Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Psicopatologia Forense Profa. Dra. Sabrina Martins Barroso smb.uftm@gmail.com Material instrucional integrante do curso de Psicopatologia Forense vinculado à Renova Cursos Sabrina Martins Barroso Psicóloga pela UFSJ (CRP 04/22.252) Especialista em Desenvolvimento Humano (UFMG) Mestre em Psicologia (UFMG) Doutora em Saúde Pública (UFMG) Professora de Avaliação Psicológica e Neuropsicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro Membro associado do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) Professor convidado para disciplinas em cursos de especialização na área de avaliação psicológica Autora e Organizadora de Livros sobre Avaliação Psicológica e Saúde Mental Plano de Aula Parte I: Conceitos em Psicologia Jurídica e Psicopatologia Definição de Psicologia Definição de Psicologia Jurídica e suas Subáreas Fundamentos da Perícia Psicológica Forense Definição de Psicopatologia Transtornos de Personalidade Personalidade Borderline Esquizofrenias e Paranoias Parte II: Psicopatologia Imputabilidade, semi-imputabilidade, inimputabilidade e periculosidade Reflexões sobre o normal e o patológico Transtornos Mentais Orgânicos Transtornos Mentais Relacionados a Substâncias Psicoativas Transtornos Psicóticos e Esquizofrênicos Transtornos de Ansiedade, Dissociativos e Somatoformes Parte III: Psicopatologias associadas a Crimes Personalidade Criminosa Antissocial, Psicopatias e Sociopatias Serial Killers Crimes Sexuais Parte IV: Avaliação Psicológica Forense Parte I: Conceitos em Psicologia Jurídica e Psicopatologia Etimologia (grego): Psykhé Logos Alma Estudo (Serbena & Raffaelli, 2003) Psicologia: ciência que estuda o comportamento humano, seus processos cognitivos, emocionais, relacionais e psicológicos. Entre as várias áreas de atuação da ψ PSICOLOGIA JURÍDICA Aplicação do saber psicológico às questões relacionadas ao saber do Direito. PSICOLOGIA FORENSE Psicologia aplicada no âmbito de um processo ou procedimento em andamento no Foro. PSICOLOGIA CRIMINAL Estuda as condições psíquicas do criminoso e o modo pelo qual ocorre a ação criminosa. PSICOLOGIA JUDICIÁRIA Prática psicológica realizada a mando e a serviço da justiça (perícia). (Leal, 2008) PSICOLOGIA JURÍDICA: ÁREAS DE ATUAÇÃO (Leal, 2008) Infância e Juventude: adoção, risco, abrigo, infratores. Direito da Família: separação, disputa, guarda, visitas. Direito Civil: interdições, indenizações, dano psíquico. Direito Penal: perícia, insanidade mental e crime. Trabalho: acidente de trabalho, indenizações. Testemunho: estudo do testemunho, falsas memórias. Penitenciária: penas alternativas, intervenção ao recluso. Policial e das Forças Armadas: seleção e formação policial. Mediação: mediador em direito penal e família. Direitos Humanos: defesa e promoção dos direitos. Proteção a Testemunhas: atendimento psicológico. Formação/atendimento aos Juízes e Promotores: seleção. Vitimologia: avaliação e atendimento a vítimas de violência. Autópsia Psicológica: avaliação por informação de 3ºs. Conceitos em Psicologia Jurídica e Psicopatologia PSICOLOGIA PENITENCIÁRIA (Huss, 2011) Não atua diretamente como perito em processos, mas atua em instituições correcionais (prisões e cadeias). PSICOLOGIA POLICIAL (Huss, 2011) Traçar perfil criminal, adequação para avaliações de responsabilidade, negociação de reféns. PSICOLOGIA CRIMINAL (Leal, 2008) Estuda as condições psíquicas do criminoso e o modo pelo qual ocorre a ação criminosa. PSICOLOGIA INVESTIGATIVA (De Leo et al., 2000) Envolve traçar perfil criminológico, estudo vitimológico, psicologia do testemunho. Conceitos em Psicologia Jurídica e Psicopatologia Ambos são treinados para auxiliar os indivíduos com doença mental e dificuldades emocionais em geral e na tomada de decisões que envolvam esses indivíduos • Diagnóstico psicológico • Tratamento não farmacológico • Diagnóstico nosológico • Tratamento farmacológico PSICOLOGIA FORENSE PSIQUIATRIA FORENSE (Huss, 2011) Fundamentos da Perícia Psicológica Forense Fundamentos da Perícia Psicológica Forense PERITO ASSISTENTE TÉCNICO PSICÓLOGO AUTÔNOMO - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA FINS JURÍDICOS Juiz Partes Partes PERITO Etimologia (latim): Peritia Destreza, habilidade É o exame de situações ou fatos relacionados a coisas e pessoas, praticado por especialista na matéria que lhe é submetida, com o objetivo de elucidar determinados aspectos técnicos (em geral especificados por meio de quesitos pré-definidos ou já estudados). (Brandimiller, 1996) PERITO • Fornecer prova • Indicar formas de elucidar o problema • Determinado pelo juiz (requisição formal) • Seu parecer não constitui verdade soberana, podendo ser contestado • Áreas: cível, criminal e trabalhista • Resultado apresentado por um laudo (Lago, 2013) [Vídeo Bones 5ª Temporada – ep 08] FUNDAMENTAÇÃO LEGAL • Art. 145 Código de Processo Civil (CPC): • Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo disposto no art. 421. • §1º Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente (...) (Lago, 2013) BASES PARA SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO PERICIAL OBSERVAÇÕES • Prazos: • Nomeação do perito é feita pelo juiz e o profissional tem 5 dias para dar sua resposta. • Se aceitar: carta de aceite, com honorário e data da primeira entrevista – cerca de 30 dias após o aceite. • Se não aceitar: ofício de recusa com justificativa. • Nomeação do perito: 5 dias para indicação de assistentes técnicos e apresentação de quesitos. • Laudo: Prazo estipulado pelo juiz (cerca de 30 dias). (Lago, 2013) O profissional pode solicitar alteração de prazos • Parecer deve ser entregue até 10 dias após a entrega do laudo. OBSERVAÇÕES • Pode apenas ignorar