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DIREITO CIVIL VIII

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DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 PROPRIEDADE: 
 
 
 RELAÇÕES DE VIZINHANÇA: 
 
Dizem respeito somente a bens imóveis e imóveis próximos. 
 
Conjunto de normas que visam pacificar relações / discussões entre 
proprietários/possuidores de imóveis vizinhos. 
 
Vizinhos = não somente lado a lado. Qualquer tipo de proprietário/possuidor de um 
imóvel que possa ser atingido pelos fatos previstos no código. 
 
Se caracterizam como obrigações propter rem. 
 
 
 
 
1) DO USO ANORMAL DA PROPRIEDADE: 
 
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio1 tem o direito de fazer 
cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos 
que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. 
 
1 imóvel. 
 
 
Serve para qualquer situação, mesmo que se enquadre em outras espécies de relação 
de vizinhança. 
 
 
 
Uso normal da propriedade é um: 
- Ato LÍCITO1, 
 
- Que causa DANO: potencial, iminente ou atual, a Saúde, Sossego, e Segurança, do 
imóvel vizinho. 
 
1 Ato dentro da lei, que mesmo assim causa dano. 
 
 
 
Obs.: Ato ilícito = ato ilegal, contra lei que não pode ser entendido como válido. 
 ∟ Responsabilidade civil (Artigo 186, 189, e 927 CC). 
 
 
Obs.: 
 Dano reparável: dano que recompõe (Ex.: dano material). 
 
 Dano compensável: (Ex.: dano moral). 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
- Parâmetros para determinar se o ato lícito pode causar dano ou se a pessoa que se 
diz lesada é meramente um hipersensível que não consegue viver em sociedade: 
 
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da 
utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as 
edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da 
vizinhança. 
 
- 1º critério: zoneamento urbano (plano diretor). 
 
Se a atividade desenvolvida estiver fora / em desacordo com o plano 
diretor = errado. Qualquer reclamação faz cessar a utilização do bem 
imóvel (fecha o estabelecimento). 
 
Porém se há algum ponto em comum com o plano diretor, estabelece 
um equilíbrio, para não inviabilizar nem uma nem outra atividade. (Ex.: 
colocar paredes e portas antirruídos; morador centro relevar alguns sons). 
 
- 2º critério: forma de uso; Utilização que se faz do imóvel. 
 
- 3º critério: Limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança; 
 
 
Os limites ordinários da propriedade devem ser analisados pontualmente, caso a caso. 
 
 
 Níveis: 
 
a. Demolição. 
 
b. Obrigação de fazer ou não fazer (multa diária). 
 
 
 
Ação Cominatória; 
 
Multas diárias contra o ofensor para que cesse as atividades. 
 
Ou 
 
Astreintes; 
 
Para que desenvolva obras ou serviços para que faça cessar. 
 
 
 
* Possuidor: 
- Por meio da Ação de Manutenção de Posse. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
- Teoria da pré-ocupação: 
 
Ocupação anterior. 
 
Ex. Havan se instala longe da cidade. Depois de uns anos, ao redor vira um bairro residencial. 
Moradores reclamam. Dono da empresa diz que foi anterior a ocupação dos moradores  não 
prevalece. A empresa pode ser limitada em horários e até mesmo ser fechada. 
 
Não é valida para o uso anormal da propriedade. (Não adianta dizer que estava lá 
antes). 
 
 
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando 
as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o 
proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização 
cabal. 
 
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as 
interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando 
estas se tornarem possíveis. 
 
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do 
prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem 
como que lhe preste caução pelo dano iminente. 
 
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha 
direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as 
necessárias garantias contra o prejuízo eventual. 
 
 
 
2) DAS ÁRVORES LIMITROFES: 
 
Uma arvore que esteja na divisa de 2 imóveis = pertence em condomínio aos 
dois proprietários (único condomínio pro diviso). 
 
Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se 
pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. 
 
 
Árvore que passe galhos ou raízes para o imóvel vizinho = dono pode cortar 
tanto os galhos quanto as razies (mas deve devolver) e não tem que indeniza o 
outro proprietário, mesmo que a árvore morra. 
 
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do 
prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário 
do terreno invadido. 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
Única exceção do principio do acessório segue o principal!!!! 
 
Os frutos que caírem naturalmente, deixa de pertencer ao dono da 
árvore e passam a pertencer ao dono do terreno onde caíram desde que 
seja terreno particular. 
 
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono 
do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. 
 
Se for pública: continuam pertencendo ao dono da árvore. 
 
 
 
 
3) PASSAGEM FORÇADA (de PESSOAS): 
 
Pessoa não tem acesso a rua, sem que passe por outros imóveis (encravamento). 
 
Em tese só poderia usar se o proprietário autorizasse. Porém, essas pessoas podem 
forçar a passagem mediante indenização. 
 
 
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou 
porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho 
a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. 
 
 
Vale tanto para zona urbana quanto para zona rural. 
 
 
O imóvel que vai ser cedido para passagem, será o imóvel que causar menos dano 
(melhor serve). 
 
É exercitado compulsoriamente, mas sempre pelo imóvel que menos danos sofrer. 
 
NÃO é servidão, pois é uma comodidade, facilidade; e a Passagem é 
necessidade. 
 
- Requisitos: 
 
a) Encravamento; 
 
b) Indenização; 
 
c) Menor onerosidade; 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
4) PASSAGEM de CABOS E TUBULAÇÕES: 
 
É quase a mesma coisa, só que ao contrário da necessidade da passagem forçada, diz 
respeito a facilidade. 
 
Trazer do ponto mais próximo ou que melhor se adapta os serviços e obras de 
necessidades básicas para a vida (Ex.: energia elétrica, etc). 
 
Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à 
desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a 
passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos 
subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários 
vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. 
 
Além de subterrâneo pode ser por via aérea. 
 
 
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja 
feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja 
removida, à sua custa, para outro local do imóvel. 
 
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao 
proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança. 
 
 
 
 
5) DAS ÁGUAS: 
 
Fato típico que o regula: 
 
-- Imóvel superior e imóvel inferior. 
 
Terreno A 
 
 
Terreno B 
 
 
Observar como a água chegou ao imóvel superior: 
 
-- águas de fluxo artificial: 
 
Levadas ate o imóvel superior por: poço, aqueduto, caminhão pipa, manga, etc. (por 
ação do homem).“B” não precisa deixar que a agua desça. Mas se deixar descer será indenizado ou 
poderá se utilizar da água. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí 
colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se 
desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer. 
 
Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido. 
 
 
 
-- águas de fluxo natural: 
 
Brotam do solo, ou pela chuva (ação da natureza). 
 
“B” tem que aceitar obrigatoriamente que a água desça naturalmente. E não pode 
impedir. 
 
Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as 
águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que 
embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio 
inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do 
prédio superior. 
 
 
- Direito de Aqueduto; 
 
Aqueduto = Cano de água. 
 
 
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos 
proprietários prejudicados, construir canais, através de prédios alheios, para 
receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessidades 
da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à 
indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, 
ou a drenagem de terrenos. 
 
