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APOSTILA DA DIDÁTICA DO HANDEBOL

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAZONAS
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
DIADÁTICA DO HANDEBOL
Manaus - 2015
DIDÁTICA DO HANDEBOL
AUTOR:
ODIVALDO DE SOUZA MARQUES
RANIERE PEREIRA PARENTE
 
SUMÁRIO
Introdução
Orientações para estudo
Ementa
Objetivos de ensino-aprendizagem
1. UNIDADE 1 – A Origem e o desenvolvimento do handebol
 1.1. Historia do handebol no mundo
 1.2. Historia do handebol no Brasil
 1.3. Historia do handebol no Amazonas
2. UNIDADE 2 – A Caracterização do Handebol e Considerações Básicas para o Ensino
	2.1. 	Características do jogo de handebol
2.2.	Pressupostos teóricos para o ensino dos jogos desportivos coletivos	
	2.3. O mini-handebol
	2.4.	O handebol adaptado para a terceira idade
3.	UNIDADE 3 - A Fundamentação técnica-tática do jogo de handebol
3.1. 	As ações técnico-táticas individuais ofensivas: Posição de base, deslocamentos, Empunhadura da bola, Passe, recepção, o drible, Mudança de direção utilizando o drible, os arremessos, as fintas, o desmarque.
3.2. 	As ações técnico-táticas individuais defensivas: posição básica, os deslocamentos defensivos, o encaixe defensivo (tomada de marcação), a interceptação da bola, A dissua- ssão, o bloqueio defensivo, o desarme.
3.3. 	A tática coletiva ofensiva: O engajamento (Progressões sucessivas / o jogo do par e ímpar), Os cruzamentos, o passe e entra (tabela), as cortinas, os bloqueios ofensivos, ponte aérea (flying);
3.4	A tática coletiva defensiva: A basculação, A defesa em duas linhas, coberturas, troca de marcação, deslizamento, contrabloqueio;
Situações ofensivas e defensivas em inferioridade numérica
A formação e o jogo do goleiro: A análise do posto específico, posicionamento básico, situação do goleiro em relação à distância da trave e dos arremessos, deslocamentos do goleiro, as paradas (intervenções), a tática do goleiro.
4.	UNIDADE 4 – Os Sistemas e as fases do jogo de handebol.
Os sistemas de jogo ofensivo: 3x3, 3x3 com dois pivôs, 3x3 para 2x4, 2x4.
Os sistemas de jogo defensivo: 
Individual: meia quadra e quadra toda
Por zona: 3:3, 3:2:1, 4:2, 5:1, 6:0
Mista: 5+1, 4+2
As fases do ataque: contra ataque individual (primeira onda), contra ataque sustentado, organização ofensiva.
As fases da defesa: equilíbrio defensivo, pressão no homem da bola e marcação da linha de passe, ocupação de postos específicos, organização defensiva.
UNIDADE 5 – A Regulamentação do jogo de handebol
	5.1	As regras do jogo de handebol
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
ANEXO – Estrutura Funcional dos Jogos Esportivos coletivos
INTRODUÇÃO
Estamos desenvolvendo este trabalho para orientar os profissionais da área de educação física, que trabalham com o desporto escolar, mais especificamente o handebol, de uma forma simples e objetiva, trazendo um conteúdo moderno dentro da modalidade. Os textos são claros e de fácil assimilação, todos distribuídos de uma forma hierárquica, para o aprendizado. 
O handebol se manifesta de diferentes formas, a sua compreensão e interpretação, depende da etapa evolutiva de seu praticante, que vai desde a prática de um jogo desorganizado até chegar ao jogo de alta complexidade. Assim o processo de ensino deve ser pedagógico e coerente, onde será necessário desenvolver uma série de etapas de aprendizado. Desta forma, o processo de aprendizagem deve respeitar a identidade biológica, psicológica e social do aluno. Em hipótese alguma devemos criar modelos de adultos, pois podemos levar a frustrações e consequentemente afastamento de seus praticantes.
Sendo o aprendizado de qualquer modalidade esportiva coletiva mais eficaz, à medida que o processo treinamento-aprendizagem está mais próximo à realidade do jogo, todas as atividades desenvolvidas nesta edição, estão distribuídas de uma forma para que os profissionais alcancem bons resultados utilizando-se desta ferramenta. Buscamos dirigir essas atividades de forma tal que o aluno tenha uma vivência maior para jogo, oportunizando, aos mesmos, uma gama diversificada de experiências de ações técnico-táticas, que lhes permitirão um desenvolvimento mais global da modalidade. Devemos ressaltar que, dessa forma, não estaremos quebrando etapas de desenvolvimento, pois estaremos preocupados em apresentar conteúdos que respeitem a individualidade de cada aluno, bem como suas características de desenvolvimento.
A experiência com a modalidade, época como atleta e época como treinador, fez com que os autores desenvolvessem os textos com os conteúdos mais efetivos para o aprendizado-treinamento. Sendo assim, procuramos realizar todo o trabalho em cinco unidades, a primeira fala sobre o histórico do handebol no mundo, no Brasil e no Amazonas, já a segunda, trata sobre a caracterização do jogo de handebol, mostrando inclusive as adaptações que são necessárias para o desenvolvimento na terceira idade. A terceira, fala sobre toda a condição técnica do jogador, a quarta, visa o desenvolvimento tático dos jogadores e as fases do jogo com a descrição dos principais sistemas do jogo e finalizamos apresentando na quinta unidade as principais regras da modalidade.
Estes conteúdos serão descritos de uma forma que os professores orientadores tenham condições de aplicá-los. Esses devem estar cientes de que todo trabalho técnico não deve ser orientado de forma fechada e sim buscando sempre a condição tática básica (capacidade cognitiva), ou seja, a concepção do jogo em si, para uma melhor fixação das atividades, orientando-os para o desenvolvimento do jogo na sua mais plena realidade.
Orientações para estudo
Prezado aluno, estamos apresentamos este trabalho, para que você possa encontrar subsídios para desenvolver suas aulas de uma forma consciente e coerente. Todo o texto está descrito com uma linguagem de fácil assimilação, entretanto, qualquer dificuldade estaremos à disposição, para consultas e demais intervenções, para facilitar sua compreensão. As atividades de cada conteúdo estão dispostas também em vídeos, desta forma acreditamos que você terá mais condições de observar os detalhes dessas atividades em questão.
Orientamos a todos que não se acomodem com as informações obtidas aqui neste texto, busquem mais, explorem toda e qualquer informação que vá enriquecer seu conhecimento. Estaremos disponibilizando também links da internet, para que você possa navegar e aprimorar sua assimilação na modalidade.
Prezado aluno, se você tiver dúvidas, estas deverão ser postadas no chat, como também nos e-mails enviados pelos professores, desta forma teremos condições de orientá-los de forma mais eficaz. Procure Ler todos os textos auxiliares que enviamos a você. Para finalizar, é importante que você procure se aplicar para conhecer as características e a concepção da modalidade em si, desta forma você mesmo encontrará as respostas dos seus problemas durante a sua prática diária.
Ementa
	A origem e o desenvolvimento do handebol no mundo, Brasil e Amazonas. A caracterização do jogo de handebol e considerações básicas para o ensino. A fundamentação técnico-tática ofensiva e defensiva do jogo de handebol. As fases do jogo de handebol. Os sistemas de jogo. A regulamentação do jogo
Objetivo Geral
Aplicar os fundamentos teórico-práticos, sobre os diversos elementos básicos para a prática do handebol, assim como, sobre o processo ensino aprendizagem da dinâmica do jogo para a utilização destes elementos em situações de ensino e treinamento, como também, possibilitar, ao mesmo, condições para ministrar aulas, com conteúdos devidamente adequados a clientela, utilizando a modalidade como processo de desenvolvimento motor com uma visão crítica consciente, contribuindo para o desenvolvimento do ensino através da pesquisa e da extensão.
Objetivos Específicos:
Aplicaros conhecimentos da história e importância do handebol dentro da atividade física;
Definir os conceitos e terminologias mais utilizadas na modalidade;
Demonstrar de forma simplificada, as variações da modalidade handebol, como o mini-handebol e a adaptação da modalidade para a terceira idade;
Conhecer e aplicar os processos pedagógicos da aprendizagem motora;
Relacionar os processos metodológicos com a fundamentação básica do handebol para a utilização na pratica diária;
Descrever os principais fundamentos técnicos e táticos, individuais e coletivos;
Demonstrar os principais sistemas ofensivos e defensivos;
Criar, estimular e desenvolver conceitos relacionados a preparação de goleiros de handebol;
Conhecer e aplicar a regulamentação básica da modalidade, bem como, as regras que a regulamentam;
Incentivar a prática da pesquisa através dos conceitos desenvolvidos na disciplina.
Unidade 1 – A Origem, desenvolvimento do handebol no Mundo, no Brasil e no Amazonas.
1.1. História do handebol no mundo 
O handebol tem sua história associada à história da prática do desporto utilizando as mãos que acompanham o homem há bastante tempo. Segundo Homero na “Odisséia“ na antiga Grécia se praticava um jogo com as mãos, conhecido como jogo da Ucrânia, em que se utilizava uma bola do tamanho de uma maçã e que seus participantes não poderiam deixá-la tocar o chão. Na antiga Roma, um médico chamado Cláudio Galeno, recomendava para seus pacientes, uma atividade com as mãos denominada “Haspaton”. Na França, Rabelais citava (1494-1533) citava um desporto que o denominavam de “esprés jouaiant à balle, à Le paume”. Durante a idade média os jogos de bola com as mãos eram praticados principalmente na corte, estes jogos eram batizados pelos trovadores de “Os primeiros Jogos de Verão”. 
