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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NOS CICLOS DA VIDA: CRIANÇAS Profa. Aline Tischler e Luan Lisboa INFÂNCIA CONCEITO: CRIANÇA (OMS): “É A PRIMEIRA DÉCADA DA VIDA, QUE COMPREENDE A FAIXA ETÁRIA DE 1 À 9 ANOS 11 MESES E 29 DIAS”. Sendo: O RN – menor de 28 dias O Lactentes – 28 dias a 24 meses O Pré-escolar – 24 a 59 meses O Escolar – 5 a 9 anos 11 meses e 29 dias Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece outra faixa etária: de um a onze anos. Importância da Avaliação Nutricional O “A identificação do risco nutricional e a garantia da monitoração contínua do crescimento fazem da avaliação nutricional um instrumento essencial para que os profissionais da área conheçam as condições de saúde dos pacientes pediátricos. Ao monitorá-los, é possível obter o conhecimento de seu padrão de crescimento, instrumento importante na prevenção e no diagnóstico de distúrbios nutricionais. Cabe ressaltar que algumas deficiências nutricionais específicas podem ocorrer sem comprometimento antropométrico imediato, e sua detecção depende da realização de cuidadosa anamnese nutricional”. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009) ANAMNESE O História Clínica e Alimentar O Histórico de ganho de peso desde o nascimento O Relato de perdas aumentadas (diarreia, vômitos) O ANTECEDENTES MATERNOS O No. Gestações/ No. Partos/ No. Abortos O No. Natimortos O Ordem da criança nas gestações O História Gestacional O História familiar O Hábito alimentar da mãe e sua história nutricional O Alimentação da criança O Condições socioeconômicas O Acesso a serviços de saúde O Exame Físico: coloração de mucosas, edema, alterações na pele, cabelos, cavidade oral, abdome. (DUARTE, 2007; ROSSI, 2008; VITOLO, 2008; TIRAPEGUI, 2009) Classificação Geral do RN O IG O RNPT < 37SG O RNT – entre 37 e 42 SG O RN pós T > 42 SG Idade Cronológica x Idade Corrigida O Idade cronológica: é o tempo de vida do bebê depois do nascimento. Por ex.: um bebê que nasceu dia 10 de outubro terá 2 meses de idade cronológica no dia 10 de dezembro. O Idade corrigida: é a idade ajustada ao grau de prematuridade. É a idade que o bebê teria se tivesse nascido de 40 semanas. O Como calcular? IC= Idade cronológica (meses) – meses que faltaram para nascer a termo. O Ex.: Bebê com 2 meses de vida nascido de 8 meses. Faltou 1 mês para nascer a termo (9-8=1). Idade corrigida = 2-1 = 1 mês. O Ex.: Bebê com 5 meses de vida, nascido de 6 meses. Faltaram 3 meses para nascer a termo (9-6=3). Idade corrigida = 5-3 = 2 meses. Até quando utilizar a idade corrigida: Perímetro cefálico: até os 18 meses Peso: até os 24 meses Altura: até os 3 anos e 6 meses Medidas Antropométricas O Peso O Comprimento / Estatura O Perímetro Cefálico (PC) O Perímetro Torácico (PT) O Perímetro Braquial (PB) (DUARTE, 2007; ROSSI, 2008; VITOLO, 2008; TIRAPEGUI, 2009) PESO O Modifica-se rapidamente em curto período de tempo; O Mais sensível aos agravos nutricionais. PESO AO NASCER O Diagnóstico Primário do EN; O Reflete os problemas nutricionais ocorridos durante a gestação; O Indicador das chances de sobrevida, crescimento e desenvolvimento infantil; O Perda fisiológica após o nascimento varia até 10%. Classificação do Peso ao Nascer AIG (Adequado para a Idade Gestacional) 2500 a 3999 g Percentil 10 a 90 p/ idade gestacional PIG (Pequeno para a Idade Gestacional) < 2500 g Percentil < 10 RCIU GIG (Grande para a Idade Gestacional) 4000G Percentil > 90 Macrossomia *Obs.: Muito Baixo Peso ao Nascer <1500g (OMS, 1995) Curva do Peso ao