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Reformas... (1964-1973)

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Reformas, endividamento externo e “milagre econômico” (1964-1973)
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Por que houve estagflação?
Por que o PAEG indicava uma estratégia gradualista de combate a inflação?
Por que as reformas do PAEG foram regressivas do ponto de vista da distribuição da renda?
Que condições internas e externas permitiram o “milagre” econômico brasileiro?
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O Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG)
Uma estratégia de estabilização:
O combate a “estagflação” (1963-64):
O diagnóstico das causas da inflação:
Déficit público;
pressão salarial (componente de custos);
Falta de controle sobre a expansão do crédito.
é considerado o mais bem-sucedido plano de combate à inflação da história brasileira, até o Plano Real. 
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As metas macro do PAEG (tabela. p.52).
As reformas estruturais:
Tributária: regressiva e centralizadora com elevação da carga;
Trabalhista: flexibilização/ajuste do mercado de trabalho (fim do “regime de estabilidade”);
Financeira: (quadro, p.57)
Objetivo principal: sustentar a industrialização sem pressão inflacionária:
 formação de S interna e externa.
Sistema Financeiro de Habitação e BNH;
FGTS;
Estatuto da Terra;
Criação da correção monetária:
Fundamental para criar condições de endividamento de LP.
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A Correção monetária:
Os principais benefícios resultantes dessa medida foram:
Aumento nas receitas derivadas.
- Oriundas da tributação (intervalo entre cobrança e arrecadação)
2. Financiamento não inflacionário do déficit público.
	- através de títulos da dívida 
3. Revitalização do mercado imobiliário.
	- correção do FGTS etc.
4. Elevação da poupança interna. 
5. Reaparelhamento dos serviços públicos.
	- melhoria dos contratos (luz, água etc.).
Apesar de seus efeitos iniciais positivos, a correção monetária ajudou a engendrar um processo de indexação na economia, que mais tarde tornaria um obstáculo no combate à inflação. Os agentes aprendem a conviver com a inflação.
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As principais medidas do PAEG:
Ajuste fiscal:
↓ da dívida pública de 4,2% do PIB em 1963 para 1,1% em 1967 e ↑ carga tributária de 16,1% para 20,5% do PIB (anexo, p.247).
Tributação regressiva e centralizadora: concentrada em impostos indiretos e na elevação das receitas do Governo Federal.
Redução da expansão dos meios monetários (tabela p.60);
Controle e direcionamento do crédito privado;
Mecanismo de correção salarial:
“pela média” bianual;
ganho de produtividade (2/3 do estimado pelo governo);
Inflação prevista, a partir de 1966;
e fim da estabilidade no emprego: substituído pelo FGTS.
Abertura ao exterior:
Isenções para X de manufaturas e outros incentivos.
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O “milagre econômico” (1968-1973)
Crescimento acelerado com queda nos índices de inflação e aumento do emprego;
Melhora nas contas do BP:
Cresce X e M, mas ↑ muito o ingresso de capitais estrangeiros (IED e empréstimos e financiamentos).
aumento na taxa de investimento, e de S interna e S externa;
Aumento da utilização da capacidade produtiva;
Crescimento da economia mundial;
Ganhos de produtividade.
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Expansão fiscal e monetária
Ao assumir a pasta da Fazenda, Delfim Netto argumentou que as taxas de inflação relativamente altas que persistiam em 1967 não podiam mais ser atribuídas ao lado da demanda.
A causa da inflação deveria ser buscada no lado dos custos: segundo Delfim e sua equipe, o culpado pela inflação remanescente era o alto custo do crédito, que as empresas repassavam aos produtos finais. Logo, a solução estaria em “abrir a torneira” dos empréstimos nos bancos públicos e forçar os bancos privados a abrir sua torneira também, baixando a taxa de juros.
Toda essa fartura creditícia também tinha o propósito de estimular o crescimento. Para intensificar tal efeito, o governo Costa e Silva lançou mão da política monetária, abandonando o contracionismo do PAEG e voltando a injetar dinheiro na economia.
Essas medidas de expansão no crédito e na moeda poderiam ter efeito inflacionário. Para evitá-lo, Delfim e sua equipe adotaram uma solução heterodoxa: o controle de preços, instituído oficialmente em 1968, pelo estabelecimento da Comissão Interministerial de Preços — CIP (Decreto-Lei nº 63.196/68).
