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APS-Corporeidade-O Corpo como objeto de consumo PDF

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1 
 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
 
ICS – CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) 
 
Aluno (a): Mariana Cardoso Rodrigues Costa 
 
Matrícula: C656208 Turma: EF1A06 Turno: Manhã 
 
1. APRESENTAÇÃO DA ATIVIDADE 
 
TEMA: Corporeidade- O corpo como objeto de consumo. 
 
DISCIPLINAS DO SEMESTRE RELACIONADAS AO TEMA: Filosofia e Dimensão 
Histórica da Educação Física; Corporeidade e Motricidade Humana; Interpretação e 
Produção de Texto. 
OBJETIVO DO TRABALHO DE APS: 
 A Atividade Prática Supervisionada (APS) têm por objetivo ampliar a 
capacidade de pesquisa do graduando em sua futura área de atuação, como 
também , promover a aquisição de conhecimento. 
 
2 
 
JUSTIFICATIVA: A Corporeidade do ser humano sempre foi discutida e abordada 
de diferentes maneiras ao longo do tempo assim como a relação entre corporeidade 
e tecnologia em diferentes épocas. Na Antiga Grécia, o corpo era considerado uma 
ligação com os deuses. Em Esparta, a força militar da chamada “Cidade Quartel” 
imperava sobre o conceito de corpo e sua utilização. Em suma, uma avaliação 
histórica e ideológica sobre como a corporeidade foi e ainda é interpretada nos leva 
a respostas que abrem um leque de opções sobre a nossa própia consciência 
corporal e como a cultura midiática influencia nesta visão. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
 A relação do homem com seu corpo engloba não somente as variações físicas que 
são observáveis como também a relação entre este e sua sociedade que ao longo 
do tempo sofre mudanças, tanto de interpretação, quanto de modelagem, de acordo 
com as diferenciações sociais que ocorrem a cada tempo histórico. 
 Desde a antiguidade, a Corporeidade foi situada de diferentes maneiras nas 
sociedades e conforme a evolução destas chegamos aos dias atuais onde o corpo é, 
influenciado pelas mídias,o maior objeto de manipulação e consumo. Na Grécia 
Antiga,o corpo era a ligação com os deuses, figuras místicas que, pela crença grega, 
governavam e mantinham o equilíbrio do mundo. Também havia a crença da 
separação entre corpo e alma, onde o corpo é a matéria física e a alma a forma, que 
se faz força motriz e diretora; o corpo, que possui inclinações e paixões contamina a 
pureza da alma e a aprisiona, sendo um obstáculo para a realização dos fins de 
verdade e bem. Esparta, a chamada “Cidade Quartel” colocava o corpo como fonte 
de sobrevivência e de conquista, que deveria ser treinado para atuar no combate 
desde muito cedo. 
 A Idade Média “quebrou” com o pensamento de que o homem seria governado 
apenas pela alma, fonte de razão. Ele é visto como possuidor não somente de razão 
mas também de emoções e sentimentos, que possuindo livre arbítrio para realização 
de seu destino, deveria seguir um padrão moral revelado por Deus. Santo Agostinho 
em seus estudos enxerga um dualismo –corpo e alma- e coloca o homem como a 
mescla do mesmo. Nas relações cristãs existe o menosprezo pelo corpo terreno já 
que a busca da presença de Deus só é possível quando as reflexões nos levam a 
3 
 
autoconsciência sendo esta a solidão da alma. A união entre os mundos do espírito 
e do corpo deu-se a partir de São Tomás de Aquino que inspirado em Aristóteles 
supôs que o homem possui dois princípios fundamentais sendo estes o próprio 
corpo e sua alma. 
 O Renascimento trouxe a celebração do corpo, com riqueza de formas e orientação 
racional. É o tempo do chamado “Homem Universo”, que possui além de beleza e 
perfeição de formas, proporção. O indivíduo passa a ser valorizado proporcionando 
assim o reestabelecimento da atividade e trabalho físico em termos de valor e 
dignidade; desta forma, o ser designado homem é decodificado como ente de razão 
e vontade, podendo, a partir da última, quando esta iluminada pela primeira, 
modificar e dominar a natureza tipicamente humana. 
 A Modernidade trouxe novos modelos e formas; Junto a estes o desejo de tornar o 
corpo produto da cultura de massa. Na Revolução Industrial o corpo torna-se força 
de trabalho e base para os desejos ideológicos que se estabeleceram com as novas 
tecnologias, propulsoras de ideologias de massa e o aparecimento da mídia global 
como principal disseminadora destas. Desde o inicio do século XIX, surge o “Corpo 
Mercadoria”, que é o principal foco deste trabalho. 
 Com o surgimento de novas tecnologias e a mídia de massa, conceitos e valores 
se perderam para dar lugar as ideologias modernas que atingem intimamente o 
corpo. A atitude de consumo excessivo é em sua maioria ou melhor dizendo em sua 
essência, fruto das mídias que colocam, principalmente nas televisões e internet, 
personagens e celebridades em geral utilizando um produto de determinada marca 
visando sempre a “beleza e corpo perfeito”, pois sempre estão arrumados, 
magros,vigorosos,esbanjando a cobiçada boa forma. De acordo com Ortega, 
F.(2007): 
“ [...]Em primeiro lugar, os corpos tornaram-se plásticos e 
maleáveis.Especialmente o crescimento da indústria da cirurgia 
plástica expande constantemente os limites de como o corpo 
pode ser reformado, modificado e reconstruído. [...] Segundo, 
os corpos tornaram-se biônicos por meio da incorporação de 
marca-passos, válvulas, quadris de titânio, olhos eletrônicos, 
implantes clocleares e todo tipo de próteses orgânicas e 
4 
 
