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[MDM] Apostila DE QUESTOES (Parte 1) - ENEM - Literatura (1)

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Questões resolvidas

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@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
1 
INTRODUÇÃO À LITERATURA 
 
01. Leia o texto abaixo: 
 
Enfermo a 14 de novembro, na segunda-feira o 
velho Lima voltou ao trabalho, ignorando que no 
entretempo caíra o regime. Sentou-se, e viu que tinham 
tirado da parede a velha litografia representando D. 
Pedro de Alcântara. Como na ocasião passasse um 
contínuo, perguntou-lhe: 
 
– Por que tiraram da parede o retrato de sua 
majestade? 
O contínuo respondeu, num tom lentamente 
desdenhoso: 
– Ora, cidadão, que fazia ali a figura do Pedro Banana? 
– Pedro Banana! – repetiu raivoso o velho Lima. 
E sentando-se, pensou com tristeza: 
– Não dou três anos para que isto seja uma república! 
 
(Arthur de Azevedo. Vidas Alheias (1901). In: Lilia Moritz Schwarcz. 
As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 470) 
 
Este texto literário indica: 
 
a) os conflitos de uma sociedade em transição, que 
passava por mudanças na configuração da mão de 
obra e no cenário econômico, assim como intensa 
disputa entre as elites pelo controle do poder 
governamental. 
 
b) as mudanças sociais trazidas pela guerra contra o 
Paraguai, com a vitória brasileira fortalecendo a 
monarquia e ampliando o apoio ao imperador, inclusive 
entre setores populares. 
 
c) a intensa participação popular no golpe militar que 
marcou o final da monarquia e o início da república, 
bastante valorizada pelos intelectuais do período. 
 
d) as dinâmicas que caracterizaram esse período de 
transição, com as mudanças políticas acontecendo 
desvinculadas do cenário social e econômico. 
 
02. Leia o texto abaixo: 
 
Sangrando espuma 
 
 Parou de chover e a baía de Angra está deserta. A 
superfície do mar é lâmina mesclada de verde e cinza 
onde a luz do sol, refletida, cria um céu cheio de 
estrelas. Ao fundo, ilhas e montanhas com suas 
escarpas cobertas, ainda, pela vegetação atlântica, 
formam um degradê que se esbate em direção ao 
infinito. Ouço o barulho de um motor. Surge no 
horizonte uma pequena lancha. Corta a superfície 
espelhada, que sangra espuma. A princípio aquilo me 
agride. Mas depois reconheço que há beleza nessa 
intervenção do homem. São os nossos rastros. 
 
 (SEIXAS, H. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra 
Bazar Editorial, 2010.) 
 
 Um texto literário possibilita, na maioria das vezes, 
leitura polissêmica. Sobre leituras desse texto, assinale 
a que NÃO é possível. 
 
a) Entre superfície do mar e lâmina a característica 
comum é a espessura; entre superfície do mar e céu, é 
o brilho. 
 
b) Desde o início do conto, o eu lírico percebe que os 
elementos da natureza se encontram em desequilíbrio. 
 
c) A sequência descritiva no início do conto mostra ao 
leitor que, antes de a lancha surgir, havia tranquilidade. 
 
d) O atrito da lancha com a superfície do mar provoca 
movimentos da água, comparados a ferimentos, por 
isso usou-se o verbo sangrar. 
 
03. Leia o texto abaixo: 
 
A democratização do acesso fez bem à última 
edição da Festa Literária Internacional de Pernambuco 
– FLIPORTO, que pela primeira vez não cobrou 
ingresso para o seu congresso literário. Quem circulou 
por Olinda no feriadão da Proclamação da República 
pôde conferir o comparecimento de um público mais 
diversificado e curioso pela leitura. 
 
Este texto foi publicado, em 24.11.2013, no Jornal 
do Commercio. Não tem crédito de autoria. Pelas suas 
características, trata- se de 
 
a) Texto literário de crítica 
b) Texto literário informativo 
c) Texto não literário de ensaio 
d) Texto não literário informativo 
e) Texto literário crônica 
 
04. Assinale a alternativa que apresenta a 
característica inerente ao texto literário: 
a) Inconsistência do plano da expressão. 
b) Criação de denotações. 
c) Padrão formal rígido. 
d) Plurissignificação. 
 
05. Uma das características do texto literário é a 
intocabilidade da organização linguística, que 
garante que se: 
 
a) evite alterações lexicais ou sintáticas no texto, pois 
alteram seu sentido. 
 
b) respeite os limites do texto literário, evitando temas 
sociais e engajados. 
 
c) atinja um público leitor mais experiente, por se tratar 
de textos canônicos. 
 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
2 
d) mantenha o formato determinado pelo gênero, 
respeitando seu padrão. 
 
06. Leia o texto abaixo: 
 
Em geral, a leitura por prazer associa-se à leitura 
de literatura. É natural que isso aconteça, pois os textos 
literários, cada um em seu nível e no nível adequado 
dos alunos poderão “enganchá-los” com maior 
probabilidade. Entretanto, também é muito frequente 
que a leitura de um texto literário seja associada ao 
trabalho sobre esses textos – questionários de 
comentário de textos, análise da prosa etc. – que, por 
outro lado, é totalmente necessário. 
 
(Isabel Solé, Estratégias de leitura, 1998) 
 
Segundo a autora: 
 
a) os textos literários precisam ser fáceis para poderem 
ser lidos pelos alunos. 
 
b) além de propiciarem o prazer de ler, textos literários 
também são objetos de ensino. 
 
c) o prazer da leitura ocorre porque os textos poéticos 
são mais adequados às crianças. 
 
d) é desaconselhável realizar atividades de leitura e 
escrita sobre textos literários. 
 
e) somente textos literários adequados aos alunos 
poderão resultar em prazer estético. 
 
07. Sobre CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO, NÃO há 
conotação em: 
a) A multidão mergulhou sobre ele. 
b) Lembro-me de estar inteiro, de coração, numa 
angústia enorme 
c) era difícil explicar a jornalistas europeus a acusação 
deque teria ofendido um intérprete de sereias 
d) este novo palco tem o poder de juntar em poucos 
minutos largos milhares de pessoas, todas aos gritos 
08. Um texto do teólogo, escritor, filósofo e 
professor universitário brasileiro Leonardo Boff 
possui o título de “O preço de não escutar 
natureza” 
A palavra preço é empregada em sentido figurado que 
confere maior expressividade às ideias do autor. 
Evidencia-se CONOTAÇÃO também em: 
a) Meu marido jamais foi trabalhar com a roupa mal 
passada. 
b) Castro Alves escreveu poemas em defesa da 
abolição da escravatura. 
c) Na parede da memória essa lembrança é o quadro 
que me dói mais 
d) O muro não era alto e bastava esticar o braço para 
arrancar a espiga. 
09. As palavras de uma língua podem ser usadas 
com sentido próprio ou figurado, dependendo do 
contexto de que fazem parte. Tem-se uma palavra 
usada em sentido figurado no fragmento: 
a) “Sem perceber, fazemos publicidade gratuitamente 
ao usar roupas, sapatos, bolsas e outros objetos com 
etiquetas visíveis.” 
b) “É preciso esclarecer que propaganda e publicidade 
são dois termos que geralmente se confundem.” 
c) “Também chama a nossa atenção em bancos, 
escritórios, hospitais, restaurantes, cinema e outros 
lugares públicos.” 
d) “..não teria sido possível sem que o bombardeio 
incessante da publicidade tente nos convencer…” 
10. Analise as frases abaixo e identifique com 
denotativo ( D ) a(s) que tiver(em) expressões com 
sentido literal e com conotativo ( C ) a(s) que 
tiver(em) expressões com sentido figurado. 
( ) Muito se diz sobre o combate à violência, porém, 
levando ao pé da letra, combater significa guerrear, 
bombardear, batalhar, o que não traz um conceito 
correto para se revogar a mesma. 
( ) A violência é um problema social que está presente 
nas ações dentro das escolas e se manifesta de 
diversas formas entre todos os envolvidos no processo 
educativo. 
( ) A violência estampada nas ruas das cidades, a 
violência doméstica, os latrocínios, os contrabandos, os 
crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder 
a credibilidade em uma sociedade justa e igualitária 
(…). 
( ) Afinal, a credibilidade e a confiança são as melhores 
formas de mostrar para crianças e jovens que é 
possível vencer os desafios e problemas que a vida 
apresenta.e 
outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já 
não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos 
gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem 
serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; 
eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: 
música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de 
fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo. 
 
AZEVEDO, A. O Cortiço . São Paulo: Ática, 1983 (fragmento). 
 
No romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, as 
personagens são observadas como elementos 
coletivos caracterizados por condicionantes de origem 
social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o 
confronto entre brasileiros e portugueses revela 
prevalência do elemento brasileiro, pois 
 
a) destaca o nome de personagens brasileiras e omite 
o de personagens portuguesas. 
b) exalta a força do cenário natural brasileiro e 
considera o do português inexpressivo. 
c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que 
cala o fado português. 
d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à 
tristeza dos portugueses. 
e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com 
instrumentos musicais. 
 
SIMBOLISMO & PARNASIANISMO 
 
01. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo: 
 
Abrimos o Brasil a todo o mundo: mas queremos que o 
Brasil seja Brasil! Queremos conservar a nossa raça, a 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
19 
nossa história, e, principalmente, a nossa língua, que é 
toda a nossa vida, o nosso sangue, a nossa alma, a 
nossa religião. 
 
BILAC, O. Últimas conferências e discursos. Rio de 
Janeiro: Francisco Alves, 1927 
 
Nesse trecho, Olavo Bilac manifesta seu engajamento 
na constituição da identidade nacional e linguística, 
ressaltando a 
 
a) transformação da cultura brasileira. 
b) religiosidade do povo brasileiro. 
c) abertura do Brasil para a democracia. 
d) importância comercial do Brasil. 
e) autorreferência do povo como brasileiro. 
 
02. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo: 
 
Vida obscura 
 
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, 
ó ser humilde entre os humildes seres, 
embriagado, tonto de prazeres, 
o mundo para ti foi negro e duro. 
 
Atravessaste no silêncio escuro 
a vida presa a trágicos deveres 
e chegaste ao saber de altos saberes 
tornando-te mais simples e mais puro. 
 
Ninguém te viu o sentimento inquieto, 
magoado, oculto e aterrador, secreto, 
que o coração te apunhalou no mundo, 
 
Mas eu que sempre te segui os passos 
sei que cruz infernal prendeu-te os braços 
e o teu suspiro como foi profundo! 
 
SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961. 
 
Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo 
brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu lirismo uma 
sensibilidade em conflito com a realidade vivenciada. 
No soneto, essa percepção traduz-se em 
 
a) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela 
discriminação. 
b) tendência latente ao vício como resposta ao 
isolamento social. 
c) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas 
degradantes. 
d) frustração amorosa canalizada para as atividades 
intelectuais. 
e) vocação religiosa manifesta na aproximação com a 
fé cristã. 
 
03. (ENEM 2013) Leia o texto abaixo: 
 
Mal secreto 
 
Se a cólera que espuma, a dor que mora 
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, 
Tudo o que punge, tudo o que devora 
O coração, no rosto se estampasse; 
Se se pudesse, o espírito que chora, 
Ver através da máscara da face, 
Quanta gente, talvez, que inveja agora 
Nos causa, então piedade nos causasse! 
Quanta gente que ri, talvez, consigo 
Guarda um atroz, recôndito inimigo, 
Como invisível chaga cancerosa! 
Quanta gente que ri, talvez existe, 
Cuja ventura única consiste 
Em parecer aos outros venturosa! 
 
CORREIA. R In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo 
Correia. Brasilia: AFhambra, 1995. 
 
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal 
e racionalidade na condução temática, o soneto de 
Raimundo Correia reflete sobre a forma como as 
emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na 
concepção do eu lírico, esse julgamento revela que: 
 
a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o 
indivíduo a agir de forma dissimulada. 
b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando 
compartilhado por um grupo social. 
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças 
neutraliza o sentimento de inveja. 
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a 
apiedar-se do próximo. 
e) a transfiguração da angústia em alegria é um 
artifício nocivo ao convívio social. 
 
04. (ENEM 2019) Leia o texto abaixo: 
 
A 
 
Esbraseia o Ocidente na agonia 
O sol... Aves em bandos destacados, 
Por céus de ouro e púrpura raiados, 
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... 
 
Delineiam-se além da serrania 
Os vértices de chamas aureolados, 
E em tudo, em torno, esbatem derramados 
Uns tons suaves de melancolia. 
 
Um mundo de vapores no ar flutua... 
Como uma informe nódoa avulta e cresce 
A sombra à proporção que a luz recua. 
 
 
 
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20 
A natureza apática esmaece... 
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua 
Surge trêmula, trêmula...Anoitece. 
 
CORRÊA, R. Disponível em: www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 13 
ago. 2017. 
 
Composição de formato fixo, o soneto tornou-se um 
modelo particularmente ajustado à poesia parnasiana. 
No poema de Raimundo Corrêa, remete(m) a essa 
estética 
 
a) as metáforas inspiradas na visão da natureza. 
b) a ausência de emotividade pelo eu lírico. 
c) a retórica ornamental desvinculada da realidade. 
d) o uso da descrição como meio de expressividade 
e) o vínculo a temas comuns à Antiguidade Clássica. 
 
05. Sobre as principais diferenças entre o 
Parnasianismo e o Simbolismo: 
 
I. Enquanto no Parnasianismo a linguagem é 
objetiva e culta, no Simbolismo a linguagem é 
vaga e fluida. 
 
II. O Simbolismo preza pelo subjetivismo, 
enquanto o Parnasianismo pelo objetivismo. 
 
III. O pessimismo é uma das características da 
poesia simbolista, enquanto na poesia 
parnasiana há contenção de sentimentos. 
 
Está correta a alternativa: 
 
a) I 
b) I e II 
c) I e III 
d) II e III 
e) I, II e III 
 
06. (CEFET – PA) Leia os versos: 
 
Esta, de áureos relevos, trabalhada 
De divas mãos, brilhantes copa, um dia, 
Já de aos deuses servir como cansada, 
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. 
Era o poeta de Teos que a suspendia. 
Então e, ora repleta ora esvaziada, 
A taça amiga aos dedos seus tinia 
Todas de roxas pétalas colmada. 
Alberto de Oliveira 
 
Assinale a alternativa que contém características 
parnasianas presentes no poema: 
 
a) busca de inspiração na Grécia Clássica, com 
nostalgia e subjetivismo; 
b) versos impecáveis, misturando mitologia clássica 
com sentimentalismo amoroso; 
c) revalorização das ideias iluministas e descrição do 
passado. 
d) descrição minuciosa de um objeto e busca de um 
tema ligado à Grécia antiga. 
e) vocabulário preciosista, de forte ardor sensual 
 
07. (ENEM 2010) Leia o texto a seguir. 
 
Cárcere das almas 
 
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, 
Soluçando nas trevas, entre as grades 
Do calabouço olhando imensidades, 
Mares, estrelas, tardes, natureza. 
Tudo se veste de uma igual grandeza 
Quando a alma entre grilhões as liberdades 
Sonha e, sonhando, as imortalidades 
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. 
Ó almas presas, mudas e fechadas 
Nas prisões colossais e abandonadas, 
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! 
Nesses silêncios solitários, graves, 
que chaveiro do Céu possui as chaves 
para abrir-vos as portas do Mistério?! 
 
Fonte: CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação 
Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993. 
 
Os elementos formais e temáticos relacionados com o 
contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema 
Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são: 
 
a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e 
direta, de temas filosóficos. 
 
b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em 
relação à temática nacionalista. 
 
c) o refinamento estético da forma poéticae o 
tratamento metafísico de temas universais. 
 
d) a evidente preocupação do eu lírico com a 
realidade social expressa em imagens poéticas 
inovadoras. 
 
e) a liberdade formal da estrutura poética que 
dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor 
de temas do cotidiano. 
 
GABARITOS OFICIAIS 
 
Gabarito - Introdução à Literatura 
A, B, D, D, A, B, C, C, B, C 
 
Gabarito - Quinhentismo 
C, C, C, C, C, D, C, E, C, B 
 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
21 
Gabarito - Barroco 
D, D, A, C, E, B, C, B, C, D 
 
Gabarito - Arcadismo 
C, B, A, E, E, C, C, C, D, A 
 
Gabarito - Romantismo 
E, C, B, D, A, E, E, D, A, B 
 
Gabarito - Realismo e Naturalismo 
A, C, A, C, A, B, D, A, A, C 
 
Gabarito - Simbolismo e Parnasianismo 
E, A, A, D, E, D, Ce narizes bem 
feitos; andam nus sem nenhuma cobertura; nem se 
importam de cobrir nenhuma coisa, nem de mostrar 
suas vergonhas.” Essa passagem pertence à Carta de 
Pero Vaz de Caminha, primeiro texto escrito no Brasil, 
no qual eram descritos a terra e o povo que a habitava. 
 
