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ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING O Marketing está presente em todos os lugares e na vida de todas s pessoas que representem os papéis de vendedores ou compradores. Ninguém pode escapar à sua esfera de atuação, seja quando percebemos se um produto é de alta qualidade e de alto preço ou o mesmo apresenta um custo baixo em com poucos serviços agregados, seja quando você anda pelo corredor de uma loja de departamentos e vê, numa prateleira, o produto anunciado na TV que o fez deslocar-se até ali. Os descontos, prazos, promoções associados a esses ou a outros produtos, a marca, a imagem percebida, os estudos que viabilizam a produção desses produtos, tudo isso é marketing. O domínio de suas ferramentas é fundamental para que as empresas, instituições e, até mesmo, nossas carreiras pessoais estabeleçam-se hoje no futuro. Aula 01 - Então o que é Marketing Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Entender os principais conceitos de Marketing; 2. Distinguir os conceitos de propaganda, vendas e Marketing observando as abrangências e características de cada um deles; 3. Entender os fatores que envolvem a Administração de Marketing moderno. Introdução Nesta aula apresentaremos as principais diferenças entre Marketing, vendas e propaganda, as principais definições de Marketing e o papel representado por ele na adaptação das empresas aos seus mercados e ainda as principais tendências e forças que estão mudando o cenário do marketing nesta nova era de relacionamentos. O que é Marketing? Para que serve? Você já deve ter ouvido ou lido a palavra Marketing muitas vezes. Embora seja uma palavra de origem inglesa, quase todos os dias ouvimos na TV ou nos jornais ou ainda pelo rádio alguém fazer alusão ao termo, não é mesmo? Pois é, apesar de ser um assunto sobre o qual todas as pessoas acham que sabem alguma coisa, Marketing é uma das disciplinas menos compreendidas hoje em dia (é só perguntar a qualquer profissional de marketing e ele confirmará este fato). Alguns acham que Marketing é propaganda/Promoção – “Que anúncio bonito aquele da Coca- Cola, heim?”. Os que assim entendem, por omissão ou ignorância das demais funções acabam reduzindo o conceito de Marketing às suas funções de comunicação somente. Outros acham que marketing é manipulação do cliente: “Eu comprei aquilo por causa do marketing... De fato, eu nem precisava”. Há ainda os que acham que Marketing é enganação – “Aquilo era puro marketing. Nada se concretizou.” O significado aí é a ideia da utilização do Marketing como um instrumento "maquiavélico" de manipulação antiética, cuja essência é enganar, fingir, mentir, ser esperto ou vigarista. Termos como "Jogada de Marketing" e "Marketeiro", vem daí. Existe ainda o grupo dos que pensam que Marketing é vender, vender, vender: “Estamos treinando uma equipe de vendas que vai arrebentar neste verão”. É bem verdade que mesmo entre os “iniciados” em Marketing há ainda os que inadvertidamente confundem os conceitos de marketing, com vendas, propaganda ou promoção de vendas. Percebemos, então, que o problema é que muitos fazem uso da palavra marketing, mas não sabem exatamente o que ela significa. Para tentarmos entender o conceito de marketing, vamos estudar algumas definições: 1º Conceito - O Dicionário Novo Aurélio define marketing como “o conjunto de estratégias e ações que proveem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor”. 2º Conceito - Na definição do consagrado autor brasileiro José Roberto W. Penteado Filho: “O Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas por uma instituição, no sentido de satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores e, ao mesmo tempo, atender os interesses da instituição”. 3º Conceito - Philip Kotler conceitua assim: “Marketing é um processo social através do qual pessoas e grupos obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam, com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Para Kotler, as atividades de marketing estão inseridas no contexto da sociedade, aproximando instituições e pessoas através do atendimento às suas demandas. Este mesmo autor, em seu livro Marketing de A a Z, assim define o conceito: “Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de rentabilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente." 4º Conceito - A American Marketing Association, por sua vez, definiu marketing como sendo uma “função organizacional e uma série de processos para a criação, comunicação e entrega de valor para clientes, e para a gerência de relacionamentos com eles de forma que beneficie a organização e seus stakeholders (os diversos públicos interessados direta ou indiretamente afetados pelas ações da empresa, como órgãos governamentais, organismos sociais, sindicatos de trabalhadores, investidores, parceiros etc.)". Você pode perceber claramente nesta definição que o marketing envolve todas as funções organizacionais orientando as empresas para atenderem às demandas do mercado. Outra ideia importante e que não pode ser esquecida é que a orientação de marketing enfatiza não só o relacionamento com os clientes, mas também com outros atores envolvidos no processo, como distribuidores, influenciadores e, ainda, concorrentes e macroambiente. Esta orientação para o mercado é uma filosofia empresarial fundamental para o êxito das estratégias de marketing, posto que coloca os interesses dos consumidores em primeiro lugar para o desenvolvimento de uma organização rentável a longo prazo. 5º Conceito - Já Peter Drucker, considerado um dos revolucionários da administração contemporânea, afirmou que “a meta (do marketing) é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda por si só”. Drucker, em sua definição, mostra o verdadeiro sentido do marketing: conhecer o consumidor para poder satisfazê-lo. 6º Conceito - Muitas outras definições de marketing poderiam ser apresentadas, como a famosa definição de Theodore Levitt, em seu famoso artigo “Miopia em Marketing”, publicado na década de 1960: “Marketing é conquistar e manter o cliente”. 7º Conceito - Agora vamos citar uma outra definição de marketing, de autoria desconhecida, que, acreditamos, ajudará no entendimento deste nosso objeto de estudo: “Marketing é estar atento às tendências de mercado para identificar e produzir rapidamente aquilo que o cliente quer.” Agora, vamos por partes: em primeiro lugar, marketing não é para desavisados: marketing é para quem está atento, apercebido, “antenado”, plugado, enfim, marketing é para quem está on. Aí você pode perguntar: “mas atento a quê?”. A resposta é: as tendências de mercado. As tendências apontam para aquilo que virá a ser. Podemos entender as tendências como indícios de oportunidades que estarão reservados para aqueles que se prepararem melhor para entendê-las e atendê-las. Vejamos um exemplo: cada vez mais, nas salas de aula, notadamente nos cursos superiores de gestão, percebemos a presença de mulheres numa proporção maior do que a de homens. Isto aponta para uma realidade irreversível: as mulheres, cada vez mais, ocuparão cargos de chefia e liderança nas empresas num futuro bem próximo. Uma outra coisa que chama a atenção nesta definição é que não basta apenas estar atento e identificar as tendências: você tem que estar prontopara produzir, e de maneira rápida, isto é, o “canto da sereia” já foi ouvido pelos seus concorrentes e, se você não fizer o que tiver de ser feito, isto é, produzir rapidamente os produtos e serviços demandados pelo mercado, outro fará isto por você! A concorrência é agressiva, dinâmica e extremamente veloz. Neste jogo não será o maior que vai engolir o menor. O vencedor será aquele capaz de se adaptar às mudanças dos mercados, do comportamento dos consumidores, às investidas dos concorrentes. Enfim, será o mais rápido que vencerá o mais lento. A última parte do enunciado merece especial atenção - “aquilo que o cliente quer”. O marketing evolui do conceito de produção, onde o mercado era do produto e ele é quem determinava o que seria oferecido ao mercado para uma nova realidade: a empresa não deve se pensar como uma fabricante de produtos e sim como uma “fazedora” de clientes. O centro gravitacional do processo de marketing mudou do produto para o cliente. É este último quem determina o que deve ser uma empresa; para ele que os negócios deverão ser dirigidos. Ele deve ter suas múltiplas e variadas necessidades e desejos atendidos e, ainda, de uma maneira mais eficaz (antes, melhor, ou mais barato) do que a concorrência poderia fazê-lo. O que justifica a permanência de uma empresa num dado mercado é a capacidade de se ajustar às mudanças no comportamento deste consumidor. Parece fácil de entender, não é mesmo? Mas não é assim que tem sido. Muitos ainda não perceberam que o poder migrou de lado do balcão. As empresas têm que produzir o que o cliente quer e não tentar fazer com que o cliente compre aquilo que acham que é o melhor para ele. O marketing surge, então, para ajustar o equilíbrio entre a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, procurando desenvolver produtos e serviços que atendam estas exigências de forma lucrativa e proveitosa para as empresas/instituições. Conceitos importantes para o entendimento das ações de marketing Produto - termo genérico que designa o que satisfaz a necessidade e/ou o desejo de um cliente, seja um bem tangível (roupa, alimentos, etc.), ou um bem intangível (serviço), que pode ser entendida como uma ação ou desempenho que cria valor para o cliente por meio de uma mudança desejada o cliente ou em benefício dele. Necessidades - Estado de carência ou privação sentido por uma pessoa que provoca a motivação para o consumo como meio de superar tal estado. A satisfação das necessidades de um consumidor ocorre quando o resultado esperado no desempenho do produto ou serviço adquirido se equivale ou supera as expectativas do cliente em relação ao que ele esperava obter. Desejos - São formas de necessidades influencias pela cultura e sociedade onde a pessoa está inserida. Diferentemente da necessidade, que indica a privação de uma satisfação básica, o desejo é uma atitude ou emoção moldada ou culturalmente ou por traço de personalidade ou por estilo de vida. Demanda - As pessoas têm desejos infinitos, mas recursos limitados. Sendo assim, elas desejam produtos que proporcionam o máximo de satisfação possível em troca de seu dinheiro. Através da capacidade de compra de cada indivíduo, os desejos se tornam demandas. Podemos entender ainda como o número de compras possíveis para um determinado produto ou serviço, num determinado mercado e em um determinado espaço de tempo. Valor - é sempre a percepção de diferença entre os benefícios obtidos e os custos incorridos na aquisição de um produto ou serviço. Valor então é a capacidade que, algo que foi trocado tem para satisfazer as necessidades das partes envolvidas na transação. O valor é percebido por cada uma das partes através dos benefícios proporcionados pela posse do bem ou serviço trocado (e não pelo bem ou serviço, em si). É aquilo que comumente chamamos de relação “custo X benefício”. Mercados - Podemos definir mercados como grupos de indivíduos que partilham de uma mesma necessidade ou desejo e estão aptos a engajar num processo de trocas para satisfazerem estas necessidades ou desejos. É importante entender que a ideia de mercado não pode ser restrita somente ao conceito de mercado físico, pois com as evoluções tecnológicas as empresas operam também em mercados virtuais. Na mesma perspectiva, podemos destacar também diversos tipos de mercado como o mercado de necessidades, de moda, trabalho e cultural, dentre outros. Síntese da Aula Nesta aula, você: Entendeu os principais conceitos de Marketing; Distinguiu os conceitos de propaganda, vendas e Marketing observando as abrangências e características de cada um deles; Entendeu os fatores que envolvem a Administração de Marketing moderno. Aula 02 - A Evolução do Conceito de Marketing Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Descrever as orientações de cada fase da evolução do conceito de marketing; 2. Entender as orientações de cada fase da evolução do conceito de marketing; 3. Identificar no texto “Miopia em Marketing”, proposto como suporte, os problemas encontrados na gestão de empresas que definiram, de maneira equivocada, seus negócios ou áreas de atuação. Introdução Nesta aula serão apresentadas as orientações de cada fase da evolução do conceito de marketing: produção, produto, vendas, marketing e o desdobramento para o chamado marketing de relacionamento. A Evolução do Conceito de Marketing Como dissemos na introdução da disciplina, a atividade de marketing é extremamente complexa e vai muito além daquilo que geralmente é percebido pela maioria das pessoas. É uma disciplina que recebe contribuições de outras áreas, como Economia, Psicologia, Estatística, Antropologia, entre outras. Através do estudo da evolução de marketing vamos compreender um pouco mais sobre a disciplina. Já sabemos que marketing é muito mais que um simples anúncio ou uma promoção de vendas. A sua importância é tamanha que suas ações afetam até mesmo as estratégias da organização, e sua utilização e foco estão evoluindo ao longo dos anos. Há 50 anos, na maior parte das empresas, o marketing ocupava apenas um lugar modesto no organograma, uma função menor do que recursos humanos, finanças e produção. O setor de marketing, ou simplesmente departamento comercial, era composto por alguns vendedores e empregados, e muitas vezes estava subordinado ao diretor de produção ou diretor administrativo. Porém, aos poucos, com o recrudescimento da concorrência, o aumento da oferta de produtos e serviços e, principalmente, as mudanças no comportamento dos consumidores essa função foi-se alargando progressivamente e colocada no mesmo patamar das outras direções de produção, financeira e de recursos humanos, atuando como uma espécie de intérprete dos anseios dos consumidores, uma função capaz de adaptar as empresas a mercados orientados para os clientes. Atualmente, pode-se ver a mesma empresa praticando diferentes orientações de marketing ao redor do mundo e ver empresas usando orientações diferentes do marketing em um mesmo mercado. Para que possamos entender um pouco mais sobre o assunto, podemos dividir a história do marketing em cinco “fases” ou eras: orientação para produção, produto, venda, marketing e valor. A Fase da Produção Desde a Revolução Industrial até meados de 1925, havia uma demanda praticamente certa para tudo o que as empresas produziam. Não havia preocupação com maiores esforços de venda, pois tudo o que era produzido, era vendido. O lema dessa época era “Produzir para Vender” e o maior trabalho da administração era tornar mais eficientes os meios de produção. Na orientação para a produção, a preocupaçãoera buscar informar aos clientes sobre produtos ou serviços os quais já tinham sido produzidos, na intenção de atrair o cliente até o produto; sendo que o trabalho do marketing se resumiria a entregar produtos em locais onde eles pudessem ser comprados. Nessa época, o marketing não gozava do status dos dias de hoje e era considerado uma atividade acessória, de pouca relevância, onde o engenheiro ou o homem das finanças estava muito acima do gestor comercial. Como nessa época a procura era maior que a oferta e os consumidores estavam ávidos por produtos e serviços, este modelo sobreviveu por um bom tempo. A Fase do Produto Essa fase foi caracterizada pelo foco demasiado no produto, deixando de lado fatores como as reais necessidades do cliente. A premissa básica era de que os consumidores seriam atraídos pelos produtos de “melhor desempenho”, sem levar em conta os desejos e necessidades dos clientes. Theodore Levitt, em seu conceituado artigo “Miopia em Marketing”, publicado em 1960, explicou sobre essa falta de visão, visão curta ou obstruída das empresas, impedindo a adequada definição das reais possibilidades de mercado. Essa fase ficou marcada por uma frase proferida por Henry Ford: “O consumidor pode ter qualquer carro, desde que seja o modelo T na cor preta”. Esse era o pensamento de marketing da época. A Fase da Venda Na fase da venda, entre 1925 e início dos anos 50, houve um aumento da produção, e a preocupação passou a ser escoar o excedente de mercadorias produzidas em larga escala ou massa. A orientação nesta fase indicava que o propósito da empresa era vender o que fabricava e não vender o que o mercado (o cliente) desejava, ou seja, a preocupação com o curto prazo, não se interessando se o cliente ficou ou não satisfeito. Nessa época, houve um aumento do número de agências de propaganda em todo o mundo, já que as empresas passaram a anunciar seus produtos para ajudar no trabalho dos vendedores. No fim dessa época já se nota uma mudança no comportamento dos consumidores, e as empresas passaram a perceber que estes resistiriam em comprar bens e serviços que não julgassem essenciais. É importante notar que, ainda hoje, muitas organizações ainda seguem a orientação para vendas, com a exigência de vendas e promoções pesadas para a obtenção de vendas lucrativas. Essa estratégia, voltada exclusivamente para a criação de transações de vendas e de lucro a curto prazo, e não para a construção de relacionamentos lucrativos e de longo prazo com o cliente, é considerada como de alto risco, pois presume que os clientes, mesmo que se desapontem com a performance de um produto ou serviço, possivelmente esquecerão o desapontamento e voltarão a comprar mais tarde, se forem persuadidos com descontos e promoções. A Orientação para vendas também parte do princípio de que o produto já existente pode ser aquele que atenderá as necessidades dos consumidores, porém, neste caso, as ações vão até o cliente com o objetivo de trazê-lo até o ato da compra do produto. A Fase do Marketing Após a Segunda Guerra Mundial, os consumidores norte-americanos atingiram um padrão de vida bastante elevado. A volta dos soldados dos campos de batalha fez com que o índice de natalidade aumentasse, principalmente nos EUA. Um fato animador para o mercado de fraldas, alimentos infantis, medicamentos, roupas, brinquedos etc. Em seguida, houve uma outra explosão no mercado consumidor, a dos adolescentes ávidos por consumir roupas, comida e uma diversidade de produtos e serviços. Os consumidores tornaram-se mais exigentes e a venda e a propaganda já não eram os instrumentos únicos e suficientes para fazer com que as pessoas comprassem. A concorrência aumentou a oferta de produtos e serviços, possibilitando a maximização da escolha. Era o início da fase do marketing, onde tornou-se necessário saber o que os consumidores precisavam ou desejavam para, então, oferecer-lhe produtos/serviços/ideias de qualidade e