§ 1º Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a 
ressarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou 
irrupção das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a 
canaliza-‑las. 
 
§ 2º O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a 
canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais. 
 
§ 3º O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo aos 
proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem 
incumbem também as despesas de conservação. 
 
Art. 1.294. Aplica‑se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287. 
 
Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis e 
construam sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conservação; os 
proprietários dos imóveis poderão usar das águas do aqueduto para as 
primeiras necessidades da vida. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão 
canaliza‑las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de 
indenização aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de 
importância equivalente às despesas que então seriam necessárias para a 
condução das águas até o ponto de derivação. 
 
Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessados 
pelo aqueduto. 
 
 
 
 
6) DOS LIMITES ENTRE PRÉDIOS E DO DIREITO DE TAPAGEM: 
 
Todo proprietário tem o DEVER de saber exatamente onde o imóvel começa e onde 
termina. 
 
Fazendo com que o correspondente na matrícula seja igual a realidade. 
 
Quando proprietário quer medir o seu imóvel, pode cobrar dos imóveis vizinhos as 
despesas. 
 
 
-- Tapagem: 
 
Direito de vedar, construir muros, cercas, marco indicativo entre limites dos imóveis. 
 
Podendo cobrar do vizinho: metade das despesas proporcionais para demarcar 
ou tapar, se o outro vizinho se aproveitar. 
 
 
Artigo 946 CPC. 
 
- Ação Divisória; para dividir condomínio. 
 
- Ação Demarcatória; para instrumentalizar o artigo 1.297 CC. 
 
Nascem juntas  primeiro: só demarcatória  depois: só divisória. 
 
 
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de 
qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu 
confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar 
rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se 
proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. 
 
§ 1º Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, 
cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova 
em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes 
obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em 
partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
§ 2º As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco 
divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre 
proprietários. 
 
§ 3º A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de 
pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a 
necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para 
as despesas. 
 
 
 
Hipótese onde é feita a demarcação (ação demarcatória), e sobrou ou faltou área: 
 
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão 
de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno 
contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo 
possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao 
outro. 
 
Área ‘a mais’ se está na posse justa: é incorporada, e corrige a matrícula. 
 
Área ‘a menos’: corrige matrícula. 
 
 
 
 
 
7) DOS DIREITO DE CONSTRUIR: 
 
O que pode ser construído no imóvel: tudo (qualquer tipo de edificação), menos o que 
não pode (não seja ilícito, ou não prejudique os vizinhos, etc.). 
 
-- Plano Diretor: documento mais importante. Se não obedecer  demolição. 
 
 
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe 
aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos. 
 
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje 
águas, diretamente, sobre o prédio vizinho. 
 
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a 
menos de metro e meio do terreno vizinho. 
 
§ 1º As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as 
perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco 
centímetros. 
 
§ 2º As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou 
ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de 
comprimento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso. 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da 
obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu 
prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao 
disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das 
águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho. 
 
Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a 
quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua 
edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade. 
 
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de 
três metros do terreno vizinho. 
 
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a 
alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na parede 
divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção; mas terá de 
embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes. 
 
Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede 
divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o direito 
a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeirofixará a 
largura e a profundidade do alicerce. 
 
Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não tiver 
capacidade para ser travejada pelo outro, não poderá este fazer‑lhe alicerce 
ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a construção anterior. 
 
Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utiliza-la até ao meio da 
espessura, não pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios, e 
avisando previamente o outro condômino das obras que ali tenciona fazer; não 
pode sem consentimento do outro, fazer, na parede‑meia, armários, ou obras 
semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas do lado 
oposto. 
 
Parede-meia: Único condomínio pro diviso. 
 
 
Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se 
necessário reconstruindo‑a, para suportar o alteamento; arcará com todas as 
despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho adquirir 
meação também na parte aumentada. 
 
Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ou 
quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou 
interferências prejudiciais ao vizinho. 
 
Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias e 
os fogões de cozinha. 
 
Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso 
ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao 
poço ou à nascente de outrem a água indispensável às suas necessidades 
normais. 
 
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível 
de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa a 
segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras 
acautelatórias. 
 
Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarcimento 
pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as obras 
acautelatórias. 
 
Ação Demolitória: 
 
Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção é 
obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e danos. 
 
 
-- Muro: vedação. 
 
Pode cobrar do vizinho pelo direito de tapagem. 
 
 
-- Parede: vedação e sustentação. 
 
Não pode cobrar do vizinho como parede. A não ser que ele também se utilize 
da parede (ex.: colocando telhado). 
 
 
 
8) USO DO IMÓVEL VIZINHO: 
 
Direito que se estabelece para um vizinho de entrar no imóvel do outro para: 
 
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o 
vizinho entre no prédio, mediante prévio-aviso, para: 
 
I – dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, 
construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório; 
 
II – apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem 
casualmente. 
 
§ 1º O disposto neste artigo aplica‑se aos casos de limpeza ou reparação de 
esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de cerca 
viva. 
 
§ 2º Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo 
vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imóvel. 
 
§ 3º Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá o 
prejudicado direito a ressarcimento. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 CONDOMÍNIO: 
 
 
Qualquer tipo de bem (Artigo 1.314); 
 
Condomínio 
 
 
Somente sobre bens imóveis (Artigo 1.331); 
 
Condomínio = Com propriedade. 
 
Titularidade do direito real de propriedade, ao mesmo tempo, por mais de uma 
pessoa. 
 
As frações (pedaços) ideais (100%) representam o quanto do proprietário cada um dos 
condôminos tem sobre o bem. 
Ex.: 
1 proprietário 100%. 
2 proprietários = 100% = divide entre eles (50,50; 90,30; etc). 
 
 
 CONDOMÍNIO TRADICIONAL: 
 
 CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO: 
 
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, 
sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la 
de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. 
 
- Poderes da propriedade no condomínio: 
Condomínio = nem sempre o proprietário pode isoladamente exercer os poderes, dependendo 
também do outro proprietário. 
 
Usar: não tem vinculação (≠) com as frações ideais1. 
Reivindicar: não tem vinculação (≠) com as frações ideais1. 
Fruir: diretamente proporcional (=) às frações ideais. 
Dispor: diretamente proporcional (=) às frações ideais. 
 
1 Pois o bem é indiviso (não está dividido) – o bem é único. 
 
Ex.: Um proprietário pode exercer Ação de Despejo sozinho, não precisa o outro 
proprietário. 
Tradicional 
Edilício 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Indiviso ≠ Indivisível; 
 
***Todo condomínio tradicional é indiviso (pro indiviso), EXCETO um que é pro 
diviso*** 
 
-- Condomínio Necessário (Especial). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condomínio 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Voluntário: Próprios condôminos quiseram estar em condomínio. 
 
2 Eventual: É criado por vontade não dos condôminos mas por terceiros. 
 
3 Necessário: A lei diz ser condomínio. 
 
 
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa 
comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos 
outros. 
 
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer 
para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a 
que estiver sujeita. 
 
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. 
 
