Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 0 CEFET- Itaguaí Engenharia Mecânica Planejamento da Produção Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello, D.Sc. anadmello1@gmail.com 1 Conteúdo Programático 1. Introdução à Administração da Produção: Contextualização no cenário empresarial atual. Evolução histórica. Livro texto – Slack, Nigel .Administração da Produção-Cap 1 a 3 2. Elementos organizacionais básicos do planejamento e programação da produção: O sistema produtivo.Tipos de organizações. O ambiente organizacional. 3. Produtividade e eficiência: Indicadores de desempenho Livro texto – Martins, Petrônio. Administração da Produção- Cap 21 4. Planejamento estratégico, visão geral. Estratégias de Produção. Livro texto – Slack, Nigel .Administração da Produção-Cap 1 a 3 5. Decisões sobre o projeto e o composto de produtos. Conceitos. Aspectos do projeto. Tipos de processos em manufatura e serviços; Desenvolvimento de novos produtos: - O conceito do ciclo de vida. Estratégias para o desenvolvimento de novos produtos. Livro texto – Slack, Nigel .Administração da Produção-Cap 4 , 5 e 16 6. Planejamento empresarial.: Projeto da Rede de Operações Produtivas. Integração Vertical. Localização de Modelos de localização Livro texto – Slack, Nigel .Administração da Produção-Cap 6 - Martins, Petrônio. Administração da Produção- Cap 5. 7. Projeto, capacidade e arranjo físico de fábricas( layout) e fluxos. Gestão da capacidade produtiva.Tipos básicos de layout, características. Livro texto – Slack, Nigel .Administração da Produção-Cap 7 Martins, Petrônio. Administração da Produção- Cap 6 . 2 2 Conteúdo Programático 8. Previsão de Demanda. 9. Controle de Estoques. 10. Planejamento e Controle de Produção. Planejamento da Capacidade. Plano de Produção. PMP. MRP. Programação da produção. Projeto. 11.Tecnologias de PCP: sistema Just-In-Time, Kanban, OPT 12. Modelos de simulação de produção. BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1. Corrêa, H. L., Corrêa, C. A., 2006. Administração de Produção e Operações. Manufatura e Serviços. Uma abordagem estratégica. 2ª.Edição. Atlas. São Paulo. 2. Gaither, N., Frazier, G. , 2002. Administração da Produção e Operações. 8ª. Edição. Pioneira/ Thomson Learning.São Paulo. 3. Slack, N.; Chambers, S.; Johnston, R. 2002. Administração da produção. Atlas. São Paulo. 4. Tubino, D. 2000. Manual de planejamento e controle da produção. Atlas. São Paulo. 5. Corrêa, H. L., Gianesi, I. G., Caon, M., 2010. Planejamento, Programação e Controle da Produção. 4ª.Edição. Atlas. São Paulo. 6. Ritzman, L. P.; Krajewski, L.J. 2008. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. Tubino, D. F., 1999. Sistemas de Produção: A produtividade no chão de fábrica. Bookmann. Porto Alegre. 2..Martins, P. G.; Laugeni, F.2006. Administração Da Produção. São Paulo: Saraiva. 3. Moreira, D. A. 2008. Administração da produção e operações, 2. ed. São Paulo: Cengage Learning.. 4. BUFFA, E. Modern Production/Operation Management. New York, USA: Jonh Wiley & Sons, 1987 5. Pozzo, H. 2002. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. Uma abordagem logística. 3ª. Edição. Atlas. São Paulo. 6. Lachtermacher, Pesquisa Operacional na tomada de decisões, Rio de Janeiro: Campus, 2002. 7. Arenales, M; Armentano, V; Morabito, R E Yanasse, H. Pesquisa operacional . Ed. Campus, 2006. Arranjo Físico • Objetivo: Localização física dos recursos de transformação (máquinas, equipamentos, pessoal), determinando a forma e o sentido do fluxo dos recursos através do processo produtivo. Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 3 3 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 4 Arranjo Físico Projeto de Processos Projeto da Rede Arranjo Físico E Fluxos Tecnologia de processos Projeto do trabalho Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello Gestão da Produção 1 5 Arranjo Físico: Procedimentos • Selecionar o tipo de arranjo físico básico, em função do tipo de processo. Tipos de Arranjo Físico Tipos de Processo Produtos Serviços Processo por Projeto Processo por Jobbing Arranjo Físico Posicional Serviços Profissionais Processo por Lotes Arranjo Físico por Processo Loja de Serviços Processo em Massa Arranjo Físico Celular Processo Contínuo Arranjo Físico por Produto Serviços de Massa 4 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 6 Arranjo Físico • Arranjo Físico Posicional (ou de posição fixa): - Materiais, informações e clientes se movem em torno do produto ou serviço em processamento. Exemplos: rodovia em construção, algumas situações médicas, estaleiro, manutenção em produtos de grande porte, etc Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 7 Arranjo Físico • Arranjo Físico por Processo - Processos similares ou com necessidades similares são localizados juntos. Dessa forma, materiais, clientes e informações fluem através dos processos, segundo suas necessidades, criando diferentes roteiros através das operações, evidenciando um padrão de fluxo complexo. Exemplos: áreas refrigeradas de supermercados, áreas de usinagem, biblioteca, etc. 5 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 8 Arranjo Físico • Arranjo Físico Celular - Os produtos / tarefas são pré-selecionados para cada célula de operação (parte específica), onde se encontram todos os recursos necessários para a transformação. O arranjo da célula em si pode ser por processo ou por produto. Exemplos: áreas de manufatura de componentes de computadores, áreas específicas de supermercados como lanches, lojas de departamentos, maternidade de um hospital, etc. Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 9 Arranjo Físico • Arranjo Físico por Produto ou Arranjo Físico em “fluxo” ou “linha” - Os recursos transformadores são organizados inteiramente para atender a necessidade de um produto, onde o produto, cliente ou informação segue um roteiro pré-definido, no qual a sequência de atividades requeridas coincide com a sequência na qual os recursos foram arranjados fisicamente. Exemplos: montagem de automóveis, restaurante self-service, etc. 6 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 10 Arranjo Físico - Processo Montagem Pintura Furação FresagemUsinagem Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 11 Arranjo Físico – Produto Produto A Produto B Produto C Passo 1 Passo 1 Passo 1 Passo 2 Passo 2 Passo 2 Passo 3 Passo 3 Passo 3 Passo 4 Passo 4 Passo 4 7 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello Gestão da Produção 1 12 Arranjo Físico Fluxo de Materiais Fluxo de Materiais Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 13 Arranjo Físico • Arranjo Físico Misto - Operação com a combinação de elementos de alguns ou todos tipos de arranjos básicos ou, alternativamente, usam arranjos físicos básicos de forma pura em diferentes etapas da operação. Exemplos: hospital, complexo de restaurantes, etc. 8 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 14 Arranjo Físico • Decisão sobre Arranjo-Considerações sobre o volume e variedade: Para grandes volumes torna-se importante a decisão relacionada ao fluxo, enquanto que a medida que variedade diminui, torna- se possível arranjar os recursos de acordo com as necessidades de processamento do produto. Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello Gestão da Produção 1 15 Arranjo Físico Vantagens Desvantagens Posicional Flexibilidade de mix e produto muito alta; Alta variedade para mão de obra Custos unitários altos ; Programação de atividades e espaço complexa, muita movimentação Processo Alta flexibilidade de mix e produto; Supervisão de equipamento relativamente fácil Baixa utilização de recursos; Alto estoque em processo ou filas de clientes ;Fluxo complexo de difícil controle CelularCompromisso entre custo e flexibilidade; Atravessamento rápido; Trabalho em grupo Reconfigurações caras; Pode requerer capacidades adicionais ; Pode reduzir níveis de utilização de recursos Produto Baixos custos unitários para altos volumes; Especialização de equipamentos ;Movimentação de materiais e clientes conveniente Baixa flexibilidade de mix; Pouco robusto para interrupções; Trabalho repetitivo 9 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 16 Arranjo Físico e Custos Posicional Processo Celular Produto Volume Custo Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 17 Avaliação de Layout CUSTO DO TRANSPORTE Ctotal = Σ Cij * Dij * Qij Cij = Custo por unidade entre a origem i e o destino j Dij = Distância entre a origem i e o destino j Qij = Quantidade entre a origem i e o destino j 10 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 18 Avaliação de Layout CUSTO DO TRANSPORTE • Exemplo: Uma empresa está estudando duas alternativas para localizar seis setores produtivos: A,B, C, D, E, F. Conforme a figura abaixo. A partir dos dados abaixo, determinar a alternativa de menor custo total: A B C E D F A B CD E F 10 25 15D1 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 19 Avaliação de Layout CUSTO DO TRANSPORTE • Cálculo das distâncias: D1 = √ ( 10 2 + 15 2) = 18m D2 = √ ( 10 2 + 25 2) = 29m SETORES QUANT DIST A - B 100 10 A - C 50 A - D 80 A - E 30 B - C 80 B – E 60 B - F 100 C – D 50 C – F 80 C – E 90 D - F 30 DISTÂNCIA $/metro/t Até 10 m 1,00 Entre 11 e 20 m 1,50 Acima de 20 m 2,00 Alternativa A 11 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 20 Balanceamento da linha de montagem para produto único • Objetivo do layout: Utilizar ao máximo o tempo dos operadores e das máquinas: 1 ) Determinar o Tempo de Ciclo = TC Exemplo: uma linha deve produzir 1000 peças em 6,5 horas de trabalho. O tempo de ciclo é: 6,5 * 60 minutos / 1000 peças. Assim TC = 0,39 minuto /peça. Isto é: a cada 0,39 minutos a linha deve produzir uma peça para que seja atingida a meta de 1000 peças em 6,5 horas TC = Tempo de Produção Número peças no tempo de Produção Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 21 Balanceamento de linha 2) Número Mínimo de operadores = N Sendo Ti = O tempo da peça em cada operação 3) Verifica-se o número real de operadores necessários - NR, através de simulação, distribuindo os trabalhos em postos, alocando-se o menor número possível de operadores e considerando que o tempo alocado para cada operador deverá ser menor ou igual ao Tempo de Ciclo TC 4) Por último calcula-se a eficiência do balanceamento E E = 1- ΣTlivre /TC* NR N = Tempo Total para produzir uma peça na linha = Σ Ti Tempo de Ciclo TC 12 22 Balanceamento de linha – Exemplo A – 3,0 B – 3,5 F – 2,8 C – 1,0 D – 1,7 G – 2,5 E – 3,0 Uma linha de montagem tem os processos abaixo. Considerando que a demanda é de 10 peças/h e que cada operador trabalha 45 min por hora. Dimensionar essa linha. Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 23 Balanceamento de linha de montagem para multiprodutos Mesma metodologia e balanceamento para único produto, apenas pondera-se o tempo de ciclo em função quantidade a produzir de cada modelo Exemplo: Uma empresa deseja produzir na mesma linha de montagem os produtos X, Y, e Z. Segunda a sequência de montagem abaixo. Cada operador trabalha 48 min/hora e devem ser produzidos 30 unidades/hora. 13 24 Balanceamento de linha de montagem para multiprodutos Produtos X Y Z Quantidade/h 10 8 12 Tempos por operação (min) Tempos ponderados A 2,5 3,0 2,8 (2,5*10+3*8+2,8*12)/30 B 1,7 1,2 2,4 (1,7*10+1,2*8+2,4*12)/30 C 1,5 0,8 0,72 D 2,0 1,0 2,0 1,73 E 1,6 - - 0,53 Totais A B C D E 25 Balanceamento para multiprodutos Produtos X Y Z Demanda Quantidade/h 10 8 12 30 Tempos por operação (min) Tempos ponderados A 2,5 3 2,8 2,75 B 1,7 1,2 2,4 1,85 C 1,5 0,8 0,72 D 2 1 2 1,73 E 1,6 0,53 Totais 7,8 6,7 8 7,59 Postos 1 2 3 4 T Operações A B D C+E N Operadores 2 2 2 1 7 Tempos 2,75 1,85 1,73 1,25 TC 1,38 0,93 0,87 1,25 1,38 produção 34,91 Tempos de produção 48 Tempo de Ciclo (TC = TP/D) TC 1,6 Número mínimo N 4,74 14 Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 26 Layout em células de manufatura Famílias de peças: peças com características de processamento similares. Podem-se formar células para fabricar um produto inteiro ou partes de um produto. Formação de famílias: • Conceito russo (Mitrofanov e Sokolovski) • Conceito de codificação ( (Brish-birn – General Motors) • Conceito de fluxo do Processo • Algorítmos otimizantes (Gomory-Hu) Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 27 Layout em células de manufatura Conceito russo (Mitrofanov e Sokolovski): Analisa-se as peças, agrupando-as em quatro etapas sequenciais: • Em função dos equipamentos em que serão processadas. Ex. Prensa ou torno • Por forma geométrica. Cilíndricas – eixos e discos com e sem furo central • Por tipo de projeto: parafusos, eixos, anéis ou engrenagem • Por similaridade do ferramental 15 28 Layout em células de manufatura Conceito de codificação ( (Brish-Birn – General Motors) • Cada dígito depende do anterior 3 1 1 3 1 2 0,80< diâmetro externo< 0,90 0,50< diâmetro interno< 0,57 Fura passante central único sem outros furos Metálico, curto, plano, único diâmetro externo Redondo com linha de centro reta Peça Fonte: Di Sério. L.C. Célula de Manufatura. FGV. SP Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 29 Layout em células de manufatura Conceito de fluxo do Processo: Necessitam-se de; • Ordens de fabricação • Material • Tempo por operação • Equipamentos • Ferramentas • Lista completa de equipamentos da fábrica 16 30 Layout em células de manufatura Conceito de fluxo do Processo: Dado o layout Departamento de Montagem e Acabamento Tratamento superficial Tratamento térmico Corte Usinagem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Armazém de matérias primas 31 Layout em células de manufatura Conceito de fluxo do Processo: Matriz de processos das partes Máquinas Partes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 A x x x x x B x x x C x x x D x x x x x E x x x F x x x G x x x x H x x x 17 32 Layout em células de manufatura Conceito de fluxo do Processo: Matriz de processos das partes (reoordenadas em células) Máquinas Partes 1 2 4 8 10 3 6 9 5 7 11 12 A x x X x X D x x X x X F X x X C X X x G x X X X B X X X H X x E X X x Profa. Ana Lucia Dorneles de Mello 33 Layout em células de manufatura • Algorítmos otimizantes (Gomory-Hu) • Deseja-se formar ao menos três células com no mínimo duas máquinas Matriz de Máquinas e Peças Tempos ou volumes Peças Máquinas A B C D E F G 1 5 3 1 7 2 1 9 2 3 8 3 10 4 7 6 2 5 7 11 6 9 7 5 18 34 Layout em células de manufatura A B FC D G E Rede-Máquinas-peças 1 5 2 3 4 5 6 7 6 7 2 7 3 1 5 2 9 9 8 10 113 7 Células: 1)7, D, 4, G, B,1,A,6 2)2,C,3,E,F,5 35 Previsão de Demanda 19 Gestão da Produção - 2 36 Previsão de Demanda • A previsão da demanda é a base para o planejamento estratégico da produção, vendas e finanças de qualquer empresa. As previsões são usadas pelo PCP em dois momentos distintos: • para planejar o sistema produtivo • para planejar o uso deste sistema produtivo. 