Nascer Classificação do Peso para a Idade Gestacional O PIG: abaixo do percentil 10; O AIG: entre os percentis 10 e 90; O GIG: acima do percentil 90. Exemplo: RN, 40 semanas, peso 3000g, 55 cm. Conclusão: RN AIG Assistência ao recém-nascido de risco, P.R. Margotto, 2002. Desenvolvimento do RN a termo O Existe perda de peso normal na 1ª. Semana de vida (7-10%) em a termos; O Peso geralmente dobra até o 5º - 6º mês; triplica até 1º ano e quadruplica até o 3º ano; O O comprimento normalmente aumenta em torno de 50% no 1º ano de vida. Estatura ou Comprimento O Reflete o potencial genético O Medida que sofre menor influência nutricional; O É afetada frente a agravos mais prolongados O Não sofre alteração pelo estado de hidratação O Indica crescimento linear O É recuperável até os 2 anos de idade O Ganho médio anual esperado no 1º ano = 25cm; 2º ano = 12cm; 3º ano = 8cm. PELA AFERIÇÃO DO PESO E DA ESTATURA, PODEM SER AVALIADOS OS QUATRO ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS: PESO/IDADE (P/I), PESO/ESTATURA (P/E), ALTURA/IDADE (A/I) e IMC/IDADE’ OMS, 2006 PERÍMETRO CEFÁLICO O Tem relação direta com o tamanho do encéfalo, até os 6 meses de idade; O Seu aumento proporcional indica crescimento adequado; O Utilizado pelos médicos para diagnóstico de micro, ou macro, ou hidrocefalia; O Menos afetada pela má nutrição; O Sua principal utilização em antropometria está relacionada ao perímetro torácico; O Esperado = 2 cm/mês no 1º trimestre de vida; 1cm/mês no 2º trimestre de vida; a partir do 7º mês 0,5cm/mês; 0,25cm/mês do 2º ao 3º ano. PC PERÍMETRO TORÁCICO O Reflete o desenvolvimento dos músculos torácicos; O Deve ser realizada no nível dos mamilos (a fita circunda o tórax da criança sobre os mamilos), estando a criança deitada; O Faixa de normalidade: entre o percentil 3 e o 97. Relação PT / PC O A relação PT/PC é utilizada para classificar subnutrição em crianças de até 5 anos; O Pode indicar DEP, uma vez que o PT não se desenvolve em razão da atrofia do músculo torácico e redução de tecido adiposo. (MALINA, 1975; ROSSI, 2009) PERÍMETRO BRAQUIAL (PB) O Utilizado somente quando não há informações de peso e estatura. O Utiliza-se os pontos de corte estabelecidos pela OMS, 2007 para menores de 5 anos: O Entre P3 e P97 = eutrofia O <P3 = déficit energético O >P97 = excesso energético ROSSI, 2009. Pregas Cutâneas e Circunferências O Informam alterações nas MG e MM (maiores de 1 ano) O PCT e PCSE (lado direito) = padrões de referência pediátrica (∑2P), Normal: P3 a 97 e -2DP a + 2DP; Abaixo P3 e -2DP: déficit energético; ≥ P97 e -2DP : excesso; Somatório de pregas por percentil (15 a 75) O Circunferências não fornecem medidas específicas de composição corporal, mas são úteis para identificar indivíduos de risco para desnutrição. O PCT + CB = estimativa de CMB e AMB O Podem ser utilizados em casos em que haja necessidade de avaliações mais específicas (acamados, desnutridos, neuropatas...) ou para estudos científicos. ÍNDICE ANTROPOMÉTRICOS O PESO POR IDADE (P/I) O Expressa a massa corporal para a idade cronológica O É o índice de escolha na avaliação do estado nutricional e é contemplado no cartão da criança preconizado pelo MS O Reflete a situação global do indivíduo O Não diferencia o comprometimento nutricional atual ou agudo, dos pregressos ou crônicos ÍNDICE ANTROPOMÉTRICOS O PESO POR ESTATURA (P/E) O Expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e altura O É sensível para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade O Sua avaliação isolada pode gerar erros de diagnósticos: crianças com