A respeito da Literatura Quinhentista, é correto afirmar 
que: 
a) Os textos dessa época têm grande valor literário. 
 
b) Registra apenas o choque cultural entre 
colonizadores e colonizados. 
 
c) Toda essa produção está diretamente relacionada 
à intenção de catequizar os selvagens. 
 
d) Os textos quinhentistas fazem parte do movimento 
literário intitulado Poesia PauBrasil. 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
5 
e) A literatura da época está relacionada ao espírito 
aventureiro da expansão marítima e comercial 
portuguesa. 
 
09. (EsPCEx) Assinale a alternativa correta em 
relação ao Quinhentismo brasileiro. 
 
a) É um período bastante produtivo da literatura 
brasileira, com importantes poetas exaltando as 
qualidades da nova terra. 
 
b) É o primeiro movimento literário ocorrido no Brasil, 
tendo como destaque o poeta Basílio da Gama. É 
uma escola de exaltação do sentimento de 
brasilidade. 
 
c) É um período em que não se pode falar numa 
literatura brasileira, e sim em literatura ligada ao 
Brasil mas que reflete as ambições e intenções do 
homem europeu. 
 
d) É composta de crônicas de viagem e de uma vasta 
produção jesuítica, com objetivos de descrever o 
interior do Brasil e converter índios e negros à fé 
católica. 
 
e) É uma fase inicial da nossa literatura, mas 
essencial para a formação cultural brasileira pela 
qualidade dos poemas e romances nela 
produzidos. 
 
10. (IFMT) Leia o texto abaixo: 
 
 “Ao delimitar e qualificar os momentos decisivos da 
formação literária brasileira, devemos procurar 
distinguir [...] manifestações literárias, de literatura 
propriamente dita, considerada aqui um sistema de 
obras ligadas por denominadores comuns [...] são, 
além das características internas (língua, temas, 
imagens), certos elementos de natureza social e 
psíquica, embora literariamente organizados, que se 
manifestam historicamente e fazem da literatura 
aspecto orgânico da civilização. Entre eles se 
distinguem: a existência de um conjunto de produtores 
literários, mais ou menos conscientes do seu papel; um 
conjunto de receptores, fornecendo os diferentes tipos 
de público, sem os quais a obra não vive; um 
mecanismo transmissor (de modo geral, uma 
linguagem, traduzida em estilos) que liga uns a outros. 
O conjunto dos três elementos dá lugar a um tipo de 
comunicação inter-humana, a literatura, que aparece, 
sob este ângulo como sistema simbólico. 
 
(CANDIDO, Antônio. A formação da literatura brasileira: momentos 
decisivos. 4. ed. São Paulo: Martins, 1971, v. 1, p. 23). 
 
De acordo com a leitura do texto acima, e a respeito 
das primeiras manifestações literárias no Brasil, analise 
os itens: 
I. No período colonial,, não tivemos uma literatura 
propriamente dita, e sim manifestações literárias que, 
no Brasil, surgem no Humanismo Português. 
 
II. Os textos no Brasil, no período colonial, tinham como 
características a sua praticidade: davam à Metrópole 
informações úteis para a colonização (Literatura de 
Informação) ou se prestavam a fins didáticos e 
religiosos (Literatura de Formação). 
 
III. Os maiores ícones de representação da Literatura 
de Formação foram os Pe. José de Anchieta e Manoel 
da Nóbrega, que se valiam do teatro e de textos em 
Tupi-Guarani para a catequese dos índios que aqui 
viviam. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) I, II e III. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I e II, apenas. 
 
BARROCO 
 
01. (ENEM 2009) Leia o texto abaixo: 
 
Lisongeia outra vez impaciente a retenção de sua 
mesma desgraça… 
 
Gregório de Matos 
 
Discreta e formosíssima Maria, 
Enquanto estamos vendo claramente 
Na vossa ardente vista o sol ardente, 
E na rosada face a Aurora fria: 
Enquanto pois produz, enquanto cria 
Essa esfera gentil, mina excelente 
No cabelo o metal mais reluzente, 
E na boca a mais fina pedraria: 
Gozai, gozai da flor da formosura, 
Antes que o frio da madura idade 
Tronco deixe despido, o que é verdura. 
Que passado o Zenith da mocidade, 
Sem a noite encontrar da sepultura, 
É cada dia ocaso de beldade. 
 
(CUNHA, H. P. Convivência maneirista e barroca na obra de Gregório 
de Matos. In: Origens da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro:Tempo 
Brasileiro, 79.p. 90) 
 
O Barroco é um movimento complexo, considerado 
como a arte dos contrastes. O poema de Gregório de 
Matos, que revela características do Barroco brasileiro, 
é uma espécie de livre-tradução de um poema de Luís 
de Góngora, importante poeta espanhol do século XVII. 
 
Fruto de sua época, o poema de Gregório de Matos 
destaca: 
 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
6 
a) a concepção de amor que se transforma em tormento 
da alma e do corpo do eu lírico. 
 
b) o uso de antíteses para distinguir o que é terreno e o 
que é espiritual na mulher. 
 
c) o contraste entre a beleza física da mulher e a 
religiosidade do poeta. 
 
d) o pesar pela transitoriedade da juventude e a certeza 
da morte ou da velhice. 
 
e) a regular alternância temática entre versos pares e 
ímpares. 
 
02. (ENEM 2012) Leia o texto abaixo: 
 
 
 
(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco 
Sudameris Brasil, 1989) 
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas 
vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem 
forte influência do rococó europeu e está representada 
aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom 
Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido 
em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente 
religiosa, sua obra revela: 
a) liberdade, representando a vida de mineiros à 
procura da salvação. 
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres 
de Minas Gerais. 
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a 
contemplação do divino. 
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com 
feições populares. 
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado 
nas obras divinas. 
03. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo: 
 
Sermão da Sexagésima 
 
Nunca na Igreja de Deus houve tantas 
pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se 
tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco 
o fruto? Não há um homem que em um sermão entre 
em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, 
não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim 
como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua 
palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. 
Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra 
de Deus tem hoje tantos pregadores, por que não 
vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, 
tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do 
sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim 
será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; 
a vós, que aprendais a ouvir. 
 
(VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2 . São Paulo: Edameris, 1965) 
 
No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira 
questiona a eficácia das pregações. Para tanto, 
apresenta como estratégia discursiva sucessivas 
interrogações, as quais têm por objetivo principal: 
 
a) provocar a necessidade e o interesse dos fiéis sobre 
o conteúdo que será abordado no sermão. 
 
b) conduzir o interlocutor à sua própria reflexão sobre 
os temas abordados nas pregações. 
 
c) apresentar questionamentos para os quais a Igreja 
não possui respostas. 
 
d) inserir argumentos à tese defendida pelo pregador 
sobre a eficácia das pregações. 
 
e) questionar a importância das pregações feitas pela 
Igreja durante os sermões. 
 
04. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo: 
 
Quando Deus redimiu da tirania 
Da mão do Faraó endurecido 
O Povo Hebreu amado, e esclarecido, 
Páscoa ficou da redenção o dia. 
 
Páscoa de flores, dia de alegria 
Àquele povo foi tão afligido 
O dia, em que por Deus foi redimido; 
Ergo sois vós, Senhor,Deus da Bahia. 
 
Pois mandado pela Alta Majestade 
Nos remiu de tão triste cativeiro, 
Nos livrou de tão vil calamidade. 
 
Quem pode ser senão um verdadeiro 
Deus, que veio estirpar desta cidade 
o Faraó do povo brasileiro. 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
7 
 
(DAMASCENO, D. Melhores poemas: Gregório de Matos. São 
Paulo: 2006) 
 
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de 
mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto 
de Gregório de Matos apresenta temática expressa por: 
 
a) visão cética sobre as relações sociais. 
b) preocupação com a identidade brasileira. 
c) crítica velada à forma de governo vigente. 
d) reflexão sobre dogmas do Cristianismo. 
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia. 
 
05. (ENEM 2015) Leia o texto: 
 
 
 
(ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 
1978) 
 
O contexto histórico e literário do período barroco- 
árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 
1975. A restauração de elementos daquele contexto 
por uma poética contemporânea revela que: 
 
a) a disposição visual do poema reflete sua dimensão 
plástica, que prevalece sobre a observação da 
realidade social. 
 
b) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, 
em fragmentos, fatos e personalidades da 
Inconfidência Mineira. 
 
c) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o 
desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma 
linguagem erudita. 
 
d) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes 
barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos 
estéticos e literários. 
 
e) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa 
linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido 
pelos inconfidentes. 
 