Quando não houver a indicação direta de quanto de propriedade cada um tem = 
divide-se igualmente. 
 
 
Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, 
renunciando à parte ideal. 
 
Necessário 3 
Eventual 2 
Tradicional 
Edilício 
Voluntário 1 
Pro indiviso 
Pro diviso 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
§ 1º Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia 
lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na proporção dos 
pagamentos que fizerem. 
 
§ 2º Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será 
dividida. 
 
Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condôminos, 
sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipular 
solidariedade, entende‑se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao seu 
quinhão na coisa comum. 
 
Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da 
comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regressiva 
contra os demais. 
 
Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da 
coisa e pelo dano que lhe causou. 
 
Art. 1.320. A TODO TEMPO será lícito ao condômino exigir a divisão da 
coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas 
da divisão. 
 
AÇÃO EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO = IMPRESCRITÍVEL. 
 
 
 
 
 
 
- Condomínio Eventual na Doação = não será divisível por 5 anos, e também não pode 
vender o bem (clausula de inalienabilidade). 
 
Não pode vender para pessoa estranha ao condomínio criado. Mas pode 
vender para um dos condôminos. 
 
 
 
 
§ 1º Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por 
prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. 
 
§ 2º Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou 
pelo testador. 
 
Condomínio eventual: Pode estipular no prazo de 5 anos, sem prorrogação, não haverá 
divisão. 
 
 
Ação divisória de condomínio= não tem prazo; Pois o direito de propriedade é perpetuo. 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
§ 3º A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o 
aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do 
prazo. 
 
Graves razões: incompatibilidades; 
 
 
Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de 
partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022). 
 
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem 
adjudicá-la a um só, indenizando os outros será vendida e repartido o 
apurado, preferindo‑se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino 
ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais 
valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior. 
 
Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa comum 
e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação 
entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, 
proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja 
adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições 
iguais, o condômino ao estranho. 
 
- DIVISÃO DO BEM: 
 
 
- Quando o bem é divisível = divide na proporção da fração ideal (criam-
se novos bens). 
 
- Quando o bem é indivisível = Bem que não comporta divisão física e 
jurídica. 
 
Para dividir, quem tem mais propriedade (fração ideal 
maior) tem preferência na compra. 
 
Quando há controvérsia (frações iguais), estabelece um 
leilão interno (chega a um valor máximo), e depois um 
leilão externo - público (parte do valor máximo anterior e 
chega a outro valor máximo): 
 
- Se um oferecer o valor: compra o bem. 
 
- Se nenhum quiser pagar o valor máximo obtido 
no leilão público: vende-se o bem, e reparte-se o 
dinheiro entre os condôminos. 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 DA ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO: 
 
*** Condomínio Tradicional NÃO tem síndico; TEM condômino***. 
 
Obs.: Condomínio edilício que possui síndico. 
 
Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, 
escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; 
resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que 
não o é. 
 
Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se 
representante comum. 
 
Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões. 
 
Quinhão = fração ideal. 
 
§ 1º As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta. 
 
§ 2º Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a 
requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros. 
 
§ 3º Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado 
judicialmente. 
 
Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário estipulação 
ou disposição de última vontade, serão partilhados na proporção dos quinhões. 
 
 
 CONDOMÍNIO NECESSÁRIO: 
 
Pro diviso; 
 
Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas 
regula‑se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307). 
 
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, 
cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na 
parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando lhe metade do que 
atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297). 
 
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado por 
peritos, a expensas de ambos os confinantes. 
 
Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que 
pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na 
parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 CONDOMÍNIO EDILÍCIO: 
 
- Conceito: 
 
- É a propriedade imóvel especial que se caracteriza pela coexistência no 
mesmo imóvel de compartimentos de propriedade exclusiva e de áreas de 
propriedade em comum de tantos quantos forem os proprietários das áreas 
exclusivas. 
 
- As áreas de propriedade exclusiva são indissociáveis das áreas de propriedade 
em comum. 
 
 
 
 
 
Forma-se um bloco único. 
 
 
 
 
 
 Condomínio Edifício Tal 
-- Áreas em comum: elevador; corredor; 
etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Condomínio Edilício 
 
 
 
 
 
 
 
- Divisão em frações ideais = calculadas pelo custo básico de cada unidade autônoma 
construída. 
 
 
- Frações ideais = SEMPRE vinculadas a cada unidade mobiliária; 
 
 
 
Ap.1 
1 
Edificações 
“Privê” 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, 
e partes que são propriedade comum dos condôminos. 
 
§ 1º As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, 
escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, com as 
respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a 
propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus 
proprietários. 
 
 
§ 2º O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de 
água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as 
demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados 
em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou 
divididos. 
 
§ 3º A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração 
ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma 
decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. 
 
Taxa condominial / voto = se não tiver outra forma prevista, será pela fração. 
 
 
§ 4º Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro 
público. 
 
§ 5º O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da 
escritura de constituição do condomínio. 
 
 
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, 
registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, 
além do disposto em lei especial: 
 
Descrição na matrícula = ato de instituição. 
 
 
 
***Obrigatoriamente feito por Escritura Pública, e as frações ideais = 100%***. 
 
 
 
 
I – a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, 
estremadas uma das outras e das partes comuns; 
 
II – a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao 
terreno e partes comuns; 
 
III – o fim a que as unidades se destinam. 
 
Cada unidade imobiliária deve indicar sua finalidade. E para mudar isso, somente com 
100% de aprovação de todos os condôminos. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
- ATO DE INSTITUIÇÃO DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO: 
 
 
***Obrigatoriamente feito por Escritura Pública, e as frações ideais = 100%***. 
 
 
1. Destinação do proprietário: 
 
O proprietário é dono de toda a edificação pronta. Ele decide criar um condomínio 
edilício, então ele deve fazer a incorporação (narrando cada apartamento 
individualmente, corredor, indicar frações ideais, finalidade dos apartamentos) e 
vender ou doar pelo menos um apartamento a outra pessoa. 
 
Pois, quando a edificação pertence a somente uma pessoa não existe condomínio 
edilício. 
 
Proprietário está vivo; 
 
 
2. Testamento: 
 
Proprietário já faleceu, e criou a situação anterior por testamento. 
 
 
3. Incorporação: 
 
Terreno vazio e faz o projeto. ‘Venda na planta’. 
 
Somente depois da venda é que se constitui o condomínio. 
 
≠ 
 
- ATO DE CONSTITUIÇÃO DOCONDOMÍNIO EDILÍCIO: 
 
- Convenção do condomínio (Micro CF que regulamenta a vida dentro do condomínio 
edilício) = não pode ir contra as leis do ordenamento jurídico; 
 
Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita 
pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde 
logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para 
quantos sobre elas tenham posse ou detenção. 
 
Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do 
condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
 
A convenção pode ser alterada por 2/3. 
 
Caráter Estatutário: todos se submetem as regras da Convenção. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os 
interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: 
 
I – a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos 
condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do 
condomínio; 
 
Se não estiver escrito = de acordo com as frações ideais. 
 
