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EAD-Enfermagem a Distância-Material do Curso[Enfermagem Obstétrica]

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ENFERMAGEM OBSTÉTRICA 
 
A atenção à mulher gestante é fundamental 
para a saúde materna e neonatal. 
 
Para que esse cuidado seja humanizado e 
qualificado, faz-se necessário construir um novo 
olhar sobre o processo saúde/doença, que 
compreenda a pessoa em sua totalidade 
corpo/mente e considere o ambiente social, 
econômico, cultural e físico no qual essa mulher 
vive. A morte materna obstétrica acontece por 
causas evitáveis em mais de 90% dos casos. As 
principais causas são as infecções, doenças 
hipertensivas e hemorragias. Todas essas causas 
são preveníveis. 
 
Considerando essa realidade, vamos abordar no 
decorrer do curso, a assistência à mulher 
durante a gestação. 
 
Antes de iniciarmos os estudos sobre a 
gestação e seus riscos, vamos revisar um pouco 
sobre o ciclo menstrual normal. 
 
1. Ciclo Menstrual e a Reprodução 
 
Em cada ciclo menstrual, o corpo lúteo que é 
formado após a ovulação, a partir dos restos do 
folículo ovariano, liberando a Progesterona, um 
hormônio cuja finalidade consiste em preparar o 
endométrio para uma eventual recepção de um 
óvulo fecundado e adaptar todo o organismo 
para o desenvolvimento da gestação. 
 
Caso o óvulo liberado pelo ovário não for 
fecundado, o corpo lúteo se atrofia provocando 
a redução significativa da produção de 
progesterona, a descamação do endométrio e a 
consequente menstruação. Entretanto, caso o 
óvulo seja fecundado e o ovo implantado no 
endométrio, a placenta começa a segregar o 
hormônio gonadotrofina coriônica (HCG). 
 
O HCG faz com que o corpo lúteo, ao invés de se 
atrofiar-se, cresça e aumente a sua produção de 
progesterona, evitando a descamação do 
endométrio, proporcionando a interrupção do 
ciclo menstrual e, consequentemente, a não 
produção de menstruação. 
 
Nessa etapa, os efeitos hormonais no corpo da 
mulher, evidenciam-se através de uma série de 
alterações funcionais e físicas, que são os 
sintomas e sinais de gravidez. 
 
Para mais detalhes sobre o ciclo menstrual 
normal, realize estudos no curso Enfermagem e 
a Saúde da Mulher, já disponível no site 
Enfermagem a Distância. 
 
2. Gravidez 
 
A gestação é um processo fisiológico normal que 
representa a capacidade reprodutiva inerente à 
mulher e traz ao organismo feminino uma série 
de mudanças físicas e emocionais. 
 
Essas transformações geram medo, dúvida, 
angústia, fantasias ou simplesmente a 
curiosidade de saber o que acontece com o 
próprio corpo. 
 
Uma gravidez normal, dura aproximadamente 
280 dias, 40 semanas ou 9 meses. 
 
2.1. Diagnóstico da Gravidez 
 
A ausência de menstruação e a presença dos 
sinais e sintomas em uma mulher em idade fértil 
e sexualmente ativa devem conduzir a suspeita 
de gravidez. 
 
O diagnóstico da gravidez inicia-se com a 
anamnese. É importante questionar sobre 
método contraceptivo utilizado, data da ultima 
menstruação e se há possibilidade de gravidez. 
 
 
 
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Esse diagnóstico deve ocorrer precocemente 
para iniciar o Pré - Natal, calcular com mais 
precisão a Idade Gestacional (IG) e melhorar o 
prognóstico da gravidez, principalmente em 
gestantes com antecedentes de risco 
gestacional. 
 
A exatidão é importante, pois as consequências 
emocionais, sociais, médicas e legais de um 
diagnóstico incorreto, positivo ou negativo, 
podem ser extremamente sérias. 
 
Os sinais de gravidez podem classificar-se em 
três tipos: 
 
 Sinais de presunção; 
 Sinais de probabilidade; 
 Sinais de certeza. 
 
Sinais de Presunção: aqueles que são 
percebidos pela mulher. Exemplos 
 
 Amenorréia: ausência de 
sangramento; 
 Fadiga: cansaço; 
 Turgescência mamária; 
 Náuseas matinais; 
 Ptialismo: aumento de salivação; 
 Aumento ou diminuição do apetite; 
 Aversão a odores: cigarros, alimentos 
e perfumes; 
 Polaciúria: desejo de urinar com mais 
frequência, comum nos três ou quatro 
primeiros meses e nos meses finais da 
gravidez; 
 Alterações das mamas: Aumento de 
tamanho, consistência e sensibilidade. 
 Linha Nigra Aumento de 
pigmentação da linha alba; 
 Sinal de Chadwick: aspecto arroxeado 
ou azul escuro na mucosa vulvar e 
vaginal; 
 Movimentos do feto. 
 
Sinais de Probabilidade: são alterações 
observadas pelo examinador, tais como: 
 
 Sinal de Hegar (amolecimento 
cervical e do segmento inferior do 
útero), sentido ao toque vaginal; 
 Testes laboratoriais positivos (b - 
HCG); 
 Sinal de Goodell (amolecimento do 
cérvix); 
 Aumento do Abdômen: evidencia-se 
por volta do terceiro ao quinto mês de 
gestação. 
 
Sinais de certeza: são os sinais exclusivos de 
uma gestação, como: 
 
Ultrassonografia obstétrica que permite 
observar todas as estruturas do útero gravídico, 
como líquido amniótico, a placenta e o feto, 
além de calcular a Idade Gestacional; 
 
Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF); 
Palpação dos movimentos fetais pelo 
examinador, através da Manobra de Leopold. 
O atraso menstrual é o achado que mais 
frequentemente levanta a suspeita de gestação. 
Em alguns casos, já vem acompanhado de 
náuseas e vômitos. 
 
Outros sinais que podem ser percebidos são 
aumento das mamas, aumento da frequência 
urinária, aumento do peso e aumento do 
volume abdominal. 
 
O teste que primeiro diagnostica a gravidez é o 
que identifica a gonadotrofina coriônica humana 
(HCH), mais precisamente a porção beta, por ser 
mais facilmente encontrada e possuir uma boa 
especificidade. 
 
Os níveis de HCG na gestação normal podem ser 
dosados pouco tempo após a implantação 
aumenta pelo menos 66% a cada 48 horas, 
 
 
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alcançando o pico máximo entre 50 e 75 dias de 
gestação. Esse tópico não faz parte dos sinais de 
certeza, mesmo sendo um dos sinais mais 
procurados, por apresentar altas taxas de 
resultados falso-positivos. 
 
Entretanto, o diagnóstico só pode ser 
confirmado juntamente com a presença de 
batimentos cardíacos fetais, movimentos fetais 
ou visualização do feto. Os BCFs podem ser 
ouvidos a partir de 10 a 12 semanas de gestação 
(com o uso do sonar) e de 17 a 19 semanas com 
o auxilio do estetoscópio. 
 
Os movimentos fetais podem ser percebidos 
tanto pela mãe, quanto pelo médico, a partir de 
20 semanas de gestação. A identificação do feto 
pode ser realizada por ultrassonografia 
abdominal a partir da 8ª semana de gestação, 
ou por via transvaginal a partir da 6ª semana. Os 
mamilos e aréolas ficam maiores e mais escuros 
e a rede venosa mais evidente. 
 
3. Modificações Maternas 
 
Durante a gravidez ocorrem várias modificações 
no organismo materno a fim de garantir 
condições ideais para o seu desenvolvimento. 
 
3.1. Postura e Deambulação 
 
O centro da gravidade se adianta em razão do 
aumento abdominal anterior e do peso das 
mamas congestas, levando a gestante a adotar 
uma postura inclinada para trás, como quem 
carregasse um peso com as mãos na frente, 
levando a uma lordose na coluna vertebral. 
 
A gestante tende a afastar mais os pés, levando 
a uma marcha característica semelhante ao 
modo de andar dos gansos: marcha anserina. 
 
