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RESUMO PSICOLOGIA ESCOLAR NP1

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Visão crítica em psicologia escolar contemplando a perspectiva histórica em que se deu a aproximação 
entre psicologia e educação. 
 
A escola tradicional, de base religiosa não precisava de psicologia, para acompanhar a prática educativa, 
acreditava que o ser humano era dotado de duas naturezas: uma essencialmente boa e construtiva e outra 
corrompida pelo pecado original. O professor deveria ser um modelo a ser seguido e a tarefa da educação 
era preservar o que há de bom no ser humano, através da disciplina, das regras rígidas, da vigilância. 
Escola Nova, assistimos a uma nova maneira de compreender a infância, embora continuasse a ser pensada 
como possuidora de uma dupla natureza, a criança passou a ser vista como naturalmente boa, desde o 
nascimento, mas era preciso evitar que pudesse vir a ser corrompida. 
Os vigilantes disciplinares da escola tradicional foram trocados pelos vigilantes do desenvolvimento 
(psicólogos e pedagogos). 
 
O professor passou a ser visto como um organizador de condições para uma aprendizagem ativa. O aluno era 
compreendido como sujeito ativo que construía seu próprio conhecimento e poderia escolher o que e quando 
aprender. A ênfase recaiu sobre o processo de aprendizagem, não se valorizava tanto os conteúdos escolares, 
o importante era aprender a aprender. 
A relação de cumplicidade estabelecida entre a Psicologia e a Educação pode vir a acontecer em outros 
termos de modo a superar as visões naturalizantes e patologizantes acerca da queixa escolar. Segundo a 
perspectiva crítica, a educação é processo social, que responde às necessidades dos grupos dominantes na 
sociedade. Ela não é neutra, nem desinteressada, visa á manutenção da estrutura social e das relações de 
poder. Assim, não é possível continuar pensando a educação como um processo natural de desenvolvimento 
de potencialidades existentes nos sujeitos. 
O psicólogo educacional deve atuar como um agente de promoção da saúde mental, para tanto é necessário 
considerar as dimensões ética e política da nossa prática. A dimensão ética se compõe pela solidariedade ao 
outro e a dimensão política pelo compromisso com a transformação social. Não é possível continuar 
indiferente frente à situação de miséria de muitos e de riqueza de poucos, frente à situação de exclusão, em 
que se encontra um grande número de crianças que não obtém sucesso em sua trajetória escolar. 
È necessário que se faça uma psicologia escolar e não uma psicologia do escolar, que se considerem os 
aspectos sociais, políticos e ideológicos que produzem o fracasso escolar e não que se continue a procurar 
exclusivamente no indivíduo que não aprende, no seu mundo interno, nas suas relações familiares as razões 
do não aprender. 
Marcos histórico: 
1- Colonização saberes psicológicos e educação = Período denominado institucional. 
2- A psicologia e outros campos do conhecimento = A autonomização 
3- Desenvolvimento a escola nova e os psicologistas da educação = Consolidação 
4- Psicologia educacional e psicologia escolar = profissionalização 
5- O período da critica 
6- Psicologia educacional, escolar e a reconstrução. 
7- Virada do século novos rumos 
 