A história do handebol moderno, segundo alguns pesquisadores, inicia principalmente no final do século passado. Em (1892), um prof. de ginástica, Konrad Koch, criou o “Raffballs pied”, com características muito parecidas com o atual handebol. Na mesma época, na antiga Tchecoslováquia, praticava-se um jogo similar denominado de “Hazena” e sua primeira regulamentação apareceu em 1905. O professor dinamarquês Holger Nielsen, em 1898, criou um jogo com uma bola pequena que o chamou de “Haandbold”, cujo objetivo era fazer gols em uma baliza de maneira semelhante ao futebol. Anos mais tarde este jogo também era praticado na Suécia, com a ajuda de G. Wallstrom, em 1910. No período dos anos de 1907 um professor de Berlim, chamado Max Heiser, usava um jogo com suas alunas, o qual denominou de “Torball”, que era baseado em outros jogos como o Raffbold, Volkerball e o Koreball. Quando os homens começaram a praticá-lo, as dimensões foram aumentadas para as medidas do futebol. Alguns pesquisadores aprovam que Heiser foi o pai do handebol. Alguns anos mais tarde, um compatriota de Heiser, Carl Schelez, criava o “Handball”, inspirado principalmente no futebol. As regras eram as mesmas, porém jogadas com as mãos. Após a Primeira Guerra este jogo passa a ser mais desenvolvido. Como era treinador na Suíça, Áustria e Alemanha, Schelenz se encarrega de divulgar este esporte em toda Europa. Na Alemanha em (1920), passa a ser encarado como desporto oficial. Cinco anos mais tarde, Alemanha e Áustria fizeram o seu primeiro jogo internacional, com a vitória dos austríacos por 6x3. Apesar de todas estas informações, Uruguai, reivindica a paternidade da modalidade. Um professor de Ed. Física Antonio Valeta, criador de vários jogos nacionais uruguaios, fez uma réplica do futebol o qual chamou de balón em 1916, segundo pesquisadores alguns marinheiros visitando o Uruguai, conheceram o balón e levaram para Alemanha onde Schelez regulamentou e denominou Handball.
Como neste período o handball era regulamentado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), em agosto de 1927, o comitê de handebol desta Federação, adotaram as regra alemã como oficial, motivando para que na 25a sessão do Comitê Olímpico Internacional, realizado no mesmo ano fosse solicitado a inclusão do handebol no programa olímpico. Como crescia o número de países praticantes, o caminho foi à independência da IAAF, o que aconteceu no dia 04 de agosto de 1928, no Congresso de Amsterdã, quando 11 países escolheram o americano Avery Brudage, como membro da presidência da FIHA. O COI então decidiu em 1934 que o handebol seria incluído nas Olimpíadas de Berlim de 1936. A estréia do handebol em Olimpíadas contou com a participação de 6 (seis) dos 26 (vinte e seis) países filiados. Nesse torneio, a Alemanha sagrou-se campeã, vencendo a Áustria na final por 10x06. Dois anos mais tarde (1938), também na Alemanha foi disputado o primeiro Campeonato Mundial de Campo e de Salão.
 Com o grande crescimento do futebol com quem dividia o espaço de jogo, somando-se as dificuldades do rigoroso inverno, muitos meses de frio e neve, o handebol de campo foi paulatinamente sendo substituído pelo handebol de sete (indoor), que se mostrou mais veloz e atrativo, com técnica e tática própria e simulava as regras do Hazena que era jogado em um campo e 43m X 30m com sete jogadores em campo. Após a segunda Guerra, os dirigentes da FIHA reuniram-se em Copenhague e fundaram a atual Federação Internacional de Handebol – IHF, com sede na Suécia sob a presidência do sueco Costa Bjork. Em 1950, a sede da IHF mudou-se para Basiléia, na Suíça. Mesmo sem a participação dos alemães, os campeonatos mundiais foram reiniciados no campo em 1948 (para os homens) e em 1949 (para as mulheres). No salão, já com a participação dos Alemães, os certames foram reiniciados em 1954. Por razões climáticas, falta de espaço pela preferência do futebol e pelo reconhecimento de que era mais veloz, o handebol de salão passou a ter a preferência do público, e a modalidade passa a ser mais praticada, e em 1966 o handebol de campo deixa de existir.
 Os Campeonatos Mundiais e Olímpicos de handebol são realizados a cada quatro anos, desde 1972 no masculino e 1976 no feminino. Noruega, Dinamarca, Rússia, Hungria,Romênia, Espanha, Iuguslávia, Croácia, Suécia e Alemanha são os países que mais se destacam na Europa com o jogo de handebol. Nos outros continentes, Coréia, Argélia, Brasil e Cuba. A Europa é o grande centro do handebol no mundo, muito popular em alguns países pode ser comparado com o futebol no Brasil, lotando ginásios e levando as torcidas à euforias. A atual campeã mundial no masculino é a França e no feminino o Brasil, os campeões olímpicos são França no masculino e Noruega no feminino. 
1.2. Handebol no Brasil
No início da década de 30, vários alemães imigraram para o Brasil. Estes, talvez pela semelhança das condições climáticas, escolheram a região do sul do país para fixar moradia. Dessa forma os brasileiros desta região passaram a ter acesso à cultura, tradições folclóricas e por consequência as atividades recreativas e desportivas praticadas por estes alemães, dentre os quais aparecia o handebol de campo. Então o jogo ao chegar à cidade de São Paulo passou a ser praticado por alguns fanáticos por esporte. Em 26 de fevereiro de 1940, foi fundada a Federação Paulista de Handebol, sendo o seu primeiro presidente Otto Schemelling.
Em 1954, a Federação Paulista instituiu o I Torneio aberto de handebol. Com isso, esta modalidade passa a ser oficializada. Este torneio foi realizado em um campo improvisado do Esporte Clube Pinheiros. O handebol ficou restrito a São Paulo até a década de 60, quando o professor francês Auguste Listello em um curso realizado em Santos, na APEF-SP (Associação dos Professores de Educação Física de São Paulo), possibilitou a outros profissionais do resto do país o conhecimento didático desta modalidade e assim o handebol passa a ser difundido em outros estados.
Nesse período o handebol era administrado pela CBD-Confederação Brasileira de desporto que através de departamento da modalidade passou a organizar torneios e campeonatos brasileiros em todas as categorias e naipes.Em 1971, o MEC incluiu o handebol a sete (indoor) nos Jogos Escolares Brasileiros – JEB`S e nos Jogos Universitários Brasileiros – JUB`S. Desta forma o handebol passa a ser difundido em todo o país, com vários estados dividindo os títulos nacionais. Em 1973 a antiga CBD, realizou em Niterói – RJ, o I Campeonato Brasileiro Juvenil masculino e feminino. No ano seguinte em Fortaleza foi realizado o campeonato na categoria adulto. Em junho de 1979 é fundada a Confederação Brasileira de Handebol – CBHb, em São Paulo e o seu primeiro Presidente foi o prof. Jamil André, técnico da seleção Brasileira e professor universitário, e em 1980 é realizada a I Taça Brasil de Clubes, na cidade de São Paulo. O segundo presidente foi o prof. Teixeira, alagoano, que trabalhava na Universidade do Rio de Janeiro, que posteriormente foi transferido para Alagoas e consequentemente levou a confederação para esta cidade. O terceiro e atual presidente é o prof., Manoel Luiz, o qual possibilitou uma grande evolução do handebol tanto nacional como internacionalmente. Por falta de recursos próprios para manter a sede o prof. Manoel Luiz leva a Confederação para a cidade de Aracaju – SE onde permanece até hoje. 
 Nos Jogos Pan americanos de Winnipeg, em 1999, o Brasil fica em primeiro lugar no feminino e em segundo no masculino, em 2007 o feminino obteve a sua melhor classificação em campeonatos mundiais, ficando em sétimo lugar no mundial realizado na Rússia, superando o décimo segundo lugar no Campeonato mundial realizado na Itália em 2001. Outros resultados mostram a evolução da modalidade, como a conquista do World Games, pela equipe feminina de handebol de praia e em 2007 o Brasil conquista o Campeonato Mundial Masculino e Feminino. Em busca de melhorias para a modalidade, a Confederação Brasileira de Handebol, contrata técnicos estrangeiros para dirigirem as seleções nacionais, Morten Soubak (Dinamarca) e Jordi Ribera (Espanha) no masculino.
O melhor resultado da equipe Feminina foi o 1°Lugar no Campeonato Mundial, realizado em 2013 na Sérvia. Já no masculino ainda não conseguimos uma boa classificação, apesar da seleção nacional ter melhorado muito nos últimos anos.
 
1.3 O Handebol no Amazonas
O precursor da modalidade no Amazonas foi o empresário Edgar Monteiro de Paula Filho. Em 1966, ainda como atleta de voleibol, jogando pelo Esporte Clube Pinheiros, o empresário teve o primeiro contato com a modalidade, através de algumas atividades recreativas realizadas por esse conceituado clube. Nessa época, o clube Pinheiros era o atual campeão paulista de handebol.
Monteiro de Paula encantou-se com esta modalidade esportiva e após assimilar o jogo, trouxe-o a Manaus com algumas noções de regras. Aqui na cidade, reuniu alguns desportistas, inclusive seus irmãos, Evandro e Eduardo Monteiro de Paula o (Dudu) e passaram a praticar este esporte, aparecendo assim, as primeiras manifestações do handebol em Manaus.
