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CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA E A COMPARAÇÃO COM NOVO CPC

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Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa no Direito Processual Civil e a Comparação com Novo Código
Alex Rodrigo Marques de Oliveira*
SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 Do Contraditório. 2.1 Importâncias Formais do Contraditório. 2.2 Importância Substancial do Princípio do Contraditório. 3 Da Ampla Defesa. 4 Formas de Defesa no Processo Civil. 4.1 Defesa Processual. 4.1.1 Defesa Processual Própria. 4.1.2 Defesa Processual Imprópria. 5 Defesa de mérito. 5.1 Defesa de Mérito Direta. 5.2 Defesa de Mérito Indireta. 6 Da Contestação. 7 Da Reconvenção. 8 Das Exceções. 8.1 Incompetência Absoluta e Relativa. 8.2 Suspeição. 8.3 Impedimento. 9 Principio da Eventualidade. 10 Da Revelia. 11 Comparações com o novo Código de Processo Civil. 12 Conclusão.
RESUMO: Este artigo adentra-se na análise dos meios de defesa utilizado no processo civil. O propósito geral será proceder um breve estudo a partir da citação válida em resposta dada pelo réu. Assim a pesquisa foi fundamentada pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, enfatizando sua efetividade para assegurar um processo justo e democrático entre as partes. Este estudo baseou-se em pesquisas bibliográficas do âmbito jurídico: artigos, legislação e doutrinas. Observando os meios de defesa processuais, chegou a compreensão que estes são obrigação colocado ao réu, que resisti com decorrência da relação processual, defendendo-se ou não, a começar que à existência da ação. 
PALAVRAS – CHAVE: Contraditório. Ampla Defesa. Defesa de Mérito. Princípios. Processo Civil.
Principle of adversarial and Wide Defense in the Civil Procedure Law
ABSTRACT: This article enters on the analysis of the remedies used in civil proceedings. General purpose was make a brief study from the valid quote in answer given by the defendant. So the research was based on the principles of the contradictory and full defense, emphasizing its effectiveness to ensure a fair and democratic process between the parties. This study was based on literature searches of the legal framework: articles, laws and doctrines. Observing the procedural means of defense, has come to understand that these are must put to the defendant, who resisted with result of procedural relationships , defending it or not , starting that the existence of the action.
KEYWORDS: Contradictory. Wide Defense. Merit Defense. Principles. Civil Procedure.
1 Introdução
*4º Semestre – Turma E
Com a criação da Constituição de 1988, adentramos a conviver em um Estado democrático de Direito. Com a Carta Magna Brasileira vigorante, tanto réu como autor tem participação total ao processo, junto ao principio do contraditório e da ampla defesa.
Contraditório é um principio irrecusável dentro de um processo justo, não havendo este principio o julgamento judicial não tem nenhum valor. Coerente a esse principio teremos a ampla defesa, dando o direito do réu, dentro dos limites legais de apresentar argumentos validos ao seu favor.
Procurando a eficácia desses dois princípios, criou-se o estudo da defesa processual civil. A ação de defesa constitui uma forma de possíveis atuações jurisdicional das partes e, podendo incluir direito a resposta do Juiz sobre respectivos requerimentos que lhe dirigem. Sendo assim corresponde o direito de ação e defesa as situações ativas das partes no processo, Assim sendo absolutamente iguais todas as oportunidades de defesa e com deveres do juiz perante ambas.
Análise do tema importante para entender a discussão processual, na qual se torna requisito do processo, assim sendo representada pela a ação e pela defesa,quando são colocadas em discordância seus interesses. O artigo tem a finalidade de analisar as regras de defesa processual, mostrando ao réu as formas legais para responder alegações que dizem respeito a ele.
2 Do contraditório
Para haver procedimento, um encadeamento de ação organizado propenso a uma finalidade. Podem ser manifestado de duas formas, com a presença ou ausência do contraditório. Sendo assim no caso da presença do Principio tem-se o processo, caso contrário na ausência do principio tem-se o procedimento em caminho estrito.
É fundamental diferenciar o conceito de processo. "Processo é procedimento estruturado em contraditório".1
Quer relatar que o contraditório compõe a estrutura do processo, ou seja no caso da ausência do contraditório não a processo. 
