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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Psicologia Adriana Rodrigues Nascimento Ester Elienai Santos do Nascimento Flávia Lúcia Moraes Bustamente Jessica Niza Furtado Patricia Rabêlo Pereira Victória Valério Rodrigues YOGA COMO ABORDAGEM TERAPÊUTICA: BENEFÍCIOS NO TRATAMENTO DE TDAH, ANSIEDADE E DEPRESSÃO São Paulo 2024 CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Psicologia Adriana Rodrigues Nascimento Ester Elienai Santos do Nascimento Flávia Lúcia Moraes Bustamente Jessica Niza Furtado Patricia Rabêlo Pereira Victória Valerio Rodrigues YOGA COMO ABORDAGEM TERAPÊUTICA: BENEFÍCIOS NO TRATAMENTO DE TDAH, ANSIEDADE E DEPRESSÃO Artigo científico apresentado à matéria Linguagem, Comunicação e Produção de Texto do curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário São Camilo, orientado pelo Professor Dr. Rodrigo Leite da Silva, como requisito parcial para a obtenção de nota. São Paulo 2024 RESUMO Este estudo investiga o impacto da prática de yoga na cognição e comportamento de indivíduos diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), além de explorar suas implicações para o tratamento de Transtornos de Ansiedade e Depressão. O TDAH é um dos transtornos do neurodesenvolvimento que afeta uma grande porcentagem da população mundial na infância e adolescência. Neste contexto, este estudo justifica-se pelo aumento da demanda por terapias alternativas, integrativas e complementares, como o yoga, auxiliando no tratamento de transtornos mentais, especialmente devido aos efeitos colaterais associados aos tratamentos farmacológicos. A prática de yoga combina meditação e técnicas de respiração, promovendo bem-estar emocional e contribuindo para a regulação comportamental. A hipótese central é que a prática regular de yoga, enquanto terapia mente-corpo contribui para melhorias significativas na cognição e no comportamento, incluindo atenção, controle de impulsividade e regulação emocional. O estudo tem como objetivos analisar as mudanças comportamentais e cognitivas promovidas pela prática de yoga em indivíduos com transtornos mentais e investigar o impacto dessas mudanças na qualidade de vida dos praticantes. A metodologia baseia-se em uma revisão de escopo e narrativa, abrangendo publicações entre 2019 e 2024, com buscas nas bases de dados SciELO, PubMed, periódicos e site do governo para análise de legislação. A seleção dos artigos incluiu critérios específicos, como idioma (português e inglês) e descritores temporais, resultando em uma amostra atualizada e robusta. Os resultados mostram uma relação positiva entre a prática de yoga e a redução dos sintomas de TDAH, particularmente na redução de hiperatividade e impulsividade, além de benefícios associados à ansiedade e depressão. No Brasil o yoga foi inserido na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) que recomenda as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como abordagens no cuidado integral à população. As discussões apontam para a potencial eficácia do yoga como terapia complementar no manejo de transtornos mentais. Conclui-se que a yoga apresenta benefícios significativos e promissores, mas são necessárias pesquisas mais aprofundadas para consolidar essas evidências. Palavras-chaves: Yoga, TDAH, Terapia Mente-Corpo; Ansiedade; Depressão ABSTRACT This study investigates the impact of yoga practice on cognition and behavior in individuals diagnosed with Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), while also exploring its implications for the treatment of Anxiety and Depression Disorders. ADHD is one of the most common neuropsychiatric disorders among children and adolescents, affecting a significant percentage of the global population in this age group. In this context, the study is justified by the increasing demand for alternative, integrative, and complementary therapies, such as yogas, to support the treatment of mental disorders, particularly given the side effects associated with pharmacological treatments. Yoga practice combines meditation and breathing techniques, promoting emotional well-being and contributing to behavioral regulation. The central hypothesisis that regular yoga practice, as a mind-body therapy, contributes to significant improvements in cognition and behavior, including attention, impulse control, and emotional regulation. The study aims to analyze the cognitive and behavioral changes promoted by yoga practice in individuals with mental disorders and investigate the impact of these changes on practitioners' quality of life. The methodology is based on a scoping and narrative review, covering publications from 2019 to 2024, with searches in the SciELO, PubMed, journal databases, and government websites for legislative analysis. Article selection included specific criteria, such as language (Portuguese and English) and temporal descriptors, resulting in an updated and robust sample. The findings indicate a positive