valor, para que os consumidores pudessem voltar a comprar e falar bem da empresa e de seus produtos. A Fase do Valor e dos Relacionamentos Hoje vivemos a era do one-to-one marketing, do marketing de relacionamento, do marketing digital que, catapultada pelo recrudescimento da internet, mudou os hábitos de comunicação e consumo. Compra-se praticamente tudo por meio do computador. Diante disso, as empresas e o marketing tiveram que acompanhar essa mudança de hábito, voltando sua atenção para novos modelos de negócios como o e-commerce. Nesta nova era em que vivemos, o importante é a orientação para o valor, onde o que interessa é identificar diferenciais nos clientes, concorrentes e ambientes nos quais possam agregar valores, que vão além dos aspectos físicos do produto, levando em consideração a colaboração de outros públicos (stakeholders) para fazer a diferença. Síntese da Aula Nesta aula, você: Conheceu as principais fases da evolução do conceito de marketing e suas principais características. Entendeu a importância de cada uma das orientações de marketing para a compreensão dos mercados atuais. Acompanhou as principais mudanças evidenciadas em cada uma das fases. Aula 03 - A Evolução do Os Fundamentos do Marketing Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Distinguir os elementos do marketing que promovem a adaptação da empresa a seus mercados; 2. Identificar os principais modelos de marketing e suas contribuições no inter-relacionamento de uma empresa com seus mercados. Introdução Os Fundamentos do Marketing Na aula de hoje apresentaremos a vocês como os profissionais de marketing usam os 4 Ps para estabelecer um plano de marketing e como ele deve refletir a melhor proposta de valor para os consumidores de um mercado-alvo bem definido. Temos como objetivo deste encontro também demonstrar que a administração de marketing é a aplicação prática deste processo e como os elementos do marketing mix ajudam a promover ajustes entre a demanda e a oferta, tornando-se o principal elemento do processo facilitador de trocas entre as instituições e seus clientes. Falaremos também dos outros modelos de marketing como os 4 Cs e os 4 As. O marketing procura levar o produto (ou serviço) certo, ao preço certo, no momento e no lugar certo, ao consumidor certo e, por isso, é considerado hoje como uma atividade central das instituições modernas. Para conseguir este objetivo, ele se vale de algumas ferramentas que se destinam a promover ajustes entre a demanda e a oferta, tornando-se o principal elemento do processo facilitador de trocas entre as instituições e seus clientes. Ao conjunto de atividades desenvolvidas para alcançar este objetivo chamamos de sistemas de marketing. Um destes sistemas mais conhecidos, e também mais aplicados pelos profissionais de marketing, é o modelo proposto na década de 60 pelo professor Jerome McCarthy, que dividiu as atividades em quatro áreas de atuação (produto, preço, praça e promoção). É o modelo chamado de composto de marketing, ou marketing mix. Também conhecido como composto de marketing ou composto mercadológico, os 4 Ps são uma ferramenta de grande importância para quem deseja aplicar os conceitos de marketing em sua organização. Como dissemos anteriormente na introdução da disciplina, embora a comunicação através da publicidade seja o mais visível, devem igualmente empregar-se os restantes (produto, preço e distribuição) para conseguir uma maior efetividade nos programas que se propõe desenvolver. Este composto é dividido então da seguinte maneira: Produto: Do inglês product. A gestão de produto lida com especificações do bem (ou serviço)em questão e as formas como ele se relaciona com as necessidades que o usuário tem. Sendo assim, o responsável por essa área deve cuidar do design, da embalagem do produto, do peso, da marca, das cores, das quantidades por caixa, do empilhamento máximo etc. Preço: Do inglês price. Processo de definição de um preço para o produto, incluindo descontos e financiamentos, tendo em vista o impacto não apenas econômico, mas também psicológico de uma precificação. O responsável por essa área deve cuidar da lista de preços e passá-las aos vendedores os descontos por quantidades adquiridas e, principalmente, se o preço será competitivo diante da concorrência. Nesta aula serão apresentados os elementos do composto de marketing ou marketing mix, o modelo dos 4 P, além de outros modelos como os dos 4 A e dos 4 Cs. Praça (canais de distribuição): Do inglês placement. Preocupa-se com a distribuição e refere-se aos canais através dos quais o produto chega aos clientes, inclui pontos de vendas, pronta- entrega, horários e dias de atendimento e diferentes vias de compra. Além disso, o responsável por essa área deve saber exatamente que canais de distribuição utilizará, o seu tamanho e a área geográfica que serão cobertos logisticamente. Promoção: Do inglês promotion. Inclui a propaganda, publicidade, relações públicas, assessoria de imprensa, boca a boca, venda pessoal e refere-se aos diferentes métodos de promoção do produto, marca ou empresa. Para seu cliente, sua promoção deve ser a mais agradável e presente. Os profissionais de marketing usam estas variáveis para estabelecer um plano de marketing. Para o plano de marketing ser bem-sucedido, a estratégia traçada para os 4 Ps deve refletir a melhor proposta de valor para os consumidores de um mercado-alvo bem definido. A administração de marketing é a aplicação prática deste processo. O modelo dos 4 Cs Cliente: O produto passa a ser visto pela ótica das necessidades do cliente. Quais são as necessidades e desejos do cliente? Custos: O preço em função dos custos para o consumidor. O que é custo total para o cliente? Como ele lida com o dinheiro? Comunicação: A promoção em função da comunicação. Quais as formas de falar para ouvir o cliente? Conveniência: A praça (canais de distribuição) em função da conveniência ou comodidade. Quais as formas de receber e ir até o cliente? O modelo dos 4 As Análise (informações) - Pesquisa de mercado, SIM - Consiste basicamente em buscar e processar as informações importantes e úteis ao processo decisório da empresa, permitindo a identificação de oportunidades, ameaças, mudanças e tendências do mercado. Embora seja o modelo de Marketing mais utilizado para a compreensão das áreas de atuação e decisão de uma organização no intuito de dirigir sua oferta ao mercado, o modelo dos 4 Pês não é o único modelo utilizado: existem também o modelo dos 4 Cs, e dos 4 As. O modelo dos 4 Cs foi desenvolvido pelo Prof. Robert Lauterborn na década de 80 na Universidade da Carolina do Norte e busca entender a oferta da empresa a partir da ótica do consumidor. Sua perspectiva é o foco do cliente, e assim: O modelo dos 4 As foi criado pelo professor Raimar Richers na década de 70, no Brasil, e foca nos resultados da empresa, considerando o composto mercadológico e o ambiente. Adaptação (produto/serviço) - design, embalagem, marca, preço, assistência técnica - A adaptação visa ao ajuste das características e à oferta de produtos e serviços às forças vigentes no mercado para que o produto seja voltado às necessidades e aos desejos dos clientes. Ativação (comunicação) - distribuição, logística, venda pessoal, publicidade - Função é exercida por meio de um instrumento denominado composto de comunicação e faz parte de um conceito mais amplo de composto de marketing. Avaliação (controle) - auditoria de marketing - A avaliação pode ser explicada como a preocupação contínua do profissional de marketing em melhorar a relação custo/benefício das atividades sob seu controle. Como quer que se apresentem as variáveis, sejam Ps, Cs ou As, elas abrangem o conjunto de tarefas que os administradores de marketing devem desenvolver sob o conceito de marketing com o objetivo de satisfazer seus clientes e ao mesmo tempo propiciar lucro para as organizações que elaboraram a oferta. Síntese da Aula Nesta aula, você: Distinguiu os elementos do marketing que promovem a adaptação da empresa a seus mercados; Identificou os principais modelos de marketing e suas contribuições no inter- relacionamento de uma empresa com seus mercados. Aula 04 - A Segmentação do Mercado em Marketing Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Identificar os vários tipos de segmentação possível: demográfica, psicográfica, geográfica, benefícios, religiosa etc; 2. Entender por que as empresas utilizam estratégias de segmentação e descrever como esses critérios podem ser aplicados em diferentes situações; 3. Compreender os conceitos de valor e satisfação para o cliente. Introdução Nesta aula serão abordados vários assuntos. Entre eles: exposição sobre definição de mercados- alvo e apresentação de exemplos práticos sobre os vários tipos de segmentação possíveis: demográfica, psicográfica, geográfica, benefícios, religiosa etc. Segmentação do Marketing Talvez a forma mais simples de explicar a importância da segmentação do mercado em marketing venha de uma citação da sabedoria popular, que diz o seguinte: “Se você quiser agradar a todos, vai acabar não agradando ninguém. Nem Jesus agradou a todo mundo". Em capítulos anteriores, ao abordamos a evolução do marketing e do comportamento do consumidor, vimos que a antiga abordagem do marketing de massa, que consistia na dedicação à produção, distribuição e promoção em massa de um determinado produto para todo e qualquer tipo de