O empresário Edgar Monteiro de Paula manteve contato com os dirigentes do Atlético Rio Negro Clube e solicitou-lhes que fosse incluído na programação da semana “rionegrina”, um jogo de apresentação de handebol. Para que o evento fosse realizado, atletas de voleibol e basquete do Rio Negro e do Olímpico Clube foram convocados para formação dos times. O jogo foi realizado às 10h da manhã na quadra de cimento do Atlético Rio Negro Clube. As táticas utilizadas neste jogo foram as do basquetebol. Os professores Waldir Oliveira e uma professora de educação física de São Paulo, que se encontrava em Manaus na época, foram os árbitros da partida. Participaram deste evento os seguintes jogadores: 
Pelo Rio Negro: Cláudio (Pavão), Marck Clarck, Thales Verçosa, Alciberto Tabasa, Delbanor (Delba), Cláudio (irmão do Delbanor), Antonio Carlos (Tonheca), Paulo Ney, Pauderley e Pauderney Avelino e Rômulo de Paula Nunes.
Pelo Olímpico: Edgar Monteiro de Paula Filho, Evandro Monteiro de Paula, Eduardo José Cavalcante Monteiro de Paula (Dudu), Samuel Ranan, os irmãos Nelson e Isaac, Shirioshi Myamoto e Mario Jorge Bringuel.
Segundo o empresário Edgar Monteiro de Paula Filho, este jogo foi marcado por dois grandes acontecimentos, primeiro o excessivo número de gols e segundo o alto grau de pancadaria, por ser um jogo de contato e por não ter regras bem estabelecidas, propiciava uma grande quantidade de choques e empurrões, mas sem que isso desencadeasse algum conflito de maior gravidade. Os primeiros movimentos do handebol como competição oficial e também como em equipes deram-se no âmbito universitário com destaque para as equipes de Engenharia, Medicina e a Faculdade de Filosofia. Como na época era permitido aos universitários participarem de várias modalidades nas competições, o handebol foi rapidamente aceito pela comunidade universitária, emergindo dessa forma valores individuais como no caso dos irmãos Edgar Monteiro e Eduardo Monteiro de Paula, os únicos nesse período que realizavam arremessos com queda. A primeira partida oficial realizada no Amazonas foi entre as equipes da Faculdade de Engenharia e a Faculdade de Ciências Econômicas, no Olímpico Clube, no dia 16 de Maio de 1971, cujo placar foi de 20X10 para Engenharia, atuaram como árbitros os professores João Oliveira e Almir Liberato. Os destaques da competição foram o atleta Edgar Monteiro de Paula que fez dez gols e seu irmão Evandro Monteiro de Paula que fez quatro, representando as equipe da Engenharia e Economia respectivamente. O handebol amazonense teve sua ascensão com a criação da Escola de Educação física da Universidade Federal do Amazonas em 1970 e a promoção de cursos pelo Ministério da Educação por meio da Seed/MEC. O primeiro curso destinado aos acadêmicos do Curso de Educação Física, leigos e professores de outros Estados, foi ministrado pelo professor Jorge Maria Teixeira. Podemos destacar três participantes desse curso que foram os pioneiros no desenvolvimento do esporte em nível escolar, Antônio Sérgio da Costa, Dimas Henrique de Souza e Walmir Prado de Alencar, que em 1971 sagrou-se campeão e vice-campeão, no masculino e feminino respectivamente, como técnico da equipe do Colégio Marquês de Santa Cruz, iniciando sua carreira de sucesso no handebol do Amazonas.
Neste período, outros professores destacaram-se pelo desenvolvimento da modalidade no Estado. Podemos citar os professores Almir Liberato, José Alves Barbosa, Carlos Mestrinho, Jorge Gadelha, Sebastião Correa da Silva, Bosco Pinto e Raimundo Inácio irmãos que foram convocados para a seleção brasileira de handebol. Os atletas a seguir são os que atuaram na seleção nacional. No masculino destacamos: Mário Fernandes da Costa Júnior, Lúcio Mauro, Antônio Marcos e Paulo césar Alencar. Os atletas Odivaldo Marques, André Nina e Cláudio César, Margareth Monteiro, Rita Moraes e Leiliane Albuquerque, Deborah Silva, Diene Martins e Lene Albuquerque, tiveram destaque em competições nacionais no masculino e feminino respectivamente. Vale ressaltar que os atletas Odivaldo de Souza Marques e Jose NIldemar Alves de Oliveira, foram convocados para a seleção Brasileira de Beach handebol e o Atleta Antonio Marcos andrade da Costa foi convocado, para a mesma seleção, em 1999. 
Em 1976, o Amazonas consagra-se Campeão Brasileiro no naipe feminino, ao vencer Minas Gerais pelo o placar de 14x06. Foram atletas da partida, Marinete Perdigão, Regina Pinto, Inis de Araújo, Mara de Abreu, Maria Luiza da Silva, Clara Pantoja, Marilene Maia, Necy Suwa, Dina Silva, Rosairina Fereira, Socorro Auzier que foi a atleta destaque nessa competição fazendo 82 gols e eleita atleta padrão nesse ano.
Atualmente o handebol do Amazonas é gerenciado pela Liga do Handebol do Amazonas (LIHAM), a qual realiza competições em todas as categorias e naipes. O Amazonas participa de algumas competições nacionais. A de maior expressão para os amazonenses foi a Taça Amazônica na qual ganhou cinco das seis edições mais atuais. Apesar de o handebol ser uma modalidade relativamente nova já se popularizou na cidade, pois é a segundamodalidade em número de participante nos jogos escolares do Amazonas – JEB`S, ficando atrás somente do Futsal.
ATIDADES COMPLEMENTARES
Faça um resumo desta unidade;
Leia o livro da professora Assislene Mota, como título “O significado sócio histórico do handebol no Amazonas;
Faça uma pesquisa sobre o desenvolvimento do handebol no seu município
UNIDADE 2 – Caracterização do handebol e Considerações Básicas de Ensino
2.1 Características do jogo
	O handebol pode ser caracterizado como um jogo esportivo coletivo, praticado em um espaço específico, apresentando uma interação entre seus praticantes, com relações e inter-relações coerentes e consequentes, com objetivos convencionados e funções específicas definidas (Guia, Ferreira e Peixoto, 2004). 
Esta modalidade permite aos seus praticantes desenvolverem ações individuais, em grupo e coletivas direcionadas a uma meta, que deve ser atacada ou defendida pelos seus companheiros de equipe. O handebol apresenta uma interação ataque-defesa, na qual se apoia a estrutura funcional que destaca a reação espaço-temporal, relações entre colegas, adversários e bola, e as regras, limitando e condicionando essa interação.
	No handebol, o comportamento dos atletas se fundamenta nos princípios do jogo, que podem ser conforme a fase ofensiva, onde se ocupa em conservar a posse da bola, progredir até o alvo e por último, buscar a finalização; e defensiva que se baseia em recuperar a posse da bola, evitar a progressão do adversário e evitar a finalização do adversário. Os conteúdos e ações acontecem em um contexto de elevada variabilidade, imprevisibilidade e aleatoriedade, o que dificulta sua antecipação e, paralelamente, exige dos atletas uma permanente atitude tático-estratégica (Gaya, 2004).
	Os esportes de cooperação\oposição são aqueles nos quais as ações de jogo são produtos das interações entre os participantes, realizadas de maneira que uma equipe coopere entre si para se opor a outra que atua também em cooperação e que, por sua vez, se opõe a equipe adversária (Greco Apud Moreno, 1994). 
O Handebol é um desporto que tem uma forte associação entre os adversários, com características comuns e uma série de condicionantes que o diferenciam de outros desportos e que marcam suas possibilidades de desenvolvimento. Apresentaremos aqui os principais elementos que o diferenciam de outras modalidades.
2.1.1 A Bola
Trata-se de um material de couro com uma dimensão pequena (entre 54 e 60 cm de diâmetro) cuja principal característica é que possibilite ao seu praticante o manejo eficaz e seguro de todos os elementos técnicos, só com uma das mãos.
2.1.2 O Terreno de jogo
É um retângulo de 40m X 20m, que permite se jogar a bola de uma extremidade a outra do campo em todos os sentidos e direções com uma só ação de passe. Possui linhas limítrofes com 5 cm de largura, as quais dividem as zonas de jogo como: área de goleiro (6 metros) linha de 4 metros, linha de sete metros, linha tracejada ou primeira linha (9 metros) e linha central. Na área de seis metros existe um linha de gol, que fica na posição da baliza, que possui 8 cm.
2.1.3 Área de gol
É um espaço que praticamente tem uma forma de um semicírculo de 6 metros de raio, que é para uso exclusivo do goleiro, não permitindo que outro jogador utilize este espaço. Esta área condiciona a forma de jogar o desporto.
2.1.4 A Baliza
Mede 3 metros de largura por 2 metros de altura na sua parte interna. Defendida diretamente pelo goleiro.
2.1.5 O Gol
Elemento de pontuação para ganhar ou perder uma partida. É validado quando a bola ultrapassa completamente a linha de gol.
2.1.6 Duração da partida
Cada partida distribui-se em 2 (dois) meio tempos de 25 ou 30 min, dependendo da categoria, com um intervalo de 10 min. Durante o jogo somente para-se o tempo (time-out) em circunstâncias necessárias como: lesões de jogador, bola muito tempo fora da área de jogo etc. E quando o árbitro achar necessário.
2.1.7 Número de jogadores
Importante elemento, pois dele depende a distribuição dos jogadores no terreno de jogo. Estes ocupam diferentes zonas na quadra (postos específicos) tanto na defesa quanto no ataque, dependendo das suas características físicas e técnicas. O número de jogadores é composto basicamente de 07 jogadores em quadra, em que um é caracterizado de goleiro, e 05 jogadores substitutos (reservas).
2.1.8 Substituição dos jogadores
Pode ser feita sem aviso aos árbitros e sem interrupção do jogo. Esta forma de substituição sem dúvida é uma das maiores opções de especializações em determinadas funções e também dá uma maior variação ao jogo.
