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Aula 01 - Luciano

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OAB XVII EXAME - PILARES 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
 
1 
Direito Civil 
Parte Geral 
 
Material para o Curso Pilares OAB. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
 
Parte Geral 
 
1. Validade do Negócio Jurídico 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico 
requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
I – Capacidade do Agente: Já estudada na 
aula de Pessoa Física. 
 
II – Objeto Lícito, Possível, Determinado ou 
Determinável 
 
III – Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei. 
 
Art. 107. A validade da declaração de 
vontade não dependerá de forma especial, 
senão quando a lei expressamente a exigir. 
 
Hipótese em que a vontade é vinculada: 
 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a 
escritura pública é essencial à validade dos 
negócios jurídicos que visem à 
constituição, transferência, modificação ou 
renúncia de direitos reais sobre imóveis de 
valor superior a trinta vezes o maior salário 
mínimo vigente no País. 
 
IV – Consentimento Válido 
 
Pode ser pelo silêncio? Art. 111 do CC: 
 
Art. 111. O silêncio importa anuência, 
quando as circunstâncias ou os usos o 
 
1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo Advocacia e 
Consultoria. Graduado em Direito pela Universidade 
Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em 
Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia 
(UFBA). Mestre em Direito Privado pela Universidade 
autorizarem, e não for necessária a 
declaração de vontade expressa. 
 
1.1 Teoria das Invalidades 
 
Duas observações iniciais: 
 
I. As nulidades nunca são implícitas 
(exigem sempre texto de lei). 
 
II. As invalidades admitem uma gradação. 
 
a) Nulidade Absoluta 
 
Hipóteses: 
 
Art.166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente 
incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável 
o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas 
as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei 
considere essencial para a sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou 
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico 
simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e na 
forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios 
jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir 
direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, 
condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem 
antedatados, ou pós-datados. 
Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. 
Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Livros Jurídicos. 
Instagram: @lucianolimafigueiredo. Fan Page: Luciano 
Lima Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo. 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME - PILARES 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
 
2 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros 
de boa-fé em face dos contraentes do 
negócio jurídico simulado. 
Características: 
 
1. O ato nulo atinge interesse público 
superior; 
2. Pode ser arguida pelas partes, por 
terceiro interessado, pelo Ministério 
Público, quando lhe couber intervir, ou, até 
mesmo, pronunciada de ofício pelo Juiz ex 
ofício; 
3. Não admite confirmação (ratificação), 
mas pode ser convertido; 
4. A ação declaratória de nulidade é 
decidida por sentença de natureza 
declaratória de efeitos “ex tunc”; 
5. A nulidade, segundo o novo Código Civil, 
pode ser reconhecida a qualquer tempo, 
não se sujeitando a prazo prescricional 
(imprescritível) ou decadencial. 
 
# Atenção: apesar de o juiz poder 
reconhecer ex ofício a nulidade, ele não tem 
permissão para supri-la, ainda que a 
requerimento da parte (art. 168 p.u, CC/02). 
 
Parágrafo único. As nulidades devem ser 
pronunciadas pelo juiz, quando conhecer 
do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as 
encontrar provadas, não lhe sendo 
permitido supri-las, ainda que a 
requerimento das partes. 
 
# Atenção: Entende o STJ que a argüição 
de nulidade absoluta nas instâncias 
extraordinárias demanda a observância do 
requisito do prequestionamento. 
Informativo 329, STJ: 
 
ALIENAÇÃO. BEM IMÓVEL. CLÁUSULA. 
INALIENABILIDADE. NULIDADE 
ABSOLUTA. DECLARAÇÃO. OFÍCIO. 
PREQUESTIONAMENTO. 
 
