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OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Mamfredini 
 
 
 
 
 
 
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1 
I - TEORIA RECURSO DE REVISTA 
1. NATUREZA 
Os recursos classificam-se em recurso de natureza ordinária ou extraordinária, segundo 
tabela a seguir: 
RECURSOS DE NATUREZA 
ORDINÁRIA 
RECURSOS DE NATUREZA 
EXTRAORDINÁRIA 
RO e agravo de petição 
RR, embargos ao TST e recurso 
extraordinário. 
Objetivo: revisão da decisão. 
Objetivo: uniformização de 
jurisprudência. 
Matérias: fatos, provas e direito. 
Matérias: só matérias de direito 
(súmula 126 do TST) 
 
Súmula 126, TST. Incabível o recurso de revista ou de embargos (CLT, artigos 
896 e 894, “b”, CLT) para reexame de fatos e provas. 
Importante saber que o recurso de revista é cabível apenas em DISSÍDIOS INDIVIDUAIS DO 
TRABALHO. 
Cabe recurso de revista em duas hipóteses: 
1) de decisão do TRT em recurso ordinário; e 
2) de decisão do TRT em agravo de petição. 
O recurso de revista somente será cabível quando: a) a questão for exclusivamente de 
direito; b) se o recorrente estiver diante de uma das hipóteses específicas de cabimento de 
recurso de revista c) se a matéria estiver prequestionada. 
 
2. Hipóteses Específicas de Cabimento do Recurso de Revista 
O procedimento sumário é de única instância. Assim, de uma sentença neste 
procedimento não cabe recurso ordinário, recurso de revista ou embargos ao TST. Da 
sentença proferida neste procedimento é cabível recurso apenas se houver violação à 
Constituição Federal (art. 2º, § 4º, Lei nº 5.584/70). 
No procedimento sumaríssimo, o recurso de revista é oportuno quando o acórdão do 
TRT contrariar a Constituição Federal, súmula do TST, ou súmula vinculante do STF (art. 
896, § 9º, CLT). Não é hipótese de cabimento de recurso de revista neste procedimento a 
contrariedade à orientação jurisprudencial (Súmula nº 442, TST). 
OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Mamfredini 
 
 
 
 
 