consumidor, já não vale mais para os dias de hoje. Um único composto de marketing raramente é adequado para atender às necessidades e desejos de todo o mercado de um produto. Portanto, as organizações estão segmentando seus mercados para atender seus consumidores de maneira mais eficaz. Hoje, o marketing permite a maximização da escolha. Isto é uma realidade de que não importa o tamanho nem o poder de uma empresa, pois ela não poderá satisfazer todas as necessidades existentes no mercado e na vida de seus consumidores. Sabendo das diferenças entre os consumidores e suas necessidades e desejos, as empresas identificaram oportunidades para segmentar o mercado, isto é, subdividir o mercado maior em grupos menores, chamados de segmentos, que se tornam os mercados-alvo. “Segmentação de mercado é a identificação de subgrupos de compradores com necessidades e processos de compra similares, com o objetivo de oferecer produtos que atendam a demandas específicas”. Nos estágios iniciais de seu planejamento de marketing, toda organização deve definir: • Quem são seus consumidores. • Qual é o mercado-alvo que ela pretende atingir. É preciso encontrar um segmento de mercado, cujos clientes em potencial possuam características e necessidades similares àquelas que os produtos e serviços disponibilizados pela empresa podem atender. A segmentação de mercado pode ser entendida como o resultado da divisão de um mercado em pequenos grupos. Entender e atender esses grupos é tarefa que se desenvolve através do reconhecimento de que o mercado total é frequentemente feito de grupos de consumidores que possuem necessidades específicas. A segmentação de mercado ajuda os profissionais de marketing a definir mais precisamente as necessidadese desejos do consumidor. Devido ao fato de que os segmentos de mercado diferem em tamanho e potencial, a segmentação ajuda os tomadores de decisões a definir os objetivos de marketing de maneira mais precisa e a melhor alocar os recursos. Assim: Pesquisar Coletar dados Transformar todos estes insights em produtos e serviços Conhecer os mercados onde atua Pesquisar o que há na mente do consumidor São ações que exigem dedicação e podem levar tempo, mas é claramente vantajoso para qualquer empresa que saiba da importância do consumidor no mercado. Como vantagens da segmentação, podemos destacar: a) Elaborar estratégias promocionais escolhendo canais de comunicação apropriados; b) Avaliar a concorrência e conhecer a imagem da empresa junto aos seus consumidores; c) Conhecer as novas tendências do mercado; d) Reavaliar as estratégias atuais para aproveitar oportunidades e evitar ameaças; e) Obter maior proximidade do consumidor final; f) Disponibilizar pontos de venda adequados aos seus produtos e serviços; g) Aumentar as vendas; h) Melhorar a imagem da empresa. Os Critérios de Segmentação mais importantes são: a) Segmentação geográfica - Requer uma divisão do mercado em diferentes unidades geográficas, como países, estados, regiões, cidades ou bairros. A segmentação divide um mercado global em grupos homogêneos. As empresas podem optar por atuar em um ou mais mercados geográficos. Na segmentação geográfica, as diferenças regionais são consideradas. As regiões geográficas podem ser usadas para segmentar mercados para esforços de marketing especializados. Geralmente a segmentação geográfica é usada em conjunto com outros critérios de segmentação. b) Segmentação demográfica - Consiste em divisão do mercado em diferentes grupos, com base em variáveis demográficas. São as bases mais populares para segmentação dos grupos de consumo, pois as necessidades e desejos variam conforme as mudanças demográficas. Estas são as mais fáceis de serem avaliadas. A maioria das empresas segmenta o mercado combinando duas ou mais variáveis demográficas, como, por exemplo, sexo e idade. c) Segmentação psicográfica - Segmenta o mercado pelos perfis do estilo de vida dos diferentes consumidores. Segmenta os grupos na classe social, na personalidade, nas atitudes e na percepção. A segmentação psicográfica produz uma descrição muito mais rica de um mercado- alvo potencial do que seria possível de outro modo. Essas bases de segmentação permitem que o profissional de marketing entenda verdadeiramente o funcionamento interno de consumidores potenciais antes de desenvolver um composto de marketing dirigido para eles. d) Segmentação por comportamento - É o melhor ponto de partida para segmentar o mercado. São segmentos tomando como ponto de partida seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um determinado produto. Estão entre estas variáveis: influência na compra, hábitos de compra, intenção de compra. Estratégias de Segmentação • Quantos e quais os segmentos a organização pretende satisfazer? Quatro estratégias diferentes: 1.Expansão de segmentos de mercado Neste tipo de estratégia, a empresa dedica-se a produzir algo que possa vender em vários segmentos, levando à expansão do mercado para os seus produtos. 2.Segmentação concentrada Esta estratégia também é conhecida como marketing de nicho, o que faz sentido, uma vez que, neste caso, a empresa se dedica a um produto para um único segmento de mercado. 3.Segmentação de expansão da linha de produtos Neste caso, a empresa dedica-se a vários produtos para o mesmo segmento de mercado. 4. Segmentação diferenciada Também denominado por segmentação múltipla, neste tipo de estratégia a empresa oferece vários produtos para diversos segmentos de mercado. Ex. IBM, General Motors e Coca-Cola. A avaliação dos variados segmentos de mercado envolve dois critérios básicos: • Atratividade do segmento - tamanho, taxa de crescimento, lucratividade, economias de escala, risco etc. A empresa deve estar voltada para segmentos que valham a pena. Devem ser avaliados os vários fatores estruturais importantes que afetam a lucratividade. • Objetivos da empresa e recursos disponíveis - compatibilidade entre o investimento necessário para atingir o segmento e as competências, recursos e objetivos (curto, médio e longo prazos) organizacionais. Para concluir: a segmentação é definida como estratégia de marketing de fundamental importância para o sucesso de uma empresa e tem como principais objetivos identificar as características relevantes entre os consumidores e reunir os consumidores em grupos relativamente homogêneos quanto a certas características subjetivas e objetivas, lembrando sempre que independente do tipo de segmentação utilizado, o importante é que o programa de marketing possa ser adaptado de forma lucrativa para reconhecer as diferenças entre clientes, visando à escolha e ao atendimento daqueles segmentos mais lucrativos, determinando assim a estratégia que, convenientemente conduzida, iniba a reação dos concorrentes e gere lucros para a empresa. Síntese da Aula Nesta aula, você: Conheceu os diversos critérios de segmentação de mercado; Entendeu os vários tipos de segmentação possível: demográfica, psicográfica, geográfica, benefícios, religiosa etc.; Descobriu como utilizar o conhecimento adquirido na análise de segmentação para conhecer melhor os diversos tipos de clientes. Aula 05 - As Organizações e as Estratégias de Marketing Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Identificar os principais tipos de estratégias utilizadas pelas empresas para conquistar e manter seus mercados; 2. Compreender como os elementos domix de marketing (produto, preço, ponto e promoção) devem funcionar de maneira integrada para que a empresa consiga cumprir a sua missão 3. Conhecer alguns exemplos de estratégias utilizadas nos meios corporativos. Introdução Nesta aula serão apresentadas as definições de estratégia e objetivos da organização. Principais tipos de estratégias de marketing. Como os elementos do mix de marketing (produto, preço, ponto e promoção) devem funcionar de maneira integrada para que a empresa consiga cumprir a sua missão. Exemplos de estratégias. Estratégia A definição do termo estratégia, ou o que ela significa, pode parecer num primeiro momento um conceito claro e bem definido, que não precisa ser explicado. Porém, dada a complexidade de seu emprego em situações as mais diversas, e antes mesmo de entrarmos no assunto desta aula, achamos por bem explicá-la, tomando por base as definições de três conceituados autores: Michael Porter, Igor Ansoff e Henry Mintzberg. Igor Ansoff definiu estratégia como “um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de desconhecimento parcial. As decisões estratégicas dizem respeito à relação entre a empresa e o seu ecossistema”. Por sua vez, Michael Porter afirma que “estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento”. Por último, Henry Mintzberg define assim o conceito de estratégia: “é uma força mediadora entre a organização e o seu meio ambiente: um padrão no processo de tomada de decisões organizacionais para fazer face ao meio ambiente”. Já deu para perceber que todas as definições de estratégia são fundamentadas na inseparabilidade entre a organização e o ambiente onde ela está inserida, que, se por um lado, representa algumas ameaças ou contingênciasquanto às suas atividades, por outro, lhe oferece oportunidades que devem ser aproveitadas. Estratégia é a maneira utilizada pelas empresas para atingir seus objetivos. Estratégias de marketing são aqueles planos desenhados para atingir os objetivos do marketing. Uma boa estratégia de marketing deve integrar