37 Etapas de um modelo de Previsão de Demanda Objetivo do modelo Coleta e análise dos dados Seleção datécnica de previsão Obtenção das previsões Monitoração do modelo 20 38 Objetivo do modelo • A primeira etapa consiste em definir a razão pela qual necessitamos de previsões. Que produto, ou famílias de produtos, será previsto, com que grau de acuracidade e detalhe a previsão trabalhará, e que recursos estarão disponíveis para esta previsão. – A sofisticação e o detalhamento do modelo depende da importância relativa do produto, ou família de produtos, a ser previsto e do horizonte ao qual a previsão se destina. – Itens pouco significativos podem ser previstos com maior margem de erro, empregando-se técnicas simples. Assim como admite-se margem de erro maior para previsões de longo prazo, empregando-se dados agregados de famílias de produtos. 39 Coleta e análise dos dados • Visa identificar e desenvolver a técnica de previsão que melhor se adapte. Alguns cuidados básicos: – Quanto mais dados históricos forem coletados e analisados, mais confiável a técnica de previsão será; – Os dados devem buscar a caracterização da demanda pelos produtos da empresa, que não é necessariamente igual as vendas passadas; – Variações extraordinárias da demanda devem ser analisadas e substituídas por valores médios, compatíveis com o comportamento normal da demanda; – O tamanho do período de consolidação dos dados tem influência direta na escolha da técnica de previsão mais adequada, assim como na análise das variações extraordinárias. 21 40 Seleção da técnica de previsão • Existem técnicas qualitativas e quantitativas. Cada uma tendo o seu campo de ação e sua aplicabilidade. Alguns fatores merecem destaque na escolha da técnica de previsão: – Decidir em cima da curva de troca “custo-acuracidade”; – A disponibilidade de dados históricos; – A disponibilidade de recursos computacionais; – A experiência passada com a aplicação de determinada técnica; – A disponibilidade de tempo para coletar, analisar e preparar os dados e a previsão; – O período de planejamento para o qual necessitamos da previsão. 41 Obtenção da previsões e monitoração • Com a definição da técnica de previsão e a aplicação dos dados passados para obtenção dos parâmetros necessários, podemos obter as projeções futuras da demanda. Quanto maior for o horizonte pretendido, menor a confiabilidade na demanda prevista. – A medida em que as previsões forem sendo alcançadas pela demanda real, deve-se monitorar a extensão do erro entre a demanda real e a prevista, para verificar se a técnica e os parâmetros empregados ainda são válidos. Em situações normais, um ajuste nos parâmetros do modelo, para que reflita as tendências mais recentes, é suficiente. 22 42 Técnicas de previsão • Existem uma série de técnicas disponíveis, com diferenças substanciais entre elas. Porém, cabe descrever as características gerais que normalmente estão presentes em todas as técnicas de previsão, que são: – Supõem-se que as causas que influenciaram a demanda passada continuarão a agir no futuro; – As previsões não são perfeitas, pois não somos capazes de prever todas as variações aleatórias que ocorrerão; – A acuracidade das previsões diminui com o aumento do período de tempo auscultado; – A previsão para grupos de produtos é mais precisa do que para os produtos individualmente, visto que no grupo os erros individuais de previsão se anulam. 43 Técnicas de previsão • As técnicas de previsão podem ser subdivididas em dois grandes grupos: – As técnicas qualitativas privilegiam principalmente dados subjetivos, os quais são difíceis de representar numericamente. Estão baseadas na opinião e no julgamento de pessoas chaves, especialistas nos produtos ou nos mercados onde atuam estes produtos; – As técnicas quantitativas envolvem a análise numérica dos dados passados, isentando-se de opiniões pessoais ou palpites. Empregam-se modelos matemáticos para projetar a demanda futura. Podem ser subdivididas em dois grandes grupos: as técnicas baseadas em séries temporais, e as técnicas baseadas em correlações. 