 
II – sua forma de administração; 
 
Quem administra o condomínio edilício é o SÍNDICO (Artigo 1347 CC). 
 
Não é PJ nem PF, é um ente despersonalizado, representado ativa e passivamente pelo 
síndico (Artigo 12, IX CPC). 
 
 
III – a competência das assembleias, forma de sua convocação e quórum 
exigido para as deliberações; 
 
IV – as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; 
 
V – o regimento interno. 
 
Documento que expressa as situações corriqueiras / diárias. 
 
Pode ser alterado por maioria absoluta. 
 
 
 
§ 1º A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento 
particular. 
 
*** feito por Escritura Pública ou instrumento particular*** 
 
 
 
§ 2º São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo 
disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de 
direitos relativos às unidades autônomas. 
 
 
Art. 1.335. São DIREITOS do condômino: 
 
I – usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; 
 
II – usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não 
exclua a utilização dos demais compossuidores; 
 
III – votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
Art. 1.336. São DEVERES do condômino: 
 
I – contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações 
ideais, salvo disposição em contrário na convenção; 
 
O condomínio pode instituir tudo que não for contra legem. 
 
II – não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; 
 
III – não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; 
 
IV – dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as 
utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos 
possuidores, ou aos bons costumes. 
 
§ 1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros 
moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês 
e multa de até dois por cento sobre o débito. 
 
Se o condomínio não for pago em dia, o condomínio pode convencionar um juro. Pelo 
CC é 2% ao mês. 
 
Se o condômino está infringindo os 3 S; poderá fazer o uso anormal da propriedade. 
 
 
§ 2º O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos 
incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, 
não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições 
mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo 
disposição expressa, caberá à assembleia‑geral, por dois terços no mínimo dos 
condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. 
 
Se ele estiver incomodando poderá aplicar multa em processo judicial tudo mais, mais 
ainda assim ela continuar incomodando o pode aumentar a multa, mas mandá-lo 
embora JAMAIS. Aplica uma multa tão alta que pode penhorar o apartamento da 
pessoa. 
 
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os 
seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos 
condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao 
quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, 
conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas 
e danos que se apurem. 
 
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado 
comportamento antissocial, gerar incompatibilidade de convivência com os 
demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa 
correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas 
condominiais, até ulterior deliberação da assembleia. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, 
preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, 
entre todos, os possuidores. 
 
É expressamente vedado alugar garagem para não condômino, pois permite o acesso 
de pessoas estranhas. Alteração do art. 1.331. Pode se estiver expresso no estatuto 
 
O apartamento pode alugar para quem quiser. 
 
Se quiser comprar partes de outro apartamento pode, porém para deixar tudo ok na 
matricula é complicado para deixar certo na fração ideal. 
 
Ex.: Tem apartamentos que tem matricula separada para garagem, por exemplo, o Veríssimo 
Rizzi tem vaga de garagem para comprar. 
 
 
Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis 
de sua propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais 
correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias. 
 
§ 1º Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado. 
 
§ 2º É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade 
imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade 
constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva 
assembleia geral. 
 
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um 
condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve. 
 
Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: 
 
I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; 
 
II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. 
 
§ 1º As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, 
independentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou 
impedimento deste, por qualquer condômino. 
 
§ 2º Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em 
despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que 
tomou a iniciativa delas dará ciência à assembleia, que deverá ser convocada 
imediatamente. 
 
§ 3º Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem em 
despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da 
assembleia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou 
impedimento deste, por qualquer dos condôminos. 
 
§ 4º O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado 
das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com 
obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já 
existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da 
aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas 
construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização,por 
qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns. 
 
Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro 
edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da aprovação 
da unanimidade dos condôminos. 
 
Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despesas da 
sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias 
inferiores. 
 
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em 
relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. 
 
Se adquirir o bem, e tiver multas ou débitos do condomínio, quem adquirir terá que 
pagar. 
 
Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de 
incêndio ou destruição, total ou parcial. 
 
Seguro de dano condomínio edilício: é obrigatório, o sindico deve fazer 1.346, contra 
incêndio etc. 
 
 
 
 
 ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO: 
 
 
Art. 1.347. A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser 
condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois 
anos, o qual poderá renovar-se. 
 
Pode ou não ser condômino. Ele pode delegar seus poderes, faz tipo uma chapa. Quem 
manda é a assembleia. 
 
 
 
 
 
 
Art. 1.348. Compete ao síndico: 
I - convocar a assembleia dos condôminos; 
II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou 
fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; 
III - dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedimento 
judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; 
IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as 
determinações da assembleia; 
V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela 
prestação dos serviços que interessem aos possuidores; 
VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; 
VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar 
as multas devidas; 
VIII - prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas; 
IX - realizar o seguro da edificação. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
§ 1º Poderá a assembleia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em 
poderes de representação. 
 
 
§ 2º O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de 
representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da 
assembleia, salvo disposição em contrário da convenção. 
 
 
Art. 1.349. A assembleia, especialmente convocada para o fim estabelecido no 
§ 2º do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, 
ou não administrar convenientemente o condomínio. 
 
 
Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembleia dos 
condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento 
das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e 
eventualmente eleger lhe o substituto e alterar o regimento interno. 
 
 
§ 1º Se o síndico não convocar a assembleia, um quarto dos condôminos 
poderá fazê-lo. 
 
 
§ 2º Se a assembleia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer 
condômino. 
 
 
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos 
condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, 
ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos 
condôminos. 
 
 
Art. 1.352. Salvo quando exigido quórum especial, as deliberações da 
assembleia serão tomadas, em primeira convocação, por maioria de votos dos 
condôminos presentes que representem pelo menos metade das frações ideais. 
 
 
Parágrafo único. Os votos serão proporcionais às frações ideais no solo e nas 
outras partes comuns pertencentes a cada condômino, salvo disposição diversa 
da convenção de constituição do condomínio. 
 
 
Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembleia poderá deliberar por 
maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido quórum especial. 
 
 
Art. 1.354. A assembleia não poderá deliberar se todos os condôminos não 
forem convocados para a reunião. 
 
 
Art. 1.355. Assembleias extraordinárias poderão ser convocadas pelo síndico 
ou por um quarto dos condôminos. 
 
 
Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três 
membros, eleitos pela assembleia, por prazo não superior a dois anos, ao qual 
compete dar parecer sobre as contas do síndico. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
--- Assembleias: reuniões de condôminos para deliberações sobre o condomínio. 
 
-- Obrigatória: 
 
- Ordinária: 3x ao ano: prestação de contas; orçamento de despesas 
para próximo ano, contribuições que cada condôminos fará. 
 
 
-- Facultativa: 
 
- Extraordinária: quando há necessidade de deliberar sobre outras 
questões. 
 
 
A convocação para as assembleias: tem obrigação de convocar 100% dos condôminos, 
pode ser por carta com AR, visita in loco, notificação. 
 
 
Obs.: Importante ter na convenção a forma que serão convocados os condôminos. 
 