muito baixa estatura podem ser identificadas como eutróficas, mas há grande probabilidade de serem portadores de nanismo nutricional. O Avalia o estado nutricional! ÍNDICE ANTROPOMÉTRICOS O ALTURA POR IDADE (A/I) O Expressa Crescimento linear da criança O É o índice que melhor indica o efeito cumulativo de situações adversassobre o crescimento da criança O A altura é um parâmetro progressivo que não sofre regressões no período da infância Padrões Antropométricos para Classificação do Estado Nutricional O Classificação de Jellife para % de adequação do índice P/E: O P/E = Peso observado x 100 Peso do percentil 50 CLASSIFICAÇÃO <90% BAIXO PESO 90 a 109,9% EUTROFIA 110 a 120% RISCO PARA EXCESSO DE PESO ≥ 120% EXCESSO DE PESO (VITOLO, 2008) Gráficos de Crescimento O São instrumentos que estabelecem referências de crescimento; O Permite avaliação seriada do peso e da estatura através do tempo; O Proporciona análise mais fidedigna do estado nutricional; O OMS, 2007 adotado pelo Brasil. O NCHS,1977 O Padrão Internacional de referência O Recomendado pela OMS O Derivado de 4 outros estudos americanos O Fels Research Institute (1960-1965) O Health Examination Survey – HES I (1963-1965) O Health Examination Survey – HES II (1966-1970) O National Health and Nutrition Examination Survey – NHANES I (1971-1974) O Usou Crianças de 0 -18 anos de idade apenas de etnia branca norte americana... Padrões Antropométricos de Referência – Classificação do Estado Nutricional Novos parâmetros O 1993 revisão da OMS para as referências utilizadas na avaliação nutricional de crianças; O A OMS concluiu que o NCHS de 1977 não representava de forma adequada o crescimento infantil, propondo novos estudos; O 1997 a 2003 Estudo Multicêntrico de Referência envolvendo diversos países: Brasil, Gana, Índia, Noruega, Omã e EUA. O 2007 Lançamento das novas curvas e tabelas da OMS. Padrões Antropométricos de Referência – Classificação do Estado Nutricional O Cartão da Criança O Orienta o monitoramento nutricional; O Permite acompanhar o desenvolvimento da criança; O Material educativo de saúde para pais; O Padronização: O Variáveis: Peso e Idade O Índice: Peso x Idade (P/I), Altura/Idade (A/I) O Referência: OMS, 2006. O Classificação: Percentis CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA O Síndrome de Down O Utilizar gráficos apropriados disponíveis nas Diretrizes de Atenção à Síndrome de Down (MS, 2012), corrigidos para crianças com tamanhos menores e taxas de crescimento mais lentas. Padrões Antropométricos de Referência – Classificação do Estado Nutricional Leitura complementar! O Neuropatas O Dificuldade de aferir estatura ou comprimento O Deformações ósseo-esquelética, espasmos musculares, deficiência cognitiva O Utiliza-se O Comprimento da parte superior do braço (acrômio e rádio) O Comprimento da tíbia (tíbia – maleolo) O Altura do joelho O Pregas Cutâneas O Fórmulas de Conversão O OMS, 2007. Padrões Antropométricos de Referência – Classificação do Estado Nutricional Considerações Para Diagnóstico O O que avaliar? CASO CLÍNICO CRIANÇA 1 Na Clínica de Nutrição você atende uma criança do sexo feminino com 6 anos e 3 meses. Ao exame antropométrico foi encontrado: peso = 16,2kg, altura = 114 cm. De acordo com as informações, determine: a) Quais índices podem ser utilizados? b) Em qual percentil e desvio padrão ela se encontra para os índices utilizados, e qual a interpretação de cada um deles? c) Qual o percentual de adequação da mediana para esta criança no índice P/E? d) Qual o DN geral?
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