Direito processual judicial não se confunde com processo. Processo decorre de uma classe da teoria geral do direito. Quando houver procedimento no contraditório haverá processo, quando se falar de processo existira o requisito do contraditório.
Nas manifestações do processo haverá contraditório, tanto administrativo, processo legislativo, processo negocial e processo judicial.
Os textos constitucionais anteriores a Constituição de 1988, a aplicação ficava ligado aos processos criminais. Assim o novo texto outorgado pelo inciso LVdo artigo 5º a atual Constituição Federal, mostram que a aplicação deste princípio abrange a qualquer processo.
2.1 Importâncias formais do contraditório
No interesse público constitui uma atuação do Estado ou em caso particular onde não pode ser realizada pelo interessado, a autotutela é somente permitida em situações excepcionais.
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Sem a manifestação de defesa das partes não é possível realizar um processo. É dever
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1 DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 15. ed. Salvador: Jus Podivm, 2013, p. 56. No mesmo sentido: LIMA, Fernando Antônio Negreiros. Teoria Geral do Processo Judicial. São Paulo: Atlas, 2013, p. 70.
do órgão jurisdicional, atribuir as partes os atos ocorrido em seus processos.
A dois tipos de comunicação no direito processual civil a citação e a intimação. 
Na citação; é quanto do sujeito passivo (réu ou executado) é comunicado da causa, Assim por força da citação ele poderá apresentar sua defesa e seus interesses naquele processo, amparado pelo contraditório.
Na intimação; integra o modo de comunicação dos atos processuais subseqüente à citação, como a manifestação sobre o ato da contraparte, audiência, sentença e etc.
Art. 213, CPC. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender. 	
A citação é uma forma de comunicar o réu de que existe uma ação contra ele. Apenas após ser citado, o réu poderá se defender do que lhe é imputado. A citação ocorre de três formas: por meio de correspondência enviada pelo correio (com aviso de recebimento), por um oficial de justiça (serventuário público que desempenha as diligências judiciais) ou mesmo por edital (intimação publicada em jornal).
Art. 234, CPC. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.	
A intimação comunica as partes ou alguém dos atos e termos do processo para que, querendo, se manifeste.	
Pode ser feita pela imprensa oficial, pelo correio ou pelo oficial de justiça. A intimação para o advogado se dá pela imprensa. Mas a intimação para as partes não 
pode se dar pela imprensa, apenas pessoalmente, via correio ou oficial de justiça.2
2.2 Importância substancial do princípio do contraditório
“A dimensão substancial realiza-se no "poder de influência", ou seja, não basta poder participar do processo (dimensão formal), é preciso que a participação seja apta a interferir no conteúdo da decisão. Assim, o contraditório é a participação com poder de influência.3
Sendo assim não é qualquer contraditório que é inegável, ou seja, somente tem direito aquele que tem o poder de influenciar o sentido da decisão, assim influenciando o convencimento do juiz.
O art. 93, inciso IX, da CF4, exige a motivação das decisões perante aos órgão Judiciário. Os atos decisórios uma vez não motivados, é qualificados como nulos sendo que a própria Constituição lhe tira a validade.
3 Da ampla defesa
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A ampla defesa sendo um princípio de garantia constitucional é aplicável em qualquer tipo de processo,
tendo o contraditório garantindo juntamente da bilateralidade da ação, as partes têm
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2 < http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=3722>. Acesso em 09 de maio de 2015.
3 < http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090226171738960>. Acesso em 09/05/2015.
4 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
o direito da ampla defesa, ou seja, na CF, Art. 5º, LV 5 , dizem seus meios e recursos a ela ligados.
A ampla defesa permite duas contestações; a) na ótica da constituição, o agir e o defender-se em juízo configuram-se como atividades contrapostas e homologadas, legitimando a sua igual proteção; b) a defesa, justa pondo-se à ação, não é somente um direito inviolável do individuo, mas configura uma garantia técnica e estrutural, válida para qualquer processo judicial6.
No entendimento principal, a ampla defesa trata-se de um direito constitucional processual assegurado pelo réu teoricamente, por esse principio a parte que representa o no pólo passivo da relação processual exige do juiz a quem é legitimo a prestação do amparo jurisdicional, tendo o direito de ser ouvida, apresentar sua contra argumentação as alegações proferidas pelo demandante, assim retirar as alegações e à produção de provas.