 
- Infelizmente a atuação do psicólogo escolar ainda limita-se ao sujeito encaminhado e não a rede de 
relações que subjazem a queixa escolar. 
- O psicólogo escolar tem que adotar uma postura ética frente às queixas escolares, revendo concepções e 
práticas medicalizantes. 
- Psicologia e Educação são ciências que se comunicam de forma bilateral: há contribuições de uma no 
campo de ação da outra: As propostas atuais de parceria entre Psicologia e Educação têm sido pensadas no 
sentido de conceber a escola também como um espaço social de construção de subjetividades. 
- Psicologia Educacional e Psicologia Escolar: São ligadas mas não idênticas, a 1° é a área do conhecimento, 
a 2° o campo de ação do profissional, realizando intervenções no espaço escolar. 
Atuação do psicólogo nas instituições educacionais: 
- O processo pedagógico vai se colocar como realidade principal. Todo o trabalho do psicólogo estará em 
função deste processo e para ele direcionado. 
- Faz-se necessária a escolha de técnicas que se adaptem aos limites que a intervenção psicológica terá, dada 
à realidade educacional. 
- O profissional da Psicologia estará sendo psicólogo porque estará utilizando o conhecimento da ciência 
psicológica para compreender e intervir, só que, neste caso, com o objetivo de promover saúde num espaço 
que é educacional. 
Psicometria = atuação do psicólogo na escola com base em um modelo clínico, considerado inadequado ante 
a complexidade do fenômeno do fracasso escolar. 
Cumplicidade ideológica: 
- A Psicologia não tem em suas relações com a Educação, analisado a educação como um processo social, 
nem a escola como uma instituição a serviço de interesses sociais. 
– A Psicologia vem legitimando a individualização do fracasso escolar, eximindo a escola e a sociedade de 
responsabilidade neste processo. 
Consequências da cumplicidade ideológica entre a Psicologia e a Pedagogia: 
– Currículo oculto = O professor transmite seus valores ocultos, durante o processo de ensino e tais valores, 
estão vinculados à classe dominante. 
– Noção naturalizante que carrega o discurso ideológico. 
– Desvalorização do aluno como parceiro em um processo. 
– Maneira como se concebe e se lida com o erro. 
– Patologização da pobreza. 
Psicólogo está exercendo esta “cumplicidade ideológica” quando: Ao receber uma criança em seu consultório, 
aplica testes e envia um relatório à escola com o diagnóstico de hiperatividade. 
- Aceita, trabalhando em uma escola, disciplinar as classes que “dão trabalho”. 
- Entende que a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de um aluno cabe apenas a ele. 
 
Marginalidade: 
Os que vivem margem do processo educacional e da sociedade, a realidade da marginalização em relação à 
escolarização. Referindo-se aos indivíduos que de alguma forma estão excluídos de tal processo, por 
exemplo: as crianças em idade escolar que não têm acesso à educação, os que fracassam ou desistem nesse 
processo, os analfabetos. 
Teorias educacionais em dois grandes grupos: as teorias não críticas e as teorias crítico-reprodutivistas. 
- Segundo o autor as teorias educacionais se diferem sobre a superação da marginalidade. Onde um grupo 
entende a escola é um instrumento de superação da marginalidade e o outro grupo afirma que a escola é 
produtora da marginalização. 
Não críticas: busca a integração dos indivíduos, a igualdade entre eles. Assim sendo, a marginalidade é um 
fenômeno acidental, individual, um desvio a ser corrigido. A educação é um instrumento capaz de corrigir 
tal desvio, de auxiliar na superação da marginalidade garantindo a construção de uma sociedade igualitária. 
Crítico-reprodutivistas: concebem a sociedade como sendo composta por classes sociais divergentes, que 
disputam o poder, possuem interesses e visões de mundo diferentes A marginalidade é compreendida como 
um fenômeno inerente á própria estrutura social. Pensa a educação como um instrumento a favor da 
manutenção da estratificação social, seu papel é reforçar a dominação dos grupos que detêm o poder, é a 
reprodução das desigualdades sociais. Pensando dessa forma o fracasso (do) escolar é na verdade o êxito da 
escola. 
No grupo das teorias não críticas encontramos a pedagogia tradicional, a pedagogia nova e a pedagogia 
tecnicista. 
Pedagogia tradicional: Sua organização inspirou o principio de que “a educação é direito de todos e dever 
do estado” 
A marginalidade é identificada com a ignorância, o marginalizado é quem não é esclarecido. 
O papel da escola, no sentido de superar a marginalização, é transmitir informação que deveser acumulada, 
armazenada pelo aluno. 
O professor é o centro do processo de ensino, o aluno deve assimilar o conhecimento selecionado e 
transmitido pelo professor. 
 Porém nem todos os indivíduos tinham acesso à escola, dentre os que tinham acesso à escola nem todos 
foram bem sucedidos e dentre os bem sucedidos nem todos se ajustavam à sociedade que se pretendia 
construir. 
A educação se torna um ato de depositar, onde o educador detém todo poder, todo conhecimento. 
Questão central aprender. 
 
