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08/03/2020
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Intoxicação por zootoxinas
em animais domésticos: 
Abelhas, formigas, sapo
Profa. Dra. Claudia D Monteiro Toma
Toxicologia Veterinária
Apidismo
Abelhas e 
Vespas
� Insetos himenópteros (2 
pares de asas 
membranosas)
� 2mm a 4 cm
� Grande importância 
econômica
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� Imigrantes 
europeus – Sul do 
Brasil
� Dóceis
� � mel
� Agressivas
� � mel
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� São mais rápidas, mais excitáveis e mais nervosas 
que as européias
� Não tende a picar quando retiram néctar e pólen 
das flores
• Picam – defesa se são provocadas
� Respondem rapidamente e atacam em enxames 
(15 a 20 segundos do ataque = + de 200 voando) 
� Se sentem ameaçadas por pessoas e animais a 
menos de 15 m da colméia
• Vibrações - 30 m da colméia 
• Perseguem - 400 m ou mais 
� Colméias: cavidades pequenas em áreas 
protegidas (caixas, latas e baldes vazios, carros 
abandonados, madeira empilhada, moirões de cercas, 
galhos e ocos de árvores, garagens, muros e telhados) 
�Insetos com ferrões verdadeiros:
• Família Apidae (Abelhas)
• Família Vespidae (Vespas e Marimbondos)
• Família Formicidae (Formigas)
� Dividido em 2 partes:
1. Estrutura muscular e 
quitinosa: introdução do 
ferrão e injeção do veneno
2. Porção glandular: produção 
e armazenamento do 
veneno 
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� Hemolítica
� Cardiotóxica
� Citotóxica
� Neurotóxica
Ação do Veneno
Composição do 
Veneno
� Melitina (50% ): maioria dos 
efeitos deletérios
� Fosfolipase A2 (12%): 
principalmente efeito hemolítico
� Fosfatase ácida: alergênica 
moderada
� Histamina, hialuronidase, 
apamina e um fator 
degranuladores de mastócitos 
Rápida absorção 
e dispersão do 
veneno
Substâncias 
vasoativas - �
permeabilidade 
vascular 
Mecanismo de 
Ação do Veneno
Hemólise
Indireta
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Mecanismo de 
Ação do Veneno
Sinais Clínicos
� Áreas mais afetadas: ocular, nasal e oral
� Cães mais acometidos (humanos):
• Comportamento – latido e 
movimentação frequente
� Cores escuras atraem mais abelhas:
• Acidentes - � animais pelagem escuras
� Três tipos de acidente:
• Animais recebem uma ou poucas picadas
• Animal sensível ou sensibilizado - reação 
de hipersensibilidade tipo I ou choque 
anafilático
• Múltiplas picadas
� Mais frequente
� Reação inflamatória 
local
Uma ou poucas 
Picadas
Reação de hipersensibilidade 
ou Choque
� Animal sensível (até picada única)
� Dor, eritema, prurido e edema
� Choque (aminas vasoativas):
• Clínica da hipersensibilidade I
• Hipotensão (relativa), taquicardia
• Estresse respiratório (edema e 
broncoespasmo)
Múltiplas Picadas
� Mais grave
� Ação sistêmica - toxinas veneno
� Ferrões pelo corpo
� Agitação
� Náusea, êmese
� Prostração
� Hipotensão e taquicardia
� Taquipnéia e edema pulmonar
� Mialgia generalizada
� Incoordenação, tremores e 
espasmos musculares
� Nistagmos, convulsões e coma
� Hematúria
� Hemoglobinúria
� Hematomas
� Rabdomiólise
� IRA
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Achados Laboratoriais
� Hemograma:
• � Ht, Hb e plaquetas
• Leucocitose com neutrofilia, desvio à 
esquerda, linfopenia e eosinopenia
� Urinálise:
• Proteinúria, hemoglobinúria e hematúria
• Leucócitos
• Descamação celular
� Bioquímico:
• � ALT, CK, uréia e creatinina
� Hemogasometria:
• Acidose metabólica
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Tratamento
� Não existe Anti-Veneno específico (Veterinária)
� Tratamento – sintomático e de suporte
� Fluidoterapia
• Volemia e rim
� Oxigenoterapia
� Adrenalina 1:1000 (choque - 0,01 a 0,05mg/kg)
� Anti-histamínicos
• Cimetidina 5 a 10 mg/kg, IM ou IV, 8/8h
• Cloridrato de prometazina 0,2 a 1 mg/Kg, 
SC
Tratamento
�Corticóides 
• Succinato de prednisolona sódica ou 
hidrocortisona: 50 a 150 mg/kg IV, repetir 
em 3 a 4 horas se necessário
� Antibioticoterapia (imunossupressão)
� Rabdomiólise – bicarbonato
� Retirada dos ferrões 
• 2/3 do veneno permanecem no ferrão!! 