a convocação??? • Pode levar a pena de 6 meses de reclusão • Escusa por “motivo legítimo” • Falta de conhecimento técnico • Perícia que comprovadamente impliquem em risco à vida do perito ou seus familiares • Demasiado ocupado com outras perícias ou atividades comerciais/profissionais • Sigilo profissional (relação terapêutica) (Lago, 2013) OBSERVAÇÕES • Vedada a participação: • Parte na ação • Depoimento como testemunha • Advogado ou parte for cônjuge ou parente próximo (2º grau) • Amigo íntimo de uma das partes ou advogados • Interesse na causa (Lago, 2013) ASSISTENTE TÉCNICO O assistente técnico é um psicólogo autônomo, contratado por uma das partes, cujo conhecimento específico sobre a matéria deve ser empregado com a função de complementar e/ou argumentar acerca do estudo psicológico desenvolvido pelo perito no processo judicial. É, portanto, um assessor da parte, devendo estar habilitado para orientar e esclarecer sobre as questões psicológicas que dizem respeito ao conflito, bem como questionar inconsistências observadas na atuação do perito. (Amendola, 2014) FUNDAMENTAÇÃO LEGAL • Art. 421 CPC: • §1º Incumbe às partes, dentro de cinco dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito: • I – indicar o assistente técnico; • II – apresentar quesitos. (Lago, 2013) OBSERVAÇÕES • Contratado pelas partes • Não é obrigatória sua indicação • Elabora os quesitos • Não pode estar presente durante os procedimentos do psicólogo perito (Resolução CFP 08/2010) • “Fiscal” do trabalho doperito • Crítica o trabalho do perito apresentado por um parecer, que deve ser entregue até 10 dias após a entrega do laudo (Lago, 2013) Pergunta – Perito x Assistente Técnico Resumindo: (Lago, 2013) Perito Assistente Técnico Solicitante: De confiança do juiz, sujeito a impedimento e suspeição. De confiança da parte, não-sujeito a impedimento e suspeição. Objetivo: Auxilia o juiz em suas decisões. Auxilia a parte naquilo que acha certo. Atividade: Examina, verifica e comprova os fatos de uma determinada questão. Analisa os procedimentos e os achados do perito. Documento: Elabora um laudo. Redige um parecer crítico. Pergunta – Pertito – Laudo Assistente – Parecer E se não tiver perito? AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA FINS JURÍDICOS Psicólogo contratado por uma das partes, sem haver nomeação de perito. Caso haja solicitação de perícia psicológica, o psicólogo pode se tornar um assistente técnico. Ao final de seu trabalho elabora-se um relatório/laudo psicológico, pois é resultado de seu trabalho avaliativo. (Lago, 2013) O trabalho do psicólogo nesse contexto consiste em quê? Diferenciar o puramente criminológico do psicopatológico Distinguir o “normal” do “patológico” [Vídeo - Ormie_the_Pig] PSICOPATOLOGIA Etimologia (grego): Psykhé Pathos Logos Alma Doença Estudo Conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. Esforça-se por ser sistemático, descritivo, elucidativo e desmistificante. Visa ser científico, não incluindo critérios de valor, nem dogmas ou verdades a priori. (Dalgalarrondo, 2008) Parte II: Psicopatologia Pergunta: Quando alguém pode/precisa responder por seus atos (criminais)? Imputabilidade Imputar: • Significa atribuir a um sujeito como causa e a uma ação/fenômeno como efeito. Imputabilidade: • É uma qualidade que tem em si uma ação ou um fenômeno qualquer que o torna atribuível àquela causa (Peres & Filho, 2002) A imputação, ou imputabilidade, estabelece uma relação causal entre um sujeito e uma ação, no caso, uma ação delituosa. Inimputabilidade • Quando a capacidade de imputação for nula, isto quer dizer que o agente era, à época do delito, incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento. Quem pode ser inimputável? • Aquele que por anomalia psíquica e/ou retardo mental não pode responder por si judicialmente (Código Penal Brasileiro, Artigo 26, 1940). • Os menores de 18 (Art. 104 do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, 1990). (Androvandi et al., 2007) Semi-Imputabilidade • São aqueles que, sem ter o discernimento ou autocontrole abolidos, tem-los reduzidos ou prejudicados por doença ou transtorno mental no momento do ato ilícito. • Ex: Caso babá em Ouro Branco – MG • Pessoas com transtornos mentais ou retardo mental (Código Penal Brasileiro, Artigo 26, 1940). • Não impede a culpabilização, mas a pena pode ser reduzida de um a dois terços. Babá - inimputável Pai – semi-imputável Periculosidade Doente mental é sempre inimputável? O que fazer? • Art. 76. A aplicação da medida de segurança pressupõe: • I — a prática do fato previsto como crime; • II — a periculosidade do agente. (Peres & Filho, 2002) Sim Periculosidade • Art. 77. Quando a periculosidade não é presumida por lei, deve ser reconhecido como perigoso o indivíduo, se a sua personalidade e antecedentes, bem como os motivos e circunstâncias do crime autorizam a suposição que venha ou torne a delinquir. • Art. 78. Presumem-se perigosos: • I — aqueles que, nos termos do art. 22, são isentos de pena; • II — os referidos no parágrafo único do artigo 22. (Código Penal Brasileiro, 1940) Periculosidade • Art. 91. O agente isento de pena, nos termos do artigo 22, é internado em manicômio judiciário. • § 1. A duração da internação é, no mínimo: • I — de seis anos, se a lei comina ao crime pena de reclusão não inferior, no mínimo, a 12 anos; • II — de três anos, se a lei comina ao crime pena de reclusão não inferior, no mínimo, a oito anos; • III — de dois anos, se a pena privativa de liberdade, cominada ao crime, é, no mínimo, de um ano; • IV — de um ano nos outros casos. (Código Penal Brasileiro, 1940) Periculosidade • § 2. Na hipótese do nº IV (pena menor que 1 ano), o juiz pode submeter o indivíduo apenas a liberdade