06. (UNICE) São características próprias do estilo 
Barroco: 
 
a) Oposição entre o mundo material e o espiritual, 
versos em tríades, teocentrismo. 
 
b) Gosto pelas inversões sintáticas, sugestão sonoras 
e cromáticas, conflito espiritual. 
 
c) Consciência da efemeridade do tempo (Carpe diem 
- Aproveite o dia), antítese, rima. 
 
d) Morbidez, exaltação da mulher amada, 
teocentrismo. 
 
e) Gosto por raciocínios complexos e intrincados, 
cantigas líricas, textos formais. 
 
07. (Mackenzie-SP) Leia o texto abaixo: 
 
Não é fácil viver entre os insanos. 
Erra quem presumir que sabe tudo, 
Se o atalho não soube dos seus danos. 
O prudente varão há de ser mudo, 
Que é melhor neste mundo o mar de enganos, 
Ser louco cos demais, que ser sisudo. 
Gregório de Matos 
 
A leitura dos versos acima permite o reconhecimento 
do “título” dado ao poema: 
 
a) Defende o poeta por seguro, necessário, e reto seu 
primeiro intento sobre satirizar os vícios. 
 
b) Chegando o poeta a Vila de San Francisco 
descreve os divertimentos, que ali passava, e em 
que se entretinha. 
 
c) Queixa-se o poeta em que o mundo vai errado, e 
querendo emendá-lo o tem por empresa dificultosa. 
 
d) A uma dama que lhe pediu os cabelos. 
 
e) A mesma Custódia mostra a diferença que há entre 
amar e querer. 
 
08. (EsPCEx SP-2017) Leia o texto abaixo: 
“Se gostas de afetação e pompa de palavras e do estilo 
que chamam culto, não me leias. Quando esse estilo 
florescia, nasceram as primeiras verduras do meu; mas 
valeu-me tanto sempre a clareza, que só porque me 
entendiam comecei a ser ouvido. (…) Esse 
desventurado estilo que hoje se usa, os que querem 
honrar chamam-lhe culto, os que o condenam chamam-
lhe escuro, mas ainda lhe fazem muita honra. O estilo 
culto não é escuro, é negro (…) e muito cerrado. É 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
8 
possível que somos portugueses e havemos de ouvir 
um pregador em português e não havemos de entender 
o que diz?!” 
Padre Antônio Vieira, nesse trecho, faz uma crítica ao 
estilo barroco conhecido como: 
a) antropocentrismo, caracterizado por mostrar o 
homem, culto e inteligente, como centro do 
universo. 
 
b) gongorismo, ao caracterizar-se por uma linguagem 
rebuscada, culta e extravagante. 
 
c) teocentrismo, caracterizado por padres escritores 
que dominaram a literatura seiscentista. 
 
d) conceptismo, por ser marcado pelo jogo de ideias, 
de conceitos, seguindo um raciocínio lógico. 
 
e) quevedismo, por utilizar-se de uma retórica 
aprimorada, a exemplo de seu principal cultor: 
Quevedo. 
 
09. (UEL/PR – 2001) O Barroco manifesta-se entre 
os séculos XVI e XVII, momento em que os 
ideais da Reforma entram em confronto com a 
Contra-Reforma católica, ocasionando no plano 
das artes uma difícil conciliação entre o 
teocentrismo e o antropocentrismo. A 
alternativa que contém os versos que melhor 
expressam este conflito é: 
 
a) Fábio, que pouco entendes de finezas! Quem faz 
só o que pode a pouco obriga: Quem contra os 
impossíveis se afadiga, A esse cede amor em mil 
ternezas. (Gregório de Matos) 
 
b) Um paiá de Monal, bonzo bramá, Primaz da 
Cafraria do Pegu, Que sem ser do Pequim, por ser 
do Açu, Quer ser filho do sol, nascendo cá. 
(Gregório de Matos) 
 
c) Pequei Senhor; mas não porque hei pecado, Da 
vossa alta clemência me despido; Porque quanto 
mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais 
empenhado. (Gregório de Matos) 
 
d) Luzes qual sol entre astros brilhadores, Se bem rei 
mais propício, e mais amado; Que ele estrelas 
desterra em régio estado, Em régio estado não 
desterras flores. (Botelho de Oliveira) 
 
e) Temerária, soberba, confiada, Por altiva, por 
densa, por lustrosa, A exaltação, a névoa, a 
mariposa, Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe 
enfada. (Botelho de Oliveira) 
 
10. (UFRS) Considere as seguintes afirmações 
sobre o Barroco brasileiro: 
 
 I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar 
dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que 
convivem tensamente na unidade da obra. 
 
II. O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia 
barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre 
povoado de pastoras e ninfas. 
 
III. A oposição entre Reforma e Contra-Reforma 
expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de 
que o Barroco se ocupa. 
 
Quais estão corretas: 
 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas I e III. 
e) I, II e III. 
 
ARCADISMO 
 
01. (UEL) Leia o texto abaixo: 
 
SONETO 
 
Obrei quanto o discurso me guiava, 
Ouvi aos sábios quando errar temia; 
Aos bons no gabinete o peito abria, 
Na rua a todos como iguais tratava. 
 
Julgando os crimes nunca os votos dava, 
Mais duro, ou pio do que a lei pedia: 
Mas devendo salvar ao justo ria, 
E devendo punir aos réu chorava. 
 
Não foram, Vila Rica, os meus projetos, 
Meter em ferro cofre cópia de ouro, 
Que farte aos filhos, e que chegue aos netos: 
 
Outras são as fortunas, que me agouro, 
Ganhei saudades, adquiri afetos, 
Vou fazer deste bens melhor tesouro. 
 
Analisando as características do poema, assinale o 
movimento literário ao qual ele pertence, bem como o 
seu autor: 
 
a) Romantismo, de autoria de Gonçalves Dias. 
b) Arcadismo, de autoria de Santa Rita Durão. 
c) Arcadismo, de autoria de Tomás Antônio Gonzaga. 
d) Simbolismo, de Alphonsus de Guimaraens. 
e) Romantismo, de autoria de Álvares de Azevedo. 
 
02. (ENEM 2008) Leia o texto abaixo: 
 
Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1) 
Aqui me torna a pôr nestes outeiros, 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
9 
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros 
Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4) 
 
Aqui estou entre Almendro, entre Corino, 
Os meus fiéis, meus doces companheiros, 
Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7) 
Atrás de seu cansado desatino. 
 
Se o bem desta choupana pode tanto, 
Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10) 
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, 
 
Aqui descanse a louca fantasia, 
E o que até agora se tornava em pranto (verso 13) 
Se converta em afetos de alegria. 
 
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos 
inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9. 
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e 
os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, 
assinalea opção correta acerca da relação entre o 
poema e o momento histórico de sua produção. 
a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira 
estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou 
seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico 
e fino”. 
 
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como 
núcleo do poema, revela uma contradição 
vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do 
mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra 
da Colônia. 
 
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é 
elemento estético do Arcadismo que evidencia a 
preocupação do poeta árcade em realizar uma 
representação literária realista da vida nacional. 
 
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a 
“Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária 
que reproduz a condição histórica paradoxalmente 
vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. 
 
e) A realidade de atraso social, político e econômico 
do Brasil Colônia está representada esteticamente 
no poema pela referência, na última estrofe, à 
transformação do pranto em alegria. 
 
03. Sobre o Arcadismo, estão corretas as seguintes 
proposições: 
I. Originou-se em Minas Gerais, e seu aparecimento 
tem relação direta com o grande crescimento urbano 
verificado, no século XVIII, nas cidades mineiras, cuja 
vida econômica girava em torno da extração de ouro. 
II. O Arcadismo foi uma manifestação artística que 
encontrou representantes também na música (o 
nascimento da ópera), na arquitetura (observa-se forte 
adesão ao estilo na construção de igrejas) e nas artes 
plásticas (destaque para as esculturas de Antônio 
Francisco Lisboa, o Aleijadinho). 
III. O conceptismo e o cultismo são características da 
linguagem árcade. No conceptismo, há o jogo de ideias, 
a concisão e a ordem para convencer por meio do 
raciocínio; no cultismo, há o uso excessivo de figuras 
de linguagem e jogo de palavras, recursos literários que 
tinham como objetivo evidenciar a habilidade verbal do 
escritor, 
IV. O movimento árcade tinha como principal intenção 
questionar a estética barroca, restabelecendo o 
equilíbrio, a harmonia e a simplicidade da literatura 
renascentista. Os primeiros árcades, jovens escritores 
portugueses, propuseram a eliminação dos 
rebuscamentos do Barroco, baseando-se nos preceitos 
do Iluminismo. 
V. No Brasil, o Arcadismo manifestou-se pela primeira 
vez no ano de 1768 e representou o que de melhor se 
fez culturalmente no período colonial brasileiro. “Obras 
Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa, foi a primeira 
publicação desse novo estilo que pretendia, acima de 
tudo, que sua poesia fosse apreciada pelo seu valor 
poético ou literário. 
a) I, IV e V. 
b) II e III. 
c) I, II e V. 
d) III e V. 
e) Apenas I está correta. 
 
