Prévia do material em texto
1 AMÁLGAMA Profª Yasmine Introdução Amálgama ▪ Prevenção e promoção de saúde ▪Odontologia minimamente invasiva: Filosofia atual ▪Valorização da estética ▪Efeitos adversos do mercúrio Declínio do uso do amálgama Introdução Amálgama •Mais de 150 anos de serviços prestados à Odontologia; • Vida média – 10 a 20 anos (Leinfelder, 1991; Nocchi Conceição et al., 2000; Loguércio et al., 2000; Torres et al., 2001; Morrow et al., 2002; Ozer et al., 2002). Amálgama Partículas sólidas de uma liga de metais contendo principalmente prata e estanho Mércurio líquido Amálgama Liga metálica + mercúrio líquido BLACK (modificada) Amalgamação Amálgama Vantagens ▪Sucesso clínico longitudinal ▪Técnica de execução menos crítica ▪Menor tempo de execução ▪Menor custo 2 Desvantagens • Aspecto metálico • Friável, • Sujeito à corrosão; • Não ajuda a reforçar a estrutura dentária enfraquecida • Pode apresentar certo grau de defeitos marginais • Preocupação quanto ao processo de descarte do amálgama no lixo líquido Machi et al., 2002; Morrow et al., 2002 Indicações • Restaurações diretas em dentes posteriores Composição • Especificação nº 1 da ANSI/ADA para as ligas metálicas (requisitos para a composição). Componentes % em peso Prata 40 - 70 Estanho 17 - 30 Cobre 2 - 40 Zinco 0 - 2 Paládio 0 -7 Índio 0 -10 Composição Prata (Ag) • Principal constituinte (40-70%) • Forma junto com o estanho o composto Ag3Sn (fase ɤ) • Aumento da resistência da restauração • Diminui o escoamento do amálgama sob a ação de cargas mecânicas • Aumenta a expansão de presa (desvantagem) Composição Estanho (Sn) • Corresponde a ¼ na composição (17-30%) • Facilita a amalgamação (mistura da liga com o mercúrio) • Auxilia na redução da expansão da prata • Acima de 27% ocorre redução da resistência e dureza da liga, bem como aumento do escoamento (ANUSAVISE, 2003) Composição Cobre (Cu) • Substitui parcialmente a prata • Aumenta a dureza e resistência mecânica • Diminui escoamento e corrosão • Classificação das ligas Ligas com baixo teor de cobre ( 0,01%: ligas com zinco • Contaminação por saliva: EXPANSÃO TARDIA Paládio e Índio • Aumentam as propriedades mecânicas Composição Mercúrio • Permite a formação da massa plástica (43-54%) • Libera vapor metálico inodoro e incolor acima de 12°C • Diminui as propriedades mecânicas da liga Morfologia das Partículas Limalha Esférica Dispersa Fabricação do Pó da Liga • Fundir os componentes da liga na forma de lingote Massa de metal, que após ter sido aquecida a uma temperatura superior ao seu ponto de fusão, é vertida em um molde. • Diferentes metais apresentam pontos de fusão distintos • Tratamento térmico homogeinizador • Os lingotes são colocados em forno e aquecidos a temperatura de 400 a 425°C por 24 horas Morfologia das Partículas • São produzidas pelo corte do lingote fundido em torno mecânico Limalha A limalha tem formato irregular (agulha) Morfologia das Partículas • As partículas são peneiradas e moídas para formar diferentes tamanhos • Podem apresentar corte regular (45µ), fino (35µ) e microfino (26µ) • Envelhecimento da liga para diminuir o tempo de presa e aumentar a vida útil do amálgama (100ºC por 6 horas) • 50 a 52% de mercúrio Limalha 4 Morfologia das Partículas Esféricas • São produzidas por meio de atomização: metal liquefeito é borrifado em gás inerte • As partículas são peneiradas para obtenção de tamanhos específicos • Possuem menor área de superfície relativa, necessitando de uma menor quantidade de mercúrio • 42 a 45% de Hg Amalgamação e Microestruturas Resultantes BLACK (modificada) Fases das ligas de amálgamas dentais Fórmula estequiométrica Gama ( ) Ag3Sn Gama 1 ( 1 ) Ag3Hg Gama 2 ( 2 ) Sn7Hg8 Epsilon (ɛ ) Cu3 Sn Eta ( ɳ ) Cu6Sn5 Pó + mercúrio: novas fases (partículas modificadas superficialmente) Amalgamação e Microestruturas Resultantes BLACK (modificada) Ligas com baixo teor de cobre Ag3Sn + Hg Ag2Hg3 + Sn7Hg8 + Ag3Sn Fase Fase 1 Fase 2 Fase •Quanto maior a quantidade de partículas de Ag3Sn não consumidas, mais resistente o amálgama final •Fase 1 é a que une todo o conjunto (matriz) •O componente mais fraco é a Fase 2 Amalgamação e Microestruturas Resultantes BLACK (modificada) Propriedades Fases Propriedades mecânicas > 1 > 2 Escoamento 2 > 1 > Corrosão 2 > 1 > Amalgamação e