Prévia do material em texto
1 GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL: VERTENTES DA ALIMENTAÇÃO 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário Gastronomia Sustentável: Vertentes da Alimentação ............................. 1 ............................................................................................................. 1 NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL ........................................................... 5 Afinal, o que é gastronomia sustentável? ............................................ 5 Quais os benefícios da gastronomia sustentável ................................. 7 Impacto da gastronomia ....................................................................... 8 Sustentabilidade na prática .................................................................. 8 SUSTENTABILIDADE NA GASTRONOMIA ........................................... 8 Aproveitamento integral dos alimentos ................................................ 8 Restaurantes-horta .............................................................................. 9 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ........................................................ 9 DESENVOLVIMENTO DE CARDÁPIOS SUSTENTÁVEIS ................... 11 Dimensionamento adequado das porções em restaurantes .............. 11 ASPECTOS CULTURAIS DA GASTRONOMIA COMO INCENTIVO À SUSTENTABILIDADE ...................................................................................... 12 A Sustentabilidade no Contexto dos Ingredientes ............................. 13 Pegada Ecológica dos Ingredientes: o custo da alimentação ao planeta ...................................................................................................................... 14 INGREDIENTES ORGÂNICOS: UM CUSTO MENOR AO PLANETA E À SAÚDE HUMANA ............................................................................................ 15 TRANSPORTE, EMBALAGEM E ESTOCAGEM ADEQUADOS .......... 16 A BIODIVERSIDADE FOMENTANDO A SUSTENTABILIDADE ........... 16 TÉCNICAS ESPECÍFICAS PARA EVITAR DESPERDÍCIO DE MATÉRIAS-PRIMAS ........................................................................................ 17 Características nutricionais dos alimentos visando ao bem-estar e à sustentabilidade ............................................................................................ 18 file:///C:/Users/Cliente/Desktop/APOSTILA%20NOVO/Gastronomia%20Sustentável%20-%20%20Vertentes%20da%20Alimentação.docx%23_Toc71276608 4 ASPECTOS CONSTRUTIVOS SUSTENTÁVEIS RELACIONADOS AO SETOR DA RESTAURAÇÃO ........................................................................... 19 ALIMENTAÇÃO SUSTENTÁVEL .......................................................... 21 O QUE É AGRICULTURA FAMILIAR? .................................................. 23 Por que no Brasil criaram-se políticas que visam esse tipo de agricultura? ................................................................................................... 24 O que é alimentação sustentável? ..................................................... 25 COMO NÃO DESPERDIÇAR COMIDA? COMO NÃO DESPERDIÇAR COMIDA? ......................................................................................................... 27 Como Comprar .................................................................................. 27 COMO ARMAZENAR ............................................................................ 28 Geladeira arrumada ........................................................................... 28 APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS ............................ 28 OBESIDADE .......................................................................................... 29 FAÇA ESCOLHAS SAUDÁVEIS ........................................................... 29 SAÚDE .................................................................................................. 30 Como a atividade física contribui na melhoria da qualidade de vida? 31 ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS E ALIMENTOS NATURAIS .......... 32 Rotulagem nutricional ........................................................................ 33 ROTULAGEM NUTRICIONAL OBRIGATÓRIA ..................................... 36 Aditivos químicos ............................................................................... 38 Corantes ............................................................................................ 38 Aromatizantes .................................................................................... 38 Conservantes ..................................................................................... 39 Antioxidantes ..................................................................................... 39 AGROTÓXICOS .................................................................................... 40 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 43 5 GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL O conceito de sustentabilidade está cada vez mais intrínseco à cadeia produtiva e à economia como um todo. Do pequeno empreendedor às grandes organizações multinacionais, a preocupação com o meio-ambiente e os recursos naturais é cada vez mais importante. Nesse cenário, a Gastronomia também aparece como protagonista para a mudança dos padrões de produção e consumo, abraçando a sustentabilidade em todas as etapas. E isso não poderia ser diferente. Para citarmos um exemplo da importância de novas práticas para o setor, de acordo com levantamento feito pela ONU, 30% de toda a comida produzida no mundo é desperdiçada todos os anos. Quer dizer, mais do que respeito à natureza, a sustentabilidade também diz respeito às pessoas. Nesse sentido, a gastronomia sustentável vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil, inclusive na figura de chefs renomados, como Alex Atala e Celso Freire. Na área da gastronomia cada dia mais se amplia a adoção de práticas sustentáveis, que propiciam mudanças na gestão operacional, logística, no ciclo produtivo, uso de energia, na origem dos produtos, nas safras e sazonalidade, na regionalidade das matérias primas, no desperdício, destino de resíduos, coleta seletiva e até na composição dos cardápios dos estabelecimentos. Afinal, o que é gastronomia sustentável? https://nacoesunidas.org/fao-30-de-toda-a-comida-produzida-no-mundo-vai-parar-no-lixo/ https://nacoesunidas.org/fao-30-de-toda-a-comida-produzida-no-mundo-vai-parar-no-lixo/ 6 A sustentabilidade é, comprovadamente, um modelo eficaz e rentável de negócio, gerando benefícios sociais, econômicos e ambientais. Trata-se, hoje, de uma forte tendência de mercado, procurada cada vez maisAntioxidantes Assim como os conservantes, os antioxidantes procuram manter os alimentos em boas condições de consumo por mais tempo. Eles têm sua principal aplicação em óleos e gorduras, impedindo ou retardando sua deterioração, evitando a formação de “ranço”. Podem ser encontrados em 40 sorvetes, leite em pó instantâneo, leite de coco, produtos de cacau, conservas de carne, cerveja, margarina, óleos e gorduras em geral, farinhas, polpa e suco de frutas, refrescos e refrigerantes. AGROTÓXICOS Os agrotóxicos são quaisquer produtos de natureza biológica, física ou química que têm objetivo de exterminar pragas ou doenças que ataquem as plantações. Os agrotóxicos podem ser: Pesticidas ou praguicidas – combatem insetos em geral. Fungicidas – atingem os fungos. Herbicidas – eliminam as plantas invasoras ou daninhas. No Brasil, a utilização de agrotóxicos tornou-se evidente a partir da década de 1960. Em 11 de julho de 1989 foi sancionada a Lei n. 7.802/1989 que regula a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos das embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins. A partir dessa lei, os agricultores foram liberados para comprar e utilizar, racionalmente, esses produtos. Quando utilizados adequadamente, em conformidade com a legislação, os agrotóxicos impedem a ação de agentes nocivos, sem estragar, contaminar ou prejudicar os alimentos. Porém, se os agricultores não tiverem os cuidados necessários durante o uso, os agrotóxicos podem afetar o ambiente e a saúde das pessoas. Os erros mais comuns são: Utilização de doses de agrotóxicos maiores do que as necessárias; Realização da colheita antes do tempo de degradação para o agrotóxico; Pulverização do agrotóxico sobre o próprio corpo; Pulverização do agrotóxico sem a utilização de equipamento de proteção individual. O manuseio inadequado de agrotóxicos é, portanto, um dos principais responsáveis pelo acúmulo dessas substâncias nos alimentos. A ação delas no organismo humano pode ser rápida (intoxicação aguda) ou lenta (intoxicação crônica), chegando, em alguns casos, a demorar anos para se manifestar. 41 O Brasil destaca-se no cenário mundial como o maior consumidor de agrotóxicos, respondendo na América Latina por 86% dos produtos. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (SINDAG), do total de agrotóxicos consumidos no país, 58% são herbicidas, 21% inseticidas, 12%, fungicidas, 3% acaricidas e 7%, outros (BRASIL, 2010). Em nosso país, utilizam-se agrotóxicos em larga escala e as intoxicações por essas substâncias estão aumentando, tanto entre os trabalhadores rurais que ficam expostos, como entre pessoas que se contaminam por meio do consumo de alimentos. Alguns estudos já relataram a presença de agrotóxicos no leite materno, o que poderia causar defeitos genéticos nos bebês nascidos de mães contaminadas. Em quais alimentos os agrotóxicos podem ser encontrados? São encontrados, principalmente, em vegetais (verduras, legumes, frutas e grãos). Entretanto, alimentos de origem animal (leite, ovos, carnes e frangos) podem conter substâncias nocivas que chegam a contaminar o organismo animal no momento em que este se alimenta de água ou de ração impregnadas por agrotóxicos. Atualmente, a população que busca por alimentos saudáveis, sem aditivos alimentares e produzidos sem prejuízo ao meio ambiente, tem a opção de consumir alimentos orgânicos, ou seja, alimentos produzidos e armazenados sem agrotóxicos ou aditivos químicos. O uso inadequado dos recursos naturais aplicado na agricultura tradicional promove intensa degradação do nosso meio ambiente, destruindo habitats e espécies potencialmente úteis para a sobrevivência do planeta. Na década de 1990, a taxa de desmatamento e de áreas de queimadas nas áreas de cultivo da agricultura tradicional foi muito alta. O novo modelo agrícola, que surge em meio às preocupações ambientais, traz a busca por uma agricultura sustentável, ou seja, aquela que busca atender às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem a suas necessidades e aspirações (Brundtland,1987) Diante disto, a agricultura orgânica apresentou-se como possibilidade de uma agricultura sustentável. Os processos de produção adotados neste tipo de agricultura são acessíveis a pequenos e médios produtores ou aqueles que estão inseridos na agricultura familiar. 42 Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um ambiente de produção orgânica, que utiliza como base do processo produtivo os princípios agroecológicos que valorizam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais. ‘Orgânico’ é um termo que, de acordo com nossa legislação, também pode ser incluído na rotulagem desde que indique que o alimento foi produzido conforme normas específicas que vetam o uso de quaisquer agroquímicos e que está certificado por uma agência devidamente constituída. As leis brasileiras abriram uma exceção à obrigatoriedade de certificação dos produtos orgânicos para agricultura familiar que hoje pode vender os orgânicos diretamente aos consumidores finais. Para isso, porém, os agricultores precisam estar vinculados a uma Organização de Controle Social – OCS. A ANVISA é responsável por fiscalizar produtos contaminados por agrotóxicos. Se uma empresa vender produtos que têm contaminantes em excesso – a ponto de prejudicar o ambiente ou a saúde – ela deverá sofrer advertência, multa ou apreensão do produto. Na prática, esta unidade nos mostra que devemos controlar o consumo de alimentos industrializados, diversificando ao máximo a alimentação. O ideal é utilizar alimentos naturais, se possível, sem agrotóxicos, ou orgânicos, consumindo os industrializados eventualmente e, de preferência, em pequenas quantidades. Assim, diminuímos o risco de acumular altos níveis de substâncias químicas que possam colocar em risco a nossa saúde. Você sabia que, dos recursos destinados ao PNAE, deve-se utilizar, no mínimo, 70% na aquisição de produtos básicos, dando prioridade aos alimentos in natura e semielaborados, isto é, alimentos do dia a dia, frescos e saudáveis. Essa é a realidade que acontece em sua escola? Converse com seu tutor sobre esse assunto. 43 REFERÊNCIAS ALMEIDA, S. S. et al. Quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira. Revista de Saúde Pública, v. 36, n. 3, p. 353- 355, 2002. BELIK, W; CHAIM, N. A. O programa nacional de alimentação escolar e a gestão municipal: eficiência administrativa, controle social e desenvolvimento local. Revista de Nutrição, v.22, n.5, p.595-607, 2009. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Portaria n. 540, de 27 de outubro de 1997. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Aditivos Alimentares – definições, classificação e emprego. Diário Oficial da União, Brasília, out. 1997. BRASIL. Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde. Dez passos para uma alimentação saudável. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos. Brasília, 2002 COSTA, E. et al. Programa de Alimentação Escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento. Revista de Nutrição, Campinas, v. 14, n. 3, p. 225- 229, set./dez. 2001. CUPPARI, L. Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Manole, 2005. MARCONDES, E. Pediatria básica. 8. ed. São Paulo: Sarvier, 1994. MELLO, E. D. et al. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria,Rio de Janeiro, v. 80, n. 3, p. 173-182, 2004. MENDONÇA, C. P.; ANJOS, L. A. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/ obesidade no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 698-709, maio/jun. 2004. MONTEIRO, C. A. et al. ENDEF e PNSN: para onde caminha o crescimento físico da criança brasileira? Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 9, supl. 1, p. 85-95, 1993. 44 PHILIPPI, S. T. Tabela de composição de alimentos: suporte para decisão nutricional. Brasília: Anvisa; Finatec/NUT-UnB, 2001. PINHEIRO, A. B. V. et al. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2004. VASCONCELOS, Francisco de A. G. de. Tendências históricas dos estudos dietéticos no Brasil. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 197-219, jan./mar. 2007. VITOLO, M. G. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro- RJ. Ed. Rubio, 2008. WHO, Physical Status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: Report of a WHO Expert Committee, 1995. (WHO Technical Report Series, 854)por boa parcela do público consumidor, tornando-se um diferencial competitivo de extrema importância. Na prática, a gastronomia sustentável busca repensar toda a cadeia de produção de alimentos. Isso impacta diretamente na gestão, na logística, no uso de recursos, no preparo dos alimentos e até mesmo no que é oferecido no cardápio de bares e restaurantes. Tudo isso pensando na redução dos impactos ao meio-ambiente, no melhor aproveitamento dos recursos naturais e na diminuição do desperdício em todas as etapas da produção. Para auxiliar nesse processo, existem alguns princípios básicos da culinária sustentável que servem como guias para os estabelecimentos que desejam alcançar esse status. São eles: Alimentos orgânicos: o Brasil é líder mundial no uso de agrotóxicos, produtos sabidamente nocivos à natureza e à saúde humana. Por sua vez, produtos orgânicos são livres de insumos químicos e provêm de produtores responsáveis com o manejo da terra. Produtores regionais: ao optar por comprar alimentos de produtores da sua região, o estabelecimento não apenas estimula e ajuda a desenvolver a economia local, como também reduz os impactos ambientais provocados pela logística, como a emissão de gases de efeito estufa devido ao transporte rodoviário. Receitas sazonais: aproveitar o que a terra tem de melhor em cada época do ano, respeitando o ciclo natural dos alimentos, é outra prática sustentável que deve ser adotada. Além de colaborar com o meio- ambiente e reduzir custos, a sazonalidade dos insumos gera oportunidades para ter um cardápio que se renova frequentemente, sempre trazendo novidades e criando oportunidade de ações e promoções. Espécies ameaçadas: em muitos lugares, ainda são consumidas espécies animais e vegetais em risco de extinção. Para evitar esse problema, é https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2018/05/lider-mundial-brasil-pode-ganhar-mais-agrotoxicos-na-comida.html 7 preciso procurar produtores certificados e que possuam uma produção legalizada. Desperdício zero: se há alguma regra que deveria valer para todas as cozinhas, é esta: utilizar 100% dos alimentos. As sobras dos preparos podem ser usadas para a produção de fundos e caldos ou destinados à compostagem, por exemplo, fazendo melhor aproveitamento dos insumos e reduzindo a produção de resíduos orgânicos. Além dessas medidas, atitudes como investir em equipamentos mais tecnológicos e econômicos, adotar boas práticas para diminuir o desperdício de água, luz e gás e realizar o correto descarte dos materiais também são passos fundamentais rumo a uma gastronomia cada vez mais sustentável. Quais os benefícios da gastronomia sustentável Como comentamos, a gastronomia sustentável tem, direta ou indiretamente, um importante papel social, econômico, cultural e ambiental. Dentre as principais vantagens podemos destacar: Conservação da biodiversidade e proteção de espécies ameaçadas de extinção; Valorização e estímulo à agricultura e pecuária local; Redução da emissão de gases poluentes e da produção de resíduos; Estímulo à produção e ao consumo de alimentos mais saudáveis. Vale destacar que todos esses benefícios trazem, de alguma forma, retornos ao próprio estabelecimento. Se por um lado a redução do desperdício e o melhor aproveitamento dos insumos gera uma inevitável economia; por outro, é a chance de aproveitar uma forte tendência de mercado, indo ao encontro do que busca o consumidor e gerando novas oportunidades de negócios. 