 
 
Pedagogia nova: Teoria pedagógica baseada nos princípios da biologia e da psicologia acredita-se que cada 
individuo é único. Portanto, marginalizado é o rejeitado, aquele que pelas suas diferenças não é aceito pelo 
grupo. Assim, o papel da educação é contribuir para a construção de uma sociedade que aceite a diferença 
individual, cujos membros se respeitem mutuamente. 
 O professor deve ser um estimulador, um orientador da aprendizagem cuja principal iniciativa deve 
ser do aluno, não há preocupação com o conteúdo pedagógico, mas com o processo de aprendizagem, o 
importante é aprender a aprender. 
 O tipo de escola proposto implicava em custos mais elevados que a escola tradicional um dos 
motivos pelos quais ela não altera positivamente o panorama educacional na rede pública de ensino, mas 
aprimora a qualidade de ensino destinado às elites. 
Questão central aprender a aprender. 
Pedagogia tecnicista: Critica a pedagogia traticional e a pedagogia nova, o foco é no processo 
educativo. 
A escola deve treinar os indivíduos para a execução das tarefas demandadas pelo social, deve ensinar a 
fazer. Nesse contexto marginalizado é o incompetente, o improdutivo. 
 A pedagogia tecnicista ao tentar transpor para a educação a forma de funcionamento do sistema fabril 
perdeu de vista a especificidade da educação. 
Destaca a importância do planejamento educacional considerando a abordagem comportamental como base 
científica para a elaboração de estratégias de ensino. 
Questão central: Aprender a fazer 
Dentro das teorias crítico-reprodutivistas encontramos a teoria da violência simbólica, a teoria do 
aparelho ideológico do estado e a teoria da escola dualista. 
TEORIA DA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: 
Todas as sociedades organizam-se como um sistema de relações de força material entre grupos e classes. À 
violência material (dominação econômica) corresponde a violência simbólica (dominação cultural). 
A violência simbólica se manifesta pela imposição ideológica, pela formação de opinião pública, pelos 
meios de comunicação, pela pregação religiosa, pela propaganda, moda, educação familiar, etc. 
 A ação pedagógica é uma imposição arbitrária da cultura dos dominantes aos dominados. Não há 
superação das desigualdades pela educação. A escola não é espaço de luta pela transformação social. Nesse 
sentido, marginalizados são os grupos dominados. 
A violência simbólica: se manifesta por meio da Ação pedagógica (AP), Autoridade pedagógica (Aut. P) e 
do Trabalho pedagógico (TP). 
 
 
 
TEORIA DO APARELHO IDEOLÓGICO DO ESTADO (AIE): Para a manutenção do poder e da 
estrutura social o Estado conta com aparelhos repressivos (Governo, Polícia, Exército, Prisões, etc.) e 
ideológicos (religioso, escolar, familiar, sindical, informativo, cultural). 
 A escola, enquanto aparelho ideológico do Estado reproduz as relações do capitalismo, busca impor 
aos alunos a ideologia da burguesia no intuito de manter sua dominação. 
 A escola pode vir a ser um espaço para a luta de classes, no entanto Althusser acredita que essa será 
uma luta heroica e inglória. Para essa teoria marginalizada é a classe trabalhadora, cuja força de trabalho é 
explorada pelos capitalistas. 
TEORIA DA ESCOLA DUALISTA: a escola está dividida em duas grandes redes que correspondem á 
classe social da burguesia e do proletariado. A educação cumpre duas funções básicas: formação da força de 
trabalho e imposição da ideologia burguesa. A escola é um instrumento de luta da burguesia contra o 
proletariado. Nesse sentido, marginalizado é o proletariado. 
 Admite a existência da ideologia do proletariado que tem origem fora da escola, nas massas operárias 
e em suas organizações. A luta de classes se trava nas relações de produção e de exploração. 
Pedagógicas do microensino, do telensino, da instrução programada, ou das máquinas de ensinar: 
- São produto de uma reflexão pedagógica a qual acredita que marginalizado é aquele que é incompetente, 
ineficiente ou improdutivo do ponto de vista da sociedade. 
Análise crítica de algumas políticas públicas na educação brasileira. 
Reformas que foram sendo implantadas ao longo dos anos: ciclo básico, classes de aceleração, progressão 
continuada e os programas de inclusão. 
Embora algumas das propostas não tenham vindo para ficar, por exemplo: as classes de aceleração, nesse 
sentido, interessante é observar como, em cada diferente momento da educação, os indivíduos foram se 
apropriando dessas mudanças e o resultado de cada uma delas no processo educacional. 
Como as escolas recebem as mudanças que são impostas pelo governo? 
Para que a transformação ocorra é necessário que a novidade possa “entrar em harmonia com o campo de 
significações da cultura receptora”. Assim, não basta que o Estado determine estas ou aquelas 
transformações, a vontade estatal inevitavelmente vai encontrar a vontade popular, o que significa dizer que 
muitas vezes a intenção das reformas propostas é uma e a realidade, o que realmente acontece nas escolas, é 
outra. 
E é dentro desse contexto que muitas vezes professores e diretores são atropelados por mudanças 
intempestivas nas diretrizes administrativas e pedagógicas. 
PROPOSTA DO CICLO BÁSICO: Visava eliminar a repetência nas séries iniciais do ensino 
fundamental, estava organizada como ciclo básico inicial, não deveria haver reprovação durante os ciclos. 
Era uma proposta de base construtivista, que colocava o aluno como sujeito do processo de aprendizagem. 
 