inorgânicas que marcam cada vez mais a interface entre o 
corpo e a máquina.” 
 Hoje, se faz não mais que obrigação possuir um corpo jovem, bonito, magro, 
atlético de acordo com os padrões circulantes. A busca pelo corpo “ideal” ou melhor 
dentro dos padrões é uma tarefa diária. O poder midiático inaugura novas relações 
entre homens e padrões que de maneira geral tornam a todos subordinados a estes. 
O mundo publicitário utiliza-se especialmente do corpo por este possuir atributos 
únicos que o faz a chave mestre da propaganda nas diferentes faixas etárias, na 
infância a alegria e energia, na juventude o auge do desenvolvimento corporal e 
beleza, na vida adulta as responsabilidades são abordadas de maneira até satírica e 
a ênfase é como tornar-se jovem novamente e na vida adulta avançada, a sabedoria 
que é transmitida como experiência é transformada em exercício de boa forma, não 
visando a saúde mas sim o padrão, presente em toda a vida. 
 O corpo imposto pela mídia chega a ser mitológico ou ainda platônico, 
considerando que o padrão obedece a uma determinada parcela da população 
limitada expressamente por suas condições financeiras, ao qual, proporcionalmente 
não é acessível a todos. Mesmo aqueles que se encaixam nesta parcela não se 
encontram totalmente dentro dos padrões de corpo musculoso, sarado e vigiroso, 
que do mesmo modo com muita frequência se modificam. 
 Em contraposição a esta realidade, este mesmo corpo manipulado serve de 
modelo para normas de higiene e saúde que em sua maior parte atingem em 
primeiro momento as mulheres mas também se aplicam ao homens. A forma como a 
televisão em especial trata do corpo torna a todos passíveis de convencimento sem 
despertar a interpretação crítica daquilo que está sendo divulgado. O conteúdo da 
mídia tornou-se hábito e até mesmo cultura, cultura de consumo mais 
especificamente, o que leva a todos a consumi-la diariamente e não obstante fazer-
se de acordo a cada momento. 
 A transmissão ou vinculação de informação sobre eventos esportivos por meio de 
rádio e televisão influencia fortemente na visão geral do esporte pois esta dita ídolos, 
formas e constitui novos conceitos.Os eventos esportivos se transformaram em 
“shows televisivos”,estando todos conectados de uma forma oude outra, sendo 
levados ao consumo. 
5 
 
 A beleza, que atualmente é almejada por todos sem exceção, ao longo do tempo 
teve sua interpretação modificada junto com as mudanças históricas e temporais; 
Segundo Moraes e Silva,M. e Fontoura,M.P.,em acordo com o pensador francês 
Vigarello (2006): 
 “A beleza foi exaltada como filha legítima da saúde, 
único meio no qual ela poderia florescer. Tal como 
aponta o intelectual francês, a obrigação de preservar o 
corpo, como frasco precioso onde se contém a essência 
do espírito, era uma característica helênica, mas, 
sobretudo, moderna. Símbolo da modernidade, o direito 
de ser bela, exercitaria o ofício de aperfeiçoar, dia após 
dia,as qualidades de sua natureza (Revista Brasileira 
de Educação Física, 1946, n.31). 
 A Educação Física, inicialmente foi discutida por médicos e depois passou a ser 
legitimada quando foi reconhecida como instrumento de manutenção e 
aprimoramento da saúde. O corpo é a matéria para a saúde e desta forma, é 
também a principal fonte de exercício e atuação no mundo. A saúde, com as 
transformações temporais e sociais passou a ser objeto de desejo e cobiça. 
Alcançar uma saúde aceitável é uma tarefa difícil pois, com a clara influência das 
mídias, o culto ao corpo passou a ser regra e a manutenção da saúde ficou em 
segundo plano. A “Corpolatria” é a cultura de culto ao corpo presente nos tempos 
atuais com muita força. 
 O “Culto ao Corpo” sempre existiu, porém, de diferentes formas nos diferentes 
tempos históricos da humanidade. Na atualidade,esse culto é responsável por 
verdadeiras “loucuras” que podem levar ao desenvolvimento de diversos distúrbios 
como a Bulimia, Anorexia e ainda a Vigorexia. A prática de exercícios para a 
manutenção da saúde é uma exceção a regra de “estar nos padrões”, onde , para 
isto se faz necessário para aqueles que podem estar adequados, a realização de 
inúmeros processos cirúrgicos e dietas. As últimas são mais simples e se fazem em 
alguns casos milagrosas. 
 A interação entre mídias e conscientização corporal deve ser distinguida e 
trabalhada desde muito cedo para que, ao longo da vida do individuo este possa 
6 
 
