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DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA Definição: A raiva é uma enfermidade neurológica progressiva que, frequentemente, leva à morte do indivíduo afetado. Existem evidências de casos raros de vida longa e sobrevivência de um indivíduo sem a aplicação de vacinas, seguindo o protocolo de Milwaukee. Agente Causal: Vírus do gênero Lyssavirus. Os vírions da raiva têm cerca de 180 nm de comprimento e 80 nm de largura, abrigando um genoma de RNA de filamento único e sentido negativo, encapsulado pela proteína do nucleocapsídio (N), pela RNA polimerase (L) e pelo cofator fosfoproteína polimerase (P). O vírus da raiva é facilmente destruído pelo contato com sabão e outros desinfetantes, por dessecação e pela luz solar. Espécies Afetadas: Animais domésticos :Cães, gatos, bovinos Animais silvestres: Morcegos, raposas, guaxinins, gambás Transmissão Vias de Transmissão: Normalmente, a raiva é transmitida entre mamíferos através da contaminação do tecido por saliva infectada com o vírus, que é inoculada durante a mordida do animal vingativo. A transmissão do vírus também pode acontecer quando a saliva ou outros fluidos corporais infectados penetram numa membrana mucosa. O vírus que causa a raiva não atinge a pele intacta. exposição há relatos de transmissão através de aerossóis, porém é extremamente incomum. Período de Incubação: varia entre dias e anos, dependendo da espécie animal e do tipo de contato com o vírus Zoonose: Transmissível ao humano (100% letal se não tratada). Sinais clínicos Em humanos: Nos seres humanos, os primeiros sintomas da raiva são imprecisos e se parecem com os da gripe, incluindo mal-estar geral, dor de cabeça, febre e fadiga ou desconforto. Estes sintomas se intensificam e se transformam em sintomas mais específicos, como insônia, ansiedade, confusão mental, paralisia parcial, salivação excessiva, hidrofobia, delírios e contrações dolorosas dos músculos da faringe. Ademais, pode ocorrer dor ou coceira no local do primeiro ferimento infectado (parestesia). Em animais: Nos animais, os primeiros sinais da doença podem ser imprecisos e muitas vezes negligenciados, apresentando-se inicialmente como letargia, febre, náuseas e anorexia. Estes sintomas rapidamente se transformam em disfunção cerebral, ataxia, fraqueza, paralisia, convulsões, problemas respiratórios e/ou de deglutição, excesso de salivação, comportamento incomum, agressividade e autolesão. Nos cães, a raiva pode evoluir de maneira clínica relativamente rápida, resultando em sintomas como queda da maxila e/ou língua, latidos atípicos, vômitos, mordidas ou de objetos não habituais, agressividade ingestão, mordidas sem razão, agitação ou andar rígido. Nos cavalos, os sintomas clínicos de raiva englobam mudanças comportamentais como agressividade, ataxia, paresia, hiperestesia, febre, dor, claudicação e decúbito. Normalmente, a morte ocorre entre 4 a 5 dias após o início dos sintomas. Em bovinos, os primeiros sintomas costumam incluir depressão, falta de apetite e procura por locais isolados, evoluindo para fraqueza nos membros, dificuldade para se levantar e berros, além de problemas na deglutição que provocam salivação excessiva. Diagnostico Métodos Laboratoriais: teste de anticorpos fluorescentes (TAF): O TAF detecta o vírus no tecido por meio da ligação de anticorpos específicos contra o vírus da raiva, marcados com um corante fluorescente para esse vírus. Reação em cadeia de polimerase em tempo real (RT-PCR): auxilia na detecção e identificação de lyssavírus específico e, também, é um teste útil para elucidar a epidemiologia global de variantes específicas do vírus da raiva Profilaxia pós-exposição (PPE): A PPE, que consiste em lavar o ferimento da mordida por um animal raivoso e administrar imunoglobulina contra e uma série de injeções de vacina contra a doença. (EM HUMANOS) Tratamento Praticamente todos os casos de raiva são fatais; não há protocolo de tratamento para animais que já manifestam sinais clínicos da enfermidade. No entanto, em animais domésticos, a raiva pode ser prevenida por meio de vacinação efetiva. As vacinas contra raiva animal atualmente disponíveis incluem aquelas com vírus inativado e as recombinantes. Prevenção e controle · Vacinação anual de cães, gatos e animais de produção. · Evitar contato com animais silvestres. · Profissionais de risco: Uso de EPI e profilaxia pós-exposição (soro + vacina) RAIVA Diagnóstico Diferencial (Doenças com sintomas semelhantes à raiva em animais e humanos) Espécie Doenças a Considerar Diferenças Chave Cães Cinomose, Tétano, Intoxicação por organofosforados Cinomose: secreção ocular/nasal; Tétano: rigidez muscular generalizada. Gatos Leucemia Felina (FeLV), Peritonite Infecciosa Felina (PIF FeLV: imunossupressão; PIF: efusão abdominal. Bovinos Botulismo, Listeriose Botulismo: paralisia flácida; Listeriose: inclinação de cabeça Humanos Encefalite viral, Tétano, Síndrome de Guillain-Barré Encefalite: alterações de imagem cerebral; Tétano: trismo mandibular