 
 
3.2. MetabolismoO metabolismo glicídico materno é alterado no 
sentido de garantir suprimento constante de 
glicose ao concepto mesmo em períodos de 
jejum. Há então uma redução na utilização de 
glicose materna, dando preferência ao consumo 
de lipídios. 
 
O metabolismo lipídico está alterado com maior 
catabolismo de gorduras, com maior 
concentração de ácidos graxos no sangue 
materno, provavelmente decorrente da ação do 
HPL. Isso se dá no sentindo de preservar a 
utilização de glicose para o feto e para o SNC 
materno. 
 
Com relação às proteínas, observa-se um 
aumento das proteínas totais, mas uma 
diminuição da sua concentração, devido ao 
aumento da volemia. 
 
O metabolismo hidroeletrolítico está alterado. 
Na gestação há retenção hídrica no organismo 
materno no valor aproximado de 7,5L necessário 
para garantir a homeostase do organismo 
materno e fetal. 
 
3.3. Sistema Cardiovascular 
 
Haverá uma diminuição da pressão arterial: de 3 
a 5 mmHg na sistólica e 5 a 15mmHg na pressão 
diastólica. 
 
Quando a gravidez avança e o útero torna-se 
progressivamente maior este pode comprimir a 
veia cava inferior, determinando diminuição do 
retorno venoso, que se manifesta com 
bradicardia e hipotensão, esta situação é 
denominada de “síndrome da hipotensão 
supina”, facilmente revertida apenas com a 
mudança de decúbito materno. 
 
 
 
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Tendência a edema de MMII (membros 
inferiores), varizes, hemorróidas e lipotimia, ou 
seja, perda momentânea da consciência, sem 
que se paralisem o coração e a respiração; 
desfalecimento, desmaio, delírio; vertigem. 
Aumento da frequência cardíaca em torno de 
20% e aumento do volume sanguíneo em torno 
de 45-50%. 
 
A pressão venosa apresenta-se aumentada três 
vezes mais nos membros inferiores, devido à 
compressão das veias abdominais e pélvicas. 
Tendência a edema de membros inferiores, 
hipotensão. 
 
3.4. Sistema Sanguíneo 
 
O grau de expansão do volume sanguíneo varia 
consideravelmente. Aumenta aproximadamente 
1.500 ml ou 40 a 50% além dos níveis não 
gravídicos. O volume começa a aumentar 
durante a 10ª e a 12ª semana, atinge o pico 
entre a 32ª e a 34ª semana, depois diminui 
ligeiramente na 40ª semana. 
 
Esse aumento constitui um mecanismo protetor, 
uma vez que torna-se essencial para o 
preenchimento das necessidades sanguíneas. 
Entretanto, o aumento do plasma excede a 
produção de eritrócitos, ocasionando uma 
diminuição nos valores normais de hemoglobina 
(12 a 16 g/dl de sangue) e do hematócrito (37 a 
47%). Esse estado de hemodiluição é chamado 
de anemia fisiológica. Caso o valor da 
hemoglobina caia para 10g/dl ou menos, ou 
caso o hematócrito caia para 35% ou menos, 
considera-se que a gestante esteja anêmica. 
 
3.5. Sistema Urinário 
 
Haverá aumento do fluxo plasmático renal e da 
taxa de filtração glomerular. Podem ocorrer 
glicosúria e proteinúria fisiológica. 
 
O volume urinário não aumenta. A frequência 
urinária aumenta devido aos efeitos mecânicos 
do crescimento uterino comprimindo a bexiga. 
Aumenta a incidência de infecção urinária. 
 
3.6. Sistema Respiratório 
 
As adaptações estruturais e ventilatórias 
ocorrem durante a gestação para prover as 
necessidades maternas e fetais. O oxigênio 
materno aumenta em resposta à aceleração do 
metabolismo e à hipertrofia dos tecidos uterinos 
e mamários. 
 
A gestante fica mais consciente da necessidade 
de respirar; algumas podem até referir queixas 
de dispneia ao respirar. 
 
3.7. Equilíbrio Ácido-Básico 
 
Haverá hipocapnia, elevação discreta dos ácidos 
metabólicos e pH, configurando a “alcalose 
respiratória compensada”. 
 
3.8. Sistema Digestivo 
 
Há aumento do apetite e sede, que inicia-se no 
primeiro trimestre e persiste até o fim da 
gravidez. Podem estar presentes náuseas e 
vômitos, principalmente nos primeiros meses. 
 
Relata-se também o surgimento de gengivite, 
desaparecimento de úlceras pépticas devido à 
diminuição de secreção de suco gástrico e 
geralmente, o aparecimento de pirose devido ao 
relaxamento dos esfíncteres e da pressão 
aumentada devido ao volume uterino. 
 
3.9. Pele e Fâneros 
 
Aumento da pigmentação da pele; face 
(cloasmas gravídicos e lanugem) e pigmentação 
geral (vulva, períneo, nariz e linha nigra, aréola 
mamária). 
 
 
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As estrias aparecem após o sexto mês no 
abdome, nas mamas, nos flancos e na região 
sacral e lombar. Aumento no crescimento dos 
cabelos e unhas e aumento da sudorese e do 
calor. 
 
3.10. Ossos e Articulações 
 
Pode ocorrer insuficiência de cálcio na matriz 
óssea por deficiência na ingestão desse 
nutriente. As articulações aumentam sua 
motilidade, especialmente da região pélvica, 
favorecendo o parto pélvico. 
 
3.11. Sistema Nervoso 
 
Manifestações como psiquismo, hiperêmese, 
enxaqueca, depressão, mudanças de 
personalidade e reações maníacas. 
 
3.12. Ganho de Peso 
 
Entre 10 a 12,5kg, assim distribuídos da seguinte 
forma: 
 
 Feto: 3.400g; 
 Placenta: 650g; 
 Útero: 900g; 
 Líquido: 800-1.000g; 
 Mamas: 400 a 500g; 
 Volume Sanguíneo: 1.300 a 1.500g; 
 Líquido extracelular: 1.500g; 
 Excedente: 2.300 a 3.300g de gordura. 
 
Também podemos relacionar esse ganho de 
peso com as perdas no pós-parto: 
 
 Parto: 5 kg = feto + placenta+líquido 
amniótico; 
 Puerpério Imediato: 2 a 2,5Kg = líquido 
extracelular (edema) + involução; 
 Três meses após o parto, ocorrerá a 
perda de peso excedente, 
especialmente naquelas que 
amamentam. 
 
4. Modificações no Aparelho Reprodutor 
 
4.1. Útero 
 
Ao ficar grávida, a parte de seu corpo que é 
primeiramente afetada e que sofre as mudanças 
mais significativas é o útero. Esse órgão 
aumenta cerca de 20 vezes o peso original e 
1.000 vezes a capacidade inicial. 
 
A quantidade de tecido elástico, conjuntivo e 
muscular, de vasos sanguíneos e de nervos 
aumenta. A forma muda de alongada para oval 
no segundo mês, para arredondada no meio da 
gravidez e, então, volta à forma ovalada a 
alongada no fim (no caso de uma gestação 
normal de nove meses). 
 
O útero amolece no início da sexta semana. Ele 
muda de posição à medida que aumenta de 
tamanho, elevando-se no abdome no quarto 
mês e, finalmente, chegando ao fígado. 
 
Fica mais contrátil (tendência de diminuir de 
tamanho), com contrações de Braxton Hicks 
indolores e irregulares que começam no 
primeiro trimestre. 
 
4.2. Colo do útero e Vagina 
 
O colo do útero e a vagina têm um aumento do 
suprimento de sangue, o que provoca um 
escurecimento aparente por volta da sexta 
semana. 
 
A quantidade de tecido elástico aumenta para 
preparar a passagem para a dilatação necessária 
durante o parto. As secreções aumentam e um 
tampão mucoso se forma no colo do útero. 
 
 
 
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4.3. Trompas de Falópio e Ovários 
 
As trompas de falópio, os ovários e os 
ligamentos que suportam o útero se dilatam e 
se alongam. Os ovários, naturalmente, param de 
ovular. 
 