04. (ENEM 2016) Leia o texto a seguir. 
 
Soneto VII 
 
Onde estou? Este sítio desconheço: 
Quem fez tão diferente aquele prado? 
Tudo outra natureza tem tomado; 
E em contemplá-lo tímido esmoreço. 
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço 
De estar a ela um dia reclinado: 
Ali em vale um monte está mudado: 
Quanto pode dos anos o progresso! 
Árvores aqui vi tão florescentes, 
Que faziam perpétua a primavera: 
Nem troncos vejo agora decadentes. 
Eu me engano: a região esta não era; 
Mas que venho a estranhar, se estão presentes 
Meus males, com que tudo degenera! 
 
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a 
contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma 
reflexão em que transparece uma 
 
a) angústia provocada pela sensação de solidão. 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
10 
b) resignação diante das mudanças do meio 
ambiente. 
 
c) dúvida existencial em face do espaço 
desconhecido. 
 
d) intenção de recriar o passado por meio da 
paisagem. 
 
e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da 
terra. 
 
COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. 
Acesso em: 7 jul. 2012 
 
05. (ITA) Uma das afirmações abaixo é incorreta. 
Assinale-a: 
 
a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela 
mitologia greco-romana, deuses e entidades 
pagãs. Mas esses mesmos deuses convivem com 
outros seres do mundo cristão. 
 
b) A produção literária do Arcadismo brasileiro 
constitui-se sobretudo de poesia, que pode ser 
lírico-amorosa, épica e satírica. 
 
c) O árcade recusa o jogo de palavras e as 
complicadas construções da linguagem barroca, 
preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita. 
 
d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, 
tem como assunto o descobrimento da Bahia, 
levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto de 
missionários e colonos português. 
 
e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por 
uma serpente, como prova de fidelidade e amor ao 
índio Cacambo, é trecho mais conhecido da obra O 
Uruguai, de Basílio da Gama. 
 
06. (UFRR) Sobre o Arcadismo, é correto afirmar 
que: 
 
a) Expressa a sociedade medieval, teocêntrica, de 
caráter servil e fortemente religioso. Ao mesmo 
tempo, é marcado pelo surgimento de formas de 
expressões artísticas de caráter popular, 
vinculadas a classes sociais consideradas 
“inferiores” à época; 
 
b) É marcado pelo rebuscamento das formas, pela 
riqueza de detalhes e pelos contrastes. 
Influenciado pela Contrarreforma, foi concebido 
como uma reação ao Renascimento; 
 
c) É também chamado de Neoclassicismo, surge 
como uma releitura do Renascimento (ou 
Classicismo), preconizando uma arte pautada pela 
observância das formas clássicas e dos ideais 
humanistas. O bucolismo e o pastoralismo podem 
ser citados como características do Estilo no Brasil; 
 
d) Surge como reação direta à arte e às concepções 
de mundo medievais, valorizando o passado greco-
latino e a explicação científica do mundo; é 
teocêntrico, em contraponto ao antropocentrismo 
difundido pela Igreja; 
 
e) É marcado pelo rebuscamento das formas, pela 
riqueza de detalhes e pelos contrastes. Expressa a 
sociedade medieval, teocêntrica, de caráter servil e 
fortemente religioso. Surge como reação direta à 
arte e às concepções de mundo medievais e é 
marcado pelo surgimento de formas de expressões 
artísticas de caráter popular, vinculadas a classes 
sociais consideradas “inferiores” à época. 
 
07. (FAG) Sobre o Arcadismo, é correto o que se 
afirma em: 
 
a) Nesse período o homem é regido pelas leis físico-
químicas, pela hereditariedade e pelo meio social. 
 
b) A poesia dessa época dá ênfase ao poder de 
vidência do artista. 
 
c) Destaca-se nessa fase certo gosto pelo equilíbrio, 
pela simplicidade e pela harmonia, a partir dos 
modelos clássicos antigos. 
 
d) Há nessa Escola Literária uma tendência à 
valorização do humor, com vistas a afugentar as 
circunstâncias desagradáveis da vida. 
 
e) Enfatiza-se na criação poética, desse momento, a 
utilização do valor sugestivo da música. 
 
08. (UFRR) Leia o poema de Tomás Antônio 
Gonzaga, transcrito a seguir, e marque a 
alternativa que aponta três características do 
Arcadismo brasileiro que nele podem ser 
observadas. 
 
Lira I 
 
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, 
Que viva de guardar alheio gado; 
De tosco trato, d’expressões grosseiro, 
Dos frios gelos, e dos sóis queimado. 
Tenho próprio casal, e nele assisto; 
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; 
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, 
E mais as finas lãs, de que me visto. 
Graças, Marília bela, 
Graças à minha Estrela! 
 
a) Vulgarização da figura da mulher; medievalismo; 
egocentrismo. 
 
b) Denúncia social; exaltação da vida no campo; 
temas urbanos. 
 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
11 
c) Exaltação da vida no campo; linguagem simples; 
pastoralismo. 
 
d) Temas urbanos; linguagem simples; medievalismo. 
 
e) Egocentrismo; pastoralismo; denúncia social. 
 
09. (UEMG) A Lira XIV, reproduzida a seguir, foi 
extraída da obra Marília de Dirceu, publicada em 
1792; já a canção Tempos Modernos pertence 
ao álbum homônimo, lançado em 1982: 
Lira XIV – parte I 
(...) Ornemos nossas testas com as flores. 
E façamos de feno um brando leito, 
Prendamo-nos,Marília, em laço estreito, 
Gozemos do prazer de sãos Amores. 
Sobre as nossas cabeças, 
Sem que o possam deter, o tempo corre; 
E para nós o tempo, que se passa, 
Também, Marília, morre. 
 
Tempos Modernos 
(Lulu Santos) 
(...) Hoje o tempo voa amor 
Escorre pelas mãos 
Mesmo sem se sentir 
Não há tempo 
Que volte amor 
Vamos viver tudo 
Que há pra viver 
Vamos nos permitir... 
 
Por meio de uma leitura comparativa entre os dois 
textos, é CORRETO afirmar que 
 
a) Apesar de o tempo ser sempre o mesmo em todas 
as épocas, na modernidade ele parece passar mais 
rápido; daí a urgência do amor, presente na canção 
contemporânea de Lulu Santos, mas ausente na 
lira de Gonzaga, do século XVIII. 
 
b) Embora os textos tratem do mesmo tema, eles se 
diferem quanto à abordagem adotada. Na lira de 
Gonzaga, prevalece a idealização amorosa e a 
relação com a natureza; na canção de Lulu Santos, 
por sua vez, prevalece a relação entre amor e 
tempo. 
 
c) Ambos os textos apontam para a necessidade de 
se viver o tempo presente, decorrente da brevidade 
da existência; na lira de Gonzaga, o amor é tratado 
de forma idealizada, ao passo que, na canção de 
Lulu Santos, ele é essencialmente carnal. 
 
d) Embora escritos em épocas distintas, os textos 
tratam do mesmo tema e utilizam a mesma 
estratégia: o eu-poético tenta persuadir a amada a 
gozar os amores no momento presente, com base 
no argumento da fugacidade do tempo e da 
impossibilidade de se recuperá-lo. 
 
10. (ENEM 2008) Leia o texto abaixo: 
 
Torno a ver-vos, ó montes: o destino 
Aqui me toma a pôr nestes outeiros, 
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros 
Pelo traje da Corte, rico e fino. 
Aqui estou entre Almendro, entre Corino, 
Os meus fiéis, meus doces companheiros, 
Vendo correr os míseros vaqueiros 
Atrás de seu cansado desatino. 
 
Se o bem desta choupana pode tanto, 
Que chega a ter mais preço, e mais valia 
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto. 
 
Aqui descanso a louca fantasia, 
E o que até agora se tornava em pranto 
Se converta em afetos de alegria. 
 
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos 
inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78/9. 
 
Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de 
Claudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao 
seu interlocutor. 
 
a) "Torno a ver-vos, ó montes: o destino" (v. 1) 
b) "Aqui estou entre Almendro, entre Corino," (v. 5) 
c) "Os meus fiéis, meus doces companheiros" (v. 6) 
d) "Vendo correr os míseros vaqueiros" (v. 7) 
e) "Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto" (v. l l) 
 
ROMANTÍSMO (PROSA E POESIA) 
 
01. (Limongi, 2023) No Brasil, o movimento literário do 
Romantismo se manifestou em três fases distintas, 
cada uma marcada por características próprias e 
influências culturais. A primeira fase, conhecida 
como Indianismo, destacou-se por explorar temas 
ligados à natureza exuberante e à figura do 
indígena. Na segunda fase, a Subjetividade e o Mal 
do Século foram temas recorrentes, refletindo uma 
visão mais introspectiva e melancólica. Por fim, a 
terceira fase trouxe uma maior complexidade 
temática, com a presença de elementos realistas e 
simbolistas. 
 
Após ler o texto, analise as afirmativas a seguir: 
 
I. A primeira fase do Romantismo, também chamada de 
Indianismo, foi influenciada pela busca por uma 
identidade nacional e pela valorização da natureza. 
 
II. A segunda fase do Romantismo destacou-se pela 
ênfase na subjetividade, no individualismo e na 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
12 
exaltação do "Mal do Século", representando uma visão 
mais pessimista da sociedade. 
 
III. A terceira fase do Romantismo no Brasil incorporou 
elementos realistas e simbolistas, caracterizando-se 
por uma abordagem mais complexa e diversificada de 
temas. 
 
IV. Álvares de Azevedo, poeta da segunda fase do 
Romantismo, é considerado um representante do Mal 
do Século, expressando em suas obras uma visão 
romântica marcada pela melancolia e pessimismo. 
 
V. O Indianismo, presente na primeira fase do 
Romantismo brasileiro, retratou os índios como seres 
selvagens, primitivos e distantes da civilização, 
contribuindo para a construção de uma imagem 
estereotipada. 
 
Qual das afirmativas acima estão corretas? 
 
a) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas I, IV e V estão corretas. 
d) Apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
02. (Limongi, 2023) Quais características foram 
marcantes no movimento literário do 
Romantismo brasileiro? 
 
a) Ênfase na objetividade e na razão, rejeitando a 
subjetividade. 
b) Valorização exclusiva da razão, com pouca 
expressão das emoções. 
c) Ênfase nas emoções, na subjetividade e na 
valorização da natureza. 
d) Desprezo pelas peculiaridades da sociedade 
brasileira. 
e) Prioridade na representação de temas estrangeiros 
em detrimento dos nacionais. 
 
03. (ENEM 2022) Leia o texto abaixo: 
 
A escrava 
 
 — Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos 
sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar 
como se possa sentir, e expressar sentimentos 
escravocratas, no presente século, no século 
dezenove! A moral religiosa e a moral cívica aí se 
erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que 
envenena a família no mais sagrado santuário seu, e 
desmoraliza, e avilta a nação inteira! Levantai os olhos 
ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e 
dizei-me: 
 
 — Para que se deu em sacrifício o Homem Deus, que 
ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não é 
verdade que seu sangue era o resgate do homem! É 
então uma mentira abominável ter esse sangue 
comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... 
Não vedes o abutre que a corrói constantemente!... Não 
sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a 
destrói? 
 
 Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela 
é, e será sempre um grande mal. Dela a decadência do 
comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de 
mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a 
lavoura: porque o seu trabalho é forçado. 
 
REIS, M. F. Úrsula outras obras, Brasília: Câmara dos 
Deputados, 2018 
 
Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o 
conto descortina aspectos da realidade nacional no 
século XIX ao 
 
a) revelar a imposição de crenças religiosas a 
pessoas escravizadas. 
 
b) apontar a hipocrisia do discurso conservador na 
defesa da escravidão. 
 
c) sugerir práticas de violência física e moral em nome 
do progresso material. 
 
d) relacionar o declínio da produção agrícola e 
comercial a questões raciais. 
 
e) ironizar o comportamento dos proprietários de terra 
na exploração do trabalho. 
 
04. (ENEM 2021) Leia o texto abaixo: 
 
 
 
MEIRELLES, V. Moema. Óleo sobre tela, 129 cm x 
190 cm. Masp, São Paulo, 1866. 
 
Disponível em: www.masp.art.br. Acesso em: 13 ago. 
2012 (adaptado). 
 
Nessa obra, que retrata uma cena de Caramuru, 
célebre poema épico brasileiro, a filiação à estética 
romântica manifesta-se na 
 
a) exaltação do retrato fiel da beleza feminina. 
 
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13 
b) tematização da fragilidade humana diante da 
morte. 
 
c) ressignificação de obras do cânone literário 
nacional. 
 
d) representação dramática e idealizada do corpo da 
índia. 
 
e) oposição entre a condição humana e a natureza 
primitiva. 
 
05. (ENEM 2020) Leia o texto abaixo: 
 
Seixas era homem honesto; mas ao atrito da 
secretaria e ao calor das salas, sua honestidade havia 
tomado essa têmpera flexível da cera que se molda às 
fantasias da vaidade e aos reclamos da ambição. 
 
Era incapaz de apropriar-se do alheio, ou de 
praticar um abuso de confiança; mas professava a 
moral fácil e cômoda, tão cultivada atualmente em 
nossa sociedade. 
 
Segundo essa doutrina, tudo é permitido em 
matéria de amor; e o interesse próprio tem plena 
liberdade, desde que se transija coma lei e evite o 
escândalo. 
 
ALENCAR, J. Senhora. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. 
Acesso em: 7 out. 2015. 
 
A literatura romântica reproduziu valores sociais em 
sintonia com seu contexto de mudanças. No fragmento 
de Senhora, as concepções românticas do narrador 
repercutem a 
 
a) resistência à relativização dos parâmetros éticos. 
 
b) idealização de personagens pela nobreza de 
atitudes. 
 
c) crítica aos modelos de austeridade dos espaços 
coletivos. 
 
d) defesa da importância da família na formação moral 
do indivíduo. 
 
e) representação do amor como fator de 
aperfeiçoamento do espírito. 
 
06. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo: 
 
Soneto 
 
Oh! Páginas da vida que eu amava, Rompei-vos! 
nunca mais! tão desgraçado!... Ardei, lembranças 
doces do passado! Quero rir-me de tudo que eu 
amava! 
 
E que doido que eu fui! como eu pensava Em mãe, 
amor de irmã! em sossegado Adormecer na vida 
acalentado Pelos lábios que eu tímido beijava! 
 
Embora — é meu destino. Em treva densa Dentro do 
peito a existência finda Pressinto a morte na fatal 
doença! 
 
A mim a solidão da noite infinda! Possa dormir o 
trovador sem crença. Perdoa minha mãe — eu te amo 
ainda! 
 
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996 
 
A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década 
de 1850, período conhecido na literatura brasileira 
como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força 
expressiva da exacerbação romântica identifica-se com 
o(a) 
 
a) amor materno, que surge como possibilidade de 
salvação para o eu lírico. 
 
b) saudosismo da infância, indicado pela menção às 
figuras da mãe e da irmã. 
 
c) construção de versos irônicos e sarcásticos, 
apenas com aparência melancólica. 
 
d) presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado 
pelo seu desejo de dormir. 
 
e) fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva 
a sentir um tormento constante. 
 
07. (ENEM 2021) Leia o texto abaixo: 
 
O laço de fita 
 
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores... 
Prendi meus afetos, formosa Pepita. 
 
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?! 
Não rias, prendi-me 
Num laço de fita. 
Na selva sombria de tuas madeixas, 
Nos negros cabelos de moça bonita, 
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem, 
 
Formoso enroscava-se 
O laço de fita. 
[...] 
 
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale 
Abrirem-me a cova... formosa Pepita! 
 
Ao menos arranca meus louros da fronte, 
E dá-me por c'roa... 
Teu laço de fita. 
 
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14 
 
ALVES, C. Espumas flutuantes. Disponível em: 
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015 (fragmento). 
 
Exemplo da lírica de temática amorosa de Castro Alves, 
o poema constrói imagens caras ao Romantismo. 
Nesse fragmento, o lirismo romântico se expressa na 
a) representação infantilizada da figura feminina. 
 
b) criatividade inspirada em elementos da natureza. 
 
c) opção pela morte como solução para as 
frustrações. 
 
d) ansiedade com as atitudes de indiferença da 
mulher. 
 
e) fixação por signos de fusão simbólica com o ser 
amado. 
 