8 Impacto da gastronomia A inserção de práticas sustentáveis na gastronomia, principalmente em cozinhas comerciais, traz benefícios ambientais e econômicos diretos, como redução no desperdício de alimentos e na geração de resíduos, proteção de espécies em perigo de extinção, além de valorização da agricultura familiar e pecuária local. Outra vantagem é o potencial educativo: uma experiência gastronômica sustentável gera reflexões sobre como o alimento é produzido, comercializado e consumido, despertando consciência sobre o impacto do estilo de vida atual ao meio ambiente. Sustentabilidade na prática São muitos os fatores que precisam ser analisados na criação de um estabelecimento gastronômico sustentável. Desde estrutura e instalações, passando por processos de logística e armazenamento até o desenvolvimento do cardápio. O dia a dia da cozinha deve ser guiado por alguns princípios básicos, como preferência por ingredientes regionais e orgânicos, respeito à sazonalidade e uso integral dos ingredientes. SUSTENTABILIDADE NA GASTRONOMIA Aproveitamento integral dos alimentos Segundo dados da instituição de pesquisa World Resources Institute, o Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, chegando a 41 mil toneladas por ano. O hábito de descartar parte dos ingredientes durante o preparo, como cascas, caules e sementes de frutas, hortaliças, raízes e tubérculos, é um dos motivos que leva o país ao posto. No sentido contrário, muitas cozinhas comerciais estão aprimorando técnicas culinárias para aproveitar integralmente os alimentos e mostrar que tudo pode se transformar em pratos saborosos e criativos. No Borracharia Gastrobar, de 9 Belo Horizonte, os caules dos vegetais e as cascas de banana são usados para fazer uma farofa à base de pães que sobram de fornadas do dia anterior. Também na capital mineira, o restaurante Santa Fé serve pele de salmão assada como um tipo de torresmo. Já no Vitorino, de Paulínia, as espinhas de bacalhau compõem um sal grosso aromático usado em receitas à base de peixe. Restaurantes-horta Em uma experiência profundamente integrada com a natureza, os restaurantes- -horta exploram a riqueza da flora nativa de suas localidades. O restaurante dinamarquês Noma inaugurou um novo espaço em 2018, em um terreno onde são cultivados verduras, frutas e legumes. No verão, o restaurante é vegetariano, seguindo uma tendência mundial de alimentação baseada em plantas. Respeitando a sazonalidade da natureza, no inverno o cardápio é composto de frutos do mar. Também imerso em verde, a 50 km de Cusco, o restaurante peruano Mil é rodeado por um jardim de exposição da flora autóctone e explora a fundo, em seu cardápio, a flora e fauna do ecossistema andino. No Brasil, o restaurante Recanto das Ervas, em Campo Grande, é um espaço de alimentação saudável e educação ambiental, em que os clientes podem ter contato direto com canteiros de ervas e aprender sobre cultivo orgânico. SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL A sustentabilidade pode ser definida como todas as ações destinadas a manter as condições que sustentam a vida na terra, visando atender a continuidade e levando em consideração as necessidades das gerações presentes e das gerações futuras de uma forma que sejam mantidas a capacidade de regeneração, reprodução e coevolução dos recursos naturais (BOOF, 2012). A sustentabilidade na Gastronomia requer atenção de gestores, organizadores e colaboradores para que possam haver significativas mudanças comportamentais, principalmente no que diz respeito a necessidade da redução 10 de desperdícios de alimentos e produção de resíduos sólidos, tendo como decorrência posterior a redução dos custos (NERY et al, 2013). O conceito do tripé da sustentabilidade, ou Triple Bottom Line, proposto originalmente na década de 1990, pelo analista britânico John Elkington, indica os três pilares que devem nortear a gestão sustentável nas empresas: social, econômico e ambiental (SAVITZ; WEBER, 2007). Este modelo, também foi proposto por Coral (2002) em sua tese de doutorado e foi fundamentado com o objetivo de desenvolver um modelo de planejamento estratégico para o alcance da sustentabilidade empresarial. Nunes (2012) afirma que a gestãoambiental faz parte de um novo modelo de negócio, a Gastronomia Sustentável que pode obter resultados financeiros diminuindo os impactos que seus processos produtivos causam ao meio ambiente, melhorando a lucratividade e a imagem da marca para os clientes, já que o redesenho dos processos produtivos reduz o desperdício e o consumo dos recursos. Os indicadores de sustentabilidade proposto pelo modelo de Coral (2002), estão de acordo ainda, com as atitudes propostas pela Sustainable Restaurant Association, uma organização sem fins lucrativos sediada no Reino Unido que 11 ajuda os restaurantes a trabalharem de acordo com a sustentabilidade, além de orientar os consumidores para escolhas sustentáveis (THESRA, 2014, tradução nossa). DESENVOLVIMENTO DE CARDÁPIOS SUSTENTÁVEIS O cardápio possui bom impacto no grau de sustentabilidade de um restaurante. O grande desafio é o uso da criatividade, com ingredientes sazonais2 disponíveis localmente. O cardápio pode melhorar a qualidade da imagem de um estabelecimento, funcionando como um importante meio de comunicação no qual o restaurante “apresenta o seu plano de marketing estratégico e serve como a primeira impressão de um consumidor” (MCCALL; LYNN, 2008, p. 440). Criar um cardápio sustentável é estar conectado não somente com novas tendências gastronômicas, mas também com um método racional e sensível de usar nossos recursos. Um estudo da Universidade de Yale (YALE UNIVERSITY, 2005) mostra um plano de serviço de refeições em que se utilizou, em 22% do menu da universidade, ingredientes locais e sazonais. Os alunos acharam que a comida, então oferecida, foi a melhor comida já servida em Yale. Isso ajuda a corroborar que, com criatividade, um cardápio sustentável pode ser atraente aos sentidos e bem-sucedido perante seu público alvo. Esse plano redirecionou cerca de USD 1 milhão na economia local (YALE UNIVERSITY, 2005). Essas opções podem gerar lucros imediatos, pois o consumo de produtos orgânicos e sustentáveis está em constante crescimento. Além disso, pode fidelizar clientes que prezam por empreendimentos sustentáveis, propagando ideias e atitudes que sejam condizentes com a atual situação climática e socioeconômica. Dentro do aspecto geral de planejamento de cardápios, pode-se citar como subtópicos: Dimensionamento adequado das porções e pratos em restaurantes; Uso da sazonalidade de ingredientes visando à sustentabilidade; Aspectos culturais da gastronomia como incentivo à sustentabilidade. Dimensionamento adequado das porções em restaurantes 12 O correto porcionamento é uma maneira simples de reduzir o impacto ecológico de um estabelecimento gastronômico. A otimização dos recursos existentes gera maior rentabilidade e diminuição da geração de resíduos sólidos. No caso dos ingredientes de alto custo, a otimização das porções é essencial para o sucesso financeiro do restaurante. Os ingredientes provenientes de fontes animais geram altos impactos ambientais, portanto uma redução consciente no tamanho dessas porções é uma medida adequada para um restaurante sustentável, já que, segundo Naqvi e Sejian (2011), a criação de gado é responsável por 18% do total de emissões dos gases de efeito estufa. O desperdício de ingredientes de alto custo, devido ao porcionamento incorreto, reflete diretamente no bolso do restaurador. Assim sendo, é prudente produzir pratos em pequenas quantidades, de acordo com a demanda, evitando grandes estoques, desperdícios e gastos desnecessários (RABELO, 2012). O objetivo principal do correto porcionamento dos ingredientes, além de diminuir a quantidade de resíduos, é de minimizar sua produção, pois corrigindo a demanda, representa menor desperdício pela perda direta da matéria prima e menor custo e tempo gasto na operação do restaurante (NRCD, 2010). Quanto mais ingredientes consumidos e desperdiçados, maior é o impacto ecológico do restaurante, pois se usam mais recursos naturais, necessita-se de mais transporte e outros fatores relacionados à produção desses alimentos. Outro aspecto a ser considerado é o tamanho das refeições, que ajuda a combater a obesidade e outros problemas de saúde relacionados à alimentação. Vale notar, também, que uma grande porção é, na verdade, um incentivo a um consumo exacerbado e ao desperdício, porque, de acordo com Wansink e Kim (2005, p. 242), “[...] pode implicitamente sugerir que o tamanho a ser consumido atende a uma norma de quantidade adequada”. ASPECTOS CULTURAIS DA GASTRONOMIA COMO INCENTIVO À SUSTENTABILIDADE 13 O poder que a gastronomia possui em manter vivo o patrimônio cultural é um dos aspectos de sua sustentabilidade. As técnicas culinárias tomam outras proporções, mais do que simples meio de nutrição. Para Rozin (2005, p. 108), os “[...] alimentos assumem funções simbólicas e assumem um significado moral, tornam-se um meio para a expressão estética, dando origem a elaboradas preparações e cozinhas que não podem ser justificadas apenas em termos de fatores nutricionais”. Um dos focos da gastronomia sustentável deve ser o dos aspectos culturais. Esta é caracterizada por atrativos autênticos e, de acordo com Nilsson et al. (2011, p. 384), ela “[...] deve estar principalmente preocupada com o patrimônio local, o ambiente e a economia social. Preservar cuidadosamente o desenvolvimento do tecido urbano, promovendo o estilo de vida local genuíno é uma das mais importantes questões”. Os investimentos em gastronomia sustentável devem ser direcionados para atrativos que fazem do local em que este estabelecimento encontra-se um destino turístico. Como afirma Queiroz (2008, p. 2), preservar “[...] a gastronomia regional é assegurar a subsistência e manutenção da cultura de um povo”. Portanto, o restaurador deve considerar, em seu cardápio, os aspectos culturais do alimento a ser servido, como, por exemplo, o uso de um ingrediente que