 
 
CLASSES DE ACELERAÇÃO: Como o intuito de resolver o problema de defasagem idade-série. Afinal, 
a reprovação aumento o custo da educação para o Estado. 
 De um lado, o modo como aconteceu o processo contribuiu para a diminuição da qualidade do 
ensino e ao reunir na mesma classe todos os “alunos indesejáveis” tais classes passaram a ser vistas como 
perigosas, acirrando assim o preconceito e a discriminação para com os alunos. Por outro lado, barateou os 
custos e melhorou as estatísticas educacionais que passaram a apresentar uma diminuição no índice de 
repetência. 
PROGRESSÃO CONTINUADA: Proposta desenvolvida originalmente com a intenção de, ao eliminar a 
repetência, possibilitar condições de igualdade, em hipótese o aluno teria mais tempo para dominar os 
conteúdos. Pelo modo como foi implantada, gerou o caos, por exemplo, havia (e ainda há) alunos que 
chegavam na 5ª série ou na 6ª série, completamente analfabetos. 
PROGRAMAS DE INCLUSÃO: Camuflado pelo discurso oficial que proclamava o direito universal à 
educação, os alunos com necessidades especiais foram colocados em sala de aula regular, isto sem o devido 
cuidado e preparo da comunidade e dos profissionais que trabalhavam com estas crianças. 
OS MITOS E PRECONCEITOS ACERCA DA CRIANÇA QUE NÃO APRENDE. 
Quando um juízo provisório é refutado pelo confronto com a realidade e mesmo assim permanece inalterado 
não estamos mais diante de um juízo provisório, mas de um preconceito. “Dois afetos podem nos ligar a 
uma concepção, opinião, convicção: a fé e a confiança. O afeto do preconceito é a fé (...) a fé resiste sem 
abalos e sem conflitos ao pensamento e à experiência” 
Considerandoo que foi exposto é possível concluir que o preconceito se coloca como um obstáculo à 
transformação do sistema educacional. Vários são os preconceitos existentes na escola, um deles é atribuir 
às características inatas, biológicas, da criança as causas do fracasso escolar. A escola é uma instituição, que 
atende a determinados interesses políticos e sociais, ao olhamos apenas para o aluno desconsiderando toda 
rede de relações e interesses que estão em jogo na escola estamos na verdade culpabilizando a própria 
vítima, no caso o aluno. 
O deslocamento da discussão acerca das causas dos problemas de aprendizagem das questões político-
pedagógico para as questões médicas é chamado de medicalização do processo ensino-
aprendizagem. Sugere-se também o termo patologização na medida em que outros profissionais 
(psicólogos, fonoaudiólogos, etc.) possam estar envolvidos. 
O preconceito da desnutrição. 
Em linhas gerais as pesquisas mostram que a desnutrição grave, no início da vida e de longa duração pode 
vir a comprometer o raciocínio abstrato superior. 
 Vejamos algumas das conclusões das autoras do texto acerca de tal questão: 
queixas escolares. O raciocínio abstrato que poderia vir a ser comprometido pela desnutrição não é condição 
para que a criança se alfabetize, basta o raciocínio operatório concreto. 
 
Sem respaldo científico, relacionarmos desnutrição com fracasso escolar nada mais é que preconceito. 
 