2.1.9 O Uso da bola
Para este elemento devemos destacar algumas questões básicas:
Ao progredir driblando a bola não se deve segurar a bola e depois voltar a driblar (duplo drible);
Dar no máximo três passos com a bola parada na mão;
Não é permitido arrancar a bola a bola do adversário quando ele tem a mesma dominada;
Não é permitido tocar a bola com nenhuma parte do corpo abaixo do joelho. 
O Comportamento com o adversário
O adversário é um colaborador determinante para o processo de aprendizagem, somente com sua ajuda é que poderemos ter êxito em todo desenvolvimento da modalidade e executar as características básicas do desporto coletivo no que está relacionado à aposição e colaboração. Por este motivo devemos lembrar que em hipótese alguma, nas ações defensivas ou ofensivas, poderemos colocar em risco a integridade física ou moral de nossos adversários. É relevante citar algumas considerações como: 
 Só é permitido impedir a passagem do adversário com o tronco sem utilizar os braços e as pernas;
 Todas as ações defensivas que visem somente o corpo do adversário, não evidenciando claramente a bola, são punidas com as sanções disciplinares (advertência, exclusões, desqualificações e expulsões).
2.1.11 A Essência do jogo
Sabemos que o objetivo final do handebol é conseguir fazer gol, mas na prática existe um objetivo prévio que é conseguir uma posição e uma situação idônea que permita e facilitem alcançar o gol. Enquanto a defesa tenta impedir as possibilidades do ataque, o ataque busca intenções técnicas-táticas para sobrepor a defesa. Estas oposições nas missões a desempenhar, levam aos jogadores uma luta constante para conseguir a ocupação de espaços eficazes e isto, demonstra toda a excelência do jogo, o que determina toda a forma de jogar na atualidade e que marca toda a evolução técnica e estratégica deste esporte. 
Pressupostos Teóricos para o ensino dos Jogos Desportivos Coletivos
Após alguns anos de experiência com desporto escolar e falando especificamente do handebol, procuramos nesse trabalho trazer algumas informações que achamos importante para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem dessa modalidade esportiva. Sendo um desporto de fácil aceitação e bastante popularidade o que nos preocupa é a forma como estão sendo desenvolvidos os programas de treinamento para a iniciação. Percebemos em alguns casos, que os trabalhos não priorizam as necessidades dos alunos e muito menos se preocupam com as fases de maturação em que estes se encontram, copiando, muitas vezes, as atividades oriundas dos treinamentos das categorias adultas de alto rendimento. O que propomos é que as atividades sejam desenvolvidas buscando o aprimoramento cognitivo (conhecimento tático) e deixando para outra etapa, as exigências técnicas de execução (o como fazer). Trata-se de uma metodologia que dará condições, a seus praticantes, de um aprendizado mais significativo, pois realizando atividades adequadas para seu nível de maturação e principalmente que expressem a realidade do jogo, os mesmos farão descobertas gradativas e orientadas, que poderão solucionar problemas dando importância para os processos de percepção e tomada de decisão. O que é apresentado atualmente nas escolas de iniciação esportiva, é uma pedagogia cujas atividades propostas apresentam procedimentos diretivos como a demonstração e a repetição,possuem pouca ou nenhuma relação com as aspirações e interesses dos alunos, os treinamentos possibilitam pouca alusão ao lúdico, a espontaneidade, a liberdade física e principalmente a improvisação. O professor sempre adota um papel de único condutor, animador e controlador tornando-se o centro do processo de ensino, atitudes que são consideradas por vários pedagogos fatores de limitações no desenvolvimento de ensino. 
Sempre existiu uma polêmica por parte dos profissionais da área de educação física, sobre o trabalho de iniciação desportiva nas escolas, principalmente no que está relacionado às regras ou parâmetros que subsidiem este programa de trabalho. A educação física é tomada constantemente como sinônimo de esporte e, seus protagonistas (professores-alunos/técnicos-atletas) tendem, também a serem incluídos nessa prerrogativa mal esclarecida. De forma que o professor de educação física acaba tendo que assumir o papel do técnico desportivo devido a essa indefinição (OLIVEIRA, 1985).
É importante salientar também que, as discrepâncias apresentadas nos rendimentos ou desempenho motores entre meninos e meninas em idade escolar não podem ser explicadas pelas diferenças anatômicas e fisiológicas e sim levar em consideração todo contexto social do papel das diferenças sexuais. Para JIMÉNEZ (1989), os padrões culturais consideram a mulher como dependente, passiva, frágil, não agressiva e emocional; enquanto que o homem é considerado independente, ativo, agressivo, forte resistente e, emocionalmente controlado. Todos estes valores são pautados desde muito cedo, através dos pais e acabam gerando papéis sociais diferenciados que são reforçados continuamente pela sociedade. 
Segundo PIAGET (1980), o professor que tem como objetivo conduzir com segurança a aprendizagem dos seus alunos deve atentar que o conhecimento não deve ser dado às crianças, e sim descoberto e reconstruído através das atividades, com o tempo suficiente para haver a assimilação e para que os processos mentais o acomodem para serem utilizados posteriormente, desta forma deve haver um planejamento criterioso com ações concretas e coerentes de atuação pedagógica e alertar para os resultados rápidos no que tange à obtenção de performances desportivas.
Para melhor desenvolvermos as atividades de iniciação desportivas, devemos atentar para as características psicossociais direcionadas para a aprendizagem, apresentadas pelos jovens nas distintas fases de crescimento, desenvolvimento e maturação, visto que desta forma poderemos planejar de forma mais coerente e conseqüentemente diminuindo as possibilidades do erro.
PIAGET (1980) afirma que as crianças de 7/8 anos encontram-se aptas para aprendizagem inicial dos desportos, pois já participam de atividades que utilizam regras, porém ainda não apresentam padrões bem definidos para o jogo coletivo e competição. Isso determina que os jogos coletivos, nessa faixa etária, exercem um fascínio na criança muito mais pelo prazer da atividade (competição) e da coletividade (estar junto) do que pelo próprio jogo (regras e tática), isso é justificado pelo fato das crianças de 7/8 anos apresentarem alguns comportamentos característicos relacionados a este grupo, como por exemplo: estarem voltadas para si próprias (egocentrismo) esta não joga contra o outro, e sim para si mesma, bem como, demonstrarem interesse pela bola (objeto de prazer nessa faixa etária) na qual o aluno tem esse material como fator de desmotivação ou motivação, dependendo de sua posse, aglutinação em torno da bola, independentemente se está na situação de ataque ou de defesa, monopolização da bola, até sua perda, sem que isso cause qualquer tipo de constrangimento pelo prejuízo da equipe. Ciente disso o professor deve estar atento quanto às atividades que envolvem a formação de grupos, pois essas ações grupais, essenciais para o jogo coletivo, poderão não atingir seu objetivo. Por volta dos 09/10 anos há uma diminuição desse egocentrismo por parte da criança, quando a partir de então começa aparecer os processos de interação com os outros alunos, através de ações coordenadas. Neste período aparece também a necessidade do indivíduo (aluno) em conectar suas idéias com a do próximo, ou seja, a criança pensa antes de agir, aparecendo os primeiros gestos de reflexão (PIAGET, 1980). Com o aprimoramento desses processos a criança passa a apresentar uma necessidade maior para socializar-se, preocupando-se em se colocar no lugar do outro, experimentando o sentimento de respeito pelo companheiro e demonstrando interesse para a participação coletiva, seja em atividades desportivas e/ou sociais. Na idade entre 10/11 anos a criança já apresenta, de uma forma bastante evidente, ações baseadas na cooperação e colaboração, demonstrando valorização moral para regras sociais. Neste aspecto o jogo assume um papel sócio-desportivo, em que seus participantes interagem. Cada um desempenha um papel pré-estabelecido a ser cumprido, quer seja adversário ou não, sendo as regras parâmetros pelas quais as ações são realizadas e julgadas. Analisando estas características as crianças têm seus adversários como oponentes e os toleram, mas no caso de seus companheiros, outros valores são incluídos nesse julgamento, dependendo do desempenho positivo ou negativo para a equipe, estes podem ser apreciados ou cobrados e até mesmo segregados. O papel do educador físico, nesse caso, torna-se importante para informar às crianças o significado das condições individuais como pressuposto e fator co-determinante do rendimento esportivo (BENTO 1989). Devemos ressaltar também que nessa faixa etária dificilmente ocorrerá assimilação através de explanações ou explicações, pois os alunos nesse período só são capazes de generalizar suas idéias a partir de ações concretas. BETTELHEIM (1988) cita outro aspecto característico nessa idade, o interesse por atividades que oportunizem a descoberta e que exijam uma dose de coragem e ousadia, para que as crianças possam experimentar suas capacidades motoras, principalmente quando desenvolvidas em ambientes coletivos, pois nessa fase se inicia o fator de comparação entre seus próximos. WEINECK (1981) afirma que apesar dessas questões afetivas, esta é uma fase excelente para aprendizagem motora. É nesta fase que o profissional deve ficar atento para que nenhum movimento executado de forma errônea seja automatizado, para principalmente evitar a perda de tempo com correções desnecessárias no processo de aprendizagem-treinamento. Nesse sentindo as atividades devem ser desenvolvidas de forma tal que priorizem a ampliação de movimentos dos fundamentos básicos dos diversos esportes coletivos, através de exercícios educativos e a instrumentalização das crianças com elementos psicossociais que permitam a socialização e as ações cooperativas em grupo, apresentadas principalmente nas atividades de jogos e brincadeiras. 
O período em que a criança apresenta significativo desenvolvimento na sua capacidade física e intelectual é apresentada na idade de 12/13 anos, quando o mesmo, começa a pensar como adulto tornando seu dialogo com o professor mais maduro e consciente. 