 
Quórum Especial: 
 
Se não tiver a quantia suficiente, por exemplo: quórum 2/3; ele não 
poderá construir o chafariz. Inclusive a convenção não pode mudar o 
que já está disposta na lei. 
 
Quórum Geral: 
 
Na 1º (10h) convocação deve ter 50% das frações ideais, em 2º 
(10h15min) convocação é metade dos presentes. Seriam as menos 
importantes. 
 
 
 
Sobre o peso dos votos, deve ser expresso na convenção. 
 
Por exemplo, um peso maior para família de 5 pessoas, do para aquele que mora sozinho, caso 
contrario será as frações ideais. 
 
 
Uma coisa é quantos estão presentes, e outra: quantos vão votar. 
 
Metade das frações ideais presentes podem votar, ou seja são 10 pessoas, uma 
tem 60%, para maioria absoluta deveria ter 6 pessoas, e em 2º convocação 
aquele que tem 60% pode somente ele votar. 
 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO: 
 
Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou ameace 
ruína, os condôminos deliberarão em assembleia sobre a reconstrução, ou 
venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais. 
 
§ 1º Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento 
das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condôminos, 
mediante avaliação judicial. 
 
§ 2º Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o 
condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos, 
proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias. 
 
Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na 
proporção a que se refere o § 2o do artigo antecedente. 
 
Ou quando for demolida a edificação, e ficou somente no solo. 
-- Formas: 
 
a) perecimento = destruição da edificação (involuntária) 
 
b) demolição (voluntária). 
 
OBS: nesses casos, remanesce o condomínio, mas na forma tradicional voluntária, eis 
que as frações ideais sobre o terreno se conservam. 
 
c) desapropriação; 
 
d) consolidação de todas as unidades exclusivas sob um único dono. 
 
Quando fica tudo de uma pessoa só. 
 
Observe: 
 
Se que aqui é o contrário do condomínio geral (TRADICIONAL), pois para vender é necessário 
o consentimento de todos, enquanto no condomínio geral basta um querer vender para se 
impor aos demais (CC, art. 1320). 
 
 
 
 
-- SUB-ROGAÇÃO REAL: tem como função recompor a patrimônio perdido, ou seja, havia sido 
destruído e a seguradora veio e refez. 
*** cai na prova***. 
 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 DIREITOS DO AUTOR: 
 
--Lei9.610/98; 
 
- Conceito: 
 
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por 
qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, 
conhecido ou que se invente no futuro, tais como: 
 
I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; 
 
II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza; 
 
III - as obras dramáticas e dramático-musicais; 
 
IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por 
escrito ou por outra qualquer forma; 
 
V - as composições musicais, tenham ou não letra; 
 
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; 
 
VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao 
da fotografia; 
 
VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte 
cinética; 
 
IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; 
 
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, 
engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; 
 
XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, 
apresentadas como criação intelectual nova; 
 
XII - os programas de computador; 
 
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, 
bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição 
de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual. 
 
ROL EXEMPLIFICATIVO!!! 
 
 
 
Existem 2 critérios para definir o que é obra protegida: 
 
1º critério = Conceitual: 
 
Precisa dos seguintes requisitos: 
 
-Pessoa Humana 
 
- Inédita 
 
-Fixada: está escrita, armazenada, não necessariamente de registro. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
Obs.: 
 
-Utilidade da obra: ligada ao espírito da pessoa, pois alguns podem gostar outros não. 
Os três acima são os mais levados em conta. 
 
-Valor econômico: as vezes pode ser que para os outros não tenha valor, mas para o 
autor pode ter, é muito relativo. No entendimento do professor por causa disso não 
pode ser um requisito. 
 
 
 
2º critério = NÃO estar relacionada no artigo 8º: 
 
Art. 8º Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei: 
I - as ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou 
conceitos matemáticos como tais; 
II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou 
negócios; 
III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de 
informação, científica ou não, e suas instruções; 
IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões 
judiciais e demais atos oficiais; 
V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou 
legendas; 
VI - os nomes e títulos isolados; 
VII - o aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas nas obras. 
 
 
 
- Titularidade: 
 
SEMPRE pessoa física criadora da obra. 
 
 
- Prazo de proteção: 
 
Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica realizada em coautoria 
for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do 
último dos coautores sobreviventes. 
 
 
- Registro da obra: 
 
NÃO precisa ter registro; apenas fixação. 
 
Lei 5.988/73: 
 
 Art. 17. Para segurança de seus direitos, o autor da obra intelectual poderá 
registrá-la, conforme sua natureza, na Biblioteca Nacional, na Escola de 
Música, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
no Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal de Engenharia, 
Arquitetura e Agronomia. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
§ 1º Se a obra for de natureza que comporte registro em mais de um desses 
órgãos, deverá ser registrada naquele com que tiver maior afinidade. 
 
§ 2º O Poder Executivo, mediante Decreto, poderá, a qualquer tempo, 
reorganizar os serviços de registro, conferindo a outros Órgãos as atribuições 
a que se refere este artigo. 
 
 
 
- DIREITOS MORAIS: 
 
Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que 
criou. 
 
Art. 24. São direitos morais do autor: 
 
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; 
 
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou 
anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra; 
 
III - o de conservar a obra inédita; 
 
IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações 
ou à prática de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-lo, 
como autor, em sua reputação ou honra; 
 
V - o de modificar a obra, antes ou depois de utilizada; 
 
VI - o de retirar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de 
utilização já autorizada, quando a circulação ou utilização implicarem afronta 
à sua reputação e imagem; 
 
VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre 
legitimamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo 
fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma 
que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso, 
será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado. 
 
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em 
domínio público. 
 
Os sucessores têm, dentre os direitos morais, somente os quatro primeiros. 
 
 
 
Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis. 
 
Direito Moral = é prerrogativa de caráter pessoa, sendo PERSSONALÍSSIMO; INALIENÁVEL; e 
PERPÉTUO. 
 
 
Art. 66. O autor tem o direito de fazer, nas edições sucessivas de suas obras, as 
emendas e alterações que bem lhe aprouver. 
 
O direito de modificar a obra é PESSONALÍSSIMO do autor; nem mesmo os herdeiros podem 
modificar a obra, muito menos o editor. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
- DIREITOS PATRIMONIAIS: 
 
É TEMPORÁRIO e TRANSMISSÍVEL. Tudo que resulta em proveito econômico ao autor; 
 
Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da 
obra, por quaisquer modalidades, tais como: 
 
I - a reprodução parcial ou integral; 
 
II - a edição; 
 
III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações; 
 
IV - a tradução para qualquer idioma; 
 
V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual; 
 
VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com 
terceiros para uso ou exploração da obra; 
 
VII - a distribuição para oferta de obras ou produções mediante cabo, fibra 
ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar 
a seleção da obra ou produção para percebê-la em um tempo e lugar 
previamente determinados por quem formula a demanda, e nos casos em que o 
acesso às obras ou produções se faça por qualquer sistema que importe em 
pagamento pelo usuário; 
 
VIII - a utilização, direta ou indireta, da obra literária, artística ou científica, 
mediante: 
 
a) representação, recitação ou declamação; 
b) execução musical; 
c) emprego de alto-falante ou de sistemas análogos; 
d) radiodifusão sonora ou televisiva; 
e) captação de transmissão de radiodifusão em locais de freqüência coletiva; 
f) sonorização ambiental; 
g) a exibição audiovisual, cinematográfica ou por processo assemelhado; 
h) emprego de satélites artificiais; 
i) emprego de sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos de qualquer tipo e 
meios de comunicação similares que venham a ser adotados; 
j) exposição de obras de artes plásticas e figurativas; 
 
IX - a inclusão em base de dados, o armazenamento em computador, a 
microfilmageme as demais formas de arquivamento do gênero; 
 
X - quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser 
inventadas. 
 