os objetivos, políticas e sequências de ação (táticas) num todo coerente da organização. O objetivo de uma estratégia de marketing é colocar a organização numa posição de cumprir eficaz e eficientemente a sua missão. Os profissionais de marketing já entenderam que um bom produto não é nada sem uma boa estratégia de marketing. Sem ela a estratégia de venda não funciona. Os 4 Ps (produto, preço, ponto e promoção) devem funcionar de maneira integrada para que a empresa consiga cumprir sua missão. Para tornar o assunto mais fácil de ser compreendido, vamos exemplificar este conceito com algumas classificações de estratégias de marketing: Exemplo: Quanto à dominância no mercado, as empresas podem adotar, dentre outras possibilidades, a estratégia de ser líder do setor, desafiante, seguidor, preço baixo ou ainda pode procurar um determinado nicho de mercado para poder atender. Nesta última, se aplica a antiga máxima que “é melhor ser um peixe grande num lago pequeno, que ser um peixe pequeno num lago grande”. Michael Porter, um dos gênios de Harvard, propõe que as empresas podem buscar três diferentes tipos de estratégias genéricas de competição: liderança, custo total, diferenciação e enfoque. Ele afirma que: “As estratégias de liderança no custo e de diferenciação buscam a vantagem competitiva em um limite amplo de segmentos industriais, enquanto a estratégia do enfoque visa a uma vantagem de custo (enfoque no custo) ou uma diferenciação (enfoque na diferenciação) num segmento estreito. ” Liderança de custos: Esta estratégia visa atingir o menor custo possível mediante a utilização de políticas e processos que orientem a companhia para suas atividades-fim. A liderança no custo total exige que a empresa disponha de ampla capacidade instalada para atender grandes demandas, o que possibilita economias de escala e reduções de custo em função da experiência adquirida. Diferenciação do produto: A estratégia de diferenciação visa diferenciar a oferta da empresa pelo estabelecimento de diferenciais competitivos, os quais podem ocorrer por meio de diferentes dimensões, dentre as quais destacamos as marcas e o atendimento personalizado. Enfoque: estratégia de enfoque concentra suas atenções em um grupo específico de compradores, ou em um segmento da linha de produtos, ou ainda em uma determinada área geográfica. Esta estratégia concentra-se no atendimento eficiente de um alvo específico. Há ainda os que defendem que, quanto à inovação, uma empresa pode ser pioneira, seguidora imediata ou, ainda, seguidora tardia. Pioneira. Uma vantagem de pioneirismo é o ganho que uma empresa consegue quando for a primeira a criar um produto novo ou entrar em um mercado novo. A empresa pioneira tem que suportar os custos de promover e estabelecer um produto, incluindo os altos custos de educação dos clientes e dos fornecedores. Seguidora imediata. Algumas empresas exploram com sucesso a estratégia de seguidoras imediatas. E adotam como estratégia o aprendizado com os erros da pioneira e exploração do mercado potencial criado por esta última. Seguidora tardia. Existem empresas ainda que seguem a estratégia de seguidoras tardias. O problema desta estratégia é que se a empresa esperar muito tempo para ingressar num determinado mercado poderá perder a oportunidade pelo fato de já encontrá-lo servido. Existem outras estratégias como a chamada estratégia de crescimento, que coloca a questão: "Como é que a empresa deve crescer?" e que apresenta uma variedade de formas diferentes de resposta, como: integração horizontal, integração vertical, diversificação (ou conglomeração) e intensificação. Na prática, a definição de objetivos da organização é que determinará qual a melhor estratégia a ser empregada e o nível de foco. Estes objetivos devem ser curtos e claros, com métricas realistas, com o comprometimento dos diretores, gerente e colaboradores, que sejam reforçados regularmente e abrangentes, ou seja, contemplem aspectos financeiros, de mercado, do cliente, da marca, da organização. Exemplos de objetivos: Faturamento: 1. Nos próximos 5 anos atingir R$ 20 milhões, com lucro de 8%; 2. Satisfação de clientes, parceiros e fornecedores maior que 90%; 3. Excelência operacional com custo operacional maximizado por processos; 4. Liderança de marca - 80% de reconhecimento. Sendo assim, as estratégias determinam “o que deve ser feito” e não “como isto será feito”. Por sua vez, as ações táticas dizem respeito às ações pontuais que ajudarão a empresa a se adaptar às oportunidades e ameaças do mercado (a definição de um preço superior para um novo produto é uma ação estratégica, a política de descontos para um determinado segmento de mercado, por sua vez, é uma ação tática). Para tornar o ensino mais proveitoso, vamos dar alguns exemplos de estratégia de marketing mix em função de uma das fases (lançamento, crescimento, maturidade e declínio) que um produto atravessa ao longo da sua vida, conhecidas pelo ciclo de vida do produto. Sabendo que a evolução ao longo do ciclo de vida está associada a diferentes contextos e que a estratégia de marketing de uma empresa e seu marketing mix devem ser ajustados a cada fase, na fase de lançamento de um produto, quando a empresa inicia um processo de criação de consciência de marca e desenvolvimento de um mercado para o produto, o impacto no marketing mix pode ser definido dentro dos seguintes parâmetros: Produto Definição de identidade e valores da nova marca/produto; Definição dos níveis de qualidade pretendidos; Proteção e registro da marca, patentes e competências específicas adquiridas. Preço Pode seguir-se um de dois caminhos: definir um preço reduzido para obter um rápido crescimento da participação de mercado, ou, em alternativa, pode definir-se um posicionamento de preço elevado para amortizar mais rapidamente os custos de pesquisa e desenvolvimento. Distribuição Pode-se optar por uma estratégia de distribuição seletiva através da escolha de canais ou ainda de distribuição exclusiva ou intensiva, onde o produto poderá ser encontrado no maior número possível de pontos de venda. Comunicação O público–alvo prioritário pode ser definido pelos “inovadores” ou “primeiros adotantes”; Implementação de estratégias de comunicação que visem aumentar a notoriedade do produto; Campanhas e ações que visam envolver os potenciais consumidores em torno dos benefícios da marca/produto. Nas outras fases, crescimento, maturidade e declínio, a empresa deverá sempre buscar alternativas para conquistar a preferência dos consumidores e aumentar a sua participação de mercado, seja através da ampliação dos canais de distribuição em sintonia com o crescimento dos níveis de procura e aumento da aceitação do produto por parte dos consumidores ou até mesmo buscar obter uma posição concorrencial mais forte, através de uma redução de preços ou, ainda, optar pela descontinuidade do produto: terminar a produção e liquidar estoques através de ofertas, promoções ou venda a outra empresa interessada em manter o produto. Síntese da Aula Nesta aula, você: Entendeu que um bom produto não é nada sem uma boa estratégia de marketing e que sem ela a estratégia de venda não funciona; Entendeu que os 4 Ps (produto, preço, ponto e promoção) devem funcionar de maneira integrada para que a empresaconsiga cumprir sua missão; Conheceu algumas das principais estratégias de marketing utilizadas pelas empresas; Descobriu a importância da correta definição dos objetivos e estratégias das empresas para conquistar e manter seus mercados. Aula 06 - O Ambiente de Marketing Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Identificar os principais fatores do macroambiente que podem afetar as estratégias de uma empresa; 2. Entender como os fatores econômico, sociocultural, natural, político-legal, demográfico e tecnológico podem determinar o espaço de oportunidades ou ameaças para uma organização; 3. Conhecer e entender o papel do SIM – Sistema de Informações para uma organização. Introdução Nesta aula serão apresentados os principais fatores do macroambiente - econômico, sociocultural, natural, político-legal, demográfico e tecnológico que podem afetar as estratégias de uma empresa. O papel do SIM – Sistema de Informações em Marketing – na geração, análise e avaliação de oportunidades de mercado. Assim como acontece com qualquer ser vivo, uma organização, também nasce, cresce, desenvolve-se, evolui e morre em função de vários fatores e situações oriundas da sua capacidade administrativa, do gerenciamento de seus recursos, das suas possibilidades de lucro e da forma como atende os seus clientes internos e externos. Neste aspecto, podemos entender que o sucesso e a permanência de uma empresa em um determinado mercado é determinada pela sua capacidade de resistir às pressões internas e externas que ocorrem no ambiente onde ela está inserida e prosperar. No que diz respeito ao ambiente de marketing, ele pode ser definido como um conjunto de variáveis controláveis e incontroláveis que interagem com as empresas e seu respectivo público interno. As variáveis controláveis são aquelas sobre as quais a empresa tem relativo controle e influência, como o mix de marketing, fornecedores, distribuidores e mercado consumidor. As variáveis incontroláveis são aquelas sobre as quais a empresa não tem pleno poder de influência, necessitando adaptar seus programas de marketing às mudanças dessas mesmas variáveis. Pode-se