tenha uma história peculiar com a região na qual se encontra, ou, até mesmo, um material natural regional na confecção física de seu cardápio. Neste sentido, para fomentar a cultura local, deve-se desenvolver uma atividade turística sustentável, direcionada aos valores sociais e culturais, pois o patrimônio gastronômico é visto como um meio de rentabilizar economicamente os pequenos produtores locais de uma maneira sustentável. Consequentemente, o tempo de estadia e os gastos dos turistas com produtos únicos e autênticos são incrementados, promovendo o empreendedorismo local e fortalecendo a identidade da região (TELFER; WALL, 1996). A Sustentabilidade no Contexto dos Ingredientes A sustentabilidade no contexto dos ingredientes é outro fator fundamental para a sustentabilidade dentro da experiência gastronômica. Alguns alimentos 14 são mais difíceis de produzir, gastam mais tempo e recursos naturais e emitem uma determinada quantidade de CO2, causando impacto direto em nossa atual condição ambiental. A agricultura é responsável por 25,5% das emissões totais de Gases de Efeito Estufa (GEE) e representa 60% das emissões causadas pelo homem (BLUE MOUNTAINS CITY COUNCIL, 2009). Dentro do contexto dos ingredientes, podem-se mencionar os seguintes subtópicos: Pegada Ecológica dos Ingredientes: o custo da alimentação ao planeta; Ingredientes Orgânicos: um custo menor ao planeta e à saúde humana; transporte, embalagem e estocagem adequados; Localidade e Autenticidade - Uma experiência turística mais humana e social; Biodiversidade fomentando a sustentabilidade; Técnicas específicas para evitar desperdício de matérias- primas; Características nutricionais dos alimentos visando ao bem- estar e à sustentabilidade. Pegada Ecológica dos Ingredientes: o custo da alimentação ao planeta A Pegada Ecológica (PE) é uma forma de medir a demanda do ser humano por capital natural em oposiçãoà capacidade da terra de regenerar seus recursos naturais. Segundo Wackernagel e Rees (1996, p. 57), este “[...] conceito fornece uma estrutura intuitiva para o entendimento da base da sustentabilidade”. A pegada ecológica auxilia na transparência e na objetividade da sustentabilidade, produz um critério físico em que as tomadas de decisões podem ser empregadas em áreas específicas, de acordo as necessidades das partes envolvidas. Na gastronomia, a pegada ecológica dos alimentos mede o grau do seu impacto ambiental, incluindo-se todos os combustíveis queimados na produção, na fertilização, na irrigação e no transporte desses ingredientes. No caso dos animais (com ênfase no gado), a plantação de milho e algodão (usados como ração) entra no cálculo da pegada ecológica, incluindo as emissões que resultam da conversão de floresta em pastagens e pela emissão de metano, liberada da digestão dos animais e dos adubos. De acordo com a ONU, o cultivo de gado é responsável por 18% dos gases do efeito estufa (GHG) de todas as atividades humanas (COMPASSION IN WORLD FARMING, 2008). 15 A produção de carne bovina reduz a biodiversidade, pois milhões de hectares de florestas são desmatados com a finalidade de cultivar uma única espécie. Na América do Sul, 70% das florestas foram convertidas em pastagem para o gado, e grande parte do restante é utilizada para o cultivo de alimento para os animais (STEINFELD et al., 2006). Portanto, segundo Naqvi e Sejian (2011, p. 19), “[...] reduzir as emissões de gases de efeito estufa provenientes da agricultura, especialmente a produção de gado, deve ser uma prioridade”. O Gráfico 2 mostra uma comparação da quantidade de CO2 emitida para cada ½ Pound (equivalente a aproximadamente 250g) dos alimentos produzidos. INGREDIENTES ORGÂNICOS: UM CUSTO MENOR AO PLANETA E À SAÚDE HUMANA Os produtos orgânicos suprem a demanda por alimentos saudáveis, de baixo impacto ambiental e alto retorno para o produtor local. O que define os produtos orgânicos, nas palavras de Galvão (2006, p. 16), “[...] é a ausência de agrotóxicos e fertilizantes químicos para o seu cultivo. O produtor deve respeitar normas específicas em todas as etapas de produção, desde a preparação do solo à embalagem do alimento, sempre preservando os recursos naturais”. Nos EUA, onde a gastronomia sustentável já está difundida para grande parte da população3, as perspectivas para a produção de alimentos orgânicos são de crescimento. No país, em 2006, foram gastos cerca de USD 2.2 bilhões em produtos com certificados de Comércio Justo4, um aumento de 42% em comparação ao ano anterior; e cerca de USD 16,7 bilhões dólares em alimentos orgânicos, quatro vezes mais do que há 10 anos (PULLMAN et al., 2010). De acordo com Ramos Filho (2006), devido às atuais condições climáticas, o “[...] desenvolvimento da cadeia de carne orgânica […] é um processo irreversível e confirma a tendência mundial sobre o consumo de carne bovina” (RAMOS FILHO, 2006, p. 130). O objetivo dos ingredientes orgânicos é de oferecer opções saudáveis, saborosas, de baixo impacto ambiental e alto retorno socioeconômico, tendo o favorecimento desse tipo de ingrediente sobre outro não orgânico papel importante na difusão do primeiro. 16 TRANSPORTE, EMBALAGEM E ESTOCAGEM ADEQUADOS A produção e o transporte de alimentos possuem impactos diretos no meio ambiente. Em um país desenvolvido, como a Austrália, todo o processo referente à alimentação humana contribui para 26% da poluição de gases do efeito estufa, 47% do uso de água potável e 60% da pegada ecológica australiana (BLUE MOUNTAINS CITY COUNCIL, 2009). Assim sendo, é provável que, em países em desenvolvimento como o Brasil, esses números sejam ainda mais alarmantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2005), as perdas decorrentes do transporte e estocagem inadequados aproximam-se dos 10% em média. Para alguns tipos de grãos, como o feijão na Bahia, as perdas ultrapassam 34% (IBGE, 2005). Portanto, a correta embalagem e a estocagem de alimentos podem aumentar a validade e a qualidade de alimentos, diminuindo o desperdício e, consequentemente, os custos e o impacto no meio ambiente, decorrentes de uso indevido dos recursos naturais. A BIODIVERSIDADE FOMENTANDO A SUSTENTABILIDADE A preservação de diversas matérias-primas e diferentes métodos de preparos é um incentivo direto à biodiversidade. Alimentos tradicionais fomentam a produção artesanal de alimentos, combatendo a industrialização e a massificação de nossa dieta, pois a padronização oferecida pelo fast food pode homogeneizar os alimentos a ponto de uma completa extinção de diversas espécies e aspectos culturais gastronômicos. A dieta do homem moderno, de acordo com Weiner, baseia-se em: [...] poucas espécies – menos de 30 plantas são responsáveis pela alimentação de 95% da população no mundo e no século passado, extinguiram-se 250 mil espécies vegetais, já desde o inicio do século 17 XX, a América perdeu 93% dos seus produtos agrícolas e a Europa quase 85%. (WEINER, 2005, p. 21). O movimento Slow Food tem uma ligação direta com a biodiversidade. Originou-se na Itália, em 1986, tornando-se uma organização sem fins lucrativos em 1989. Possui, atualmente, cerca de 80 mil associados. Sua filosofia é “melhorar a qualidade da nossa alimentação e ‘arranjar’ tempo para saboreá-la, isso é uma forma simples de tornar o nosso quotidiano mais prazeroso” (WEINER, 2005, p. 3). A missão dessa organização é mesclar o prazer à mesa com consciência e responsabilidade, defendendo, por meio dos estudos gastronômicos, a biodiversidade na cadeia alimentar e a aproximação entre produtores e consumidores (WEINER, 2005). A luta pela preservação da biodiversidade é proposta por meio de uma ligação direta dos recursos naturais e matérias-primas diversas com o nosso patrimônio gastronômico e cultural. TÉCNICAS ESPECÍFICAS PARA EVITAR DESPERDÍCIO DE MATÉRIAS-PRIMAS Deve-se analisar o desperdício de alimentos em dois momentos: no pré e no pós-consumo. Resíduos pré-consumo são alimentos que não foram ao prato de clientes, decorrentes de baixa qualidade do ingrediente, ou parte dele, no momento da compra ou armazenagem, devendo, portanto, ser descartado. O principal ato para eliminar o desperdício de alimentos pré-consumo é evitar o excesso na compra de ingredientes e cuidado no estoque. Se ainda houver resíduos préconsumo, estes devem juntar-se aos resíduos do momento pós- consumo. Sobras pós-consumo constituem uma parte importante para a compostagem de resíduos. A compostagem é a maneira mais eficiente no que diz respeito ao manejo de resíduos sólidos. Essa técnica, segundo Santos (2006, p. 36), “[...] é um processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos de origem vegetal ou animal, pela ação de microrganismos. Neste processo de reciclagem da matéria orgânica, o resultado final é um composto estável, similar ao húmus”. O valor nutricional desse tipo de adubo é inigualável, 18 funcionando como condicionador de solo e melhora as características deste para o uso agrícola. Outras técnicas são a reutilização do óleo de cozinha: produto com alto nível de contaminação. Se disposto incorretamente, na rede de esgotos, pode causar entupimentos, exigindo, em alguns casos, o uso de produtos tóxicos para solucionar o problema. Sua reciclagem gera resinas para tintas, sabão, detergente, ração para animais, produção de biodiesel. Reaproveitamento da Água: a água da chuva é reaproveitada por meio de coletores e usada para lavar calçadas, regar jardins e descargas. Coleta Seletiva: os resíduos recicláveis são separados em recipientes identificados e são recolhidos pelas empresas responsáveis. Os resíduos orgânicos são separados dos recicláveis (NUNES,2012, p. 37). Características nutricionais dos alimentos visando ao bem-estar e à sustentabilidade As considerações funcionais e nutricionais das refeições realizadas no cotidiano devem ser diferentes das realizadas dentro de uma experiência gastronômica turística. Em viagem, o indivíduo permite-se algumas exceções e/ou exageros nutricionais que, normalmente, não teria em suas refeições. Entretanto, um restaurante sustentável deve atender ao meio ambiente e também à saúde de seus clientes, pois há: [...] provas inequívocas de que uma boa alimentação é essencial para a boa saúde durante toda a vida. A boa nutrição ao longo da vida é um grande fator que afeta o crescimento e desenvolvimento da saúde física e mental e qualidade de vida. A má nutrição contribui para doenças crônicas e ameaçadoras, como a doença cardiovascular, diabetes, alguns tipos de câncer e obesidade. (BLUE MOUNTAINS CITY COUNCIL, 2009). Uma pesquisa reunindo os melhores restaurantes e clubes privados dos EUA mostra que o aumento de consciência quanto à saúde relacionada à gastronomia é crescente. De acordo com Antun e Gustafson (2005, p. 57), “[...] itens de menu saudável devem ser mais do que apenas as saladas. A população americana tornou-se mais consciente na escolha de alimentos, os consumidores exigem escolhas mais saudáveis, com pratos saborosos”. 