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www.cers.com.br OAB 2ª FASE – XVII EXAME Direito Civil – Aula 07 - Simulado Renato Brasileiro 1 Simulado Direito Civil Material Luciano L. Figueiredo1 1. João é sócio da empresa Vendo Bem Turismo e é casado com Maria no regime de comunhão parcial de bens. Percebendo que sua vida conjugal não vai mal e antevendo o divórcio, João transfere todo o patrimônio que possui para a empresa Vendo Bem, passando utilizar-se do cartão corporativo para adimplir suas contas pessoais, a exemplo de seu mercado, academia, viagem de lazer, jantar com os amigos... O intuito de João com este conjunto de condutas é claro: dificultar a eventual meação de Maria no momento do divórcio. Sobre o tema, pergunta-se: qual o instituto de direito material que poderia garantir o direito de meação de Maria? 2. Caio veio a óbito na data de hoje. Era casado com Maria pelo regime de comunhão universal de bens e possuía dois filhos em comum com sua esposa: João e Thais, ambos maiores. Conhecedor do fato de que Caio possuía patrimônio de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), aliado à constatação dos herdeiros estarem em consenso sobre uma partilha de bens amigável, pergunta-se: 1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia e Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós- Graduado) em Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Direito Privado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. Autor de Artigos e Livros Jurídicos. Instagram: @lucianolimafigueiredo. Twitter: @ civilfigueiredo. Fun Page: Luciano Lima Figueiredo. a) Qual a medida jurídica mais célere e econômica na hipótese para concretizar a partilha de bens dos herdeiros? b) Com deve ser realizado o plano de partilha segundo as regras do Código Civil vigente? www.cers.com.br OAB 2ª FASE – XVII EXAME Direito Civil – Aula 07 - Simulado Renato Brasileiro 2 GABARITO 1. Resposta: Percebe-se da narrativa que há clara confusão patrimonial entre os bens da pessoa jurídica Vendo Bem e os da pessoa física de seu sócio João. Nesse cenário, mediante pedido expresso de Maria, a doutrina e a jurisprudência admitem a aplicação inversa da desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica, respondendo a pessoa jurídica pela meação de João, nos limites das cotas deste. Registra-se que a construção em tela é doutrinaria e jurisprudencial, havendo precedentes do Superior Tribunal de Justiça e aplicando-se, por analogia, a disposição do art. 50 do Código Civil sobre desconsideração direta. 2. Resposta: a) No caso em comento é possível o inventário e partilha extrajudicial, pois todos são maiores e capazes e há consenso. O procedimento, portanto, será feito em tabelionato, com os devidos recolhimentos fiscais e exige-se a presença de um advogado, que poderá, até mesmo, ser comum, na forma do art. 982 do Código de Processo Civil. A escritura pública servirá de título hábil para o registro imobiliário. b) Tendo em vista o regime de comunhão universal de bens, Maria, de pronto, receberá R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) à título de meação (CC, art. 1667). Os filhos João e Thais receberão, cada um, R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), não havendo aqui de falar-se concorrência sucessória dos descendentes com o cônjuge, por conta do regime de comunhão universal de bens (CC, art. 1829).
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