Tratamento
�MONITORAR O ANIMAL!!!
• Urinálise e monitorar a quantidade de 
urina produzida
• Concentrações séricas de eletrólitos
• Uréia e creatinina
• Volemia – fluído ou sangue
PROGNÓSTICO – Nº Picadas/ Kg de PV
14 picadas/Kg Bom
14 a 24 picadas/Kg Reservado
� 24 picadas/Kg Mau (óbito)
� 400 espécies de 
“vespas sociais”
� Todas da subfamília 
Polistinae
� Acidentes - 3 
espécies
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�Insetos com ferrões verdadeiros:
• Família Apidae (Abelhas)
• Família Vespidae (Vespas e Marimbondos)
• Família Formicidae (Formigas)
TóraxCabeça Abdômen
Pedículo
Composição do 
Veneno
� Mastoparanos: degranulam 
mastócitos e liberam 
catecolaminas
� Fosfolipase A2: principalmente 
efeito hemolítico
� Peptídeos quimiotáticos:
quimiotaxia de neutrófilos e 
monócitos
� Cininas: histamina e bradicininas 
(inflamação)
� Hialuronidase: absorção e 
dispersão do veneno
Tratamento
Diagnóstico 
Diferencial??
� Esquema terapêutico:
• Idêntico ao adotado 
para envenenamento 
por picada de Abelhas
Formigas
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� Insetos sociais
� Estrutura social complexa:
• Inúmeras operárias e guerreiras
• Rainhas e machos alados 
(reprodução)
� Algumas espécies - aguilhão 
abdominal (Glândula de veneno)
� Picada pode ser muito dolorosa
• Complicações: anafilaxia, 
necrose e infecção secundária
Sub família Myrmicinae
� Formigas do Gênero Solenopsis
� Formigas-de-fogo ou lava-pés
� Agressivas e atacam em grande nº - formigueiro 
for perturbado
� Formigueiro do gênero: 
• Inúmeras aberturas e a grama próxima não é 
atacada
�Ferroada extremamente dolorosa
• 10-12 vezes - Pequena lesão dupla no centro de 
várias lesões pustulosas
� Formigas do Gênero Atta
� Saúvas
� Comuns em todo o Brasil
� Produzir cortes na pele animal com as 
potentes mandíbulas
� 90 % alcalóides oleosos -
Solenopsin A (efeito 
citotóxico)
� 10% proteínas – reação 
alérgica (efeito individual)
� Morte celular induzida 
pelo veneno
• Diapedese de 
neutrófilos
� Pápulas de 0,5 a 1,0 cm
� Dor local (cede algumas 
horas)
� Prurido
� 24 horas:
• Pápula � pústula 
estéril (reabsorvida em 7 
dias)
� Acidentes múltiplos são 
comuns
� Infecção secundária -
rompimento da pústula 
(coceira)
Sinais clínicos Composição do 
veneno
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� Processos alérgicos em 
diferentes graus (óbito)
� Infecção secundária
• Abscessos
� Celulite
Diagnóstico 
é CLÍNICO
Complicações
� Solenopsis sp (lava-pés) 
• Compressas frias locais
• Corticóides tópicos
• Analgésicos e anti-histamínicos
�Acidentes maciços ou complicações 
alérgicas:
• Corticóides IV
• Anti-histamínicos
• Choque anafilático (volemia, 
oxigenação)
Tratamento
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� Apresenta “espinhos” pelo corpo
• Ramificados, pontiagudos e aspecto arbóreo
• Glândulas de veneno nos ápices 
� Tonalidades esverdeadas
� Dorso e laterais - manchas e listras 
(caracterizam a espécie)
� Mimetizam as plantas que habitam
� Hábitos gregários
� Gênero Lonomia:
• Síndrome hemorrágica
• Orugas ou rugas - Sul do Brasil
• Beijus-de-tapuru-de-seringueira - Norte do 
Brasil
LAGARTAS
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Síndrome hemorrágica
� Contato da pele com lagartas Lonomia sp.