08. (ENEM 2015) Leia o texto abaixo: 
 
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que 
atravessou o firmamento da corte como brilhante 
meteoro, e apagou-se de repente no meio do 
deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela 
dezoito anos quando apareceu a primeira vez na 
sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos 
com avidez informações acerca da grande novidade do 
dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a 
seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos 
malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia 
era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, 
viúva, 
D. Firmina Mascarenhas, que sempre a 
acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não 
passava de mãe de encomenda, para condescender 
com os escrúpulos da sociedade brasileira, que 
naquele tempo não tinha admitido ainda certa 
emancipação feminina. Guardando com a viúva as 
deferências devidas à idade, a moça não declinava um 
instante do firme propósito de governar sua casa e 
dirigir suas ações como entendesse. Constava também 
que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era 
desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia 
exercer maior influência em sua vontade, do que a 
velha parenta. 
 
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006. 
O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado 
em 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. 
Firmina Mascarenhas como "parenta" de Aurélia 
Camargo assimila práticas e convenções sociais 
inseridas no contexto do Romantismo, pois 
 
a) o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a 
mulher ao retratar a condição feminina na 
sociedade brasileira da época. 
b) o trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos 
sociais no enredo de seu romance. 
 
c) as características da sociedade em que Aurélia 
vivia são remodeladas na imaginação do narrador 
romântico. 
 
d) o narrador evidencia o cerceamento sexista à 
autoridade da mulher, financeiramente 
independente. 
 
e) o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito 
avançados para a sociedade daquele período 
histórico. 
 
09. (ENEM 2016) Leia o texto abaixo: 
 
Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos 
ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam n’alma como 
um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo 
enternecida e ufana por ouvir aquele altivo e indómito 
guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais 
submisso e mavioso amor, e respondeu-lhe cheia de 
emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para 
minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso 
do abacaxi. 
 
Elas fazem-me palpitar o coração como a flor que 
estremece ao bafejo perfumado das brisas da manhã. 
Tu me amas, bem o sei, e o amor que te consagro 
também não é para ti nenhum segredo, embora meus 
lábios não o tenham revelado. A flor, mesmo nas trevas, 
se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida 
entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao 
caminhante sequioso. 
 
Desde os primeiros momentos tu viste meu coração 
abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros 
raios do sol. 
 
GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: 
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015. 
 
O texto de Bernardo Guimarães é representativo da 
estética romântica. Entre as marcas textuais que 
evidenciam a filiação a esse movimento literário está 
em destaque a 
a) referência a elementos da natureza local. 
b) exaltação de Itajiba como nobre guerreiro. 
c) cumplicidade entre o narrador e a paisagem. 
d) representação idealizada do cenário descrito. 
e) expressão da desilusão amorosa de Guaraciaba. 
 
10. (ENEM 2015) Leia o texto abaixo: 
 
Do amor à pátria 
 
 
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São doces os caminhos que levam de volta à pátria. 
Não à pátria amada de verdes mares bravios, a mirar 
em berço esplêndido o esplendor do Cruzeiro do Sul; 
mas a uma outra mais íntima, pacífica e habitual — uma 
cuja terra se comeu em criança, uma onde se foi 
menino ansioso por crescer, uma onde se cresceu em 
sofrimentos e esperanças plantando canções, amores 
e filhos ao sabor das estações. 
 
MORAES, V. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 
1987. 
O nacionalismo constitui tema recorrente na literatura 
romântica e na modernista. No trecho, a representação 
da pátria ganha contornos peculiares porque 
a) o amor àquilo que a pátria oferece é grandioso e 
eloquente. 
 
b) os elementos valorizados são intimistas e de 
dimensão subjetiva. 
 
c) o olhar sobre a pátria é ingênuo e comprometido 
pela inércia. 
 
d) o patriotismo literário tradicional é subvertido e 
motivo de ironia. 
 
e) a natureza é determinante na percepção do valor 
da pátria. 
 
REALISMO & NATURALISMO 
 
01. (ENEM 2022) Leia o texto abaixo: 
 
Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos 
portais, um homem que veio vestir o cadáver, outro que 
tomou a medida do caixão, caixão, essa, tocheiros, 
convites,convidados que entravam, lentamente, a 
passo surdo, e apertavam a mão à família, alguns 
tristes, todos sérios e calados, padre e sacristão, rezas, 
aspersões d'água benta, o fechar do caixão, a prego e 
martelo, seis pessoas que o tomam da essa, e o 
levantam, e o descem a custo pela escada, não 
obstante os gritos, soluços e novas lágrimas da família, 
e vão até o coche fúnebre, e o colocam em cima e 
traspassam e apertam as correias, o rodar do coche, o 
rodar dos carros, um a um... Isto que parece um simples 
inventário eram notas que eu havia tomado para um 
capítulo triste e vulgar que não escrevo. 
 
ASSIS, M Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponivel em: 
www.dominiopublico.gov.br Acesso em: 25 jul 2022, 
 
O recurso linguístico que permite a Machado de Assis 
considerar um capítulo de Memórias póstumas de Brás 
Cubas como inventário é a: 
 
a) enumeração de objetos e fatos. 
b) predominância de linguagem objetiva. 
c) ocorrência de período longo no trecho. 
d) combinação de verbos no presente e no pretérito. 
e) presença de léxico da campo semântico de funerais. 
 
02. (ENEM 2022) Leia o texto abaixo: 
 
A senhora manifestava-se por atos, por gestos, e 
sobretudo por um certo silêncio, que amargava, que 
esfolava. Porém desmoralizar escancaradamente o 
marido, não era com ela.[..] 
 
As negras receberam ordem para meter no 
serviço a gente do tal compadre Silveira as cunhadas, 
ao fuso: os cunhados, ao campo, tratar do gado com os 
vaqueiros; a mulher e as irmãs, que se ocupassem da 
ninhada. Margarida não tivera filhos, e como os 
desejasse com a força de suas vontades tratava 
sempre bem aos pequenitos às mães que os estava 
criando. 
 
Não era isso. uma sentimentalidade cristã, uma 
ternura, era o egoísta e cru instinto da maternidade, 
obrando por mera simpatia carnal. Quanto ao pai do 
lote (refere-se ao Antônio) esse que fosse ajudar ao 
vaqueiro das bestas. Ordens dadas, o Quinquim 
referendava. Cada um moralizava o outro, para 
moralizar-se. 
 
No trecho do romance naturalista, a forma como o 
narrador julga comportamentos e emoções das 
personagens femininas revele influência do 
pensamento: 
 
a) capitalista, marcado pela distribuição funcional do 
trabalho. 
b) liberal, buscando a igualdade entre escravizadas e 
livres. 
c) científico, considerando o ser humano fenômeno 
biológico. 
d) religioso, fundamentado na fé e na aceitação dos 
dogmas do cristianismo. 
e) afetivo, manifesto na determinação de acolher 
familiares e no respeito mútuo. 
 
03. (ENEM 2022) Leia o texto abaixo: 
 
Com efeito, Bom-Crioulo não era somente um 
homem robusto, uma dessas organizações 
privilegiadas que trazem no corpo a sobranceira 
resistência do bronze e que esmagam com o peso dos 
músculos. […] A chibata não lhe fazia mossa; tinha 
costas de ferro para resistir como um hércules ao pulso 
do guardião Agostinho. Já nem se lembrava do número 
das vezes que apanhara de chibata...Entretanto, já iam 
cinquenta chibatadas! Ninguém lhe ouvira um gemido, 
nem percebera uma contorção, um gesto qualquer de 
dor. Viam-se unicamente naquele costão negro as 
 
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16 
marcas do junco, umas sobre as outras, entrecruzando-
se como uma grande teia de aranha, roxas e latejantes, 
cortando a pele em todos os sentidos. Marinheiros e 
oficiais, num silêncio concentrado, alongavam o olhar, 
cheios de interesse, a cada golpe. "Cento e cinquenta!" 
Só então houve quem visse um ponto vermelho, uma 
gota rubra deslizar no espinhaço negro do marinheiro e 
logo este ponto vermelho se transformar numa fita de 
sangue. 
 
CAMINHA, A. O Bom-Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2006. 
 
A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo 
cientificismo e pelo determinismo. No fragmento, a 
cena de tortura a Bom-Crioulo reproduz essas 
concepções, expressas pela 
 
a) exaltação da resistência inata para legitimar a 
exploração de uma etnia. 
b) defesa do estoicismo individual como forma de 
superação das adversidades. 
c) concepção do ser humano como uma espécie 
predadora e afeita à morbidez. 
d) observação detalhada do corpo para a identificação 
de características de raça. 
e) apologia à superioridade dos organismos saudáveis 
para a sobrevivência da espécie. 
 
04. (ENEM 2012) Leia o texto abaixo: 
 
— É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão, 
enquanto atravessava o corredor ao lado do 
Conselheiro, enfiando às pressas o seu inseparável 
sobretudo de casimira alvadia. — É o diabo! Esta 
menina já devia ter casado! 
 
— Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por falta 
de esforços de minha parte; creia! 
 
— Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e tão 
bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — 
ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto 
antes — hum... hum!... Não respondo pelo resto! 
 
— Então o Doutor acha que...? 
 
Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia 
imaginar o que eram aqueles temperamentozinhos 
impressionáveis!... eram terríveis, eram violentos, 
quando alguém tentava contrariá-los! Não pediam — 
exigiam — reclamavam! 
 
AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003 (fragmento). 
 
O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se no 
contexto do Naturalismo, marcado pela visão do 
cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à 
mulher define-se por uma 
a) conivência com relação à rejeição feminina de 
assumir um casamento arranjado pelo pai. 
b) caracterização da personagem feminina como um 
estereótipo da mulher sensual e misteriosa. 
c) convicção de que a mulher é um organismo frágil e 
condicionado por seu ciclo reprodutivo. 
d) submissão da personagem feminina a um processo 
que a infantiliza e limita intelectualmente. 
e) incapacidade de resistir às pressões socialmente 
impostas, representadas pelo pai e pelo médico. 
 
05. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo: 
 
Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática 
do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia 
rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais 
ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição 
perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes 
lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos 
trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha 
de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de 
ouvir. Uma só palavra boiava à superfície dos seus 
pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, 
transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia 
todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava 
todas as outras ideias. — Mulato! Esta só palavra 
explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, 
que a sociedade do Maranhão usara para com ele. 
Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem 
visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus 
antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua 
presença, discutiam questões de raça e de sangue. 
 
AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento). 
 
O texto de Aluísio Azevedo é representativo do 
Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse 
fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso 
naturalista, pois: 
 
a) relaciona a posição social a padrões de 
comportamento e à condição de raça. 
b) apresenta os homens e as mulheres melhores do 
que eram no século XIX. 
c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de 
saberes entre homens e mulheres. 
d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de 
ascender socialmente. 
e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-
tratos dispensados aos negros. 
 
06. (ENEM 2014) Leia o texto abaixo: 
 
Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a 
quem não souber que ele possuía um caráter 
ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele 
durante os anos que se seguiram ao inventário de meu 
pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
17 
avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é 
apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes 
devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que 
o déficit.Como era muito seco de maneiras, tinha 
inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único 
fato alegado neste particular era o de mandar com 
frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam 
a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava 
os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente 
contrabandeado em escravos, habituara-se de certo 
modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de 
negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir 
à índole original de um homem o que é puro efeito de 
relações sociais. 
 
A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios 
encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que 
padeceu quando morreu Sara, dali a alguns meses; 
prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro 
de uma confraria, e irmão de várias irmandades, e até 
irmão remido de uma destas, o que não se coaduna 
muito com a reputação da avareza; verdade é que o 
benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele 
fora juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo. 
 
A SSIS, M. Memórias póstum as de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 1992). 
 
Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, 
Memórias póstumas de Brás Cubas condensa uma 
expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: 
a ironia. Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, 
o narrador-personagem Brás Cubas refina a percepção 
irônica ao: 
 
a) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se 
injustiçado na divisão da herança paterna. 
b) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade 
com que Cotrim prendia e torturava os escravos. 
c) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo 
personagem quando da perda da filha Sara. 
d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma 
confraria e membro remido de várias irmandades. 
e) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e 
egocêntrico, contemplado com um retrato a óleo. 
 
07. (ENEM 2013) Leia o texto abaixo: 
 
Capitulo LIV — A pêndula 
 
Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; 
estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. 
Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu 
perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mai; 
esse tique-taque soturno, vagaroso e seco parecia 
dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de 
vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre 
dois sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim: 
— Outra de menos... 
— Outra de menos... 
— Outra de menos... 
— Outra de menos... 
 
O mais singular é que, se o relógio parava, eu 
dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater 
nunca, e eu pudesse contar todos os meus instanles 
perdidos, invenções há, que se transformam ou 
acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é 
definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao 
despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na 
algibeira, para saber a hora exata em que morre. 
 
Naquela noite não padeci essa triste sensação 
de enfado, mas outra, e deleitosa, As fantasias 
tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, 
â semelhança de devotas que se abaíroam para ver o 
anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes 
perdidos, mas os minutos ganhados. 
 
O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas 
revive a sensação do beijo trocado com Virgüia, casada 
com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do 
relógio desconstrói certos paradigmas românticos, 
porque 
 
a) o narrador e Virgília nao têm percepção do tempo em 
seus encontros adúlteros. 
b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a 
inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo. 
c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o 
desejo de triunfar e acumular riquezas. 
d) o relógio representa a materialização do tempo ê 
redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas. 
e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à 
perpetuidade do relógio. 
 
08. (ENEM 2021) Leia o texto abaixo: 
 
Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, 
enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente 
mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, 
ouro, eram os metais que amava de coração; não 
gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que 
era matéria de preço, e assim se explica este par de 
figuras que aqui está na sala: um Meflstófeles e um 
Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a 
bandeja, - primor de argentaria, execução fina e 
acabada. 
 
O criado esperava teso e sério. Era espanhol; 
e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das 
mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que 
estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não 
queria linguas estrangeiras em casa, o amigo Palha 
insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados 
 
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brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, 
que ele queria por na sala, como um pedaço da 
província, nem o pode deixar na cozinha, onde reinava 
um francês, Jean; foi degradado a outros serviços. 
 
ASSIS, M. Ouincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 1993 (fragmento). 
 
Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor 
e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a 
peculiaridade do texto que garante a universaIização de 
sua abordagem reside: 
 
a) no conflito entre o passado pobre e o presente rico, 
que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência. 
b) no sentimento de nostalgia do passado devido à 
substituição da mão de obra escrava pela dos 
imigrantes. 
c) na referência a Fausto e Meflstófeles, que 
representam o desejo de eternização de Rubião. 
d) na admiração dos metais por parte de Rubião. que 
metaforicamente representam a durabilidade dos bens 
produzidos pelo trabalho. 
e) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, 
que reproduz o sentimento de xenofobia. 
 
09. (ENEM 2015) Leia o texto abaixo: 
 
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, 
abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e 
janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem 
dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. (...) 
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum 
crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e 
fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, 
incomodamente, debaixo do fio de água que escorria 
da altura de uns cinco palmos. 
 
O chão inundava-se. As mulheres precisavam 
já prender as saias entre as coxas para não as molhar; 
via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, 
que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o 
alto do casco; os homens, esses não se preocupavam 
em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça 
bem debaixo da água e esfregavam com força as 
ventas e as barbas, fossando e fungando contra as 
palmas da mão. 
 
As portas das latrinas não descansavam, era 
um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem 
tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda 
amarrando as calças ou as saias; as crianças não se 
davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, 
no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no 
recanto das hortas. 
 
No Naturalismo, época literária a que pertenceu Aluísio 
de Azevedo, o homem é visto 
 
a) de forma negligente e egocêntrica, preocupado 
apenas com o próprio bem-estar. 
b) de forma atuante, responsável pela transformação 
do mundo em que vive. 
c) de forma idealista e romântica, alheio a tudo que 
acontece a seu redor. 
d) como responsável pelas condições do meio em que 
vive e capaz de melhorá-lo. 
e) como fruto do meio em que vive, sujeito a influências 
que escapam a seu controle. 
 
10. (ENEM 2011) Leia o texto abaixo: 
 
Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos 
desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se 
concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o 
cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do 
Firmo, romperam vibrantemente com um chorado 
baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música 
crioula para que o sangue de toda aquela gente 
despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o 
corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outra notas,e o 
tratamento metafísico de temas universais. 
 
d) a evidente preocupação do eu lírico com a 
realidade social expressa em imagens poéticas 
inovadoras. 
 
e) a liberdade formal da estrutura poética que 
dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor 
de temas do cotidiano. 
 
GABARITOS OFICIAIS 
 
Gabarito - Introdução à Literatura 
A, B, D, D, A, B, C, C, B, C 
 
Gabarito - Quinhentismo 
C, C, C, C, C, D, C, E, C, B 
 
 
@mdmpreoficial - Você pode tudo, menos desistir! 
21 
Gabarito - Barroco 
D, D, A, C, E, B, C, B, C, D 
 
Gabarito - Arcadismo 
C, B, A, E, E, C, C, C, D, A 
 
Gabarito - Romantismo 
E, C, B, D, A, E, E, D, A, B 
 
Gabarito - Realismo e Naturalismo 
A, C, A, C, A, B, D, A, A, C 
 
Gabarito - Simbolismo e Parnasianismo 
E, A, A, D, E, D, C

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