Destacaram as instâncias anteriores que os 
gravames em questão incidem, tão-
somente, sobre os frutos, e não, 
propriamente, sobre o imóvel. O Tribunal 
estadual manteve-se nos exatos limites da 
questão da prescritibilidade, ou não, da 
pretensão de reconhecimento da nulidade 
do negócio jurídico entabulado, mantendo-
se silente sobre qualquer outra matéria. 
Não obstante, ainda que se trate de questão 
chamada de "ordem pública", isto é, 
nulidade absoluta – passível, segundo 
respeitável doutrina, de conhecimento a 
qualquer tempo, em qualquer grau de 
jurisdição –, este Superior Tribunal já 
cristalizou seu entendimento pela 
impossibilidade de se conhecer da matéria 
de ofício, quando inexistente o necessário 
prequestionamento. Ocorrida essa 
nulidade, a prescrição a ser aplicada é a 
vintenária. Com esse entendimento, a 
Turma não conheceu do REsp, anotando 
que a ação foi ajuizada trinta e oito anos 
após o registro da alienação. O Min. 
Antônio de Pádua Ribeiro acompanhou o 
Min. Relator apenas na conclusão, por 
entender incidente a Súm. n. 283-STF, pois 
defende a imprescritibilidade dos atos 
nulos. Precedentes citados: REsp 178.342-
RS, DJ 3/11/1998; AgRg no REsp 478.379-
RS, DJ 3/4/2006; Edcl no REsp 750.406-ES, 
DJ 21/11/2005; REsp 919.243-SP, DJ 
7/5/2007, e REsp 591.401-SP, DJ 13/9/2004. 
REsp 297.117-RS, Rel. Min. Hélio Quaglia 
Barbosa, julgado em 28/8/2007. 
 
b) Nulidade Relativa (Anulabilidade) 
 
Hipóteses: 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente 
declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, 
coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
 
Características: 
 
1. O ato anulável atinge interesses 
particulares, legalmente tutelados (por isso 
a gravidade não é tão relevante quanto na 
hipótese de nulidade); 
 
 
 
 
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3 
2. Somente pode ser arguida pelos 
legítimos interessados; 
3. Admite confirmação expressa ou tácita 
(ratificação); 
4. A anulabilidade somente pode ser 
arguida, pela via judicial, em prazos 
decadenciais de 4 (regra geral) ou 2 (regra 
supletiva) anos, salvo norma específica 
sem sentido contrário (art. 178 e 179). 
 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de 
decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela 
cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, 
estado de perigo ou lesão, do dia em que se 
realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que 
cessar a incapacidade. 
 
Art. 179. Quando a lei dispuser que 
determinado ato é anulável, sem 
estabelecer prazo para pleitear-se a 
anulação, será este de dois anos, a contar 
da data da conclusão do ato. 
 
2. Prescrição e Decadência 
 
2.1 Conceitos 
 
2.2 Observações Correlatas 
 
I. Os prazos prescricionais, por serem 
sempre legais, não podem ser alterados 
pela vontade das partes (ar. 192). E os 
decadenciais? 
 
Art. 192. Os prazos de prescrição não 
podem ser alterados por acordo das partes. 
 
II. A prescrição, por ser uma defesa do 
devedor, pode ser renunciada, nos termos 
do art.191 CC. Na mesma linha a 
decadência convencional também pode ser 
renunciada, não se admitindo, porém, a 
renúncia ao prazo decadencial legal (art. 
209). 
 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser 
expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, 
sem prejuízo de terceiro, depois que a 
prescrição se consumar; tácita é a renúncia 
quando se presume de fatos do 
interessado, incompatíveis com a 
prescrição. 
 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência 
fixada em lei. 
 
III. O juiz pronunciará e ofício a prescrição. 
A decadência legal deve ser conhecida de 
ofício pelo juiz, a convencional não pode 
ser arguida pela parte a quem aproveita em 
qualquer grau de jurisdição (arts. 219, 
parágrafo 5 do CPC, bem como arts. 210 e 
211 do CC): 
 