 
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2 
Recurso de revista na execução é cabível apenas quando houver ofensa literal e direta 
à Constituição da República (art. 896, § 2°, CLT e Súmula nº 266, TST). Entretanto, nas 
execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão 
Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) cabe recurso de revista por violação à lei federal, 
divergência jurisprudencial e ofensa à Constituição Federal (art. 896, § 10º, CLT). 
No procedimento ordinário, nos termos do art. 896 "a" e "c", da CLT, o recurso de revista 
é cabível nos seguintes casos: a) violação literal e direta à Constituição Federal; b) violação 
à lei federal; c) contrariedade à súmula do TST; d) contrariedade à orientação jurisprudencial 
do TST (OJ 219, SDI-1, do TST); e) contrariedade à súmula vinculante do STF; f) quando, 
na interpretação de lei federal, a decisão recorrida contrariar outro TRT (Pleno ou Turma) e 
g) quando o acórdão recorrido divergir, na interpretação de lei federal, de decisão da Seção 
de Dissídios Individuais do TST. 
A divergência jurisprudencial ocorre, por exemplo, quando: o TRT da 9ª região julga um 
caso hipotético, estabelecendo que não basta que as verbas rescisórias tenham sido 
depositadas no prazo previsto no art. 477, § 6º, da CLT, para afastar a incidência da multa 
do art. 477, § 8º, da CLT, devendo a homologação da rescisão ocorrer também no prazo. 
Por outro lado, o TRT 4ª região julga que basta que o depósito das verbas rescisórias seja 
realizado no prazo para que a multa do 477, §8º, da CLT não tenha cabimento. Há, neste 
caso, uma divergência, uma vez que os tribunais interpretam o art. 477, §8º, da CLT de 
forma diversa. 
Caberá recurso de revista por divergência jurisprudencial entre TRTs, observadas as 
seguintes particularidades: 
a) quando o acórdão do TRT recorrido contrariar súmula de outro TRT ou tese jurídica 
prevalecente no âmbito deste tribunal, que não contrarie súmula, orientação jurisprudencial 
do TST ou súmula do STF. 
b) se não houver súmula de outro TRT ou tese jurídica prevalecente no âmbito deste 
tribunal, caberá recurso de revista quando o acórdão recorrido contrariar acórdão de outro 
TRT, desde que esta não esteja ultrapassada por súmula, orientação jurisprudencial do TST 
ou súmula do STF. 
Observe que havendo divergência no âmbito de um mesmo TRT, este deverá 
obrigatoriamente uniformizar seu entendimento, criando as súmulas regionais ou fixando a 
tese jurídica prevalecente no âmbito daquele tribunal a respeito do tema objeto da 
discussão, através dos incidentes de uniformização de jurisprudência (CLT, art. 896, § 4º). 
O quorum para o julgamento do referido incidente é definido pelo regimento interno do 
tribunal. Caso o incidente seja julgado por voto da maioria absoluta dos seus membros, será 
editada súmula a respeito da matéria objeto da votação (art. 479, CPC). Caso, entretanto, a 
votação ocorra por maioria simples será fixada a tese jurídica prevalecente para o caso 
concreto, mas esta não será objeto de súmula. 
É importante conhecer o trâmite do recurso de revista para compreender quem poderá 
determinar ao Tribunal Regional do Trabalho de origem que proceda a uniformização de sua 
jurisprudência, quando já interposto este recurso. Portanto, passa-se ao procedimento deste 
recurso. 
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Direito do Trabalho 
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Uma vez interposto o recurso de revista, o mesmo é dirigido ao Presidente do TRT 
recorrido, que fará o primeiro juízo de admissibilidade. Uma vez que todos os pressupostos 
estejam presentes, o recurso será recebido e a parte ex-adversa será intimada para 
apresentar contrarrazões ao recurso de revista e, então, os autos serão remetidos ao TST. 
Neste Tribunal, o recurso será encaminhado ao relator, que fará o segundo juízo de 
admissibilidade. Caso também verifique que todos os pressupostos de admissibilidade estão 
presentes, o recurso será conhecido e encaminhado à turma para julgamento. 
Ao receber o recurso de revista para o primeiro juízo de admissibilidade, se o Presidente 
do Tribunal Regional constatar a divergência de entendimento no âmbito do mesmo TRT, 
determinará que se proceda a uniformização de sua jurisprudência, através do incidente de 
unformização de jurisprudência, mediante decisão irrecorrível, para que este TRT crie uma 
súmula regional a respeito da matéria objeto do recurso de revista ou fixe tese jurídica 
prevalecente a respeito da referida martéria (art. 896, §§ 4º e 5º, CLT). 
Depois de interposto o recurso de revista, se o presidente do TRT não determinar ao 
Tribunal a uniformização da jurisprudência, o relator, no TST, poderá fazê-lo se constatar a 
divergência interna no âmbito do TRT recorrido (art. 896, §§ 4º e 5º, CLT). 
Caso o relator não verifique a divergência (ou seja, a existência de decisões atuais e 
conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema objeto de 
recurso de revista) e, assim, não determine a uniformização de jurisprudência, a turma do 
TST poderá fazê-lo, determinando o retorno dos autos à Corte de origem, a fim de que 
proceda à uniformização da jurisprudência (art. 896, § 4º, CLT). 
A grande questão é: e depois de julgado o incidente de uniformização de jurisprudência, 
o que ocorrerá com o recurso ordinário já julgado se a decisão conflitar com súmula regional 
ou com a tese jurídica prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho? Observe que o art. 
894, § 4º, da CLT determina, no caso de divergência, o retorno dos autos à Corte de origem. 
Assim, após o julgamento do incidente a causa volta ao órgão julgador originário para novo 
julgamento. O TRT fica vinculadoà decisão do incidente. A solução incorpora-se no 
julgamento do recurso ou da causa, como premissa inafastável". 1 
No mesmo sentido é o art. 3º, do Ato 491 da Presidência do TST, referendado pelo 
Órgão Especial do TST, que fixa os parâmetros procedimentais para dar efetividade à lei 
13.015/14, que institui nova sistemática recursal no âmbito da JT. Observe-se: 
Art. 3º Para efeito de aplicação dos §§ 4º e 5º do artigo 896 da CLT, persistindo 
decisão conflitante com a jurisprudência já uniformizada do Tribunal Regional do 
Trabalho de origem, deverão os autos retornar à instância a quo para sua 
adequação à súmula regional ou à tese jurídica prevalecente no Tribunal 
Regional do Trabalho, desde que não conflitante com súmula ou orientação 
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho. 
Caberá recurso de revista caso a nova decisão (agora em conformidade com a solução 
do conflito de competência) permaneça contrária à súmula de outro TRT ou, se não houver, 
seja contrária à tese jurídica prevalecente no âmbito deste outro tribunal ou, caso 
inexistentes qualquer das anteriores, seja divergente de acórdão de outro TRT ou, ainda: a) 
 