23 Previsão da Demanda 44 Previsões baseadas em séries temporais • Partem do princípio de que a demanda futura será uma projeção dos seus valores passados, não sofrendo influência de outras variáveis. – É o método mais simples e usual de previsão, e quando bem elaborado oferece bons resultados. – Para se montar o modelo de previsão, é necessário plotar os dados passados e identificar os fatores que estão por trás das características da curva obtida. – Uma curva temporal de previsão pode conter tendência, sazonalidade, variações irregulares e variações randômicas. 45 Previsões baseadas em séries temporais 0 10 20 30 40 50 60 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. De ma nd a Variação irregular Sazonalidade Tendência Variação randônica 24 46 Técnicas para média móvel • A média móvel usa dados de um número predeterminado de períodos, normalmente os mais recentes, para gerar sua previsão. A cada novo período de previsão se substitui o dado mais antigo pelo mais recente. Mm D nn i i 1 n Mmn = Média móvel de n períodos; Di = Demanda ocorrida no período i; n = Número de períodos; i = índice do período (i = 1,2,3,...) 47 Técnicas para média móvel Período jan fev mar abril mai jun jul Demanda Real 60 50 45 50 45 70 Dem. Prevista 46,66 55 7 50 45 70 55,00 3 Mm 6 45 50 45 46,66 3 Mm 7 50 45 50 45 70 52,00 5 Mm 25 48 Técnicas para média móvel Ponderada 1 1 n i i k • Usa dados de um número predeterminado de períodos com pesos diferenciados, cuja soma de pesos é igual a 1. Normalmente, definem-se pesos maiores para os dados mais recentes. A cada novo período de previsão se substitui o dado mais antigo pelo mais recente. n 1 Mmp n i i i D k 49 Técnica– Média Móvel Ponderada Período jan fev mar abril mai jun jul Demanda Real 60 50 45 50 45 70 Dem. Prevista 60,5 Usando k: 0,1; 0,3 e 0,6 do último período até o período mais recente, respectivamente 7 50.0,1 45.0,3 70.0,6 60,5Mm 26 50 • O peso de cada observação decresce no tempo em progressão geométrica, ou de forma exponencial. – Cada nova previsão é obtida com base na previsão anterior, acrescida do erro cometido na previsão anterior, corrigido por um coeficiente de ponderação. O coeficiente de ponderação (α) é fixado pelo analista dentro de uma faixa que varia de 0 a 1. Quanto maior o seu valor, mais rapidamente o modelo de previsão reagirá a uma variação real da demanda. Técnicas para média exponencial móvel M M D Mt t t t 1 1 1 Mt = Previsão para o período t; Mt-1 = Previsão para o período t-1; = coeficiente de ponderação; Dt-1 = Demanda do período t-1. 51 Técnicas para média exponencial móvel Período jan fev mar abril mai jun jul Demanda Real 60 50 45 50 45 70 Dem. Prevista 47 Usando alfa – 0,2 46,6 51,28 Usando alfa - 0,7 45,6 62,68 6 47 0,2 45 47 46,6Mm 7 46,6 0,2 70 46,6 51,28Mm 6 47 0,7 45 47 45,6Mm 7 45,6 0,7 70 45,6 62,68Mm 27 52 • Uma equação linear possui o seguinte formato:Y = previsão da demanda para o período X; A = ordenada à origem, ou intersecção no eixo dos Y; B = coeficiente angular; X = período (partindo de X=0) para previsão; N = número de períodos observados. Técnicas para tendência equação linear Y a bX b n XY X Y n X X 2 2 a Y b X n 53 Técnicas para tendência equação linear Semana(X) Demanda(Y) X X 2 XY 1 450 1 1 450 2 430 3 5 860 3 470 6 14 1410 4 480 10 30 1920 5 450 15 55 2250 6 500 21 91 3000 7 520 28 140 3640 8 530 36 204 4240 3830 17770 73,12 336 4280 36362048 383036177708 b a 3830 12 73 36 8 421 46 , , Y = 421,46 + 12,73 X Y9 = 421,46 + 12,73 (9) = 536,03 Y10 = 421,46 + 12,73 (10) = 548,76 28 Previsão da Demanda 54 Técnicas para previsão da sazonalidade • A sazonalidade é expressa em termos de uma