Após a confirmação da gravidez e para 
acompanhar todas as alterações causadas pela 
gestação,inicia-se a consulta de Pré-Natal. 
 
5. Atenção no Pré-Natal 
 
O principal objetivo da atenção pré-natal (PN) é 
acolher a mulher desde o início da gravidez, 
assegurando, no fim da gestação, o nascimento 
de uma criança saudável e a garantia do bem-
estar ao binômio mãe/filho. 
 
A consulta de pré-natal envolve procedimentos 
bastante simples, podendo o profissional de 
saúde dedicar-se a escutar as demandas da 
gestante, transmitindo nesse momento o apoio 
e confiança necessários para que ela se fortaleça 
e possa conduzir com mais autonomia a 
gestação e parto. 
 
5.1. Adesão ao Pré-Natal 
 
Está demonstrado que a adesão das mulheres 
ao pré-natal está relacionada com a qualidade 
de assistência prestada pelo serviço e pelos 
profissionais de saúde, o que, em última análise, 
será essencial para redução dos elevados índices 
de mortalidade materna e perinatal verificados 
no Brasil. 
 
A assistência pré-natal deve ser organizada para 
atender às reais necessidades da população de 
gestantes, mediante utilização dos 
conhecimentos técnico-científicos existentes e 
dos meios e recursos disponíveis mais 
adequados para cada caso. 
 
De acordo com o Ministério da Saúde (2012), o 
calendário das consultas de pré-natal deve ser 
programado em função dos períodos 
gestacionais que determinam mais risco 
materno e perinatal. 
 
É fundamental que ele seja iniciado 
precocemente, ou seja, primeiro trimestre. 
Assim, o número mínimo de consultas de pré-
natal deverá ser de seis consultas, 
preferencialmente, uma no primeiro trimestre, 
duas no segundo trimestre e três no último 
trimestre. 
 
 
 
 
Em uma situação ideal, o acompanhamento 
poderia ser mensal até o sétimo mês, quinzenal 
até o oitavo e semanal até o parto. Consultas 
intercaladas entre médicos e enfermeiros 
proporcionam assistência mais completa e 
possibilita o acompanhamento mais frequente. 
 
 
 
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A captação precoce das gestantes com 
realização da primeira consulta de pré-natal até 
120 dias da gestação. 
 
Na primeira consulta de PN, deve ser realizada 
anamnese, abordando aspectos 
epidemiológicos, além dos antecedentes 
familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos 
e a situação da gravidez atual. 
 
O exame físico deverá ser completo, constando 
avaliação de cabeça e pescoço, tórax, abdômen, 
membros e inspeção de pele e mucosas, 
seguidas por exame ginecológico e obstétrico. 
(BRASIL, 2005) 
 
Nas consultas seguintes, a anamnese deverá ser 
sucinta, abordando aspectos do bem-estar 
materno e fetal. 
 
Inicialmente, deverão ser ouvidas dúvidas e 
ansiedades da mulher, além de perguntas sobre 
alimentação, hábito intestinal e urinário, 
movimentação fetal e interrogatória sobre a 
presença de corrimentos ou outras perdas 
vaginais. 
 
 As anotações deverão ser realizadas 
tanto no prontuário da unidade quanto 
no cartão da gestante. 
 
Em cada consulta, deve-se reavaliar o risco 
obstétrico e perinatal. Para auxiliar nesse 
objetivo, deve-se observar a discriminação dos 
fatores de risco no cartão de pré-natal, 
identificados pela cor amarela. A presença 
dessas anotações deverá ser interpretada pelo 
profissional de saúde como sinal de alerta. 
 
O intervalo entre as consultas deve ser de 
quatro semanas. Após a 36º semana, a gestante 
deverá ser acompanhada a cada 15 dias, visando 
à avaliação da pressão arterial, da presença de 
edemas, da altura uterina, movimentos do feto 
e dos batimentos cardiofetais. 
 
Frente a qualquer alteração, ou se o parto não 
ocorrer até sete dias após a data provável, a 
gestante deverá ter consulta médica assegurada, 
ou ser referida para serviço de maior 
complexidade. 
 
6. Primeira Consulta 
 
A primeira consulta tem como objetivo 
 
 Acolher a mulher respeitando sua 
condição emocional em relação à atual 
gestação; 
 Esclarecer suas dúvidas, medos, angustia 
ou simplesmente curiosidade em 
relação a este novo momento em sua 
vida; 
 Identificação e classificação de riscos; 
 Confirmação de diagnóstico; 
 Adesão ao pré-natal e educação para 
saúde estimulando o auto cuidado. 
 Durante a 1ª consulta, pesquisar a 
História Clínica da gestante, anotando 
no cartão; 
 
Identificação: Buscar conhecer todas as 
informações possíveis sobre o perfil da gestante 
e sobre sua rotina. Além do nome completo, 
número do SISPRENATAL, idade, cor e 
naturalidade, perguntar sobre: 
 
 Procedência; endereço atual; unidade de 
referência. 
 Dados socioeconômicos, grau de 
instrução e profissão/ocupação; 
 Estado civil/união; 
 Número e idade de dependentes, avaliar 
sobrecarga de trabalho doméstico; 
 Renda familiar; 
 Pessoas da família com renda; 
 
 
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 Condições de moradia, o tipo e nº de 
cômodos; 
 Condições de saneamento: água, esgoto, 
coleta de lixo; 
 Distância da residência até a unidade de 
saúde; 
 
Antecedentes familiares: hipertensão arterial; 
diabetes mellitus; doenças congênitas; 
gemelaridade; câncer de mama e/ou do colo 
uterino; hanseníase e tuberculose; parceiro 
sexual portador de infecção pelo HIV; 
 
Antecedentes pessoais: hipertensão arterial 
crônica; cardiopatias, inclusive doença de 
Chagas; diabetes mellitus; doenças renais 
crônicas; anemias e deficiências de nutrientes 
específicos; desvios nutricionais; epilepsia; 
doenças da tireóide e outras endocrinopatias; 
malária; viroses; alergias; hanseníase, 
tuberculose ou outras doenças infecciosas; 
portadora de infecção pelo HIV; infecção do 
trato urinário; doenças neurológicas e 
psiquiátricas e transfusões de sangue; 
 
Antecedentes ginecológicos: ciclos menstruais; 
uso de métodos anticoncepcionais prévios; 
infertilidade e esterilidade; doenças 
sexualmente transmissíveis; doença inflamatória 
pélvica; cirurgias ginecológicas; mamas; última 
colpocitologia oncótica; 
 
Sexualidade: início da atividade sexual; 
dispareunia (dor ou desconforto durante o ato 
sexual); número de parceiros da gestante e de 
seu parceiro, em época recente ou pregressa; 
uso de preservativo masculino ou feminino; 
 
Antecedentes obstétricos: Pesquisar se houve 
gestações anteriores. Perguntar sobre: 
 
 Número de gestações, de partos e de 
abortamentos; 
 Número de filhos vivos; 
 Idade na primeira gestação e o intervalo 
entre elas; 
 Isoimunização Rh; 
 Número de recém-nascidos: pré-termo 
(antes da 37ª semana de gestação), pós-
termo (igual ou mais de 42 semanas de 
gestação); 
 Número de recém-nascidos de baixo 
peso (menos de 2.500g) e com mais de 
4.000g; 
 Mortes neonatais precoces (até sete 
dias de vida) e mortes neonatais tardias 
(entre sete e 28 dias de vida); 
natimortos (morte fetal intra-útero e 
idade gestacional em que ocorreu); 
 RN com icterícia, transfusão, 
hipoglicemia, exsanguíneo transfusões; 
 Intercorrências ou complicações em 
gestações anteriores; 
 Complicações nos puerpérios; 
 História de aleitamentos anteriores 
(duração e motivo do desmame); 
 
Gestação atual: Em relação à gestação atual, o 
levantamento de todas as informações 
importantes deve ser feito logo na primeira 
consulta. Deve-se perguntar sobre: 
 
 Data da Última Menstruação (DUM); 
 Peso prévio e altura; 
 Sinais e sintomas na gestação em curso; 
 Hábitos alimentares; 
 Medicamentosusados na gestação; 
internação durante essa gestação; 
 Questionar sobre seus hábitos: fumo, 
álcool e drogas ilícitas; 
 Ocupação habitual; 
 Aceitação ou não da gravidez pela 
mulher, pelo parceiro e pela família, 
principalmente se for adolescente; 
 Identificar gestantes com fraca rede de 
suporte social. 
 