relationship between yoga practice and symptom reduction in ADHD, particularly in the reduction of hyperactivity and impulsivity, along with associated benefits for anxiety and depression. In Brazil, yoga was included in the National Policy on Integrative and Complementary Practices in the SUS (PNPIC), which recommends Integrative and Complementary Practices in Health (PICS) as approaches to comprehensive care for the population. The discussions highlight the potential efficacy of yoga as a complementary therapy in managing mental disorders. It is concluded that yoga presents significant and promising benefits, but further research is needed to consolidate this evidence. keywords: Yoga, ADHD, Mind-Body Therapy, Anxiety, Depression INTRODUÇÃO A prática do yoga é datada por milênios antes de Cristo na Índia antiga, sendo desde aquela época, vista como uma forma de cessar as oscilações da mente, por meio de condutas éticas, morais, posturas (asanas), exercícios respiratórios (pranayama), concentração, foco, meditação e por fim, conexão com o espírito, ou seja, na linguagem atual, unificando corpo, mente e espírito. Nos últimos 100 anos, diversos estilos de práticas de yoga surgiram e houve uma ênfase maior nos asanas e práticas voltadas ao corpo. O yoga se popularizou a ponto de se tornar a mais comum prática complementar à saúde praticada por adultos nos Estados Unidos e houve um crescimento exponencial dos estudos em relação a ela a partir dos anos 2.000, segundo Gothe et al. (2019). Para Bernardi et al (2021), o yoga é uma prática originária da índia que trabalha os aspectos da mente para promover a harmonia entre o indivíduo e o ambiente, organizado por Patanjali, no yoga é estruturado em sete partes fundamentais: yamas (princípios éticos), nyamas (hábitos disciplinados), asanas (posturas físicas), pranayama (controle da respiração), pratyahara (controle sensorial), dharana (foco), dhyana (meditação) e samadhi (estado de consciência plena). Conforme os autores, no contexto ocidental o yoga se popularizou durante uma fase de crise ética e busca pelo bem-estar tendo como consequência uma integração cultural para o desenvolvimento de novos comportamentos éticos, sendo amplamente aceita nos dias de hoje, como uma prática terapêutica complementar à medicina convencional auxiliando na promoção da saúde e da longevidade. Por conta da prática de engajar mente e corpo por meio da meditação, respiração e posturas físicas, ganhou notoriedade na comunidade médica que, por meio de estudos sistemáticos e com grupos controle randomizados, encontraram relação positiva entre a prática e diversas condições de saúde. Também tiveram evidências positivas de benefícios da prática do yoga em relação ao funcionamento e estrutura do cérebro em Gothe et al. (2019), tais como maiores volumes no córtex pré-frontal e hipocampo, e maior atividade neuronal no córtex dorsolateral pré-frontal. Entretanto, poucos estudos avaliaram comportamento e cognição que se relacionam com as regiões do cérebro ativadas.Portanto, o propósito dessa revisão é sintetizar evidências de que as mudanças neurais produzidas pela prática de yoga se manifestam numa melhoria da performance cognitiva e mudanças comportamentais, respondendo como as práticas de yoga influenciam no comportamento e cognição dos participantes. No Brasil, essa proposta Terapêutica foi categorizada como PICS (Práticas Integrativas e Complementares) do SUS em 2006, isso reflete uma crítica ao modelo capitalista, o que demonstra a inserção de novas concepções focadas no bem-estar e na qualidade de vida que têm ganhado espaço como parte de um movimento terapêutico iniciado nos anos 1960, que se contrapõem ao individualismo do modelo médico hegemônico, pois promove uma visão holística na qual o paciente se torna ativo no seu processo de cuidado e cura (Bernardi et al., 2021). Enquanto os estudos revisados examinaram a relação do yoga com o funcionamento e estrutura do cérebro, apenas um avaliou comportamento e cognição que se relacionam com as regiões do cérebro ativadas. Estudos futuros devem se atentar a essas avaliações para estabelecer se essas mudanças neurais produzidas pela prática de yoga se manifestam numa melhoria da performance cognitiva e mudanças comportamentais. Com base na análise das lacunas nos estudos, uma pergunta ainda precisa ser respondida: como as práticas de yoga influenciam o comportamento e a cognição dos participantes? Segundo Gunaseelan et al. (2021), é recomendado que a ioga seja utilizada como uma terapia complementar à medicação para o TDAH, pois isso pode possibilitar a redução ou até a eliminação das doses medicamentosas. Com o aumento da preocupação com a saúde mental, especialmente em decorrência da pandemia, a yoga surge como uma alternativa a ser explorada para a redução do estresse e a melhoria da concentração em ambientes de aprendizado remoto. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é amplamente reconhecido como um dos distúrbios psiquiátricos mais prevalentes em crianças e adolescentes, com uma taxa global estimada em cerca de 5%. Uma revisão sistemática conduzida por Ruiz et al. (2023) destaca o potencial das terapias mente-corpo (TMCs) para melhorar os sintomas do TDAH, embora a eficácia dessas abordagens ainda seja um tema em debate. Os resultados positivos observados em um dos doze estudos desenvolvidos sugerem que essas intervenções podem ter um impacto significativo nos sintomas do transtorno. De acordo com Gonzalez et al (2023), a prática de Yoga e meditação podem ajudar a melhorar os sintomas do TDAH em crianças relacionados à função executiva, hiperatividade, impulsividade e controle inibitório. Essas atividades também apresentam potencial como complemento ao tratamento médico convencional. Além disso, os pais que adotaram essas práticas relataram sentir-se mais calmos e conscientes na educação dos filhos, sugerindo que podem servir como uma abordagem terapêutica para toda a família. As intervenções também tiveram impacto positivo na saúde mental, reduzindo níveis de ansiedade, estresse e insegurança. Dessa forma, yoga e meditação surgem como estratégias que enriquecem a terapia e promovem uma melhor qualidade de vida para crianças com TDAH. Enquanto os estudos revisados examinaram a relação do yoga com o funcionamento e estrutura do cérebro, apenas um avaliou comportamento e cognição que se relacionam com as regiões do cérebro ativadas. Estudos futuros devem se atentar a essas avaliações para estabelecer se essas mudanças neurais produzidas pela prática de yoga se manifestam numa melhoria da performance cognitiva e mudanças comportamentais. Com base na análise das lacunas nos estudos, uma pergunta ainda precisa ser respondida: como as práticas de yoga influenciam o comportamento e a cognição dos participantes? Os principais objetivos do trabalho são analisar as mudanças cognitivas e comportamentais em indivíduos com transtornos mentais que praticam yoga e investigar as transformações na qualidade de vida. Entre os tópicos a serem analisados estão como as alterações neurais decorrentes da prática de yoga se traduzem em performance cognitiva dos participantes e quais são as mudanças comportamentais observadas em indivíduos diagnosticados com transtornos mentais, tais como Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Ansiedade, Transtorno de depressão, após a prática recorrente de yoga. A hipótese central deste estudo é de que a prática regular da yoga pode trazer benefícios significativos para o comportamento de indivíduos com TDAH, em especial reduzir os níveis de hiperatividade e impulsividade ao promover melhorias na regulação emocional, sendo também eficaz no tratamento da depressão e ansiedade. REFERENCIAL TEÓRICO 1. Yoga como terapia mente-corpo Para Sheng-Wang (2022) a yoga pode ser considerada terapia mente-corpo, pois atua tanto no aspecto físico quanto no mental, e exerce influência positiva sobre os sintomas do TDAH, auxiliando os pacientes a desenvolverem maior controle emocional e reduzindo comportamentos impulsivos e hiperativos. As práticas combinam respiração, movimento e foco, sendo uma abordagem integrativa atuando sobre o sistema nervoso o que promove um maior equilíbrio físico e mental, portanto a yoga se destaca como alternativa complementar e eficaz para o tratamento do TDAH, pois melhora o comportamento e desempenho acadêmico dos pacientes de forma acessível e natural. Segundo Mutz et al (2022) o yoga é uma prática mente-corpo e contribui significativa para a saúde mental e o bem-estar geral do seu praticante, a prática regular é considerada uma terapia complementar e eficaz que auxilia os sintomas associados a doenças neuropsiquiátricas, como ansiedade, depressão e esquizofrenia, integrando posturas físicas (asanas) e técnicas de respiração (pranayama) com a meditação, o yoga promove e auxilia na melhoria da qualidade de vida e ajuda no equilíbrio emocional dos indivíduos, e pode ser considerada benéfica em contextos de burnout, estresse entre profissionais da saúde. Para o estudo foi abordado a importância da terapia mente-corpo, conforme Ruiz et al (2019) a yoga surge como uma abordagem complementar promissora para o tratamento do TDAH, a prática envolve técnicas de respiração, posturas físicas o que auxilia na regulação emocional e reduz a hiperatividade e impulsividade ligadas a doença, o que pode se verificar a partir do relato de casos e dados obtidos com aplicação de questionários a pais e professores, concluiu-se que a yoga pode promover melhoras significativas na atenção e comportamento dos pacientes especialmente se utilizado de maneira consistente. Os autores também analisaram a terapia mente-corpo como uma abordagem integrativa englobando a prática da yoga, e seus efeitos positivos no manejo dos sintomas do TDAH, foi observado que as intervenções mente-corpo auxiliam na autorregulação emocional da concentração e na redução da impulsividade que são sintomas frequentes em indivíduos com o transtorno, essas