4 Formas de defesa no processo civil
Tratando-se na parte de conhecimento do processo sabemos que é conduzido pelo princípio do contraditório, ou seja, garantido a partes o direito em serem ouvidas. O principio do contraditório e da ampla defesa forma a exposição processual que se fundamenta em apresentações de uma tese feita pelo autor, por meio da petição inicial e a oposição pelo réu, por meio de sua defesa.
Depois da proposta de ação, citam o réu para responder o pedido criado pelo autor. Sendo assim o réu pode se basear em umas dar formas para se defender em juízo é apresentando a contestação. Essa defesa se subdivide em defesa processual e defesa de mérito.
4.1 Defesa processual
Desta forma, tem-se o artigo 301 do Código de Processo Civil.7
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5 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
6 TEIXEIRA, Guilherme Freire de Barros; PINTO, Junior Alexandre Moreira. Direito Processual Civil: Institutos Fundamentais. Curitiba: Juruá, 2008, p.68.
7 Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973 - Institui o Código de Processo Civil. Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta; III - inépcia da petição inicial; IV - perempção; V - litispendência; Vl - coisa julgada; VII - conexão; Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; IX - compromisso arbitral; IX - convenção de arbitragem; X - carência de ação; Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. § 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. § 4º Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.
Em sua defesa o réu procura atacar a relação jurídica processual prevista nesse Artigo. Contudo a defesa processual pode se dividir em própria e imprópria.
4.1.1 Defesa processual própria
São defesas processuais próprias as que ao ser acolhidas levam o processo em extinção, prevista no artigo 267 do Código de Processo Civil.8 
4.1.2 Defesa processual imprópria
Não tendo faculdade para extinção de um processo, mas prolonga a tramitação processual.
5 Defesa de mérito
Aquela na qual o réu resiste ao requerimento do autor, assim se esforçando pela improcedência do pedido, exemplo negar os fatos pelo autor, ou seja, atacar o pedido do autor. De acordo com a atitude do réu a defesa de mérito pode ser direta e indireta.
5.1 Defesa de mérito direta
Neste caso tem-se a seguinte redação:
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Fala-se em defesa de mérito direta quando o réu nega a existência do direito do autor por inexistência de fato(s) constitutivo(s) de tal direito ou, ainda, pode reconhecer o
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8 Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: I - quando o juiz indeferir a petição inicial; Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
VII - pelo compromisso arbitral; Vll - pela convenção de arbitragem; Vlll - quando o autor desistir da ação; IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; XI - nos demais casos prescritos neste Código. § 1o O juiz ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48 (quarenta e oito) horas. § 2o No caso do parágrafo anterior, quanto ao no II, as partes pagarão proporcionalmente as custas e, quanto ao no III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado (art. 28). § 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento. § 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
fato, mas nega as consequências atribuídas a esse acontecimento. É exemplo a negativa geral, permitida a realização para os advogados dativos, curadores especiais e membros do Ministério Público, consoante § único do artigo 302 do Código de Processo Civil9.
5.2 Defesa de mérito indireta
Defesa do mérito será indireta quando o réu, apesar de concordar com os fatos expostos na inicial, apresente ao magistrado novos fatos, capazes de extinguir, modificar ou impedir o direito do autor, conforme determina o artigo 326 do Código de Processo Civil10.
6 Da contestação
Não cabe apenas ao autor o direito de ação, ou seja, é exercita pela petição inicial, sendo igual ao que o réu faz por meio da contestação, ou seja, ambos procuram solucionar sua lide mediante a aplicação da lei.
A contestação é uma forma de resposta por qual o réu contesta o pedido do autor, assim podendo apenas defender-seda relação que o liga ao processo.
Pode ser usada em variadas defesas processuais, obstaculizar o autor a alegações que
possam invalidar a relação processual, assim o réu poderá alegar as preliminares contida no artigo 301 do Código de Processo Civil, já supra citado acima.
Não cumprindo este principio torna o fato discutido incontestável, sendo assim desobrigado de provas, pelo disposto no artigo 334 do Código de Processo Civil11.