Microestruturas Resultantes BLACK (modificada) Ligas com alto teor de cobre • Propriedades mecânicas melhoradas • Melhor integridade marginal e menor corrosão • Apresentam dois tipos de pós de ligas: pó de liga de fase dispersa pó de liga de composição única Ligas com alto teor de cobre BLACK (modificada) • Em 1963 Innes e Youdelis realizaram a primeira modificação da liga de amálgama • Adicionaram ⅓ de uma liga eutética (“facilmente fundida’’) com partículas esféricas de prata-cobre (Ag3Cu2) a ⅔ de uma liga convencional (Ag3Sn) com partículas de limalha • Mistura de um pó de liga com duas composições diferentes Ligas de fase dispersa 5 Ag3Sn + Ag3Cu2 + Hg Ag2Hg + Sn7Hg + Ag3Sn + Ag3Cu2 Fase eutético Fase 1 Fase 2 Fase eutético Sn7Hg + Ag3Cu2 Ag2Hg3 + Cu6Sn5 Fase 2 eutético Fase 1 Fase ɳ Redução e eliminação da fase ɤ2 (MELHORIA DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS) Ligas com alto teor de cobre Adição de partículas esféricas com alto teor de cobre às ligas convencionais em limalha Ligas de fase dispersa Propriedades Alteração dimensional (contaminação por umidade) • Amálgama com zinco (Zn + H2O ZnO + H2) • 3 a 4 dias após a reação de presa • MAIOR expansão nas ligas com baixo teor de cobre (10x) • Consequências: sensibilidade dolorosa, protrusão da restauração e fraturas nas margens. Expansão de presa tardia Propriedades Resistência à Tração e Flexão • 1/10 dos valores de resistência à compressão (frágil) • Restaurações de amálgama com espessura MENOR que 2mm são mais suscetíveis à fratura Propriedades Creep • Propriedade viscoelástica de materiais que sofrem deformação plástica sob a aplicação de forças estáticas ou dinâmicas (deformação gradual) • Creep inferior a 3% Ligas c/ baixo teor de cobre 1,53 a 3,77% Ligas c/ alto teor de cobre 0,05 a 0,15% Propriedades Creep Tensão mastigatória Quanto > creep > deterioraçãotérmica (mcal/s.cm2.°C) Esmalte 2,23 Dentina 1,36 CIV 1,60 Resina composta 2,61 Amálgama 54,0 Condutividade térmica Medida de transferência de calor por condução. Propriedades Térmicas Difusividade térmica Velocidade com que um corpo atinge o equilíbrio térmico. Material Difusividade térmica (mm2/s) Esmalte 0,469 Dentina 0,183 CIV 0,239 Resina composta 0,675 Amálgama 9,600 Propriedades Térmicas Coeficiente de expansão térmica linear (CETL) Expansão de um corpo frente ao aumento de temperatura Material CETL (x 10-6/°C) Porção coronária do dente 11,4 OZE 35,0 CIV 11,5 Resina composta 39,4 Amálgama 25,0 Propriedades Biológicas • Pequenos prejuízos para o paciente • Exposição prolongada de CD e ACD ao vapor de mercúrio • Acabamento e polimento sob refrigeração • Armazenamento incorreto do mercúrio e restos de amálgama: boa ventilação do ambiente • O excesso ou restos de amálgama devem ser armazenados em água, em um recipiente fechado (laboratórios de resíduos odontológicos). 7 Manipulação Clínica do Amálgama Seleção da liga e proporcionamento Trituração Condensação Brunimento pré-escultura Escultura Brunimento pós-escultura Acabamento e Polimento Forma de apresentação: Seleção da liga e proporcionamento • Cápsulas: contém em seu interior compartimentos para o Hg e para a liga que são separados fisicamente por uma membrana. Seleção da liga e proporcionamento ANTIGO ATUAL Apresentação frasco de Hg e de liga cápsulas pré- dosadas Custo Menor maior Variável Humana Presente ausente Contaminação por Hg Presente ausente Contato Hg/liga Ausente cápsulas pré- ativadas Trituração Propiciar uma amalgamação apropriada entre Hg e liga Amalgamador manual (gral e pistilo) Amalgamador mecânicoAmalgamador convencional Trituração ANTIGO ATUAL Tipo de trituração Manual Mecânica Instrumentos usados Gral e pistilo Amalgamador Tempo gasto Maior Menor Relação Hg/liga Maior Menor Variável humana Presente Ausente Contaminação por Hg Presente Ausente Custo Menor “Maior” Trituração Depende do tempo e da velocidade do amalgamador (fabricante) Amálgama subtriturado Amálgama triturado adequadamente Amálgama sobretriturado Seco e esfarelado TT: + longo Molhada, brilhante e aderida a cápsula TT: menor Brilho superficial acetinado TT: adequada cristalização 8 Trituração Subtriturada Adequada Supertriturada Superfície da mistura Opaca - Brilhante Temperatura da massa - Morna Quente Tempo de trabalho Aumentado - Diminuído “Creep” Diminuído - Aumentado Resist. mecânica Diminuída - Diminuída Alteração dimensional Discreta expansão - Discreta contração Aplicação de pequenas porções na cavidade com porta- amálgama Condensação Compactar o amálgama dentro da cavidade Aproxima as partículas, reduz porosidade e excesso de mercúrio e aumenta a resistência Pode ser mecânica ou manual Partículas esféricas: menor pressão de condensação Ligas convencionais e de fase dispersa: maior pressão de condensação Condensação Condensadores manuais: diferentes áreas de secção transversal Pressão de condensação depende: pressão e ponta ativa do condensador Inicia-se pelas áreas com acesso mais restrito Incremento adicional: condensação vigorosa Condensação Condensação Ligas convencionais e mistas: condensadores em ordem crescente Ligas esféricas: condensadores maiores Condensação Limalha Esférica Dispersa 9 Remove o excesso de mercúrio superficial; Reduz a porosidade; Melhora a adaptação nas margens; Diminui a rugosidade. Brunimento Pré-Escultura Deslizamento do brunidor em movimentos do centro para as margens da restauração; Brunimento Pré-Escultura Remove o excesso de mercúrio superficial, reduz a porosidade, melhora a adaptação nas margens e diminui a rugosidade. Escultura •Devolver a anatomia adequada ao dente •Instrumentos afiados Escultura •Tempo relativamente curto (tipo de liga) •“Grito do amálgama” •Lamina da ponta ativa paralela às vertentes das cúspides •Escultura da face oclusal rasa Brunimento Pós-Escultura •Reduzir a porosidade superficial •Diminuir mercúrio residual •Melhorar adaptação marginal •Selamento da restauração •Pressão suave do centro para a margem Ajuste Oclusal 10 Acabamento e polimento após no mínimo 24 horas Acabamento e Polimento Realizado após no mínimo 24 horas; Reduzem a corrosão e o acúmulo de biofilme; Aumentam a longevidade clínica da restauração. Acabamento e Polimento Brocas multilaminadas em baixa rotação Acabamento e Polimento ▪ removem irregularidades e excessos na interface; ▪ refinam a anatomia oclusal; ▪ aumentam a lisura superficial da restauração; Pré-polimento e polimento Acabamento e Polimento ▪ Pontas de borracha abrasivas para amálgama ▪ Utilizadas em ordem decrescente de granulação ▪ Aumentam a lisura superficial e diminuem a corrosão Usar de forma intermitente, sob pressão moderada e com velocidade em baixa rotação. Pré-polimento e polimento Acabamento e Polimento Pastas e Pós-abrasivos Acabamento e Polimento Potencializar a lisura e obtenção de brilho superficial; ➢ Aplicação de pasta de polimento para amálgama ➢ Pasta de óxido de zinco + álcool ➢ Pasta de pedra-pomes e água http://www.kgsorensen.com.br/loja/image/cache/data/0-diamond-gloss-1-500x500.jpg 11 Proximais: Acabamento e Polimento Tira de lixa de granulação fina Fio dental + pastas abrasivas Acabamento e Polimento Apesar do aperfeiçoamento das ligas, da evolução dos preparos cavitários e das técnicas restauradoras, as restaurações de amálgama dental devem ter indicações precisas, respeitando suas limitações. Além disso, é fundamental a conscientização do paciente e o controle clínico desse tipo de restauração. Obrigada!!! Slide 1: AMÁLGAMA Profª Yasmine Slide 2: Introdução Slide 3: Introdução Slide 4 Slide 5: Amálgama Slide 6: Vantagens Slide 7: Desvantagens Slide 8: Indicações Slide 9: Composição Slide 10: Composição Slide 11: Composição Slide 12: Composição Slide 13: Composição Slide 14: Composição Slide 15: Morfologia das Partículas Slide 16: Fabricação do Pó da Liga Slide 17: Morfologia das Partículas Slide 18: Morfologia das Partículas Slide 19: Morfologia das Partículas Slide 20: Amalgamação e Microestruturas Resultantes Slide 21: Amalgamação e Microestruturas Resultantes Slide 22: Amalgamação e Microestruturas Resultantes Slide 23: Amalgamação e Microestruturas Resultantes Slide 24: Ligas com alto teor de cobre Slide 25: Ligas com alto teor de cobre Slide 26: Propriedades Slide 27: Propriedades Slide 28: Propriedades Slide 29: Propriedades Slide 30: Corrosão Slide 31: Corrosão Slide 32: Propriedades Térmicas Slide 33: Propriedades Térmicas Slide 34: Propriedades Térmicas Slide 35: Propriedades Térmicas Slide 36: Propriedades Biológicas Slide 37: Manipulação Clínica do Amálgama Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64