 O profissional deve estar atendo, pois esta fase também é caracterizada pela crítica e questionamento da autoridade, podendo o mesmo apresentar algumas divergências de idéias com pais, professores e treinadores. Mas, apesar dessa dicotomia, para os indivíduos dessa faixa etária, o estar em um grupo representa um fator bastante preponderante no seu desenvolvimento sócio-cultural, pois o jovem tem necessidade de estabelecer contato com grupos das mesmas características físicas e emocionais, criando seus espaços interativos que proporcionam oportunidades de seletividade no âmbito social, cultural e esportivo sem apresentar dificuldades de relacionamentos. É de suma importância o profissional saber que nessa idade as regras, adaptadas ou não, são seguidas à risca por todos, pois representa os limites que cada um pode chegar dentro do grupo e principalmente limitar a participaçãona atividade desportiva. 
A participação do professor na organização das atividades é importante a partir do momento que ele o faz dentro da concepção do desporto (que é de forma rígida), mas ajusta as mesmas para que haja abertura ao diálogo na formação do trabalho de exercícios desportivos, permitindo aos alunos participação efetiva nas atividades programadas, de modo a fortalecer a autonomia, da cooperação da colaboração dentro do grupo. BENTO (1989) afirma que a não observância desses fatos podem acarretar em atividades moldadas nas atividades adultas, podendo acarretar limitações no desenvolvimento da personalidade da criança. Assim as atividades nessa faixa etária devem obedecer ao aperfeiçoamento das qualidades técnico-tácticas e físicas do aluno, através de jogos nos quais o professor poderá oferecer oportunidades para o desenvolvimento corporal e intelectual do jovem/ aluno dentro do grupo, de forma tal que o ajude a resolver conflitos sem demasiada individualização.
Na visão de CORONADO (1996), para o desenvolvimento do desporto na sua fase inicial, é importante ter-se um modelo considerado compreensivo, centrado em um processo de aprendizagem e que se deve dar importância, primeiro para o desenvolvimento do pensamento tático e este seja relacionado com os elementos técnicos necessários para poder solucionar os problemas ou exigências apresentadas em cada situação de jogo. Portanto trata-se de um modelo que enfoque mais os padrões cognitivos do que os motores, partindo do planejamento de situações-problemas táticos básicos que provoquem no aluno a necessidade de aprender e utilizar novos elementos técnicos e procedimentos táticos para sua solução. 
A partir da compreensão do aluno para a resolução destas situações-problemas, o mesmo terá condições de definir a finalidade do jogo (que devo fazer?) que está relacionado com a percepção do que está sendo mostrado, para posteriormente desenvolver sua estratégia mental ou esquema de pensamentos (como posso fazer?) e posteriormente eleger e executar o elemento técnico adequado (como fazer). Desta forma acreditamos que o aprendizado será mais significativo, quando o aluno compreende o significado funcional do que está aprendendo, de uma maneira global e o mais parecido possível ao contexto real do jogo, tendo consciência do por quê? e para quê? de todos os componentes da modalidade.
Seguindo as características individuais e a do grupo, devemos desenvolver atividade que contemple o descobrimento guiado ou solução de problemas, dando ênfase aos processos de percepção e tomada de decisão. Devemos evitar o aprendizado através de atividades repetitivas, fechadas ou até mesmo com respostas mecanizadas, evidenciando principalmente aprendizagens que sejam pensadas e racionalizadas que possam ter possíveis transferências para novas situações problemas. Colaborando com esta idéia (MESQUITA, 1992), afirma que o jogo desportivo coletivo, no nosso caso o handebol, constitui um meio de formação por excelência, pois dá ao seu praticante um desenvolvimento de competência em vários planos como o técnico, tático-cognitivo e o sócio-efetivo, do qual ainda podemos ressaltar dois aspectos preponderantes nessa atividade:
Apelo à Cooperação – baseado na unificação de ações para vencer a oposição da equipe adversária. Para tal devemos desenvolver nos praticantes o espírito de colaboração e ajuda mútua, permitindo, também que os mesmos expressem suas individualidades e simultaneamente aprendam a doutrinar seus interesses pessoais em relação aos interesses do grupo que devem estar em evidência.
Apelo à Inteligência – baseado na capacidade do indivíduo (aluno) de adaptar-se a novas situações, ou seja, resolver problemas ocasionados pelas ações adversárias que são consideradas aleatórias e diversificadas.
Na prática das atividades desportivas, o profissional deve entender que em uma situação de oposição aparece uma situação-problema que requer o entendimento do aluno para coordenar ações com a finalidade de recuperar, conservar e fazer progredir a bola, tendo como finalidade marcar o gol ou ponto. A partir desse entendimento aparecem outros três problemas que são inerentes ao:
Plano espacial –
No ataque- com o objetivo de utilizar a bola para sobrepor aos adversários;
Na defesa – criar obstáculos com o objetivo de criar problemas para a equipe adversária com o intuito de recuperar a posse de bola.
Plano da informação – criar incertezas para a equipe adversária relacionada às alternativas do companheiro de posse da bola;
Plano da organização – Problemas de transição do projeto individual para o coletivo, colocando este último como principal objetivo. 
Acreditamos assim, que para evidenciarmos tal situação o jogo torna-se preponderante, mas não a forma única de desenvolver as habilidades motoras inerentes ao handebol, mas também fazer seus praticantes entender sua lógica, dando importância fundamental para o relacionamento jogador/bola, comunicação entre os colegas e principalmente suas relações com o adversário.
Todos os praticantes, até chegarem ao jogo formal, passam por experiências que o forçam resolver um conjunto de problemas hierarquizados, em função das estruturas dos elementos do jogo, adversários, bola, colegas, gols etc. Devido a toda essa complexidade devemos entender que o processo de ensino-aprendizagem deve ser dividido para facilitar a compreensão por parte dos alunos, buscando a todo o momento ações pedagógicas que permitam partir do fácil para o difícil e do simples para o complexo. Assim, segundo Greco (1995) o jogo deve atender etapas que correspondam a diversos tipos de relação, como descrito nas estruturas funcionais do jogo:
Eu-bola – atenção sobre a familiarização com a bola e seu controle;
Eu-bola-alvo- atenção sobre o objetivo do jogo. Finalização;
Eu-bola-adversário – combinação de habilidades. Conquista e conservação da posse da bola (1x1). Busca da finalização;
Eu-bola-colega-adversário – jogo a dois. Passe e vai (desmarcação e ruptura). Passe e segue (desmarcação de apoio). Contenção e cobertura;
Eu-bola-colegas-adversários – jogo a três. Criação e anulação de linhas de passe. Penetração e cobertura ofensiva;
Eu-bola-equipe-adversários – do jogo 3x3 ao jogo formal. Assimilação e aplicação dos princípios do jogo ofensivo e defensivo.
Podemos evidenciar que para desenvolver atividades relacionadas ao jogo, o profissional deve atentar para que eles sejam de fácil execução, de clara explicação e compreensão, de fácil e rápida organização e não exigir muitos materiais. Apesar de haver a necessidade de colocar etapas para o aprimoramento dos processos de aprendizagem não devemos descuidar daquilo que o jogo possui de primordial a cooperação, a oposição e a finalização. Os profissionais devem ter em conta que na programação das atividades devemos partir sempre daquilo que o aprendiz já sabe e consegue fazer, principalmente realizando atividades lúdicas com regras simples com espaços e números de jogadores reduzidos para facilitar as ações e principalmente possibilitar concretização de objetivos.
Para que fique mais claro, gostaríamos que ficasse evidenciado que a metodologia utilizada pelos profissionais, para o desenvolvimento da modalidade, deve ser a que permita a progressão do aprendizado com soluções abertas, oferecendo aos alunos condições para escolher as respostas mais adequadas às atividades, dentro de suas possibilidades de percepção e análises. Lembrando sempre que, com essas atividades o aluno terá o conhecimento do que estará realizando, podendo dessa forma fazer sua auto avaliação e com isso terá ferramentas para enriquecer seu aprendizado, desenvolvendo suas capacidades de pensamento tático e inteligência motriz os quais acreditamos que são fatores primordiais para a iniciação desportiva.
ESTRUTURA FUNCIONAL DO JOGOS ESPORTIVOS COLETIVOS – ALTERNATIVA DE ORGANIZAÇÃO DA AULA
								 AtaqueDefesa
	
								 Coringa
Quadro 1: Fonte: Greco, 1998
O Mini-handebol
Segundo Santos (2003), o mini-handebol é uma adaptação do handebol que objetiva adequar a prática de uma atividade motora às crianças de seis a dez anos. Pode ser considerado como uma maneira lúdica de explorar e aprimorar os movimentos, além de possibilitar experiências de características social e afetivas de cooperação e competição. Santos (2003) adverte que a dualidade entre cooperação e competição deve ser desenvolvida com cautela, para que não seja impelida a desequilíbrios no aprendizado, pois quando se evita a competição nas atividades, o aluno se sente desmotivado, por não conseguir recompensas pelos esforços pessoais, mas quando as atividades são bastante competitivas exclui muitos alunos das tarefas propostas, causando um grande problema de autoimagem e autoestima. A competição deve ser um marcador de evolução de competências, não devemos de forma alguma focar a vitória, porém os esforços e o progresso do indivíduo e do grupo devem ser evidenciados. O mini-handebol pode ser utilizado como um meio de tornar as atividades de aprendizagem do handebol formal, favoráveis para o desenvolvimento motor, cognitivo e sócio afetivo do praticante. As atividades devem ter como objetivo respostas criativas por partes dos alunos nas mais diferentes situações, então o professor deve estruturar suas aulas de maneira que sejam desafiadoras e que proporcionem novas aquisições. É importante ressaltar que o desenvolvimento humano possui etapas que devem ser respeitadas, por este motivo, o desenvolvimento esportivo é um processo de longo prazo que deve se ajustar à ordem natural da evolução da criança. Na opinião de Santos (2003), a longevidade esportiva da criança está diretamente relacionada à maneira pela qual ela é introduzida ao esporte e, principalmente, à coerência deste processo em relação a suas motivações, necessidades e seus anseios.