19 ASPECTOS CONSTRUTIVOS SUSTENTÁVEIS RELACIONADOS AO SETOR DA RESTAURAÇÃO São propostas aqui apenas linhas gerais sobre os aspectos físicos com foco na sustentabilidade, a fim de fomentar o debate de forma a guiar o restaurador na busca por projetos que permitam ter um ambiente físico sustentável. Deve-se lembrar que a sustentabilidade de uma construção não se restringe apenas aos seus impactos no meio ambiente, mas também deve prover o bem-estar de seus ocupantes (NUNES, 2012). Nesse sentido, um estabelecimento que se considere sustentável, preocupado com o bem-estar de seus clientes deve dispor de acesso e equipe orientada para atendimento a pessoas com deficiência. A etapa de planejamento é, provavelmente, a fase mais importante do desenvolvimento de um restaurante sustentável. Quanto mais tempo e atenção forem gastos nessa etapa, maiores serão os retornos nas etapas seguintes, assim como o menor custo com a realização da obra. A construção civil sustentável é “[...] um sistema construtivo que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras” (ARAÚJO, 2012). Em um restaurante sustentável, segundo Araújo (2012), a construção civil sustentável pode ser resumida em nove passos: 20 Assim como na ecogastronomia, os materiais utilizados na construção devem ser locais, a fim de favorecer a paisagem da região, de integrar clientes com o meio e de diminuir a emissão de poluentes devido ao reduzido transporte. Outros fatores a serem considerados são a durabilidade e a procedência legítima desses materiais. Os materiais mais comuns que possuem alto impacto ambiental, segundo Araújo (2012), são: o PVC, um produto que tem sua origem no petróleo, o qual, quando utilizado e descartado, gera ácido clorídrico e dioxina; o alumínio, cuja extração provoca sérios danos ambientais; os materiais compensados ou de madeira recomposta (MDFs), os quais não são nem recicláveis nem biodegradáveis, e que contêm “adesivos a base de formaldeído” (ARAÚJO, 2012). Podem-se fazer buscas por alternativas para esses outros materiais, tendo como base sua Pegada Ecológica. A fim de obter-se maior atenção da comunidade acadêmica nacional, para que estudos e projetos sejam realizados no intuito de promover e avançar a situação da gastronomia sustentável atual, os empreendimentos desse setor devem focar parte de seus esforços além da área artística, trabalhando em conjunto com a comunidade acadêmica e científica. Um segmento dentro da gastronomia que foque seus estudos na saúde alimentar, sem perder atenção artística sobre o alimento, no treinamento de colaboradores e na reeducação 21 alimentar da população, é essencial para que todos os fatores mencionados até então entrem em conjuntura e sejam efetivamente realizados. Nesse sentido, o movimento Slow Food pode contribuir para uma reeducação alimentar, a qual se encontra ofuscada pelo excesso de açúcares, gorduras e cloreto de sódio da “indústria alimentícia”. Todos devem ter “[...] direito a uma alimentação saudável e acessível economicamente e que revolução poderia ser mais deliciosa do que começar a empregar os nossos melhores recursos em ensinar isto às crianças?” (WEINER, 2005, p. 13). O prazer pelo gosto deve ser ensinado a qualquer faixa etária e a gastronomia pode auxiliar as demais ciências em prover alimentação saudável para a população humana, instruindo-as em técnicas, métodos e receitas práticas que possam tornar a alimentação de uma determinada população mais saborosa, prática e saudável. No contexto do ensino e do treinamento, os subtópicos a seguir formam importantes variáveis quando se considera a sustentabilidade dentro de um estabelecimento gastronômico: O papel das instituições de ensino na visão humana sobre o meio ambiente; Eficiência na operação e no serviço – as instituições de ensino ao nível técnico. ALIMENTAÇÃO SUSTENTÁVEL Os alimentos são desperdiçados de várias formas, na produção em excesso, durante o transporte e uma boa parte do desperdício ocorre durante seu preparo, inclusive cascas, sementes e raízes que poderiam ser reutilizados. A alimentação sustentável visa o aproveitamento integral dos alimentos. O desconhecimento dos princípios nutritivos do alimento, bem como o seu não aproveitamento, ocasiona o desperdício de toneladas de recursos alimentares, com o aproveitamento total poderia ser gerado menos lixo, menos dinheiro gasto em vão, melhor distribuição de mantimentos, em uma época que se tem um grande crescimento demográfico e escassez de recursos, é indispensável repensar esse consumo. 22 Algumas organizações e entidades internacionais afirmam que o planeta produz, atualmente, uma quantidade de alimentos e recursos suficientes para cerca de nove bilhões de pessoas, porém, quase um bilhão de habitantes ainda sofre com o problema da fome e da miséria extrema. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), perde-se 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, ou seja, um terço do que é produzido no mundo, assim, o que se nota não é a escassez de recursos alimentares frente ao aumento do número de pessoas, mas a má distribuição e a falta de acesso a esses elementos. É possível melhorar esse perfil com conscientização, através de educação alimentar e nutricional. Uma alimentação saudável é aquela que atende a todas as exigências do corpo, ou seja, não está abaixo nem acima das necessidades do nosso organismo. Além de ser fonte de nutrientes, a alimentação envolve diferentes aspectos, tais como valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais. As pessoas, diferentemente dos demais seres vivos, ao alimentar-se, não buscam apenas suprir suas necessidades orgânicas de nutrientes. Não se “alimentam” de nutrientes, mas de alimentos palpáveis, com cheiro, cor, textura e sabor. Portanto, o alimento como fonte de prazer e identidade cultural e familiar também é uma abordagem importante para promover a saúde. Hortaliças, legumes ou verduras são termos agrícolas e culinários equivalentes, que se referem a plantas ou suas partes, geralmente consumidas por humanos como alimentos. A nomenclatura vem do plantio e colheita desses vegetais, que são realizados nas hortas. Uma alimentação saudável deve ser: Variada: incluivários grupos alimentares, a fim de fornecer diferentes nutrientes (por exemplo: cereais, frutas, hortaliças, carnes, laticínios e feijões). Equilibrada: respeitando o consumo adequado de cada tipo de alimento (exemplo: deve-se comer mais frutas do que gorduras). Suficiente: em quantidades que atendam e respeitem as necessidades de cada pessoa. 23 Acessível: baseada em alimentos in natura, produzidos e comercializados regionalmente (acessibilidade física), que são mais baratos do que alimentos industrializados (acessibilidade financeira). Colorida: quanto mais colorida é a alimentação, mais adequada é em termos de nutrientes. Além de assegurar uma refeição variada, isso a torna atrativa, o que agrada aos sentidos, estimulando o consumo de alimentos saudáveis, como frutas, legumes e verduras, grãos e tubérculos em geral (tais como mandioca e batatas). Segura: os alimentos não devem apresentar contaminantes de natureza biológica, física ou química ou outros perigos que comprometam a saúde do indivíduo ou da população. Assim, deve- -se respeitar regras de higiene, procurando manusear e armazenar adequadamente todos os alimentos, descartando aqueles que possuem o prazo de validade vencido ou que estejam visivelmente estragados. Os nutrientes são compostos químicos que estão presentes nos alimentos e que podem ser aproveitados pelo nosso organismo para sua manutenção ou crescimento. Existem vários tipos de nutrientes que serão abordados posteriormente neste módulo, mas em geral eles podem ser divididos da seguinte maneira: Nutrientes não essenciais: são aqueles que podem ser produzidos pelo corpo humano a partir de outros compostos. Nutrientes essenciais: o organismo humano não é capaz de produzi-los, sendo necessário obtê-los por meio da alimentação. O organismo humano encarrega-se de transformar os alimentos ingeridos em nutrientes pelo processo conhecido como digestão. Esse processo inicia-se a partir do momento em que o alimento é colocado na boca e vai até a eliminação das partes não aproveitáveis pelo organismo. O QUE É AGRICULTURA FAMILIAR? 