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Imunidades 
São limitações constitucionais ao poder de tributar consistentes na delimitação da 
competência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos. O Artigo 155, III; 
150, VI, “a”, da CRFB. O legislador constituinte, ao estabelecer as imunidades, tem como 
base parâmetros que podem levar em consideração as pessoas beneficiadas (imunidades 
subjetivas); os objetos (imunidades objetivas) ou as duas coisas ao mesmo tempo. 
Imunidade é uma proteção que a Constituição Federal confere aos contribuintes. É uma 
hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada. 
Espécies de imunidades 
Imunidades genéricas 
As imunidades genéricas destinam-se a todos os impostos. São elas: 
 
 Imunidade recíproca às pessoas políticas (Artigo 150, VI, “a” da CF). 
 
 Imunidade do patrimônio, renda e serviços das Autarquias e Fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público (Artigo 150, §2º da CF). 
 
 Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto (Artigo 
150, VI, “b” da CF). 
 
 Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados, Instituições assistências 
e educacionais sem fins lucrativos (Artigo 150, VI, “c” da CF). 
 
 Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão (Artigo 
150, VI, “d” da CF). 
 
 
 Imunidade recíproca as pessoas políticas 
 
As pessoas políticas não podem tributar-se reciprocamente por meio de impostos. “Sem 
prejuízo de outras garantias ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios instituir imposto sobre patrimônio renda e serviços uns dos 
outros” (Artigo 150, VI, “a” da CF).- Tal imunidade decorre do princípio da isonomia no 
âmbito político, o qual afirma que as pessoas políticas são iguais. 
 
Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. 
 
Patrimônio, renda e serviços: Devemos fazer uma interpretação extensiva abrangendo 
todos os impostos. 
 
Pessoas políticas que praticarem atividade econômica regida pelo direito privado: Não 
serão abrangidas pela imunidade (Artigo 150, VI, §3º da CF). 
 
Pessoa políticas que prestarem serviço público em que haja contraprestação ou 
pagamento de tarifa pelo usuário: Não serão abrangidas pela imunidade (Artigo 150, VI, 
§3º da CF). 
 
O adquirente do imóvel das pessoas políticas tem que pagar ITBI. 
 
 
 
 Imunidade do patrimônio, renda e serviços das Autarquias e Fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público 
 
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre Autarquias e Fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, renda e 
serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (Artigo 150, 
§2º da CF). 
 
Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. 
 
Patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades essenciais ou dela decorrentes: 
Diferentemente das pessoas políticas, basta que o patrimônio, a renda e os serviços não 
estejam vinculados à finalidade para que não haja imunidade. Nas pessoas políticas a 
imunidade abrange qualquer patrimônio, renda e serviços. 
 
Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que praticarem 
atividade econômica regida pelo direito privado: Não serão abrangidas pela imunidade 
(Artigo 150, VI, §3º da CF). Ex: lanchonete dentro de uma autarquia. 
 
Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que prestarem serviço 
público em que haja contraprestação ou pagamento de tarifa pelo usuário: Não serão 
abrangidas pela imunidade (Artigo 150, VI, §3º da CF). 
 
O adquirente do imóvel dessas pessoas tem que pagar ITBI. 
 
 
 Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer 
culto 
 
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre templos de qualquer culto no que 
se refere ao patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais (Artigo 
150, VI, “b” e §4º da CF). 
 
Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. 
 
Templos de qualquer culto é uma expressão ampla que abrange não só as Igrejas, como 
também as Lojas maçônicas, Casa do Pastor, Convento, Centro de Formação de Rabinos, 
Seminários, Casa Paroquial, Imóveis que facilitam o culto, veículos utilizados para 
atividades pastorais, como o templo móvel e etc. Assim os anexos dos templos também 
são abrangidos. 
 
Como os Templos presumem-se não imorais, cabe à Pessoa Política provar que o são 
para que possa fazer incidir os impostos. 
 
Patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais do templo: Tendo 
em vista que a imunidade tem limites, não alcança atividades desvinculadas do culto 
(Artigo 150, §4º da CF). 
 
Ex: Estacionamento da Igreja pode ser tributado por ISS, IPTU, IR, etc. – Entretanto, o que 
é comercializado dentro do templo esta a salvo da tributação, pois faz parte do culto. 
 
 
 
 Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos dos empregados, Instituições 
assistenciais e educacionais sem fins lucrativos. 
 
É vedado às pessoas políticas instituir imposto sobre patrimônio, renda e serviços dos 
Partidos políticos e suas fundações, Sindicatos de empregados e Instituições assistenciais 
e educacionais sem fins lucrativos, observados os requisitos apontados na lei (Artigo 150 
III, “c” da CF). 
 
Imunidade subjetiva: Refere-se à entidade e não a um determinado bem. 
 
Partidos Políticos: precisam ter registro no Tribunal Superior Eleitoral, ainda que provisório. 
 
Entidades Sindicais: O dispositivo é restrito aos sindicatos dos empregados. As centrais 
sindicais também estão abrangidas pela imunidade. Ex: CUT. 
 
Instituições assistenciais e educacionais: Não podem ter fins lucrativos. 
 
Requisitos que devem ser obedecidos pelas instituições assistenciais e educacionais sem 
fins lucrativos: Cabe à lei complementar apontar os requisitos que devem ser observados, 
pois a ela compete regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (Artigo 146, II 
“a” da CF e 14 do CTN). 
 
Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título 
(Artigo 14, I do CTN). 
 
Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção, dos seus objetivos 
institucionais (Artigo 14, II do CTN). 
 
Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar sua exatidão (Artigo 14, III do CTN). 
 
Na falta de cumprimento dos requisitos do artigo 14 do Código Tributário Nacional, a 
autoridade competente pode suspender a aplicação do beneficio. 
 
 
 Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão 
 
É vedado às pessoas políticas instituírem impostos sobre livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado a sua impressão (Artigo 150, VI “d” da CF). 
 
Tal imunidade visa a proteger a liberdade de imprensa e difusão da cultura. Assim, os 
livros que não se destinam à propagação do pensamento não estão imunes. Ex: livro de 
ata, livro de bordo, livro de ouro, livro-diário e etc. 
 
Imunidade objetiva: Como a imunidade é objetiva e não subjetiva, é o objeto que é imune e 
não a empresa. Ex: Sobre a venda do jornal na banca não há impostos, mas a empresa 
jornal do Estado é tributada. 
 
A imunidade também abrange livros pornográficos, livros raros (Ex: 1a edição dos 
Lusíadas), papel marca d´água, papel vegetal e pergaminho que se destine a impressão, 
CD-ROM e etc., pois a Constituição Federal não traz qualquer distinção. 
 
Os outros componentes dos livros (insumos. Ex.: cola, tinta) não são abrangidos pela 
imunidade, pois a Constituição Federal só mencionou o papel destinado a impressão, 
excluindo os demais. 
 
 
 
Imunidades específicasA imunidade específica refere-se a um único imposto. São elas: 
 
 Imunidade em relação ao IPI 
 Imunidade em relação ao ITR 
 Imunidade em relação ao ICMS 
 Imunidade em relação ao ITBI 
 
 Imunidade em relação ao IPI 
 
O IPI não incide sobre exportações de produtos industrializados (Artigo 153, §3º, III da CF). 
O país não deve exportar tributos, mas sim produtos e estes devem chegar ao mercado 
internacional com condições de competitividade. 
 
 Imunidade em relação ao ITR 
 
O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando o proprietário 
que as explore não possua outro imóvel (Artigo 153, §4º, II da CF). 
 
Embora o artigo mencione lei, cabe à lei complementar definir o que são pequenas glebas 
rurais, pois a ela cabe regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (Artigo 146, 
II da CF). 
 
 Imunidade em relação ao ICMS 
 
O ICMS não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem 
sobre serviços prestados a destinatário no exterior, assegurada a manutenção e o 
aproveitamento do montante do imposto, cobrado nas operações e prestações anteriores. 
(Artigo 155, §2º, X, “a” da CF). 
 
O ICMS não incidirá sobre operações interestaduais de petróleo, inclusive lubrificantes, 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica (Artigo 155, §2º, X, “b” 
da CF). Ex: Quando Itaipu vende energia elétrica para São Paulo, não incide ICMS. 
 
A LC 87/96 dispõe que a imunidade só se restringe ás operações destinadas à 
comercialização ou à industrialização. Assim, quando as operações interestaduais de 
petróleo e seus derivados se destinar ao consumidor final, não haverá imunidade. 
 
ICMS não incide nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (Artigo 155, §2º, X, 
“c” da CF). 
 
O ICMS não incidirá sobre o ouro quando utilizado como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, mas nesta operação incidirá IOF (Artigo 153, §5º da CF). 
 
Com exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações 
relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, 
combustíveis e minerais do País (Artigo 155, §3º da CF). 
 
 
 
 Imunidade em relação ao ITBI 
 
Não incide sobre os direitos reais de garantia incidentes sobre imóveis. (Artigo 156, II, in 
fine da CF) Ex: Hipoteca e Anticrese. 
 
Não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa 
jurídica em realização de capital (Artigo 156, §2º, I da CF). 
 
Sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão (reunião de 2 ou mais 
sociedades para formar uma só), incorporação (absorção por uma ou mais sociedades de 
uma ou outras), cisão (transferência de parte do patrimônio de uma sociedade anônima a 
outras já existentes com tal finalidade) ou extinção de pessoa jurídica (Artigo 156, §2º, I da 
CF). 
 
Exceção: Se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens 
ou direitos, locação de imóveis ou arrendamento mercantil, haverá incidência do ITBI 
(Artigo 156, §2º, I, da CF). “O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa 
jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de 
propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição” (Artigo 37 do 
CTN). 
 
São isentas de ITBI as transmissões imobiliárias decorrentes de desapropriações 
realizadas para fim de reforma agrária. Houve um erro de técnica legislativa, pois na 
verdade são imunes (Artigo 184, §5º da CF). Também não incide sobre os bens adquiridos 
por usucapião, pois é forma originária de aquisição da propriedade. 
 
 
Outras imunidades 
 
 Imunidade em relação às contribuições sociais 
 
A contribuição para a seguridade social não incidirá sobre aposentadoria e pensão 
concedidas pelo regime geral de previdência de que trata o Artigo 201 (Artigo 195, II da 
CF). 
 
São isentas de contribuições sociais para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (Artigo 195, §7º da CF). 
Embora mencione “isentas”, trata-se de imunidade. 
 
 
 Imunidades com relação as taxas 
 
Ex: direito de petição, certidão de nascimento; certidão de óbito (Artigo 5º, XXXIV, “a” e “b” 
da CF). 
Fonte: http://www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Tribut_rio/Imunidades_tribut_rias.htm

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