1 MOREIRA, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. v. 5, p. 48 
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se contrariar súmula do TST; b) ou súmula vinculante do STF; c) ou orientação 
jurisprudencial do TST ou d) ou acórdão da Seção de Dissídios Individuais do TST. Caberá, 
portanto, novo recurso de revista, como explica o ministro Barros Levenhagem2. 
 No procedimento ordinário cabe, ainda, recurso de revista na hipótese do art. 896, 
"b", da CLT, ou seja, quando o acórdão recorrido der ao mesmo dispositivo de lei estadual, 
convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento 
empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do 
Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea 
"a" do art. 896 da CLT. 
 Como exemplo, podemos citar um caso hipotético em que o TRT da 9ª região, ao 
julgar o recurso ordinário, interprete cláusula de acordo coletivo de trabalho de aplicação na 
área de jurisdição de mais de um TRT (TRT 9ª região e da 12ª região, por exemplo) de 
forma diversa da adotada pelo TRT da 12ª região. 
 
 Em casos como este, caberá recurso de revista se esta decisão recorrida contrariar 
súmula do TST, orientação jurisprudencial do TST, súmula vinculante do STF, acórdão da 
Seção de Dissídios Individuais, ou ainda: 
 
a) quando o acórdão do TRT recorrido contrariar súmula de outro TRT ou tese jurídica 
prevalecente no âmbito deste tribunal, que não contrarie súmula, orientação jurisprudencial 
do TST ou súmula do STF. 
b) se não houver súmula de outro TRT ou tese jurídica prevalecente no âmbito deste 
tribunal, caberá recurso de revista quando o acórdão recorrido contrariar acórdão de outro 
TRT, que não contrarie súmula, orientação jurisprudencial do TST ou súmula do STF. 
Ressalte-se quanto à divergência jurisprudencial os seguintes dispositivos: 
a) Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte (art. 896, § 1º-A, CLT): 
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da 
controvérsia objeto do recurso de revista; 
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou 
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão 
regional; 
 III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da 
decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da 
Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. 
 
