463 apólices de seguro para cobertura do risco de incêndio. No período de 
janeiro a dezembro de 2012, foram registrados 29 sinistros. Nesse mesmo 
período, o valor total das indenizações somou R$3.014.950. 
 Baseado nisso e considerando que a taxa de carregamento para despesas 
e lucro seja de 15%, calcule o prêmio de seguro para o ano de 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO C 
 Uma operadora de seguro de saúde possui 28.540 apólices para 
cobertura de internações na rede de hospitais credenciados. No ano de 2011 
foram registradas 2.745 internações em conformidade com a tabela a seguir: 
 
 38 
FAIXA ETÁRIA SEGURADOS INTERNAÇÕES VMI (R$) 
De 0 a 18 anos 6.878 348 700,00 
De 19 a 23 anos 2.114 96 800,00 
De 24 a 28 anos 1.522 133 1.000,00 
De 29 a 33 anos 1.064 228 750,00 
De 34 a 38 anos 1.392 252 850,00 
De 39 a 43 anos 2.392 325 1.100,00 
De 44 a 48 anos 3.438 348 1.460,00 
De 49 a 53 anos 2.002 133 2.000,00 
De 54 a 58 anos 1.720 257 4.340,00 
A partir de 59 anos 6.018 625 5.720,00 
TOTAL 28.540 2.745 2.426,43 
 
 Apresente o valor do prêmio para a faixa etária de 0 a 18 anos que 
deveria ser cobrado no ano de 2011, considerando que o carregamento para 
despesas e lucro que era de 15%. Além disso, qual seria o prêmio se mantidas 
as condições iniciais, houvesse um ajuste de 20% sobre o carregamento? 
(A) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(B) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39 
Tábuas de Mortalidade (precificação) 
 
 Resumidamente, as Tábuas de Mortalidade se constituem na ferramenta 
mais completa para a análise da mortalidade de uma população. Dentre os 
problemas que as Tábuas auxiliam a resolver estão a estimativa do grau e da 
tendência da mortalidade; análises acerca dos tipos de causa de mortalidade; a 
estrutura, a dinâmica e o crescimento populacionais; análises de características 
sócio-econômicas; estudos relacionados à fecundidade; estudos acerca da 
idade escolar de uma população; análises componentes da força de trabalho; 
sistemas de regulação de aposentadorias e pensões; dentre outros. 
 
UM POUCO DE HISTÓRIA DAS TÁBUAS DE MORTALIDADE 
 
 As primeiras concepções acerca das Tábuas de Mortalidade foram 
apresentadas na obra Natural and Political Observations Made Upon the Bills of 
Mortality por John Graunt em 1962. Esse estudo partiu de 100 pessoas nascidas 
e observadas ao longo da vida, das quais 64 sobreviveram até os 6 anos de 
idade, 40 até os 16 anos e 25 sobreviveram até os 26 anos. 
 Edmond Halley apresentou Tábuas comparando nascimentos e mortes 
no período que abrange desde o ano de 1687 até 1691 na cidade polonesa de 
Breslau, enquanto Milne foi o precursor das Tábuas atuais quando baseou 
seus estudos em 1815 nas mortes ocorridas na cidade de Carlisle, na 
Inglaterra. Desse estudo, estimou o tempo de vida populacional em 38,7 anos. 
 
AS TÁBUAS DE MORTALIDADE COMO INSTRUMENTO DE MEDIDA (tipos, estrutura e 
notações) 
 
 No campo demográfico, as Tábuas apresentam dentre suas 
características fundamentais a evidenciação do comportamento da 
mortalidade por idade (em média, o comportamento da probabilidade de 
morte se inicia alta quando as pessoas nascem, diminuem até um nível 
 