vigiada. • § 4. Cessa a internação por despacho do juiz, após perícia médica, ouvidos o Ministério Público e o diretor do estabelecimento. • § 5. Durante um ano depois de cessada a internação, o indivíduo fica submetido a liberdade vigiada, devendo ser de novo internado se seu procedimento revela que persiste a periculosidade. Em caso contrário, encontra-se extinta a medida de segurança. (Código Penal Brasileiro, 1940) O que é ? Ouvir algo que outros não ouvem? Falar com mortos? Casar com sua mãe/irmã? Comer os restos mortais dos seus parentes? Matar um filho/irmão se os presságios não forem bons ou faltar dinheiro? Matar para ter ganhos pessoais? Falar sozinhos? Dar nome aos filhos após 2 meses? Mutilar-se? Critérios de Normalidade (Dalgalarrondo, 2008) 1 Normal é o que não está doente Falho Definição negativa, isto é, normalidade é definida pelo que ela não é. “A SAÚDE É O SILÊNCIO DOS ÓRGÃOS”. NORMAIS SÃO AQUELES LIVRES DE QUALQUER TRANTORNO MENTAL (Dalgalarrondo, 2008) Falha Utópica Baseada em determinantes sujeitos a variações de tempo e determinações sociais mutáveis, doutrinas, moralismos e totalitarismos Ex: Frenologia Mãe geladeira e.... ESTABELECE UMA NORMALIDADE IDEAL, CONSTITUÍDA E REFERENDADA PELA CULTURA. 2 Normal é o que a cultura julga ser normal (ideal) Zoológicos humanos foram atrações populares até meados do século 20 (Dalgalarrondo, 2008) Nem tudo que é frequente é saudável nem tudo o que é raro é patológico É O QUE SE OBSERVA COM MAIS FREQUÊNCIA 3 Normal é o que o mais frequente (estatística) (Dalgalarrondo, 2008) Falha Utópica Poucas pessoas (ou ninguém) seria normal É O COMPLETO BEM-ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL 4 Normal é o bem-estar (Dalgalarrondo, 2008) Baixa precisão Carrega juízo de valor Controverso PATOLÓGICO É AQUELE QUE TRAZ SOFRIMENTO PARA SI PRÓPRIO E PARA OS OUTROS (PSIQUIATRIA) 5 Normal é o que funciona bem (funcional) EX: O alienista Seu ex-namorado (Dalgalarrondo, 2008) Baseado em teorias contraditórias entre si Sujeito a controvérsias Depende de consenso cultural CONSIDERA OS ASPECTOS DINÂMICOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL (PSIQUIATRIA INFANTIL E GERIÁTRICA) 6 Normal é o que se desenvolve bem (como processo) (Dalgalarrondo, 2008) Falho Extremamente subjetivo Controverso MARCO DIVISÓRIO É A PERCEPÇÃO INDIVIDUAL DA PRÓPRIA NORMALIDADE 7 Normal é de acordo com a percepção pessoal (Dalgalarrondo, 2008) Sujeito a INÚMERAS controvérsias NORMALIDADE É A CAPACIDADE DE FAZER ESCOLHAS E SE RESPONSABILIZAR PELAS MESMAS. A DOENÇA É A IMPOSSIBILIDADE DE ESCOLHER 8 Normal é a liberdade (Dalgalarrondo, 2008) Restrito para situações específicas Viável apenas se consensual Controverso Mutável DEFINE-SE A PRIORI O QUE É NORMAL E PATOLÓGICO E PROCURA-SE TRABALHÁ-LOS OPERACIONALMENTE. CRITÉRIOS ASSUMIDAMENTE ARBITRÁRIOS, COM FINALIDADES PRAGMÁTICAS 9 Normal é operacionalmente definido Pesquisa Escala de Personalidade prof. Sérgio www.geapap.com.br Normal Controle Social Pode viver em sociedade Precisade controle ou tratamento Transtornos Mentais • Orgânicos • Relacionados a Substâncias Psicoativas • Esquizotípicos • Psicóticos • de Ansiedade • Dissociativos • Somatoformes • Personalidade • Psicopatias Transtornos Mentais Orgânicos Transtornos mentais que possuem uma etiologia demonstrável de doença ou lesão cerebral. São constituídos pelas demências, transtornos relacionados a algum tipo de lesão ou disfunção cerebral, delirium e síndrome amnéstica (ambos não induzidos pelo álcool ou por substâncias psicoativas). Estudos epidemiológicos não confirmam que pacientes com lesão cerebral importante cometem mais crimes do que a população geral. (Reis et al., 2013) Síndrome Orbitofrontal Dick é um senhor pacato. De uns anos para cá, porém, sua personalidade mudou drasticamente. "Dick sempre foi bom de piadas e histórias. Mas, depois da doença (coagulo), perdeu a noção do que pode magoar as pessoas. Passou a ser inconveniente e não liga a mínima pra isso.", diz Lynn Lingham, mulher de Dick. "Um dos efeitos colaterais da minha doença é que eu simplesmente não consigo me preocupar com nada. Nem com a minha mulher, que eu amo tanto. O que de certa forma até que é bom", comenta Dick Lingham”. Exemplo de caso Orbitofrontal Lembram disso? Funeral Eduardo Campos (2014) Síndrome Dorsolateral • Se prendem a detalhes • Dão valor emocional a estímulos neutros • Respostas bizarras em testes que avaliam estimativa • Déficit em tarefas de sequência motora • Déficit em inibir estímulo – controle mental • Capacidade de abstração diminuída • Dissociação verbal-manual, dizem uma sequência enquanto executam outra Exemplo de caso Dorsolateral Após almoçar com sua esposa e mãe, Charles Whitman escreveu uma carta de despedida, onde pediu a autópsia de seu cérebro, pois acreditava que algo estivesse errado lá. Ele afirmou estar sofrendo com ideias bizarras e instigantes e que o atendimento psiquiátrico não estava ajudando. Todos os relatos dizem que Whitman era uma boa pessoa, entretanto em 01/08/66, ele matou a esposa e a mãe (s/e para que não sofressem as consequências). 02/08/66 Whitman foi ao campus de sua universidade, espancou a recepcionista até a morte e baleou 4 pessoas a caminho da torre de observação da universidade, levou água, comida e 6 armas. As 11:30 chegou à torre, abriu fogo contra as pessoas no Campus e nas ruas próximas (até 300m). 