 
 
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 Exame Físico 
 
Deve ser realizado o Exame Físico Geral e 
Específico. 
 
No Exame Físico Geral, deve ser feito a 
determinação do peso e da altura; verificação 
dos sinais vitais (SSVV); inspeção da pele e 
mucosas; palpação da tireóide e de todo o 
pescoço, região cervical e axilar; ausculta 
cardiopulmonar; exame do abdômen e MMII; 
pesquisa de edema. 
 
No Exame Físico Específico, deve ser realizado o 
exame clínico das mamas (ECM); medida da 
altura uterina (AU); Ausculta dos BCF após a 20ª 
semana; situação e apresentação fetal e exame 
vaginal. 
 
6.1. Consultas Subsequentes 
 
Nas consultas sequenciais, deve haver: 
 
 Revisão da ficha obstétrica e anamnese 
atual; 
 Anotação da idade gestacional (IG); 
 Controle do calendário vacinal; 
 Exame físico geral e específico; 
 Determinação do peso; 
 Calcular o ganho de peso, anotar no 
gráfico e observar o sentido da curva 
para avaliação do estado nutricional; 
 Verificação de sinais vitais (SSVV); 
 Inspeção das mamas; 
 Palpação obstétrica e medida da altura e 
circunferência uterina; 
 Anotar no gráfico e avaliar o 
crescimento fetal através do sentido da 
curva (após 16ª semana); 
 Ausculta dos batimentos cardiofetais 
(BCF); 
 Pesquisa de edema; 
 Exame especular (se necessário); 
 Interpretação de exames laboratoriais e 
encaminhar para avaliação médica se 
necessário; 
 Solicitar VDRL, HIV, Urina I e Glicemia de 
jejum nos três trimestres; 
 Acompanhamento das condutas 
adotadas; 
 Orientar sobre os métodos 
contraceptivos; 
 Abordagem sobre a dinâmica familiar e 
sobre a situação trabalhista da gestante; 
 Orientar sobre: alimentação, mudanças 
do corpo e higiene; 
 Agendamento do retorno conforme o 
fluxograma ou com a necessidade. 
 
Durante a realização das consultas de pré-natal, 
uma dúvida surge entre os profissionais da área 
de saúde e entre as gestantes: 
 
“O enfermeiro pode realizar a consulta de 
enfermagem?” 
 
7. Exercício da Enfermagem na Assistência 
ao Pré - natal 
 
O pré-natal de baixo risco é considerado toda 
gestação saudável sem nenhum tipo de agravo 
ou suspeitas de riscos para mãe ou filho. Assim, 
sendo podemos considerar a assistência de 
enfermagem importante e confiável para o 
acompanhamento da gravidez de baixo risco. 
 
Baseado na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 
1986, que dispõe sobre a regulamentação do 
exercício da Enfermagem, do Decreto nº 94.406, 
de 08 de junho de 1987, o qual regulamenta a 
Lei nº 7.498, de 25 de julho de 1986, e da 
resolução COFEN nº 271/2002 que a reafirma, 
diz: 
 
 “o pré-natal de baixo risco pode ser 
inteiramente acompanhado pelo enfermeiro 
(BRASIL, 1986).” 
 
 
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E em relação à assistência multiprofissional, 
listaremos abaixo as atribuições do técnico de 
enfermagem e do enfermeiro. 
 
7.1. Técnico em Enfermagem 
 
 Realiza ações educativas para as 
mulheres e suas famílias; 
 Verifica o peso, a altura e a pressão 
arterial e anota os dados no cartão da 
 Gestante; 
 Fornece medicação, mediante receita 
médica, ou medicamentos padronizados 
para o programa; 
 Aplica vacina antitetânica; 
 Participa das atividades educativas. 
 
7.2. Enfermeiro (a) 
 
 Realiza ações educativas para as 
mulheres e suas famílias; 
 Realiza consulta de pré-natal de 
gestação de baixo risco; 
 Solicita exames de rotina e orienta 
tratamento conforme protocolo do 
serviço; 
 Encaminha gestantes identificadas como 
de risco para o médico; 
 Realizam atividades com grupos de 
gestantes, grupos de sala de espera etc.; 
 Realiza visita domiciliar, quando for o 
caso; 
 Fornece o cartão da gestante 
devidamente atualizado a cada consulta; 
 Realiza coleta de exame citopatológico; 
 Realiza os procedimentos da consulta de 
pré-natal de baixo risco. 
 Portanto, a consulta de Pré-Natal, pode 
sim ser realizada pelo enfermeiro, com a 
condição dessa gestante não ser 
considerada de alto risco. 
 Nessa condição, a consulta passa a ser 
obrigatoriamente acompanhada pelo 
médico. 
 
Então, quais seriam os fatores que caracterizam 
uma gravidez de alto risco? 
 
7.3. Gravidez de Alto Risco 
 
Considera-se gravidez de alto risco quando 
existe, por vários motivos, uma probabilidade 
mais elevada do que o habitual de complicações 
na gravidez ou de o próprio feto poder ser 
afetado por alterações ou malformações 
congênitas. 
 
São elas: 
 
 Idade materna inferior a 15 anos e 
superior a 35 anos; 
 Idade paterna superior aos 50 anos; 
 Antecedentes de anomalias genéticas; 
 Filho anterior com alterações 
cromossômicas ou malformações 
congênitas; 
 Exposição a fatores teratógenos; 
 Antecedentes de abortos espontâneos 
repetidos; 
 Determinadas doenças crônicas na 
mulher, como a diabetes e a 
hipertensão arterial e cardiopatias; 
 Complicações da própria gravidez ou de 
gestações anteriores; 
 Antecedentes de mortalidade perinatal; 
 Antecedentes de parto prematuro, 
prematuridade e / ou morte intra-útero; 
 Retardo de crescimento intra-uterino 
(RCIU); 
 Excesso de ganho de peso durante a 
gestação, desnutrição ou anemia; 
 Toxoplasmose, Rubéola, sífilis e HIV na 
gestação; 
 Síndrome hemorrágica na gravidez; 
 Pneumopatias na gestação; 
 
 
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 Nefropatias; 
 Alcoolismo Crônico; 
 Gemelaridade; 
 Incompetência istmo cervical. 
 
8. Procedimentos Durante o Pré-Natal 
 
Para um bom acompanhamento pré-natal, é 
necessária a realização correta e uniformizada 
dos procedimentos técnicos durante o exame 
clínico e obstétrico. 
 
Essa unificação é importante para que haja uma 
correta comparação e interpretação dos dados. 
 
É importante ressaltar, no contexto da qualidade 
de atenção e da proteção biológica, a 
necessidade da lavagem das mãos do 
examinador antes e após o atendimento à 
gestante e, especialmente, na eventualidade da 
realização de procedimentos. 
 
8.1. Cálculo da Idade Gestacional (IG) 
 
O objetivo é estimar o tempo de gravidez/ a 
idade do feto. Os métodos para essa estimativa 
dependem da data da última menstruação 
(DUM), que corresponde ao primeiro dia de 
sangramento do último período menstrual 
referido pela mulher. Esse método pode ser 
utilizado nas seguintes situações: 
 
I. Quando a data da última menstruação 
(DUM) é conhecida e de certeza 
 
 É o método de escolha para se calcular a idade 
gestacional em mulheres com ciclos menstruais 
regulares: 
 
Uso do calendário: somar o nº de dias do 
intervalo entre a DUM e a data da consulta, 
dividindo o total por sete (resultado em 
semanas); 
 
Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobreo dia e mês correspondente ao primeiro dia da 
última menstruação e observar o número de 
semanas indicado no dia e mês da consulta 
atual. 
 