terapias ajudam a conectar aspectos físicos e mentais o que leva a um maior equilíbrio físico e emocional o que é segundo o estudo dos autores essencial para o desenvolvimento de mecanismos de controle de impulsos para o bem-estar geral de pacientes com a doença. Segundo Gunaseelan et al (2021), a yoga pode ser uma intervenção eficaz para a gestão dos sintomas do TDAH, em especial para quem procura uma alternativa complementar ao tratamento convencional. Tendo como base uma análise de caso e revisões de literatura os autores observaram que a prática de yoga, como ásanas e técnicas de respiração (pranayama), contribuem para a redução dos sintomas de impulsividade, desatenção e auxilia na melhora da cognição e no comportamento em geral além de que a prática regular de yoga oferece diversos benefícios para a autorregulação emocional e o controle dos impulsos, sendo recomendado como uma abordagem acessível e viávelpara o controle do TDAH. 2. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é caracterizado pela presença da hiperatividade, impulsividade e desatenção. Conforme Ruiz et al (2023), o TDAH é um transtorno que é diagnosticado na infância antes dos 12 anos, e é amplamente reconhecido como um dos distúrbios psiquiátricos mais prevalentes em crianças e adolescentes, com uma taxa global estimada em aproximadamente 5%. Através de uma revisão sistemática os referidos autores destacam o potencial das terapias mente-corpo (TMCs) para melhorar os sintomas do TDAH, embora a eficácia dessas abordagens ainda seja um tema em debate, os resultados positivos observados em um dos doze estudos desenvolvidos sugerem que essas intervenções podem ter um impacto significativo nos sintomas do transtorno, contudo, a qualidade metodológica dos estudos avaliados foi considerada insatisfatória, com a maioria das vezes como “ruim”. Para Samia Pires et al (2024) o TDAH é um transtorno de neurodesenvolvimento que tem como consequência múltiplos impactos no desenvolvimento dos adolescentes, pois afeta áreas comportamentais, cognitiva, psicológica e social. Para a autora, o TDAH não é apenas uma questão de hiperatividade e desatenção, mas de um transtorno que pode influenciar diretamente o desempenho acadêmico, social e as interações emocionais do indivíduo. Os adolescentes com TDAH podem inclusive apresentar comportamento de risco como uso de substâncias, delinquência e problemas de interação social. O impacto do TDAH causa negativamente na vida dos adolescentes em diversas áreas de sua vida, destacando a necessidade de uma abordagem multidimensional para prevenir a cronicidade e minimizar os impactos no seu desenvolvimento(PIRES,Samia.,2024). Manjunath et al (2024) também entende que uma das principais causas de transtorno neuropsiquiátrico entre crianças é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). 2.1 Yoga como prática complementar e integrativa no tratamento do TDAH em crianças e adolescentes Manjunath et al (2024) através de uma revisão sistemática, esclareceram como a yoga ajuda a melhorar a vida de crianças com TDAH sendo utilizado como terapia suplementar. Após a análise e estudo de diversos artigos sobre este assunto, foi selecionado pelos autores sete artigos para destacar o efeito da yoga na melhora desses sintomas. Os autores também concluíram e destacaram no estudo, que a yoga pode gerar impacto no ambiente familiar ajudando o ambiente imediato da criança que possui esse transtorno e facilitando o desenvolvimento de um ambiente que auxilie no crescimento da criança. A yoga ajuda a controlar diversos sintomas entre crianças como depressão, estresse e ansiedade pois esses sintomas são frequentemente associados ao TDAH, o estudo dos autores explorou como a yoga pode ser uma abordagem holística para o gerenciamento do transtorno em crianças. Além da contribuição da yoga no tratamento do TDAH, conforme estudo de Luo et al (2023), a utilização combinada da yoga e música tem um efeito positivo na desatenção, hiperatividade e impulsividade de crianças com TDAH e TOD, sendo eficaz na redução desses sintomas, como a desatenção, hiperatividade e impulsividade. A prática de yoga, conforme evidenciado por estudos recentes, mostra-se uma intervenção promissora para o manejo do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em diferentes faixas etárias. Conforme Cohen et al (2018) a prática de yoga foi ligada a melhorias discretas, em uma avaliação objetiva de atenção e a melhorias pontuais nas avaliações feitas pelos pais. A yoga pode ser uma opção promissora para tratar sintomas de TDAH na pré-escola. 