24 É quando um grupo familiar de produtores agrícolas realiza, de forma participativa, todo o processo produtivo, desde a escolha da cultura, diversificação, tipo de plantio, até o escoamento da produção de alimentos. Essa forma de cooperativa propicia melhores condições de vida no campo, melhora o convívio familiar – pois permite maior proximidade com os filhos –, preserva o meio ambiente e a biodiversidade, além de resgatar formas tradicionais de cultivo. Dessa forma, ela agrega o valor social dos agricultores à qualidade dos produtos. Sua importância é ainda maior considerando-se que cria oportunidades de trabalho local, reduzindo o êxodo rural, diversifica a atividade econômica e busca promover o desenvolvimento de pequenos e médios municípios. Por que no Brasil criaram-se políticas que visam esse tipo de agricultura? As políticas públicas a favor da agricultura familiar tiveram início no Brasil a partir de meados da década de 1990, sendo que os fatores principais que motivaram o surgimento dessas políticas públicas foram a crescente necessidade de ações governamentais em relação ao quadro de exclusão social e o fortalecimento dos movimentos sociais rurais, como, por exemplo, o Movimento dos Sem-Terra (MST). Outra questão a ser levada em consideração pela Losan no sentido de promover os DHAA é a agricultura sustentável, que busca por meio de métodos alternativos, tais como agricultura orgânica, controle biológico e natural de pragas, o desenvolvimento de uma agricultura com menor prejuízo possível ao meio ambiente e à saúde humana. Dentro desses objetivos também está a criação de comunidades agrícolas mais lucrativas, ou seja, os conceitos de agricultura familiar e de agricultura sustentável estão intimamente ligados, construindo o ideal filosófico fortemente defendido pelo Governo e pelas comunidades que as praticam. 25 O que é alimentação sustentável? A questão alimentar excede a dimensão da disponibilidade de alimentos e os processos de ordem produtiva. Segundo Cassol e Schneider (2015), o ato de se alimentar é um ato social capaz de provocar novos modos e valores de vida, visto que a relação entre as formas de produzir e comercializar e as formas de consumir e alimentar são essenciais para o desenvolvimento de práticas de produção e consumo sustentáveis. No que concerne ao modo de produzir, a agroecologia mais do que tratar do manejo ecologicamente correto, constitui-se em uma abordagem holística considerando os aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais. Os alimentos produzidos com esse enfoque são denominados “alimentos ecológicos”. É importante ressaltar que existem diferentes sistemas produtivos de ordem agroecológica, entre eles, a agricultura orgânica, a biodinâmica, a biológica, a natural e a permacultura (CAPORAL et al., 2009). Além disso, a agroecologia se aproxima do conceito de Segurança Alimentar e Nutricional – SAN instituído no Brasil pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA que define como: a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis. Ainda, entre as diretrizes da SAN que fortalecem a alimentação sustentável aparecem à conservação da biodiversidade, a utilização sustentável O desenvolvimento sustentável fundamenta-se nas dimensões econômica, ambiental e social, as quais também fundamentam os conceitos de sustentabilidade e de segurança alimentar e nutricional. Todos nós, trabalhadores e educadores na área de alimentação e nutrição, somos corresponsáveis pela concretização do desenvolvimento sustentável e pela promoção da segurança alimentar e nutricional. 26 dos recursos durante o processo de produção de alimentos, a promoção da agricultura familiar e das práticas agroecológicas (CONSEA, 2007). De acordo com a pesquisa de Azevedo e Pelicioni (2011), diversos estudos mostram o potencial da Agroecologia e da Agricultura Familiar como instrumento de produção sustentável, capaz de mitigar a miséria e a fome e otimizar a segurança e soberania alimentar e nutricional. Além disso, ao diminuir os riscos ambientais associados à produção de alimentos, tais práticas fomentam a dignidade social e econômica dos agricultores. Ainda, o fato dos casos terem sido praticados em pequenas propriedades, demonstra o distanciamento que as grandes propriedades e o agronegócio tomam em relação à promoção da saúde e condutas sustentáveis. Assim, perceber a agroecologia como estratégia de promoção de saúde ambiental é fundamental, uma vez que o modo de produção convencional é uma das principais práticas que interferem no equilíbrio do meio ambiente. Conforme o Guia Alimentar para oopulação brasileira (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014), a alimentação adequada e saudável deriva de um sistema alimentar social, econômica e ambientalmente sustentável, uma vez que este sistema pode promover justiça social e proteger o meio ambiente. Além disso, aponta o fortalecimento da agricultura familiar, das técnicas eficazes de cultivo e manejo do solo, do cultivo consorciado de diversos alimentos associado à criação de animais, do mínimo processamento dos alimentos realizado pelos próprios agricultores ou indústrias locais, de uma rede capilar de distribuição integrada por feiras, pequenos comerciantes e mercados. Nesse contexto, tudo que é produzido deve ser consumido. Nesta relação o consumo sustentável surgiu como forma defrear o consumo inconsciente. Essa prática representa o consumo de bens e serviços com respeito aos recursos ambientais, visando garantir e atender as necessidades atuais sem comprometer o atendimento das futuras gerações. Assim o consumo sustentável se refere aos padrões de consumo por meio da compra e uso de bens e serviços que atendam às necessidades principais em consonância com a mitigação da degradação ambiental (DIAS e MOURA, 2007). Dessa forma, os consumidores adeptos a essas práticas são chamados de consumidores “verdes”. Este consumidor, além de considerar a qualidade e o preço, inclui no seu poder de escolha o aspecto ambiental, priorizando 27 produtos que não prejudiquem o meio ambiente. Assim, ações bem embasadas e preocupadas com as questões ambientais surgem como um novo instrumento estratégico para minimizar problemas relacionados ao meio ambiente e ainda promover mudanças que busquem a sustentabilidade das atividades básicas da população (PORTILHO, 2005). Diante do exposto, o consumo alimentar que incorpora atividades simples e cotidianas como ir à feira, fazer lista de compras, diminuir o consumo da proteína animal, consumir alimentos menos processados, preferir alimentos produzidos localmente, priorizar o consumo de alimentos orgânicos, aproveitar integralmente os alimentos, escolher alimentos com menor número de embalagens, consumir alimentos frescos da estação, realizar reciclagem, praticar a compostagem, utilizar equipamentos que consomem menos energia, usar racionalmente a água, é fundamental para fomentar a sustentabilidade alimentar. Portanto, priorizar uma alimentação que, além de saudável, também seja sustentável, significa se atentar a todas as etapas que os alimentos passam, ou seja, desde a produção, colheita, armazenamento, distribuição, comércio, preparo até o descarte. COMO NÃO DESPERDIÇAR COMIDA? COMO NÃO DESPERDIÇAR COMIDA? Como Comprar Compra inteligente :Planeje quais ingredientes serão usados nas suas refeições, faça uma lista de compras, isso evita a compra impulsiva e levar coisas desnecessárias, como uma bebida que você nem gosta tanto ou uma bolacha recheada que ainda faz mal à saúde. Compras semanais: Compras semanais Para os alimentos não estragarem em sua despensa, evite fazer compras para o mês e faça compras semanais, levando para casa menos produtos. Antes de encher o carrinho, avalie se é possível consumir todos os produtos antes do vencimento do prazo de validade. 28 Compre a granel: Compre a granel Em vez de comprar alimentos em embalagens padronizadas, experimente comprar somente a quantidade de que precisa. Diversas feiras e supermercado dão essa opção. Frutas com aparência “não usual”: Frutas com aparência “não usual” Muitos vegetais são descartados nos supermercados porque sua aparência ou cor não estão “adequados”. Ao comprar esses alimentos em feiras livres e outros pontos de venda, você está contribuindo para a redução do desperdício. COMO ARMAZENAR Geladeira arrumada A organização é útil para ajudar a aproveitar tudo que tem na geladeira: higienize frutas, hortaliças e legumes antes de armazená-los (para evitar a proliferação de micro-organismos) e guarde os alimentos em potes bem fechados. Depois, organize os alimentos na geladeira e no armário de acordo com a data de validade – os que vão vencer antes ficam à frente, ao alcance das mãos. Faça o alimento durar mais: Vegetais, incluindo talos e folhas podem ser conservados por mais tempo quando utilizada a técnica do branqueamento: mergulhe os vegetais em água fervente, espere que a água volte a ferver, retire do fogo e mergulhe imediatamente esses vegetais em uma vasilha de água gelada. Não confunda o branqueamento com preparação definitiva. O vegetal branqueado não está pronto, mas apenas protegido para ser guardado por mais tempo. Compreenda as datas de validade: A frase “consumir preferencialmente antes de” não significa que o produto não pode mais ser consumido. Avalie bem antes de descartar. APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS Diversos nutrientes estão presentes em partes geralmente descartadas dos alimentos, como sementes e cascas, entrecascas, folhas e talos. Perdemos 29 a oportunidade de produzir pratos deliciosos e saudáveis, causando acúmulo de lixo orgânico e desperdício de mantimentos que poderiam estar nos pratos de muitos brasileiros. O aproveitamento integral consiste em pequenas mudanças no cotidiano que fazem um grande bem para o indivíduo, para o meio ambiente e para a sociedade como um todo, através do consumo sustentável. Afinal, em uma boa cozinha nada é desperdiçado. OBESIDADE Dados do Ministério da Saúde mostram que 52,5% da população está acima do peso. Destes, 17,9% estão obesos. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2014 (Vigitel) revelou uma linha ascendente do sobrepeso. As alterações no perfil alimentar dos brasileiros têm ligação com as transformações econômicas, sociais e demográficas que aconteceram no país nas últimas décadas. Em um Brasil mais urbano e com maiores exigências de cumprimento das jornadas profissionais, as pessoas dispõem de menos tempo para realizar suas refeições. O mau hábito pode trazer problemas à saúde, como a obesidade e outras doenças com origem na ingestão de alimentos muito calóricos, com excesso de açúcar e sal. Mas é possível comer com qualidade na rua, com uma escolha adequada do cardápio. É preciso fortalecer as ações de educação alimentar e nutricional nas redes públicas de educação, saúde e assistência social, desenvolver ações de incentivo de consumo de alimentos saudáveis. Promover incentivo a agricultura familiar, a fim de mostrar a integração entre alimentos saudáveis, hábitos de consumo saudáveis, gerando renda, inclusão social e sustentabilidade. FAÇA ESCOLHAS SAUDÁVEIS 30 Dados de algumas pesquisas, entre elas a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008/2009), demonstram que o atual padrão alimentar brasileiro, associado ao sedentarismo, tem contribuído para o aumento nas prevalências de obesidade, diabetes, hipertensão, e outras DCNTs. Evidências têm demonstrado que as doenças crônicas não transmissíveis são influenciadas pela alimentação incorreta, caracterizada pelo consumo frequente de álcool e alimentos com alto teor de gorduras, sal, açúcar. A alimentação adequada e saudável inclui o consumo de diferentes alimentos e de água, que desempenha papel fundamental na regulação de muitas funções vitais do organismo. O Guia Alimentar Para População Brasileira trás como regra de ouro: o regra de ouro: Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados. SAÚDE Em relação à saúde das pessoas, pesquisas indicam que os nutrientes (vitaminas, minerais, por exemplo) e outros compostos presentes naturalmente nos alimentos (pigmentos, por exemplo) são capazes de reduzir o risco de contrair várias doenças graves, tais como cânceres e doenças do coração, no contexto de uma alimentação nutricionalmente balanceada. Devemos entender que esses alimentos, isoladamente, não curam as doenças, mas quando consumidos em quantidades ideais e junto a outros comportamentos saudáveis (atividade física regular, por exemplo) são capazes de reduzir o risco de contraí- las. A tabela abaixo apresenta alguns exemplos de alimentos que apresentam essas características. Como podemos ver, existem diversos alimentos que nos oferecem proteção contra várias doenças. Reforçamos aqui a necessidade de sempre termos em mente que o consumo de um ou outro alimento não assegura, isoladamente ou em conjunto, a conquista de um peso saudável, crescimento e desenvolvimento plenos e, saúde. Outros comportamentosdevem estar associados para que esses 31 objetivos sejam atingidos; a atividade física regular é um destes comportamentos que se associa à alimentação para a prevenção de doenças e a melhoria da qualidade de vida. Como a atividade física contribui na melhoria da qualidade de vida? A atividade física promove maior equilíbrio energético, o que contribui para melhor aproveitamento dos nutrientes dos alimentos, sem acumular gordura no corpo. Manter uma vida fisicamente ativa é muito importante, pois sabe-se que pessoas fisicamente em forma têm mais qualidade de vida, melhor desempenho no trabalho, adoecem menos e as chances de envelhecer com saúde aumentam. Esses benefícios também se aplicam às crianças e adolescentes, para as quais a prática regular de exercícios físicos também favorece um melhor desempenho escolar, melhor convívio social com amigos e familiares e menores chances de envolvimento com drogas ilícitas. Fazer atividade física continuamente auxilia na mobilidade, fortificação dos músculos, ossos e articulações, diminuindo as chances de lesões nesses tecidos por algum esforço realizado no trabalho, ou mesmo em momentos de lazer, atuando também como fator protetor de doenças dos ossos e articulações. Além disso, ajuda a manter as funções hormonais, imunológicas e intestinais dentro das faixas de normalidade. Educador Alimentar, agora você já compreende melhor o quanto a alimentação das crianças e adolescentes de sua escola é importante para que eles tenham melhor qualidade de vida, ou seja, possam viver mais e com saúde, tenham um melhor aprendizado e também estejam motivados para a prática de atividade física. Então, tente inserir na sua escola um cardápio que contemple todos os grupos dos alimentos, em especial as frutas e verduras. 32 ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS E ALIMENTOS NATURAIS A indústria de alimentos surgiu no Brasil junto com o processo de industrialização. Cresceu especialmente nos anos 20, quando inúmeras empresas brasileiras foram criadas e empresas estrangeiras se instalaram no país. A partir dos anos 60, houve um grande avanço tecnológico da indústria de alimentos, que vem sendo mantido. Entre as indústrias de transformação, a de alimentos é a que mais se destaca no cenário socioeconômico produtivo nacional. Hoje em dia, com a industrialização, a alimentação se tornou muito mais acessível. Basta sairmos de casa e encontramos uma grande variedade de alimentos nas feiras, supermercados, restaurantes e outros locais. Mas você já percebeu que alguns alimentos são mais caros do que outros? Os alimentos industrializados, principalmente, exigem tecnologia e passam por todo um processo de fabricação, embalagem e distribuição. Além disso, as indústrias podem manipular os ingredientes dos alimentos que elas vendem com o objetivo de torná-los mais duráveis e agradáveis para seu consumidor, ou seja, nós. Por esse motivo, os alimentos industrializados são, em geral, mais caros. Mas existe outra preocupação por trás desse assunto. O que as indústrias utilizam para tornar os alimentos mais duráveis e agradáveis? Os alimentos industrializados são equivalentes aos in natura? Será que todos os ingredientes utilizados são naturais? Existem leis que regulam a produção industrial de alimentos? No Brasil, o órgão que fiscaliza a aplicação de regras na área de alimentos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Além disso, a ANVISA coordena, supervisiona e controla as atividades de registro, informações, inspeção, controle de riscos e estabelecimento de normas e padrões relativos a alimentos. O objetivo é garantir, entre outras, as ações de vigilância sanitária de alimentos, bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens e aditivos alimentares. Para melhor atuação, a ANVISA compartilha responsabilidades e atribuições com os ministérios, como o da Agricultura, 33 Pecuária e Abastecimento, e com os estados e municípios, que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Os alimentos industrializados, em geral, possuem substâncias conhecidas como “aditivos químicos” que apresentam funções diversas: conservar por mais tempo, melhorar o sabor, alterar a cor, acrescentar cheiro (ou aroma), mudar a consistência dos alimentos, além de outras finalidades. Entretanto, nem todas essas substâncias utilizadas são encontradas na natureza, sendo resultados de estudos realizados em laboratórios e, em alguns casos, não se sabe ao certo quais as consequências do seu consumo no organismo humano, ao longo do tempo. Mesmo existindo uma legislação que orienta sobre as regras relativas aos aditivos alimentares, a fiscalização se dá de maneira periódica ou esporádica, uma vez que a quantidade de indústrias alimentícias é bem maior do que a atual capacidade de fiscalização da ANVISA. Eventualmente, pode ocorrer que, pela falta de vigilância, haja desobediência às leis dos aditivos químicos, colocando em risco a saúde dos consumidores. Atualmente, todas as indústrias que utilizam aditivos devem respeitar as quantidades estabelecidas pela ANVISA, bem como descrevê-los no rótulo dos respectivos alimentos. Falando nisso, vamos conhecer um pouco mais sobre a rotulagem dos alimentos e como ela pode nos ajudar? Rotulagem nutricional Todas as informações a respeito do alimento devem estar contidas em seu rótulo, tais como: nome do produto, peso, ingredientes, características e data de validade. No entanto, nem sempre as informações presentes são de fácil entendimento. Então, vamos agora dar maiores esclarecimentos sobre os rótulos e quais informações ele deve conter. Com maior conhecimento dos rótulos, você poderá optar por produtos mais saudáveis na hora de fazer suas compras. 