 
 
 
Art. 30. No exercício do direito de reprodução, o titular dos direitos autorais 
poderá colocar à disposição do público a obra, na forma, local e pelo tempo 
que desejar, a título oneroso ou gratuito. 
 
É necessária a autorização do autor para reproduzir qualquer obra que não esteja em domínio 
público. 
 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Art. 50. A cessão total ou parcial dos direitos de autor, que se fará sempre por 
escrito, presume-se onerosa. 
 
Qualquer derivação do direito de autor deve ser contratada POR ESCRITO, e sempre de forma 
onerosa, presumindo-se que a vontade do autor, quando cede gratuitamente foi viciada. 
 
“In dubio pro autor”; 
 
 
 
- Duração dos Direitos Autorais: 
 
 A duração = tempo de vida do autor; 
 
 Com o seu falecimento = herdeiros / sucessores terão o direito de reproduzir a obra 
por 70 anos; -> A contar de 1º de janeiro do ano subsequente ao de sua morte; 
 
Após esse termo legal = domínio público (Artigo 24, parágrafo 2º); 
 
 
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados 
de 1° de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento, obedecida a ordem 
sucessória da lei civil. 
 
Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo de proteção a que alude 
o caput deste artigo. 
 
 
 
Quando a obra intelectual = feita em colaboração, e for indivisível = prazo será contado da 
morte do último dos colaboradores sobreviventes; 
 
Art. 42. Quando a obra literária, artística ou científica realizada em coautoria 
for indivisível, o prazo previsto no artigo anterior será contado da morte do 
último dos coautores sobreviventes. 
 
Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos sobreviventes os direitos do coautor 
que falecer sem sucessores. 
 
 
 
 
Também será de 70 anos = obras anônimas ou pseudônimas, contados a partir de 1º de janeiro 
do ano imediatamente posterior ao da PRIMEIRA PUBLICAÇÃO. 
 
Art. 43. Será de setenta anos o prazo de proteção aos direitos patrimoniais 
sobre as obras anônimas ou pseudônimas, contado de 1° de janeiro do ano 
imediatamente posterior ao da primeira publicação. 
 
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no art. 41 e seu parágrafo único, 
sempre que o autor se der a conhecer antes do termo do prazo previsto no 
caput deste artigo. 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
Também será de 70 anos = obras audiovisuais e fotográficas, contados a partir de 1º de janeiro 
do ano subsequente ao da sua DIVULGAÇÃO. 
 
Art. 44. O prazo de proteção aos direitos patrimoniais sobre obras audiovisuais 
e fotográficas será de setenta anos, a contar de 1° de janeiro do ano 
subsequente ao de sua divulgação. 
 
 
Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos 
direitos patrimoniais, pertencem ao domínio público: 
 
I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores; 
 
II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos 
étnicos e tradicionais. 
 
OBS.: NÃO serão de domínio público: artigo 6º!!! 
 
 
 
- Violação dos Direitos Autorais: 
 
---- CONTRAFAÇÃO; 
 
Esfera Penal – artigo 184 a 186 CP; 
Esfera Civil – artigo 186 e 927 CC; 
 
 
A defesa do autor compreende: 
 
- APREENSAO de materiais e cópias, sem qualquer indenização ao confrator; 
 
- INDENIZAÇÃO (compreende todo e qualquer lucro que o confrator teve com o ato); 
 
(Se não puder estimar o valor = 3 mil vezes o valor da obra); 
 
 
Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou 
de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares 
reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização 
cabível. 
 
Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do 
titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o 
preço dos que tiver vendido. 
 
 
- EXCEÇÕES: 
 
Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais: 
 
I - a reprodução: 
 
a) na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, 
publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se 
assinados, e da publicação de onde foram transcritos; 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
b) em diários ou periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas 
de qualquer natureza; 
 
c) de retratos, ou de outra forma de representação da imagem, feitos sob 
encomenda, quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não 
havendo a oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros; 
 
d) de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de deficientes 
visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o 
sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses 
destinatários; 
 
II - a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado 
do copista, desde que feita por este, sem intuito de lucro; 
 
III - a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de 
comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou 
polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do 
autor e a origem da obra; 
 
IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem 
elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização 
prévia e expressa de quem as ministrou; 
 
V - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e 
transmissão de rádio e televisão em estabelecimentos comerciais, 
exclusivamente para demonstração à clientela, desde que esses 
estabelecimentos comercializem os suportes ou equipamentos que permitam a 
sua utilização; 
 
VI - a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no 
recesso familiar ou, para fins exclusivamente didáticos, nos estabelecimentos 
de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro; 
 
VII - a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir 
prova judiciária ou administrativa; 
 
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras 
preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes 
plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra 
nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem 
cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses dos autores. 
 
Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras 
reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito. 
 
Art. 48. As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem 
ser representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e 
procedimentos audiovisuais. 
 
 
- Direitos Conexos: 
 
Art. 89. As normas relativas aos direitos de autor aplicam-se, no que couber, 
aos direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos 
e das empresas de radiodifusão. 
 
Parágrafo único. A proteção desta Lei aos direitos previstos neste artigo deixa 
intactas e não afeta as garantias asseguradas aos autores das obras literárias, 
artísticas ou científicas. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA: 
 
Propriedade de terceiros; 
 
Sempre existem dois titulares sobre o mesmo bem; O proprietário deve ser uma 
pessoa, e o titular do direito outra pessoa (terceiro); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LIMITAM O DIREITO DE PROPRIEDADE, OU RETIRANDO, OU EXERCENDO 
CONCOMITANTEMENTE.Art. 1.225. São direitos reais: 
 
II – a superfície; 
III – as servidões; 
IV – o usufruto; 
V – o uso; 
VI – a habitação; 
VII – o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII – o penhor; 
IX – a hipoteca; 
X – a anticrese; 
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII – a concessão de direito real de uso. 
 
 Usar e fruir: 
 
II – a superfície 1; 
III – as servidões 2; 
IV – o usufruto 3; 
V – o uso 4; 
VI – a habitação 5; 
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia 6; 
XII – a concessão de direito real de uso 7. 
 
