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DIREITO TRIBUTÁRIO II EXECUÇÃO FISCAL: Lei 6.830. Ação que a fazenda púbica utiliza para a cobrança do credito tributário. O Credito é representado pela Certidão de Divida Ativa (CDA). Possui algumas peculiaridades em relação à execução do processo civil. Foro: - Vara da Fazenda Pública (imposto municipal ou estadual). Se não tiver: vara cível. - Justiça Federal (imposto federal) Proposta a ação: 1. Citação: ciência ao devedor que está sendo movido um processo contra ele. É feita preferencialmente feita pelo Correio. Citação é feita sem formalismos. Não precisa ser a própria pessoa que deve que receba a citação. - Notificação para: - Pagar, ou - Oferecer bens à penhora. 2. O devedor oferece os bens à penhora (Artigo 11 Lei 6.830). - Prazo: 5 dias para fazer a escolha. - Feita a penhora: Penhora = garantia do juízo. Intimação da penhora deve ser PESSOAL. Inicia prazo para embargos do devedor (embargos à execução fiscal) = 30 dias, contados da intimação. Se não tem penhora não pode embargar!!! 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II - MP não participa das Execuções Fiscais. Súmula 189 STJ: - Oferta dos bens à penhora pode ser feita: Pelo próprio devedor, ou Por terceiro; A penhora pode ser substituída, desde que seja justificadamente. - A Lei da Impenhorabilidade (Lei 8.009/90) é aplicável à execução fiscal. Ex.: Pequena propriedade rural; equipamentos de trabalho; casa; etc. - Penhora de estoque rotativo é possível (produtos perecíveis). - Penhora do faturamento da empresa: Jurisprudência: não pode penhorar 100% do faturamento. Juiz: percentual depende da atividade (lucro da empresa). Obs.: Algumas hipóteses em que a penhora recai sobre as cotas sociais da empresa (própria empresa) e não sobre o faturamento. Empresa: necessário que haja designação de um administrador provisório. Após a penhora, e opostos os embargos se tiverem efeito suspensivo suspende a execução até julgar os embargos. Mas se não foram propostos os embargos, ou não tiverem efeitos suspensivos, ocorre a: 3. Avaliação : pessoa de confiança do juízo – avaliador – diz quanto vale o bem penhorado. 4. Leilão; 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II - Devedor que se desfaz dos bens: Se desfizer dos bens depois que já havia a inscrição na divida ativa = é possível arguir a fraude à execução (mesmo não existindo ainda a execução). - Fraude contra credores: Desfaz-se dos bens, pois no futuro terá uma execução fiscal. - Redirecionamento das execuções: Parecido com a Desconsideração da personalidade jurídica; Artigo 135, III CTN. - Pessoa executada está em lugar incerto ou não sabido: Citação por edital; Nomeado um curador especial que fará a defesa. Pode se valer de uma impugnação genérica. - Execução Fiscal contra a Fazenda Pública: Município tem dinheiro para receber do estado; Pode fazer uma execução fiscal contra o estado. Porém não existe penhora de bens, pois os bens públicos são impenhoráveis. Pagamento é feito por RPV (requisição de pequeno valor) ou Precatório. - Certidão de Dívida Ativa: Pode ou não ser protestada?? STJ = pode ser protestada. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL: Defesa que o contribuinte tem para se opor a execução movida contra ele. Podendo alegar TUDO (qualquer tipo de prova). Nos embargos pode ser alegada TODA a matéria de fato e de direito que o contribuinte julgar pertinente. Nos embargos deverá ser formulado o requerimento de quais as provas serão produzidas. Lei 6.830 – Artigo 16: .......§2º, artigo 16....... Quando você protocolar os embargos, deve-se apresentar o rol de testemunhas. Mas, jurisprudência entende possível que o rol de testemunhas seja apresentado em momento posterior à apresentação dos embargos, apesar do disposto no §2º do artigo 16. - Embargos podem ser propostos: Em 30 dias, e somente depois que a penhora for concretizada. - Dissolução irregular (empresa fecha as portas): Transfere a execução contra a pessoa física (Administradora da empresa) - redirecionamento. E pode se defender com os Embargos à execução fiscal (e não com embargos de terceiro). EMBARGOS: SEMPRE DEPOIS DA PENHORA. MAS.... Exceção: a. Penhora incompleta: não garante integralmente o debito – já pode embargar. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II b. Em casos excepcionalíssimos e devidamente fundamentados: o juiz poderá receber os embargos sem a penhora (casos em que o devedor não possui bens). EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE: Trata-se de uma defesa do devedor, no qual poderá arguir apenas questões de ordem pública, ou seja, questões que poderiam ser apreciadas pelo juiz, inclusive, de ofício. Erros graves; em que não há necessidade da interposição dos embargos à execução. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II AÇÃO CAUTELAR INOMINADA: Artigo 798 e 799 CPC. Providencia cautelar em relação a uma execução fiscal ou outro debito perante a fazenda pública. Não é mais tão aplicável, devido à antecipação de tutela. Contribuinte Fazenda Pública. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II - Ação Cautelar Fiscal: Prevista na Lei 8.397/92. Trata-se de um processo concedido ao fisco, para tornar indisponíveis bens do contribuinte. A medida cautelar fiscal poderá ser instaurada no curso da Execução Fiscal, ou antes, da propositura desta. Fazenda Pública Contribuinte. A Liminar é indispensável. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II AÇÃO DE REPETIÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIO: - Havendo o contribuinte efetuado o pagamento indevido de tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, terá direito a restituição do valor pago, devidamente atualizado. Ex.: Quando: tributo for inconstitucional; ilegal; pago duas vezes; etc. - Ao final do processo, sempre recebe em dinheiro (RPV ou Precatório). - Legitimidade ativa: -- quem recolheu o tributo. Divergências: Locador e Locatário. Locatário paga o IPTU. Este tributo é declarado inconstitucional. Quem irá receber o dinheiro? Locador x Locatário?!? Divergência. Tributo indireto – STJ. Compra notebook Pernambucanas. ICMS inconstitucional. Contribuinte – consumidor – não pode entrar com processo para repetir indébito (pois não tem relação com o fisco). A Pernambucanas também não. Somente se o contribuinte autorizasse a Pernambucanas a entrar com o processo. Porém ela não faria, pois não ganharia nada (receberia o dinheiro e teria que repassar ao consumidor). Ou seja, atualmente: NÃO existe repetição de tributo indireto!!! - Documento comprobatório: -- STJ: Tributo que vence todo mês: juntar somente algumas guias exemplificativas, e na execução de sentença juntar todas as outras guias; - Legitimidade passiva: -- Pessoa jurídica de direito público, que te cobraria. Ex.: Municipal (IPTU) = contra o Município. Estadual: contra Estado (pessoa jurídica direito público interno). Federal: contra União Federal (pessoa jurídica direito público interno). 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II ***Não existe antecipação de tutela para restituir o tributo!*** - Compensação: Ex.: Tem para receber 200 mil. Não pode pedir por RPV. Mas no mês que vem tem que pagar PIS/COFINS/CSLL.... Pede ao juiz para ir pagando esses tributos vincendos com o crédito. Tributos vincendos = 5 mil. 195 mil de crédito – atualizado pela SELLIC = 196,3 mil. Próximo mês tributos vincendos = 6 mil. Sobra = 190 mil. ...até zerar. - Atualização: TAXA SELLIC (juros e correção monetária junto) = corrigir os tributos federais. - Artigo 165 CTN. Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévioprotesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I – cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II – erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III – reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO: - Deve ser utilizada antes da constituição do crédito tributário, já que após é mais apropriada a ação anulatória. - É o procedimento adequado para “resgatar o direito material incerteza”. - Desobrigar ao pagamento, quando não existe nada. - É possível se pleitear a antecipação de tutela. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO DECLARATIVO DA DÍVIDA: Ou AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL: - Anular alguma coisa, desobrigando ao pagamento. Ex.: Auto de Infração; Notificação Fiscal. - É possível se pleitear a antecipação de tutela. - Se perder prazo para Embargos à Execução; pode entrar com a Ação Anulatória – pedindo antecipação de tutela (difícil de ser aceito pelo juiz, pela falta de garantia) – para suspender a exigibilidade do crédito tributário (suspende a execução fiscal). 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II MANDADO DE SEGURANÇA: 1. Direito líquido e certo: Direito que não há discussão probatória; Prova pré-constituída; 2. Medida liminar: Fumus boni iuris = fumaça do bom direito; Periculum in mora = perigo da demora; danos irreparáveis ou de difícil reparação; Suspensão da exigibilidade do crédito tributário: - Pode conseguir por intermédio da liminar; - Por intermédio do depósito; 3. Prazo: 120 dias a partir do ato coator; Após o decurso do prazo = decadência; Tributos vencidos: a partir da data do vencimento; Não se aplica em mandado de segurança preventivo; 4. Lei de efeitos concretos: Não pode impetrar MS contra lei, em tese; Mas pode ser impetrado contra lei que tenha efeitos concretos perante o contribuinte; ∟ Possui uma aplicação imediata ao contribuinte; 5. Partes: Pode ser impetrado por qualquer pessoa (física ou jurídica) de direito público ou privado; 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II - Impetrante = pessoa que está com o prejuízo ou na iminência; - Impetrado = contra uma autoridade coatora (sempre pessoa física) - cargo; - A pessoa jurídica a que pertence à autoridade deve ser cientificada; Teoria da encampação = autoridade – impetrado - ‘encampa’ a defesa; 6. Suspensão da segurança: Analisa somente grave lesão à ordem, a saúde, e a segurança pública; 7. Efeitos da decisão: Todo MS quando é concedida a sentença de mérito pode ser executada; Pois o recurso tem sempre efeito devolutivo (exclusivamente); 8. Depósito x Extinção sem mérito: Depósito: para suspender exigibilidade crédito tributário julgado sem resolução de mérito (ex.: errou a autoridade coatora); Se o processo foi extinto sem análise de mérito, para onde vai o depósito??? Divergência. Mas.... Majoritariamente = retorna para a impetrante; porém a suspensão da exigibilidade não consegue mais; Pode aproveitar o mesmo depósito, e impetrar novo MS correto; ou sacar o dinheiro (há corrente doutrinária no sentido contrário); 9. Compensação: Compensação dos créditos tributários pagos; Ação de Repetição do Indébito (receber dinheiro de volta); No MS pode pedir um crédito tributário, que poderá ser utilizado para pagar os tributos vincendos. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II 10. Desistência: Pode desistir a qualquer momento; independente da concordância da autoridade coatora; 11. Apreensão de Mercadorias e o Mandado de Segurança: Não pode utilizar da apreensão para forçar o pagamento; A apreensão é legal somente até a confecção do auto de infração; Após o auto de infração deve liberar a mercadoria. Para cobrar o Estado deve entrar com a Execução Fiscal; Portanto.... É permitido fazer apreensão? Sim, mas somente até o momento do auto de infração; 12. Valor da causa: Valor do beneficio econômico; Ex.: mercadoria apreendida = valor da causa = valor da mercadoria; 13. Honorários advocatícios: Não há. 14. MS Coletivo: Impetrado por: Entidades; Partido Político; Organização; Associação constituída legalmente e em funcionamento; 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA: - Base Legal: Lei 8.137/90; Artigo 168-A e 337-A do Código Penal; - Fisco x Contribuinte: Relação conflituosa; Contribuinte quer pagar menos ou nada; e o fisco quer que ele pague o máximo possível; - Ilícito Tributário x Mero negócio: Antigamente não era “feio” sonegar; tratavam como se fosse um mero negócio; Porém com o avanço tecnológico, houve um avanço também nas cobranças / autuações; Tornando-se assim, um ilícito tributário; - Indivíduos socialmente integrados: Sonegadores = pessoas que são ‘admiráveis’; - Sujeito ativo Pessoa Física: No Brasil Somente pessoa física; - Regra Geral Sujeito Ativo = Administrador: ∟ Culpa x Dolo: - Crime contra ordem tributária = somente se penaliza a titulo de DOLO; - Não existe a titulo de culpa; ∟ Empregado: - Ordem não manifestamente ilegal: - Artigo 22 CP: obediência hierárquica = ‘faz o que o chefe manda’; - Empregado não pode ser punido. 