 40 
próximo de zero em torno dos 11 anos de idade voltando a crescer lentamente 
até a faixa dos 35 aos 40 anos, voltando a acelerar até a velhice). 
Além disso, há a apresentação de outras medidas convencionais de 
mortalidade como a expectativa de vida de um ser ao nascer, a população 
estacionária (aquela faixa que permanece estável independentemente dos 
nascimentos e mortes). 
Todos esses aspectos encontram diversas aplicações em uma parte 
consideravelmente grande dos problemas demográficos. 
Existem, fundamentalmente, dois tipos de Tábuas: por gerações e por 
momentos. O primeiro observa um grupo de pessoas nascidas num mesmo 
período até que o última tenha morrido (esse tipo não é muito utilizado na 
atualidade), enquanto o segundo toma por base a mortalidade num curto 
espaço de tempo (por exemplo, 5 ou 6 anos) de todas as gerações, 
considerando pessoas de idades diferentes expostos às mesmas condições de 
vida. 
 O método do Grupo-fechado, possui sua taxa de mortalidade (qx) 
baseada no número de mortes de pessoas com idade x que faleceram antes de 
atingir a idade x+1 e o número total de pessoas com a idade x. 
 Uma Tábua é constituída como uma tabela que possui cinco colunas que 
apresentam de modo estruturado características como a idade, o número de 
sobreviventes, o número de mortes, as probabilidades de morte e de 
sobrevivência. 
 As notações universais utilizadas nas Tábuas são dadas por: 
o lx = número de pessoas vivas de idade x (l = life = vida); 
o dx = número de óbitos com idade x (d = death = morte); 
o qx = probabilidade de uma pessoa de idade x vir a falecer antes de 
completar a idade x+1 (qx=dx/lx); 
o px = probabilidade de uma pessoa de idade x completar a idade 
x+1 (px = lx+1/lx=1-qx); 
o tqx = probabilidade de uma pessoa de idade x vir a falecer antes de 
completar a idade x+t; e 
 
 41 
o tpx = probabilidade de uma pessoa de idade x completar a idade 
x+t. 
No Brasil, são admitidas para os cálculos de precificação de seguros de 
vida em grupo as tábuas SGB-71; CSO-58 male; CSO-80 male; CSG-60; GKM-70 
male; ALLG-72 male; AT-49 male; AT-83; AT-2000 e outras reconhecidas pelo 
Instituto Brasileiro de Atuária (IBA). 
Como exemplo, têm-se um extrato da Tábua AT-49: 
 
Considerando as informações contidas, responda as seguintes questões: 
1) Qual o número de crianças de 05 anos que morrem antes de atingir 
os 06 anos? 
2) Qual a probabilidade de uma criança de 07 anos sobreviver até os 
09 anos? 
3) Qual a probabilidade de morte de uma criança de 03 anos? 
4) Qual a probabilidade de uma criança de 03 anos sobreviver? 
Respostas: 
1) d5=56,15691 
2) 2p7=l9/l7=99.011,04/99.108,84=0,99901321=99,901321% 
3) q3=0,000715 
4) p3=1-q3=1-0,000715=0,999285=99,9285% ou 
 
 42 
p3=l4/l3=99.279,40/99.350,44=0,99928496=99,928496% 
 
A tabela a seguir, evidencia a comparação entre taxas de mortalidade 
(qx) entre diferentes Tábuas de Mortalidade na faixa entre 40 e 50 anos de 
idade: 
 
Diante do exposto, pode-se obter a comparação gráfica entre qx das 
diferentes Tábuas consideradas: 
 
Pode-se então, depreender que as taxas de mortalidade da Tábua AT-
2000 são menores que as taxas da tábua CSO-58. Dessa forma, pode-se afirmar 
 
 43 
que a Tábua AT-2000 “mata menos” que as demais, ou seja, apresenta uma 
expectativa de vida maior. 
Então, as Tábuas CSO-58 e CSO-80 são mais utilizadas pelos atuários em 
seguros de vida (prevendo uma probabilidade maior de morte) e a AT-2000 é 
mais utilizada em previdência (prevendo maior prudência e alongando o 
período de vida/recebimento de benefício e o momento de início do benefício, 
ou seja, impactando o preço das contribuições para cima). 
Outro fator importante a ser considerado, é o que trata da expectativa ou 
esperança de vida, que é dado pelo número médio de anos que uma pessoa de 
idade x tem de sobreviver (quantidade de anos de vida a partir da idade x). 
A fórmula é obtida pelo que segue: 
 
Onde: 
 ex = é a esperança de vida na idade x 
 px = probabilidadede morte na idade x 
 k = a constante a ser considerada, ou seja, nesse caso igual a 1 ou 
seja ano por ano até o infinito 
Desse modo, pode-se dizer que a expectativa de vida é o resultado da 
soma de todas as probabilidades de morte a partir da idade x, a cada ano até o 
infinito (naturalmente, teoricamente, quando a probabilidade de morte atinge 
100% cessa-se o cálculo, contudo, a tendência é o infinito como em uma curva 
de uma Distribuição Normal de Probabilidades). 
Cabe salientar que, considerando que os cálculos são realizados 
anualmente, assume-se que em média as pessoas morrem em meados de cada 
ano. Assim, tem-se que: 
 
 44 
 
Diante da fórmula apresentada, cabe então verificar a expectativa de 
vida das Tábuas CSO-58 e AT-49 na faixa entre 40 e 50 anos, considerando 
esse “meio ano a mais” utilizado nos cálculos. 
 