 Dispor: 
 
VIII – o penhor 8; 
IX – a hipoteca 9; 
X – a anticrese 10; 
 
 Reivindicar: 
 
VII – o direito do promitente comprador do imóvel 11; 
 
 
DIREITOS REAIS SOBRE COISA 
ALHEIA 
 
BEM 
 
PROPRIEDADE 
 
Direitos reais, 
sobre coisa 
alheia. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 1 SUPERFÍCIE: 
 
 
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de 
plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública 
devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 
 
 
Proprietário concede a outra pessoa o direito de construir ou plantar em seu imóvel; 
 
 
Separa a ‘construção/plantação’ do solo; 
 
 
Cria-se uma denominação de: propriedade superficiária (feita sobre o solo); 
 
 
Superficiário possui somente a construção X o solo continua do proprietário 
concedente ou fundieiro; 
 
 
 
Construção/Plantação 
 
 
 
Solo 
 
 
 
 
 
Quando a construção já está no solo, há possibilidade de se conceder direito real de 
superfície??? 
 
 
 
R.: Sim. Porém quando ela já está lá, o direito real de superfície, faz um “corte”, 
destacando-a do solo = CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE POR CISÃO; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o direito real sobre coisa alheia é concedido 
sobre imóvel já plantado ou edificado, promovendo um 
“recorte” jurídico do bem, que separa a propriedade da 
construção/plantação (propriedade superficiária) do 
solo onde ela está assentada; 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
-- SUPERFÍCIE POR SOBRELEVAÇÃO: 
 
Edificação já construída, e só se concede para o AUMENTO; 
 
 
 
 
Construção/Plantação 
 
 
Solo 
 
 
 
 
-- LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS: 
 
 
***ANALISAR A FINALIDADE*** 
 
 
 Lei 10.257/2001 (artigo 21 e ss) – Estatuto das Cidades; 
 
 
Para: Imóvel Urbano com finalidade de desenvolvimento de 
politica urbana; 
 
 
 CC: Imóvel Rural; ou Imóvel Urbano que não se encaixar na situação 
anterior; 
 
 
 
 
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo 
se for inerente ao objeto da concessão. 
 
CUIDADO! Artigo 21 Estatuto das Cidades: autoriza obra subsolo, espaço aéreo; 
 
 
 
 
 
- CARACTERÍSTICAS: 
 
a. Gratuito ou oneroso; 
 
Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, 
estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou 
parceladamente. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
a.1. Ambulatoriedade: 
 
Art. 1.371. O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem 
sobre o imóvel. 
 
Responderá por TODOS os tributos incidentes sobre o imóvel (como um todo); 
 
CUIDADO! Estatuto das Cidades: superficiário responde pelos encargos da 
construção/plantações e sobre parcela do solo em que tiver efetiva ocupação (não 
sobre o solo todo) 
 
 
a.2. Laudêmio: 
 
É um instituto existente para a enfiteuse; 
 
Estatuto das Cidades: possibilidade de instituir cobrança pela transferência, em tese 
(jurisprudência não aceita); 
 
CUIDADO! Código Civil: impossível; 
 
Artigo 1.372. 
 
Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, 
qualquer pagamento pela transferência. 
 
 
 
b. Temporário: 
 
Tempo determinado (artigo 1.369 CC); 
 
CUIDADO! Estatuto das Cidades: prazo determinado ou indeterminado; 
 
Mas sempre temporário! 
 
 
 
c. Alienável: 
 
Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do 
superficiário, aos seus herdeiros. 
 
 
c.1. Preferência: 
 
O superficiário pode alienar livremente, porém o dono do solo tem preferencia na 
aquisição; e vice-versa; 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
-- MODOS DE CONSTITUIÇÃO: 
 
a. Por contrato: 
 
Não qualquer tipo! Deve ser por escritura publica e registrado; 
 
 
 
b. Por testamento: 
 
Se é possível a contratação inter vivos, porque não o seria a constituição da superfície 
causa mortis, embora não haja dispositivo expresso nesse sentido. 
 
 
 
c. Por usucapião: 
 
Não há previsão no CC; 
 
Mas aplica a regra geral de aquisição de propriedade, com as adaptações necessárias 
(animo da posse); 
 
 
Se o ânimo da posse for: 
 
- De tudo = usucapião de propriedade; 
 
- De utilizar temporariamente para construir/plantar = superfície; 
 
 
Prazo: 15 anos; 
 
 
 
 
-- EXTINÇÃO: 
 
Art. 1.374. Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o superficiário 
der ao terreno destinação diversa daquela para que foi concedida. 
 
- Extingue-se com: 
 
a. Renuncia: 
 
Ato formal e expresso; 
 
 
 
b. Abandono: 
 
Ato material concreto que denuncia a vontade do superficiário em não mais 
permanecer como direito real; 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
c. Desapropriação: 
 
Uma vez atingido todo o bem, pois gerará a propriedade de uma pessoa só (poder 
público); 
 
 
- Se desapropriar o solo: não pode manter o direito real de superfície, pois 
estaria sobre um imóvel publico; 
 
 
- A indenização será paga para o proprietário do solo e para o superficiário, na 
proporção do direito de cada um; 
 
 
Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em consequência de 
desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no 
valor correspondente ao direito real de cada um. 
 
 
 
 
d. Consolidação: Confusão de direito real; 
 
Ex.: 
 
Proprietário do solo = pai; 
Superficiário = filho único; 
Morte do pai, filho torna-se proprietário do solo e superficiário; 
 
 
Portanto, quando há choque do direito real sobre coisa alheia contra a propriedade = 
assim, a propriedade subsiste e o direito real sobre coisa alheia se extingue; 
 
 
 
e. Perecimento: pode ser físico (a construção desabou; plantação morreu) ou 
jurídico; 
 
 
Perecimento Físico: Sofre os efeitos da sub-rogação real: construção desabou (extinção 
direito), mas se a construção estiver segurada, a seguradora deve reconstruir; assim o 
direito real de superfície subsiste, como se nunca tivesse sido extinto (efeito ex tunc); 
 
Perecimento Jurídico: impedido pela Lei – factum principis – de construir; 
 
 
 
 
f. Morte do superficiário sem sucessores; 
 
 
g. Descumprimento obrigações; 
 
 
h. Advento do termo; 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
i. Destinação Diversa do superficiário; 
 
 
 
Obs.: 
 
Quando se extingue = transmite a propriedade da construção/plantação ao 
proprietário do solo; 
 
Se destruir a construção/plantação = deverá indenizar o dono do solo (pois está iria se 
agregar ao solo); 
 
Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o 
superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de 
condições. 
 
 
 
-- EFEITOS DA EXTINÇÃO: 
 
A construção/plantação incorpora ao solo, e se torna propriedade do dono do solo, e 
somente indenizará o superficiário se houver estipulação; 
 
Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedadeplena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de 
indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. 
 
“[...] não estipulado o contrário” = não se refere a possibilidade de não incorporação; 
 
Refere-se unicamente a possibilidade de indenização; 
 
 
Art. 1.377. O direito de superfície, constituído por pessoa jurídica de direito 
público interno, rege-se por este Código, no que não for diversamente 
disciplinado em lei especial. 
 