34 A importância da rotulagem nutricional dos alimentos para a promoção da alimentação saudável é destacada em grande parte dos estudos e pesquisas que envolvem a área da nutrição e sua relação com estratégias para a redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). O uso das informações nutricionais obrigatórias nos rótulos dos alimentos e bebidas embaladas está regulamentado no Brasil desde 2001. Desde então, no Brasil, as empresas fabricantes de alimentos e bebidas foram obrigadas por lei a colocar nos rótulos dos seus produtos várias informações para que o consumidor do produto fique mais esclarecido sobre as características do produto que está adquirindo. O rótulo do alimento funciona como uma forma de comunicação entre os produtos e os consumidores. De acordo com a publicação do Ministério da Saúde sobre rotulagem nutricional obrigatória (Brasil, 2005), veja algumas informações que sempre devem estar presentes nos rótulos e é importante que você as identifique: Lista de Ingredientes: Informa os ingredientes que compõem o produto. A leitura dessa informação é importante porque o consumidor pode identificar a presença de termos, como por exemplo: açúcar, sacarose, glicose, ou outros tipos de açúcar, como a dextrose. É importante a leitura dos ingredientes, pois eles são apresentados em ordem decrescente, isto é, o primeiro ingrediente é aquele que está em maior quantidade no produto e o último, em menor quantidade. Os aditivos alimentares também devem fazer parte da lista, sendo relatados por último. Origem: permite que se saiba quem é o fabricante do produto e onde ele foi fabricado. Dessa forma, é possível saber qual a procedência do 35 produto e entrar em contato com o fabricante, se for necessário. Atualmente, a maioria das indústrias oferece aos clientes o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), disponibilizando também no rótulo o telefone e o e-mail para facilitar o contato em caso de dúvidas, críticas ou sugestões. Prazo de Validade: Os produtos devem apresentar pelo menos o dia eo mês quando o prazo de validade for inferior a três meses; o mês e o ano para produtos que tenham prazo de validade superior a três meses. Se o mês de vencimento for dezembro, basta indicar o ano, com a expressão “fim de...... “ (ano). O prazo de validade deve estar presente de forma visível e clara. No caso de alimentos que exijam condições especiais para sua conservação, deve ser indicado o melhor local de armazenamento (freezer, congelador, geladeira) e o vencimento correspondente. O mesmo se aplica aos alimentos que podem se alterar depois de abertas suas embalagens. O consumidor deve estar sempre atento à data de validade, ao adquirir um alimento. Todo produto vencido deve ser desprezado, pois além de perder a garantia de qualidade pelo fabricante, pode trazer riscos à saúde. Conteúdo Líquido: Indica a quantidade total de produto contido na embalagem. O valor deve ser expresso em mililitro (ml), litro (l), grama (g), quilo (kg) ou por unidade. Lote: É um número que faz parte do controle na produção. Caso haja algum problema, o produto pode ser recolhido ou analisado pela identificação do lote ao qual pertence. Instruções sobre o preparo e uso do alimento: quando necessário, o rótulo deve conter as instruções necessárias sobre o modo apropriado de uso, incluídos a reconstituição e o descongelamento. Informações nutricionais: todos os alimentos e bebidas produzidos, comercializados e embalados na ausência do cliente e prontos para oferta ao consumidor devem ter as informações nutricionais presentes no rótulo. O modelo de rotulagem nutricional, proposto pela ANVISA, encontra-se a seguir. Obrigatoriamente, a informação nutricional deve estar por porção 36 (fatia, copo, unidade) e os nutrientes devem estar dispostos conforme a figura que se segue. ROTULAGEM NUTRICIONAL OBRIGATÓRIA Alimentos para fins especiais: os alimentos para fins especiais, ou seja, os formulados para atender a necessidades específicas, devem ter no rótulo a respectiva designação, seguida da finalidade a que se destina (exemplos: diet, light, enriquecido com vitaminas, isento de lactose). Os portadores de enfermidades devem ler os rótulos dos alimentos, observando a lista de ingredientes e a rotulagem nutricional para verificar a presença daquele ingrediente ou nutriente que não deve consumir ou que pode consumir em pequena quantidade. Observe abaixo exemplos de enfermidades que precisam incluir em seus cuidados a leitura atenta dos rótulos: 37 Diabetes Melitus: Atenção aos alimentos com açúcares em sua composição, sejam diet ou light. Os produtos diet destinados para dietas com restrição de carboidratos, dietas com restrição de gorduras e dietas de ingestão controlada de açúca- res, devem conter a seguinte advertência: “Diabéticos: contém (especificar o tipo de açúcar presente)”; Pressão alta: Atenção ao conteúdo de sódio descrito na informação nutricional dos rótulos. Os produtos diet ou light em sódio apresentam baixo ou reduzido teor em sódio. Devem ser evitados produtos que contenham sacarina e ciclamato de sódio que, embora sejam adoçantes, são substâncias que contêm sódio. Doença Celíaca: Atenção à lista de ingredientes dos alimentos que contêm em sua composição trigo, aveia, cevada e centeio e seus derivados. O rótulo desses alimentos, próximo à lista de ingredientes, deve conter a advertência: “Contém Glúten”. Para os alimentos que não contêm trigo, aveia, cevada e centeio na sua composição a advertência que deve constar no rótulo é: “Não contém Glúten” O que não pode estar presente no rótulo? Palavras, sinais ou desenhos que tornem a informação do rótulo falsa, como, por exemplo: determinada quantidade de chocolate equivale a 1 copo de leite; Atribuir ao produto qualidades que não foram demonstradas, como, por exemplo: dizer que o consumo de certa quantidade de um produto reduz o risco de doenças do coração; Destacar presença ou ausência de qualquer nutriente que é próprio do alimento, como, por exemplo: óleo vegetal sem colesterol, pois nenhum óleo vegetal possui colesterol; Indicar que o alimento possui propriedades terapêuticas ou medicinais, como, por exemplo: previne a osteoporose. Ressaltar, em certos tipos de alimentos processados, a presença de componentes que sejam adicionados como ingredientes em todos os alimentos com tecnologia de fabricação semelhante. Por exemplo: 38 “maionese preparada com ovos”, pois toda maionese deve ter ovos em sua composição. Agora, como você já possui conhecimentos a respeito dos nutrientes, poderá exercer seus direitos e deveres de consumidor e também optar por alimentos mais saudáveis. Aditivos químicos Quanto aos aditivos químicos, assunto que iniciou toda essa discussão sobre rotulagem, eles devem ser listados como ingredientes do alimento, obedecendo à ordem decrescente de quantidade, ou seja, o primeiro da lista apresenta-se em quantidade maior do que o segundo, e assim sucessivamente até o último, que está presente em menor quantidade do que todos os outros listados antes dele. Agora que sabemos como são identificados os rótulos dos alimentos, vamos ver as funções dos principais aditivos químicos. Corantes Os corantes têm a função de “colorir” os alimentos, fazendo com que os produtos industrializados tenham uma aparência mais parecida com os produtos naturais, sendo assim, mais agradáveis, portanto, aos olhos do consumidor. Eles são extremamente comuns, já que a cor e a aparência são importantes na aceitação dos produtos pelo consumidor. Uma gelatina de morango, por exemplo, que fosse branca, não faria sucesso. Um refrigerante sabor laranja sem corantes ficaria com a aparência de água com gás, o que faria com que parecesse mais artificial, dificultando sua aceitação. Os corantes são encontrados na grande maioria dos produtos industrializados, como as massas, bolos, margarinas, sorvetes, bebidas, gelatinas e biscoitos, entre outros. Aromatizantes Os aromatizantes têm por função dar gosto e cheiro aos alimentos industrializados, realçando o sabor e o aroma. Assim como os corantes, os 39 aromatizantes também fazem com que os alimentos industrializa dos se pareçam mais com os produtos naturais, pois, como já foi dito, isso é essencial na aceitação do produto pelo consumidor. Informar que um salgadinho artificial de milho tem sabor e cheiro de presunto ou de churrasco torna-o mais atrativo, pois o consumidor pode reconhecer naquele produto um sabor conhecido, semelhante a outro produto não industrializado que ele já comeu, causando a falsa impressão de que o produto não é tão artificial assim. Muitos alimentos não possuem em sua composição as frutas que as embalagens anunciam, mas apenas aromatizantes que lhes imitam o sabor e o aroma. Por exemplo, alguns produtos industrializados mostram em seu rótulo: “aroma idêntico ao de pêssego”. Essa afirmação não garante que aquele alimento contenha pêssegos em sua composição. O aroma, nesse caso, pode ser imitado por alguma substância sintética, ou seja, produzida pelas indústrias e não pela natureza. Os aromatizantes podem ser encontrados em sopas, carnes enlatadas, sucos em pó, biscoitos recheados, bolos e sorvetes, entre outros. Conservantes Ao contrário dos corantes e aromatizantes, os chamados conservantes não possuem função de fazer com que os produtos industrializados pareçam ser o que na realidade não são, ou seja, naturais. Sua função é evitar a ação dos microorganismos que agem na deterioração dos alimentos, fazendo com que durem mais tempo sem estragar. São encontrados em refrigerantes, concentrados de frutas, chocolates, sucos, queijos fundidos, margarinas, conservas vegetais, alimentos enlatados em geral, carnes, pães, farinhas e em inúmeros outros alimentos industrializados.