As regras são totalmente adaptadas à faixa etária dos praticantes, a quadra possui a dimensão de 20 metros de comprimento por 13 de largura, a bola tem entre 44 a 48 cm de diâmetro, as balizas 3 metros de largura por 1,60 a 1,80 metros de altura, o tempo de jogo é reduzido em intervalos de 10 minutos para cada tempo, mas pode haver mais variações de acordo com a organização. Cada equipe é formada por dez jogadores, meninas e meninos podem jogar no mesmo time. Normalmente são utilizados quatro jogadores de campo e um goleiro. Nas competições é aconselhável não permitir que as equipes joguem com apenas uma linha defensiva e sim duas.
Falando um pouco da história do mini-handebol, o Sr. Peter Froeschl, membro da European handeball Federation (EHF), comenta que o mini-handebol surgiu oficialmente entre os dias 27 e 30 de Junho de 1996, durante o 2nd EHF Lecturer Course, realizado em Alany, na Turquia. Porém, ressaltamos que já no ano de 1994, em Viena – Áustria, a própria European handeboll Federation (EHF), juntamente com a International Handball Federation (IHF) lançou um manual de mini-handebol. Todavia, Claus Rosembon membro da Federação Dinamarquesa de Handebol, fala que o mini-handebol é uma atividade mais antiga do que diz a própria European Handball Federation (EHF). Conta o Sr. Claus que no início dos anos 70 alguns líderes do handebol dinamarquês achavam que o esporte infelizmente estava tomando rumos indesejados. O jogo não era muito popular entre as crianças, e era difícil promover o jogo às crianças, pais e escolas.
 A partir deste fato, pessoas em diferentes lugares do país tomaram a iniciativa de desenvolver um jogo que seria mais positivo e que de alguma forma conquistasse o interesse das crianças. As experiências tiveram como ponto comum desenvolver um jogo baseado em atividades que pudessem proporcionar um desenvolvimento físico e intelectual de cada indivíduo. O jogo foi pensado para ter os princípios do jogo de handebol, mas para ser mais divertido e atraente. Os professores Erik Skovsgaard e Freddy Hansen, passaram a incentivar e coordenar juntamente com outros profissionais da área, o processo de criação do mini-handebol na Dinamarca. Em meados dos anos 70, as experiências visavam desenvolver linhas comuns para o jogo, ou seja, padronizar as diversas idéias e atividades propostas em toda Dinamarca. Então, em 1975, a Federação Dinamarquesa de Handebol fez um folder descrevendo pela primeira vez um jogo destinado a um grande número de crianças, e que tinha grande caráter lúdico e educativo. Em 12 de Dezembro de 1976 durante o intervalo de um jogo internacional de handebol masculino, uma TV Dinamarquesa transmitiu um jogo de mini-handebol com duas equipes em disputa: Hoejby SE e Gudbjerg-Oure-Gudme (GOG). Em 1977/78 a Funen’s Handball Federation and Sealand’s Handball Federation apresentaram os primeiros campeonatos de mini-handebol.
 Cada vez mais clubes viram a oportunidade de introduzir o jogo de mini-handebol, fazendo com que crianças cada vez mais novas praticassem o jogo mais cedo. No Brasil, como já dito antes, a própria Confederação Brasileira de Handebol criou o Projeto “PETROBRAS mini-hand de iniciação esportiva” no ano 2000, o qual leva a atividade para partes do país em que o handebol ainda não chegou ou precisa de incentivo para ser desenvolvido através de núcleos de mini-handebol, tudo com o objetivo de “oferecer uma oportunidade de prática esportiva formativa a crianças de comunidades de risco social, tendo como referência um esporte vencedor, que possibilita o desenvolvimento das capacidades e habilidades motoras das crianças na faixa etária de 08 a 12 anos, através de atividades lúdicas que auxiliam na formação integral do ser humano em suas relações consigo mesmo e com o mundo” (www.brasilhandebol.com.br/Projeto Mini-handebol).
2.4 O Handebol adaptado para a terceira idade
Falando um pouco do histórico dessa atividade, começaremos por citar que em 1998, na cidade de Descalvado-SP, o professor de Educação física Marcos Roberto Valentim Biazoli criou o handball adaptado para a terceira idade. Nesse mesmo ano, foi criado o Projeto Atleta Feliz na terceira idade (PAF), com programa de handball adaptado, cuja principal atividade era desenvolver treinos desta modalidade para os idosos. Logo depois órgãos como a Federação Paulista de Handball, a Confederação Brasileira de Handball e várias Instituições de Ensino Superior divulgaram para acadêmicos e profissionais de educação física esta atividade que pode fazer parte do rol de programas de treinamentos, devidamente ajustados aos idosos.
É uma atividade adaptada ao grupo etário acima de 55 anos, esta modalidade foi desenvolvida para atender às necessidades requerentes aos idosos. É um jogo coletivo com bola, praticado com as mãos, cujo objetivo principal é marcar o maior número de gols contra a equipe adversária. Cada equipe é composta por sete jogadores, sendo um goleiro, três jogadores de campo defensivo e três jogadores de campo ofensivo. Para se alcançar os objetivos do jogo os participantes deverão utilizar estratégias específicas da modalidade de uma forma dinâmica e variada de acordo com as regras do handball e com as devidas adaptações. É considerada uma atividade altamente versátil devido aos movimentos específicos da modalidade, exigidos no decorrer dos jogos. Através da sua prática o idoso poderá ser capaz de melhorar sua aptidão física, aumentando a massa muscular e melhorando sua amplitude articular. Segundo Biazoli (2004), as características dinâmicas do handball visam a atender os limites e necessidade inerentes ao corpo do idoso, em que a simples realização de seus fundamentos favorece a agradável execução de movimentos articulares e respiratórios, reforçando o sentimento de progresso e estimulando a conquista de pequenos desafios, capazes de promover a integração interpessoal e contribuir consideravelmente no combate a depressão.
Atividades Complementares
Faça um resumo dos artigos disponíveis na sua sala virtual sobre o desenvolvimento táticonos jogos esportivos coletivos
Aplicar as atividades sugeridas, sobre as estruturas funcionais dos jogos coletivos, no material em anexo ao material didático
UNIDADE 3 - Fundamentação Técnica-tática do Jogo de Handebol
3.1 As Ações Técnico-Táticas Individuais Ofensivas
	Conjunto de ações motoras que determinam a motricidade específica e especializada do jogador de handebol, que permitem realizar as funções ofensivas de forma inteligente com maior estabilidade e controle corporal durante uma partida (Coronado, 1996). É composta por:
3.1.1 Posição de Base – Postura que o jogador utiliza antes e depois de realizar qualquer tipo de ação ofensiva, facilitando, assim, a execução de uma ação posterior, a concentração e a manutenção continuada da tensão dos músculos regulada para as intervenções.
Para você realizar a postura de base, mantenha a cabeça erguida para aumentar a visão de todo terreno do jogo, o tronco deve estar ligeiramente inclinado à frente, os braços semiflexionados ao lado do tronco, flexione ligeiramente as pernas, de forma mais alta ou mais baixa de acordo com ações dinâmicas ou estáticas respectivamente, e afastadas na largura dos ombros, buscando sempre uma boa base de sustentação. 
Os erros mais frequentes dessa ação são: Braços poucos flexionados, pernas excessivamente separadas, pernas pouco flexionadas e pouca ou baixa tensão muscular.
3.1.2 Deslocamentos – Ação considerada como suporte de outras ações técnicas. Por este motivo, deve sempre ser realizada de forma equilibrada. Suas variações serão em função do jogador possuir ou não a posse da bola.
Deslocamento sem bola - Pode ser classificado em relação à direção, que poder ser para frente, para trás ou para o lado (nos deslocamentos laterais devemos evitar cruzar as pernas, dar passos muito largos e saltar, perdendo o contato com o solo), em relação à trajetória que pode ser curvilíneos ou retilíneos e combinados, por último em função da forma de execução que pode ser realizado em forma de marcha, em forma de corrida e em deslizamento. É importante salientar que o tipo de deslocamento a ser utilizado será sempre em função de se alcançar a maior eficácia, exemplo disso é quando um defensor ao invés de usar um deslocamento frontal que mais rápido para se alcançar os objetivos defensivos usa de forma errônea, um deslocamento lateral, que é mais lento.
Deslocamento com bola – Gesto técnico que depende totalmente da regulamentação da modalidade. Na prática os deslocamentos não são realizados com a bola na mão e em alguns momentos, com o objetivo de se ganhar espaços alguns passos da corrida são convertidos em saltos (Federação espanhoa de handebol, 1992). O jogador só pode dar três passos, se tiver com a bola na mão. Podemos realizar essa ação de duas formas: a primeira com os dois pés no ar, em que	o jogador ganha espaço, pois o primeiro contato com o solo não conta (ponto zero), e o segundo com um dos pés no solo que a partir daí já se conta o primeiro passo. É importante lembrar que o jogador deve evitar realizar um drible assim que receber a bola e também olhar para o chão, pois assim perderá o campo visual.
3.1.3	Empunhadura da bola – Técnica que permite a correta adaptação da bola na mão permitindo a realização de sucessivas intervenções com tranquilidade. Devemos evitar que a bola toque a palma da mão e evitar também demasiada rigidez nos dedos que estão segurando a bola.
3.1.4 Passe – Considerada uma das ações mais importantes que definem a qualidade de uma equipe, permite aos jogadores permanecer com a posse da bola, como também, deslocar a bola entre os mesmos. O passe deve ser realizado de forma precisa ao receptor com a posição mais idônea para dar continuidade a uma ação posterior. Sua intensidade dependerá da distância entre os jogadores. Pode ser realizado com salto (suspensão) e em apoio no solo. 