 
O preconceito das “disfunções neurológicas”. 
Considera-se como disfunções neurológicas a disfunção cerebral mínima, o distúrbio de déficit de atenção e 
hiperatividade, o distúrbio de aprendizagem, a dislexia, etc. 
Dessa forma, ao contrário do que aconteceu com o preconceito acerca da desnutrição, o preconceito acerca 
das disfunções neurológicas foi encontrado naquilo que foi divulgado como ciência. 
A autoridade da Ciência pode gerar consequências: negativas porque em nome do desenvolvimento de 
conhecimentos científicos sobre as causas dos problemas de aprendizagem, a ideologia tem sido camuflada 
facilitando a incorporação de preconceitos à cotidianidade. 
- Estatisticamente o Brasil tem atingindo a meta do número de alunos na escola, mas não estamos atingindo 
a meta de aprendizagem, já que não temos uma escola que considera realmente as diferenças. 
 
O papel do psicólogo na escola, no sentido de promover reflexão sobre as práticas e favorecer 
transformações. 
Atua junto aos vários segmentos envolvidos no processo educacional: professores, diretores, funcionários, 
pais e alunos. 
Com os professores e diretores pode, por exemplo, trabalhar nos programas de formação continuada, montar 
grupos de estudo, auxiliar na avaliação e implantação de programas de ensino. Com os pais pode fazer 
orientações, estimular a participação na vida escolar, etc. Desenvolve ações voltadas aos alunos com 
defasagem escolar, problemas de relacionamento, orientação profissional, entre outros. Também pode 
trabalhar com educação especial, assessoria e consultoria para as escolas. Em linhas gerais o objetivo final 
de seu trabalho é a garantia do desenvolvimento das habilidades da criança. 
Há também alguns espaços que não são de atuação do psicólogo escolar, por exemplo: os métodos de 
ensino, as técnicas de alfabetização são do espaço pedagógico. Há aspectos psicológicos que não devem ser 
abordados: a relação da professora com a própria mãe, por exemplo. 
O objetivo do trabalho do psicólogo na escola é abrir um espaço para a circulação das falas e, 
principalmente, para romper com os discursos cristalizados. 
Promover discussões coletivas que busquem viabilizar as disposições de cada membro do grupo para 
participação nos projetos da escola; 
Buscar referências para a sua atuação em pesquisas que estudaram os aspectos psicológicos envolvidos na 
organização escolar; 
Análise crítica acerca dos instrumentos de intervenção. 
No modelo clínico tradicional o objeto de análise é a criança, nesse sentido busca-se compreender o que ela 
tem, o problema está na criança, nas suas relações familiares, no seu mundo interno. Em concordância com 
esse paradigma, para a avaliação da queixa escolar, algumas ações são realizadas, tais como: entrevista com 
os pais, anamnese, sessões lúdicas com a criança, aplicação de testes, diagnóstico, prognóstico, entrevista 
devolutiva com os pais, encaminhamento para tratamento. 
 Pensar o processo de avaliação da queixa escolar em harmonia com o modelo preventivo requer uma 
mudança paradigmática. Observem que ao alterarmos nosso paradigma alteramos nosso olhar e 
consequentemente as nossas ações. Assim, se no modelo preventivo o objeto de análise passa a ser o 
contexto das relações que produzem o fenômeno (não aprender) o objetivo do nosso trabalho será intervir 
no processo de produção da queixa escolar para rompê-lo. 
Intervenção do Psicólogo pautada pela perspectiva crítica - como interlocutor qualificado, levantando 
diferentes versões sobre as questões escolares com pais, educadores e alunos, discutindo com tais 
protagonistas as possibilidades de intervenção. 
“avaliação psicológica não escola: mudanças necessárias” - propõe os seguintes passos para a avaliação das 
crianças encaminhadas pela escola: 
Analisar os bastidores dos encaminhamentos, conhecer sobre a trajetória escolar das crianças encaminhadas. 
- Ouvir as versões de todos os envolvidos, crianças, professores, pais. 
- Realizar encontros grupais com as crianças, depois individuais e encontro grupal com professores. 
- Apresentar relatório final aos interessados. 
 
Medicalização: observa-se uma ênfase na medicalização da educação, ao se classificarem como patologia 
aspectos da singularidade do indivíduo. 
Processo de transformar questões não medicas, como as sociais, em questões medicas.

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