7 Da reconvenção
A reconvenção é uma ação conexa proposta pelo réu contra o autor no mesmo processo, sendo a causa de pedir e o fundamento de defesa os mesmos. É um contra-ataque. Assim, no mesmo processo haverá duas ações e duas contestações. 
A reconvenção serve para economia processual (celeridade), para possibilitar provimento jurisdicional à pretensão do réu, e também para evitar sentenças contraditórias.
A reconvenção não é possível em ações dúplices, nem em execuções. As ações dúplices são aquelas que, pela natureza da causa, tanto pode ser decidida em favor de um quanto de outro. A reconvenção também não pode haver em procedimento sumário, podendo haver, pedido contraposto.
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9 <http://www.blogladodireito.com.br/2013/03/defesa-de-merito-direta-e-indireta.html#. VVkWHvlViko. Acesso em 17 de maio de 2015.
10 Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.
11 Art. 334. Não dependem de prova os fatos: I - notórios; II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III - admitidos, no processo, como incontroversos; IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
As condições da Ação na Reconvenção são as mesmas da petição feita pelo autor e a legitimidade para tal ação é do réu, chamado reconvinte, enquanto o autor é chamado reconvindo.
A reconvenção deve ser necessariamente analisada pelo juiz que decidir a ação principal, mas não há adesividade à ação principal, ou seja, não há relação entre as ações no sentido de serem decididas separadamente.
É oferecida em petição distinta, simultaneamente com a contestação, conforme artigo 299 do Código de Processo Civil12.
Tramita nos mesmos autos e será decidida pela mesma sentença. Se a petição inicial da reconvenção for indeferida, caberá agravo de instrumento.
Desta forma dispõe o § Único do artigo 315 do Código de Processo Civil:
Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem.
A reconvenção tem autonomia, é ação e sua temática é mais ampla do que a do pedido contraposto.
Quando a lei autoriza um pedido contraposto em determinado procedimento, costuma delimitar a matéria que nele pode ser deduzida. Assim, no rito sumário, permite o pedido contraposto, desde que com base nos mesmos fatos. Não pode o réu aduzir fatos novos, o que não ocorre com a reconvenção, quando é conexa com os fundamentos da defesa, em que o réu traz fatos novos.
Nas dúplices por força de lei, não cabe reconvenção das matérias que a lei autoriza sejam deduzidas em pedido na contestação.
No procedimento sumário, não cabe reconvenção, só pedido contraposto, posto que uma peça reconvencional é incompatível com a singeleza que se quer para o rito.
8 Das exceções
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Além das duas respostas possíveis do Réu que são contestação e reconvenção, o Processo Civil ainda conta com outra espécie de resposta, as exceções subdivididas em três espécies, a saber: incompetência absoluta e relativa, suspeição e impedimento, conforme estatui o artigo 304 do Código de Processo Civil, que dispõe: “É lícito a qualquer das partes argüir, por meio de exceção, a incompetência (art. 112)13, o impedimento (art. 134)14 ou a 
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12 Art. 299.  A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.
13 Art. 112, CPC - Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.
14 Art.134, CPC - É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário: I - de que for parte; II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
suspeição (art. 135)15”.
8.1 Incompetência absoluta e relativa
A exceção de incompetência é onde o Réu pode questionar a competência do juízo quanto ao território e ao valor, concebido pela incompetência pertinente. Portanto poderá ser exceção de incompetência relativa ou exceção de incompetência absoluta.
 Na incompetência relativa adentra-se a respeito ao território onde se da andamento a lide.
Já a incompetência absoluta poderá impugnar a qualquer momento do processo, ela diz respeito à materialidade do processo.
8.2 Suspeição
Será duvidoso o juiz que se adentrar em uma das hipóteses previstas no artigo 135 do código de processo civil.
No meio delas, enfatizamos a amizade particular com uma das partes, podendo ser devedor ou credor de alguma delas. É obrigação de ordem subjetiva, pois visa um preceito possível.
 Entre elas, destacamos amizade íntima com uma das partes (ou inimizade capital), ser credor ou devedor de uma delas, entre outras. São quesitos de ordem subjetiva, pois dizem respeito a um possível interesse do juiz no andamento da causa. Essa exceção tem prazo de 15 dias a partir da ciência do fato para ser argüida, e também poderá ser declarada de ofício pelo magistrado.