O passe está classificado de acordo com sua altura: podendo ser alto; clássico; intermediário; baixo e em pronação. Segundo sua direção pode ser frontal, lateral para o lado do braço executor, lateral para o lado contrário do braço executor e de recursos especiais, podendo ser ainda indireto (picado), por trás da cabeça, por trás das costas e retificado.
3.1.5 Recepção – Ação técnica de receber ou recuperar a bola. É importante levar em conta que o possível receptor não pode fixar o olhar ao passador de forma continuada e no momento da aproximação do defensor o receptor deve proteger a bola com o seu corpo. Os tipos de recepção podem ser de acordo com a altura: alta; intermediária e baixa e ainda frontal; diagonal; lateral e por trás. A recepção deve ser realizada sempre com uma flexão dos cotovelos para o amortecimento da bola.
3.1.6 O Drible – Deslocamento do jogador na quadra direcionando a bola para o chão, protegendo-a do adversário com o corpo (o corpo entre a bola e o adversário), sem a perda do controle e sem limitações de passos. Oriente os seus alunos para que os mesmos não insistam em progredir driblando, caso exista algum companheiro desmarcado com possibilidades de receber um passe. O drible recebe três classificações distintas: de acordo com um número de dribles pode ser unitário ou continuado; de acordo com a altura pode ser alto (acima do quadril) ou baixo (abaixo do quadril) e por último de acordo com a trajetória da bola pode ser vertical ou oblíquo. É importante ressaltar que ao driblar não devemos fixar demasiadamente o olhar para a bola, não usar o drible como uma ação mecanizada (driblar antes de iniciar um ciclo de passos).
3.1.7 As Mudanças de direção utilizando o drible – Ação técnica que auxilia o atacante quando necessita mudar sua direção inicial em função de uma melhor orientação para o gol ou após a superação de um oponente. É importante frisar que o jogador deve ter um bom controle de bola com as duas mãos e sempre proteger a bola com o corpo, já que nesta ação, o risco de se perder a bola é maior.
3.1.8 Os Arremessos – Ação de direcionar a bola à baliza adversária, com o objetivo de superar o goleiro e conseguir o gol. A execução técnica dos arremessos é similar à execução dos passes com o mesmo nome, sendo que o braço é projetado para trás com maior amplitude e o tronco realiza uma maior torção e com maior velocidade na execução dos arremessos. Convém enfatizar que os arremessos devem ser realizados sempre em momentos oportunos, como por exemplo, quando o jogador está só diante do goleiro, quando existe um defensor, mas existem espaços livres que permitam arremessos. Enfatizar também que os arremessos devem ser executados com rapidez com o intuito de surpreender os defensores e os goleiros e também que devem ser realizados de forma variada quanto à direção e altura sempre em função da atuação dos oponentes. Os arremessos são classificados de acordo com o armado do braço, que pode ser alto, intermediário e baixo, quanto à situação dos pés que pode ser em contato com o solo (apoio) e sem contato com o solo (com salto ou suspensão), quanto à posição final do corpo que pode ser com queda e sem queda. Podemos citar ainda os arremessos considerados de recursos (especiais) de vaselina, por trás, efeito picado e sete metros.
3.1.9 As Fintas – É o ato motor que o jogador realiza com a bola para superar o defensor. Promove uma ação prévia para ludibriar seu marcador e em seguida, aproveita a dúvida do mesmo para realizar uma ação de vantagem ofensiva. É muito importante que a ação inicial represente um perigo claro para o oponente, do contrário a finta não terá o efeito desejado. As fintas são classificadas de acordo com a sua natureza de ação prévia, podendo ser de passe, de arremessos e de deslocamentos. Na prática o jogador deve ter certeza de que a finta terá êxito para se realizar um arremesso, na dúvida o mesmo deve passar a bola para poder manter o princípio de continuidade do jogo coletivo. É importante saber que para poder se realizar uma finta de deslocamento o jogador deve estar de posse da bola e próximo ao adversário, caso contrário é denominadode desmarque.
3.1.9 O Desmarque – Ação que permite ao atacante a ocupação de um espaço eficaz antes que o defensor interfira na sua ação. A correta realização desta ação exige do jogador um domínio dos deslocamentos e principalmente das mudanças e ritmo e de direção, pois o jogador deverá variar suas intenções tanto em velocidade como em direção, dependendo da resposta do defensor em cada caso.
3.2 – As Ações Técnico-Táticas Individuais Defensivas
Conjunto de ações motoras que determinam a motricidade específica e especializada do jogador de handebol, que permitem realizar as funções defensivas de forma inteligente com maior estabilidade e controle corporal durante uma partida (Coronado, 1996). Antes de relacionar as ações defensivas, é importante comentar que o defensor deve ter bastante claro que existem ações que irão variar de acordo com a situação do atacante durante o jogo, exemplo, se o mesmo possui ou não a bola. Desta forma teremos então as marcações à distância e as marcações de proximidade. Na primeira o defensor deve manter o controle visual no seu marcador direto e indireto, este deve estar posicionado entre o adversário e a sua baliza, modificando de acordo com os deslocamentos do seu oponente, nessa ação o defensor tem como objetivo evitar que o atacante receba a bola e obtenha espaços amplos para realizar os lançamentos, assim como, sua progressão. Na segunda sua atuação deve ser sempre com o intuito de evitar a progressão do jogador com ou sem bola, evitar a progressão de passes, e ainda, evitar os arremessos. Devemos salientar que basicamente os defensores devem entender que seu objetivo principal é fazer com que o atacante seja deslocado para a zona de menor eficácia na quadra (parte externa), facilitando assim as ações dos goleiros ante aos arremessos.
As ações defensivas são compostas por: 
3.2.1 Posição básica – Postura equilibrada adotada pelo jogador defensor, antes e depois da realização de qualquer ação defensiva. É classificada de acordo com a ação do jogador, podendo ser estática ou dinâmica. O jogador mantém a cabeça erguida para aumentar o campo visual, o tronco deve estar ligeiramente flexionado a frente, as pernas devem estar flexionadas e afastadas na largura dos ombros e com o peso do corpo distribuído nas duas pernas, os pés afastados e apoiados no metatarso e nos dedos, braços semiflexionados, afastados do tronco lateralmente e ligeiramente à frente do corpo. Os alunos devem entender que a posição de base é uma ação prévia e obrigatória para realizar com êxito ações posteriores.
3.2.2 Os Deslocamentos defensivos – Ações motoras realizadas no terreno de jogo, que permitem aos defensores ocupar espaços para minimizar as ações dos atacantes. Esses deslocamentos são classificados de acordo com sua execução, podendo ser de deslizamento (lateral), em forma de marcha ou em forma de corrida, de acordo com sua trajetória, podendo ser em curva, reta ou combinada. Os deslocamentos defensivos ainda podem ser, frontal adiante, frontal atrás, lateral, com mudanças de direção e com mudanças de sentido. É importante ressaltar que nos deslocamentos defensivos os alunos devem evitar passos excessivamente largos, cruzar as pernas e saltar perdendo, com isso, contato com o solo.
3.2.3 O Encaixe defensivo – Ação técnica que pode ser denominada como marcação de proximidade, pois possui os mesmos objetivos, que são de interromper a ação ofensiva de uma trajetória, de um passe ou de um arremesso. Possui diferentes tipos de realizações de acordo com a posição do atacante, como por exemplo: Quando o atacante está à frente do defensor em contato com o solo, é realizado com as pernas ligeiramente afastadas, adiantando a perna correspondente ao braço executor do atacante, um braço é projetado no braço da bola do atacante e o outro realiza o controle sobre o quadril no lado contrário. Quando o atacante está de frente para o defensor e em suspensão, o movimento é idêntico ao anterior sendo que o defensor deve estar em suspensão e o braço do defensor que ataca o braço executor do atacante deve ter uma maior amplitude. Quando o jogador atacante está de costas para o defensor e em contato com o solo, o defensor deve estar com as pernas ligeiramente flexionadas e simétricas, os braços devem estar ao lado do atacante sempre atacando a bola, o tronco deve estar junto ao corpo do atacante e no momento do contato com o atacante o defensor deve afastá-lo (para frente) da zona de gol.
3.2.4 A Interceptação da bola – Forma de atuação do defensor para cortar e recuperar na trajetória entre o jogador passador e o receptor. Apesar de ser considerada mais uma ação tática do que técnica algumas observações devem ser feitas: O jogador deve realizar esta ação em um momento oportuno, se atuar cedo demais o passe não se realizará, se atuar tarde demais o passe acontecerá sem problemas, podendo ocasionar um desequilíbrio defensivo. O momento exato de atuação é quando a bola sai da mão do passador, pois nesse momento não se pode mudar o passe (direção da bola). 
3.2.5 A Dissuasão – Procedimento técnico-tático que tem como objetivo evitar um passe ou retardá-lo e até mesmo interceptá-lo, bem como, diminuir as possibilidades do atacante em ter êxito no lançamento. Pode ser realizado de acordo com a intenção do defensor, que pode ser dissuasão de passe, quando o defensor pretende evitar um passe para um determinado atacante e dissuasão no jogador, quando o defensor pretende forçar um erro técnico do atacante ou forçar o atacante realizar um lançamento o mais distante possível, facilitando as ações do goleiro.