Em planos de previdência, o risco para a “seguradora” repousa sobre a 
sobrevivência do indivíduo que participa deles. Isso significa que quanto mais 
tempo o participante sobreviver, por mais tempo a “seguradora” honrará seu 
compromisso (pagamento do benefício). 
Diante do exposto, na hora de precificar um plano de previdência, um 
atuário tenderá a ser mais conservador, ou seja, utilizará uma tábua com 
expectativa de vida maior ou que “mate menos” conforme visto 
anteriormente. 
Desse modo, as Tábuas e a expectativa de vida (ex) são componentes 
importantes para a precificação de contribuições em planos de previdência. 
 
 
 45 
Em cálculos de anuidades (seguros de renda/desemprego) considera-se 
o momento do período em que uma pessoa paga, isto é, início ou final de cada 
ano (tal qual em cálculos de matemática financeira). 
Tome-se como exemplo, considerando uma unidade monetária (R$ ou 
US$), a fórmula para cálculo da anuidade a ser paga pelo “segurado” é dada 
por: 
 
 Onde: 
 ax = anuidade a partir da idade x 
 v = taxa de juros anual ajustada = 1/(1+i)n 
 lx = número de pessoas vidas na idade x 
 No que se refere ao seguro de vida, o risco é a morte do segurado, ou 
seja, o que originará a obrigação da seguradora é exatamente a morte dele. 
Então, na hora de precificar, o atuário deverá considerar uma Tábua de 
Mortalidade com expectativa de vida menor, isto é, uma Tábua que “mate 
mais” conforme evidenciado anteriormente nesse material. 
 A fórmula para cálculo de um seguro de vida inteira, para uma unidade 
de moeda (R$ ou US$, por exemplo), pago aos beneficiários de uma pessoa de 
idade x quando ela vier a morrer é dado por: 
 
 Em se considerando o cálculo do prêmio/custo do risco (Px ou CR) a ser 
pago anualmente por uma pessoa a partir da idade x por toda a vida é 
apresentado no exemplo a seguir. 
 
 46 
 Desse modo, qual deve ser o preço do prêmio (desconsiderando 
qualquer taxa de carregamento e, portanto, somente o risco) a ser pago 
anualmente por um segurado de 40 anos pela contratação de um seguro de 
vida de R$330.000,00, caso venha a falecer antes de completar 50 anos? 
 Para tanto, considere a Tábua de Mortalidade AT-49 (presente nesse 
material e copiada abaixo) e uma taxa de juros de 7% ao ano. 
Idade lx dx V
x-39 Vx-39.dx 
40 96.343,40 195,10 0,93457944 182,3364 
41 96.148,30 213,45 0,87343873 186,4355 
42 95.934,85 238,01 0,81629788 194,2871 
43 95.696,84 268,33 0,76289521 204,7077 
44 95.428,51 304,13 0,71298618 216,8405 
45 95.124,38 344,83 0,66634222 229,7748 
46 94.779,55 390,11 0,62274974 242,9409 
47 94.389,44 439,57 0,58200910 255,8337 
48 93.949,87 492,86 0,54393374 268,0832 
49 93.457,01 549,53 0,50834929 279,3532 
 
Por ilustração, calcula-se a seguir Vx-39 na idade de 43 anos: 
 V43-39 = V4 = [1/(1+7%)]4 = [1/1,07]4 = 0,934579444 = 0,762895212 
 
 Considerando o resultado obtido, calcula-se a seguir Vx-39.dx na idade de 
43 anos: 
 
 V43-39.d43 = 0,762895212*268,33 = 204,7077 
 
 Logo, o preço do prêmio a ser pago é dado por: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 0,023463911027 * R$330.000,00 = R$7.743,09 
 
 47 
 Outro exemplo pode ser dado, considerando a Tábua de Mortalidade 
CSO-58 (conforme segue) na faixa de idade de 40 a 50 anos, considerando um 
valor de R$10.000 caso atinja a idade de 50 anos à uma taxa de 6% ao ano: 
 
 Diante do exposto, a fórmula utilizada é dada por: 
p40=10.000 . V10 . (l50/l40) 
p40=10.000 . (1/1,06)10 . (87623,04/92413,56) 
p40=R$5.294,49

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