citar como incontroláveis aquelas variáveis ligadas à economia, governo, politica, clima, tecnologia e aos aspectos sociais dentro de um contexto de comunidade. A concorrência se constitui apenas numa das forças do ambiente em que a empresa opera. O ambiente de marketing é constituído pelo ambiente de tarefa e o ambiente geral. No ambiente de tarefa, os participantes imediatos estão envolvidos na produção, distribuição e promoção da oferta. Nele destacam-se a empresa, os fornecedores, os distribuidores, os revendedores e os clientes-alvo. No grupo de fornecedores estão os incluídos os de materiais e de serviços, como institutos de pesquisa de marketing, agências de propaganda, bancos, seguradoras, transportadoras e empresas de telecomunicações. Dentre os distribuidores e revendedores estão agentes, corretores, representantes de fabricantes e todos aqueles que facilitam a busca de clientes e as vendas a eles. São seis os componentes que formam o ambiente geral. São eles: Ambiente demográfico; Ambiente econômico; Ambiente natural (meio ambiente); Ambiente tecnológico; Ambiente político-legal e Ambiente sociocultural. Esses ambientes contêm forças que podem produzir um impacto importante sobre os participantes do ambiente de tarefa. Os ajustes nas estratégias de marketing devem ser realizados observando-se atentamente as tendências e acontecimentos desses ambientes. Macroambiente A avaliação do ambiente externo, que inclui todos os fatores externos – econômicos, demográficos, socioculturais, político-legal, tecnológicos, competitivos e naturais – que podem exercer pressões consideravelmente diretas e indiretas sobre as atividades de marketing domésticas e internacionais é o primeiro e mais amplo assunto da análise ambiental. Ambiente Econômico As condições e as mudanças atuais e previstas na Economia podem ter um impacto profundo sobre a estratégia de Marketing. Um exame profundo dos fatores econômicos exige a mensuração e a previsão das condições econômicas gerais do país, da região, estado e município em que a empresa opera. Essas condições gerais incluem a inflação, os níveis de emprego e renda, as taxas de juros, os impostos, as restrições comerciais, as tarifas e os estágios atuais e futuros do ciclo dos negócios (prosperidade, estagnação, recessão, depressão e recuperação). Fatores econômicos igualmente importantes incluem as impressões globais dos consumidores e sua habilidade e disposição de gastar. Os consumidores, por exemplo, podem não estar dispostos a pagar preço mais altos por produtos especiais (premium), mesmo se tiverem condições para isso. Em outros casos, os consumidores podem até gastar, independentemente da situação econômica. Outro fator importante são os padrões de gasto atuais e previstos dos consumidores no mercado-alvo da empresa. Se os consumidores comprarem menos (ou mais) produtos da empresa, haveria importantes razões econômicas para a mudança. Ambiente Demográfico A primeira força macroambiental que os profissionais de marketing monitoram é a população, porque as pessoas representam os mercados. As empresas estão interessadas no tamanho e na taxa de crescimento da população, na média de idade da população e composto étnico; níveis educacionais; padrões de moradia e características e movimentos regionais. Uma alta taxa de nascimentos implica em muitas variáveis em termos de análise de mercados para o Marketing. Pode significar aumento das necessidades humanas, mas não necessariamente crescimento de mercados, pois nem todos podem vir a ter o poder de compra desejado pelas empresas. O conhecimento por parte das empresas da faixa de idade dos segmentos alvo e suas características, como por exemplo: mães mais velhas com bebês, casal com dupla fonte de renda, sem filhos, casal com dupla fonte de renda com filhos, garotos em idade escolar com renda e poder de compra, podem ser determinantes para a oferta de produtos e serviços necessários e ainda determinar preferências de mídia e de lojas de varejo, o que ajuda as empresas a aperfeiçoar suas ofertas de mercado. Os mercados étnicos, grupos educacionais, padrões de moradia e outras variantes como os movimentos migratórios entre países e dentro dos países podem também influenciar as estratégias de uma empresa. Ambiente Sociocultural A sociedade em que as pessoas se desenvolvem molda suas crenças, valores e normas e aponta também par um sem número de outras tendências sociais e culturais. A cultura onde as pessoas estão inseridas acaba formando modelos de atitudes e de comportamentos de grupos e acabam determinando como os membros desses grupos (mercados-alvos) responderão às variáveis do composto de marketing (valores culturais). Os profissionais de marketing devem entender a visão das pessoas sobre si mesmas, os outros, as organizações, a sociedade, a natureza e o universo. Ambiente Político-Legal Ambiente composto de leis, órgãos governamentais e grupos de pressão que influenciam e limitam várias organizações e indivíduos em sociedade (legislação do Governo – legislação comercial, regulamentação governamental - políticas estabelecidas por ele, afetam os planos estratégicos de Marketing e podem mostrar dicas úteis para o Posicionamento e a promoção de produtos). Assim, podemos entende que as políticas monetárias e fiscais podem definir modelos de demanda e que a legislação social influencia atitudes e comportamento sociocultural. Os profissionaisde marketing devem agir conforme as leis que regulam as práticas comerciais e junto a vários grupos de interesse, pois segundo as análises relativas a leis, códigos de defesa de consumidor, crescimento de grupos de interesse político, podem a vir a ter de ajustarem seus planos de marketing. Ambiente Tecnológico A tecnologia afeta os estilos e os padrões de vida e cria produtos que refletem esses estilos de vida. Ao criar novos produtos e novas maneiras de fazer, promover e distribuir esses produtos, a tecnologia contribui para a que eles sejam cada vez mais eficientes e possam ter seus custos reduzidos. Ambiente Competitivo Quando uma empresa define os mercados-alvo que pretende atender, ela seleciona, simultaneamente, um conjunto de empresas concorrentes. As ações atuais e futuras desses concorrentes devem ser constantemente monitoradas, e, se possível, antecipadas. A maioria das empresas enfrenta pelo menos quatro tipos básicos de concorrência: Concorrentes de marca – vendem produtos similares em características e benefícios aos mesmos consumidores e a preços similares; Concorrentes de produto – competem na mesma classe de produto, mas com produtos diferentes em características, benefícios e preços; Concorrentes genéricos – vendem produtos muito diferentes, mas que resolvem o mesmo problema ou satisfazem à mesma necessidade básica do consumidor e os Concorrentes no preço – que competem pelos recursos financeiros limitados dos mesmos consumidores. SIM - Sistema de Informações de Marketing Um Sistema de Informações de Marketing (SIM) é constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos para a coleta, classificação, análise, avaliação e distribuição de informações necessárias de maneira precisa e oportuna para os tomadores de decisão. Para análise das oportunidades, a empresa precisa administrar um sistema confiável de informações de marketing para, com informações rápidas e incrivelmente detalhadas sobre desejos, preferências e comportamentos dos compradores possa obter vantagens competitivas na escolha de seus mercados, melhor desenvolvimento de suas ofertas e execução de seu planejamento de marketing. Os gerentes de marketing precisam de informações sobre acontecimentos no ambiente de marketing. Tais informações são desenvolvidas usando registros internos da empresa, atividades de inteligência de marketing, pesquisa de marketing e análise de suporte à decisão de marketing. Outra maneira de se obter estes dados é através de um Sistema de registros internos onde os dados de resultados de pedidos, vendas, preços, custos, níveis de estoque, contas a pagar e a receber, por exemplo, podem localizar oportunidades e problemas importantes. Síntese da Aula Nesta aula, você: Entendeu que o ambiente demográfico, ambiente econômico, ambiente natural (meio ambiente), ambiente tecnológico, ambiente político-legal e ambiente sociocultural contêm forças que podem produzir um impacto importante sobre os participantes do ambiente de tarefa; Entendeu que os ajustes nas estratégias de marketing devem ser realizados observando- se atentamente as tendências e acontecimentos desses ambientes; Conheceu algumas das principais estratégias de marketing utilizadas na adaptação de uma empresa às chamadas variáveis controláveis e incontroláveis; Descobriu a importância de um Sistema de Informações em Marketing na coleta, classificação, análise, avaliação e distribuição de informações necessárias para os tomadores de decisão de uma empresa. Aula 07 - Produtos, Serviços e Estratégias de Branding Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Definir o conceito de produto e as classificações mais importantes de produto e serviço; 2. Descrever as decisões que as empresas tomam sobre seus produtos e serviços individuais, linhas de produtos e mixes de produtos; 3. Identificar as quatro características que afetam o marketing de um serviço e outras considerações de marketing que os serviços demandam; 4. Compreender a necessidade de um trabalho completo e