13:24 a polícia conseguiu detê-lo (atirando). Whitman matou 16 pessoas (fora a esposa e a mãe) e feriu outras 31. Exemplo de caso Dorsolateral Transtornos Mentais Relacionados a Substâncias Psicoativas Transtornos Mentais Substâncias Psicoativas Compreende numerosos transtornos que diferem entre si seja: pela gravidade variável pela sintomatologia diversa mas têm em comum o fato de serem todos atribuídos ao uso de uma ou de várias substâncias psicoativas, prescritas ou não por um médico Consequências do uso indevido de substâncias psicoativas: Durante a intoxicação: Maior risco de acidentes pessoais Criminalidade Violência familiar Suicídios Cronicamente: Desnutrição Predisposição a infecções; Piora da qualidade do sono, alimentação, cuidados pessoais e higiene; Causa direta e indireta de diversas doenças clínicas e psiquiátrica; Abandono e perda de emprego; Abandono familiar. Durante a abstinência: Complicações físicas e psíquicas; Criminalidade e suicídio Substâncias Psicoativas Classificação das drogas: Estimulantes • Anfetaminas • Cocaína • Cafeína • Nicotina Depressoras • Álcool • Sedativos • Benzodiazepínicos • Opioides • Solventes ou inalantes Perturbadoras • Maconha • LSD • Ecstasy • Anticolinérgicos naturais e sintéticos (Chalout, 1971) ALERTA!!!! ALERTA!!!! ALERTA!!!! Pesquisas indicam que o uso de drogas precede atos infracionais (Martins & Pillon, 2010) e aumentam o risco da criminalidade (Valença & Moraes, 2006). Uso nocivo e crônico do álcool aumenta significativamente a violência e criminalidade. (Almeida, Pasa e Scheffer, 2009) Curitiba: 130 processos de homicídio (1990-1995) – 53,6% das vítimas e 58,9% dos autores dos crimes estavam sob o efeito de bebidas alcoólicas na ocorrência criminal. (Galduróz & Caetano, 2004) [Vídeo - Estuprador da enteada] Transtornos Psicóticos e Esquizofrênicos Esquizofrenia Etimologia: Esquizo Phrenia Divisão Mente (Silva, 2006) Transtornos psicóticos mais graves (grupo 4A), que alteram a habilidade da pessoa em pensar claramente, fazer bom julgamento, responder adequadamente emocionalmente, comunicar-se efetivamente, entender a realidade e se comportar adequadamente. Os 4 As: Autismo (perda de interesse em pessoas e no ambiente); Ambivalência (sentimentos opostos, como ódio e amor, expressos ao mesmo tempo); Afeto embotado (manifestado por uma expressão facial suave e imperturbável); Perda de associação (no qual a pessoa encadeia pensamentos sem uma lógica evidente, frequentemente misturando palavras sem sentido). (DSM 5, 2014) Outros Sintomas: • Alucinações e delírios • Fala desorganizada e incoerente • Pensamento confuso • Comportamento estranho e possivelmente perigoso • Movimentos lentificados ou atípicos • Perda de interesse na higiene pessoal • Perda do interesse em atividades • Problemas escolares ou no trabalho e nos relacionamentos • Maneira fria e distante com a incapacidade de expressar emoção • Variação do humor ou outros sintomas do humor, como depressão ou mania [Vídeo – Torre do celular] Transtornos de Ansiedade, Dissociativos e Somatoformes Transtornos Ansiedade (OMS, 1997) • Transtornos Fóbico-Ansiosos • Agorafobia/Fobia Social/Fobia Específica • Transtorno do Pânico • Transtorno de Ansiedade Generalizada • Transtorno Obsessivo-Compulsivo • Reação Aguda ao Estresse • Estado de Estresse Pós-Traumático • Transtorno de Adaptação Transtornos Ansiosos e Criminalidade (Disposti, 2011) • Devido ao grau de ansiedade e à dificuldade de controle desses tipos de condições psicopatológicas, sujeitos com quadros clínicos semelhantes podem infringir leis. • Ex: Estresse Pós-Traumático • Trauma: Tentativa de Assalto à Mão Armada • Situação: Avista (de repente) um mendigo no portão da garagem de madrugada, os sintomas emergem fortemente, e apresenta uma resposta automática de atirar o carro contra o mendigo (sem evidências de que haveria uma nova tentativa de assalto). [Vídeo – Um dia de fúria] Transtornos Dissociativos Transtornos ligados à perda de função psicológica • A característica central dos transtornos dissociativos é o distúrbio das funções normalmente integradas de consciência, memória, identidade ou percepção do ambiente. Tais distúrbios podem ser súbitos ou graduais, transitórios ou crônicos. (OMS, 1997) Transtornos Dissociativos e Criminalidade (Negro Júnior, Palladino-Negro, Louza, 1999) • Ex.: Dissociação de identidade • Formação de identidade má (cindida de uma identidade boa). • Amnésia Dissociativa • Fuga Dissociativa • Estupor Dissociativo • Transtorno de Transe e Possessão • Transtornos Dissociativos Motores • Convulsões Dissociativas • Anestesia e perda Sensorial Dissociativas • Transtorno Dissociativo Misto [de Conversão] Transtornos Somatoformes Etimologia: Sôma (Grego) Formis (Latim) Corpo físico, cadáver Que toma a forma de, aparência de Significado literal: aquilo que toma a forma corpórea (Tófoli & Andrade, 2007) • Transtornode Somatização • Transtorno Somatoforme Indiferenciado • Transtorno Hipocondríaco • Transtorno Neurovegetativo Somatoforme • Transtorno Doloroso Somatoforme Persistente Transtornos de Personalidade Transtornos ligados ao modo de ser • Trata-se de distúrbios graves da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo, não diretamente imputáveis a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um outro transtorno psiquiátrico. • Estes distúrbios compreendem habitualmente vários elementos da personalidade, acompanham-se em geral de angústia pessoal e desorganização social; aparecem habitualmente durante a infância ou a adolescência e persistem de modo duradouro na idade adulta. (OMS, 1997) Transtornos de Personalidade • Personalidade Paranóica • Personalidade Esquizóide • Personalidade com instabilidade emocional (Borderline) • Personalidade Dissocial (Antissocial) • Personalidade Histriônica • Personalidade Anancástica (Obsessivo-Compulsiva) • Personalidade Ansiosa (Esquiva) • Personalidade Dependente • DSM-V • Personalidade Narcisista • Personalidade Esquizotípica (OMS, 1997) (APA, 2014) Transtorno de Personalidade com Instabilidade Emocional (Borderline) Transtorno