I. Quando a data da última menstruação é 
desconhecida, mas se conhece o período 
do mês em que ela ocorreu. 
 
 
 
Observe abaixo uma imagem do gestograma: 
 
 
 
 
Se o período foi no início, meio ou fim do mês, 
considerar como data da última menstruação os 
dias 5, 15 e 25, respectivamente. 
 
Proceder, então, à utilização de um dos métodos 
acima descritos. 
 
II. Quando a data e o período da última 
menstruação são desconhecidos: 
 
Nesse caso, a IG e a DPP serão, inicialmente, 
determinadas por aproximação, por: 
 
 Medida da altura do fundo do útero; 
 Toque vaginal; 
 
 
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 Informação sobre a data de início dos 
movimentos fetais, habitualmente 
ocorrendo entre 16 e 20 semanas. 
 
8.2. Cálculo da Data Provável do Parto (DPP) 
 
O objetivo é estimar o período provável para o 
nascimento. 
 
Calcula-se a DPP levando-se em consideração a 
duração média da gestação normal (280 dias ou 
40 semanas a partir da DUM), mediante a 
utilização de calendário. 
 
Com o gestograma, coloca-se a seta sobre o dia 
e mês correspondente ao primeiro dia da última 
menstruação e observar a seta na data (dia e 
mês) indicada como DPP. 
 
Outra forma de cálculo é somar 7 dias ao 
primeiro dia da última menstruação e subtrair 
03 meses ao mês em que ocorreu a última 
menstruação, ou adicionar nove meses, se 
corresponder aos meses de janeiro a março 
(Regra de Näegele). 
 
Nos casos em que o nº de dias encontrado for 
maior do que o nº de dias do mês, passar os dias 
excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 
ao final do cálculo do mês. 
 
Exemplos: 
 
DUM: 13/11/2013 
DPP: 13+7=20; 11-3=8; + 1 ano = 20/08/2014. 
 
DUM: 08/03/2013 
DPP: 8+7=15; 3+9=11; =15/11/2013. 
 
DUM: 29/07/2013 
DPP: 29+7=36; 36-31=5; 7-3=4; (lembrando de 
abril tem apenas 30 dias. Então subtrai-se de 36, 
o número de dias do mês) 36-30=06 (assim, os 
seis dias do resultado, passam a ser do próximo 
mês) 06/05/2014) 
 
8.3. Outros procedimentos 
 
 Avaliação do estado nutricional (EN) e 
do ganho de peso gestacional 
 
Avaliar e acompanhar o estado nutricional da 
gestante e o ganho de peso durante a gestação. 
 
 
Cálculo do IMC pela fórmula: 
 
 
 
 Controle da Pressão Arterial (PA): 
Detectar precocemente estados 
hipertensivos. 
 
 Palpação obstétrica e Medida da Altura 
Uterina (AU) 
 
Identificar o crescimento fetal; Diagnosticar os 
desvios da normalidade a partir da relação entre 
a altura uterina e a idade gestacional; Identificar 
a situação e a apresentação fetal. 
 
 Ausculta dos Batimentos Cardíacos 
Fetais (BCF) 
 
Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a 
frequência e a normalidade dos BCF. 
Consideram-se normal a frequência cardíaca 
fetal entre 120 e 160 batimentos por minuto. 
 
 Verificação da presença de edema 
 
Detectar precocemente a ocorrência de edema 
patológico. Preparo das mamas para o 
aleitamento: Deve ser iniciado ainda no período 
 
 
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de gravidez. No caso de gestante adolescente, a 
abordagem deve ser diferenciada por ela estar 
enfrentando grandes modificações corporais, 
que são acrescidas daquelas referentes à 
gravidez e que podem dificultar a aceitação da 
amamentação. 
 
Durante os cuidados no pré-natal, é importante 
conversar sobre as vantagens da amamentação 
para a mulher, criança, família e comunidade, 
além de garantir orientações sobre o manejo da 
amamentação. 
 
9. Grupos de Gestantes 
 
Os objetivos básicos da educação em saúde 
dirigida à gestante são orientar, informar e 
trabalhar as ansiedades da gestante. 
 
No grupo de gestantes, é importante abordar os 
seguintes aspectos: 
 
 Mudanças fisiológicas do corpo; 
 Evolução do feto; 
 Sexualidade; 
 Aspectos emocionais; 
 Atividade física; 
 Alimentação; 
 Auto cuidado e auto-estima; 
 Trabalhar mitos e tabus com a gestante 
e com a família; 
 Direitos trabalhistas; 
 Imunização; 
 Amamentação; 
 Cuidados com o RN; 
 Sinais do parto; 
 Tipos de parto; 
 Puerpério; 
 Planejamento Familiar; 
 Gestantes vítimas de violência; 
 Gravidez na adolescência; 
 Depressão pós parto. 
 
Além de todos esses aspectos, durante a 
realização dos grupos, bem como em consultas, 
é importante frisar a importância do 
envolvimento familiar. 
 
Diante disso, tente focar os seguintes tópicos 
em suas palestras: 
 
 Importância do trinômio pai – mãe - 
filho; 
 Importância do pai durante a gestação; 
 Importância do vínculo pai e filho para o 
desenvolvimento saudável da criança; 
 Importância e orientação do 
planejamento familiar. 
 
10. Imunização de Gestantes 
 
A vacinação de grávidas muitas vezes pressupõe 
oportunidades perdidas de vacinação da mulher, 
antes da concepção. 
 
Doenças imunopreveníveis deveriam ser alvo de 
prevenção em adolescentes e mulheres jovens, 
inseridas em um programa amplo de imunização 
com altas coberturas. 
 
Porém, outras vezes a vacinação de gestantes 
pode beneficiar o neonato através da 
transferência de anticorpos via transplacentária 
e também via leite materno, em que pese o 
potencial risco desses anticorpos interferirem na 
resposta vacinal do lactente. 
 
É sempre preferível evitar a vacinação de 
grávidas no primeiro trimestre da gestação, 
recomendação esta para qualquer tipo de 
vacina, inativada ou viva. 
 
Eventual relação temporal com abortamento e 
mal formações torna difícil a avaliação de causa 
e efeito. 
 
 
 
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Vacinas inativas são seguras, e podem ser 
utilizadas, quando necessário, nas gestantes, 
como por exemplo: difteria, tétano, influenza, 
hepatite B e outras. 
 
Vacinas que contém vírus ou bactérias vivas a 
princípio devem ser contra indicadas, como por 
exemplo, a varicela, sarampo, rubéola, caxumba, 
febre amarela e outras, exceto em situações 
onde o risco de adoecimento sobrepuja o risco 
teórico vacinal. 
 
Mudanças na situação epidemiológica local 
(epidemias ou surtos), viagem para locais 
endêmicos ou exposição acidental (hepatite A e 
B e raiva), são situações que muitas vezes nos 
deparamos a fim de se recomendar medidas 
preventivas. 
 
O quadro abaixo descreve as recomendações 
necessárias para a atualização do quadro vacinal 
da gestante. 
 
INTERVALO VACINA ESQUEMA 
 Dupla Adulto: dT¹ 
Hepatite B² 
1ª dose; 
1ª dose. 
1 a 2 meses 
após a 1ª dose; 
dT 
Hepatite B 
2ª dose; 
2ª dose. 
6 meses após a 
1ª dose. 
dT 
Hepatite B 
3ª dose; 
3ª dose. 
Em qualquer 
fase 
Influenza³ Anual 
A cada 10 anos dT Reforço 
 
Caso a gestante apresente documentação com 
esquema de vacinação incompleto, é suficiente 
completar o esquema já iniciado. 
 
1. Em caso de gravidez e na profilaxia do tétano 
após alguns tipos de ferimento o intervalo para 
reforço, previsto a cada dez anos, deve-se 
reduzir para cinco anos. 
 Reforços a cada 10 anos da3ª dose por 
toda a vida. 
 O intervalo mínimo é de 30 dias entre a 
1ª e a 2ª doses. 
 Para prevenção do tétano neonatal é 
importante que a gestante receba pelo 
menos 2 doses de vacina dT pelo menos 
20 dias antes da DPP. 
 