3.2.6 Os Bloqueios defensivos – Ação técnica que pretender interceptar a bola em um arremesso contra o gol. Deve ser utilizado quando não se consegue marcar de forma adequada o jogador arremessador ou quando a distância de onde é realizado o arremesso é grande. É recomendável que o bloqueio seja sempre realizado com os dois braços em direção à bola, salvo quando a posição do defensor não permitir pode utilizar apenas um. O professor deve orientar ao aluno que no ato do bloqueio deve levar em consideração alguns fatores como: não posicionar o braço antes do tempo, para evitar que o atacante varie o tipo de arremesso, nos arremessos em suspensão o jogador deve saltar imediatamente após o atacante, posicionar sempre que possível o tronco em frente do ombro do braço executor do atacante.
3.2.7 O Desarme – Ação técnica imediata que se tenta tirar (roubar) a bola do atacante. Devido aos aspectos regulamentares do handebol só podemos utilizar esta ação quando o atacante não possui o controle total da bola, como por exemplo, no drible. Esta ação será muito mais efetiva quando a bola está em uma trajetória ascendente (subindo do chão).
3.3 A Tática Coletiva Ofensiva
	Considerada a forma de relação entre dois ou mais jogadores para coordenar entre eles as ações técnico-táticas individuais, utilizando meios básicos táticos ofensivos ou a união entre eles. (Coronado, 1996). A tática ofensiva está dividida em alguns elementos como:
3.3.1 O Engachamento (progressões sucessivas) – Procedimento tático coletivo, em que o jogador atacante, objetiva a ocupar os espaços livres entre dois defensores, fixar o seu marcador direto (jogo do par), e ainda, na medida do possível, tentar fixar o seu marcador indireto (jogo do ímpar). É utilizado principalmente diante de defesas em basculações. Esta ação começa quando o jogador com bola (beneficiador), tenta a penetração nos espaços entre os defensores para arremessar ou ainda fixar o seu marcador indireto, o jogador beneficiado muda de direção tentando aproveitar os espaços criados pelo beneficiador. Este procedimento pode ser iniciado mediante uma finta (jogador atacante com bola), ou mediante uma ação de desmarque, recebendo a bola em seguida (Sánchez, 1992). As progressões sucessivas podem ser realizadas basicamente de duas formas, que pode ser de acordo com a situação dos executantes, ou seja, jogadores da mesma linha ou entre jogadores de linhasdistintas, ou ainda de acordo com o número de jogadores, podendo ser com dois, três ou mais jogadores. Dentre as ações táticas de penetrações sucessivas ainda podemos citar as mudanças de sentido, que consiste em uma ação cujo jogador muda de direção com bola para obter êxito na iniciação de uma progressão sucessiva no sentido contrário de onde se iniciou a esta progressão.
3.3.2 Os Cruzamentos – Ação tática coletiva a qual um jogador (beneficiado) ocupa o espaço criado pelo seu companheiro (beneficiador) logo após ter fixado seu par. A trajetória do beneficiado deve ser curvilínea e por trás do beneficiador. É utilizado contra defesas com pouco ou nenhuma basculação, ou com dificuldades na troca de oponentes. O professor deve enfatizar para o aluno que no cruzamento o iniciador deve manter a fixação de seu oponente o máximo possível, para evitar ou retardar as ações defensivas (troca de oponente) e também deve evitar as faltas após o cruzamento para garantir a continuidade ofensiva. Isso pode ser realizado com jogadores da mesma linha, ou jogadores de linhas distintas, podendo ser realizado, também, com bola e/ou sem bola.
3.3.3 O Passe e Vá (tabela) – Ação tática em que um jogador com bola realiza um passe a outro mais adiantado e logo em seguida se desmarca para receber novamente a bola. O passe e entra é utilizado contra defesas abertas e no contra-ataque apoiado. É importante frisar que o jogador que inicia a ação deve dominar o ritmo de direção e sentindo e que o jogador apoiador deve dominar a técnica de passes com pressão de marcação. É considerado um procedimento tático importante para a iniciação, pois deve ser um dos primeiros a ser ensinado no aprendizado do jogo coletivo. 
3.3.4 As Cortinas – Ação tática a qual um jogador de ataque realiza uma trajetória diante do jogador com bola no mesmo momento em que este realiza uma trajetória ofensiva. O objetivo desta ação é retardar ou dificultar o momento da intervenção do defensor (marcador direto) do jogador com bola. É importante frisar que, diante da possibilidade de não se obter êxito, devemos dar continuidade do jogo com a ação de dobrar passes com o iniciador (voltar à bola). 
3.3.5 Os Bloqueios Ofensivos – Ação tática coletiva em que um jogador atacante interrompe momentaneamente a trajetória de um defensor (marcador direto) em benefício de um companheiro com bola para se conseguir situações de superioridade. O professor deve esclarecer que os bloqueios devem ser realizados com o cuidado para não cometer faltas de ataque, para tal, o bloqueador deve parar e esperar que o defensor faça o contato e não o inverso, esclarecer também que diante de um contra bloqueio, o beneficiado deve realizar uma trajetória para o lado contrário do bloqueio (trajetória falsa). Os bloqueios podem ser classificados de acordo com a posição podendo ser: laterais, frontais e diagonais ou ainda de acordo com as ações posteriores do bloqueador podendo ser: estáticos e dinâmicos.
3.3.6 A Ponte Aérea (flying) – Ação ofensiva que é realizada por um passe para um jogador que salta recebe a bola e arremessa em uma mesma ação. Normalmente utiliza-se o espaço aéreo da área do goleiro. O flying pode ser realizado entre jogadores de uma mesma linha ou entre jogadores de linhas distintas e ainda pode ser realizado entre dois três ou mais jogadores.
3.4 A Tática Coletiva Defensiva – Considerada a forma de relação entre dois ou mais jogadores para coordenar entre eles as ações técnico-táticas individuais, utilizando meios básicos táticos defensivos ou a união entre eles (Coronado, 1996). A tática defensiva está dividida em alguns elementos como:
3.4.1 A Basculação – Forma de jogo coletivo defensivo, cujos jogadores tentam evitar que existam espaços livres na zona onde está localizada a bola. A basculação é realizada através de deslocamentos diagonais e laterais, podendo ainda, realizar-se entre jogadores da mesma linha ou jogadores de distintas linhas.
3.4.2 Defesa em duas linhas – É a ação tática defensiva coletiva cujos jogadores organizam-se em duas linhas para evitar a progressão da equipe atacante. É utilizado principalmente contra equipes que possuem pouca mobilidade no ataque. A segunda linha defensiva tem como principal objetivo evitar os passes, as penetrações, os arremessos de longa distância e os desmarques dos jogadores da primeira linha ofensiva, já os jogadores da primeira linha defensiva, evitam as penetrações e os passes para os jogadores da segunda linha ofensiva (pivô e extremas).
3.4.3 Cobertura – É a ação tática defensiva coletiva cujos jogadores posicionam-se nos espaços deixados pelos companheiros de equipe na realização de saída em profundidade para controle do atacante (marcação em proximidade). Convém que o professor frise sempre que as coberturas devem ser utilizadas, independente do sistema defensivo eleito e que sempre os jogadores devem primeiro cobrir o colega e depois realizar a ação no oponente direto.
3.4.4 A troca de oponentes – Ação tática coletiva defensiva usada diante dos cruzamentos quando os marcadores trocam de oponentes diretos, mantendo suas posições originais e sem deformar o sistema defensivo. O professor deve lembrar sempre aos alunos que para utilizar esta ação tática os jogadores devem estar na mesma linha, mas também esta tática de defesa pode ser realizada entre jogadores de linhas distintas.
3.4.5 O deslizamento – Ação defensiva cujo defensor desloca-se por trás de um companheiro para neutralizar a ação atacante, sem que exista troca de oponente. Pode ser considerada como uma ação tática denominada troca de posição. É utilizada principalmente em casos como: a) no momento da ação, os jogadores não estão na mesma linha; b) quando um dos defensores está atuando diretamente contra o oponente com bola e por último quando existe uma combinação prévia ante um atacante na zona de perigo (zona de 9 metros).
3.4.6 O Contra bloqueio – Ação tática defensiva utilizada pelos defensores para contrapor os bloqueios ofensivos. Na prática é uma ação de troca de oponente, com a diferença que o jogador bloqueado tem mais dificuldade para conseguir uma posição eficaz de atuação em seu oponente. O contra bloqueio pode ser realizado por trás do bloqueador ou pela frente dependendo se o beneficiado do bloqueio está na segunda ou na primeira linha respectivamente.
3.5 Situações Ofensivas e Defensivas em Inferioridade Numérica – Apesar de ocorrerem em determinados momentos do jogo, o professor/treinador deve ter bem claro que estas situações não podem ser desprezadas. Estas situações ocorrem, em uma partida, momentaneamente por exclusões ou definitivamente por expulsões. Desprezá-las, em treinamento, pode significar o insucesso em algumas partidas. O professor deve orientar aos seus alunos que em situações de inferioridade devem levar em consideração que: a concentração de todos deve chegar a níveis limítrofes, para minimizar as ações da equipe contrária em superioridade, que a utilização de determinada formação ofensiva ou defensiva vai depender em muito das ações da equipe contrária, devem evitar ao máximo as precipitações, exigindo uma grande disciplina tática e jogo de inteligência. No caso do jogo ofensivo em inferioridade, devemos levar em conta que o sistema de ataque escolhido deve ser de acordo com nossas possibilidades, mas é necessário observar as características do jogador que foi excluído ou expulso, para se modificar o esquema tático em relação ao tipo de sistema defensivo contrário, variar o máximo possível à entrada e saída do pivô para caracterizar superioridade numérica em determinada zona do ataque, buscar sofrer faltas para realizar golpes francos treinados previamente e por último não precipitar arremessos a não ser que se tenha absoluta certeza de êxito nessa ação. No jogo defensivo a concentração também deve ser elevada ao máximo, os defensores devem sempre provocar os lançamentos da equipe adversária das zonas de menor ângulo de arremessos, terem coerência nas ações de marcação em proximidade

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