2.2 Yoga como prática complementar e integrativa no tratamento do TDAH em adultos A maioria dos estudos já feitos na área correlaciona a estrutura do cérebro de praticantes de yoga com os não praticantes. Diante de estudos nesse sentido, não resta dúvida de como o yoga pode influenciar o comportamento e cognição dos praticantes, especialmente em transtornos mentais. Segundo Gunaseelan et al. (2021), é recomendado que a yoga seja utilizada como uma terapia complementar à medicação para o TDAH, pois isso pode possibilitar a redução ou até a eliminação das doses medicamentosas. Com o aumento da preocupação com a saúde mental, especialmente em decorrência da pandemia, a yoga surge como uma alternativa a ser explorada para a redução do estresse e a melhoria da concentração em ambientes de aprendizado remoto. Numa perspectiva diferente, Fritz et al. (2023) indicam que a adesão à prática de yoga pode ser uma alternativa viável para adultos que desejam controlar o TDAH, especialmente devido ao aumento dessa prática nos Estados Unidos. Contudo, os autores também apontam que uma análise dos dados revelou que uma intervenção de yoga não resultou em melhorias significativas nos sintomas de TDAH, mesmo com alta taxa de participação dos envolvidos. A literatura classifica a função executiva em três componentes principais, destacando que as disciplinas devem focar nessas áreas para serem eficazes (Fritz et al., 2023). Dentre as práticas mente-corporais, tanto a yoga quanto o mindfulness têm se mostrado promissoras para o manejo dos sintomas do TDAH, conforme evidenciado pela análise sistemática de Ruiz et al. (2023). As evidências indicam que a etiologia do TDAH é multifatorial, envolvendo tanto aspectos genéticos quanto ambientais, o que pode complicar as intervenções terapêuticas. Estudos prévios sugerem que a atividade física, especialmente o exercício aeróbico, exerce um efeito moderado a grande sobre os sintomas do TDAH, ressaltando a importância da atividade física nas estratégias de intervenção (Ruiz et al., 2023). A combinação de técnicas mente-corpo, incluindo meditação e relaxamento, pode modificar padrões de ativação cerebral, resultando em melhorias na atenção e na redução da impulsividade. Embora essas técnicas possam ativar a liberação de dopamina e noradrenalina, seus efeitos colaterais são significativamente menores do que os tratamentos farmacológicos tradicionais. A revisão conclui que futuras pesquisas devem priorizar metodologias mais rigorosas, como randomização e supervisão intensificada, para validar a eficácia das TMCs no tratamento do TDAH (Ruiz et al., 2023). Além disso, a literatura sobre os efeitos da atividade física na cognição sugere benefícios potenciais, mas a relação entre yoga e TDAH ainda precisa ser mais explorada (Fritz et al., 2023). Apesar da alta frequência registrada, a falta de resultados positivos na função executiva após seis semanas de prática de yoga enfatiza a complexidade da interação entre atividade física, cognição e TDAH em adultos (Fritz et al., 2023). 3. Yoga e a prática mente-corpo no combate no alívio da ansiedade A ansiedade também pode ser trabalhada na prática mente-corpo, segundo estudo de Danhauer et al (2022), que explorou os efeitos a longo prazo da yoga e da Terapia cognitivo-comportamental (TCC) no alívio da ansiedade, em especial nos idosos, além de que ambas as intervenções se mostraram eficazes na redução de sintomas de ansiedade e depressão. O estudo de Rodrigues et al (2021) investiga os efeitos do Hatha Yoga como uma prática capaz de reduzir os sintomas de ansiedade em estudantes universitários. Os autores observaram que a prática constante e regular de yoga favorece a redução dos estados de estresse e a autorregulação emocional, além de promover um ambiente interno de maior tranquilidade e foco. O estudo destaca que o Hatha Yoga atua não apenas no bem-estar físico, mas também na estabilidade emocional e mental dos praticantes, sendo um recurso complementar relevante no manejo da saúde mental. 4. A prática da yoga para a redução dos sintomas de depressão O yoga tem sido estudado como terapia complementar no tratamento de transtornos mentais, incluindo a depressão. Enquantoprática integrativa, o yoga oferece benefícios para a saúde mental pois combina técnicas de respiração, meditação e posturas físicas promovendo a atenção plena segundo o método do mindfulness e a autorregulação emocional. Conforme estudo de Park et al (2021), diante da alta prevalência de problemas de saúde mental e das limitações de acesso e eficácia dos tratamentos farmacológicos, a prática da yoga tem atraído um maior interesse daqueles que buscam uma alternativa terapêutica para transtornos mentais, o estudo analisou criticamente as evidências disponíveis a respeito da eficácia do yoga como terapia complementar para transtornos de ansiedade, humor, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos alimentares, os resultados indicaram que o yoga pode reduzir os sintomas dessas condições além dos efeitos dos tratamentos farmacológicos em especial para ansiedade, depressão e TEPT, porém a maioria das evidências são de qualidade entre baixa e moderada, e os mecanismos específicos de ação permanecem insuficientemente explorados, no entanto os achados indicam que o yoga pode oferecer um alívio adicional a um custo baixo para pacientes com transtornos psiquiátricos sendo uma opção viável como complemento para