2. O intervalo mínimo entre a 2ª e a 3ª dose é de 
dois meses desde que o intervalo de tempo 
decorrido entre a 1ª e 3ª dose seja, no mínimo, 
de 04 meses. 
 É importante manter o esquema 
adotado no calendário da vacina 
Hepatite B da gestante porque é melhor 
para ela. 
 Não devemos apressar o esquema 
vacinal da Hepatite B utilizando 
intervalos mínimos no agendamento, 
pensando assim em conseguir realizar o 
esquema completo durante o período 
gestacional. Na verdade é mais uma 
oportunidade de incluir um novo grupo 
de pessoas com direito em receber a 
vacina na rede pública. 
 Utilizar os intervalos mínimos nas 
gestantes em que falta completar o 
esquema vacinal, porque elas já 
receberam e comprovaram a aplicação 
da vacina anteriormente. 
 
3. Disponível na rede pública nos meses de 
maior incidência de gripe. 
 
Para maiores informações sobre o calendário 
vacinal das gestantes, realize estudos no curso 
ATUALIZAÇÃO NO CALENDÁRIO DE VACINAS, já 
disponível no site Enfermagem a Distância. 
 
11. Saúde Bucal da Gestante 
 
O estado da saúde bucal apresentado durante a 
gestação tem relação com a saúde geral da 
gestante e pode influenciar na saúde geral e 
bucal do recém-nascido. 
 
 
 
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A avaliação clínica realizada nas consultas pré-
natais deve incluir a avaliação bucal por parte 
dos profissionais de saúde. 
 
Deve ser garantido, também, a avaliação e 
tratamento individual odontológico no sentido 
do controle de placa bacteriana, além de 
medidas odontológicas preventivas que 
garantam conforto à gestante e a continuidade 
do tratamento após a gravidez. 
 
Embora as exodontias ou cirurgias não sejam 
contra indicadas, a possibilidade de realização 
do procedimento após a gravidez deve ser 
avaliada. A doença periodontal, por outro lado, 
também é resultante da gravidez. 
 
A resposta do periodonto é influenciada pelas 
alterações na composição do biofilme 
subgengival, resposta imune da gestante e a 
concentração de hormônios sexuais. É 
importante ressaltar que a gravidez acentua a 
resposta gengival, modificando o quadro clínico 
em usuárias que já apresentam falta de controle 
de placa. 
 
Em cada período de gravidez os seguintes 
aspectos devem ser considerados: 
 
1º trimestre: É o período menos adequado para 
tratamento odontológico devido às principais 
transformações embriológicas. Nesse período, 
deve-se evitar principalmente, tomadas 
radiográficas. 
 
2º trimestre: É o período mais adequado para a 
realização de intervenções clínicas e 
procedimentos odontológicos essenciais, de 
acordo com as indicações. 
 
3º trimestre: É prudente evitar tratamento 
odontológico nesse período devido ao risco de 
hipotensão postural. O desconforto na cadeira 
odontológica é muito frequente. Assim, 
somente as urgências devem ser atendidas, 
observando-se os cuidados indicados em cada 
período da gestação. 
 
12. Hormônios do Parto 
 
12.1. Glândula Hipófise 
 
 FSH 
 
Ovários: estimula o desenvolvimento do folículo, 
a secreção de estrógeno e a ovulação; 
 
 LH 
 
Ovários: estimula a ovulação e o 
desenvolvimento do corpo amarelo; 
 
 Prolactina 
 
Mamas: estimula a produção de leite (após a 
estimulação prévia das glândulas mamárias por 
estrógeno e progesterona; 
 
 Ocitocina 
 
Útero e mamas: secretado em quantidades 
moderadas durante a última fase da gravidez e 
em grande quantidade durante o parto. 
Promove a contração do útero para a expulsão 
da criança. Promove a ejeção do leite durante a 
amamentação. 
 
12.2. Ovários 
 
 Estrógeno 
 
Diversos órgãos alvos: crescimento do corpo e 
dos órgãos sexuais; estimula o desenvolvimento 
das características sexuais secundárias; 
Hipófise: Inibe a produção de FSH e estimula a 
produção de LH. 
 
 
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Sistema Reprodutor: Estimula a maturação dos 
órgãos reprodutores e do endométrio, 
preparando o útero para a gravidez. 
 
 Progesterona 
 
Hipófise: Inibe a produção de LH. 
Útero: Completa a regeneração da mucosa 
uterina, estimula a secreção das glândulas 
endometriais e mantém o útero preparado para 
a gravidez. 
Mamas: Estimula o desenvolvimento das 
glândulas mamárias para secreção láctea. 
 
12.3. Placenta 
 
 HCG 
 
Corpo Lúteo: Estimula a produção de 
progesterona e estrógeno; inibe a menstruação 
e nova ovulação. 
 
13. Intercorrências Clínicas mais 
Frequentes Durante a Gestação 
 
13.1. Hiperêmese 
 
É também conhecida como vômitos incoercíveis 
ou perniciosos da prenhez. O vômito intenso e 
incontrolável provoca perdas de quantidades 
significativas de sais minerais, um estado geral 
de subalimentação e desidratação. 
 
A etiologia permanece obscura; tem sido 
atribuída a fatores alérgicos e reflexos 
endócrinos. A primiridade é o fator 
predisponente. 
 
Principais sinais e sintomas 
 
 Náuseas e vômitos persistentes; 
 Epigastralgia; 
 Soluços; 
 Pirose gástrica; 
 Sede intensa; 
 Perda de peso; 
 Desidratação; 
 Deficiência Nutricional. 
 
O tratamento clínico envolve hidratação, 
reposição de eletrólitos e complexos 
vitamínicos. 
 
13.2. Síndromes Hemorrágicas 
 
As mais importantes situações hemorrágicas na 
gravidez são: 
 
Primeira metade: abortamento, descolamento 
cório-amniótico, gravidez ectópica, neoplasia 
trofoblástica gestacional benigna (mola 
hidatiforme); 
 
Segunda metade: placenta prévia (PP), 
descolamento prematuro da placenta (DPP). 
 
13.3. Abortamento 
 
É a morte ou expulsão ovular ocorrida antes da 
22ª semana ou quando o concepto pesa menos 
de 500 g. 
 Abortamento precoce: até a 13ª semana; 
 Abortamento Tardio: Entre a 13ª e 22ª 
semanas. 
 
O diagnóstico é clínico e ultrassonográfico. O 
atraso menstrual, a perda sanguínea uterina e a 
presença de cólicas no hipogástrio são dados 
clínicos a serem considerados. 
 
O exame ultrassonográfico é definitivo para o 
diagnóstico de certeza entre os principais tipos 
de aborto. São eles: 
 
 Espontâneo: Acontece sem qualquer 
interferência externa; 
 
 
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 Provocado ou Induzido: Ocorre em 
decorrência da destruição do ovo sadio 
e normalmente implantado. 
 
Pode ser: 
 
 Terapêutico: no caso de estupro e de 
risco de vida materna; 
 Criminoso: não existe indicação legal. 
 Aborto evitável: presença de saco 
embrionário íntegro e/ou concepto vivo; 
 Aborto incompleto: presença de restos 
ovulares; 
 Aborto retido: presença de concepto 
morto ou ausência de saco embrionário. 
 
13.4. Gravidez Ectópica 
 
Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade 
uterina. A mulher, frequentemente, apresenta 
história de atraso menstrual, teste positivo para 
gravidez, perda sanguínea uterina e dores no 
baixo ventre. 
 
No exame físico, avaliam-se condições gerais, 
sinais de irritaçãoperitoneal etc. 
 
13.5. Mola Hidatiforme 
 
É a degeneração cística das vilosidades coriais, 
que se apresentam sob a forma de aglomerado 
de vesículas claras, semelhantes a um cacho de 
uvas. 
 