Art. 219 - A citação válida torna prevento o 
juízo, induz litispendência e faz litigiosa a 
coisa; e, ainda quando ordenada por juiz 
incompetente, constitui em mora o devedor 
e interrompe a prescrição. (Alterado pela L-
005.925-1973) 
§ 1º - A interrupção da prescrição retroagirá 
à data da propositura da ação. (Alterado 
pela L-008.952-1994) 
§ 2º - Incumbe à parte promover a citação 
do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao 
despacho que a ordenar, não ficando 
prejudicada pela demora imputável 
exclusivamente ao serviço judiciário. 
(Alterado pela L-008.952-1994) 
§ 3º - Não sendo citado o réu, o juiz 
prorrogará o prazo até o máximo de 90 
(noventa) dias. (Alterado pela L-008.952-
1994) 
§ 4º - Não se efetuando a citação nos prazos 
mencionados nos parágrafos 
antecedentes, haver-se-á por não 
interrompida a prescrição. (Alterado pela L-
005.925-1973) 
§ 5º - O juiz pronunciará, de ofício, a 
prescrição. (Alterado pela L-011.280-2006) 
(Alterado pela L-005.925-1973) 
§ 6º - Passada em julgado a sentença, a que 
se refere o parágrafo anterior, o escrivão 
comunicará ao réu o resultado do 
julgamento. (Alterado pela L-005.925-1973) 
 
 
 
 
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4 
 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da 
decadência, quando estabelecida por lei. 
 
Art. 211. Se a decadência for convencional, 
a parte a quem aproveita pode alegá-la em 
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não 
pode suprir a alegação. 
 
IV. O prazo prescricional pode ser 
impedido, suspenso ou interrompido. Já a 
decadência apenas não correrá em face 
dos absolutamente incapazes (arts. 207 e 
208 do CC). 
 
Art. 207. Salvo disposição legal em 
contrário, não se aplicam à decadência as 
normas que impedem, suspendem ou 
interrompem a prescrição. 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto 
nos arts. 195 e 198, inciso I. 
 
a) Causas Impeditivas ou Suspensivas (art. 
197 a 201 do CC). 
 
Consistem em causas que impedem o 
início da contagem do prazo prescricional, 
ou então vem a suspender a fluência 
desses esses prazos. 
 
A suspensão pode acontecer em diversas 
oportunidades e, em todas elas, o prazo 
reinicia de onde parou. 
 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da 
sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, 
durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus 
tutores ou curadores, durante a tutela ou 
curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; 
II - contra os ausentes do País em serviço 
público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas 
Forças Armadas, em tempo de guerra. 
 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
 I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato 
que deva ser apurado no juízo criminal, não 
correrá a prescrição antes da respectiva 
sentença definitiva. 
 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de 
um dos credores solidários, só aproveitam 
os outros se a obrigação for indivisível. 
 
b) Causas Interruptivas (art. 202 a 204): 
 
Essas zeram o prazo, o interrompendo e 
fazendo necessidade de nova contagem do 
início. A interrupção só poderá ocorrer uma 
única vez, como determina o caput do art. 
202. 
 
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que 
somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo 
incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na 
forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso 
antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito 
em juízo de inventário ou em concurso de 
credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua 
em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que 
extrajudicial, que importe reconhecimento 
do direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição interrompida 
recomeça a correr da data do ato que a 
interrompeu, ou do último ato do processo 
para a interromper. 
 
Art. 203. A prescrição pode ser 
interrompida por qualquer interessado. 
 
 
 
 
 
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5 
Art. 204. A interrupção da prescrição por 
um credor não aproveita aos outros; 
semelhantemente, a interrupção operada 
contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não 
prejudica aos demais coobrigados. 
§ 1º A interrupção por um dos credores 
solidários aproveita aos outros; assim 
como a interrupção efetuada contra o 
devedor solidário envolve os demais e seus 
herdeiros. 
§ 2º A interrupção operada contra um dos 
herdeiros do devedor solidário não 
prejudica os outros herdeiros ou 
devedores, senão quando se trate de 
obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3º A interrupção produzida contra o 
principal devedor prejudica o fiador. 
 
Já sobre a decadência: 
 
Art. 207. Salvo disposição legal em 
contrário, não se aplicam à decadência as 
normas que impedem, suspendem ou 
interrompem a prescrição. 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto 
nos arts. 195 e 198, inciso I. 
 
Ainda sobre a prescrição: 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em 
qualquer grau de jurisdição, pela parte a 
quem aproveita. 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma 
pessoa continua a correr contra o seu 
sucessor. 
 