8.3 Impedimento
Será avaliado impedido o juiz em que se adequar numa das hipóteses do artigo 134 do Código de Processo Civil. 
Essa questão é de norma objetiva, relatam a respeito da pessoa do juiz e o ligam de forma forte da causa. Exemplo: O artigo visa que estará impedido de atuar o magistrado que tiver parte no processo, que tiver esposa como advogada de uma das partes ou ser parentesco.
O impedimento poderá ser apreciado de oficio, pelas partes ou juiz. 
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15 Art. 135, CPC - Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
9 Princípio da eventualidade
Neste principio todas as defesas e provas devem ser apresentadas de uma vez, sob pena de não poder alegá-las posteriormente. 
O réu deve alegar na contestação toda matéria de defesa possível, de maneira que, não sendo o caso de, eventualmente, não acolher uma, o juiz analise as seguintes, sucessivamente, conforme artigo 300 do Código de Processo Civil: “Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”
Este princípio não se aplica em três eventualidades previstas pelos incisos do artigo 303 do Código de Processo Civil, que estatui:
Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo16.
10 Da revelia
Ocorre quando o réu, regularmente citado, deixa de responder à demanda. O CPC regulou esse instituto, considerando revel o “réu que deixa de oferecer contestação após regularmente citado”. A doutrina discute a diferença entre revelia e contumácia, visto que a expressão “revelia” somente passou a ser utilizada a partir do Código de 1973. Alguns autores colocam a contumácia como sinônimo de revelia, outros entendem que a contumácia seria qualquer atitude de inércia, tanto do autor quanto do réu. A posição que prevalece hoje, entretanto, é a de que revelia é a inércia do réu, enquanto contumácia é a inércia do autor. Então, hoje, a revelia está diretamente relacionada ao réu. 
Se o réu deixar de se defender no prazo legal, ocasionará várias conseqüências, a saber:
1ª) Presunção de verdade dos fatos alegados pelo autor: a respeito desta norma do CPC consagrada pela doutrina, é essencial que se observem dois pontos: 
a presunção da verdade se limita à matéria de fato, não podendo englobar, em hipótese alguma, o enquadramento jurídico e suas eventuais conseqüências, ou seja, a revelia atinge somente a narrativa dos fatos e não o enquadramento jurídico; 
a presunção em torno da verdade da matéria de fato é relativa. Se o conjunto probatório trazido na inicial não conduz à prova de que os fatos narrados são realmente verdadeiros, o Juiz poderá iniciar uma instrução probatória ou, em alguns casos, julgar a demanda improcedente. 
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Existem três exceções a essa aplicação da presunção da verdade: nos casos de pluralidade de réus em que pelo menos um deles contesta e os fatos são comuns (nesses casos, pouco importa o tipo de litisconsórcio); se o litígio versar sobre direitos indisponíveis. Se a legislação não permite que as partes transacionem ou se o réu não pode reconhecer o pedido do autor, não há como aplicar a presunção da verdade. Nesses casos, ainda que o réu silencie, o autor continuará com o ônus da prova, não havendo a presunção da verdade; se a inicial não estiver acompanhada de documento essencial. Essa regra é um reflexo direto do artigo 283 do
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16 <http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=art+303+cpc>. Acesso em 17 de maio de 2015.
Código de Processo Civil17.
O Código, quando fala da não aplicação da presunção da verdade nesse caso, dispõe sobre documento público, entretanto o entendimento doutrinário dominante é o de que se deve dar uma interpretação extensiva a essa regra, ou seja, não importa a natureza do documento, basta que seja documento essencial para que não seja aplicado o efeito da presunção da verdade. A presunção da verdade trazida pelo CPC só deve ser aplicada nas situações de inequívoca verdade dos fatos ou inequívoca falta de intenção do réu de se opor aos fatos. No caso de o réu contestar a cautelar e deixar de se defender no processo principal, o entendimento dominante da doutrina é de que o Juiz deverá estender a defesa da cautelar para o processo principal, visto que as demandas correm no mesmo juízo. O réu revel, entretanto, não será aplicado a ele o efeito da presunção da verdade. 