� Forma mais grave do Erucismo
� Mais frequente no RS – novembro a abril
� Veneno - composição desconhecida
• Fosfolipase – hemólise indireta
• Substâncias de ativação do 
complemento
• Ação fibrinolítica
� � Fator XIII - estabilização da 
fibrina e controle da fibrinólise
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� Dor intensa e imediata
� Eritema e edema
� Vesículas � bolhas � erosões
� Petéquias
� Necrose superficial cutânea
� Ulcerações
� Linfangite dolorosa
� Após 1 a 48 h:
• Hemorragias e hematúria 
� choque e morte
� Hipotensão
� Hemoglobina
� Deposição de 
imunocomplexos
� Ação direta do veneno
Complicações
IRA
Sinais clínicos
� Prognóstico geralmente é bom
� Repouso
�Fluidoterapia
�Papa de hemáceas
�ATB
BUFO
Anfíbios
5.918 espécies no mundo - � Brasil (875)
�875 espécies de anfíbiosno Brasil:
• 61 – Família Bufonidae 
(sapos)
• Gênero Rhinella
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Reino
Filo
Classe
Ordem
Família
Gênero
Animalia
Chordata
Amphibia
Anura
Bufonidae
Rhinella
� Robustos, pele rugosa e 
seca 
� Com membros posteriores 
curtos
� Pequenos saltos ou 
caminhando
� Lentidão - cães
�200 espécies de 
Rhinella
� Ocorrência mundial
• Países de clima tropical e 
temperado úmido 
� Hábitos noturnos
• Dia – tocas entre raízes de 
árvores, no solo e pedras
� Nem todas espécies são 
venenosas
� Bufo sp.
� Rhinella sp.
� Chaunus sp.