Reais 
 
3. Posse x Detenção 
 
O que é posse? 
 
Quando há detenção e quais as suas 
consequências? 
 
a) Os Servidores da Posse ou Fâmulos da 
Posse ou Gestores da Posse: art. 1.198 CC. 
 
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele 
que, achando-se em relação de 
dependência para com outro, conserva a 
posse em nome deste e em cumprimento de 
ordens ou instruções suas. 
 
b) Os atos de permissão ou tolerância: art. 
1208 CC 
 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de 
mera permissão ou tolerância assim como 
não autorizam a sua aquisição os atos 
violentos, ou clandestinos, senão depois 
de cessar a violência ou a clandestinidade. 
 
c) Pratica de atos de violência ou 
clandestinidade: art. 1208 CC 
 
Desforço incontinente? 
 
Nomeação à autoria? 
 
4. Posse Direta x Indireta 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que 
tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito 
pessoal, ou real, não anula a indireta, de 
quem aquela foi havida, podendo o 
possuidor direto defender a sua posse 
contra o indireto. 
 
De mais a mais, cumpre destacar o 
entendimento consolidado no Enunciado 
nº. 76 da Jornada de Direito Civil do 
Conselho Federal de Justiça: 
 
E. 76, CJF - O possuidor direto tem de 
defender a sua posse contra o indireto, e 
este, contra aquele. 
 
Observação – Composse: 
 
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas 
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma 
exercer sobre ela atos possessórios, 
contanto que não excluam os dos outros 
compossuidores 
 
Família 
 
5. Regimede Bens 
 
 
 
 
 
 
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6 
Trata-se do estatuto patrimonial do 
casamento, o qual se inicia com o 
matrimônio, regido pelos princípios: 
 
a) Liberdade de escolha 
b) Mutabilidade 
 
a) Liberdade de Escolha 
 
- Pacto Antenupcial: 
 
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se 
não for feito por escritura pública, e ineficaz 
se não lhe seguir o casamento. 
 
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, 
realizado por menor, fica condicionada à 
aprovação de seu representante legal, 
salvo as hipóteses de regime obrigatório de 
separação de bens. 
 
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula 
dela que contravenha disposição absoluta 
de lei. 
 
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou 
sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto 
aos bens entre os cônjuges, o regime da 
comunhão parcial. 
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no 
processo de habilitação, optar por qualquer 
dos regimes que este código regula. 
Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a 
opção pela comunhão parcial, fazendo-se o 
pacto antenupcial por escritura pública, 
nas demais escolhas. 
 
Variabilidade? 
 
b) Mutabilidade (art. 1639) 
 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de 
celebrado o casamento, estipular, quanto 
aos seus bens, o que lhes aprouver. 
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges 
começa a vigorar desde a data do 
casamento. 
§ 2º É admissível alteração do regime de 
bens, mediante autorização judicial em 
pedido motivado de ambos os cônjuges, 
apurada a procedência das razões 
invocadas e ressalvados os direitos de 
terceiros. 
 
O NCC, no §2º do art. 1639, permite a 
mudança do regime de bens, sendo 
necessário: 
 
a) Pedido conjunto de ambos os 
cônjuges 
b) Procedimento de jurisdição 
voluntária (não pode haver lide). 
c) O juízo competente é o juízo de 
família. 
d) Não pode vim a prejudicar terceiros. 
Por isso devem publicar editais. 
 
5.1 Principais Espécies 
 
a) Regime Da Comunhão Parcial De Bens 
Ou Regime Supletivo 
 
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, 
comunicam-se os bens que sobrevierem ao 
casal, na constância do casamento, com as 
exceções dos artigos seguintes. 
 
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens 
cuja aquisição tiver por título uma causa 
anterior ao casamento. 
 
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, 
presumem-se adquiridos na constância do 
casamento os bens móveis, quando não se 
provar que o foram em data anterior. 
 
O que não entra (não-comunica) na 
comunhão parcial (art. 1659): 
 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao 
casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens adquiridos com valores 
exclusivamente pertencentes a um dos 
cônjuges em sub-rogação dos bens 
particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
 
 
 
 
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7 
IV - as obrigações provenientes de atos 
ilícitos, salvo reversão em proveito do 
casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de 
cada cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos (rendimento 
militar), montepios (pensão militar) e outras 
rendas semelhantes. 
 
