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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo Engenharia Mecânica Jussara Brandão Venturini Rafael Porfírio Thiago Henrique Gava Ueverton Alexandre Belg Relatório de Física Experimental Prática 2 – Determinação da curva de aquecimento e valores de calor específico sensível Piracicaba, 2015. 1 Relatório de Física Experimental Prática 2 – Determinação da curva de aquecimento e valores de calor específico sensível Relatório técnico da disciplina de Física Geral, no curso de Engenharia Mecânica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Campus Piracicaba. Prof. Huyra Estevão Piracicaba, 2015. 2 INDICE 1. Objetivo ................................................................................................................3 2. Introdução Teórica...............................................................................................4 2.1. Calorimetria ……............................................................................................4 2.2. Capacidade térmmica ………….……………..................................................4 2.3. Calor Especifico……………… .......................................................................5 3. Procedimento Experimental ................................................................................6 4. Resultados e Discussoes.....................................................................................7 5. Conclusão………………………………………………………………………………12 6. Referencias…………………………………………………………………………….13 3 1. OBJETIVO O objetivo desse experimento é de que, a partir da utilização do calorímetro e do monitoramento da variação de temperatura do sistema, encontre-se as curvas de aquecimento, os valores do calor específico dos objetos utilizados, por meio da determinação das quantidades de calor obtido ou retirado do sistema. 4 2. INTRODUÇÃO TEÓRICA 2.1. Calorimetria Antes de tudo é necessário apresentar a definição de calor, como sendo, de forma resumida, a energia em trânsito, ou seja, calor é a transferência de energia térmica entre corpos de temperaturas distintas. A área da física que estuda esse fenômeno é a calorimetria. Suponha que em um sistema isolado, o qual não há trocas de energias com o exterior, são colocados dois blocos com temperaturas distintas: Bloco A, à temperatura inicial de 25ºC, e o Bloco B, à temperatura inicial de 200ºC. A lei zero da termodinâmica, diz que: “Um sistema isolado sempre tende a um estado em que suas variáveis macroscópicas não mudam com o tempo (estado de equilíbrio térmico) ”. O que garante que, com o decorrer do tempo, a temperatura do bloco B diminui enquanto a temperatura do bloco A aumenta, até que ambos atinjam a mesma temperatura no equilíbrio térmico. Por conta do sistema ser isolado, pode- se aferir que o bloco B cedeu calor ao bloco A, até que os mesmos chegassem ao equilíbrio térmico. A unidade de calor ou de quantidade de calor no S.I. (Sistema Internacional), representada pelo símbolo Q, é a própria unidade de calor, o Joule. 2.2. Capacidade calorífica Quando dois ou mais corpos cedem ou absorvem quantidades iguais de calor, a variação de temperatura por eles sofrida é, em geral, diferente uma da outra. Essa relação dá origem ao conceito de capacidade calorífica (C) de um corpo. Se um corpo cede ou recebe uma quantidade de calor Q e sua temperatura sofre uma variação ΔT, a capacidade calorífica (C) desse corpo é, por definição, a razão: 𝐶 = 𝑄 ∆𝑇 No SI, as unidades da capacidade calorífica são: joule por kelvin (J/K) ou joule por graus Celsius (J/°C). Como a variação de temperatura de 1°C é igual à variação de temperatura de 1K, ambas as unidades são equivalentes. A capacidade calorífica é constante para determinado corpo. 5 2.3. Calor Específico Suponha que os blocos B1 e B2 representados nas figuras sejam constituídos da mesma substância e tenham massas m1 e m2, respectivamente. Verifica-se experimentalmente que, se aquecidos durante um mesmo intervalo de tempo, na mesma fonte de calor, o bloco de maior massa sofre menor variação de temperatura e vice-versa. Figura 1: Exemplo de calor especifico. Portanto, calor específico é a quantidade de calor que um grama de uma substância precisar receber para que sua temperatura se altere em 1ºC. Logo, o calor específico pode ser expresso na seguinte fórmula: 𝑐 = 𝑄 𝑚. ∆𝜃 Onde c é uma constante de proporcionalidade que depende da substância da qual o corpo é constituído, sendo m = massa do corpo, e Δθ = variação térmica. 