2ª) Os prazos correrão contra o revel independentemente de intimação: no caso de o réu se tornar revel, todos os prazos para ele começarão a correr não na intimação, mas sim no momento em que os atos são praticados e publicados. 
Não há comunicação pessoal nem publicação para o réu, passando os prazos a correrem a partir da disponibilização dos atos em cartório. Se houver a publicação da decisão no Diário Oficial para efeitos de intimação do autor, essa publicação estende o prazo para o réu revel, que terá o prazo fluindo a partir da data da publicação. Este, entretanto, não é um efeito perpétuo, ou seja, a partir do instante em que o réu ingressar nos autos, essa penalidade não mais ocorrerá, cessando o efeito da revelia a partir do momento em que o réu estiver regularmente representado nos autos. 
O fato de o réu ser revel não leva à aplicação de todos os efeitos da revelia (ex.: no caso de anulação de casamento, caso o réu seja revel, não se aplica a presunção da verdade, tendo em vista ser direito indisponível, entretanto a não-intimação dos atos será aplicada). Após a revelia, se o autor, eventualmente, quiser alterar o pedido ou a causa de pedir, deverá, obrigatoriamente, requerer nova citação do réu para responder à demanda. O réu, porém, somente poderá contestar o que foi objeto de alteração, não havendo possibilidade de contestar toda a demanda. Nas hipóteses em que o Juiz não aplica a penalidade de presunção de verdade, devesse determinar o prosseguimento da demanda com a especificação de provas pelo autor.
11 Comparações com o novo código de processo civil
O principio do contraditório, na sua percepção clássica, resume-se a uma simples controvérsia das partes, ao mesmo tempo a formação mais nova, vem com conceito muito além, ressaltando sua competência uma verdadeira garantia desencadeando o processo por força de sua manifestação, e o juiz não irá se exceder diante daquilo em que as partes trará para exposição da lide.
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O novo Código de Processo Civil traz, em alguns dispositivos, textos que apresentam de forma bastante detalhada (quase “desenhada”) o modo como deve ser observado o princípio do contraditório no processo judicial. Assim é que, nos termos do artigo 8º, incumbe ao juiz zelar pelo efetivo contraditório (o que mostra que o contraditório não deve ser meramente formal, mas efetivo, substancial); o art. 9º
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17 Artigo 283, CPC -  petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
estabelece que, com as ressalvas do parágrafo, o contraditório deve serprévio à produção da decisão; e o artigo 10 expressamente proíbe as “decisões-surpresa18.
A seguir, algumas modificações relacionadas ao princípio do contraditório:
“Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz velar pelo efetivo contraditório em casos de hipossuficiência técnica.
O art. 7º consagra o Princípio da Isonomia, que integra o rol de Garantias Fundamentais do Processo.
As Garantias Fundamentais, classificada em estruturais e individuais representam um conjunto que pode ser sintetizado nas denominações devido processo legal, adotada nas Emendas 5ª e 14ª da Constituição Norte-americana, ou processo justo, constante do art. 6º da Convenção Européia de Direitos Humanos, e, ainda, do artigo 111 da Constituição Italiana.
Art. 9º Não se proferirá sentença ou decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida, salvo se tratar-se de medida de urgência ou concedida a fim de evitar o perecimento de direito.
Previsto no art. 5º, inciso LV da Carta de 1988, o referido princípio é tão importante no direito processual "sem contraditório, não há processo".
Importante observar que tal princípio terá aplicação específica e de grande importância em pelo menos duas situações reguladas pelo Projeto.
A primeira diz respeito às decisões de inversão do ônus da prova ou de aplicação da carga dinâmica, as quais, em hipótese alguma, devem gerar surpresa para a parte atingida.
A segunda se refere aos provimentos de urgência solicitados, nos quais a efetividade depende exatamente da não comunicação à parte contrária. O juiz, num exame de ponderação de interesses entre o acesso à justiça e o contraditório, vai avaliar, no caso concreto, qual deles deve prestigiar. Em sendo deferida a medida inaudita altera pars, ocorrerá o fenômeno do contraditório diferido ou postergado, que só é admitido em casos excepcionais e acompanhados da devida fundamentação analítica.
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual tenha que decidir de ofício.