 
 
 
 
 2 SERVIDÕES: 
 
-- CONCEITO: 
 
É a submissão de um imóvel em favor de outro imóvel que proporciona uma facilidade; 
comodidade; embelezamento; não decorrente de necessidade; 
 
 
Art. 1.378. A servidão proporciona UTILIDADE para o prédio dominante, e 
grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante 
declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subsequente 
registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
OBS.: 
 
Se aproxima do: Direito de Passagem Forçada (Artigo 1.285 CC); porém este diz 
respeito a necessidade. 
 
Enquanto que na servidão trata-se de mera comodidade; 
 
 
 
-- CARACTERÍSTICAS: 
 
 
a. Relação entre 2 imóveis: 
 
Imóvel Serviente (possui o ônus – serve ao imóvel dominante) e Imóvel Dominante 
(possui o bônus); 
 
 
b. Pertencentes a donos distintos: 
 
Proprietário do imóvel serviente é um, e o proprietário do imóvel dominante (titular 
da servidão) deve ser outro; 
 
 
c. Servidão serve a coisa, não o dono do imóvel: 
 
- Servidão grava o imóvel e não a pessoa. Pois cada vez que há mudança no imóvel, as 
pessoas não ficariam sabendo da servidão. Por esse motivo deve ser registrado no 
Cartório; 
 
 
 
SEMPRE para o imóvel serviente constitui uma obrigação de NÃO fazer; 
 
 
Para o imóvel dominante: obrigação de fazer, ou se aproveita do não fazer do imóvel 
serviente; 
 
 
 
- Não se presume: 
 
- deve ser comprovada por quem a alega; 
 
- é sempre interpretada stricti juris; não permitindo outra utilização; 
 
- Sempre exercitada com a menor onerosidade possível para o imóvel 
serviente; 
 
 
- É direito real, acessório, permanente, indivisível e inalienável: 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
Real, (grava o imóvel) porque consta do numerus clausus do art. 1.225, além de ser 
oponível erga omnes, e estar vinculada totalmente ao prédio; 
 
 
Acessório, porque acompanha o imóvel, quando este for vendido, ou melhor, quando 
transferido o direito de propriedade, o acessório servidão o segue pelo princípio da 
Ambulatoriedade; 
 
 
Permanente (e não propriamente perpétua, como querem alguns), já que durará 
enquanto houver a necessidade. Salvo outras hipóteses de extinção, que serão vistas, 
este é o maior fundamento da existência, e consequentemente inexistência, de uma 
servidão (servir, ademais, é o fundamento). 
 
 
Gratuita, não pode cobrar pela servidão. Não há vedação legal, mas é gratuita pela sua 
própria natureza; 
 
 
Indivisível, não deriva, ainda que haja divisão dos imóveis, dominante ou serviente, a 
servidão continuará íntegra, no mesmo lugar onde estava – pro parte dominii 
servitutem adquiri non posse. Além disso, também conforme art. 1.386, não há 
possibilidade de se criar automaticamente “subservidões” – servitus servitutis esse no 
potest. 
 
 
Inalienável, não pode ser vendido, porque somente existe para que sirva aquele 
prédio dominante. Se ocorresse eventual venda, haveria então uma extinção de uma 
servidão, e constituição de uma nova servidão para outro prédio, mas não se concebe 
a aquisição derivada de uma servidão, salvo por acessoriedade do direito de 
propriedade, transferido por derivação. 
 
 
 
 
-- TITULAR: 
 
Proprietário do imóvel dominante, ou o possuidor do imóvel dominante; 
 
 
 
 
OBS.: 
 
Se não estiver na matrícula = a servidão tem efeito de contrato. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
-- DIFERENÇAS: 
 
 
SERVIDÃO 
 
 
PASSAGEM FORÇADA 
 
FACILIDADE 
 
 
NECESSIDADE 
 
 
UTILIDADE 
 
 
 
 
COMODIDADE 
 
 
 
 
REAL (criado por pessoas) 
 
 
LEGAL (lei) 
 
 
HÁ REGISTRO (imprescindível)1 
 
 
NÃO HÁ REGISTRO 
 
 
INDENIZAÇÃO 
 
 
GRATUITO 
 
 
1 Salvo, usucapião; 
 
 
 
-- CONSTITUIÇÃO: 
 
a. Vontade do(s) proprietário(s): 
 
a.1. Contrato; 
 
Acordo de vontades; 
 
Por escritura publica, e registrar no cartório de imóveis. 
 
 
a.2. Doação ou Testamento; 
 
 
 
a.3. Destinação do proprietário; 
 
Proprietário de dois imóveis diferentes. Quer vender um dos imóveis. Constitui 
servidão nesse que quer vender (para se beneficiar futuramente). Quando vender, a 
servidão nasce, ganha força e existência jurídica. 
 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
b. Judicialmente 
 
Constituída por decisão judicial; 
 
Geralmente através das Ações Divisórias; 
 
 
 
c. Usucapião; 
 
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão APARENTE, 
por DEZ anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la 
em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que 
julgar consumado a usucapião. 
 
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de 
VINTE anos. 
 
Posse de servidões = posse da própria utilidade, facilidade, comodidade; 
 
Usucapido = o direito de pegar água, por exemplo; 
 
 
 
 
 
-- CLASSIFICAÇÃO: 
 
a. Servidão Aparente ou Não Aparente: 
 
Aparente: Aquela que se revela por meio de obras, serviços, etc. 
 
∟ Pode ser objeto de proteção possessória  tem efeito da usucapião; 
 
 
Não aparente: Não se revela aos olhos das pessoas; Ex.: Servidão que não pode construir a 
partir de determinada altura. 
 
 
b. Servidão Contínua ou Não Contínua: 
 
Contínua: se dá de maneira ininterrupta; Ex.: servidão de aqueduto. 
 
 
Não contínua: a posse se dá de forma intermitente; Ex.: servidão de passagem. 
 
 
c. Servidão Urbana e Rústica: 
 
Urbanas: por sua utilidade é essencialmente urbana; Ex.: servidão de água com finalidade 
residencial (mesmo que seja em imóvel rural). 
 
 
Rústica: por sua utilidade é essencialmente rural; Ex.: servidão de pastagem (mesmo que 
seja em imóvel urbano). 
Usucapião Ordinária 
STJ: 15 anos; pois 
não pode ser maior 
que o prazo do artigo 
1.238 (principal). 
DIREITO CIVIL VIII 
 
 
 8º PERÍODO 
 
d. Servidões positivas e negativas: 
 
Positivas: Quando consiste num AGIR pelo dominante, e num TOLERAR pelo serviente; 
Ex.: servidão de passagem; 
 
 
Negativas: Quando o serviente não faz nada (NÃO FAZER); Ex.: servidão de não construir 
a partir de determinada altura; 
 
 
 
Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à 
sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as 
despesas rateadas entre os respectivos donos. 
 
Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo 
dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título. 
 
Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este 
poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao 
dono do dominante. 
 
Obras e serviços = dominante. 
 
Imóvel serviente deve pagar, mas pode, entretanto cumprir a obrigação abandonando 
o imóvel dominante em favor do serviente  Obrigação facultativa; 
 
Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a 
propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras. 
 
Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o

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