 Principais sinais e sintomas 
 
 Náuseas e vômitos frequentes; 
 Aumento rápido do útero, 
desproporcional à idade gestacional; 
 Útero de consistência mole; 
 Hipertensão, edema e proteinúria antes 
da 24ª semana; 
 Hemorragias espontâneas, indolores e 
sem causa aparente; 
 Diminuição do volume uterino após o 
sangramento; 
 Eliminação de vesículas por via vaginal; 
 Alteração do estado geral da gestante: 
emagrecimento, palidez, dispnéia e 
taquicardia; 
 Ausência de BCF, de esqueleto e de 
movimentos fetais. 
 
13.6. Alterações no volume do 
líquido amniótico 
 
É uma patologia do sistema amniótico, que se 
caracteriza pela alteração da quantidade normal 
de líquido amniótico. Próximo ao termo, essa 
quantidade varia entre 500 a 1700 ml. De 
etiologia desconhecida, sua instalação pode ser 
súbita ou gradual. 
 
13.7. Toxemia Gravídica 
 
Conhecida também como doença hipertensiva 
da gravidez é uma complicação que ocorre após 
a 20ª semana de gestação, apresentando como 
principais sintomas: Hipertensão + proteinúria; 
Edema (apenas em alguns casos). 
 
Para maiores informações sobre o calendário 
vacinal das gestantes, realize estudos no curso 
Síndromes Hipertensivas da Gravidez, já 
disponível no site Enfermagem a Distância. 
 
13.8. Deslocamento Prematuro de 
Placenta (DPP) e Placenta Prévia (PP) 
 
DPP é a separação precoce da placenta antes da 
expulsão do feto. Qualquer área de 
deslocamento, seja ela parcial ou total, provoca 
hemorragias, que podem ser ocultas ou 
exteriorizadas. PP é a inserção ou implantação 
da placenta no segmento inferior do útero. 
 
 Pode ser dos seguintes tipos 
 
 
 
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 Placenta Prévia Total: a placenta cobre 
completamente o orifício cervical 
interno; 
 Placenta Prévia Parcial: a placenta cobre 
apenas parte do orifício cervical interno; 
 Placenta Prévia Marginal (ou lateral): a 
placenta atinge a margem do orifício 
cervical interno, portanto, sem a sua 
obstrução. 
 
13.9. Amniorrexe Prematura 
 
Consiste na rotura nas membranas antes do 
início do trabalho de parto, situação que 
aumenta a morbimortalidade materna e 
perinatal, advinda da possibilidade de infecção 
da cavidade uterina. Essa situação aumenta com 
o nº de horas decorridas entre a rotura das 
membranas e o parto. 
 
14. O Parto 
 
Parto é o processo fisiológico onde o produto da 
concepção, tendo alcançado grau adequado de 
desenvolvimento, é eliminado do útero 
materno. 
 
O trabalho de parto varia em cada gestante. 
Geralmente, começa a partir da 37ª semana de 
gestação, nessa época, o feto mede cerca de 50 
cm de comprimento e pesa em média entre 3 e 
3,5 kg. 
 
O início do trabalho de parto às vezes é de difícil 
identificação. Os indícios de que a grávida está 
chegando ao trabalho de parto são: 
 
 Perda do tampão mucoso, que pode 
ocorrer no dia, ou dias antes do parto; 
 Contrações abdominais, que 
normalmente ocorrem 2 a 3 contrações 
a cada 10 min, durando de 30 a 45 seg., 
cada. Geralmente se iniciam de forma 
indolor e com frequência irregular, mas 
com o tempo se tornam dolorosas e 
regulares. 
 Ruptura da bolsa - perda de líquido em 
grande quantidade, normalmente sem 
cheiro ou cor. Nem sempre há o 
rompimento da bolsa antes da chegada 
à maternidade, a mesma se rompe com 
a evolução do trabalho de parto. 
 A gestante em trabalho de parto é 
internada, é realizada a tricotomia onde 
se fará a episiotomia ou a cesariana, se 
necessária. O trabalho de parto pode 
ser dividido em quatro períodos ou 
estágios bem definidos: 
 
14.1. 1º período – Dilatação 
 
Este período inicia-se com as contrações do 
útero, com frequência e intensidade que 
aumentam com o avanço do processo. O tempo 
médio do parto na sua fase ativa é de cerca de 
um centímetro por hora, até completar os 10 
centímetros. 
 
Neste período a saúde fetal é acompanhada pela 
ausculta do coração fetal, no pré-parto. O 
suporte emocional a gestante neste período é 
fundamental, reduzindo a dor, facilitando o 
parto normal. 
 
14.2. 2º período – Nascimento 
 
Com a dilatação completa o bebê estará 
passando pelo canal vaginal. A pressão da 
cabeça do bebê sobre a vagina irá dar a 
sensação de evacuação eminente. 
 
O período de expulsão pode durar de alguns 
minutos até 20 ou 30 minutos dependendo da 
situação. 
 
A respiração da gestante neste período é de 
extrema importância, respirando entre as 
contrações, e respirando 3 vezes e mantendo o 
 
 
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pulmão cheio para fazer a força necessária para 
o nascimento do bebê. 
 
A episiotomia é realizada somente quando 
necessário, é feita anestesia local e cortada para 
a passagem do bebê, que é aspirado e colocado 
no colo da mãe, onde é cortado o cordão 
umbilical, secado, aquecido e colocado para 
mamar. Este é um momento inesquecível da 
vida de um casal. 
 
14.3. 3º período – Dequitação ou 
Delivramento 
 
Com uma sensação semelhante ao nascimento, 
porém em escala bem inferior, ocorre à saída da 
placenta, que pode demorar até 30 min. 
 
14.4. 4º período - Primeira hora ou 
Período de Greenberg 
 
Nesta primeira hora depois do parto observa-se 
principalmente a contração uterina e o 
sangramento vaginal. A paciente para a 
recuperação e permanece lá por 4 a 6 horas, 
sendo depois levada para o quarto. 
 
Alívio para as contrações 
Quando o trabalho de parto começa a 
incomodar a grávida precisa de posições 
variadas que tragam alívio e conforto. 
 
Observar a presença do globo de segurança de 
Pinard; Observar sangramento vaginal e 
controlar os sinais vitais de 15 em 15 minutos, 
principalmente a pressão arterial. 
 
 Dicas úteis 
 
Todos os órgãos, principalmente os genitais, se 
recuperam das alterações ocorridas ao longo da 
gravidez e do parto e nessa fase se inicia a 
lactação. 
 
Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira 
semana após a alta do bebê. Caso o RN tenha 
sido classificado como de risco, essa visita 
deverá acontecer nos primeiros 3 dias após a 
alta. 
 
Uma vez que boa parte das situações de 
morbidade e mortalidade materna e neonatal 
acontecem na primeira semana após o parto, o 
retorno da mulher e do recém-nascido ao 
serviço de saúde deve acontecer logo nesse 
período. 
 
15. Puerpério 
 
O puerpério consiste no período do ciclo 
gravídico-puerperal em que as modificações 
locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e 
parto no organismo da mulher, retornam à 
situação do estado pré-gravídico. (BRASIL, 2005) 
Este período inicia-se uma a duas horas após a 
saída da placenta e o seu término ocorre com o 
fim da amamentação. 
 
O Puerpério pode ser dividido em: 
 
 Imediato: 1º ao 10º dia; 
 Tardio: 11º ao 42º dia; 
 Remoto: a partir do 43º dia. 
 
15.1. Alterações Anatômicas e 
Fisiológicas no Puerpério 
 
Sinais Vitais: Aumento da Temperatura axilar 
(36,8º - 37,9º) nas primeiras 24 horas e calafrios 
(após 24 horas, se a mulher não estiver 
normotérmica, investigar uma infecção; 
frequência cardíaca diminui para 50-70 bpm nos 
primeiros 6-8 dias pós-parto e; a pressãoarterial 
permanece estável; Restabelecimento do 
padrão respiratório; retorno das vísceras 
abdominais a sua situação original; aumento do 
volume urinário; pode ocorrer leucocitose, pele 
 
 
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seca e queda de cabelo; estrias; alteração do 
humor com labilidade emocional. 
 