de personalidade caracterizado por tendência nítida a agir de modo imprevisível sem considerar as consequências (em pelo menos 2 áreas); Humor imprevisível e caprichoso; Tendência a acessos de cólera e uma incapacidade de controlar os comportamentos impulsivos; Tendência a adotar comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros, particularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados. Surge no início da vida adulta (OMS, 1997; APA, 2014) Dois tipos podem ser distintos: O tipo impulsivo, caracterizado principalmente por instabilidade emocional e falta de controle dos impulsos; O tipo “borderline”, caracterizado pela instabilidade emocional e perturbações da autoimagem, do estabelecimento de projetos e das preferências pessoais, por uma sensação crônica de vacuidade, por relações interpessoais intensas e instáveis e por uma tendência a adotar um comportamento autodestrutivo, compreendendo tentativas de suicídio e gestos suicidas. (OMS, 1997) Embora geralmente possuam uma autoimagem de malvados, podem, por vezes, ter o sentimento de não existirem em absoluto. Esses indivíduos podem apresentar pior desempenho em situações de trabalho ou escolares não estruturados. Criminalidade: Abuso de drogas Crimes sexuais Infrações de trânsito Crimes passionais (APA, 2014) Transtornos Esquizotípicos Perturbação cuja duração mínima é de 6 meses e inclui no mínimo 1 mês de: Delírios Alucinações Discurso desorganizado Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico (APA, 2014) Sintomas Positivos Delírios Alucinações Fala desorganizada (ex., descarrilhamento frequente ou incoerência) Comportamento totalmente desorganizado ou catatônico Sintomas Negativos Avolição (perda do querer) Alogia (perda da lógica) Embotamento afetivo (APA, 2014) ESQUIZOFRENIA Tipo Paranoide Tipo Desorganizado Tipo Catatônico Tipo Indiferenciado Tipo Residual TRANSTORNO DELIRANTE Tipo Erotomaníaco Tipo Grandioso Tipo Ciumento Tipo Persecutório Tipo Somático (APA, 2014) Psicopatologias Criminosas Personalidade Antissocial, Psicopatia e Sociopatia Existe um padrão de personalidade criminoso? Existe uma doença/transtorno que leva alguém a cometer um crime? Personalidade Criminosa Pinatel (1963, 1981): Criminologia clínica: estudar fatores que conduzem ao ato delinquente e identificar traços psicológicos subjacentes a este. Defende que não há nos criminosos em geral tipos psicopatológicos classificáveis dentro das categorias psiquiátricas tradicionais. Há conjugações de traços de personalidade agrupados, que ajudam a identificar fatores associados ao comportamento delinquente. Traços da Personalidade Criminosa: Agressividade Egocentrismo Labilidade indiferença afetiva Comunidade científica atual questiona-se se existe uma personalidade criminosa!?!!!! (Pinatel, 1963, 1981) Personalidade Antissocial Caracterizado por um desprezo pelas obrigações sociais e falta de empatia com os outros. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade. (OMS, 1997) A característica essencial do Transtorno da Personalidade Antissocial é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, com uso de mentira e engodo, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta. (APA, 2014) Dependendo das características este padrão também é conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. Para receber este diagnóstico, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos (Critério B) e ter tido uma história de alguns sintomas de Transtorno da Conduta antes dos 15 anos (Critério C). (APA, 2014) Envolve um padrão de comportamento repetitivo e persistente, com violação dos direitos básicos dos outros, de normas ou regras sociais importantes e adequadas à idade. Os comportamentos específicos característicos do Transtorno da Conduta ajustam-se a uma dentre quatro categorias: 1. agressão a pessoas e animais 2. destruição de propriedade 3. defraudação ou furto 4. séria violação de regras. (APA, 2014) Transtorno de Conduta James Bulger – 2,5 anos Jon Venables – 10 anos Robert Thompson – 10 anos [Vídeo – Jon Venables] “Ele disse que estava perto do Parque Goodison com Thompson e não no Shopping. Eu acreditei nele. Ele era convincente. Mas Thompson disse a um policial que ambos estiveram no Shopping. O confrontei com esse fato e depois de um momento de silêncio ele disse: Bem, certo, nós estávamos no shopping mas nunca pegamos o menino. Ele então se levantou chorando e abraçou sua mãe.” Diz Laurence na entrevista. Advogado: Lawrence Lee • CID-10 são sinônimos (Dissocial)– como gradações • DSM diferencia entre Transtorno Antissocial/Sociopatia e Psicopatia • Alguns autores (especialmente ingleses) diferenciam Transtorno de Conduta surge na infância O padrão de comportamento antissocial TENDE a persistir na idade adulta, tornando-se PERSONALIDADE ANTISSOCIAL/SOCIOPATIA ou PSICOPATIA. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Antissocial não se conformam às normas pertinentes a um comportamento dentro de parâmetros legais (Critério A1). Eles podem realizar repetidos atos que constituem motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais como destruir propriedade alheia, importunar os outros, roubar ou dedicar-se à contravenção. (APA, 2014) Frequentemente enganam ou manipulam os outros, a fim de obter vantagens pessoais ou prazer (por ex., para obter dinheiro, sexo ou poder) (Critério A2). Podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir. Um padrão de impulsividade pode ser manifestado por um fracasso em planejar o futuro (Critério A3). As decisões são tomadas sem considerar as consequências para si mesmo ou para outros, o quepode levar a mudanças súbitas de empregos, de residência ou de relacionamentos. (APA, 2014) Tendem a ser irritáveis