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No atual CPC, o art. 128 dispõe que o juiz deve decidir a ação "nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a 
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18 CÂMARA, Alexandre freitas, O novo CPC e o principio do contraditório. Novo CPC, Rio de Janeiro. Disponível em:<http://www.justificando.com/2015/04/17/o-novo-cpc-e-o-principio-do-contraditorio/>. Acesso em: 15/05/2015.
iniciativa das partes". 	
Diante da restrição do atual art. 128, que se refere apenas às questões, a doutrina clássicainvoca aqui o adágio iura novit curia, segundo o qual o juiz seria livre na escolha e na aplicação dos fundamentos jurídicos.	
Não existe impedimento para que o juiz requalifique juridicamente a demanda, enquadrando-a em outros dispositivos legais. Assim, ao juiz seria concedida plena liberdade para aplicar o direito da maneira que entender pertinente, desde que respeitados os limites fáticos aportados no processo.
Art. 11.  Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicas e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas neste Código e nas demais leis,  pode ser autorizada somente a presença das partes ou de seus advogados.
Agora o Código disporá de forma expressa que o juiz deve indicar "as razões de seu convencimento" e isso deve se dar de "modo claro e preciso".
É a fundamentação analítica. Não basta que o juiz indique o dispositivo legal que autoriza a concessão da medida. Deve expressar as razões de decidir. O motivo do motivo. Não basta dizer que está presente o fumus boni iuris. Tem que identificar naquele caso, dentro daquelas circunstâncias, e por que motivo se convenceu da presença dos requisitos.
É como se o magistrado passasse a ter o dever de externar o processo mental que o levou a decidir daquela maneira.
De se registrar que esta obrigação vale tanto para as decisões positivas quanto para as negativas. Caso contrário, restaria arranhado o devido processo legal. A parte tem direito de saber por que motivo concreto o juiz decidiu daquela maneira. Em que premissa se baseou, qual foi seu raciocínio, que valores o influenciaram. De posse dessas informações, poderá exercer seu direito ao recurso, demonstrando junto ao Tribunal o eventual desacerto da decisão questionada.
12 Conclusão
Conforme o apresentado observou-se com fundamentos nos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, garantem o direito do réu diante as alegações feitas a ele de se defender-se, assim se integrar da relação retórica processual.
Ocorre que não é uma obrigação posta ao réu, entre tanto, ele mesmo tem a obrigação de fazê-lo. Não contestando, o demandado passa a ser faltoso no processo e todos os atos processuais, em decorrência dessa atitude, passam a ser praticados sem a intimação do réu.
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Desta maneira observaram-se diversos procedimentos de resposta ao réu e seu apoio jurídico, a Constituição de 1988, da mesma forma assegurou-se em princípios da lei maior, Assim o código civil em sua relação processual não protege nenhuma das parte e sim sendo imparcial.
Referências bibliográficas
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TEIXEIRA, Guilherme Freire de Barros; PINTO, Junior Alexandre Moreira. Direito Processual Civil: Institutos Fundamentais. Curitiba: Juruá, 2008, p.68.
Lei nº 5.869 de 11 de Janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil.
CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo CPC e o principio do contraditório: Novo CPC. Disponível em: <http://www.justificando.com/2015/04/17/o-novo-cpc-e-o-principio-do-contraditorio>. Acesso em: 15 de maio 2015.
CERA, Denise Cristina Montovani, Quais as dimensões do princípio do contraditório?.Disponivel em: <http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=2009022 6171738960>. Acesso em: 09 de maio de 2015.
Perguntas e Respostas. Qual a diferença entre citação e intimação?. Disponível em:<http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=3722>. Acesso em: 09 de maio 2015.
 SILVA, Érika Moura e; SANTOS, Rafael Baltazar Gomes dos. Defesa de mérito direta e indireta. Disponível em: <http://www.blogladodireito.com.br/2013/03/defesa-de-merito-direta-e-indireta.html#.VVkWHvlViko>. Acesso em: 17 de maio. 2015.
Disponivel em: <http://lauanybarbosa.blogspot.com.br/2012/08/direito-processual-civil-aula-03.html> Acesso em 14/05/2015.
Disponivel em: <http://institutoprocessus.com.br/2012/wp-content /uploads/2012/01/ resposta-do-r%C3%A9u.pdf> Acesso em 14/05/2015.

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