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Aula 4 - Relação de Emprego - Graduação

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RELAÇÃO DE EMPREGO
Relação de Emprego x Relação de Trabalho
Relação de Emprego é espécie da qual Relação de Trabalho é gênero
Todo contrato de atividade (atividade pessoal de uma das partes constitui o objeto do contrato), geram uma relação de trabalho.
Tanto a relação de trabalho como a relação de emprego são espécies de relação jurídica.
Relação de Emprego x Relação de Trabalho
Caracterizar a relação jurídica é essencial para o direito do trabalho, porque assegurará o desenvolvimento de todos os princípios, regras e institutos justrabalhistas.(Delgado, 2009).
Os critérios definidores da relação jurídica empregatícia: pessoa física, pessoalidade (intuito personae) , não eventualidade, subordinação e onerosidade.
Nas relações de trabalho lato sensu, não se fazem presentes todos os requisitos. Ex: trabalhador eventual, autônomo, avulso, voluntário, estagiário, representante comercial, etc.
Relação de Emprego x Relação de Trabalho
A relação de emprego é apenas uma das modalidades da relação de trabalho, e ocorrerá sempre que preenchidos os requisitos legais específicos, que no caso estão previstos nos artigos 2º e 3º da CLT.
Dentre as relações de trabalho, podemos destacar as seguintes modalidades: a) relação de emprego, b) relação de trabalho autônomo, c) relação de trabalho eventual, d) relação de trabalho avulso, e) relação de trabalho voluntário, f) relação de trabalho institucional , g) relação de trabalho de estágio 
Relação de Trabalho x Relação de Emprego
Então, ao defrontarmos com uma relação de trabalho, há que se perquirir em qual das modalidades acima está enquadrada, o que será de extrema importância para definição do tratamento jurídico reservado àquele determinado trabalhador.
 Com efeito, em princípio o sistema protetivo celetista alcança somente os empregados (detentores de relação de emprego).
Requisitos da Relação de Emprego
 Relação de emprego é a relação de trabalho subordinado. A relação de emprego é o vínculo de trabalho humano sob subordinação. Entretanto, a subordinação não é o único requisito para a caracterização da relação de emprego. Também o são a prestação de trabalho por pessoa física, a pessoalidade, a onerosidade, a não-eventualidade e a alteridade.
A figura do trabalhador deverá ser sempre uma pessoa natural, a quem é destinada a proteção.
 