� Rhinella crucifer
� R. granulosus
� R. ocellatus
� R. rufus
� R. typhonius
� R. ictericus
� R. schneideri
� R. marinus
Principais espécies 
presentes no Brasil
� Bufo ictericus
� Nativo América do Sul
• Argentina, Paraguai e 
Brasil
� Sapo-cururu
� Habitat: florestas tropicais, 
subtropicais, cerrado e o 
pampa 
Acidente por veneno de sapo
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� Bufo schneideri (B.paracnemis)
� Nativo da América do Sul
• Argentina, Bolívia, Brasil, 
Paraguai e Uruguai
� Sapo-boi (confundido com 
cururu)
� Tamanho grande: 10 a 15 cm
� Glândula de veneno na pata 
traseira (glândula tibial)
Acidente por veneno de sapo
� Bufo marinus
� sapo-jururu, xué-guaçu, xué-
açu, aguá e sapo-gigante
� Tamanho grande: 10 a 15 cm (38 
cm)
� Nativo da América do Sul e Central
� Apetite voraz – controle biológico
• Praga – mata predadores 
nativos
Acidente por veneno de sapo
Veneno do Sapo
� Propriedades do veneno conhecidas 
desde antiguidade
• Roma: mulheres envenenavam 
maridos
• Tribos indígenas América do Sul -
caça
• Japão e China – extrato seco p/ 
tratamento de sinusite, inflamação 
local, dores de dente
• Estimulante cardíaco
• Casos de intoxicação - ingestão
Acidente por veneno de sapo
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Intoxicação
� Ingestão do sapo
� Lambedura
� Abocanhamento do 
sapo
� Contato mucosa 
ocular ou ferimentos
� Rápida absorção
Animas BiogênicasAnimas Biogênicas
Composição do 
veneno
Derivados de EsteróidesDerivados de Esteróides
� Adrenalina
� Noradrenalina
� Bufoteninas
� Dihidrobufoteninas
� Bufotioninas
� Serotonina
� Colesterol
� Ergosterol
� Gama Sistosterol
� Bufodienólides
� Bufotoxinas
Aminas Biogênicas
� Adrenalina – agonista do SN 
autônomo simpático
• α1 - constrição de vasos da 
pele e vísceras
• β1 – � FC e força de contração
• β2 – vasodilatação na 
musculatura e broncodilatação
� Noradrenalina – agonista do SN 
autônomo simpático
• α1 e β1
Aminas Biogênicas
� Serotonina
• Vasoconstrição e ação neurotransmissor
� Efeitos na termorregulação , ciclos 
do sono e no controle motor dos 
músculos periféricos
� Bufotenina, dihidrobufotenina e 
bufotionina
• Efeitos alucinógenos - SNC
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Derivados de Esteróides
� Colesterol, ergosterol e γ-
Sistosterol
• Fração neutra do veneno
� Bufodienólides e bufotoxinas
• Ação semelhante à dos 
digitálicos 
• Inibição da bomba Na+ /K+
ATPase da musculatura cardíaca
• � força contração
• � velocidade condução NS p/ o 
NAV
• � da FC por ação reflexa vagal
� Espécie de sapo
� Vômito e sialorréia
� Quantidade veneno 
ingerida/absorvida
� Porte e susceptibilidade do 
animal acometido
• Raças braquicefálicas
Severidade dos Sintomas
Local e 
TGI
Sintomas 
Imediatos
Sistêmico
Cardiotóxico
Acidente por veneno de sapo
� Irritação da mucosa 
oral
� Sialorréia
Quadros Leves
Quadros Moderados
� Vômito, fraqueza, ataxia, 
depressão, andar em 
círculos, anormalidades 
do ritmo cardíaco e 
evacuação e micção 
espontânea
Acidente por veneno de sapo
� Irritação da mucosa oral, sialorréia e 
vômito
� Depressão, fraqueza, ataxia e andar 
em círculos 
� Anormalidades do ritmo cardíaco
� Evacuação e micção espontâneas, 
diarréia e dor abdominal
� Decúbito esternal, sem reflexo pupilar, 
convulsões, opstótono e nistagmo
� Edema pulmonar e cianose
� Óbito
Quadros Graves
Excitação, arqueamento 
de dorso, incontinência 
fecal, perturbação visual, 
paralisia muscular 
progressiva, cegueira e 
vocalização
Acidente por veneno de sapo
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� Alterações eletrocardiográficas 
(variáveis)
• Bradiarritmias
• Taquiarritmias
� Contrações ventriculares 
prematuras
� Taquicardia ventricular
� Fibrilação ventricular
� Hipercalemia, hipocalcemia e 
hiponatremia
Exames Complementares
Acidente por veneno de sapo
� Não há antídoto específico
� Lavar cavidade oral
� Lavagem gástrica- Carvão ativado – precoce
� Anticonvulsivantes
� Protetor mucosa
� Fluidoterapia
� Arritmias (propanolol)
� Oxigenioterapia
� 90% casos recuperação em até 6 dias
Tratamento
Acidente por veneno de sapo

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