às terapias convencionais. O transtorno depressivo é considerado hoje uma dos transtornos mais debilitantes do mundo, conforme estudos de Schwambach et al (2023), a dificuldade no tratamento dos sintomas e abandono do uso dos medicamentos têm sido um desafio para a saúde pública, as autoras através de uma revisão bibliográfica com informações coletadas nas plataformas de banco de dados científicos analisaram o uso de “Práticas Integrativas e Complementares em Saúde” (PICS) como uma ferramenta auxiliar no tratamento da depressão. De 210 artigos localizados pelas autoras, 35 foram analisados e o resultados apontaram maior uso de acupuntura, yoga e meditação no tratamento da depressão e na melhora dos sintomas de ansiedade, fadiga, estresse e efeitos colaterais dos medicamentos antidepressivos, porém a falta de profissionais habilitados e escassez de material científicos dificultam o uso das práticas, porém cabe ressaltar que por necessitarem de baixo custo de investimento em materiais e estruturas as PICS apresentam potencial grande de crescimento no sistema de saúde. 5. Yoga no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil No contexto e na análise do yoga como prática integrativa e complementar, o Sistema Único de Saúde (SUS), aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) pela portaria n.º 971 de três de maio de 2006, bem como instituiu o Programa Academia da Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde inicialmente através da portaria n.º 719 de sete de abril de 2011 (BRASIL, 2011), e posteriormente revogada pela portaria n.º 2.681/GM/MS de sete de novembro de 2013 (BRASIL, 2013) que abarca atividades a serem desenvolvidas pelo programa como práticas integrativas e complementares. Técnicas de medicina tradicionais como meditação, homeopatia e yoga podem ser encontradas no SUS, pois fazem parte do amplo conjunto de práticas de atenção à saúde pautadas em diferentes culturas que são utilizadas para a prevenção, recuperação e promoção da saúde conforme definido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/PMS), conforme dados do site do governo, entre 2019 e abril de 2022 mais de 7 milhões de procedimentos utilizando PICS foram registrados entre os serviços de Atenção Primária e Atenção Especializada de média e alta complexidade. (BRASIL, 2022). A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) recomendou as PICS como abordagens no cuidado integral à população, e atualmente é oferecida 29 PICS de forma gratuita e integral, sendo os atendimentos iniciados na APS que é a porta de entrada para o SUS (BRASIL, 2022). METODOLOGIA O presente estudo adota uma abordagem combinada de revisão de escopo e revisão narrativa. A revisão de escopo, conforme descrita por Arksey e O´Malley (2005), busca mapear conceitos chaves identificando as lacunas na literatura existente em um determinado campo de estudo. Este tipo de revisão permite o alcance de uma visão abrangente e sistemática sobre os impactos da prática da yoga na cognição e no comportamento de indivíduos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Ansiedade e de Depressão. Já a revisão narrativa complementa esse estudo e análise ao sintetizar e contextualizar as informações, possibilitando uma visão interpretativa que conecta conceitos teóricos e práticos na literatura, essencial para compreender as tendências e debates emergentes sobre o uso da yoga como intervenção para o TDAH. O levantamento das fontes seguiu critérios específicos para garantir a relevância e qualidade dos dados analisados, seguindo uma lógica temporal de inclusão foram selecionados artigos publicados entre 2019 a 2024, considerando a relevância dos estudos recentes que abordam terapias mente-corpo, incluindo yoga, na melhora de sintomas de TDAH, depressão e ansiedade. As buscas foram feitas nas bases de dados SciELO, PubMed, e periódicos utilizando descritores combinados como “Yoga e TDAH”, “Yoga e Depressão” e “Yoga e Ansiedade”. Em ambas as plataformas, filtramos primeiramente os artigos pelo título, uma vez que alguns deles traziam resultados relacionados a patologias médicas e não transtornos psicológicos como esperado. Chegamos ao total de quarenta e cinco artigos nessa primeira seleção e posteriormente, ao filtrar pelo resumo aqueles em que nas práticas de yoga constavam asanas, pranayamas e meditação ou mindfulness e, além disso, trouxeram avaliações sobre cognição, comportamento e regulação emocional, selecionamos vinte artigos finais para a revisão. Na plataforma SciELO, foram encontrados quatro artigos em português e inglês enquanto na base de dados PubMed foram localizados quatorze artigos em português e inglês, além de quatro artigos localizados em periódicos em português e inglês além das informações legislativas e de políticas públicas retiradas em sites do governo do Brasil, totalizando uma amostra de vinte artigos, número esse relevante para uma análise qualitativa. A representação dos dados organiza os principais conceitos identificados