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O “milagre econômico” (1968-1973)
Fatores internos e externos (p.66 e 67):
A primeira linha de interpretação enfatiza a importância da política econômica do período, com destaque para as políticas monetária e creditícia expansionistas e os incentivos às exportações.
 Uma segunda vertente atribui grande parte do “milagre” ao ambiente externo favorável, devido à grande expansão da economia internacional, melhoria dos termos de troca (inflação mundial em 6% a.a. e ↑ P das commodities em 14,3% a.a.) e crédito externo farto e barato (2% a.a.). 
uma terceira linha de interpretação credita grande parte do “milagre” às reformas institucionais do Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG): “efeito defasado”
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Modelo extrovertido e endividamento externo: o “Brasil potência”
Divulgado em 1970, o Programa de Metas e Bases deixava claro que os militares abraçaram o ideário do “Brasil grande potência”, segundo o qual o país deveria alcançar o status de “nação desenvolvida” até o fim do século XX.
Metas do Programa, incorporadas ao I PND:
a) taxa de crescimento entre 7% e 9% ao ano, em termos reais, evoluindo para 10% ao fim do período;
b) a expansão crescente do emprego, da ordem de 2,8% a 3,3% até 1973;
c) inflação decrescente, em nível não superior a 10% em 1973;
d) elevação do investimento, da média de 15% a 16%, para mais de 18% até 1975.
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Para sustentar esse modelo extrovertido, com ênfase na agroexportação, o governo lançou mão de duas estratégias principais:
a) um amplo sistema de créditos e subsídios ao setor agrícola, centrados principalmente na aquisição de maquinaria; 
b) uma política cambial marcada por minidesvalorizações do cruzeiro (regime de crawling peg). 
O objetivo era promover um desenvolvimento multissetorial no qual o setor agroexportador atuaria como um “abre-alas”, ampliando a capacidade aquisitiva do mercado interno para permitir, em um segundo momento, a absorção dos bens duráveis e não duráveis produzidos pela indústria nacional.
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Desde o início o setor industrial também foi beneficiado por três tipos de política: 
a) aumento no crédito ao consumidor;
b) facilidade para obter capital, inclusive com taxas de juros subsidiadas; 
c) estímulo às exportações, não só por meio da política de minidesvalorizações cambiais, mas também por meio da isenção (parcial ou total) do IPI nos produtos manufaturados vendidos ao mercado externo.
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A modernização agrícola
Após o movimento militar de 1964, buscou-se promover a modernização agrícola do país, com o crescimento da produtividade do setor.
 Dentro do arcabouço institucional criado, destacam-se:
i. o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR): busca propiciar aos agricultores linhas de crédito acessíveis e baratas. 
ii. as políticas de garantias de preços mínimos (PGPM) com dois mecanismos básicos:
a. AGF (Aquisição do Governo Federal) são compras feitas pelo governo de produtos com preços prefixados – visa estocar e vender em momentos de escassez do produto no mercado;
b. EGF (Empréstimo do Governo Federal) que financia a estocagem do produto pelo agricultor.
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Características da modernização agrícola
i.	aumento do grau de mecanização e quimificação das fazendas - aumento de produtividade no setor.
ii.	aumento na produção, no início, de bens exportáveis (soja e laranja), e depois também de produtos destinados ao mercado doméstico (cana-de-açúcar - álcool).
iii. expansão da fronteira agrícola na direção da região Centro-Oeste. A área cultivada passou de 29 milhões de ha, em 1960, para 50 milhões em 1980. 
iv. crescimento da agroindústria; maior interligação entre o setor agrícola, seus fornecedores e consumidores
v.	aumento da concentração fundiária
e da utilização de mão-de-obra temporária (bóia fria): modernização dolorosa
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Principais críticas ao Milagre: 
Acentuou a concentração de renda.
Uma explicação que se dava era que a concentração da renda era uma tendência de um país que se desenvolvia e que demandava mão-de-obra qualificada escassa.
Outra justificativa pela concentração de renda que se fazia no período está baseada na famosa “Teoria do Bolo” (crescer para depois repartir).
↑ dependência externa: financeira e tecnológica.

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