ou agressivos, podendo entrar em lutas corporais ou cometer atos de agressão física (inclusive espancamento do cônjuge ou dos filhos) (Critério A4). Podem exibir desrespeito imprudente pela segurança própria ou alheia (Critério A5). Por ex: dirigir intoxicado, comportamento sexual de risco, negligenciar um filho, etc. Tendem a ser consistente e extremamente irresponsáveis (Critério A6). Demonstram pouco remorso pelas consequências de seus atos (Critério A7). (APA, 2014) Eles podem mostrar-se indiferentes ou oferecer uma racionalização superficial para terem ferido, maltratado ou roubado alguém (por ex., "a vida é injusta", "perdedores merecem perder" ou "isto iria acontecer de qualquer modo“, “ele mereceu”). O comportamento antissocial não deve ocorrer exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou de um Episódio Maníaco (Critério D). (APA, 2014) Sociopatia As características da psicopatia listadas por Cleckley (1941/1976) 1) Charme superficial e boa inteligência; 2) Ausência de delírios e outros sinais de pensamento irracional; 3) Ausência de nervosismo e manifestações psiconeuróticas; 4) Não-confiabilidade; 5) Tendência à mentira; 6) Falta de remorso ou vergonha; 7) Comportamento antissocial inadequadamente motivado; (Hauck Filho, Teixeira, & Dias, 2009) Psicopatia 8) Juízo empobrecido e falha em aprender com a experiência; 9) Egocentrismo patológico e incapacidade para amar; 10) Pobreza generalizada em termos de reações afetivas; 11) Perda específica de insight; 12) Falta de reciprocidade nas relações interpessoais; 13) Comportamento fantasioso e não-convidativo sob influência de álcool e às vezes sem tal influência; (Hauck Filho, Teixeira, & Dias, 2009) Sai do comportamento delinquente para características de personalidade. Antissocial = Categórico Psicopata = Dimensional 14) Ameaças de suicídio raramente levadas a cabo; 15) Vida sexual impessoal, trivial e pobremente integrada; 16) Falha em seguir um plano de vida. (Hauck Filho, Teixeira, & Dias, 2009) Robert Hare – autor da Escala Hare de Psicopatia “Um psicopata ama alguém da mesma forma como eu, digamos, amo meu carro — e não da forma como eu amo minha mulher. Usa o termo amor, mas não o sente da maneira como nós entendemos. Em geral, é um sentimento de posse, de propriedade” Escala de Psicopatia de Stone [Vídeo – Pedrinho matador] Serial Killers (Assassinos em Série) Indivíduos que cometem uma série de homicídios com características em comum, durante um período determinado de tempo. Raramente, o serial killer conhece sua vítima. As vítimas parecem ser escolhidas sem nenhuma razão aparente. A vítima representa um símbolo. Na verdade o crime é a gratificação, pelo poder e controle exercido sobre a vítima. (Casoy, 2004) [Vídeo – Ted Bund] Os serial killers são divididos em 4 tipos: VISIONÁRIO: completamente insano, psicótico. Ouve vozes dentro de sua cabeça e as obedece. Pode também sofrer alucinações ou ter visões. MISSIONÁRIO: socialmente não demonstra ser um psicótico, mas internamente tem a necessidade de livrar o mundo do que julga imoral ou indigno. Este tipo escolhe um certo grupo para matar, como prostitutas, homossexuais, etc. EMOTIVOS: matam por pura diversão. Dos quatro tipos, é o que realmente tem prazer em matar e utiliza requintes sádicos e cruéis. LIBERTINOS: são os assassinos sexuais. Matam por “tesão”. Seu prazer será diretamente proporcional ao sofrimento da vítima sob tortura e a ação de torturar, mutilar e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e necrófilos fazem parte deste grupo. (Casoy, 2004) Seis fases do ciclo do serial killer: 1. FASE ÁUREA: onde o assassino começa a perder a compreensão da realidade; 2. FASE DA PESCA: quando o assassino procura a sua vítima ideal; 3. FASE GALANTEADORA: quando o assassino seduz ou engana sua vítima; 4. FASE DA CAPTURA: quando a vítima cai na armadilha; 5. FASE DO ASSASSINATO OU TOTEM: auge da emoção para o assassino; 6. FASE DA DEPRESSÃO: que ocorre depois do assassinato. (Casoy, 2004) Assassinos em Massa e Terroristas Assassino em Massa é a denominação empregada para qualificar aquele que mata quatro ou mais vítimas num mesmo local, envolvidas em um único episódio criminoso. Terrorismo emprego do terror contra um determinado público, cuja meta é induzir (e não compelir nem dissuadir) num outro público (que pode, mas não precisa, coincidir com o primeiro) um determinado comportamento cujo resultado esperado é alterar a relação de forças em favor do ator que emprega o terrorismo, permitindo-lhe no futuro alcançar seu objetivo político – qualquer que este seja. (Alvarez, 2005; Spadano, 2004) 11/09 – Jornal Charlie Hebdo Crimes Sexuais Abusadores sexuais Molestador Situacional Criança não é o objeto central Molestador Preferencial Criança é o objeto central (Serafim et al., 2009) PEDOFILIA Não necessariamente são criminosos (nunca realizam o ato). Pedófilo Abusador: atitudes mais sutis e discretas no abuso sexual, geralmente se utilizando de carícias, visto que em muitas situações a vítima não se vê violentada. Pedófilo Molestador: mais invasivo, menos discreto e geralmente consuma o ato sexual contra a criança. Principais abusadores são pais, avós, irmãos e vizinhos (Burghes, 2011) ESTUPRO Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. (Código Penal Brasileiro, 1940) ASSÉDIO SEXUAL Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. ESTUPRO DE VULNERÁVEL Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato (...) não pode oferecer resistência. (Código Penal Brasileiro, 1940) CORRUPÇÃO DE MENORES Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem. Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem. Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone. (Código Penal Brasileiro, 1940) Lenocínio e do Tráfico de Pessoa para Fim de Prostituição ou Outra Forma de Exploração Sexual Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem. Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedirou dificultar que alguém a abandone. Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente. Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça. Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê- la no estrangeiro. Ultraje Público ao Pudor Ato obsceno Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. (Código Penal Brasileiro, 1940) [Vídeo – Idoso beija vizinha] [Vídeo – Preso no Guamá] Só por curiosidade: Alguém aqui está contra a lei??? Ultraje Público ao Pudor Escrito ou objeto obsceno Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno. (Código Penal Brasileiro, 1940) Parte IV: Avaliação Psicológica Forense Como? Entrevista Clínica Observação do comportamento Escalas (poucas e com falhas psicométricas) Testes (poucos e com falhas psicométricas) Escalas e Testes Imputabilidade – Testes cognitivos básicos (MEEM, Teste de Inteligência Geral, Teste de Flexibilidade Mental, Funções Executivas) Escalas de checagem de humor (Depressão, Ansiedade, Impulsividade) BDI, PHQ-9, BAI Testes de Personalidade (BFP, IFP, CPS, Rorschach, Zulliger, DFH, HTP) Mini-Exame do Estado Mental Exame do estado mental (alterações das funções psicológicas) Exame do Estado Mental ENTREVISTA CLÍNICA Aparência: Modo de andar, postura, roupas, adornos, higiene pessoal, cabelos (alinhados ou não), atitude (amigável/hostil), humor, modulação afetiva, etc. Comportamento: Psicomotor: normal, acelerada ou retardada. Movimentos estereotipados, maneirismos, negativismo, ecopraxia e flexibilidade cérea. Atitude frente ao examinador: Reservado, envergonhado, reticente, aberto, hostil, bajulador, sedutor, amigável, cooperativo, irônico, defensivo, ambivalente, etc. (Cordioli et al., 2014) Aspectos do Paciente na Entrevista Inicial Comunicação: Características da fala (quantidade, velocidade e qualidade). Normalmente responsivo, loquaz, taciturno, prolixo, volúvel, não espontâneo. Coerência: Coerência da história e respostas apresentadas, das razões atribuídas e das explicações. Coerência entre o sentimento manifesto e o assunto abordado. (Cordioli et al., 2014) Sentimentos despertados: Impressão geral transmitida pelo paciente: tristeza, pena, irritação, desejo de ajudar. São pistas para a psicopatologia subjacente. Funções Psicofisiológicas Sono/Vigília: Insônia inicial, terminal, ou no meio da noite; hipersonia; sonambulismo; terror noturno; apnéia do sono; alterações do ciclo sono-vigília, diminuição da necessidade de sono. (Cordioli et al., 2014) Apetite: Aumento ou diminuição, com ou sem alteração no peso (considerar variações maiores que 5% do peso usual). Sexualidade: Diminuição ou aumento do desejo ou da excitação (depressão e mania); incapacidade de atingir o orgasmo; parafilias; ejaculação precoce, retardada, vaginismo. Alterações súbitas de hábitos: Alterações em padrões de sono, alimentação, apetite ou humor que tenham sido observados sem explicação externa aparente. Funções Psicológicas Básicas Exame do Estado Mental Atenção Sensopercepção Consciência Orientação Memória Pensamento Linguagem Inteligência Conduta Afetos e humor Juízo crítico (Cordioli et al., 2014) [Vídeo – Percepo Legendado] PERSONALIDADE Exemplo de testes psicométricos Bateria Fatorial de Personalidade Inventário Fatorial de Personalidade Escalas Comrey de Personalidade Escala DASS 21 Escala de Impulsividade Essa é a versão desaconselhada Escala Stone de Índice de Maldade (Stone, 1993) 1. Matam em defesa própria e não tem tendências psicopatas (pessoas normais); 2. Amantes ciumentos sem tendências psicopatas (também pessoas normais); 3. Cúmplices de assassinos: personalidade distorcida e com problemas anti-sociais; 4. Matou em auto-defesa, mas provocou a vítima de forma extrema; 5. Pessoas desesperadas com traumas que matam parentes abusivos ou outras pessoas para sustentar vícios. Sem tendências psicopatas e mostram remorso genuíno; 6. Pessoas impetuosas que matam em acessos de fúria, sem tendências psicopatas; 7. Narcisista psicótico, não-psicopata, que mata as pessoas próximas por um motivo (seja lá qual for); 8. Pessoas que matam em acessos de fúria; 9. Amantes ciumentos psicopatas; 10. Matadores de pessoas que estavam “em seu caminho” ou testemunhas. Ou seja, egocêntricos, mas não psicopatas; 11. Psicopatas assassinos de pessoas “em seu caminho”; 12. Psicopatas megalomaníacos que mataram quando ameaçados; 13. Pessoas com problemas de personalidades cheios de ódio em crise; 14. Psicopatas egoístas que montam esquemas; 15. Psicopatas à sangue frio ou assassinos múltiplos; 16. Psicopatas cometendo vários atos criminosos; 17. Assassinos sexualmente pervertidos, torturadores-matadores (o estupro é o principal motivo, não a tortura); 18. Torturadores-matadores onde o principal motivo é o assassinato; 19. Psicopatas que fazem terrorismo, subjugação de vítimas (tortura), intimidação e estupro (sem assassinato); 20. Torturadores-matadores onde a tortura é o principal motivo, mas em personalidades psicóticas; 21. Psicopatas que torturam até o limite, mas sem nunca terem cometido um assassinato; 22. Psicopatas que torturam, onde a tortura é o principal motivo (e matam). Exemplo de testes projetivos Lâmina alterada – relação com o pai Essa é a versão desaconselhada http://www.hypeness.com.br/2013/09/serie-de-fotos-mostra-desenhos-de-criancas-retratando-o-abusos-que-sofreram/ Contato: Laboratório de Avaliação das Diferenças Individuais: www.uftm.edu.br/ladi smb.uftm@gmail.com Lista de vídeos utilizados na apresentação Bones (Lance Sweets)– 5ª temporada – ep 08 