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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO URBANISMO I: RESENHAS TAINÁ MARCHON PETRÓPOLIS 2015 A Imagem da Cidade – Kevin Lynch. Neste livro, Kevin Lynch busca o explicar o desempenho das cidades sobre seus habitantes, e para isso, ele realiza alguns estudos com um pequeno grupo de habitantes de três cidades norte-americanas. Esses estudos, que consistiam em fazer mapas mentais visando o reconhecimento de campo e entrevista com moradores, mostraram que naquela pequena amostra de habitantes da cidade, as pessoas tinham uma imagem completamente diferente uma da outra sobre a cidade em que moravam, variando de acordo com o modo que cada uma as usa, como o habitante a organiza, os elementos dos quais ele depende, entre outras coisas, o que se mostrou ser intimamente ligado com a paisagem urbana. A paisagem urbana pode ser compreendida como algo que vai ser visto e lembrado, um conjunto de elementos que, de alguma forma, irá marcar o observador. “Como obra arquitetônica, a cidade é uma construção no espaço, mas uma construção de grande escala; uma coisa só percebida no decorrer de longos períodos de tempo.” (LYNCH,1960). Cada indivíduo interpreta a cidade de uma forma diferente, e a forma como ele interpreta está relacionada a como ele utiliza a cidade, o que o marcou na infância, etc. e essa interpretação é tão importante quanto a própria cidade, dando a cidade um enorme significado expressivo. A mudança e o significado do espaço são pontos de destaque para Lynch, dando estabilidade a cidade e, ao mesmo tempo, tornando-a passível de mudanças. Lynch ainda enfatiza que não existe forma de controlar o crescimento de uma cidade, muito menos sua forma final, porém, podemos moldar as fases de desenvolvimento. Podemos analisar uma cidade com um bom desempenho quando ela passa a sensação de compreender o espaço, transmitindo segurança, quando os elementos dispostos ao longo da cidade construam uma imagem com identidade própria e facilitando o reconhecimento dos ambientes e agilizando o percurso dentro da cidade. Com a ajuda da tecnologia – com mapas e gps, por exemplo – perde-se o conceito de eficiência na linguagem da cidade, porém se removermos isso, o habitante não pode ficar perdido dentro do espaço urbano. Alguns elementos, como edifícios, mobiliários ou até mesmo vias, se destacam e chamam a atenção do observador, graças a características marcantes, porém os mais importantes são os elementos vistos pela estaca do observador, são aqueles pontos que serão utilizados como pontos nodais, marcos. E quando uma cidade é planejada pensando em todos esses aspectos, consegue-se então proporcionar segurança e comodidade ao usuário. Introdução ao Desenho Urbano no Processo de Planejamento – Vicente del Rio O desenho urbano está intimamente ligado com a função das cidades, facilmente compreensível e global, olhando desde a utilização dos espaços pelos usuários, até a sinalização nas vias. Ele trata o ambiente da cidade como um organismo vivo, que evolui e que precisa de constante adaptação. No passar dos anos, acontecem transições na cidade, causados pelos diversos tipos de utilizações a medida que a cidade se molda aos seus habitantes. São mudanças que, quando olhadas aos poucos, parecem de pouca importância, mas quando isolamos um intervalo de tempo e analisamos as intervenções, modificam completamente o desenho urbano. Tentando evitar o descontrole nesta modificação do desenho urbano, estabelecemos normas de ocupação para cada cidade, desta forma, a legislação guia os profissionais a que alterações podem ou não ser feitas dentro de um conjunto ou zona, impedindo desta forma, a descaracterização urbana, e moldando as fases de desenvolvimento da cidade. Usando essas legislações como base, podemos definir que forma, e como será a funcionalidade da cidade. É o primeiro passo do planejamento urbanístico, e se for respeitado, garantirá uma excelente qualidade de vida para os habitantes da cidade. Vicente del Rio enfatiza em seu livro que os métodos devem ser respeitados para que haja sucesso no planejamento. A metodologia defendida por del Rio parte de categorias principais, que são: metodologia urbana, percepção ambiental e comportamento ambiental. No final de seu livro, del Rio ainda anexa três estudos de caso de cidades que ele teve participação direta. A Apreensão da Forma da Cidade – Maria Elaine Kohlsdorf Neste livro, a autora trata a cidade de uma forma mais trabalhada nos conceitos, dividindo a cidade no entorno, no todo e em parte. Ela reparte em várias categorias, destacando o clássico empasse da forma x função. Nos permite fazer uma análise mais completa da cidade como objeto construído, pouco olhando para a posição do observador. Elaine exemplifica de diversas formas a existência da comunicação muda existente na cidade, e trata a eficiência dessa comunicação como sinônimo de eficiência do planejamento urbano. A cidade deve saber se comunicar com o seu usuário. Interação entre os Autores O livro A Imagem da Cidade e o livro Introdução do Desenho Urbano no Processo de Planejamento tratam do ambiente urbano de uma forma similar, usando como referência sempre o observador, olhando a cidade do baixo, enfatizam que o sucesso do planejamento está nas sensações que a cidade passa para o observador. Os três autores concordam que existe uma comunicação entre o espaço urbano e o habitante, e que a qualidade do planejamento urbano está diretamente ligada com a eficiência que essa comunicação é feita.
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