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II - Ordem manifestamente ilegal: Artigo 23, I = estado de necessidade = ‘Patrão determina que o empregado faça uma coisa ilegal’; ∟ Contador autônomo: - Não pode alegar estado de necessidade; - Se concordar em fazer pode ser responsabilizado em coautoria com o administrador; - DENÚNCIA GENÉRICA: - Controvérsia na jurisprudência: 1- Este tipo de denúncia não pode ser oferecida; deve dizer o que cada um dos administradores fez; quem efetivamente sonegou; 2- Admite a denúncia genérica; e no decorrer do processo, pelas provas produzidas, irá descobrir o que cada um fez; - SUJEITO PASSIVO: - SEMPRE a Fazenda Pública; - RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA: - Artigo 136 CTN não se aplica aos crimes contra a ordem tributária, já que nestes sempre se observa o elemento subjetivo, ou seja, a existência de dolo; - Só vale na esfera administrativa; - CRIMES MATERIAIS OU DE RESULTADO: - Artigo 1º da Lei 8.137/90; ∟ Para constituir o crime deve suprimir ou reduzir tributo; Ex.: Se prestar declaração falsa, mas não suprimir ou reduzir tributo não será crime contra a ordem tributária; - Artigo 2º, II da Lei 8.137/90; 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II - Artigo 2º, III da Lei 8.137/90; ∟ Pagar ou receber; - Artigo 2º, IV da Lei 8.137/90; É possível a TENTATIVA; - CRIMES FORMAIS: - Artigo 2º, I da Lei 8.137/90; ∟ Só o fato de fazer com o objetivo de sonegar; - Artigo 2º, III da Lei 8.137/90; ∟ Exigir; - Artigo 2º, V da Lei 8.137/90; - Artigo 1º, Parágrafo único da Lei 8.137/90; ∟ Somente o fato de se negar a prestar informação já é crime; - CRIME IMPOSSÍVEL: EX.: Igreja fazendo caixa 2 para não pagar determinado tributo, porém que é imune aquele determinado tributo. - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: - Artigo 9º, §2 º da Lei 10.684/02: - Se o agente efetuar o pagamento do tributo sonegado extingue-se a punibilidade; - Pode ser antes ou depois da denúncia, mas desde que seja antes da sentença condenatória;Parcelamento também extingue a punibilidade? 1- Contribuintes: parcelou não tem mais processo criminal; pois quando pagou a primeira parcela, já demonstrou que não tem mais dolo; 8º PERÍODO DIREITO TRIBUTÁRIO II Porém pode abrir margem para pagar a primeira parcela, e não pagar mais. 2- Fisco: parcelamento suspende o processo, não extingue. Somente extingue quando pagar a última parcela. - PROCESSO CRIMINAL TRIBUTÁRIO: - Fisco: auto de infração (demonstrando a sonegação); - Se houver defesa do AI; ou recurso administrativo; etc. - Processo criminal fica suspenso para que seja julgada a defesa administrativa; - Se Julgada procedente = o crime de sonegação extingue; - Se Julgada improcedente = Fazenda manda o AI para o MP denunciar; A DENÚNCIA SÓ PODE SER OFERTADA PELO MP DEPOIS DE ESGOTADAS AS DEFESAS ADMINISTRATIVAS DO CONTRIBUINTE!!! - NÃO RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS DESCONTADO OU COBRADO: - Artigo 2º Lei 8.137; - Tributos cobrados do contribuinte e não repassados para a fazenda = crime; - Divergência: Na prática, nunca existe o pagamento pelo contribuinte de fato/consumidor; quem paga é a empresa; Ex.: ICMS de R$ 170,00 em uma televisão de R$ 1.000,00. O contribuinte entrega os R$ 1.170,00 sem discriminar o que é tributo e o que é o preço da televisão. - ESTADO DE NECESSIDADE: - Provar que não tinha dinheiro para pagar ou parcelar, e que por necessidade extrema (não falir a empresa) teve que sonegar. 8º PERÍODO
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