integrado da marca a partir de uma estratégia clara que crie valor para o negócio. Introdução Nesta aula serão apresentados os conceitos de produto e as classificações mais importantes de produto e serviço. Falaremos também sobre as decisões que as empresas tomam sobre seus produtos e serviços individuais, linhas de produtos e mixes de produtos. As quatro características que afetam o marketing de um serviço: intangibilidade, variabilidade, inseparabilidade e perecibilidade e outras considerações de marketing que os serviços demandam. A necessidade de uma eficiente gestão de marca. Nesta aula vamos entender como os profissionais de marketing trabalham o produto de uma empresa, entendendo-o como um pacote de atributos tangíveis e intangíveis oferecidos para um comprador por um vendedor, além de demonstrar a importância de um trabalho completo e integrado da marca a partir de uma estratégia clara que crie valor para o negócio e as decisões que as empresas tomam sobre seus produtos e serviços individuais, linhas de produtos e mixes de produtos. Além da definição de produto (produto real, formal ou produto tangível) como um pacote de atributos tangíveis e intangíveis oferecidos para um comprador por um vendedor, podemos considerar também como parte das preocupações de uma empresa suas características, precificação, embalagem, propaganda, comercialização, distribuição e orçamento de marketing; especialmente na medida em que esses elementos afetam os resultados de vendas. Para conhecermos um pouco mais sobre este importante elemento do composto de marketing vamos buscar algumas definições de produto habitualmente usadas: o chamado produto aumentado é um produto expandido pela adição de serviços e benefícios relacionados ao mesmo, como instalação, manutenção, garantia, reparos etc. O produto cativo é um produto feito especificamente para ser usado com outro, como o refil de uma caneta esferográfica, a lâmina de um barbeador, a bateria de uma lanterna, por exemplo. A categoria de produto de consumo comprada frequentemente e com pequeno pensamento e esforço denominamos produto de conveniência, já o produto promocional pode ser entendido como uma mercadoria oferecida a um preço reduzido para um revendedor, para alguma promoção especial ou ocasião festiva. Serviços As pessoas se utilizam de produtos [ os produtos, em função de sua tangibilidade (características como dimensões físicas ou poder) ] para satisfazer suas necessidades de natureza econômica. Geralmente, quando as pessoas adquirem produtos, inclusive os bens, estão buscando o serviço que eles podem lhe prestar. É significativa a citação de kotler, quando diz que a pessoa não compra uma furadeira, mas um furo! De qualquer forma, na prática, os produtos têm agregado uma quantidade crescente de serviços como forma de criação de diferenciais competitivos de mercado, e os serviços, por outro lado, têm, em graus variados, incorporado bens materiais na sua prestação. No que diz respeito a sua classificação, os serviços podem ser definidos como serviços de consumo, composto de categorias de serviços comprados por consumidores para seu uso pessoal. Nesta classe incluem-se os serviços de conveniência (ônibus, táxi), serviços de compra comparada (dentistas, advogados), especialidades (cabeleireiro, designer de moda) e serviços não procurados (como, por exemplo, um funeral). Já os denominados serviços industriais são um composto de categorias de serviços comprados por organizações para uso na produção ou operação de seus negócios. Estas classes incluem projetos,instalações, montagem, manutenção, segurança, serviços financeiros e uma grande variedade de serviços prestados por profissionais liberais. As principais características dos serviços que os distinguem de produtos tangíveis são: intangibilidade, variabilidade, inseparabilidade e perecibilidade. A inseparabilidade expressa a noção de que um serviço não pode ser separado do provedor do mesmo. Ao se adquirir um bem, interessa ao consumidor o aspecto do bem, não tendo qualquer significado para o mesmo a aparência da fábrica ou da pessoa que o produziu. No caso de serviços é diferente, a produção e o consumo do mesmo se dão no mesmo momento. Assim, a aparência física das instalações e dos profissionais que prestam o serviço é de importância capital. A evidência física, ou os elementos do 'composto de marketing' que os clientes realmente podem ver ou experimentar, quando eles usam um serviço, e que contribuem para a qualidade percebida do mesmo, são um bom exemplo. A evidência física de um salão de beleza pode ser o estado das instalações da loja, o cuidado estético e vestimentas do pessoal que atende os clientes, bem como a prestação do serviço propriamente dito. A intangibilidade expressa a noção de que um serviço não tem nenhuma substância física. O que fica de posse do consumidor é O RESULTADO da prestação do serviço: o cabelo cortado, a causa ganha (ou perdida), o comercial veiculado etc. O serviço pode ser entendido também pela característica da perecibilidade, que expressa a noção de que um serviço não pode ser feito com antecedência e armazenado. A produção do serviço e seu consumo se dão no mesmo momento. Já a variabilidade ou inconstância pode ser entendida através da noção de que um serviço pode variar em padrão ou qualidade de um fornecedor para outro ou de uma ocasião para outra. Também se denomina esse conceito de heterogeneidade. Assim, o consumidor desenvolve basicamente dois tipos de relacionamento com prestadores de serviços: com o estabelecimento (0 Salão de Beleza Tal) e com o profissional (a manicure Neyde, do Salão de Beleza Tal). Um outro aspecto interessante é que, devido à característica da intangibilidade dos serviços, ocorre um fenômeno curioso na construção de suas marcas: empresas bem-sucedidas no setor costumam usar símbolos tangíveis, na composição de sua marca ou design de serviços, normalmente de aparência sólida, como meio de posicionar suas ofertas intangíveis. Em prestação de serviços, o ditado de que você não tem uma segunda chance de causar uma primeira impressão aplica-se fielmente. Assim, a administração de serviços caracteriza-se por buscar incessantemente o erro zero na prestação dos mesmos, como premissa básica para o sucesso do empreendimento. No aspecto de continuidade dos negócios, a principal preocupação do administrador na prestação de serviços é de assegurar-se do retorno do cliente, ou seja: o consumidor deve aprender o caminho "de volta" ao estabelecimento que o atendeu. Talvez a principal característica da marca seja a capacidade de la eliminar a necessidade prévia que uma pessoa tenha de receber informações sobre um produto ou serviço. A chamada Gestão de Marketing ou branding é o nome que se dá ao processo de construção de uma marca. A Gestão de uma marca implica trabalhar as impressões e a relação que o consumidor tem a respeito de uma marca, imagem, produto ou serviço, a imagem e o que ele representa na vida de quem o adquire. Fazer o consumidor lembrar de uma marca e fazer com que ele a associe a valores tão importantes como qualidade, honestidade e integridade requer um grande esforço e constitui se num dos grandes desafios dos profissionais de marketing. Grandes marcas geralmente estão associadas a garantias de qualidade, e os consumidores tendem a assumir marcas como pontos de referência. Isto acontece com os mais diversos produtos: desde detergentes, passando por refrigerantes, medicamentos, eletrodomésticos e até mesmo automóveis, dentre outros. Todos eles trazem sempre consigo algum nome, uma marca forte fácil de ser lembrada e reconhecida. O branding tem justamente o propósito de fazer com que as pessoas façam uma associação positiva de um determinado produto com uma determinada marca, persuadindo sua escolha e reforçando 0 valor e a satisfação que esse consumidor terá ao adquiri-lo. Essa visão define os conceitos e a personalidade da marca, adiciona valores e fideliza o cliente, que se identifica e interage com os produtos. Por meio de uma bem-feita estratégia de branding, consumidores podem fazer associações positivas de um determinado produto com certa marca, auxiliando-o em sua escolha e reforçando o valor e a satisfação que esses consumidores terão ao adquiri-lo. A chamada “gestão de marca" ou branding compreende, fundamentalmente, um trabalho completo e integrado da marca a partir de uma estratégia clara que crie valor para o negócio. A preocupação com a gestão de marcas surgiu como resposta à visão, postura, estratégia e enfoque praticados por grandes organizações mundiais que, na década de 1990, começaram a direcionar seus negócios muito mais para a gestão das marcas do que para a fabricação dos produtos. Elas começaram a entender que seu maior valor estava concentrado efetivamente no ativo marca e não mais na produção, já que a dinâmica globalizada começava a impor novas fronteiras de competitividade. Esta nova atividade da gestão empresarial, de altíssima relevância estratégica neste novo cenário, é possibilitada pela comunicação de marketing - pela publicidade, pela promoção e outras tantas ferramentas visíveis e não visíveis que também são importantes e servem para expressar e tangibilizar as promessas e ofertas das organizações. A metodologia de construção e posicionamento de uma marca pode ser baseada em quatro grandes fases: estratégia, identidade, experiência e comunicação. O