		Requisitos Relação de Emprego
Pessoalidade: é vinculado ao requisito anterior. A prestação de serviços deve ser infungível, no que tange ao trabalhador. OBS: o contrato jamais é intuito personae em relação ao empregador.
Onerosidade: Contraprestação, com conteúdo econômico pelo trabalho realizado. O pacto deve envolver o pagamento de salário, ainda que não concretizada a promessa. Não precisa ser dinheiro, mas qualquer bem. Opõe-se ao serviço voluntário. 
Requisitos da Relação de Emprego
Subordinação (dependência): É o mais forte indício ou pressuposto.  A dependência pressupõe a inserção do trabalhador no processo produtivo. 
a) Subordinação Fática
b) Subordinação jurídica:	b.1) Poder Diretivo; b.2) Poder Hierárquico; b.3) Poder de Fiscalizar;
	“Subordinação é a sujeição, é a dependência que alguém se encontra frente a outrem. Estar subordinado é dizer que uma pessoa física se encontra sob ordens, que podem ser explícitas ou implícitas, rígidas ou maleáveis, constantes ou esporádicas, em ato ou em potência. ” Ementa RO/00366-2007-025-03-00-3/TRT3ªR./Quarta Turma. Rel. Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault. DJMG 26.04.2008, p. 11.
Requisitos da Relação de Emprego
	Subordinação estrutural: “[...] é a que se manifesta pela inserção do trabalhador na dinâmica do tomador de seus serviços, independentemente de receber (ou não) suas ordens diretas, mas acolhendo, estruturalmente, sua dinâmica de organização e funcionamento.” (Delgado, 2007).
Não eventualidade - o trabalhador não-eventual é aquele que trabalha de forma repetida, nas atividades permanentes da empresa, e fixado juridicamente. Quando há eventualidade, não é apenas a prestação de trabalho que é eventual. A própria relação é eventual. 
Délio Maranhão (2003): “...aferição da natureza eventual dos serviços prestados há de ser feita tendo em vista os fins normais da empresa” 
Requisitos da Relação de Emprego
Exemplos: - garçom de uma pizzaria, que trabalha apenas aos finais de semana: é não eventual, pois ele trabalha de forma repetida (o que não quer dizer contínua), sua atividade se insere na atividade permanente da empresa e por isso está fixado juridicamente ao empregador. É absolutamente indiferente o fato de trabalhar um, dois ou todos os dias da semana;
- chapa, daqueles que ficam na entrada das cidades: dificilmente será possível reconhecer a não-eventualidade, pois o chapa não se fixa a empregador nenhum.
		Requisitos da Relação de Emprego
Alteridade - o requisito da alteridade significa que o empregado trabalha por conta alheia, o que implica que ele não corre o risco do negócio. Este requisito é extraído do art. 2º da CLT, segundo o qual empregador é “a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica...”
Se não houver alteridade, haverá autonomia, e logo mera relação de trabalho.
Natureza Jurídica da Relação de Emprego
Teorias Contratualista e Anticontratualistas (teoria da Relação de Trabalho e Teoria da Instituição). 
Mario de La Cueva (1949) – difunde a expressão contrato realidade, pois ao explicar a natureza da relação, sustenta: existe, não no acordo abstrato de vontades, senão na realidade da prestação do serviço e porque é o fato mesmo do trabalho e não o acordo de vontades, o que determina a sua existência.
Teoria Contratualista Moderna:A natureza jurídica contratual afirma-se por ser o elemento de vontade essencial à configuração da relação de emprego. Trata-se de relação contratual específica, que tem por objeto uma obrigação de fazer prestada continuamente, onerosamente, de modo subordinado e em caráter de pessoalidade (intuitu personae).
Relações de Emprego
Empregado Urbano (art. 3º CLT), Doméstico (Lei 5859/72 ) e Rural (Lei 5889/73).
EC 72/2012 – alterou o art. 7º, parágrafo único da CF/88, reconhecendo a paridade de tratamento entre os assalariados (urbanos e domésticos)
 art. 6º da CLT – trabalho a domicílio e teletrabalhador. 
Teletrabalhador - Necessidade de suporte de tecnologia relacionadas à telecomunicações e informática.
Relações de Trabalho
Trabalho autônomo: não há subordinação jurídica entre o trabalhador e o tomador de seus serviços. Em geral o trabalhador autônomo presta serviços com profissionalidade e habitualidade, porém se ativa por conta própria, assumindo o risco da atividade desenvolvida. O traço distintivo característico frente à relação de emprego é mesmo a ausência de subordinação.
Trabalho eventual: Por exclusão, eventual é aquele trabalho que não se enquadra no conceito de trabalho não-eventual (habitual). Maurício Godinho Delgado identifica as seguintes características do trabalho eventual: a) descontinuidade da prestação do trabalho, entendida como a não permanência em uma organização com ânimo definitivo; b) não fixação jurídica a uma única fonte de trabalho, com pluralidade variável de tomadores de serviços; c) curta duração do trabalho prestado; d) natureza do trabalho tende a ser concernente a evento certo, determinado e episódico no tocante à regular dinâmica do empreendimento tomador dos serviços; e) em conseqüência, a natureza do trabalho prestado tenderá a não corresponder, também, ao padrão dos fins normais do empreendimento.
Relações de Trabalho
Trabalho avulso - Avulso é aquele trabalhador eventual que oferece sua energia de trabalho, por curtos períodos de tempo, a distintos tomadores, sem se fixar especificamente a nenhum deles. Segundo Maurício Godinho Delgado, “o que distingue o avulso do eventual, entretanto, é a circunstância de sua força de trabalho ser ofertada, no mercado específico em que atua (o setor portuário), através de uma entidade intermediária”.
Trabalho voluntário Trabalho
voluntário é, nos termos do art. 1º da Lei 9.608/1998, “...a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade”.
Relações de Trabalho
Trabalho institucional - É a relação de trabalho de natureza estatutária mantida com a Administração Pública. Nesta relação jurídica não se forma vínculo de emprego, e sim vínculo estatutário, que é regido pelo Direito Administrativo.
Estágio - O estágio é modalidade de relação de trabalho regulada pela Lei 11.788/08, a qual propicia ao estudante a complementação das atividades teóricas cursadas mediante a experiência profissional (atividade prática) na linha de formação do estagiário. Como contrato especial que é, o estágio não gera vínculo de emprego entre o estagiário e o tomador dos serviços.

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