2 https://consultortrabalhista.com/noticias/tst-presidente-explica-alteracoes-recursais-trazidas-pela-lei-n-13-
01514/#ixzz3JPpg49N9 
 
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b) A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando 
como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo 
Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do 
Trabalho (art. 896, § 7º, CLT). 
c) Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus 
de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do 
repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que 
houver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível 
na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as 
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados (art. 896, § 8º, CLT). 
d) detalhes sobre a demonstração da divergência constam na súmula 337, do TST. 
Observe: 
Súmula 337, TST. 
I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o 
recorrente. 
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte 
ofcial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e 
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos 
trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que 
justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem 
nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. 
II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de 
jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. 
III – A mera indicação da data de publicação, em fonte oficial, de aresto 
paradigma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos 
termos do item I, “a”, desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o 
conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a 
fundamentação do acórdão divergente, uma vez que só se publicam o 
dispositivo e a ementa dos acódãos. 
IV – É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial justificadora do 
recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet, desde 
que o recorrente: 
a) transcreva o trecho divergente; 
b) aponte o sítio de onde foi extraído; e 
c) decline o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a data da 
respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. 
 
 Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o 
Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o 
mérito (art. 896, § 11, CLT) 
 
Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias (art. 896, § 12, CLT). 
3. Prequestionamento 
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O prequestionamento é pressuposto do recurso de revista, assim como dos demais 
recursos de natureza extraordinária. A matéria estará prequestionada quando houver sido 
tratada no acórdão impugnado (Súmula nº 297, I, TST), ou seja, o TST só conhecerá o 
recurso se houver manifestação explícita do TRT no acórdão sobre a discussão abordada no 
recurso de revista, inclusive quanto à matéria de ordem pública (OJ 62, SDI-I, TST). 
Contanto que o TRT não se pronuncie quanto à matéria impugnada, deverão ser 
opostos embargos de declaração com o objetivo de que se manifeste a respeito de talmatéria, sob pena de preclusão (Súmulas nº 297, II, e 184, TST). 
Entretanto, se apesar de opostos embargos de declaração, o Tribunal não se manifestar 
em relação à matéria impugnada, ainda assim ela será considerada prequestionada 
(Súmula nº 297, TST). 
Registre-se que a palavra “explicitamente” presente no inciso I da Súmula nº 297 do 
TST não faz alusão ao dispositivo legal, exigindo-se apenas que seja evidenciada a tese 
sustentada na decisão, sendo indiferente a referência expressa da norma legal (OJ 118, 
SDI-1, TST). 
4. Transcendência 
Embora prevista no artigo 896-A da CLT, atualmente a transcendência não é um 
pressuposto de admissibilidade do recurso de revista, posto que ainda não está 
regulamentada. 
O recurso de revista é dirigido ao Presidente do TRT (art. 896, § 1°, CLT), o qual poderá 
delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao vice-presidente, de acordo com a 
previsão do Regimento Interno. 
5. Recursos Repetitivos 
 A lei 13.015/2014 determinou a aplicação das regras do Código de Processo Civil ao 
processo trabalhista em relação aos recursos repetitivos. Segundo a nova lei, se o TST, ao 
receber um recurso de revista, considerar que a matéria é repetitiva, ou seja, se houver 
multiplicidade de recursos de revista fundados em idênticas questões de direito, todos os 
recursos que estiverem nos TRTs sobre o mesmo tema ficarão sobrestados aguardando a 
decisão do primeiro caso. Uma vez julgado o recurso paradigma – ou leading case - todos 
os demais que estavam sobrestados deverão ser julgados no mesmo sentido. 
 No caso de multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica questão de 
direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao 
Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento 
de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da 
matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou 
das Turmas do Tribunal. 
Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção 
Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela 
maioria dos integrantes da Seção, o julgamento do incidente de uniformização de 
jurisprudência poderá ser afeto ao Tribunal Pleno (art. 896, §13, CLT). 
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 A afetação de julgamento ao Tribunal Pleno, em face da relevância da matéria, 
somente poderá ocorrer em processos em tramitação na Subseção de Dissídios Individuais 
do Tribunal Superior do Trabalho (art. 7º, Ato 491/14, da Presidência do TST, referendado 
pelo Pleno do TST). 
 A referida afetação não pressupõe, necessariamente, a existência de diversos 
processos em que a questão relevante seja debatida. 
 Observe o procedimento e os requisitos: 
a) O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores, afetará 
um ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento pela Seção 
Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos 
repetitivos (art. 896-C, § 1º, CLT). 
b) Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para julgamento 
sob o rito dos recursos repetitivos deverá expedir comunicação aos demais Presidentes de 
Turma ou de Seção Especializada, que poderão afetar outros processos sobre a questão 
para julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão (art. 
896-C, § 2º, CLT). 
c) O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a suspensão dos recursos 
de revista ou de embargos que tenham como objeto controvérsia idêntica à do recurso 
afetado como repetitivo (art. 896-C, § 5º, CLT). 
d) O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais 
Regionais do Trabalho para que suspendam os recursos interpostos em casos idênticos aos 