quantidade, ou de uma percentagem, da demanda que desvia-se dos valores médios da série. Caso exista tendência, ela deve ser considerada. – O valor aplicado sobre a média, ou a tendência, é conhecido como índice de sazonalidade. • A forma mais simples de considerar a sazonalidade nas previsões da demanda, consiste em empregar o último dado da demanda, no período sazonal em questão, e assumi-lo como previsão. Previsão da Demanda 55 Técnicas para previsão da sazonalidade • A forma mais usual de inclusão da sazonalidade nas previsões da demanda, consiste em obter o índice de sazonalidade para os diversos períodos, empregando a média móvel centrada, e aplica-los sobre o valor médio (ou tendência) previsto para o período em questão. – O índice de sazonalidade é obtido dividindo-se o valor da demanda no período pela média móvel centrada neste período. O período empregado para o cálculo da média móvel é o ciclo da sazonalidade. Quando se dispõem de dados suficientes, calculam-se vários índices para cada período e tira-se uma média. 29 Gestão da Produção - 2 56 Previsão – Ajustamento Sazonal • 1 – Determinar a média em cada ano • 2 – Determinar o coeficiente de sazonalidade de cada ano • 3 – Calcular o coeficiente médio em cada período • 4 – Projetar a demanda global para o ano • 5 – Determinar a média por período do ano previsto • 6 – Determinar a demanda por período usando o coeficiente médio de sazonalidade 57 Previsão – Ajustamento Sazonal Trim. Ano 1 Coef. Saz. Ano 2 Coef. Saz. Ano 3 Coef. Saz. Ano 4 Coef Saz. Méd 1 45 45/250 70 0,23 100 0,22 100 0,18 0,20 2 335 1,34 370 1,23 585 1,30 725 1,32 1,30 3 520 2,08 590 1,97 830 1,84 1160 2,11 2,00 4 100 0,40 170 0,57 285 0,63 215 0,39 0,5 Total 1000 1200 1800 2200 Média 250 300 450 550 Supondo previsão de 625/ trimestre, teríamos para cada trimestre 1- 625 x 0,20 = 125 3- 625 x 2,00 = 1250 2- 625 x 1,30 = 813 4- 625 x 0,50 = 313 30 Previsão da Demanda 58 Previsões baseadas em correlações • Buscam prever a demanda de determinado produto a partir da previsão de outra variável que esteja relacionada com o produto. • O objetivo da regressão linear simples consiste em encontrar uma equação linear de previsão, do tipo Y = a + bX (onde Y é a variável dependente a ser prevista e X a variável independente da previsão), de forma que a soma dos quadrados dos erros de previsão (b) seja a mínima possível. Este método também é conhecido como “regressão dos mínimos quadrados”. Previsão da Demanda 59 Manutenção e monitoração do modelo • Uma vez decidida a técnica de previsão e implantado o modelo, há necessidade de acompanhar o desempenho das previsões e confirmar a sua validade perante a dinâmica atual dos dados. Esta monitoração é realizada através do cálculo e acompanhamento do erro da previsão, que é a diferença que ocorre entre o valor real da demanda e o valor previsto pelo modelo para um dado período. A manutenção e monitoração de um modelo de previsão confiável busca: – Verificar a acuracidade dos valores previstos; – Identificar, isolar e corrigir variações anormais; – Permitir a escolha de técnicas, ou parâmetros, mais eficientes. 31 Previsão da Demanda 62 Manutenção e monitoração do modelo • Uma série de fatores pode afetar o desempenho de um modelo de previsão, sendo que os mais comuns são: – A técnica de previsão pode estar sendo usada incorretamente, ou sendo mal interpretada; – A técnica de previsão perdeu a validade devido à mudança em uma variável importante, ou devido ao aparecimento de uma nova variável; – Variações irregulares na demanda podem ter acontecido em função de greves, formação de estoques temporários, catástrofes naturais, etc. – Ações estratégicas da concorrência, afetando a demanda; – Variações aleatórias inerentes aos dados da demanda.
Compartilhar