como os impactos da yoga na redução da hiperatividade e impulsividade, na melhora do controle emocional e da cognição. Estes conceitos foram organizados de forma cronológica para melhor compreensão do avanço das pesquisas sobre o tema, ressaltando os principais achados e lacunas existentes na literatura científica sobre TDAH, ansiedade, depressão e yoga. O desenvolvimento do estudo através das metodologias de revisão de escopo e revisão narrativa foi possível ter uma visão abrangente e sistemática dos conhecimentos atuais sobre o tema pesquisado. RESULTADOS Os resultados dos estudos analisados apontam que a yoga pode ser uma intervenção eficaz e alternativa viável e segura para pacientes que buscam terapias complementares ao tratamento farmacológico. Este estudo busca ampliar o conhecimento sobre o papel do yoga no manejo de transtornos mentais com ênfase no TDAH, ansiedade e depressão, evidenciando-o como estratégia complementar e eficaz para a melhoria da cognição e do comportamento.Ao fomentar o uso dessas práticas complementares e integrativas, este trabalho contribui para o campo da saúde mental, incentivando uma abordagem mais holística e equilibrada no tratamento de transtornos mentais promovendo uma qualidade de vida mais elevada para pacientes e seus familiares. O yoga é uma ferramenta coadjuvante importante no tratamento de diversas doenças psíquicas, funcionais e hormonais. Estimula a conexão mente e corpo, promovendo o autoconhecimento e controle da respiração, pensamentos intrusivos e agitação motora e contribui para a estabilidade psicológica. Oferece uma estratégia para gerenciar o estressee ajuda na construção do equilíbrio emocional. De acordo com os estudos de MUTZ, Bruna Hellen Barbosa et al, mostraram que o yoga pode ser uma terapia adjuvante eficaz para diversas condições, promovendo saúde e bem-estar, melhorias na saúde mental e qualidade de vida. Auxilia na redução da ansiedade, frequência cardíaca, sintomas graves de esquizofrenia, dores osteomusculares e gravidade dos sintomas do climatério. Segundo Patra et al (2024), a prática de yoga tem apresentado impactos positivos em crianças e adolescentes com diagnósticos psiquiátricos, destacando sua eficácia como uma intervenção terapêutica. Em relação ao TDAH, diversos estudos demonstraram que o yoga contribui para a melhora da regulação emocional, controle da impulsividade e atenção. De acordo com Gonzalez et al (2023), a prática de yoga e meditação podem ajudar a melhorar os sintomas do TDAH em crianças relacionados à função executiva, hiperatividade, impulsividade e controle inibitório. Essas atividades também apresentam potencial como complemento ao tratamento médico convencional. Além disso, os pais que adotaram essas práticas relataram sentir-se mais calmos e conscientes na educação dos filhos, sugerindo que podem servir como uma abordagem terapêutica para toda a família. As intervenções também tiveram impacto positivo na saúde mental, reduzindo níveis de ansiedade, estresse e insegurança. A prática Mindfulness como meditação e superbrain yoga tem demonstrado ser eficazes para os sintomas de TDAH e quando realizadas em família, essas técnicas não apenas beneficiam as crianças com o transtorno, mas também os pais, contribuindo para um ambiente familiar mais positivo e reduzindo os níveis de estresse parental(MANJUNATH, Indushree.,2024). Em outro estudo experimental Luo et al. (2023), com crianças diagnosticadas com TDAH, indicou que em oito semanas de treinamento de yoga, realizadas duas vezes por semana, levaram a melhorias significativas na regulação emocional e na redução dos sintomas do transtorno. Esses efeitos foram sustentados durante o período de acompanhamento de 60 dias. Além disso, a prática combinada de yoga e música demonstrou ser altamente eficaz em crianças com TDAH e Transtorno Opositor Desafiador (TOD) comórbidos, com efeitos significativos na redução de comportamentos de desatenção, hiperatividade/impulsividade e TOD. A magnitude dos efeitos para a intervenção combinada foi superior às práticas isoladas de yoga ou música, destacando o potencial do yoga quando integrado a outras abordagens. Gunaseelan et al. (2021), em um estudo de caso, relataram melhora nos sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade em uma criança com TDAH após seis meses de treinamento de Yoga. Wang (2023), em um estudo experimental com grupo controle, constatou que a Yoga promoveu melhorias significativas na regulação emocional e nos sintomas de TDAH em crianças após oito semanas de intervenção. Alguns estudos realizados apoiam a ideia de práticas baseadas em movimento consciente para a autorregulação, em especial de crianças vulneráveis, para Rice et al (2023) que desenvolveram um estudo investigativo sobre a eficácia da intervenção do movimento consciente (MMI) para crianças em risco em uma escola pública, com o objetivo de melhorar a sua regulação motora, emocional-comportamental e cognitiva, o que inclui o controle de comportamentos