afetados como recursos repetitivos, até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do 
Trabalho (art. 896-C, § 3º, CLT). 
e) Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos 
da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do Trabalho, ficando 
suspensos os demais recursos de revista até o pronunciamento definitivo do Tribunal 
Superior do Trabalho (art. 896-C, § 4º, CLT). 
f) O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da Seção Especializada 
ou do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor (art. 896-C, § 6º, CLT). 
g) O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade com interesse na 
controvérsia, inclusive como assistente simples (art. 896, § 8º, CLT e art. 543-C, § 4º, CPC). 
Permite-se a intervenção do amicus curie neste julgamento. 
h) O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho, informações a respeito da 
controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias (art. 896-C, § 7º, CLT). 
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i) Após o recebimento das manifestações de pessoa, órgão ou entidade com interesse na 
controvérsia e, se for o caso, também dos TRTs (art. 896, § 7º, CLT), terá vista o Ministério 
Público pelo prazo de 15 (quinze) dias. 
j) Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais 
Ministros, o processo será incluído em pauta na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno, 
devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos (art. 896, § 10º, CLT) 
k) Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos de revista 
sobrestados na origem (art. 896, § 11, CLT): 
I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a 
orientação a respeito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou 
II - serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão 
recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria. 
Neste caso, se mantida a decisão divergente pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de 
admissibilidade do recurso de revista (art. 896, § 12, CLT). 
 A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em que se 
demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes no processo julgado 
sob o rito dos recursos repetitivos (art. 896, § 16º, CLT). 
 Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando se 
alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a segurança 
jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o Tribunal Superior 
do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado (art. 896, § 17, CLT). 
A decisão proferida pelo Tribunal Pleno quanto a questão afetada e julgada sob o 
rito dos recursos repetitivos que também contenha questão constitucional, não obstará o 
conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional (art. 
896, § 13, CLT). 
 Quanto aos recursos extraordinários serão interpostos perante o Tribunal Superior 
do Trabalho, quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica 
controvérsia, para análise da repercussão geral, caberá ao Presidente do Tribunal Superior 
do Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-
los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da 
Corte (art. 896, § 14, CLT). 
 O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais 
do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do Tribunalpara que 
suspendam os processos idênticos aos selecionados como recursos representativos da 
controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu pronunciamento 
definitivo (art. 896, § 15, CLT). 
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 Os recursos repetitivos representam um avanço em termos de celeridade e também 
de oportunizar a real discussão sobre os temas objeto de recursos de revista recorrentes na 
sociedade, entretanto, esbarram em um problema na seara trabalhista, quais sejam as 
reclamações com diversos pedidos, os quais extrapolam a matéria repetitiva. Ao suspender 
um determinado recurso em razão de uma matéria ser repetitiva é possível causar prejuízo 
aos demais pedidos contidos no mesmo recurso. 
 Para evitar referido prejuízo, o recurso repetitivo deve conter apenas uma matéria ou 
os demais pedidos devem estar intimamente ligados ao principal. 
 Do contrário, ao sobrestar um processo por ser repetitivo com matérias não 
relacionadas à questão de direito discutida, o Tribunal poderá causar um atraso maior à 
prestação jurisdicional. 
II. FOLHA DE ROSTO DO RECURSO DE REVISTA 
O recurso de revista é composto pelas folhas de rosto e de razões. A primeira é endereçada 
ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá receber ou denegar o recurso, fundamentando 
sua decisão em ambos os casos (art. 896, §1º, CLT). A segunda é dirigida para o Colendo 
Tribunal Superior do Trabalho. 
O Presidente do TRT analisará a presença dos pressupostos de admissibilidade do RR 
(legitimidade, capacidade, interesse, recorribilidade, cabimento, tempestividade, depósito 
recursal, custas processuais, regularidade de representação e prequestionamento, etc.). O 
Presidente pode delegar o exame dos pressupostos do RR para o Vice-presidente, de acordo 
com a previsão do Regimento Interno. 
Art. 896, § 1º, CLT. O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, 
será apresentado ao Presidente do Tribunal recorrido, que poderá recebê-lo ou 
denegá-lo, fundamentando, em qualquer caso, a decisão. 
Segue modelo da folha de rosto do recurso de revista: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 
___ REGIÃO 
Processo n°: 
NOME DO RECORRENTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em 
que contende com NOME DO RECORRIDO, também qualificado, vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu 
advogado abaixo assinado, com fulcro no art. 896, “___” da CLT, 
INTERPOR: 
OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Mamfredini 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 
10 
a alínea pode variar dependendo do rito e da hipótese de cabimento. 
RECURSO DE REVISTA 
Para o Colendo Tribunal Superior do Trabalho. 
Encontram-se presentes os pressupostos de admissibilidade deste 
recurso, dentre os quais se destacam: a legitimidade, capacidade, 
interesse processual, tempestividade e regularidade de representação. 
Além destes, ressaltam-se ainda: 
a) Depósito Recursal: recolhido no valor de ____, no prazo de _____, 
por meio da guia GFIP anexa, nos termos da súmula 245 e 426 do TST. 
b) Custas Processuais: já foram recolhidas na interposição do 
recurso ordinário. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das 
custas e, portanto, não há valor algum a ser recolhido. 
c) Prequestionamento: a matéria está prequestionada, uma vez que 
foi tratada no acórdão impugnado, nos termos da Súmula 297 do 
Colendo TST. 
 
Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a 
intimação da outra parte para apresentar contrarrazões ao recurso de 
revista, no prazo de 8 dias, conforme estabelece o artigo 900, CLT e a 
posterior remessa ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho. 
Nesses Termos, 
Pede deferimento. 
Local e Data. 
Advogado 
OAB n° 
 
 
II - FOLHA DE RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA 
COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA 
 (ELOGIO AO ACÓRDÃO + PEDIDO DE REFORMA) 
I – PRELIMINARES DE MÉRITO 
OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Direito do Trabalho 
Aryanna Mamfredini 
 
 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 
11 
II – PREJUDICIAIS DE MÉRITO 
II – MÉRITO 
§1º O E. TRT ...” 
§2º Tal decisão caracteriza (...). Observe-se: 
§ 3º O (dispositivo legal) estabelece o seguinte: (transcrever o 
dispositivo) 
§ 4º Apesar de (dispositivo legal), dispor que (...), o juízo a quo 
posicionou-se de forma contrária, estabelecendo que (...) 
§ 5º Criar frase para defender o melhor posicionamento ... 
§ 6º Diante do exposto, requer a reforma da decisão a fim de (...). 
III – REQUERIMENTOS FINAIS 
Diante do exposto requer o conhecimento do presente recurso, o 
acolhimento das preliminares para ..., sucessivamente, o acolhimento das 
prejudiciais de mérito para .... e, sucessivamente, no mérito, o provimento 
do recurso para fins de reforma do acórdão para.... . 
Nesses Termos, 
Pede deferimento. 
Local e Data. 
Advogado 
OAB n°

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