Involução Uterina: A queda repentina do 
estrogênio é a principal causa. Nas primeiras 2 
horas, o fundo do útero está localizado na linha 
média entre a cicatriz umbilical e a sínfise 
púbica, evoluindo cerca de 1 cm ao dia e depois 
de 10 dias, o útero não é mais palpável. Em 
casos de atonia uterina, massagear 
vigorosamente. 
 
Contrações Uterinas: Liberação de ocitocina 
durante a amamentação estimula o útero a 
contrair-se, propiciando sensações de cólicas. 
Lóquios: São perdas vaginais após o parto, 
constituídas de secreções resultantes da 
produção de exsudatos e transudatos com 
elementos celulares escamados e sangue, que 
procedem da ferida placentária, do colo do 
uterino e da vagina. 
 
 Complicações Puerperais: Sinais de 
alerta 
 
 Sangramentos vaginais de cor vermelho 
vivo; 
 Odor fétido dos lóquios; 
 Mamas doloridas com áreas 
hiperemiadas; 
 Dor à micção; 
 Temperatura elevada, acima de 38ºC, 
evidenciada duas vezes seguidas com 
intervalos de seis horas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ENFERMAGEM OBSTÉTRICA 
 
AVALIAÇÃO 
 
1) O trabalho de parto varia em cada 
gestante. Geralmente, começa a partir 
da 37ª semana de gestação, nessa 
época, o feto mede cerca de 50 cm de 
comprimento e pesa em média entre 3 e 
3,5 kg. NÃO são indícios do trabalho de 
parto: 
 
a) Perda do tampão mucoso; 
b) Contrações abdominais; 
c) Ruptura da bolsa; 
d) Febre alta, acima de 39,5ºC. 
 
2) Os sinais de gravidez podem classificar-
se em três tipos. Assinale a alternativa 
que define os sinais de certeza. 
 
a) Amenorréia, Fadiga e Náuseas matinais; 
b) Ultrassonografia obstétrica, Ausculta 
dos batimentos cardíacos fetais (BCF) e 
Palpação dos movimentos fetais; 
c) Sinal de Hegar, testes b-hCG positivos e 
sinal de Goodell 
d) Ptialismo, aumento ou diminuição do 
apetite; aversão a odores. 
 
3) A captação precoce das gestantes com 
realização da primeira consulta de pré-
natal até: 
 
a) O 6º mês; 
b) 37 semanas; 
c) 120 dias da gestação; 
d) Tomar a 1ª dose da vacina. 
 
4) São sinais de complicações puerperais: 
 
a) Sangramentos vaginais de cor vermelho 
vivo; Odor fétido dos lóquios e 
Temperatura elevada, acima de 38ºC, 
evidenciadas duas vezes seguidas com 
intervalos de seis horas. 
b) Ausência de sangramento e aumento da 
temperatura, de 0,5ºC; 
c) Mamas doloridas com áreas 
hiperemiadas; Dor à micção e 
temperatura baixa, menor que 36,5ºC; 
d) Ausência de lóquios, temperatura baixa 
e mamas indolores. 
 
5) São fatores de influência para uma 
gestação de alto risco: 
 
a) Idade materna inferior a 15 anos e 
superior a 35 anos; Exposição a fatores 
teratógenos e Antecedentes de abortos 
espontâneos repetidos; 
b) Idade paterna superior aos 50 anos; 
idade materna superior a 20 anos e 
menor que 30 anos; 
c) Exposição a fatores teratógenos; idade 
paterna menor que 40 anos e filhos a 
termos; 
d) Antecedentes de parto prematuro, 
prematuridade e / ou morte intra útero; 
Retardo de crescimento intra-uterino 
(RCIU); gemelaridade e vacinação 
prévia. 
 
6) De acordo com o Ministério da Saúde, 
durante a Assistência Pré-natal, a 
gestante deve ser orientada quanto à 
vacinação de rotina nesse período. 
Fazem parte do quadro vacinal de 
gestantes as seguintes vacinas: 
 
a) Apenas a vacina antitetânica; 
b) Hepatite B e C, dT e contra rubéola; 
c) dT; Hepatite B e Influenza; 
d) A vacinação de gestantes depende da 
situação do calendário vacinal da 
mesma. 
 
 
 
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7) O número mínimo de consultas de pré-
natal deverá ser de seis consultas, 
preferencialmente: 
 
a) 3 no 1º trimestre e 3 no 3º trimestre. 
b) 3 no 1º trimestre, 2 no 2º trimestre e 1 
no 3º trimestre. 
c) 1 no 1º trimestre, 2 no 2º trimestre e 3 
no 3º trimestre. 
d) 3 no 2º trimestre e 3 no 3º trimestre. 
 
8) O trabalho de parto pode ser dividido 
em quatro períodos ou estágios bem 
definidos. O período em que acontece a 
saída da placenta caracteriza-se como: 
 
a) Dequitação ou Delivramento 
b) Dilatação 
c) Primeira hora ou Período de Greenberg 
d) Nascimento 
 
9) O Puerpério pode ser dividido em: 
 
a) Precoce (1º ao 15º dia); Tardio (16º ao 
42º dia); 
b) Remoto (a partir do parto até o último 
dia de aleitamento); 
c) Imediato (do 1º ao 10º dia); Tardio (do 
11º ao 42º dia); Remoto (a partir do 43º 
dia). 
d) Nenhuma das alternativas acima. 
 
10) A vacinação de gestantes com a vacina 
dupla tipo adulto (dT) previne o Tétano 
Neonatal. De acordo com protocolo de 
Imunização, a gestante pode ser 
considerada IMUNIZADA quando: 
 
a) Possui no mínimo duas doses da vacina 
antitetânica, sendo que a segunda dose 
deve ser realizada até 20 dias antes da 
DPP. 
b) Possui o esquema completo em menos 
de 3 meses de gestação. 
c) Possui apenas uma dose. 
d) Possui duas doses, sendo que a segunda 
foi recebida em menos de 15 dias do 
parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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1986. Dispõe sobre a regulamentação 
do exercício da enfermagem, e dá outras 
providências. Brasília: 1986. 
 
2- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria 
de Políticas de Saúde. Área Técnica de 
Saúde da Mulher. Gestação de alto 
risco. Brasília: Ministério da Saúde, 
2000. 
 
3- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria 
de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Área 
Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e 
puerpério. Brasília: Ministérios da 
Saúde, 2006. 
 
4- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria 
de Atenção à Saúde. Direitos Sexuais e 
Direitos Reprodutivos. Pré-natal e 
Puerpério: atenção qualificada e 
humanizada. Brasília: Ministérios da 
Saúde, 2006 
 
5- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. 
Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde da Mulher: Princípios e 
Diretrizes. Brasília: Editora do Ministério 
da Saúde, 2011 
 
6- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de 
Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Atenção ao pré-natal 
de baixo risco. Brasília: Editora do 
Ministério da Saúde, 2012. 
 
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Ambulatorial. 2 ed. Belo Horizonte: 
Coopmed, 2008. 
 
8- FERREIRA, J. Ginecologia e Obstetrícia 
para Estudantes. São Paulo: Biblioteca 
24 horas, 2008. 
 
9- FERREIRA,C.A.; REZENDE, J; 
MONTENEGRO, C.A.B. Obstetrícia 
Fundamental. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2006. 
 
10- FREITAS, F; MENKE, CH; RIVOIRE, W. 
Rotinas em Ginecologia. 5 ed. Porto 
Alegre: Artes Médicas Sul. 2008. 
 
11- FREITAS, F. Rotinas em Obstetrícia. 6ª 
ed. São Paulo: Artmed, 2011. 
 
12- GONZALEZ, HELCYE. Enfermagem em 
ginecologia e obstetrícia. São Paulo: 
Senac, 1994. 
 
13- LOWDERMILK, D.L.; PERRY, S.E.; BOBAK, 
I.M. O Cuidado em Enfermagem 
Materna, 5ª ed. São Paulo: Artmed, 
2002. 
 
14- NEME, B. Obstetrícia Básica. 2ª ed. São 
Paulo: Sarvier, 2000. 
 
15- REZENDE, J. Obstetrícia. 10ª ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara, 2007

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