compreender diferenças entre padrões e saúde assim como beleza e bem-estar. 
Desta feita, a atuação dos profissionais da área da saúde é de absoluta importância 
para a quebra de valores e preconceitos criados por meios de comunicação e deste 
modo do padrão de corpo que se tornou ideal de felicidade e realização. O corpo 
deve ser trabalhado em função da manutenção da saúde e do bem-estar do 
individuo respeitando suas limitações e seu corpo em sua essência. 
 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Concluo, a partir da realização deste trabalho que, a Corporeidade, relação do ser 
com seu corpo, nunca foi tão superficial quanto na contemporaneidade e sendo a 
tecnologia a marca da era em que vivemos, ela reforça a banalização do conhecer 
corporal e fortalece o culto ao corpo. A sociedade consumista na qual nos 
encontramos, privilegia aqueles com maior poder aquisitivo, e, com a Corpolatria em 
seu auge, a Corporeidade se torna “desinteressante”, e o conhecimento do corpo é 
apenas para os estudantes e pesquisadores das diferentes áreas da saúde. 
 Neste primeiro semestre, as disciplinas de Filosofia e Dimensões Históricas da 
Educação Física e Corporeidade e Motricidade Humana foram fundamentais para a 
base da realização do apresentado em conjunto com a disciplina de Interpretação e 
Produção de Textos, que auxilia o aluno não apenas na melhora da escrita como um 
todo mas em sua interpretação sendo esta não apenas do escrito como também do 
mundo. 
 A formação acadêmica do aluno está não somente nas aulas teórico - práticas que 
este realiza mas também em suas pesquisas onde o saber e conhecer se fundem 
despertando a índole pesquisadora que acarreta a ampliação do campo de 
conhecimento do futuro profissional.Toda a pesquisa realizada promove aquisição 
de conhecimento que será perpetuado pelo resto da vida do indivíduo não apenas 
em sua área de atuação, assim como, produzindo a visão crítica do mundo em que o 
indivíduo está inserido. 
7 
 
 Em suma, a corporeidade passou por inúmeras mudanças de interpretação de 
acordo com as mudanças temporais e sociais que ocorrem ao longo do tempo e 
hoje, a relação do homem com seu corpo está subordinada as ideologias que 
atingem-nos a cada momento; Desta feita, é importante transmitir para o meio de 
convívio ou trabalho que o corpo, é matéria e que esta matéria age e sente de 
acordo com o consciente e meio do mesmo. Não existe forma de bloqueio para a 
transmissão ideológica que ocorre por meio das mídias, porém, pode existir a 
conscientização em conjunto de trabalhos psicológicos e esporte. 
 
 
 
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
MACHADO,A. A., ZANETTI, M. C.,MOIOLI, A. O corpo, o desenvolvimento e 
as tecnologias. Motriz, Rio Claro, v.17 n.4, p.728-737,out/dez 2011. 
MORAES E SILVA,M., FONTOURA,M.P. Educação de corpo feminino: um 
estudo da Revista Brasileira de Educação Física(1944-1950). Rev. Bras. Educ. 
Fís., São Paulo, v.25 n.2, p.263-275, abr/jul 2011. 
ARANDA,R.A.,PEREIRA, A.M. PALMA, J.A., PALMA, A. P.T.V., A concepção 
de corpo dos estudantes de graduação em Educação Física. Motriz, Rio Claro, 
v.18 n.4,p.735-747, out;dez 2012. 
NOVAES, C. R. B., Ciência e o conceito de corpo e saúde na Educação 
Física. Motriz, Rio Claro, v.15 n. 2 , p. 383-395, abr/jun 2009. 
INFORSATO, C. F., FIORANTE, F.B., Corporeidade: Por uma abordagem 
humanizadora do corpo em busca da existencialidade. Revista Mackenzie de 
Educação Física e Esporte- 2010, 9(2): 135-144. 
ORTEGA, F., Fenomenologia da Viscerilidade.Notas sobre o impacto das 
tecnologias de visualização médica na corporeidade. Cad. Saude Pública, Rio de 
Janeiro, 21(6):1875-1883, Nov/dez 2005. 
ORTEGA, F., Corporeidade e biotecnologias: uma critica fenomenológica da 
construção do corpo pelo construtivismo e tecnobiomedicina. Ciência e Saude 
Coletiva, 12(2): 381-388,2007. 
 
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