6 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Foram utilizados neste experimento os seguintes materiais: Calorímetro; Termômetro; Bloco 1 (prateado) Dimensões: 20,0 ± 1,0 mm; Massa: (18,60 ± 0,11) g; Bloco 2 (dourado) Dimensões: 20,0 ± 1,5 mm; Massa: (58,20 ± 0,22) g; Fonte (CC); Agua (250ml) Becker Graduado; Primeiramente, foram adicionados 200ml de água ao calorímetro, de maneira que a agua cobrisse totalmente a resistência. Em seguida, a fonte foi programada com a tensão de 8,0V e a corrente de 2,18A, e ligada ao calorímetro por meio de dois orifícios presentes na tampa. A partir de então, a variação de temperatura foi monitorada a cada 30 segundos e esses valores foram anotados até que a agua chegasse à 50ºC (após 23 minutos do início do experimento), quando foi adicionado o Bloco 1. A temperatura apresentou uma queda e, após chegar a 55°C (aos 30 minutos e 30 segundos), foi adicionado o Bloco 2. Ao chegar em 55,2°C novamente, (aos 41 minutos), foram adicionados mais 50ml de água em temperatura ambiente (25°C), onde foi possível observar outra queda. Foi esperado até que a temperatura voltasse à 50°C para que a fonte fosse desligada. O monitoramento a variação da temperatura se deu até aos 50 minutos após o início do experimento. 7 4. RESULTADO E DISCUSSÕES Os dados coletados no procedimento experimental foram dispostos em forma de gráfico para melhor visualização dos acontecimentos. No grafico 1, são mostrados todos os valores de variação de temperatura anotados durante o experimento. Grafico 1: Temperatura em funçao do tempo Como foi possível observar no gráfico 1, foram registradas quedas na temperatura toda vez que foi adicionado um novo objeto ao sistema. Esses desvios se deram porque os objetos adicionados tinham uma temperatura mais baixa do que a agua contida no calorímetro, causando assim uma queda até que os corpos se estabilizassem e temperatura voltasse a subir. Outro fator a ser levado em consideração é que, para adicionar novos objetos ao sistema, foi necessário abrir a tampa, o que acarretou em uma perda de temperatura para o ambiente externo. Para que se pudesse determinar o calor específico de cada objeto, os cálculos foram divididos em etapas. Foi adotado como Etapa 1, o periodo de tempo entre o momento que a água atingiu 50°C e o sistema chegou à 55,1°C, depois de adicionado o Bloco 1, como pode ser observado no grafico 2. 0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 TE M P ER A TU R A ( °C ) TEMPO(MINUTOS) TEMPERATURA x TEMPO 8 Grafico 2: ETAPA 1 Sabendo que o valor do calor específico da água é conhecido (1cal/g.°C), foi possivel determinar o valor da potência do sistema atraves da equação: 𝑃 = c . m . ∆θ ∆t Onde c é o calor específico, m é a massa, ∆𝛉 é a variaçao de temperatura. Portanto, a potência do sistema é Psistema = 3.91cal/s. De modo à comparar a precisão dos resultados, foram adotados três intervalos de tempo, sendo Δt1 o intervalo mínimo, Δt2 o intervalo médio e Δt3 o intervalo máximo. Para Δt1, foi adotado o intervalo de tempo mínimo compreendido entre a queda de temperatura de 50°C para 47,9°C, sendo portanto 30 segundos (de 1380 e 1410, no eixo horizontal). Já para Δt2, o intervalo de tempo adotoado foi desde o momento que o sistema se encontra em 50°C até quando o mesmo atinge 52°C, valendo assim 300 segundos (de 1380 a 1680, no eixo horizontal). 47.9 52 55.1 44 46 48 50 52 54 56 1 3 8 0 1 4 1 0 1 4 4 0 1 4 7 0 1 5 0 0 1 5 3 0 1 5 6 0 1 5 9 0 1 6 2 0 1 6 5 0 1 6 8 0 1 7 1 0 1 7 4 0 1 7 7 0 1 8 0 0 1 8 3 0 1 8 6 0 1 8 9 0 1 9 2 0 1 9 5 0 Te m p e ra tu ra ( °C ) Tempo (s) ETAPA 1 9 E, por fim, para Δt3 foi adotado o intervalo máximo de tempo que abrange desde 50°C até 55,1°C, totalizando 540 segundos (de1380 e 1950, no eixo horizontal). Os valores encontrados em cada situaçao estao dispostos na tabela 1. Δt1 Δt2 Δt3 Calor específico (cal/g.