desatentos e disruptivos que são característicos do TDAH. O estudo foi realizado com trinta e oito crianças com idades de sete a oito anos, que receberam o MMI duas vezes por semana na escola, com uma sequência de Tai Chi, yoga e aquecimentos biomecânicos, brincadeiras imaginativas bem como reflexão, sendo realizadas avaliações dos pais e professores sobre o comportamento das crianças no início e após cinco meses do estudo. Os autores da pesquisa notaram resultados de melhorias significativas sobre os comportamentos desatentos, hiperativos e impulsivos, além de melhoras nos comportamentos de controle cognitivo e motor. Fritz et al (2022) realizaram um ensaio clínico randomizado controlado com 32 mulheres adultas entre 18 e 24 anos, comparando um grupo de intervenção de yoga com um grupo controle de lista de espera. Houve uma alta taxa de abandono (31%) e não tiveram mudanças significativas no desempenho cognitivo, humor, atenção plena ou motivação no grupo que praticou yoga em comparação ao grupo controle. Porém, em outros estudos tiveram evidências positivas da prática do yoga em relação ao funcionamento e estrutura do cérebro em Gothe et al. (2019), tais como, maior volume no córtex pré-frontal e hipocampo, e maior atividade neuronal no córtex dorsolateral pré-frontal. Conforme Dinu et al (2023), a prática de Hatha Yoga apresenta benefícios para adultos com diagnóstico de TDAH, reduzindo a impulsividade temporal. No contexto da ansiedade, os resultados indicam que o yoga é eficaz na redução de sintomas. Rodrigues et al (2021), avaliaram um grupo de estudantes universitários em um programa de Intervenção de 16 semanas com Hatha Yoga, duas vezes por semana, com sessões de 75 minutos. Concluiu-se uma melhora significativa nos níveis de ansiedade (pcom transtornos de ansiedade, as evidências apoiam o uso, e não há efeitos negativos aparentes das intervenções baseadas em atenção plena e seus benefícios à saúde no geral. Uma revisão feita por Sathyanarayanan et al. (2019), o Yoga demonstra melhora significativa em depressão como coadjuvante dos antidepressivos, com melhoras significativas na ansiedade, atividade, não-julgamento advindo da atenção plena.Segundo Sathyanarayanan et al. (2019), os praticantes de Yoga demonstraram uma melhoria significativa na Escala das Síndromes Positiva e Negativa (PANSS) na pontuação total, subescala negativa e na subescala psicopatológica geral, em itens voltados para o retraimento social, emocional, de espontaneidade, relacionamento, pensamento abstrato, preocupações somáticas, sentimento de culpa, depressão, preocupação, desorientação, entre outros. DISCUSSÃO Com base nos presentes estudos, a análise dos resultados e discussões apontam para um panorama positivo em relação aos efeitos da yoga no tratamento de transtornos mentais. É crucial que pesquisas futuras explorem questões como a eficácia a longo prazo da Yoga, o impacto em diferentes subtipos de TDAH e os mecanismos de ação da intervenção. Embora a necessidade de mais pesquisas com amostras maiores e metodologias seja necessária para confirmar a eficácia da yoga, os estudos convergem para a constatação de que a yoga, especialmente quando utilizada como terapia complementar, pode contribuir significativamente para a melhora dos sintomas e da qualidade de vida de pacientes com diversos transtornos mentais. As discussões presentes nos artigos demonstram uma crescente consciência sobre a importância de abordar os transtornos mentais de forma holística, considerando não apenas os sintomas, mas também o bem-estar geral dos pacientes. A yoga, com sua abordagem integrada que engloba corpo, mente e emoções, se encaixa perfeitamente nesse paradigma. CONCLUSÃO O estudo concluiu que a prática do yoga representa uma intervenção promissora para o manejo dos sintomas do TDAH, ansiedade e depressão, pois oferece benefícios adicionais às abordagens farmacológicas e psicoterapêuticas convencionais. Integrando exercícios físicos, meditação e técnicas de respiração como uma terapia mente-corpo, o yoga promove melhoras significativas na auto regulação emocional, no controle da impulsividade e na função executiva, aspectos críticos para pacientes com transtornos mentais. Embora os estudos revisados apontam efeitos positivos a maioria das evidências é de qualidade baixa ou moderada, tendo como consequência a necessidade de pesquisas futuras com metodologias e amostras amplas e rigorosas que são essenciais para consolidar a eficácia do yoga como terapia complementar expandindo seu uso em tratamentos multidisciplinares voltados para a saúde mental. A inclusão da yoga no Sistema Único de Saúde, como parte das Práticas Integrativas e Complementares em saúde(PICS) representa um avanço significativo na promoção de um cuidado humanizado e acessível à população. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARKSEY, H., & O'Malley, L. (2005). Scoping studies: towards a methodological framework. 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