método alia estratégia e implantação num processo contínuo e experimentado por marcas nacionais e internacionais e por empresas como: Disney, Nike, Natura, Claro, Itaú e Havaianas, dentre outras, que traduziram suas experiências em produtos, embalagens, lojas e serviços memoráveis, ou seja, criaram uma identidade que pudesse expressar a verdadeira cultura e espirito destas organizações. Síntese da Aula Nesta aula, você: Entendeu que as empresas já perceberam a necessidade de começar a direcionar seus negócios muito mais para a gestão das marcas do que para a fabricação dos produtos; Entendeu as principais características dos serviços que os distinguem de produtos tangíveis; Conheceu a importância de um trabalho completo e integrado da marca a partir de uma estratégia clara que crie valor para o negócio. Aula 08 - Estratégias de Precificação Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Compreender como os profissionais de marketing trabalham os aspectos do preço na competição diária de mercado para atrair a atenção do consumidor, permitindo assim alcançar os objetivos de lucro de uma empresa; 2. Demonstrar a importância das estratégias de precificação como parte importante do composto mercadológico; 3. Compreender as estratégias, políticas e variáveis predominantes na determinação do preço de seus produtos ou serviços de uma empresa; 4. Demonstrar, através de exposição oral, decisões que as empresas tomam sobre o preço de seus produtos e serviço. Introdução Nesta aula serão apresentados os conceitos de Precificação (Pricing): a atividade de marketing preocupada com a colocação de preços para novos produtos e o ajuste de preços para produtos existentes. Na competição diária de mercado, um dos elementosmais usados para atrair a atenção do consumidor é exatamente o aspecto do preço. De todos os elementos do composto mercadológico é aquele mais facilmente manipulável. A precificação de um produto ou serviço é uma das armas mais usadas pelas empresas, no sentido de criar diferenciais competitivos. Estabelecer preços é uma das mais complexas decisões no momento de implementação da estratégia. Ao abordar o conceito de preço, o marketing utiliza-se de um conceito diferente do que normalmente é abordado nas empresas, pois utiliza-se preliminarmente das definições das características do produto a partir das informações de mercado como nível de renda dos consumidores, quanto estes consumidores estão dispostos e podem pagar pelo produto/serviço em determinada circunstância. Este conceito é parte da orientação para o mercado, e a organização deve, sim, considerar seus custos para produção, distribuição e divulgação do produto, mas o que determinará um preço competitivo será o montante de dinheiro que equilibra o valor percebido pelo cliente, com o preço que é cobrado (o que se convencionou chamar de relação custo X benefício) e, assim sendo, o custo passa a não ser um determinante, mas apenas mais um componente da formação do preço final do produto ao consumidor. Precificação (Pricing) é a atividade de marketing preocupada com a colocação de preços para novos produtos e o ajuste de preços para produtos existentes. A precificação faz parte do composto mercadológico e, do ponto de vista do consumidor, é elemento inseparável do produto (bem ou serviço). É através dessa relação que o consumidor pode avaliar a relação custo-benefício ou, em outros termos, sua possibilidade de extrair valor do dinheiro que ele dispende. A Estratégia de Precificação é o elemento de tomada de decisão da empresa preocupado com o estabelecimento de preços que atrairão o mercado-alvo, permitindo assim alcançar os objetivos de lucro. Na definição de sua estratégia, a empresa se defronta com algumas opções que irão orientar sua política, em termos de quais variáveis serão predominantes na sua determinação, a saber: o cliente; os competidores e os custos. Nas opções estratégicas centradas no cliente, a empresa tem como ponto de partida para determinação de sua política de preços o cliente, ou seja: consideram-se primordialmente os aspectos de capacidade da demanda, posição do produto no seu ciclo de vida e características comportamentais do consumidor envolvidas no processo de compra de um produto em particular. A seguir estão listadas algumas das opções frequentemente usadas. Precificação de penetração de mercado. Uma abordagem de precificação em que um fabricante estabelece um preço relativamente baixo para um produto na fase introdutória de seu ciclo de vida, com a intenção de construir participação de mercado. Estratégia de preço alto. Uma abordagem planejada de precificação, apropriada em situações de demanda inelástica, em que uma organização decide manter seus preços altos; as razões para tal estratégia podem incluir: desenvolvimento de um segmento superpremium do mercado, abarrotamento na parte inferior do mercado ou o desejo de criar uma imagem de prestígio para o produto. Também denominada Precificação Premium. Precificação de ordenha do mercado. Uma abordagem de precificação em que o produtor fixa um preço introdutório alto para atrair compradores com um desejo forte pelo produto e também disposto de recursos para comprá-los, e então, gradualmente, reduz o preço para atrair as camadas subsequentes do mercado. Existem outros processos de precificação como a inclinação da curva de demanda para baixo. Um método de precificação, em que o preço inicial é fixado no nível mais alto possível, é então gradualmente reduzido para atrair ondas sucessivas de compradores, na medida em que a demanda diminui. A denominada precificação de prestígio, também denominada Precificação pela Imagem, é a situação em que os preços são fixados em um nível alto e que os compradores associarão este preço alto para o produto à percepção de uma qualidade superior; Na precificação baseada em valor, a abordagem de precificação é embasada na avaliação da companhia do valor mais alto do produto para o consumidor; isto é, quanto o consumidor estádisposto a pagar por isto. Na precificação por comparação, o preço para um novo produto é fixado comparando os benefícios que ele oferece, comparado aos de outros produtos da mesma categoria. A precificação diferencial é a estratégia de precificação em que uma companhia fixa preços diferentes para o mesmo produto, com base em diversos tipos de clientes, época da compra etc.; também chamado Precificação Discriminatória, Precificação Flexível, Precificação Múltipla e Precificação Variável. Existem ainda as estratégias de precificação orientadas para a competição, que consistem num conjunto de métodos em que a empresa determina o preço de seus produtos, levando em consideração mais os preços de produtos semelhantes praticados por seus competidores (principalmente quando se trata de competidores poderosos) do que por considerações de demanda do consumidor ou de custo de produção. A força motriz dessa estratégia de precificação é basicamente a ação da concorrência. Existem ainda outras estratégias de precificação como: Estratégia de precificação siga-o-lider. Uma estratégia de precificação adotada por firmas que copiam os preços praticados pelo líder de mercado. A precificação para afastar novos competidores, bem comum em situações de mercados oligopolísticos, em que as maiores empresas do mercado mantêm preços muito baixos para desencorajar competidores pequenos e deste modo proteger suas próprias participações de mercado. Na chamada precificação baseada em custo total, todos os custos variáveis relevantes e a parte total de custos fixos diretamente atribuíveis ao produto são usados para estabelecer seu preço de venda. Existem ainda a precificação com base no incremento de custos, a precificação de custo adicionado (markup) e a precificação pelo custo médio em que um mark-up para lucro e adicionado ao custo médio de produção ou de aquisição. Existem ainda outros aspectos que pode afetar o custo de um produto como os custos de distribuição e logística. Já no que diz respeito aos aspectos táticos relativos à precificação, reduções de preços são dirigidas para: (a) realizar vendas, (b) aumentar, manter ou recuperar participação de mercado. Em todos esses casos, deve-se considerar o aspecto da elasticidade preço da demanda. Ou seja: reduções de preços de produtos que não resultem em um aumento mais que proporcional nas vendas irão certamente corroer as margens de lucro da empresa. Síntese da Aula Nesta aula, você: Compreendeu como os profissionais de marketing trabalham os aspectos do preço na competição diária de mercado para atrair a atenção do consumidor, permitindo assim alcançar os objetivos de lucro de uma empresa; Demonstrou a importância das estratégias de precificação como parte importante do composto mercadológico; Compreendeu as estratégias, políticas e variáveis predominantes na determinação do preço de seus produtos ou serviços de uma empresa; Demonstrou, através de exposição oral, decisões que as empresas tomam sobre o preço de seus produtos e serviço. Aula 09 - Canais de Distribuição Objetivos desta aula: Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Entender por que as empresas utilizam canais de distribuição e discutir as funções que esses canais desempenham; 2. Descrever as alternativas mais importantes de Canais de Distribuição disponíveis para uma empresa; 3. Discutir a natureza e a importância
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