°C) 0,7106 0,0935 0,4461 Tabela 1: Valores de calor específico para diferentes intervalos de tempo. Por ser um sistema em regime transiente, ou seja, um sistema onde a temperatura varia constantemente em função do tempo, os resultados para cada um dos intervalos de tempo adotados nos calculos resultaram em valores diferentes. Para os calculos seguintes, foi utilizado o resultado em que se usou o maior intervalo de tempo (Δt3), onde Cbloco 1=0,4461, pois é mais provavel que os elementos do sistema tenham alcançado um possivel equilibrio termico. Para a Etapa 2, foi adotado o periodo de tempo a partir do momento em que a água e o bloco 1 atingiram 55,1°C, e o sistema chegou a 55,2°C, depois de adicionado o Bloco 2, como é possivel observar no grafico 3. Grafico 3: ETAPA 2. 55.1 53.6 55.2 52.5 53 53.5 54 54.5 55 55.5 1 9 5 0 1 9 8 0 2 0 1 0 2 0 4 0 2 0 7 0 2 1 0 0 2 1 3 0 2 1 6 0 2 1 9 0 2 2 2 0 2 2 5 0 2 2 8 0 2 3 1 0 2 3 4 0 2 3 7 0 2 4 0 0 2 4 3 0 Te m p e ra tu ra ( °C ) Tempo (s) ETAPA 2 10 Porém, desta vez foi utilizado somente o maior intervalo de tempo para encontrar o valor do calor específico do Bloco 2, que é Cbloco 2= 0,643cal/g°C. E, finalmente, para a Etapa 3, foi adotado o periodo de tempo entre o momento em que o sistema (água, bloco 1 e 2) atingiu 55,2°C, e chegou a 50,0°C, depois de adicionados 50ml de água em temperatura ambiente (25ºC), como pode ser observado no grafico 4. Grafico 1: ETAPA 3. O mesmo processo aplicado à Etapa 2, foi utilizado para a Etapa 3, onde somente o maior intervalo de tempo foi utilizado, sendo o valor calor específico encontrado para a água nos calculos Cagua= 0,783 cal/g°C. Como é possivel observar, o valor do calor especifico calculado no experimento é diferente do valor real (onde Cagua=1 cal/g°C), isso porque diversos fatores podem contribuido para que o resultado desse errado, como por exemplo: (1) perda de temperatura e massa de agua para o ambiente externo, toda vez que era necessario abrir o calorimetro para inserir novos objetos; (2) o fato de que o termometro estava somente em contato com a agua, o que não garante que a temperatura do bloco era a mesma; (3) a resistencia ficar fora da agua quando aberta a tampa, mesmo que 55.2 50 44 46 48 50 52 54 56 2 4 3 0 2 4 6 0 2 4 9 0 2 5 2 0 2 5 5 0 2 5 8 0 2 6 1 0 2 6 4 0 2 6 7 0 2 7 0 0 2 7 3 0 2 7 6 0 Te m p e ra tu ra ( °C ) Tempo (s) ETAPA 3 11 por um curto periodo de tempo; (4) possibilidades de falhas na leitura do termômetro e do béquer para medição da quantidade de água; (5) Imprecisao nos valores utilizados para temperatura inicial dos objetos adicionados, uma vez que não foram medidas e se utilizou valores estimados para a realizaçao dos calculos. E por fim, os valores de calor especifico calculados para os blocos não sao reais, o que impossibilita encontrar o valor correto para o calor especifico da agua na ultima etapa. 12 5. CONCLUSAO Dentro do objetivo proposto, foi possivel obter o calor específico e quantidade de calor de cada elemento do sistema. Mesmo que esses resultados não sejam os valores corretos, se levado em consideraçao as dificuldades encontradas para a realizaçao dos calculos devido aos diversos pontos de imprecisao dos equipamentos utilizados, os mesmos se aproximam muito dos valores reais. Os conceitos teóricos aprendidos sobre capacidade térmica e calor específico puderam ser assimilados na prática neste experimento a partir da variação de temperatura do conjunto, o que ocorre com os corpos. Ficou claro que elementos aparentemente iguais, no caso da água, mas em condições de temperatura diferentes, possuem quantidades de calor completamente distintas. Enquanto um corpo fornece calor o outro adquire, isto os torna diferentes no que se refere a quantidade de calor. Com a realização desta experiência foi possivel chegar a conclusão de que calor é a energia térmica transferida de um corpo para o outro, motivada instantaneamente por uma mudança de temperatura. De modo geral, pode-se dizer que o experimento alcançou o objetivo e os resultados foram apresentados de maneira satisfatoria. 13 6. REFERENCIAS HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos da Física: Mecanica. 9. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2014. 339 p. (Volume 2). Tradução e Revisão Técnica: Ronaldo Sérgio de Biasi. http://fisica.ufpr.br - Acesso 03/09/2015 http://www.brasilescola.com - Acesso 03/09/2015 http://www.sofisica.com.br - Acesso 03/09/2015 .
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