Ormie_the_Pig_Wants_a_Cookie ESTUPRADOR DISSE QUE VÍTIMA DE 9 ANOS ERA COMO UMA FILHA PARA ELE - MS URGENTE BAND O Maior Picareta do Brasil - Marcelo Nascimento da Rocha – YouTube Pastor é Preso - Pedofilia - Tubarão - SC - Unisul Tv – 2011 Pedófilo é preso no Guamá Pedrinho Matador (Completo) September 11th Video Tribute TED BUNDY - MENTES DIABÓLICAS #9 Tem gente que enfia cada coisa... Furico li furico la!!! TESTE DE PERCEPO LEGENDADO Torre de celular Um dia de furia Hamburger - YouTube Referências Almeida, R. M. M., Pasa, G. G., & Scheffer, M. (2009). Álcool e violência em homens e mulheres. Psicologia: Reflexão e Crítica, 22(2), 252-260. Alvarez, F. V., & Gussi, E H. B. (2005). A imputabilidade dos serial killers. Intertem@s, 9(9), s/p. Amendola, M. F. Mesa: “Laudos, Pareceres Psicológicos e a Participação do Assistente Técnico”. Texto apresentado no 7º Encontro de Psicólogos Jurídicos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Serviço de Apoio aos Psicólogos do Corregedoria Geral de Justiça, novembro de 2006. Disponível em www.canalpsi.psc.br/artigos/artigo09.htm. Acessadosegunda-feira, 17 de Março de 114. American Psychiatric Association (2002). DSM-IV-TR: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. (tradução) Claudia Dornelles. 4.ed. Texto revisado. São Paulo, Artmed. Referências Androvandi, C. Serafini, A. J., Trentini, C. M., &Coelho, E. (2007). Imputabilidade penal, capacidade cognitiva e instrumentos de medida psicológica. Revista Psicologia em Foco, 1(1), 49-62. Brandimiller, P. A. (1996). Perícia judicial em acidentes e doenças do trabalho. São Paulo: SENAC. Casoy, I. (2004). Serial Killer: Louco ou cruel. 6. ed. São Paulo: Madras. Chaloult, L. (1971). Une nouvelle classification des drogues toxicomanogènes. Toxicomanies, 4(4), 371-375. Cordioli, A. V., Zimmermann, H. H., & Kessler, F. (s/d) Rotina de Avaliação do Estado Mental. Disponível em: http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/Avalia%C3%A7%C3%A3o%20%20do%2 0Estado%20Mental.pdf. Acessado em 18/03/2014. Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed. De Leo, G., Scali, M., Cuzzocrea, V., Giannini, M., & Lepri, G. L. (2000). Psicologia invstigativa: uma nuova sfida della psicologia giuriica. Rassegna Italiana di Criminologia, 3(4), 367-389. Disposti, V. A. (2011). Criminologia: Transtornos neursopsíquicos e imputabilidade penal. Revista da Faculdade de Direito da UERJ, 1(19). Referências Hauck Filho, N. Teixeira, M. A., & Dias, A. C. (2009). Psicopatia: o construto e sua avaliação. Avaliação Psicológica, 8(3), 337-346. Huss, M. T. (2011). Psicologia forense: Pesquisa, prática clínica e aplicações. Porto Alegre: Artmed. Galduróz, J. C. F., & Caetano, R. (2004). Epidemiologia do uso de álcool no Brasil. Revista Brasileira de Psiquiatria, 26(supl. II), 3-6. Lago, V. M. (2013). Polígrafo. Extraído de material não-publicado apresentado aos alunos do curso de Especialização em Avaliação Psicológica, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Leal, L. M. (2008). Psicologia jurídica: História, ramificações e áreas de atuação. Diversa, 1(2), 171-185. Martins, M. C., & Pillon, S. C. (2008). A relação entre a iniciação do uso de drogas e o primeiro ato infracional entre os adolescentes em conflito com a lei. Cadernos de Saúde Pública, 24(50, 1112-1120. Negro Junior, P. J., Palladino-Negro, P., & Louzã, M. R. (1999). Dissociação e transtornos dissociativos: modelos teóricos. Revista Brasileira de Psiquiatria, 21(4), 239-248. Organização Mundial da Saúde. (1997). CID-10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10a rev. São Paulo: Universidade de São Paulo. Peres, M. F., & Filho, A. N. (2002). A doença mental no direito penal brasileiro: inimputabilidade, irresponsabilidade, periculosidade e medida de segurança. História, Ciências, Saúde, 9(2), 335-355. Referências Pinatel, J. (1991) Criminologie clinique et personnalité criminelle. In Cario & Favard (Eds), La personnalité criminelle,. 187-197. Pinatel, J. (1963). Criminologie – Tome III: Traité de Droit Pénal et de Criminologie. Paris: Dalloz. Reis, L. N., Pereira, S. S., Cardoso, L., Gherardi-Donato, E. C. S. (2013). Transtornos Mentais Orgânicos em um Ambulatório de Saúde Mental Brasileiro. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, 9, 48-53. Serbena, C. A., & Raffaelli, R. (2003). Psicologia como disciplina científica e discurso sobre a alma: problemas epistemológicos e ideológicos. Psicologia em Estudo, 8(1), 31-37. Serafim, A. P., Saffi, F., Rigonatti, S. P., Casoy, I., & Barros, D. M. (2009). Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de crianças. Revista de Psiquiatria Clínica, 36(3), 105- 111. Silva, R. C. B. (2006). Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP, 17(4), 263-285. Spadano, L. E. F. A. (2004). A complexidade do terrorismo transnacional contemporâneo. Fronteira, 3(5), 63-81. Teixeira, E. H., Pereira, M. C., Rigacci, R., & Dalgalarrondo, P. (2007). Esquizofrenia, psicopatologia e crime violento: uma revisão das evidências empíricas. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 56(2), 127-133. Tófoli, L. F. F., & Andrade, L. H. S. G. (2007). Transtornos somatoformes. In M. R Louzã Neto, & Elkis, H. (Eds). Psiquiatria Básica(Capítulo 20, pp. 272-284). 2. ed. Porto Alegre: Artmed. Walsh, A., & Wu, H-H. (2008). Differentiating antisocial personality disorder, psychopathy, and sociopathy: evolutionary, genetic, neurological, and sociological considerations. Criminal Justice Studies: A Critical Journal of Crime, Law and Society, 21(2), 135-152. Valença, A. M., & Moraes, T. M. (2006). Relação entre homicídio e transtornos mentais. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28(supl. II), S62-S68.
Compartilhar