O que entra (comunicam – aquestos) na 
comunhão parcial (art. 1660): 
 
Art. 1.660. Entram na comunhão: 
I - os bens adquiridos na constância do 
casamento por título oneroso, ainda que só 
em nome de um dos cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, 
com ou sem o concurso de trabalho ou 
despesa anterior; 
III - os bens adquiridos por doação, herança 
ou legado, em favor de ambos os cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens particulares de 
cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos 
particulares de cada cônjuge, percebidos 
na constância do casamento, ou pendentes 
ao tempo de cessar a comunhão. 
 
b) Regime Da Comunhão Universal De 
Bens: 
 
Art. 1.667. O regime de comunhão universal 
importa a comunicação de todos os bens 
presentes e futuros dos cônjuges e suas 
dívidas passivas, com as exceções do 
artigo seguinte. 
 
Bens excluídos (não comunicam) da 
comunhão universal (art. 1668): 
 
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - os bens doados ou herdados com a 
cláusula de incomunicabilidade e os sub-
rogados em seu lugar; 
II - os bens gravados de fideicomisso e o 
direito do herdeiro fideicomissário, antes 
de realizada a condição suspensiva; 
III - as dívidas anteriores ao casamento, 
salvo se provierem de despesas com seus 
aprestos (presentes de casamento), ou 
reverterem em proveito comum; 
IV - as doações antenupciais feitas por um 
dos cônjuges ao outro com a cláusula de 
incomunicabilidade – ALIANÇA DE 
CASAMENTO; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do 
art. 1.659. 
 
Sucessões 
 
6. Sucessão Legítima 
 
6.1. Ordem de Vocação Hereditária 
 
Como visto inicialmente a sucessão 
legítima é a sucessão por lei que, em 
principio, ocorre quando não fora feito 
testamento. 
 
Dentro desse contexto, são herdeiros 
legítimos os descendentes, ascendentes, o 
cônjuge e os colaterais até o quarto grau. 
 
Qual é a ordem de vocação hereditária? 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na 
ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com 
o cônjuge sobrevivente, salvo se casado 
este com o falecido no regime da 
comunhão universal, ou no da separação 
obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo 
único); ou se, no regime da comunhão 
parcial, o autor da herança não houver 
deixado bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com 
o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
 
Vamos à verificação das hipóteses. 
 
6.2. Sucessão do Descendente 
 
Norteia-se por duas regras: 
 
1) Igualdade 
 
 
 
 
 
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2) Proximidade. 
 
Cabeça ou linhas? 
 
6.3. Sucessão do Ascendente 
 
Sucessão do ascendente segue as mesmas 
regras da sucessão do descendente: 
 
1) Igualdade 
 
2) Proximidade. 
 
Cabeça ou linhas? 
 
6.4. Sucessão do Cônjuge e Companheiro: 
Considerações Iniciais 
 
Cônjuge e companheiro têm: - herança 
- meação 
- direito real de habitação 
 
 Direito real de habitação do cônjuge 
- está no art. 1831 CC. 
 
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, 
qualquer que seja o regime de bens, será 
assegurado, sem prejuízo da participação 
que lhe caiba na herança, o direito real de 
habitação relativamente ao imóvel 
destinado à residência da família, desde 
que seja o único daquela natureza a 
inventariar. 
 
 Direito real de habitação do 
companheiro 
 
Não vem disciplinado no CC, mas sim pela 
Lei 9278/96, no seu art. 7°, parágrafo único. 
 
Art. 7, p.u. Dissolvida a união estável por 
morte de um dos conviventes, o 
sobrevivente terá direito real de habitação, 
enquanto viver ou não constituir nova 
união ou casamento, relativamente ao 
imóvel destinado à residência da família. 
 
a) Sucessão do Cônjuge 
 
CC, Art. 1.830. Somente é reconhecido 
direito sucessório ao cônjuge sobrevivente 
se, ao tempo da morte do outro, não 
estavam separados judicialmente, nem 
separados de fato há mais de dois anos, 
salvo prova, neste caso, de que essa 
convivência se tornara impossível sem 
culpa do sobrevivente. 
 
Concorrência sucessória do cônjuge com o 
descendente 
 
Inicialmente, como visto, lembremo-nos de 
que o cônjuge foi elevado à categoria de 
herdeiro necessário (art. 1845) pelo vigente 
Código Civil. 
 
O cônjuge não concorrerá com os 
descendentes, se for casado nos seguintes 
regimes:a) separação obrigatória (1641); 
 
b) comunhão universal; 
 
c) comunhão parcial, se o falecido não 
deixou bens particulares. 
 
Na hipótese de comunhão parcial incide 
sobre os bens comuns ou apenas sobre os 
particulares? 
Quanto ao critério de divisão (montante), 
será aplicado o art. 1832 do Código: 
 
Art. 1.832. Em concorrência com os 
descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao 
cônjuge quinhão igual ao dos que 
sucederem por cabeça, não podendo a sua 
quota ser inferior à quarta parte da herança, 
se for ascendente dos herdeiros com que 
concorrer. 
 
E se o cônjuge concorrer com 
descendentes comuns e não comuns 
(exclusivos)? 
 
Sucessão do cônjuge em concorrência com 
o ascendente 
 
 
 
 
 
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O cônjuge terá direito concorrencial em 
face dos ascendentes, qualquer que seja o 
regime de bens, na forma do art. 1837: 
 
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente 
em primeiro grau, ao cônjuge tocará um 
terço da herança; caber-lhe-á a metade 
desta se houver um só ascendente, ou se 
maior for aquele grau. 
 
Se não houver nenhum descendente e nem 
nenhum ascendente? 
 
b) Sucessão do Companheiro 
 
Hodiernamente, o art. 1725 CC manda 
aplicar à União Estável as regras da 
comunhão parcial: 
 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato 
escrito entre os companheiros, aplica-se às 
relações patrimoniais, no que couber, o 
regime da comunhão parcial de bens. 
 
Logo, o companheiro tem direto à meação 
dos bens adquiridos na constância da 
união. 
 
E a sucessão? É herdeiro necessário? 
 
O fato é que, o cônjuge possui regramento 
sucessório especial no art. 1790 do CC. O 
companheiro somente terá direito 
sucessório sobre os bens adquiridos a 
título oneroso na constância da união 
estável. 
 
Art. 1.790. A companheira ou o 
companheiro participará da sucessão do 
outro, quanto aos bens adquiridos 
onerosamente (AQUESTOS) na vigência da 
união estável, nas condições seguintes: 
I - se concorrer com filhos comuns, terá 
direito a uma quota equivalente à que por 
lei for atribuída ao filho; 
II - se concorrer com descendentes só do 
autor da herança, tocar-lhe-á a metade do 
que couber a cada um daqueles; 
III - se concorrer com outros parentes 
sucessíveis, terá direito a um terço da 
herança; 
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá 
direito à totalidade da herança. 
 
Como se dará tal divisão? 
 
 Sucessão do companheiro com o 
descendente 
 
I - se concorrer com filhos comuns, terá 
direito a uma quota equivalente à que por 
lei for atribuída ao filho; 
II - se concorrer com descendentes só do 
autor da herança, tocar-lhe-á a metade do 
que couber a cada um daqueles; 
 
Como visto, incide apenas sobre os bens 
comuns, excluída a sua meação. Os bens 
particulares vão direto para os 
descendentes. 
 
E se concorrer com filhos exclusivos e não 
exclusivos? 
 
 Sucessão do companheiro com o 
ascendente 
 
III - se concorrer com outros parentes 
sucessíveis, terá direito a um terço da 
herança; 
 
Incide sobre bens comuns. Bens 
particulares vão todos para os 
ascendentes. 
 
 Sucessão do companheiro com 
colateral até o 4º grau 
 
III - se concorrer com outros parentes 
sucessíveis, terá direito a um terço da 
herança; 
 
 Sucessão do companheiro sozinho 
 
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá 
direito à totalidade da herança.

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